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1ª edição
Rio de Janeiro
Colégio Pedro II / Mestrado Profissional em Práticas em Educação Básica
2014
0
Apresentação......................................................................................... 2
Sondagem inicial dos alunos (Curso Normal)........................................ 3
Memórias da alfabetização..................................................................... 5
Diagnose inicial: Curso Normal e Alfabetização..................................... 6
Diagnóstico de escrita............................................................................ 8
Visita à escola municipal: aplicação do Projeto Brincadeiras de
criança............................................................................................. 10
Avaliação das experiências vivenciadas com as crianças.....................13
Processo de construção da escrita....................................................... 15
Hipóteses de escrita.............................................................................. 19
Análise das escritas das crianças......................................................... 27
Jogos na alfabetização.......................................................................... 28
Organização da segunda visita à escola............................................... 34
Análise das escritas das crianças......................................................... 38
Projeto Trilhas....................................................................................... 39
Organização da terceira visita à escola................................................ 56
Análise das escritas das crianças......................................................... 59
Encontro com professores alfabetizadores........................................... 61
Diagnose final: Alfabetização................................................................ 62
Bibliografia............................................................................................. 63
Atividades para as crianças................................................................... 64
1
Apresentação
Esta Unidade Didática foi elaborada para utilização no Laboratório Pedagógico de
Linguagens e Alfabetizações, componente curricular do Curso Normal, da rede estadual do
Rio de Janeiro, para os alunos do 3º ano, com carga horária anual de 40 horas. Entretanto,
o material pode ser utilizado para a formação do alfabetizador em outras espaços
formativos.
O material aqui organizado constitui-se numa compilação de atividades direcionadas
à formação teórica do alfabetizador e numa proposta metodológica para aplicação dos
saberes.
Os conteúdos não serão distribuídos em tempos de aula, pois as características das
turmas e dos professores influenciam na organização do tempo de execução das
atividades. Por isso, a organização de cada aula contará com conteúdo, objetivos
específicos e, se necessário, uma proposta de estratégia para o desenvolvimento do
trabalho. O tempo destinado a cada atividade ficará a cargo do professor formador.
Esta Unidade Didática agrega materiais distribuídos pelo Governo Federal às
escolas públicas brasileiras com o intuito de facilitar sua utilização em diferentes regiões do
Brasil, para que os alunos, após formados, quando estiverem atuando nas escolas, tenham
acesso ao material pedagógico e saibam como fazer uso do mesmo e, mais
imediatamente, tenham a oportunidade de utilizar esses materiais durante as atividades de
Estágio Supervisionado no Curso Normal.
Através das aulas aqui propostas, pretendemos oportunizar aos estudantes o
conhecimento da Psicogênese da língua escrita e, a partir desta teoria, pensar em
atividades práticas e aplicá-las, sob a orientação do professor formador, com crianças do
Ciclo de Alfabetização.
Portanto, caberá ao professor formador dos estudantes do CN, o contato com uma
escola municipal que tenha turmas do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos de
escolaridade) para viabilizar a proposta metodológica de formação na prática.
Os estudantes deverão, após os primeiros contatos com os conhecimentos da
Psicogênese da língua escrita, aplicar o diagnóstico de escrita com os alunos do ciclo de
alfabetização e, ao retornar para sua escola de formação, analisar as escritas das crianças
com o apoio do professor formador, dos materiais de apoio e dos textos.
Além disso, é fundamental a criação e aplicação de atividades para compreensão do
sistema alfabético, onde ao professor formador precisa ser referência para os estudantes,
desenvolvendo o papel de professor de profissão como defendem Tardif e Nóvoa.
2
Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e
retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.
Paulo Freire
Objetivos específicos:
Caminhar é preciso!
Dentro da imagem que representa um pé, vocês deverão escrever três coisas
que precisamos ter para seguir o caminho com êxito. Após a escrita, cada um terá a
oportunidade de socializar com os colegas da turma "o calçado" que não pode faltar
para trilhar esse caminho.
Fique certo: o caminho não acaba na formatura. Continue a trilhar essa estrada...
3
Imagem para realização da Dinâmica: Caminhar é preciso!
httphttp://www.pintarcolorear.org/pies-para-colorear/dibujo-de-pies-para-colorear/#main
Lembre-se:
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Conteúdo: Memórias da alfabetização
Objetivos específicos:
Inspirados na história do livro, vamos rememorar!!! Capa do livro - arquivo pessoal de Maria Isabel Valle
Quando você recorda seu processo de alfabetização, quais são suas memórias? O que foi
mais marcante? Escreva aqui suas memórias da alfabetização. Depois, compartilhe com
os colegas e professor.
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Conteúdo: Diagnose inicial: Curso Normal e Alfabetização
Objetivos específicos:
descobrir os conhecimentos dos alunos sobre a alfabetização;
promover reflexão sobre a utilização dos métodos de alfabetização;
conhecer os motivos que levaram os alunos a escolher o Curso Normal;
perceber se as expectativas iniciais sobre o curso foram/estão sendo
atingidas;
dicionario-de-sinonimos-online/
capturado em 19/08/14
http://muitadica.com/
Diagnose inicial
ALFABETIZAÇÃO
Para você, o que é alfabetizar?
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Se você tivesse de assumir uma turma de alfabetização hoje, como professor(a) regente, o
que faria para alfabetizar seus alunos? Justifique suas escolhas.
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CURSO NORMAL
Por que escolheu o Curso Normal?
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Se tiver mais de 30 anos, por que resolveu fazer o Curso Normal nesse momento?
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As expectativas que te levaram a escolher esse curso estão se concretizando? Por quê?
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Indique o que você considera ponto negativo no Curso Normal.
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Indique o que você considera ponto positivo no Curso Normal.
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Você pretende seguir a carreira do magistério? Por quê?
