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C U R S O

ENSINO-APRENDIZAGEM

ONLIFE
COMO ROBUSTECER A SUA AUTONOMIA DIGITAL

CURADOR @TALVACY

1ª EDIÇÃO
Informações
sobre a 1ª Edição
do curso:

Junho 2020
Alguns depoimentos de quem
participou da 1ª edição
do curso:

O conhecimento de
novas plataformas digitais
me deu um leque
de opções para
aguçar minha criatividade
na elaboração das
aulas remotas
(Ellen Karolyne)

O curso chegou como providência divina


em minha vida. Numa fase de mudanças e
transições, o medo imperava por me sentir
sem saber o que fazer e como interagir
nesse novo ambiente.
Hoje, posso dizer que 80% do que aprendi
e que me ajudou a jogar o medo para
longe foi graças a esse curso.
(Jéssica Souza)

O curso foi um divisor


de águas para a minha
experiência no novo
ambiente de aulas
onlife.
(Nayara Lima)
O curso ‘robusteceu’
a minha autonomia digital,
trouxe um respiro para
minhas aulas e alimentou
o meu conhecimento.
(Daniele Ramalho)

O curso veio despertar


uma prática docente inovadora
e eficaz, nos dando a certeza que
o aprendizado ONLIFE
pode ser mais eficaz que o
presencial.
(Ledjane Viana)

“A metodologia
impecável, o
material riquíssimo
e a troca de
experiência foi muito
enriquecedora.”
(Jéssica Gama)
A interação foi fundamental
para o aprofundamento e
aperfeiçoamento dos temas
apresentados
(Jorgiana Fernandes)

Aula dinâmica de fácil


compreensão e com
exemplos práticos
para melhoria da minha
autonomia digital
(Elisângela Tôrres)

O curso foi muito


significativo para o
meu crescimento
profissional,
acredito que todo
aprendizado será
utilizado com os
meus alunos
(Larissa Rebouças)

“A metodologia do curso
foi maravilhosa,
essa modalidade
de aula invertida se
mostrou muito eficiente
e eficaz, proporciona
uma maior interação”
(Andréia Lílian).
Sumário
Introdução.......................................7

Objetivo do curso..........................14

Conteúdo programático................15

Metodologia...................................18

UNIDADE I.......................................21

I nt r oduç ão e t eor i a da Apr endi z agem em Rede

UNIDADE II ...................................38

Pr epar ando o apr endi z par a o ONLI FE

UNIDADE III....................................49

Como pl anej ar e apl i c ar o ens i no ONLI FE

UNIDADE IV....................................62

Ens i no- apr endi z agem onl i f e f oc ado no es t udant e

UNIDADE V.....................................75

Aval i aç ão onl i ne e Redes de Apr endi z agem


Pes s oal ( RAP)

Sí nt es e das mel hor es pl at af or mas e f er r ament as


di gi t ai s

Referência bibliográfica................92
Introdução
As inquietações, medos, desafios e esperanças que muitos
estudantes e professores estão sentindo neste período de
pandemia, com a passagem brusca do modelo
convencional para o modelo “onlife”[1] (online e off-line)
de ensino-aprendizagem, são as inquietações, medos e
desafios que me acompanham desde o início do milênio.

Por essa razão, escolhi como objeto de


p e s q u is a n o m e u d o u t o r a d o , c o n c l u í d o e m
2019, estudar e compreender as
transformações paradigmáticas
c o n d ic io n a d a s p e l a s n o v a s t e c n o l o g i a s d e
c o m u n ic a ç ã o e i n f o r m a ç ã o n o p r o c e s s o d e
a p r e n d iz a g e m d o s e s t u d a n t e s d a e r a d a
c u l t u r a d ig it a l .

Antes da pandemia, a educação “onlife” era


o p c io n a l . H o j e , e l a s e t o r n o u o b r i g a t ó r i a
para educandos e educadores continuarem
avançando em seus projetos acadêmicos já
que, até o momento, ninguém tem
respostas exatas por quanto tempo
s e g u ir e m o s nessa modalidade de
d i s t a n c ia m e n t o s o c i a l .

E m a is , in d e p e n d e n t e d e p a n d e m i a , em
breve, o Enem, as provas de concursos, as
nossas especializações, quase todas as
etapas de ensino-aprendizagem serão na
m o d a l id a d e “ o n l i f e ” .
A m o d a l id a d e “ o n l i f e ” d e
ensino-aprendizagem ganha
s e n t id o q u a n d o d e r r u b a m o s a s
f r o n t e ir a s e n t r e a e d u c a ç ã o
o n l i n e e o f f l in e . E s t e m o d e l o
supera aquele do ensino híbrido
(Blended Learning), porque
n e s t e p e r ío d o d e d i s t a n c i a m e n t o
s o c i a l , o e n s in o h í b r i d o n ã o é
p e r m it id o r e a l i z a r .

O que caracteriza o ensino


h í b r id o é a m o d a l i d a d e
s e m ip r e s e n c ia l , n a q u a l o s
estudantes acessam as
t e m á t ic a s n a s p l a t a f o r m a s
d i g i t a is e a s d i s c u t e m
p r e s e n c ia l m e n t e e m s a l a d e
aula, na companhia dos seus
professores.

Porém, antes de adotarmos


o p a r a d ig m a “ o n l i f e ” d e e d u c a ç ã o ,
é p r e c is o q u e b r a r , a l é m d a s b a r r e i r a s
m e n t a is , a q u e l a s f í s i c a s e g e o g r á f i c a s ,
q u a n d o a f ir m á v a m o s q u e o o n l i n e e o f f l i n e
s e r i a m d o is e s p a ç o s s e p a r a d o s e d i v e r s o s .
Ou como comumente dizemos que a
r e a l id a d e o n l in e , v i r t u a l , é m e n o s r e a l o u
m e n o s im p o r t a n t e d o q u e a r e a l i d a d e
o f f l in e , f ís ic a . O o n l i n e e o f f l i n e n ã o s ã o
d u a s d im e n s õ e s d i s t i n t a s , m a s s e
compenetram/complementam.
O b v ia m e n t e , p a r a q u e m n a s c e u
n a e r a p r é - m íd i a s d i g i t a i s e p a r a q u e m
ainda não tem acesso à internet, fazer
d i s t in ç ã o e n t r e o o n l i n e e o o f f l i n e é a l g o
c o m p r e e n s ív e l .
T o d a v ia , p a r a a s c r i a n ç a s ,
adolescentes e jovens que nasceram e
c r e s c e r a m im e r s o s n a c u l t u r a d i g i t a l ,
aprender na realidade online
é tão natural quanto
n a r e a l id a d e o f f l i n e .

Desse modo, se a barreira


entre a realidade física e virtual
caiu (ou está caindo), então
não faz sentido diferenciar
a aprendizagem online do offline.

Até mesmo as escolas


mais analógicas
já experienciam o “onlife”, pois,
embora os seus professores
não utilizem plataformas digitais
em sala de aula,
muitos deles dependem
da internet e de ferramentas
digitais para planejar e elaborar
suas atividades de docência.
P a r a o s o c ió l o g o c a t a l ã o M a n u e l C a s t e l l s
(2016), no atual contexto educacional,
u m d o s m a io r e s d e s a f i o s é a e x i s t ê n c i a
de uma contradição entre a cultura
d a a u t o n o m ia d i g i t a l d o s a p r e n d i z e s e a
p e d a g o g ia d e e n s i n o e s t a b e l e c i d a a t r a v é s
das formas verticais e burocráticas das
escolas.

E l e r e f o r ç a e s s e p e n s a m e n to e m u m a
e n t r e v is t a f e it a p a r a a “ F r o n t e i r a s d o
Pensamento” em 2015:
“O mundo da aprendizagem dos jovens e dos
estudantes se divide cada vez mais em duas
partes: na escola, para que te dêem o
diploma, e na internet, com grupos informais
para aprender de verdade.
Essa dicotomia continuará até que haja uma
reforma profunda na escola”
(Fronteiras do Pensamento, 2015 [YouTube]).
Nessa perspectiva, questionamo-nos: será
que os aprendizes dispõem da autonomia
digital s u f ic i e n t e para “aprender de
verdade” no complexo emaranhamento das
redes de aprendizagem online?

Na atual era digital, um dos principais


o b j e t iv o s d a s i n s t i t u i ç õ e s d e e n s i n o é
fomentar a cultura da autonomia digital
dos seus aprendizes, que, em outras
p a l a v r a s , s ig n i f i c a e d u c a r p a r a a f o r m a ç ã o
d a c o n s c iê n c ia c r í t i c a e r e f l e x i v a , a f i m d e
i d e n t if ic a r e m o s p o s s í v e is c o n f l i t o s d e
interesses que estão implícitos ou explícitos
em cada plataforma ou conteúdo disponível
n o e s p a ç o d ig i t a l .

P o r is s o , a l é m d e e n t r e g a r f e r r a m e n t a s
d i g i t a is p a r a o s a p r e n d i z e s , é f u n d a m e n t a l
g a r a n t ir - l h e s u m m í n i m o d e e s p í r i t o c r í t i c o
para poder saber separar com autonomia
os “anjos e demônios” que sobrevoam no
e s p a ç o d ig it a l .

E s s a c a p a c id a d e d e s e p a r a r “ a n j o ” d e
“ d e m ô n io ” , “ j o i o ” d e “ t r i g o ” s ó a c o n t e c e
quando empoderarmos digitalmente os
a p r e n d iz e s e fomentarmos neles a
c o n s c iê n c ia sobre o potencial
transformador das mídias digitais.

“Empoderados, eles podem de fato acessar


inúmeras oportunidades para criar soluções
para problemas sociais, melhorar suas vidas
e o c o l e t iv o ” ( P I N H E I R O , 2 0 16 , p a r a . 4 ) .

11
Certamente, se você procurou este curso é
porque quer empoderar-se, quer revisões
operacionais e pedagógicas na sua prática
de ensino-aprendizagem. Se você está aqui é
porque percebeu que as t e c n o lo g i a s
interativas estão moldando os processos
educacionais.
C o m o r e z a m o s p e n s a d o r e s d a E s c o la d e
Toronto, “mudou a mídia, mudou a sociedade”
(McLuham, 1964), isto é, o homem cria as
tecnologias e as tecnologias recriam o homem,
remodelam as formas de aprender, de fazer e
de administrar os bens e serviços.

Em cada revolução cultural midiática, surgem


modelos novos de aprendizagem. Com a
transformação digital em curso, dizem Santos
e Barros (2008, p. 9), “[...] o computador aguça
a c u r i o s i d a d e d o e d u c a n d o , li b e r a s u a
criatividade, amplia a comunicação e torna o
processo ensino-aprendizagem mais ativo,
autodirigido, carregado de significado”.