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Quais são seus planos profissionais futuros?
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Conteúdo: Diagnóstico de escrita
Objetivos específicos:
precocemente-significa-empurrar-a-crianca-para-
http://www.coisademae.com/2013/05/alfabetizar-
o-mundo-adulto-antes-da-hora/crianca-
escrevendo/, capturado em 19/08/14
Sondagem ou Diagnóstico
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Cada palavra escrita deve ser imediatamente acompanhada da leitura do aluno.
É importante que o professor registre a escrita e a leitura do aluno, bem corno
outras informações que julgue “relevantes" em una folha à parte.
Na elaboração da frase, deve-se utilizar pelo menos uma das palavras que
pertencem à relação, para que se possa observar se há estabilidade na escrita.
Exemplificando:
Animais Material escolar Partes do corpo
Exibição de vídeo:
Diagnóstico na alfabetização inicial
O que pode e o que não pode ser feito, pelo professor, durante o desenvolvimento do
diagnóstico?
Você já viu, nas turmas em que estagiou, professores realizando o diagnóstico de escrita?
Você acredita que será capaz de realizar o diagnóstico e ver a criança escrever como
pensa?
9
Conteúdo: Visita à escola municipal: aplicação do Projeto Brincadeiras de
Criança
Objetivos específicos:
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Proposta 1: Projeto Brincadeiras de Criança
Objetivos:
- conhecer as hipóteses de escrita dos alunos;
- promover atividades de reflexão do sistema alfabético de escrita;
- observar as crianças durante o recreio, percebendo as brincadeiras que priorizam;
Sondagem de Escrita dos nomes de brincadeiras a partir de imagens
escrita
Atividade de Leitura para deleite: escolher uma história e definir sua execução
leitura
Atividade de Desenhar e escrever, com letras móveis, o nome da brincadeira favorita;
escrita Construir uma lista de brincadeiras que os alunos conhecem;
1º e 2º anos - Música: "Desengonçada", de Bia Bedran
3º ano - Música: "Criança não trabalha", do grupo Palavra Cantada
Pesquisa, com familiares, sobre as brincadeiras preferidas deles na infância.
Atividade Música: "Desengonçada", Bia Bedran
psicomotora
Avaliação Dos alunos: observação durante o desenvolvimento das atividades;
Dos professorandos: individual, coletiva, seguida de debate no grupo.
Desenvolvimento
A turma será dividida em tantos grupos quanto forem as turmas do ciclo de alfabetização da
escola (1º, 2º e 3º anos de escolaridade);
Iniciar com a história, criando momentos de interação com as crianças. Lembre-se: o
professor é modelo de leitor! Leia sempre a história com antecedência antes de levá-la ao
aluno, a fim de se familiarizar com o texto e encontrar os melhores recursos da leitura
quando for apresentar a história em voz alta. A contação de histórias, quando bem feita, é
um importante recurso para o professor.
Diagnóstico de escrita
o fazer coletivamente, mas garantir que as crianças realizem individualmente e
escrevam "do jeito que acham que deve ser escrito";
o pedir que escrevam com letra bastão (caixa alta);
o mostrar imagens ampliadas e dizer o nome de cada brincadeira (BOLINHA DE GUDE,
AMARELINHA, PULA CORDA, PETECA, PIÃO) ATIVIDADES - página B do anexo;
o quando todos escreverem as palavras, ditar a frase A MENINA BRINCA DE
AMARELINHA, para que escrevam na última linha;
Propor que desenhem e escrevam, com letras móveis, a brincadeira favorita (ATIVIDADES
- página C do anexo). Nesse momento, a criança escreverá convencionalmente. Por isso,
deverá receber ajuda para construir a palavra com as letras móveis antes de colá-las;
Ao término, listar todas as brincadeiras conhecidas dos alunos, coletivamente, numa folha
40kg. O professor é o escriba, modelo de escritor;
1º e 2º anos: Cantar, dançar e realizar as atividades da música "Desengonçada", de Bia
Bedran (ATIVIDADES - página D do anexo);
3º ano - Cantar e realizar as atividades com a música: "Criança não trabalha", do grupo
Palavra cantada (ATIVIDADES - página F do anexo)
Explicar a atividade de memórias de brincadeiras, que será tarefa de casa. Solicitar às
crianças que pesquisem, com familiares, sobre as brincadeiras de criança do passado
(ATIVIDADES - página E do anexo);
Levar as crianças para o pátio proporcionando momento livre, de brincadeiras. O professor
poderá intervir nas brincadeiras a medida que as crianças solicitem ou que haja risco de se
machucarem.
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Proposta 2: Projeto Brincadeiras de Criança
Objetivos:
- conhecer as hipóteses de escrita dos alunos;
- promover atividades de reflexão do sistema alfabético de escrita;
- observar as crianças durante o recreio, percebendo as brincadeiras que priorizam;
Sondagem/ Ditado de palavras de um mesmo campo semântico (brincadeiras), seguindo as
diagnóstico orientações da teoria psicogenética, descrita por Emilia Ferreiro:
de escrita:
PATINETE – FUTEBOL – CORDA – TREM - EU BRINCO DE PULAR CORDA
Atividade Leitura para deleite: O grupo deverá escolher uma história para ler
de leitura: Leitura de imagem: diferenças entre as imagens (fotografia e pintura)
Parlenda: “Um homem bateu em minha porta”
Música: Pula corda, Trem da Alegria
Atividade Lista das brincadeiras preferidas dos familiares.
de escrita:
Atividade Pular corda.
psicomotora:
Desenvolvimento:
Apresentação dos alunos e professores (crachás);
Leitura da história;
O grupo de professores será dividido para que uma parte realize o diagnóstico de escrita e, a
outra, dê conta do desenvolvimento das atividades;
Diagnóstico de escrita será realizado em trio (a cada aluno, um professor "comandará" o
diagnóstico, enquanto os outros dois assistem o colega na execução da tarefa). O aluno sairá
da sala para realizar o diagnóstico e, depois, retornará para realizar as atividades;
Na turma, retomar a atividade distribuída terça-feira, onde as crianças precisavam pesquisar,
com seus familiares, as brincadeiras preferidas deles. Cada criança deverá ler as brincadeiras
de seus familiares enquanto o professor cria uma lista coletiva.