Todavia, em um país extremamente desigual


como o Brasil, vários fatores sociais e
econômicos dificultam o robustecimento da
autonomia digital na comunidade acadêmica:
f a l t a d e i n f r a e s t r u t u r a t e c n o ló g i c a , a u s ê n c i a
d e i n t e r n e t b a n d a l a r g a , f a l t a d e lo g í s t i c a e
apoio técnico, carência de h a b i li d a d e
tecnológica e pedagógica dos professores
para importar com êxito as mídias interativas
em suas práticas pedagógicas cotidianas,
entre outros fatores.

12
Por isso, diante desse contexto social e
cultural, ao transferir inesperadamente de
um convencional modelo para um outro
radicalmente novo, é natural que educando e
educador estejam rodeados de incertezas e
q u e s t i o n a m e n t o s , c o m o p o r e x e m p lo :
Quais são,
objetivamente,
os primeiros passos
para aderirmos com
convicção ao Quais são
ensino-aprendizagem os maiores
onlife? desafios
do ensino-
aprendizagem
onlife?

Quais são
os recursos
e habilidades
necessários para Como manter
ensinar e aprender o estudante
no ambiente onlife? interessado
e engajado
por meio da
Como avaliar interação via
o estudante plataformas
e quais são as digitais?
melhores práticas
de feedback na
educação
onlife?

13
OBJETIVO Ajudar estudantes
e professores a
DO conhecer melhor
CURSO a complexidade
do ambiente “onlife”,
oferecendo vias para
acessar e gerenciar
os melhores recursos
e plataformas online
de ensino-
aprendizagem,
em vista de robustecer
a autonomia digital da
comunidade acadêmica.

Sem pergunta não há


PERGUNTA
projeto, além de
corrermos o risco de PROBLEMA
correr e não chegar a
lugar nenhum. Entre
muitas perguntas que
precisam ser
urgentemente
respondidas neste
período de transição, a
Pergunta Problema que
buscaremos responder ao
longo do curso é:
Como robustecer a
Autonomia Digital da
ComunidadeAcadêmica?

CONTRIBUIÇÃO
A consci ênci a de que a
t ransi ção para ensi no-
PARA O PERFIL aprendi zagem “ onl i fe” hí bri do, é
DO EGRESSO i rreversí vel .

A consci ênci a de que passar do


anal ógi co para o ensi no-
aprendi zagem onl i ne si gni fi ca
rei nvent ar a pedagogi a de
ensi no, com novas l i nguagens,
mét odos e processos.

Descobri r e apl i car novas


compet ênci as t ecno-
pedagógi cas di gi t ai s para
ampl i ar as front ei ras do
ensi no-aprendi zagem onl i fe.
14
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

UNIDADE I
Introdução e Teoria da Aprendizagem em Rede

A Teoria do Conectivismo no ensino-aprendizagem;


Níveis de autonomia digital dos aprendizes;

UNIDADE II
Preparando o aprendiz para o ONLIFE

Preparando o educando e educador para aprender e


ensinar no ambiente digital;
Alfabetização digital versus analfabetismo e
desigualdade digital;

UNIDADE III
Como planejar e aplicar o ensino ONLIFE

Como planejar o ensino onlife;


Ensino-aprendizagem sincrônica e assincrônica;
Como dar uma aula online interativa.

UNIDADE IV
Ensino-aprendizagem onlife focado no estudante

Estudante fazedor do seu próprio percurso de


aprendizagem
Segurança e suporte online aos estudantes

UNIDADE V
A v a l ia ç ã o o n l i n e e R e d e s d e A p r e n d i z a g e m
Pessoal (RAP)

Plataformas digitais para avaliação e feedback


Criando sua Rede de Aprendizagem Pessoal (RAP)
Síntese dos melhores recursos digitais para a
educação
15
DIÁRIO DO CURSO

16
17
M e t o d o l o g ia
A u d io e v id e o a u l a síncrona
(Google Meet) e assíncrona
(Classroom do Google e grupo do
WhatsApp);
C o m p a r t il h a m e n t o d e c o n t e ú d o
em formatos variados no
WhatsApp e Classroom;
Uso de formulários e
g a m if ic a ç ã o online para
enquetes e feedback
L e i t u r a , d iá l o g o , c o m e n t á r i o s ,
p r o v o c a ç õ e s e i n t e r c â m b io n o
grupo do WhatsApp e Classroom
das melhores práticas
p e d a g ó g ic a s e r e c u r s o s d i g i t a i s
na educação.
18

Orientações para a
interação online
dos membros do curso
I. Focar exclusivamente no objetivo do curso: ajudar
estudantes e professores a aprender e lecionar com
mais autonomia no ambiente digital;
II. Não será bem-vindo nenhum conteúdo, comentário,
pergunta, imagem, vídeo, crença, propaganda
comercial, etc. que não tenha vínculo com a temática
do curso;
III. Será bem-vindo todo e qualquer conteúdo,
comentário, experiências, dúvidas, vídeos tutoriais,
artigos, reflexões, imagens, memes, práticas
pedagógicas, links, que venham agregar conhecimento
ao objetivo do nosso curso;
IV. Antes de publicar qualquer coisa, leia e releia
com atenção, somente depois publique seu
comentário, pergunta, dúvida, sugestão, de forma
clara e objetiva. Nada de escrever texto longo.
Lembre-se que é um espaço de diálogo, conversa,
não de monólogo.
V. Critique a ideia, não a pessoa - e seja educado
ao fazê-la;
VI. Não escreva uma resposta que você não diria
presencialmente, olho no olho;
VII. Caso você veja um comentário ou qualquer
outro conteúdo que seja ofensivo e viole o
objetivo do curso, por favor entre em contato
pessoal com o curador do curso pelo número do
WhatsApp (84) 99668-3426.

Otimizando o seu
tempo no curso

De segunda à quinta:

- Leitura dinâmica do tema do dia:


5-10 minutos;
- Responder a pergunta-problema do dia:
5-10 minutos;
- Leitura dos comentários e interação nas
discussões do grupo de Whatsapp:
10-15 minutos;
- Assistir tutoriais sugeridos pelo curso
para ter ciência da existência de novos
recursos técnicos e assim desenvolver
novas habilidades tecno-pedagógicas no
Ensino-Aprendizagem Onlife:
10-15 minutos.
19
S e x t a s - f e ir a s :
- Para quem se interessar, 20h teremos aula
s i n c r ô n ic a n o G o o g l e M e e t . N e l a f a r e m o s u m a
síntese c r ít i c a - r e f l e x i v a do que foi
p r o b l e m a t iz a d o d u r a n t e a s e m a n a . N a o c a s i ã o ,
o u v ir e m o s c o m e n t á r i o s , s u g e s t õ e s e a v a l i a ç ã o
d o s a p r e n d iz e s s o b r e a s e m a n a e , p o r ú l t i m o ,
apresentaremos a temática da semana
s e g u in t e : 4 0 a 5 0 m i n u t o s ;
C e r t if ic a ç ã o :
- 5 0 m in u t o s d i á r i o s m u l t i p l i c a d o s p o r 2 1 d i a s
ú t e i s l e t iv o s c o r r e s p o n d e m a 2 1 h o r a s a u l a .
Portanto, se você aplica de segunda à sexta,
entre 40 a 50 minutos do seu tempo, no final
v o c ê s e c e r t if i c a d e t e r i n v e s t i d o 2 1 h o r a s n o
curso.
Para quem se interessar, no final do curso a
p a r ó q u ia d e A p o d i e m i t i r á u m C e r t i f i c a d o
Digital de participação.

20
UNIDADE I
Introdução e Teoria da
Aprendizagem em Rede

1º Dia: A da Teoria do Conectivismo no Ensino-


Aprendizagem Onlife

“A formação técnico-científica de que urgentemente


precisamos é muito mais do que puro treinamento ou
adestramento para o uso de procedimentos
tecnológicos” (Paulo Freire)

A teoria do conectivismo se insere dentro de


uma coleção de teorias sobre o ensino-
aprendizagem. De cada uma delas, podemos
extrair elementos teóricos que fundamentam as
nossas práticas pedagógicas.
O conectivismo se desabrocha no início do
milênio, para representar uma nova forma de
ensino-aprendizagem que emergia na
“ambiência” das redes digitais.

Algumas teorias de Ensino-Aprendizagem

A teoria do conectivismo se fundamenta no


processo de criação de padrões específicos e
r e u t i l i z á v e i s d e c o n e x õ e s e n t r e t e c n o lo g i a ,
pessoas e informações e, em seguida, na
navegação bem-sucedida dessas redes de
conexões em uma variedade de situações
formais e informais.

21
O conectivismo vê o aprendizado não como
dependente de um local, pessoa (s) ou tempo
e s p e c í f i c o , m a s c o m o u m a a ç ã o i li m i t a d a e m
uma rede distribuída. É o que comumente
chamamos de “Aprendizado em Rede”.

Outro exemplo prático


desse aprendizado em
rede é a própria
realização da 1ª edição
deste curso.

Somos 150 aprendizes de


dezenas de cidades de
Estados diferentes e
cada um participa do
curso sem sair de suas
casas.
No curso vivemos a experiência de
a p r e n d i z a g e m u b í q u a e d e s c e n t r a li z a d a . A s
diversas plataformas digitais derrubam os muros
das escolas e universidades, as barreiras
g e o g r á f i c a s e t e m p o r a i s s e d i lu e m . N ã o i m p o r t a
se é no sítio ou na cidade, se é manhã, tarde ou
noite, você, com um celular conectado na mão,
p o d e f a z e r q u a l q u e r c u r s o e a p r e n d e r q u a lq u e r
coisa.

Nessa perspectiva, corrobora Couto (2013, p. 2),


com os meios de comunicação ubíquos e
descentralizados, passamos de uma
aprendizagem sem lugar, tempo e fontes
específicas de conhecimento, para um
conhecimento contínuo e interativo.

22
O p r o c e s s o d e a p r e n d i z a g e m , n a c u lt u r a d i g i t a l,
fica bem mais rico, participativo e contínuo,
porque, “onde há pessoas conectadas, têm ensino
e aprendizagem mediados por t e c n o lo g i a s
d i g i t a i s ” . C o m a a u t o n o m i a d o a c e s s o a o p o lo
emissor do conhecimento, o espaço formal de
e n s i n o - a p r e n d i z a g e m t o r n a -s e c a d a v e z m a i s
obsoleto. Como explica o autor:
O professor não é mais aquele que transmite um
determinado saber pronto. Ser professor na
cultura digital implica coordenar, orientar,
incentivar a aprendizagem colaborativa cada vez
mais personalizada. Não se trata mais de uma
mesma tarefa para todos num determinado espaço
e tempo. O professor agora é aquele que coordena
as atividades em torno de algum problema ou de
determinados problemas (Couto, 2013, p. 2).

Na terceira parte do livro “A Comunicação na


Educação”, Martín-Barbero (2014) argumenta que
a reconfiguração das instituições de ensino, na
era digital, dá-se a partir da perspectiva da
descentralização do saber.