Distribuir a atividade da parlenda (ATIVIDADES - página G do anexo);
Deixar os alunos explorarem a folha livremente, sem encaminhamento do professor
(observar o comportamento deles);
Questionar as diferenças entre as imagens, esclarecendo que há uma fotografia e uma
pintura, procurando sanar as dúvidas que surgirem;
Responder, oralmente, às questões propostas nesta atividade;
Perguntar se conhecem o texto e, depois, ler com os alunos;
Escrever, convencionalmente, CORDA;
Realizar a atividade de reescrita da parlenda e atividade relacionada às ações (1º e 2º anos:
ATIVIDADES - página H do anexo / 3º ano: ATIVIDADES - página I do anexo). As frases da
parlenda e as letras móveis encontram-se, respectivamente, em ATIVIDADES - páginas K e L
do anexo;
Somente no 3º ano: realizar a atividade da música: "Pula Corda" (ATIVIDADES página J do
anexo);
Brincar de pular corda com as crianças, no pátio ou na área externa.
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Conteúdo: Avaliação da experiência vivenciada com as crianças
Objetivos específicos:
Avaliação Individual
Das experiências vivenciadas com as crianças, descreva o que você não curtiu e o
que você curtiu ao lado das respectivas imagens.
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https://futebolenoestadio.wor
dpress.com/tag/globo/,
capturado em 17/09/14
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https://futebolenoestadio.wor _________________________________________________________________________
dpress.com/tag/globo/,
apturado em 17/09/14
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Avaliação em grupo
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http://mixartt.com.br/trabalho-em-
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grupo/, capturado em 23/10/14
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___________________________________________________________________ http://kdfrases.com/frase/111143, capturado em 23/10/14
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Conteúdo: Processo de construção da escrita
Objetivos específicos:
Este fichamento foi feito pela professora Maria Isabel Valle para servir como roteiro
para as reflexões sobre a construção da escrita. Ele não substitui a leitura do livro.
O fichamento
15
Fichamento do livro:
FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre alfabetização. 24 ed (atualizada). São Paulo: Cortez, 2001.
Pági
nas
Este é um livro sobre alfabetização que, contrariando hábitos e expectativas, não traz para o leitor
nem um novo método, nem novos testes, nem nada que se pareça com uma solução pronta. O que
autora nos oferece são ideias a partir das quais torna-se possível o que já era necessário: repensar
a prática escolar da alfabetização.
3 e 4, Prefácio, Telma Weisz
Pági
nas
Estas investigações (que há dez anos vimos realizando ininterruptamente) evidenciam que o
processo de alfabetização nada tem de mecânico, do ponto de vista da criança que aprende.
7 Essa criança, se coloca problemas, constrói sistemas interpretativos, pensa, raciocina e inventa,
buscando compreender esse objeto social particularmente complexo que é a escrita, tal como ela
existe em sociedade.
Tradicionalmente, a alfabetização inicial é considerada em função da relação entre o método
utilizado e o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança. Os dois polos do processo de
aprendizagem (quem ensina e quem aprende) tem sido caracterizados sem que se leve em conta o
terceiro elemento da relação: a natureza do objeto de conhecimento envolvendo esta
aprendizagem.
Tríade:
9
OBJETO: Sistema de representação alfabética da linguagem
Concepções dos que aprendem (crianças) sobre este objeto Concepções dos que ensinam (professores) sobre este objeto
A escrita pode ser considerada como uma representação da linguagem ou como um código de
10
transcrição gráfica das unidades sonoras.
16
A invenção da escrita foi um processo histórico de construção de um sistema de representação,
não um processo de codificação. Uma vez construído, poder-se-ia pensar que o sistema de
representação é aprendido pelos novos usuários como um sistema de codificação. Entretanto, não
é assim. No caso dos dois sistemas envolvidos no início da escolarização (o sistema de
representação dos números e o sistema de representação da linguagem) as dificuldades que as
12 crianças enfrentam são dificuldades conceituais semelhantes às da construção do sistema e por
isso dizer, em ambos os casos, que a criança reinventa esses sistemas. Bem entendido: não se
trata de que as crianças reinventem as letras nem os números mas que, para poderem se servir
desses elementos como elementos de um sistema, devem compreender seu processo de
construção e suas regras de produção, o que coloca o problema epistemológico fundamental: qual
é a natureza da relação entre o real e a sua representação?
A consequência última desta dicotomia se exprime em termos ainda mais dramáticos: se a escrita
é concebida como um código de transcrição, sua aprendizagem é concebida como aquisição
técnica; se a escrita é concebida como um sistema de representação, sua aprendizagem se
converte na apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem
16 conceitual.
Quando uma criança escreve tal como acredita que poderia ou deveria escrever um conjunto de
palavras, está nos oferecendo um valiosíssimo documento que necessita ser interpretado para
poder ser avaliado.
Aprender a lê-las (escritas infantis) – isto é, interpretá-las – é um longo aprendizado e requer uma
atitude teórica bem definida. Se pensarmos que a criança aprende só quando é submetida a um
ensino sistemático, e que a sua ignorância está garantida até que receba tal tipo de ensino, nada
poderemos enxergar. Mas se pensarmos que as crianças são seres que ignoram que devem pedir
17 permissão para começar a aprender, talvez comecemos a aceitar que podem saber, embora não
tenha sido dada a elas a autorização institucional para tanto. Saber algo a respeito do objeto não
quer dizer, necessariamente, saber algo socialmente aceito como “conhecimento”. “Saber” quer
dizer ter construído alguma concepção que explicita certo conjunto de fenômenos ou de objetos da
realidade.
O modo tradicional de se considerar a escrita infantil consiste em se prestar atenção apenas nos
aspectos gráficos dessas produções, ignorando os aspectos construtivos. Os aspectos gráficos
têm a ver com a qualidade do traço, a distribuição espacial das formas, a orientação predominante
(da esquerda para a direita, de cima para baixo), a orientação dos caracteres individuais
(inversões, rotações, etc.). Os aspectos construtivos têm a ver com o que se quis representar e
os meios utilizados para criar diferenciações entre as representações.
Do ponto de vista construtivo, a escrita infantil segue uma linha de evolução surpreendentemente
18
regular, através de diversos meios culturais, de diversas situações educativas e de diversas
línguas. Aí, podem ser distinguidos três grandes períodos no interior dos quais cabem múltiplas
subdivisões:
Distinção entre o modo de representação icônico e o não-icônico;
A construção de formas de diferenciação (controle progressivo das variações sobre os eixos
qualitativo e quantitativo);
A fonetização da escrita (que se inicia com um período silábico e culmina no período alfabético)
19 A distinção entre “desenhar” e “escrever” é de fundamental importância.
As crianças não empregam seus esforços individuais para inventar letras novas: recebem a forma
das letras da sociedade e as adotam tal e qual.
Por outro lado as crianças dedicam um grande esforço intelectual na construção de formas de
diferenciação entre as escritas e é isso que caracteriza o período seguinte. Esses critérios de
20
diferenciação são, inicialmente, intrafigurais.
Os critérios intrafigurais se expressam, sobre o eixo quantitativo, como a quantidade mínima de
letras – geralmente três – que uma escrita deve ter para que “diga algo” e, sobre o eixo qualitativo,
como a variação interna necessária para que uma série de grafias possa ser interpretada.
17
O passo seguinte se caracteriza pela busca de diferenciações entre as escritas produzidas
precisamente para “dizer coisas diferentes”. Começa então uma busca difícil e muito elaborada de
modos de diferenciação, que resultam ser interfigurais.
Nesses dois primeiros períodos, o escrito não está regulado por diferenças ou semelhanças entre
os significantes sonoros. É a atenção às propriedades sonoras do significante que marca o
24 ingresso no terceiro grande período desta evolução. A criança começa a descobrir que as partes
da escrita (suas letras) podem corresponder a outras tantas partes da palavra escrita (suas
sílabas). Sobre o eixo quantitativo isto se exprime na descoberta de que a quantidade de letras
com que se vai escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantidade de partes que se
reconhece na emissão oral. Essas “partes” da palavra são inicialmente as suas sílabas. Inicia-se
assim o período silábico, que evolui até chegar a uma exigência rigorosa: uma sílaba por letra, sem
emitir sílabas e sem repetir letras.
Contradições do silábico:
- Contradição entre o controle silábico e a quantidade mínima de letras que uma escrita deve
possuir para ser “interpretável”;
- Contradição entre a interpretação silábica e as escritas produzidas pelos adultos (que sempre
25
terão mais letras do que as que a hipótese silábica permite antecipar).
No mesmo período – embora não necessariamente ao mesmo tempo – as letras podem começar a
adquirir valores sonoros (silábicos) relativamente estáveis.
27
O período silábico-alfabético marca a transição entre os esquemas prévios em via de serem
abandonados e os esquemas futuros em vias de serem construídos.
O método não pode criar conhecimento.
É útil se perguntar através de que tipos de práticas a criança é introduzida na língua escrita e
como se apresenta o objeto no contexto escolar. Há práticas que levam a criança à convicção de
que o conhecimento é algo que os outros possuem e que só se pode obter da boca dos outros,
30
sem nunca ser participante na construção do conhecimento. Há práticas que levam a pensar que “o
que existe para se conhecer" já foi estabelecido como um conjunto de coisas fechado, sagrado,
imutável e não-modificável. Há práticas que levam a que o sujeito (a criança neste caso) fique de
“fora” do conhecimento, como espectador passivo ou receptor mecânico, sem nunca encontrar
respostas aos “porquês” aos “para quês” que já nem sequer se atreve a formular em voz alta.
Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o
processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem. São provavelmente essas práticas
31
(mais do que os métodos em si) que têm efeitos mais duráveis a longo prazo, no domínio das
língua escrita como em todos os outros.
32
Somente o conhecimento da evolução psicogenética pode nos obrigar a abandonar uma visão
adultocêntrica do processo.
Existe uma polêmica tradicional sobre a ordem em que devem ser introduzidas as atividades de
leitura e de escrita.
35 Se pensarmos que o ensino da língua escrita tem por objetivo o aprendizado de um código de
transcrição, é possível dissociar o ensino da leitura e da escrita enquanto aprendizagem de duas
técnicas diferentes, embora complementares.
A língua escrita é um objeto de uso social, com uma existência social (e não apenas escolar).
Quando as crianças vivem em um ambiente urbano, encontram escritas por toda parte (letreiros da
37
rua, vasilhames comerciais, propagandas, anúncios da tevê, etc.). No mundo circundante estão
todas as letras, não em uma ordem preestabelecida, mas com a frequência que cada uma delas
tem na escrita da língua. Todas as letras em uma grande quantidade de estilos e tipos gráficos.
Ninguém pode impedir a criança de vê-las e se ocupar delas.