A t r e l a d o a i s s o , h á , t a m b é m , a d e s lo c a li z a ç ã o e a
destemporalização da aprendizagem, que
s u b s t i t u e m a c e n t r a l i d a d e e a li n e a r i d a d e
t r a d i c i o n a l d o p r o c e s s o d e e n s i n o -a p r e n d i z a g e m .
P a r a o m e n c i o n a d o a u t o r , o n o v o v i é s p e lo q u a l o
conhecimento é transmitido, não i m p li c a
n e c e s s a r i a m e n t e n o d e s a p a r e c i m e n t o d a e s c o la ,
mas na sua transformação para atuar no
a m b i e n t e t e c n o - c o m u n i c a t i v o d o s s a b e r e s -s e m -
lugar-próprio.

Portanto, para a Teoria Conectivista, o professor


atua como um curador e guia para motivar, criar,
gerenciar e ativar as redes de aprendizado de
maneira apropriada e eficaz para cada aprendiz.
Ele também busca minimizar os efeitos das
nossas limitações e dificuldades no uso da rede,
aprimorando nossas habilidades digitais em todas
as etapas do nosso aprendizado.

23
Escolha uma das questões abaixo e compartilhe sua resposta:

1. Qual a relevância do “Aprendizado em Rede” para o seu


ensino e/ou aprendizado?

2. Conforme reza o texto de hoje, quais são as suas


experiências de ensino e aprendizado nos moldes da Teoria
Conectivista/Aprendizado em Rede?
Obs.: Ao longo do curso, paralelo à temática do dia,
elaboramos algumas enquetes usando ferramentas online,
para aquecer a diálogo em torno do tema. Abaixo a
primeira enquete feita no formulário do Google:
Iniciamos o curso de olho na Teoria da Aprendizagem em
Rede (Teoria Conectivista). Qual a sua identificação com
a filosofia da aprendizagem conectada (connected
learning)?
Das opções abaixo, qual a sua melhor maneira de
aprender?
a) Interagindo em redes de pessoas, tecnologias e
especialistas dentro e fora do ambiente digital,
formal e informalmente;
b) Por meios de descobertas, guiado por um
especialista;
c) Aprendo com outras pessoas em pequenos grupos,
facilitado por um especialista;
d) Aprendo passivamente, orientado por um especialista.

24
2º Dia
Níveis de autonomia no Acesso, Gestão
e Criação de conteúdos digitais
Quer relatar a história da escola do seu bairro e
publicá-la na Internet? Deseja escrever, na Wikipédia
ou no seu Blog, um artigo sobre o primeiro prefeito
da sua cidade? Transmitir, ao vivo, o seu aniversário
ou uma manifestação contra o seu vereador?
Realizar um download da sua música preferida? Quer
saber o que significa “tecnologia” na Enciclopédia
Britânica online? Pesquisar a história das religiões,
do seu time de futebol ou da raça do seu animal de
estimação? Quer jogar xadrez, dirigir um carro de 30
cilindradas, bater um papo com seus amigos e
familiares na rede, comprar, conhecer o mundo no
Google Earth, rezar, estudar, namorar ou assistir ao
seu último seriado preferido?

1 . A u t o n o m ia n o A c e s s o
Para quem tem acesso à Internet, estas perguntas
acima e muitas outras são respondidas com a
própria experiência pessoal vivida diariamente nas
arquiteturas das redes digitais. A autonomia no
acesso, na gestão e na publicação de conteúdo,
através da Internet, rompeu as fronteiras entre o
emissor e o receptor, fragilizando a “ditadura” do
poder centralizador da comunicação de massa e das
estruturas unidirecionais e monológicas da cultura e
do conhecimento.

Nas palavras de Castells (2013), a “autonomia refere-se à


capacidade de um ator social tornar-se sujeito ao definir sua
ação em torno de projetos elaborados independentemente das
instituições da sociedade, segundo seus próprios valores e
interesses” (p. 172). Especificamente, no contexto do curso,
autonomia no acesso refere-se à capacidade de um estudante
do ensino superior tornar-se sujeito, no que tange ao acesso a
conteúdos acadêmicos nas mídias digitais, segundo seus
próprios valores e interesses, sem depender da instituição
acadêmica, com o propósito de realizar seu projeto de estudo.

25
Tudo muda quando surge um novo paradigma
comunicativo na História. A“autocomunicação”
digital chega diluindo as fronteiras entre emissor
e receptor, entre quem ensina e é ensinado, entre
q u e m t i n h a a c e s s o e q u e m n ã o t i n h a . H o je , a
m a i o r i a d a p o p u l a ç ã o q u e j á h a b i t a n a e c o lo g i a
d i g i t a l s e n t e - s e m a i s a u t ô n o m a e m r e la ç ã o a o
acesso à informação e também mais autônomo
para fazer ecoar suas fantasias, sonhos e
frustrações em plataformas hipertextuais,
interativas e multimodais, em um tempo
livremente escolhido, independente de
autoridades e instituições. Essa autonomia
também foi emancipada no processo de de
ensino-aprendizagem?

A princípio, a revolução digital transforma o espaço


educacional. Nas épocas anteriores, a educação era
oferecida em lugares físicos e “espiritualmente”
estáveis: nas escolas e nas mentes dos professores.
O ambiente educacional era situado no tempo e no
espaço. O aluno precisava deslocar-se regularmente
até os lugares do saber – um campus, uma
biblioteca, um laboratório – para aprender. Na era
digital, é o saber que viaja veloz nas estradas
virtuais da informação. Não importa o lugar em que
o aluno estiver: em casa, em um barco, no hospital,
no trabalho. Ele tem acesso ao conhecimento
disponível nas redes, e pode continuar a aprender
(KENSKI, 2003, p. 32, como citado por Lopes, 2018,
p. 34).

Essa aprendizagem, que acontece em qualquer tempo e


lugar (ubíqua), aproxima-se do modelo de aprendizagem
híbrida (blended learning), de Morin (2015, p. 33): a
aprendizagem “acontece no movimento fluido, constante e
intenso entre a comunicação grupal e a pessoal, entre a
colaboração com pessoas motivadas e o diálogo de cada
um consigo mesmo, com todas as instâncias que compõem
e definem, em uma reelaboração permanente”. Modificam-
se, dessa maneira, o modo de aprender do estudante e o
modo de ensinar do professor: “antes o professor só se
preocupava com o aluno em sala de aula. Agora, continua
com o aluno no laboratório (organizando a pesquisa), na
internet (atividade a distância) e no acompanhamento das
práticas, dos projetos, das experiências que ligam o aluno à
realidade” (Morin, 2011, p. 2).

26
Com o acesso ubíquo ao conhecimento, a
c o n v e n c i o n a l b i b l i o t e c a , c o m m a t r í c u la , h o r á r i o s
d e f u n c i o n a m e n t o p r é - e s t a b e le c i d o s , a o s p o u c o s
vai perdendo validade, passa a ser menos
frequentada pelos estudantes. Se vivemos
conectados, onde podemos aprender de inúmeras
formas, em múltiplos espaços e em todos os
momentos, sozinho ou em grupo, os convencionais
conceitos de biblioteca e de instituições de ensino
precisam ser ressignificados, a fim de
c o r r e s p o n d e r e m à s d e m a n d a s d a n o v a c u lt u r a d a
aprendizagem.

Em sua estrutura, “as novas mídias são


i g u a l i t á r i a s . P o r m e i o d e u m s i m p le s p r o c e s s o d e
c o n e x ã o , t o d o s p o d e m p a r t i c i p a r d e la ( . . . ) A s n o v a s
m í d i a s t ê m a t e n d ê n c i a a e li m i n a r t o d o s o s
privilégios de formação, e com isso também o
m o n o p ó l i o c u l t u r a l d a i n t e li g ê n c i a b u r g u e s a ”
( E n z e n s b e r g e r , 2 0 0 3 , p . 3 9 ) . D i a n t e d a f r a g i li d a d e
d e q u e m t i n h a o c o m a n d o e o c o n t r o le d a c u lt u r a
do saber, o grande desafio é repensar o papel do
s i s t e m a e d u c a c i o n a l v i g e n t e , o u s e ja , n a e r a d o
acesso aberto na rede, a primeira coisa que temos
que notar é o de perceber que não existe mais uma
autoridade absoluta que nos diga o que é bom, o
q u e é m a u , o q u e é v e r d a d e i r o , o q u e é f a ls o , e t c . ,
porque todo mundo pode escrever, todo mundo
pode ler, todo mundo pode criticar, etc. (Levy, 2015
[vídeo file], 27’

27
2 . A u t o n o m ia n a G e s t ã o

No contexto acadêmico, autonomia na gestão


refere-se à capacidade de o estudante do ensino
s u p e r i o r t o r n a r - s e s u j e i t o n o s e le c i o n a r , f i lt r a r e
o r g a n i z a r c o n t e ú d o s a c a d ê m i c o s d i g i t a li z a d o s ,
através de múltiplas plataformas em mídias
o n l i n e e o f f - l i n e , s e g u i n d o s e u s p r ó p r i o s v a lo r e s e
c r i t é r i o s , c o m o p r o p ó s i t o d e r e a li z a r s e u p r o je t o
de estudo.
Levy ressalta, ainda, que possuir autonomia para
gerenciar nossos conteúdos digitais pressupõe,
e m p r i m e i r o l u g a r , s a b e r “ f i lt r a r a q u i lo q u e
r e a l m e n t e n o s i n t e r e s s a . A n t e s , a lg u é m f a z i a i s s o
por nós: igreja, escola, empresa, mídia de massa.
Diziam: isso você pode aprender, isso não pode;
v o c ê p o d e a c r e d i t a r n i s s o e n ã o n a q u i lo , e p o r a í
vai. Hoje, você faz tudo, você tem tudo, você
decide”. E acrescenta: “para mim, a nova
alfabetização (digital literacy) passa p e la
curadoria dos dados. Aqui, não se trata apenas de
a p r e n d e r a u s a r u m c o m p u t a d o r , u m a a p li c a ç ã o
o u u m p r o g r a m a , m a s o d e r e la c i o n a r a d i s c i p li n a
intelectual com os dados e com as novas formas
de colaborar no meio algorítmico” (Levy, 2015,
[vídeo]).