38 A criança vê mais letras fora do que dentro da escola.
Do que foi dito fica claro, do nosso ponto de vista, que as mudanças necessárias para enfrentar
sobre as bases novas a alfabetização inicial não se resolve com um novo método de ensino, nem
40
com novos testes de prontidão nem com novos materiais didáticos (particularmente novos livros de
leitura).
Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age
sobre o real para fazê-lo seu.
41
Um novo método não resolve os problemas.
Os testes de prontidão também não são neutros.
18
Conteúdo: Hipóteses de escrita
Objetivos específicos:
Hipóteses de escrita
No período pré-
silábico, a criança ainda
não entende que o que a
escrita registra é a
sequência de “pedaços
sonoros” das palavras.
Num momento muito inicial,
a criança, ao distinguir
desenho de escrita,
começa a produzir
rabiscos, bolinhas e
garatujas que ainda não
são letras. À medida que
vai observando as palavras
ao seu redor (e
aprendendo a reproduzir
seu nome próprio ou outras
Exemplos de escritas de crianças com hipóteses pré-silábicas
palavras), ela passa a usar letras, mas sem
estabelecer relação entre elas e as partes orais da palavra que quer escrever. Pode, inclusive,
apresentar o que alguns estudiosos chamaram de realismo nominal, que a leva a pensar que
coisas grandes (casa, carro) seriam escritas com muitas letras, ao passo que coisas pequenas
(formiguinha, por exemplo) seriam escritas com poucas letras. Nessa longa etapa pré-silábica, sem
que os adultos lhe ensinem, a criança cria duas hipóteses absolutamente originais:
• a hipótese de quantidade mínima, segundo a qual é preciso ter no mínimo 3 (ou 2) letras
para que algo possa ser lido;
• a hipótese de variedade, ao descobrir que, para escrever palavras diferentes, é preciso
variar a quantidade e a ordem das letras que usa, assim como o próprio repertório de letras que
coloca no papel. De modo parecido, a criança passa a conceber que, no interior de uma palavra, as
letras têm que variar. A figura acima apresenta escritas pré-silábicas produzidas por diferentes
alunos, no final da educação infantil. Se pedirmos à criança que leia o que acabou de escrever,
apontando com o dedo, nessa etapa, ela geralmente não busca fazer relações entre as partes
escritas (letras, agrupamentos de letras) e as partes orais das palavras em foco.
19
No período silábico, ocorre uma revolução. A criança descobre que o que coloca no papel
tem a ver com as partes orais que pronuncia, ao falar as palavras. Mas, nessa etapa, ela acha que
as letras substituem as sílabas que pronuncia. Num momento de transição inicial, a criança ainda
não planeja, cuidadosamente, quantas e quais letras vai colocar para cada palavra, mas demonstra
que está começando a compreender que a escrita nota a pauta sonora das palavras, porque, ao ler
o que acabou de escrever, busca fazer coincidir as sílabas orais que pronuncia com as letras que
colocou no papel, de modo a não deixar que sobrem letras (no que escreveu). Esse tipo de
hipótese é ilustrado pela primeira escrita apresentada na figura abaixo. As escritas silábicas
estritas, que aparecem depois, seguem uma regra exigente: uma letra para cada sílaba
pronunciada. Tais escritas podem ser de dois tipos:
• silábicas quantitativas ou “sem valor sonoro”, nas quais a criança tende a colocar, de forma
rigorosa, uma letra para cada sílaba pronunciada, mas, na maior parte das vezes, usa letras que
não correspondem a segmentos das sílabas orais da palavra escrita. Esse tipo de escrita, que não
observamos em todas as crianças, também é ilustrado na figura 3;
• silábicas qualitativas ou “com valor sonoro”, nas quais a criança se preocupa em colocar
não só uma letra para cada sílaba da palavra que está escrevendo, mas também letras que
correspondem a sons contidos nas sílabas orais daquela palavra.
Assim, como ilustra o último tipo de escrita apresentado pela figura acima, é comum as
crianças colocarem as vogais de cada sílaba. Mas, em alguns casos, elas também podem colocar
consoantes, como P T K para peteca.
Apesar da grande evolução que conseguiu, a criança vai sofrer uma série de conflitos ao ver
que sempre escreve as palavras com menos letras do que as usadas pela professora ou por
meninos e meninas já alfabetizados. Ao tentar escrever as palavras bota e sopa, ela pode registrar
no papel, para cada palavra, apenas as vogais O A e ficar “embatucada”, diante de hipóteses que
tinha elaborado antes: como podem duas coisas diferentes serem escritas com as mesmas letras e
estas aparecerem na mesma ordem? Como pode ser palavra algo que tem tão poucas letras?
20
põe apenas uma letra para uma sílaba inteira. A figura abaixo traz exemplos de escritas silábico-
alfabéticas.
Mas, como sabemos, as crianças não começam a tentar compreender a escrita apenas
quando entram no 1º Ano; elas podem avançar muito, no final da educação infantil, se vivenciarem,
na escola, oportunidades para tal. A figura que mostra escritas de Ryan, nos meses de março,
julho e novembro, no ano em que completou cinco anos. No final do ano, Ryan já tinha alcançado
uma hipótese silábico-alfabética, antes de completar 6 anos. Como explicar tanto progresso? Ora,
sua professora, além da leitura de histórias, fazia, em sala, muitas atividades de jogos com
palavras e com cantigas e parlendas.
22
Hipóteses de escrita de uma criança nos meses de março, julho e dezembro, no último ano da Ed. Inf.
Lembramos que, numa visão construtivista, a criança precisa reconstruir em sua mente as
propriedades do SEA e que, em tal percurso, não é possível “queimar etapas”, já que um
conhecimento novo só pode surgir a partir da transformação de um conhecimento anterior. Mesmo
que a criança não revele certas subetapas (por exemplo, a hipótese silábica “sem valor sonoro” ou
“quantitativa”), não podem ocorrer saltos enormes, sem as mudanças, no modo de compreender o
SEA, que levariam mais e mais a uma escrita como as dos indivíduos já alfabetizados. Assim,
precisamos ter consciência de que uma criança pré-silábica não pode se tornar alfabética porque
lhe damos “uma aulinha”, explicando que as letras notam os fonemas ou sonzinhos das palavras.