E s s a n o v a a l f a b e t i z a ç ã o d i g i t a l, s e g u n d o a
C o m i s s ã o E u r o p e i a , c o m o c i t a d o p o r S c o la r i ( 2 0 1 8 )
é a habilidade de acessar as mídias, entender e
avaliar criticamente os distintos aspectos das
mídias e dos seus conteúdos e o de criar
comunicações em uma gama de contextos, sendo
uma questão de inclusão e cidadania na sociedade
informativa de hoje e um dos requisitos
indispensáveis para uma cidadania rica e ativa que
e v i t e e r e d u z a o s r i s c o s d e e x c lu s ã o d e u m a v i d a
comunitária (p. 26).
Essa definição destaca três dimensões: o acesso às
m í d i a s , o e n t e n d i m e n t o c r í t i c o e a a n á li s e ; b e m
como a criação de produção. Cada um desses
a s p e c t o s é d e i m p o r t â n c i a c a p i t a l p a r a q u a lq u e r
t r a b a l h o q u e q u e i r a p r o m o v e r a s h a b i li d a d e s n a
a l f a b e t i z a ç ã o m e d i á t i c a ( S c o la r i , 2 0 1 8 , p . 2 6 ) .
28
Seguindo essa linha de raciocínio, no 3º Simpósio
Hipertexto e Tecnologias na Educação: redes
s o c i a i s e a p r e n d i z a g e m , r e a li z a d o n a U n i v e r s i d a d e
Federal de Pernambuco, em 2010, Pierre Levy
(UFPE, 2011 [vídeo file] 01’) apresentou,
p e d a g o g i c a m e n t e , o i t o p a s s o s p a r a r e a li z a r m o s a
gestão (curadoria) do conhecimento no ambiente
digital:

1. Gestão de atenção - Precisamos escolher


nossas prioridades, nossa área de interesse, o que
queremos aprender. A clareza quanto a isso, se faz
necessária, a fim de não nos distrairmos diante
das inúmeras informações que as mídias digitais
nos possibilitam. Determinar o foco.
2. Conexão com fontes confiáveis - Não
confundamos fontes (pessoa, instituição) com
p l a t a f o r m a s d e m í d i a s d i g i t a i s . A s f o n t e s , o u s e ja ,
a s p e s s o a s u s a m d i f e r e n t e s p la t a f o r m a s ( T w i t t e r ,
B l o g , F a c e b o o k , W i k i p é d i a ) p a r a p u b li c a r s e u s
d a d o s . A s p e r g u n t a s q u e s e m p r e d e v e m o s f o r m u la r
s ã o : q u e f o n t e é c o n f i á v e l e p o r q u e é c o n f i á v e l?
3 . F il t r a r – c o n s i s t e e m c o l e t a r m o s a s i n f o r m a ç õ e s
p r e s e n t e s n a r e d e . P r e c i s a m o s f i lt r a r v á r i a s v e z e s ,
para coletarmos a melhor informação de que
precisamos, a fim de atender às nossas
prioridades.

29
4 . C a t e g o r iz a r – S e n ã o c a t e g o r i z a r m o s , n ã o
recordaremos. A memorização depende do tipo
de categorização que fazemos. Recorda Levy
(2015): "Se você não categorizar a informação,
não vai se lembrar dela, a memória é baseada na
categorização e você não categoriza só para
você, categoriza também para os outros. O que
a n t e s e r a t r a b a l h o d o s e s p e c i a li s t a s c o m o
bibliotecários, agora essa tarefa cabe a você, a
nós".
5 . R e g is t r o n a m e m ó r i a p o r l o n g o t e m p o –
E v e r n o t e , D e l i c i o u s , Z o t e r o , M e n d e le y , e t c s ã o
exemplos de plataformas que memorizam nossas
fontes de interesses. Esses registros são pessoais,
mas, ao mesmo tempo, sociais, podemos deixá-
las abertas na rede.
6 . S ín t e s e – a e x e m p l o d i s s o , d e s t a c a m o s u m
Blog pessoal, Twitter, Facebook e acriação de
vozes na Wikipedia. Quando r e a li z a m o s
procedimentos junto a essas redes, não o
fazemos somente para nós, mas para os outros,
d e s e n v o l v e n d o , a s s i m , u m d i á lo g o c r i a t i v o .
7 . C o m p a r t il h a m e n t o , c o m u n i c a ç ã o – A q u i l o q u e
escrevemos no Blog, Twitter ou no Wikipedia é
lido e compartilhado por outras pessoas. Quando
elas interagem, comentando, curtindo,
começamos a responder a essas formas de
interação e assim por diante.
8 . R e a v a l ia ç ã o – “ M i n h a s p r i o r i d a d e s s ã o
realmente relevantes? Defini meus interesses de
f o r m a c o r r e t a ? A s f o n t e s q u e e u e s c o lh i s ã o b o a s
fontes? Há outras fontes interessantes? Posso
cancelar alguns cadastros ou deixar de seguir
a l g u m a s p e s s o a s ? ” A i n t e l i g ê n c i a c o le t i v a s u r g e ,
portanto, da interação comunicativa, porém, a
base é pessoal.

30
Esse ciclo de gestão de conhecimento pessoal
a t e n d e à n e c e s s i d a d e d a r e s p o n s a b i li d a d e q u e
cada pessoa deve ter diante do processo de
a p r e n d i z a g e m i n t e r p e s s o a l n a c u lt u r a d i g i t a l. É o
que afirma Levy: “Devemos ensinar às pessoas as
habilidades necessárias para adquirir a
a u t o n o m i a q u e a s l e v e p a r a u m a i n t e li g ê n c i a
coletiva emergente e eficiente (Levy, 2015,
[vídeo], 48’).
As habilidades dos estudantes, na gestão de
conteúdo nas mídias digitais, foram uma das
categorias investigadas no recente p r o je t o
Transmedia Literacy.
Para especificar, metodologicamente, os tipos de
competências na gestão, estas foram subdivididas
em três subcategorias:
c o m p e t ê n c ia s d e g e s t ã o i n d i v i d u a l : r e f e r e m - s e à
habilidade da pessoa em auto autogerenciar
recursos e tempo, como sua própria identidade,
suas emoções e seus sentimentos;
c o m p e t ê n c ia s d a g e s t ã o s o c i a l : s ã o u m a s é r i e d e
habilidades relativas a comunicar, coordenar,
o r g a n i z a r , l i d e r a r e e n s i n a r e n q u a n t o s e jo g a e s e
cria coletivamente, tanto de maneira virtual como
e m s i t u a ç õ e s f a c e a f a c e . E s s e t i p o t a m b é m i n c lu i
competências relacionadas à participação nas
redes sociais;
- c o m p e t ê n c ia s d e g e s t ã o d e c o n t e ú d o : r e f e r e m -
se à capacidade de manejar
distintos conteúdos nas mídias, através de uma
pluralidade de plataformas e meios:
s e l e c i o n a r , d e s c a r r e g a r , o r g a n i z a r e p u b li c a r
(Scolari, 2018, pp. 38-42).

31
3. Autonomia na Publicação

No contexto acadêmico, autonomia na publicação refere-se


à capacidade de um estudante do ensino superior tornar-se
sujeito na publicação e no compartilhamento de conteúdo
acadêmico formal e/ou informal, nas mídias digitais,
segundo seus próprios valores e interesses.

Publicar, nas mídias digitais, é comunicar algo para um


público seletivo ou aberto, no ecossistema da rede.
Especificamente, publicar conteúdo acadêmico refere-se a
todo assunto relacionado ao universo de aprendizagem no
qual o estudante está inserido. Por exemplo, postar, no
Instagram, a capa de um livro que tenha algum vínculo com
o curso do estudante; divulgar e compartilhar um resumo de
uma aula, de um artigo, uma foto do seu ambiente
acadêmico; tuitar insights vindos de discussões em sala de
aula ou frases de autores; compartilhar resultados de
trabalhos grupais, como elaboração de vídeos, áudios,
artigos, entre outros.
Por nos dedicarmos exclusivamente nos estudantes na área
de Comunicação, também serão considerados conteúdos
acadêmicos as publicações que têm qualidade jornalística,
isto é, que revelam sinais de que as competências aplicadas
na publicação feita (fotojornalismo, vídeo editado, texto
jornalístico) são oriundas da aprendizagem, ao longo do
curso.
A psicóloga americana Constance Kamii, colaboradora de
Piaget no século passado, destacou que um estudante
desenvolve a autonomia, no seu processo de aprendizagem,
quando ele é capaz de tomar decisões que o conduzam à
direção de uma determinada e exitosa meta. No que diz
respeito à autonomia na publicação, Kamii, como citado por
Leoni (2008), argumenta que uma das dimensões da
aprendizagem autônoma é a de passar da interiorização à
exteriorização (publicação) daquilo que foi produzido no
processo acadêmico.

32
Levando em conta o desenho curricular da academia e o
entorno virtual e didático do processo de aprendizagem do
estudante, a referida pesquisadora psicóloga Kamii (citado
em Leoni 2008), desenvolveu quatro dimensões da
aprendizagem autônoma:
de aprendiz a experto: refere-se ao nível de domínio que
o estudante desenvolve, no que diz respeito às
estratégias metacognitivas, que passam pelo processo
de adaptação, consciência, eficácia e satisfação;
de um domínio técnico a um uso estratégico dos
procedimentos da aprendizagem: o educando deve
aprender a selecionar as estratégias adequadas de
acordo com o que deseja aprender;
de uma regulação externa a uma autorregulação
controlando, assim, a sua própria aprendizagem;
da interiorização à exteriorização dos processos
seguidos antes, durante e depois da aprendizagem, ou
seja, o estudante compartilha, através dos meios
disponíveis, os resultados da sua aprendizagem.

Como vemos, a autonomia comunicativa, nas


m í d i a s d i g i t a i s , p o t e n c i a e r e f o r ç a a p o s s i b li d a d e
não apenas do estudante acessar o
conhecimento, mas m o d i f i c á -lo , r e i n v e n t á -lo ,
organizá-lo e até de c o m p a r t i lh á -lo nas
plataformas digitais dos próprios educandos.
Tendo avançado nos últimos anos na redução da
“primeira exclusão digital”, por praticamente todo
estudante ter uma mínima infraestrutura
tecnológica para acessar a Internet, o desafio
agora é avançar no d e s e n v o lv i m e n t o da
alfabetização digital, isto é, saber participar e
o c u p a r o s a m b i e n t e s d i g i t a i s c o m o s u je i t o s d e s i ,
exercitando a autonomia da participação e da
publicação de conteúdos, nas suas respectivas
mídias digitais.

33
Dez Proposições para Emancipar a Pedagogia da
Autonomia Digital do Estudante Universitário

Considerando que as mídias digitais são o principal


ambiente no qual se emancipa a autonomia comunicativa
dos sujeitos comunicantes e, ao mesmo tempo, constituem
o principal espaço de pesquisa dos estudantes
universitários, a Educação deveria ser, portanto, a “chave”
para a construção de uma cultura da autonomia crítica,
criativa e consciente do estudante da era digital.
Sem nenhuma pretensão de restringir a complexidade das
transformações tecnoculturais em curso no universo
acadêmico, defendemos que a pedagogia da autonomia
digital, em nossos dias, deveria ser uma das principais
responsabilidades das instituições educativas,
especificamente aquelas do Ensino Superior. Para isso,
resumidamente, apresentamos dez propostas:

1. Promover oficinas, workshops ou curso


extensivo, nos primeiros meses de
estudo, para compartilhar as melhores
práticas de pesquisa nas arquiteturas
das redes digitais, apresentar os
melhores aplicativos, plataformas,
software, orientar os estudantes a
pesquisar nos inúmeros bancos de dados
de bibliotecas online, entre outros;

2. Elaborar pedagogias comunicativas


dialógicas e criativas que
correspondam ao novo perfil do
estudante da era da autonomia
comunicativa interativa,
descentralizada, multimodal, vivencial e
colaborativa. No fundo, desconstruir as
convencionais pedagogias que ainda se
assemelham à concepção “bancária” e
“broadcasting” de ensinamento;

34
3. Permitir que cada estudante aprenda do
“seu jeito”, cada um com seus métodos de
pesquisa nas ecologias digitais, tornando-
se, na pedagogia freiriana, um “fazedor
do seu próprio caminho”, porém,
buscando sempre alinhar-se ao programa
temático proposto pelo curso;

4. Fortalecer, por meio de uma


educação humanocêntrica e
libertadora, a autonomia
intelectual e moral dos
estudantes, orientando-os a
tomar suas próprias decisões
éticas, na condução das suas
p e s q u is a s , t a n t o n o e c o s s i s t e m a
digital, quanto no mundo off-line;

5. Educá-los e conscientizá-los para os


riscos das “bolhas” algorítmicas e para
a compreensão da lógica
mercadológica e ideológica dos
magnatas da Internet, que violam o
princípio da isonomia e da neutralidade
da rede;

6. Estabelecer desafios, trabalhar com


projetos e problemas, incentivar o
espírito crítico, criativo e colaborativo
dos estudantes, no que diz respeito à
resolução das problemáticas abordadas,
tanto em sala de aula física, quanto nas
salas online (WhatsApp, Twitter,
Facebook, etc.);

35
7. Motivá-los a “aprender a aprender”
na vida “onlife” (online e off-line),
incentivando-os à cultura da
aprendizagem híbrida, ubíqua e
perene, para a vida toda;

8. G a r a n t ir , por parte dos


gestores públicos e privados,
Internet gratuita de qualidade,
em todos os espaços, internos e
externos, das instituições de
E n s i n o S u p e r io r ;

9. Criar e incentivar a cultura da


autopublicação e/ou do
compartilhamento dos talentos
produzidos pelos estudantes em sala
de aula, nas suas respectivas redes
digitais, colaborando, desse modo,
com o amadurecimento da
inteligência coletiva reflexiva e
colaborativa;

10. Fazer da comunidade


a c a d ê m ic a u m l a b o r a t ó r i o d a
cultura da autonomia
c o m u n ic a t iv a , c o n s c i e n t i z a n d o e
preparando o estudante para
acessar, gerenciar e construir
s u a id e n t id a d e , s e u s v a lo r e s ,
suas crenças e seus projetos, na
era da abundância da
informação.

36
Questões para aquecer a temática do dia
1 . A p a r t ir d a s u a e x p e r i ê n c ia , q u a l O M A I O R
obstáculo/barreira para
desenvolver/robustecer a sua autonomia
digital?
2. Descreva UMA proposta concreta para
E m a n c ip a r a P e d a g o g i a d a A u t o n o m i a
Digital do Aprendiz online (estudante e
professor).

3 º D ia :
A u l a s ín c r o n a n a s a l a d o G o o g l e M e e t - u m a
s í n t e s e c r ít ic a - a n a l í t i c a d a s t e m á t i c a s
estudadas ao longo da semana; feedback
d o s in q u ie t @ s e a p r e s e n t a ç ã o d a s
t e m á t ic a s d a s e m a n a s e g u i n t e .

37
II UNIDADE: Preparando o aprendiz
para o ONLIFE

4º DIA:
O impacto que professor e estudante estão
s e n t in d o c o m a t r a n s i ç ã o d o o f f l i n e p a r a o
ensino-aprendizagem online.
Na I Unidade, introduzimos nosso curso
discutindo sobre a teoria da “Aprendizagem em
Rede” e os variados níveis de autonomia digital
d o s a p r e n d i z e s n a r e a l i z a ç ã o d o s s e u s p r o je t o s
a c a d ê m i c o s . A p a r t i r d o s d a d o s c o le t a d o s e m u m
“Estudo Caso” que realizei no meu doutorado,
conversamos sobre os o b s t á c u lo s que
encontramos para robustecer a nossa autonomia
digital no contexto pré-coronavírus.
Agora, nesta segunda unidade, focamos nossa
discussão no pós Coronavírus. Antes de
a p r e s e n t a r p r o p o s t a s t e c n o -p e d a g ó g i c a s d i g i t a i s ,
é fundamental sabermos como estamos reagindo
a e s s a m u d a n ç a e q u a i s p l a t a f o r m a s d i g i t a i s já
usávamos ou começamos a usar no nosso
processo de ensino-aprendizagem.
38
Toda mudança brusca impacta. Imagine você
m o r a n d o h á 2 0 a n o s e m u m a c a s a a lu g a d a e ,
de repente, o patrão liga pedindo que você
devolva a casa nos próximos 20 dias.
Naquela casa, nasceram e cresceram seus
filhos, naquela casa estão seus bens, seu
jardim, sua história.

Esse é o sentimento de muitos professores e


estudantes que ensinavam e aprendiam há
m a i s d e 2 0 a n o s n o m o d e lo c o n v e n c i o n a l,
p r e s e n c i a l e , d e r e p e n t e , a d i r e ç ã o d a e s c o la
c o m u n i c a q u e , p o r c a u s a d a C o v i d -1 9 , n a s
p r ó x i m a s s e m a n a s a s a u l a s s e r ã o o n li n e .

1. S e v o c ê e s t á f a z e n d o e s s a b r u s c a
passagem do ensino-aprendizagem
p r e s e n c i a l p a r a o r e m o t o ( o n li n e ) , c o n t e
pra gente qual é o impacto que você está
sentindo?
2. C o n t e pra gente que recursos ou
plataformas digitais você já usava no seu
dia-a-dia para o seu ensino-aprendizagem
formal ou informal?

39
Por ensino-aprendizagem formal entende-se, por
e x e m p l o : u s a r o b u s c a d o r d o G o o g le p a r a le r o u
b a i x a r u m a r t i g o c i e n t í f i c o , v ê a u la s / t u t o r i a i s d e
professores ou qualquer outra pessoa no
Y o u t u b e , e x p l i c a n d o c o m o r e s p o n d e r u m c á lc u lo
de matemática, uma regra g r a m a t i c a l,
a p r e n d e n d o u m a n o v a l í n g u a n o “ D u o li n g o ” o u
q u a l q u e r o u t r a a p r e n d i z a g e m o n li n e , q u e v e n h a
agregar valores no seu projeto acadêmico

Por ensino-aprendizagem informal entende-se,


por exemplo: usar o tutorial para aprender a
abrir uma lata de sardinha, ensinar ou aprender
a u s a r / c r i a r u m n o v o a p li c a t i v o n o c e lu la r ,
a p r e n d e r a p a g a r a s c o n t a s d e á g u a e lu z p e lo
celular, saber qual é a melhor ração para o meu
b i c h o d e e s t i m a ç ã o , a c o lo c a r u m b o t ã o n a
camisa, aprender uma nova dança no TikTok,
etc.

40
5 º D ia :
Como preparar estudantes e professores para o
ensino-aprendizagem formal online?
A p e d a g o g i a o n l i n e q u e o p r o fe s s o r a d o t a d e v e
s e r e s c o l h i d a l e v a n d o e m c o n s id e r a ç ã o a id a d e e
a s h a b i l i d a d e s e c o m p e t ê n c ia s t e c n o - c o g n it iv a s e
socioemocionais dos estudantes.

O s e s t u d a n t e s c r e s c e r a m im e r s o s n a s m íd ia s
d i g i t a i s . T o d a v i a , u s a r a s m íd ia s s o c ia is n ã o é o
m e s m o q u e u s a r p l a t a f o r m a s e fe r r a m e n t a s
d i g i t a i s p a r a a a p r e n d i z a g e m . P o r is s o , a n t e s d e
a p r e s e n t a r d i s p o s i t i v o s p a r a a in t e r a ç ã o c o m o s
e s t u d a n t e s , o p r o f e s s o r d e v e d ia g n o s t ic a r o n ív e l
de alfabetização digital deles e, se houver
necessidade, fazer ou apresentar t u t o r ia is
i n s t r u i n d o - o s a u s u f r u i r d e fo r m a c o r r e t a c a d a
f e r r a m e n t a o u p l a t a f o r m a d e a p r e n d iz a g e m .

D e f i n a p l a n o s d e t a r e f a s / a t iv id a d e s c o m d a t a e
h o r a d e e n t r e g a . S e h o u v e r n e c e s s id a d e , o
professor ajude o estudante a planejar o seu
t e m p o p a r a r e a l i z a r a s a t iv id a d e s d e n t r o d o
p r a z o . V e j a s e e l e d i s p õ e d e r e c u r s o s t é c n ic o s e
c o m p e t ê n c i a s p a r a t a l . O id e a l é e l a b o r a r
a t i v i d a d e s s e m a n a i s , d e t e r m in a n d o m e t a s c l a r a s ,
motivando-os e acompanhando-os no desenrolar
das tarefas.
D e i x a r c l a r o a o s e s t u d a n t e s q u e o p r o fe s s o r e s t á
próximo deles, i n t e r c a m b ia n d o e - m a il s ou
W h a t s A p p a o l o n g o d a s e m a n a . O p r o fe s s o r d e v e
comunicar aos estudantes que, além de estar
pronto para orientá-los, também está torcendo
p a r a q u e e l e s c o n s i g a m e n t r e g a r a s a t iv id a d e s n o
tempo estabelecido.
Criar comunidade com os seus alunos através de
grupos no WhatsApp ou grupos no Google, no
F a c e b o o k o u q u a l q u e r o u t r a p l a t a fo r m a . E s s a
comunidade online é fundamental para melhorar
o f e e d b a c k e t r o c a d e e x p e r iê n c ia s e n t r e o s
e s t u d a n t e s , a l é m d e s e r u m e s p a ç o d o p r o fe s s o r
motivar, incentivar e cobrar resultado.

41
E s c o l h a u m l o c a l p a d r o n i z a d o p a r a c o m p a r t il h a r
a s f o n t e s d e s u p o r t e s b i b l i o g r á fic o s , t u t o r ia is d e
reforço, as orientações e l in k s ú t e is de
a p r o f u n d a m e n t o . N o m o d e l o d e a u l a p r e s e n c ia l ,
o e s t u d a n t e t e m , p o r e x e m p l o , a b ib l io t e c a d a
escola/faculdade como local padrão de
pesquisa.
Para o nosso curso, por exemplo, escolhemos o
C l a s s r o o m c o m o l o c a l “ p a d r ã o ” p a r a c a t e g o r iz a r
por unidades temáticas o conteúdo do curso.
Enfim, na aula p r e s e n c ia l é dever da
escola/faculdade oferecer aos estudantes o
m í n i m o d e i n f r a e s t r u t u r a - lu z , á g u a , s e g u r a n ç a ,
i n t e r n e t , b i b l i o t e c a , s a l a s e q u ip a d a s , s u p o r t e s
técnicos, etc.
N a a u l a o n l i n e / r e m o t a , p r o fe s s o r e e s t u d a n t e
p r e c i s a m s e r e i n v e n t a r p a r a t r a n s fo r m a r a s s u a s
c a s a s e m u m a m b i e n t e s i l e n c io s o e t e c n ic a m e n t e
adequadas para ensinar e aprender.
E aqui, questionamo-nos: como a
escola/faculdade p o d e r ia colaborar
concretamente com o professor e estudante na
c r i a ç ã o d a “ s a l a d e a u l a o n l ife ” d e n t r o d e s u a s
r e s i d ê n c i a s ? N ã o s e r i a u m a r e s p o n s a b il id a d e d a
i n s t i t u i ç ã o d e e n s i n o g a r a n t ir in t e r n e t p a r a o s
seus professores e estudantes, sobretudo,
a q u e l e s q u e n ã o t ê m a c e s s o à in t e r n e t d e
qualidade?