Não é porque os adultos criam explicações sobre “abraços” de letras “amiguinhas” que a criança
vai, magicamente, da noite para o dia, mudar sua maneira de pensar. Para isso, ela precisa ser
desafiada, ser convidada a refletir sobre as palavras, observando, no interior das mesmas, as
partes orais e escritas.
MORAIS, Artur Gomes de e LEITE, Tânia Maria S.B. Rios. A escrita alfabética: por que ela é um sistema notacional e
não um código? Como as crianças dela se apropriam? In: Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à
Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : a aprendizagem do sistema de escrita alfabética :
ano 1 : unidade 3 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. --
Brasília : MEC, SEB, 2012, p. 12-17
Com adaptações realizadas por Maria Isabel Valle
23
Material de apoio:
CURTO MARUNY, L. (org.). Escrever e ler (vol. 1). Porto Alegre: Artmed, 2000
Beatriz
Ricardo
Joice
Júlia
24
Com apoio de parte do texto A escrita alfabética: por que ela é um sistema notacional e não um código? Como as crianças dela se
apropriam?, de Artur Gomes de Morais e Tânia Maria S.B. Rios Leite, preencha o quadro abaixo, em grupo:
Hipótese Pré-silábica
O que a criança sabe? Nessa hipótese quais são as Formule exemplos de escritas O que a criança precisa saber
"regras" para a escrita? Como pré-silábicas: para avançar nas hipóteses?
se caracteriza a escrita da
criança?
Hipótese Silábica
O que a criança sabe? Nessa hipótese quais são as Formule exemplos de escritas O que a criança precisa saber
"regras" para a escrita? Como silábicas: para avançar nas hipóteses?
se caracteriza a escrita da
criança?
Hipótese Silábica-alfabética
O que a criança sabe? Nessa hipótese quais são as Formule exemplos de escritas O que a criança precisa saber
"regras" para a escrita? Como silábicas-alfabéticas: para avançar nas hipóteses?
se caracteriza a escrita da
criança?
Hipótese Alfabética
O que a criança sabe? Nessa hipótese quais são as Formule exemplos de escritas O que a criança precisa saber
"regras" para a escrita? Como alfabéticas: para avançar nas hipóteses?
se caracteriza a escrita da
criança?
Bibliografia:
MORAIS, Artur Gomes de e LEITE, Tânia Maria S.B. Rios. A escrita alfabética: por que ela é um sistema notacional e não um código? Como as crianças dela se apropriam?
In: Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : a aprendizagem do sistema de escrita
alfabética : ano 1 : unidade 3 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012, p. 12-17
Conteúdo: Análise das escritas das crianças
Objetivos específicos:
O que é um Portfólio?
http://www.revistadoprofessor.com.br/site/sistema/as/artigos/59007.pdf
27
Conteúdo: Jogos na alfabetização
Objetivos específicos:
Dinâmica de leitura:
NÃO REPITA A INFORMAÇÃO
b) Ao término da leitura, o professor solicitará que cada aluno da turma fale uma
informação do texto;
c) A cada nova informação o grupo debaterá questões relevantes sobre o tema proposto
pelo colega.
Fonte: Livro Dinâmicas para sala de aula, de Mary Rangel, com adaptações realizadas pela
professora Maria Isabel Valle
28
Por que jogos na alfabetização?
Muitos estudiosos, como Quintiliano, Erasmo, Rabelais, Fröebel, em diferentes
épocas, têm defendido a ideia de que precisamos promover um ensino mais lúdico e
“criativo”, surgindo, assim, a noção de “brinquedo educativo”. A esse respeito, Kishimoto
(2003, p. 36), mostra-nos que:
O brinquedo educativo data dos tempos do Renascimento, mas ganha força com a
expansão da Educação Infantil [...]. Entendido como recurso que ensina,
desenvolve e educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo materializa-se no
quebra-cabeça, destinado a ensinar formas ou cores, nos brinquedos de tabuleiro
que exigem a compreensão do número e das operações matemáticas, nos
brinquedos de encaixe, que trabalham noções de sequência, de tamanho e de
forma, nos múltiplos brinquedos e brincadeiras cuja concepção exigiu um olhar para
o desenvolvimento infantil e materialização da função psicopedagógica: móbiles
destinados à percepção visual, sonora ou motora; carrinhos munidos de pinos que
se encaixam para desenvolver a coordenação motora, parlendas para a expressão
da linguagem, brincadeiras envolvendo músicas, danças, expressão motora, gráfica
e simbólica.
29
com outros que ele introduzirá, ajudam a transformar a língua num objeto de atenção... e
reflexão.
Como defendem Debyser (1991) e Vever (1991), entendemos que os “jogos de
linguagem”, tão frequentes nas mais variadas culturas, permitem introduzir, na sala de
aula, um espaço de prazer e de ampliação da capacidade humana de lidar com a
linguagem, numa dimensão estética, gráfica e sonora. Vever (1991), ao enfocar
especificamente os “jogos com palavras”, observa que este tipo de atividade tem uma
essência de materialidade lúdica. Tal materialidade, segundo o autor,
...torna os signos palpáveis: nos damos conta de que as palavras não são feitas
apenas de fonemas e grafemas, mas de sons e de letras e que estes sons e estas
letras dialogam de uma palavra a outra, em correspondências tão polifônicas, que
os sentidos acabam sempre misturando-se e embaralhando-se. ... Brincar com as
palavras torna-se, então, jogar com a substância da expressão: sons, letras,
sílabas, rimas... e com os acidentes de forma e de sentido que esta manipulação
encerra (VEVER, 1991, p. 27).