Perguntas para nortear o papo do dia


1. O que a sua instituição de ensino fez/faz
p a r a a p o ia r p r o f e s s o r e e s t u d a n t e n a
t r a n s iç ã o p a r a o a p r e n d i z a d o o n l i n e ?
2 . C o m o e v it a r a d i s t r a ç ã o d o s e s t u d a n t e s
durante a aula online, uma vez que cada
um está em suas casas e muitos deles não
dispõem de um espaço reservado/silencioso
para acompanhar a aula online?
42
6 º D ia :
A l f a b e t iz a ç ã o d i g i t a l e c o n e c t i v i d a d e d o s
estudantes e professores
O fato dos aprendizes estarem conectados à
i n t e r n e t n o s s e u s d i s p o s it iv o s n ã o l h e s
g a r a n t e a a l f a b e t i z a ç ã o d i g it a l n e c e s s á r ia
para saber discernir e navegar com
autonomia no mar caótico da rede.
Usar qualquer tecnologia sem antes ser
orientado ou educado para o bom uso da
m e s m a , p o d e s e r u m r i s c o e , e m m u it o s
c a s o s , p o d e c o m p r o m e t e r f o r t e m e n t e a v id a
d a s p e s s o a s e n v o l v i d a s . C o m a in t e r n e t n ã o
é d i f e r e n t e , u s á - l a s e m u m a fo r m a ç ã o
elementar pode limitar o u s u á r io a
p e r m a n e c e r e m u m a s u p e r f i c ia l id a d e e s t é r il ,
a l é m d e s e r u m t a n t o q u a n t o a r r is c a d a .
Dentro desse espírito, levantei alguns
questionamentos na minha tese doutoral:
- O q u e d i f e r e n c i a u m a p r e n d iz d ig it a l m e n t e
alfabetizado de um d ig it a l m e n t e
analfabeto?

43
A interação do aprendiz com os seus pares nas mídias
sociais, nos videojogos, nas salas de bate-papos
amplia ou reduz o seu raio de aprendizagem, sua visão
de mundo? A interação aprofunda seus estudos ou
apenas acelera a alienação, contribuindo para
fortalecer mais ainda o poder hegemônico e os
preconceitos subjacentes à vida?

Como alfabetizar digitalmente ou como fomentar a


autonomia digital do aprendiz, a fim de que ele seja
capaz de construir interpretações lúcidas e críticas, em
diferentes perspectivas, para compreender, atuar e
construir projetos acadêmicos que emancipem e
transformem a si e a realidade ao seu redor?
Consciente da grande desigualdade cultural e,
portanto, do grande abismo na sala de aula “onlife”,
entre o aprendiz digitalmente alfabetizado e o não
alfabetizado, vejo o fomento da cultura da autonomia
digital na comunidade acadêmica como um dos
principais objetivos da
educação do Século XXI.
Com essa cultura, o aprendiz desenvolve as
habilidades necessárias para despertar uma
consciência crítica e reflexiva e assim identificar as
relações/conflitos de interesses que podem estar por
trás de cada plataforma digital ou de cada conteúdo
publicado na rede.
P e r g u n t a s p a r a n o r t e a r o p a p o d a t e m á t ic a d o
dia
1 . Q u a l é o s e u ( v o c ê e s t u d a n t e o u p r o fe s s o r )
nível de alfabetização digital?
2 . Q u a l o s e u n í v e l d e a u t o n o m ia n o a c e s s o à
conteúdo acadêmico online, na gestão da
atenção e do tempo, em prol da construção do
seu Projeto de Vida?
3 . C o m a r á p i d a p a s s a g e m p a r a o a m b ie n t e
o n l i n e , q u a i s f a t o r e s s o c i o e m o c io n a is p o d e m
afetar na realização de seus projetos
acadêmicos?
O b s . : A s p e r g u n t a s d e h o j e t ê m o o b j e t iv o d e
p r o v o c a r u m “ e x a m e d e c o n s c iê n c ia ” s o b r e o
n í v e l d e a l f a b e t i z a ç ã o d i g i t a l o u o n ív e l d e
a u t o n o m i a p e s s o a l n a c u l t u r a d ig it a l d e c a d a
u m d e n ó s . P o r t a n t o , a i n t e n ç ã o p r in c ip a l é
você compartilhar com você mesmo
(comunicação
intrapessoal), transformando as perguntas em
r e f l e x ã o . S o m e n t e d e p o i s , c a s o s e s in t a à
v o n t a d e , c o m p a r t i l h e o s fr u t o s d a s u a
reflexão para todos nós do curso.
7 º D ia :
C o m o a s d e s ig u a l d a d e s n o a c e s s o e n a s
h a b il id a d e s d i g i t a i s i m p a c t a m n o e n s i n o -
a p r e n d iz a g e m o n l i n e ?
A n t e s d e p l a n e j a r u m a a u l a r e m o t a / o n l in e ,
a i n s t i t u i ç ã o d e e n s i n o , p o r m e io d o s s e u s
professores, deveria fa z e r alguns
questionamentos:
1 . O s e s t u d a n t e s t ê m a c e s s o à in t e r n e t e m
sua residência?
2. Em geral, que tipo de conexão eles têm?
3 . Q u a i s s ã o o s t i p o s d e d i s p o s it iv o s ( c e l u l a r ,
tablet, laptop, computador) eles usam para
aprender?

4. Em que espaço físico eles estão? Tem


r u í d o , d i s t ú r b i o , é s e g u r o , c o n fo r t á v e l ?
5. Como lidar com aqueles estudantes que
n ã o d i s p õ e m d e d i s p o s i t i v o s d ig it a is p a r a
participar da aula online?
Para o professor responder os
q u e s t i o n a m e n t o s a c i m a , s u g e r im o s q u e , n a s
p r i m e i r a s a u l a s o n l i n e , c o n v id e o s s e u s
estudantes para falar abertamente sobre as
suas condições de a c e s s ib il id a d e e
q u a l i d a d e d a i n t e r n e t , s o b r e o s e u a m b ie n t e
físico de aprendizado, sobre as pessoas no
c i c l o f a m i l i a r e a f e t i v o q u e p o d e m a p o iá - l o s
em suas necessidades.
C a s o o p r o f e s s o r n ã o q u e ir a p e r g u n t a r
a b e r t a m e n t e , p a r a n ã o c r ia r u m a c e r t a
“ d i v i s ã o s o c i a l ” e n t r e o s a l u n o s , e l e p o d e r ia
f a z e r u m q u e s t i o n á r i o n o fo r m u l á r io d o
G o o g l e . D e s s e m o d o , s o m e n t e o p r o fe s s o r
conheceria as desigualdades no acesso e
nas habilidades digitais de cada estudante.
De antemão, o estudante para ter bom
desempenho no modelo de e n s in o -
aprendizagem online, ele p r e c is a ter,
resumidamente, 4 elementos:

1. D i s p o s i t i v o s : n o t e b o o k , s m a r t p h o n e ,
tablet
2. C o n e x ã o à i n t e r n e t ;
3. A m b i e n t e f í s i c o a p r o p r i a d o ;
4. S u p o r t e p e s s o a l .

S e o p r o f e s s o r d i s p õ e d e s s e s d a d o s n o in íc io
das aulas online, ele compreenderá melhor
p o r q u e u n s e s t u d a n t e s s ã o m a is á g e is e
outros menos, porque uns têm m a is
dificuldades e outros menos, etc.
A p ó s a l g u m a s s e m a n a s d e a u l a o n l in e , s e r ia
i m p o r t a n t e f a z e r u m a a v a l ia ç ã o , p a r a
diagnosticar como os estudantes estão
r e a g i n d o a o n o v o m o d e l o d e e n s in o -
aprendizagem.
P o r e x e m p l o , u m c o l e g a , p r o fe s s o r d e u m a
escola pública do interior de São Paulo, no
f i n a l d a s e m a n a p a s s a d a , p e d iu a o s s e u s
a l u n o s d o E n s i n o M é d i o q u e l is t a s s e m t r ê s
c o i s a s p o s i t i v a s s o b r e o a p r e n d iz a d o o n l in e .
As principais respostas foram:
1. Posso acordar mais tarde porque não
preciso viajar até à escola;

2. Maior senso de i n d e p e n d ê n c ia na
aprendizagem;
3 . T e n h o m a i s t e m p o p a r a o r g a n iz a r m in h a s
atividades.

S e v o c ê , n a s u a e s c o l a o u fa c u l d a d e ,
pedisse aos seus estudantes que
a p o n t a s s e m t r ê s e l e m e n t o s p o s it iv o s e t r ê s
n e g a t i v o s s o b r e o a p r e n d i z a d o o n l in e , o q u e
eles diriam?
Perguntas para nortear o papo em torno da
temática do dia

1. P a r t i l h e c o m o v o c ê f e z o u fa r á p a r a
c o n h e c e r o c o n t e x t o s o c i a l e d ig it a l
(conexão, dispositivos, segurança,
suporte) dos seus estudantes.
2. Q u a i s s ã o a s m a i o r e s d e s ig u a l d a d e s
existentes para ensinar e aprender com
a u t o n o m i a n a i n t e r n e t ? A d e s ig u a l d a d e
social? A desigualdade cultural?
Familiar?
3. V o c ê , estudante, p o d e r ia l is t a r 2
aspectos positivos e 2 aspectos
negativos do e n s i n o - a p r e n d iz a g e m
ONLIFE?