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Questão para reflexão e, em seguida, debate:
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Atenção!!!
Esse é apenas um exercício para revermos o que as crianças pensam
quando constroem a escrita. Não é adequado rotular os jogos e permitir
que somente crianças de determinada hipótese participem da atividade
lúdica... Não!
Por exemplo, os jogos que auxiliam as crianças que estão na hipótese
pré-silábica podem, perfeitamente, ser utilizados por uma criança
alfabética. Entretanto, o inverso pode não ser verdadeiro. Ou seja,
dependendo do objetivo proposto para o jogo, uma criança que esteja
na fase pré-silábica da construção da escrita, pode não ter os
conhecimentos mínimos necessários à execução do jogo.
Então, mãos à obra!
31
Títulos dos Hipóteses de escrita
Tipo de Jogo Objetivos jogos que consiga executar
o jogo
Jogos de - Compreender que, para aprender a escrever, é preciso refletir sobre os sons e não apenas Trinca mágica
análise sobre os significados das palavras.
fonológica - Compreender que as palavras são formadas por unidades sonoras menores. Batalha de
- Desenvolver a consciência fonológica, por meio da exploração dos sons iniciais das palavras
palavras (aliteração) ou finais (rimas).
- Comparar as palavras quanto às semelhanças e diferenças sonoras. Bingo dos
- Perceber que palavras diferentes possuem partes sonoras iguais. sons iniciais
- Identificar a sílaba como unidade fonológica.
- Segmentar palavras em sílabas. Caça rimas
- Comparar palavras quanto ao tamanho, por meio da contagem do número de sílabas.
Dado sonoro
Jogos de - Compreender que a escrita nota (representa) a pauta sonora, embora nem todas as
reflexão sobre os propriedades da fala possam ser representadas pela escrita. Mais uma
princípios que - Conhecer as letras do alfabeto e seus nomes.
regem o - Compreender que as palavras são compostas por sílabas e que é preciso registrar cada
sistema uma delas. Troca letras
alfabético - Compreender que as sílabas são formadas por unidades menores.
- Compreender que, a cada fonema, corresponde a uma letra ou a um conjunto de letras
(dígrafos), embora tais correspondências não sejam perfeitas, pois são regidas também pela Bingo da letra
norma ortográfica. inicial
- Compreender que as sílabas variam quanto à composição e número de letras.
- Compreender que, em cada sílaba, há ao menos uma vogal.
- Compreender que a ordem em que os fonemas são pronunciados corresponde à ordem em Palavra
que as letras são registradas no papel, obedecendo, geralmente, ao sentido esquerda – dentro de
direita. palavra
- Comparar palavras quanto às semelhanças gráficas e sonoras, às letras utilizadas, à ordem
de aparição delas.
Jogos de - Consolidar as correspondências grafofônicas, conhecendo todas as letras e suas Quem
consolidação das correspondências sonoras. escreve sou
correspondências - Ler e escrever palavras com fluência, mobilizando, com rapidez, o repertório de eu
grafofônicas correspondências grafofônicas já construído.
Fonte: Jogos de alfabetização - Material Didático - CEEL - Ministério da Educação (adaptação professora Maria Isabel Valle)
Hora de brincar!!!
http://roliveirafavero.blogspot.com.br/2012/
10/jogos-de-alfabetizacaobingo-dos-
sons.html, capturado em 17/10/14
BINGO DOS SONS INICIAIS
META DO JOGO:
VENCE O JOGO QUEM PRIMEIRO COMPLETAR A SUA CARTELA, MARCANDO
TODAS AS FIGURAS.
COMPONENTES:
- 15 CARTELAS, CADA UMA COM SEIS FIGURAS DEVIDAMENTE NOMEADAS (POR
ESCRITO).
REGRAS:
- CADA JOGADOR OU DUPLA DE JOGADORES RECEBE UMA CARTELA.
Professorando...
Como foi essa experiência de brincar
com o Bingo dos sons iniciais? Como
você se sentiu?
______________________________
______________________________
______________________________
http://atividadespedagogicasprofgracilene.blogspot.com.br/2012/06/bingo-dos-sons-iniciais-
alfabetizacao.html, capturado em 17/10/14
______________________________
______________________________
Conheça os outros jogos que
______________________________
compõem a caixa 10 jogos.
33
Conteúdo: Organização da segunda visita à escola
Objetivos específicos:
http://ideiaped.blogspot.com.br/2011/03/planejamento-sim-sempre.html,
capturado em 17/10/14
34
Roteiro das atividades
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Sondagem /
diagnóstico _______________________________________________________________________
de escrita _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Atividade de _______________________________________________________________________
escrita _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Atividade _______________________________________________________________________
psicomotora
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Avaliação _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Desenvolvimento
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
36
Avaliação das atividades desenvolvidas na escola
Grupo: _______________________________________
___________________________________________
http://era.org.br/2012/09/os-dois-lados-da-
moeda-aspectos-a-serem-considerados-nos-
grupos-de-trabalho, capturada em 03/10/14
Vocês acham que o trabalho desenvolvido no dia de hoje é igual ao Estágio Supervisionado que
cumprem nas escolas? Por quê?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
O que sentiu quando viu as crianças escrevendo, demonstrando suas hipóteses de escrita,
conforme havia estudado em sala de aula?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Ter seu professor formador junto de vocês durante a atividade faz alguma diferença ou é a
mesma coisa que as aulas práticas do Estágio? Por quê?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Destaquem:
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______________________________________________________________________
37
Conteúdo: Análise das escritas das crianças
Objetivos específicos:
Com os textos, material de apoio e o quadro construído, analise, em grupo, as escritas das
crianças realizadas na escola municipal na segunda visita.
Descubra qual é a hipótese de escrita que mais se aproxima das ideias das crianças,
compare as escritas anteriores e organize o portfólio.
O que você observaram? Houve mudanças nas escritas das crianças? Quais?
http://www.akids.com.br/index.php/post/entenda-os-
transtornos-de-aprendizagem-57, capturado 22/10/14
38
Conteúdo: Projeto Trilhas
Objetivos específicos:
http://portacurtas.org.br/filme/?name=vida_maria,
Que alfabetização queremos
para as crianças?
capturado em 22/10/14
Assista o vídeo VIDA MARIA e
reflita com o grupo qual deve ser
o papel da alfabetização da vida
das pessoas...
http://bagaceiratalhada.com.br/resenha-
vida-maria/, capturado em 22/10/14
https://www.youtube.com/watch?v
=zHQqpI_522M
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__________________________________________________________________
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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39
O Projeto Trilhas é composto por materiais que aproximam os alunos da literatura
infantil para aquisição da leitura e da escrita. Não será a solução para atingirmos a
alfabetização que queremos, mas pode ajudar o professor que queira iniciar uma prática
diferenciada com seus alunos.
http://www.portaltrilhas.org.br/download/biblioteca/
caderno-de-orientacoes-historias-com-
acumulacao.pdf
40
Vivências das atividades 1 e 2 sugeridas no Caderno de
Orientação Histórias de acumulação:
41
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - página 08
42
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - página 09
43
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - página 10
44
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - página 11
45
Agora que já vivenciou duas atividades propostas, em grupo, dinamize uma
atividade com os colegas da turma mostrando as possibilidades de levar o
aluno à reflexão do sistema alfabético através das propostas.
http://www.portaltrilhas.org.br/, acessado
em 22/10/14
Após a aplicação de todas as atividades...
Registre aqui como foram as vivências realizadas por seu(a) professor(a), pelo seu
grupo e pelos colegas da turma.
O que você achou das propostas de atividade?
Qual achou mais interessante? Por quê?
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46
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - páginas 12 e 13
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - páginas 14 e 15
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - páginas 16 e 17
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - páginas 18 e 19
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - páginas 20 e 21
Fonte: Projeto Trilhas - Caderno de Orientações Histórias de acumulação - páginas 22 e 23
Hora de brincar!!!
Conheça um dos jogos sugeridos no Projeto Trilhas
http://undime-sc.org.br/download/projeto-
Materiais para uso na sala de aula trilhas/, acessado em 23/10/14
Lista de jogos
Jogo: Mercado
Jogo: Descubra o invasor
Jogo: Batalha dos nomes
Jogo: Passo a passo
Jogo: Bichos malucos
Jogo: Rimas
Jogo: Nomes escondidos
Jogo: Que brinquedo é esse?
Jogo: Contrários
Jogo: Agrupando imagens
http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html, capturado
23/10/14
http://undime-sc.org.br/download/projeto-
trilhas/, acessado em 23/10/14
54
Esse conjunto de materiais está disponível no Portal Trilhas
(www.portaltrilhas.org.br) e pode ser acessado pelos usuários. Basta cadastrar-se
seguindo as instruções do site. Veja a lista dos materiais da biblioteca:
Cadastre-se!
Objetivos específicos:
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Roteiro das atividades
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Sondagem /
diagnóstico _______________________________________________________________________
de escrita _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Atividade de _______________________________________________________________________
escrita _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Atividade _______________________________________________________________________
psicomotora
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Avaliação _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Desenvolvimento
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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Conteúdo: Análise das escritas das crianças
Objetivos específicos:
http://www.escolainteracao.com.br/por-que-reescritas/,
capturado em 23/10/14
Observe e registre:
O que aconteceu com as escritas das crianças durante o ano letivo?
Como você analise a evolução das escritas?
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Portal Trilhas - www.portaltrilhas.org.br - MATERIAIS DIDÁTICOS, capturado em 23/10/14
Conteúdo: Encontro com professores alfabetizadores
Objetivos específicos:
Após o encontro...
Registre aqui o que aprendeu no encontro com os professores alfabetizadores:
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______________________________________________________________________________________
61
Conteúdo: Diagnose final: Alfabetização
Objetivos específicos:
comparar os conhecimentos atuais dos alunos sobre a alfabetização
com os apresentados no início do ano letivo;
analisar em que medida o Laboratório contribuiu na formação do
professor alfabetizador.
Diagnose final
ALFABETIZAÇÃO
Para você, o que é alfabetizar?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Se você tivesse de assumir uma turma de alfabetização hoje, como professor(a) regente, o
que faria para alfabetizar seus alunos? Justifique suas escolhas.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
62
Bibliografia:
CURTO MARUNY, Lluís. (org.). Escrever e ler (vol. 1). Porto Alegre: Artmed, 2000
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. IDEM. A importância do ato de ler: em três
artigos que se completam. 51 ed. São Paulo: Cortez, 2011
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 4ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-Book, 1995.
MORAIS, Artur Gomes de e LEITE, Tânia Maria S.B. Rios. A escrita alfabética: por que ela
é um sistema notacional e não um código? Como as crianças dela se apropriam? In:
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto
nacional pela alfabetização na idade certa : a aprendizagem do sistema de escrita
alfabética : ano 1 : unidade 3 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012, p. 12-17.
NÓVOA, António. Nada substitui um bom professor: propostas para uma revolução no
campo da formação de professores. In.: GATTI, Bernardete Angelina (org). Por uma
política nacional de formação de professores. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
RANGEL, Mary. Dinâmicas de leitura para sala de aula. 4 ed. Petrópolis-RJ: Vozes,
2006.
TRILHAS, Projeto. Caderno de jogos. São Paulo, SP: Ministério da Educação, 2011b.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
63