8 º D ia :
A u l a s ín c r o n a n a s a l a d o
Google Meet - 20h

Uma síntese crítica-analítica das temáticas


estudadas ao longo da semana; feedback dos
inquiet@s e apresentação das temáticas da
semana seguinte.
III UNIDADE:
Como planejar e aplicar o ensino
ONLIFE

9º Dia:
Planejando o ensino onlife: por onde
começar
Após conhecer os avanços e desafios do
c o n t e x t o s o c i a l e d i g i t a l d o a p r e n d i z “ o n li f e ” ,
refletido na segunda unidade, agora, nesta
terceira unidade é hora de pensar na
pedagogia das aulas online.
Inicialmente, se quase todo o conteúdo
acadêmico está disponível na rede, o
p r o f e s s o r n o p l a n e j a m e n t o d a s u a a u la
torna-se um curador desse conteúdo, com a
m i s s ã o d e p e s q u i s a r , s e l e c i o n a r , f i lt r a r e
a v a l i a r o m e l h o r m a t e r i a l, t e n d o c o m o
r e f e r ê n c i a a s o r i e n t a ç õ e s b i b li o g r á f i c a s d a
sua instituição de ensino
C o m o d i z o p r o f e s s o r N e i l M o s le y , d a
Universidade de Cardiff, o curador não cria
porque já existem disponíveis na internet
uma variedade infinita de artigos, materiais,
r e c u r s o s e d u c a c i o n a i s o n d e v o c ê p o d e f i lt r a r
e usar, em vez de criar algo do zero.
Após ter feito a curadoria do conteúdo para
a s u a a u l a , v o c ê d e v e p l a n e j a r a m e t o d o lo g i a
(o caminho) que melhor se adapta ao
contexto sócio-digital dos seus estudantes.
No momento em que o professor estiver
elaborando a sua aula, ele deve fazer para si
os seguintes questionamentos: os meus
estudantes têm algum p r o b le m a de
a c e s s i b i l i d a d e à i n t e r n e t ? E l e s já c o n h e c e m e
t ê m f a m i l i a r i d a d e c o m a p la t a f o r m a q u e
e s t o u u s a n d o n a m i n h a a u l a o n li n e ?
N a s u a p r i m e i r a a u l a o n li n e , a n t e s d e
a b o r d a r a t e m á t i c a d a s u a d i s c i p li n a p a r a o s
estudantes, explore e conheça bem a nova
plataforma, fazendo vários testes. Mostre
para os alunos o seu encantamento e
s e g u r a n ç a c o m a n o v a d i d á t i c a d i g i t a l.
Quanto mais familiaridade o professor tiver
c o m o s r e c u r s o s e s c o l h i d o s p a r a le c i o n a r ,
m e l h o r s e r á o d e s e m p e n h o e a q u a li d a d e d a
sua aula.
E m g e r a l , p a r a g r a v a r 2 0 m i n u t o s d e a u la
online, o professor gasta entre 3 a 4 horas na
preparação e elaboração da mesma.
Lembrando que aula digital não é ou não
d e v e r i a s e r a m e r a r e p r o d u ç ã o d a a u la
analógica. Ou seja, não é apenas copiar o
q u a d r o o u o s s l i d e s d a s a l a d e a u la f í s i c a e
c o l a r n a v í d e o - a u l a o n l i n e . N o d i g i t a l, a lé m
de pensar no conteúdo, o professor vira um
editor e criador de vídeo, o que significa
desenvolver várias habilidades técnicas.
P o r t a n t o , n a p r i m e i r a r e l a ç ã o o n li n e d o
professor com os estudantes, o ideal é usar o
tempo que for necessário para apresentar
t o d o s o s r e c u r s o s d a n o v a p la t a f o r m a , t i r a r
todas as dúvidas dos estudantes a respeito,
d e i x á - l o s à v o n t a d e p a r a e x p lo r á -la e , a o
f i n a l , r e c e b e r d e l e s u m a a v a li a ç ã o .
P o r e x e m p l o , s e é a p r i m e i r a a u la o n li n e a o
v i v o , s i n c r ô n i c a , r e c e b a a o f i n a l d a a u la u m
f e e d b a c k d o s e s t u d a n t e s . D u r a n t e a a u la ,
alguém teve problema de conexão? Teve
silêncio e ambiente adequado para participar
d a a u l a o n l i n e ? D i a n t e d a s li m i t a ç õ e s d e
conectividade, de ambientação, entre outros,
o que vocês preferem: aula sincrônica, ao
vivo, ou assíncrona?
Lembrando que, em um contexto onde muitos
estudantes não têm conectividade boa, as
aulas assíncronas são menos interativas de
u m l a d o , p o r é m , s ã o m a i s i n c lu s i v a s .
Nas aulas assíncronas, o professor terá mais
liberdade e tempo para u t i li z a r uma
variedade de recursos digitais (textos,
áudios, vídeos, gráficos) e o estudante terá a
liberdade de assistir à aula em tempos e
espaços variados, na ocasião mais favorável
a o s e u c o n t e x t o s o c i a l e d i g i t a l.
Propostas para a interação ao longo do dia
C o m o v im o s n o t e x t o a c i m a , p l a n e j a r o
ensino d ig it a l não é simplesmente
r e p r o d u z ir ( c o p i a r e c o l a r ) e e n s i n o
a n a l ó g ic o . A n t e s d e t u d o , o p r o f e s s o r
p r e c is a “ c r ia r ” u m a m b i e n te a d e q u a d o e m
sua casa (um estúdio caseiro) para produzir
s u a s v íd e o - a u l a s s í n c r o n a s e a s s í n c r o n a s . O
professor precisa pensar em iluminação
adequada, fundo da videoaula,
enquadramento, um celular ou computador
com boa captura de vídeo e som, entre
o u t r o s . P o r is s o :
C o m p a r t il h e p r a g e n t e c o m o v o c ê c r i o u s e u
e s t ú d io p a r a d a r a u l a o n l i n e . F o i f á c i l o u
d i f í c il ? Q u e d i c a s p r á t i c a s e c a s e i r a s v o c ê
daria para os seus colegas professores?
S e v o c ê a in d a n ã o t e m o s e u e s p a ç o
( e s t ú d io ) p a r a d a r a u l a o n l i n e , c o m o v o c ê
está pensando em criar?
Caso você tenha dificuldade em saber como
montar um espaço adequado para as suas
a u l a s o n l in e , s u g i r o v e r a l g u n s t u t o r i a i s d a
professora Patrícia Rodrigues. Ela criou um
canal no YouTube para orientar questões
p r á t ic a s d e c o m o g r a v a r a u l a s o n l i n e . P a r a
acessar seu canal, clique AQUI. Além da
professora Patrícia, há outras variedades
d e t u t o r ia is e x p l i c a n d o c o m o c r i a r u m
“ l u g a r z in h o ” a p r o p r i a d o p a r a d a r a u l a
online em nossas casas.
1 0 º D ia :
I n t e r a ç ã o O n l i n e c o m o s e s tu d a n t e s

Nesse período de adaptação das práticas


pedagógicas ao contexto de distanciamento
social necessário em função da pandemia do
COVID-19, entre os relatos comuns a muitos
p r o f e s s o r e s r e g i s t r a - s e a d i f i c u ld a d e d e
interação online com seus estudantes como
u m a s p e c t o n e g a t i v o d a m e t o d o lo g i a d e
aulas remotas. A princípio, muitos imaginam
q u e o e n s i n o - a p r e n d i z a g e m o n li n e é s o li t á r i o
e não possibilita interações na mesma
proporção que a convivência presencial.
Em parte, a interação no espaço físico tem
suas vantagens. Todavia, no ambiente digital
h á d i v e r s a s f o r m a s d e e s t a b e le c e r c o n t a t o s
entre professor e estudante, e vice e versa.
Em geral, as plataformas de mídias digitais
são construídas observando esta intenção e
finalidade de promover a interação entre os
usuários.
A id é ia é q u e , s e v o c ê p r o f e s s o r e s t á
estreando o ensino online, antes de tudo,
c o n q u is t e o c o r a ç ã o d o s s e u s e s t u d a n t e s ,
e v i t a n d o ir d i r e t o à t e m á t i c a d a d i s c i p l i n a
sem antes criar um vínculo afetivo e
e f e t iv o .
N o p r im e ir o d i a d e a u l a o n l i n e , f a l e d e
você, fale de como idealizou seu estúdio,
onde e como você fez para criar seu
a m b ie n t e c o m o i n t u i t o d e f a z e r a s
gravações e aulas ao vivo.
Revele para eles o seu lado humano e
a m ig á v e l , c o n t e s e u s m e d o s , s e u s h o b b i e s ,
f a l e d o s e u a n i m a l d e e s ti m a ç ã o . Q u a n t o
m a is t r a n s p a r e n t e f o r p a r a o s e s t u d a n t e s ,
m a is f á c il e m a i s v e r d a d e i r a s e r á a s u a
interação com eles.
Reforça Tracey Chapleton, professora da
B r i t is h C o u n c il d a E s p a n h a : ” É r e a l m e n t e
importante criar um senso de comunidade,
não se apresse com seus objetivos e planos
de aula, reserve um tempo para conhecer
seus estudantes (se é sua primeira aula) ou
converse com eles a respeito de medos e
a n s ie d a d e s a o s e m u d a r p a r a a I n t e r n e t ” .
O u t r o j e it o d e a q u e c e r e m a n t e r a
interação com os estudantes é fazer, toda
s e g u n d a - f e ir a , u m a m e n s a g e m l i g a d a à
atmosfera que você professor está vivendo
com eles. Por exemplo, relatar algum
progresso da turma em algum aspecto da
d i s c ip l in a o u r e l a t a r u m p r o b l e m a q u e
estão enfrentando.
Além d is s o , de forma espontânea e
prazerosa, dê o seu “bom dia” ou “boa
t a r d e ” m in u t o s a n t e s d o i n í c i o d a s a u l a s .
C o n v id e - o s , c r i e e x p e c t a t i v a s . C o m p a r t i l h e
u m a f ig u r in h a o u u m “ m e m e ” , e n v i e u m
pequeno áudio ou vídeo revelando seu
encantamento e engajamento com eles na
nova aula online síncrona e assíncrona.
L e m b r e m - s e q u e a s a u l a s o n li n e c o n c o r r e m
com outros diversos espaços interativos e
envolventes. Os aprendizes vivem a maior
parte do seu tempo em redes sociais digitais,
e m c o m u n i d a d e s d e j o g o s o n li n e , e m
s e r i a d o s e f i l m e s n o Y o u T u b e e N e t f li x .
S e a n o s s a a u l a o n l i n e n ã o f o r e n g a ja d o r a ,
criativa e envolvente, p o t e n c i a lm e n t e ,
aumenta o risco do aprendiz não participar
espontaneamente, além de comprometer
diretamente na qualidade da sua
aprendizagem.

Pergunta para aquecer a temática do dia:

Q u a is a s m e t o d o l o g i a s d e h u m a n i z a ç ã o d a s
relações você realiza e/ou deseja
implementar na interação com seus
a p r e n d iz e s o n l i n e ?
1 1 º D ia :
Ensino-aprendizagem sincrônico e
a s s i n c r ô n ic o
O s d e s a f i o s s ã o v á r i o s p a r a e n v o lv e r o s
alunos em aulas online sincrônicas. Não ter
um bom celular ou computador, baixa
conexão de internet, não ter em casa um
espaço silencioso onde s e ja possível
c o n c e n t r a r - s e p a r a p a r t i c i p a r d a a u la r e m o t a
s ã o a l g u n s d o s e l e m e n t o s q u e e x c lu e m o s
e s t u d a n t e s o u c o m p r o m e t e m a q u a li d a d e d a
participação.
P a r a c a d a d u a s h o r a s d e a u la p r e s e n c i a l, o
professor espanhol Hugo Pardo sugere que
s e f a ç a n o m á x i m o 2 5 m i n u t o s d e a u la o n li n e
s i n c r ô n i c a . P a r a c a d a 2 0 h d e a u la p r e s e n c i a l
física, o professor recomenda entre 1 a 2
horas de aula online síncrona. O restante
deve ser planejado com atividades
assíncronas e offline.
Seguramente, a sugestão do professor não
deve ser levada à risca como um paradigma
às nossas práticas pedagógicas. Cada
i n s t i t u i ç ã o o u p r o f e s s o r t ê m a li b e r d a d e d e
e l a b o r a r o s e u p l a n o d e a u l a o n li n e s í n c r o n a
e assíncrona a partir do contexto social e
digital dos seus aprendizes.
O que já pudemos testemunhar ou ouvimos
t e s t e m u n h o s p r ó x i m o s à n ó s , é q u e a s i m p le s
r e p r o d u ç ã o d a a u l a p r e s e n c i a l n a a u la o n li n e ,
por si só, não funciona. Já se vê uma
síndrome de rejeição ou uma saturação de
aulas via Zoom, Google Meet por parte dos
estudantes. Daí a necessidade de redesenhar
a p e d a g o g i a , c o m m e t o d o lo g i a s a t i v a s ,
e x p l o r a n d o d e f o r m a c r i a t i v a e i n c lu s i v a a s
diversas plataformas interativas disponíveis
nos espaços digitais.
E q u il ib r a r o “ O N L I F E ” : o n l i n e e o f f l i n e
Ensinar ou aprender online não significa
a b a n d o n a r o e n s i n o - a p r e n d i z a g e m o f f li n e .
Há tempos sofremos com a exposição
exagerada às telas dos nossos dispositivos
d i g i t a i s . O m o d o o f f l i n e , a i n d a t o t a lm e n t e
acessível à todos, permanece como uma
alternativa que permite aos aprendizes
estudarem em seus ritmos próprios,
possibilitando flexibilidade para que cada
a p r e n d i z c o n s t r u a u m a r o t i n a p e r s o n a li z a d a
d e d e d i c a ç ã o a o a p r e n d i z a d o , f o r a d a s t e la s .
Sabemos da importância das sessões de
aulas online, sincrônicas ou assíncronas.
P o r é m , s a b e m o s d a s d i f i c u ld a d e s t é c n i c a s ,
financeiras, culturais que muitos aprendizes
têm de participar de a u la s o n li n e ,
principalmente das sincrônicas.
Se um aprendiz não consegue participar de
u m a a u l a o n l i n e p o r c a u s a d e u m a lg u m
p r o b l e m a ( c o n e x ã o , p o r e x e m p lo ) , e le já
perdeu o ritmo da turma, terá que redobrar
s e u e s f o r ç o p a r a r e c u p e r a r a a u la p e r d i d a .
Na tabela abaixo podemos observar, por
exemplo, quais tipos de atividades podem
ser realizadas/recomendadas em cada
método (síncrona/assíncrona) e cada status
(online/offline):

Perguntas para aquecer a interação


1. Descreva uma v a n ta g e m e uma
desvantagem da aula sincrônica/ao vivo.
2. Descreva uma v a n ta g e m e uma
desvantagem da aula assíncrona/em tempo
diferente.
1 2 º D ia :
O t i m iz a r e p r e f i x a r h o r á r i o s d e i n t e r a ç ã o
entre professor e estudante

Na aula passada, conversamos sobre as


vantagens e desvantagens das a u la s
s í n c r o n a s e a s s í n c r o n a s e c o m o e la s d e v e m
se inserir dentro da pedagogia ensino-
aprendizagem onlife. Hoje, focamos na
otimização e gestão do tempo na interação
e n t r e e d u c a n d o - e d u c a d o r , t a n t o n a s a u la s
síncronas e assíncronas, como também, nas
atividades online e offline.
Um cronograma organizado previamente
p e l o p r o f e s s o r a j u d a , p o r u m la d o , a o t i m i z a r
/ organizar melhor o seu próprio tempo e,
por outro lado, ajuda os estudantes a
estabelecer horários com os professores
para instruir, interagir e responder às suas
necessidades acadêmicas.
É fácil perceber que a maior parte do tempo
direcionado às atividades educacionais é
assíncrono e offline. Nesse período, o
professor deve deixar claro aos estudantes
quais são os horários ao longo da semana
em que ele estará disponível para interagir e
acompanhá-los em suas demandas.
Por exemplo, como professor da FCRN, no
primeiro dia de aula, comuniquei aos
e s t u d a n t e s d a s m i n h a s d i s c i p li n a s q u e , d e
segunda à sexta estaria disponível de sete ao
meio dia para interagir e responder todas às
suas demandas acadêmicas.
“Na sala de aula presencial, os educandos estão
acostumados a contar com os educadores para
.
organizar seu horário de estudo, estabelecer metas de
estudo e avaliar se seus objetivos foram alcançados.
Na educação online, muitas dessas tarefas serão de
responsabilidade dos educandos; portanto, apoie-os
no reconhecimento e na aquisição dessas habilidades
de autorregulação”, recomenda a professora britânica
Rebecca Ferguson, da “The Open University”
O Centro de Inovação Acadêmica da
Universidade de Michigan, preocupado com
os transtornos emocionais da comunidade
acadêmica, nesse período sombrio de
coronavírus, sugeriu aos seus professores e
estudantes alguns hábitos de como
administrar e otimizar o tempo:

- evitar multitarefas;
- manter-se organizado (a);
- focar em uma coisa por vez;
- a p l i c a r o “ m é t o d o p o m o d o r o ” p a r a a ju d a r a
se concentrar por períodos de 25 a 50
minutos e depois recompensar com
intervalos de 5 a 10 minutos;
- estar em boas companhias nas mídias
digitais;
Enfim, cada professor (a) tem tempo, espaço
e motivação distintos para interagir com os
s e u s e s t u d a n t e s . P o r e x e m p lo , q u e m r e a li z a
o u t r a s a t i v i d a d e s p a r a l e l a s à s d e le c i o n a r ,
terá menos tempo; invés, quem se dedica
exclusivamente à docência, terá a
oportunidade de estar na companhia dos
e s t u d a n t e s p o r m a i s t e m p o , g a r a n t i n d o -lh e s
suporte, motivação e orientamento na
condução de suas a t i v i d a d e s / p r o je t o s
escolares.
Aquecendo a discussão sobre a temática

Compartilhe pra gente como você planeja e


otimiza o seu tempo para interagir com os seus
estudantes. O seu exemplo pode servir de
modelo ou inspiração para alguns dos seus
colegas.

13º Dia:
Aula síncrona na sala do
Google Meet - 20h

Uma síntese crítica-analítica das temáticas


estudadas ao longo da semana; feedback dos
inquiet@s e apresentação das temáticas da
semana seguinte.
I V U n id a d e - E n s i n o - a p r e n d iz a g e m O N L I F E
focado no estudante

1 4 º D ia :
Estudantes construtores do seu próprio
percurso de aprendizagem

Colocar em prática a ideia do ensino centrado no


e s t u d a n t e é , a n t e s d e t u d o , d a r a e le a
oportunidade e os recursos básicos para assumir
a autodireção do seu aprendizado.
Transportando a pedagogia emancipadora de
P a u l o F r e i r e p a r a o a t u a l c o n t e x t o d a c u lt u r a
digital, um estudante, fazedor do seu próprio
p e r c u r s o d e a p r e n d i z a g e m , é a q u e le c a p a z d e
desenvolver as faculdades cognitivas para
a c e s s a r , g e r e n c i a r e a v a li a r o s m e lh o r e s
conteúdos online, de forma crítica e consciente,
fazendo uso estratégico e criativo das mídias
digitais disponíveis, a fim de obter êxito nos seus
estudos.
C a d a e s t u d a n t e t e m u m j e it o d ife r e n t e d e
ser e aprender. Por isso, uma abordagem
p a d r ã o d e e n s i n o – c o m o s e m p r e fo i fe it o –
não consegue manter os a p r e n d iz e s
motivados e engajados nos seus estudos.
Um claro reflexo disso está, por exemplo,
no alto percentual de evasão escolar.

N a c u l t u r a d a a u t o n o m i a c o m u n ic a t iv a
d i g i t a l , o c é r e b r o d o a p r e n d iz é m a is
exigente, pede uma a p r e n d iz a g e m
personalizada, focada no seu
propósito/projeto de vida.

N e s t e c o n t e x t o , a s i n s t i t u i ç õ e s d e e n s in o ,
c o m o a u x í l i o d a I n t e l i g ê n c i a A r t ific ia l e d e
o u t r o s d i s p o s i t i v o s , d e v e r ia m fo c a r n a s
d e m a n d a s s u b j e t i v a s d e c a d a a p r e n d iz ,
sem
n u n c a e s q u e c e r o s l i m i t e s e d e s a fio s q u e
c a d a u m e n c o n t r a n o s a m b i e n t e s v ir t u a is
de aprendizagem.
Na segunda unidade, ao abordar a
t e m á t i c a d o s n í v e i s d e a l fa b e t iz a ç ã o e
exclusão digital, constatamos que: uns têm
b o n s d i s p o s i t i v o s , b o a c o n e x ã o d e in t e r n e t
e h a b i l i d a d e s t é c n i c a s p a r a e s t u d a r o n l in e ;
o u t r o s t ê m l i m i t a ç õ e s f i n a n c e ir a s p a r a
usufruir de infraestrutura adequada para
e s t u d a r e t e m a q u e l e s q u e s e q u e r d is p õ e m
de internet para estudar.
P e n s a n d o , p o i s , n a c o m p l e x id a d e d a r e a l id a d e
e s t u d a n t i l d a e r a d i g i t a l , s u g e r im o s
12 intuições práticas:
1 . I d e n t i f i c a r q u a i s s ã o a s m e l h o r e s t é c n ic a s d e
aprendizado para os estudantes;
2 . F o r n e c e r a o s a p r e n d i z e s fe r r a m e n t a s p a r a
r e d u z i r a d e p e n d ê n c i a d o p r o fe s s o r ;
3. Dar asas à imaginação dos estudantes,
garantindo-lhes a oportunidade de serem co-
c r i a d o r e s d a s t e m á t i c a s a b o r d a d a s , p o r m e io d e
formas mais criativas e in t u it iv a s de
aprendizagem;
4 . D a r t e m p o p a r a q u e o s a p r e n d iz e s s e a u t o -
organizem em suas t a r e fa s , c r ia n d o
c r o n o g r a m a s f l e x í v e i s , n a m e d id a d o p o s s ív e l , j á
q u e t a m b é m o s r i t m o s d e a p r e n d iz a g e m s ã o
diversificados;

5. Motivá-los para trabalhos em grupos, usando


plataformas de interação s in c r ô n ic a e
assincrônica;

6. Estabelecer metas claras, com recompensa e


tempo determinado;
7. Fazer mais com menos: reduza o estresse
em você quanto em seus estudantes,
parcele em partes pequenas ao longo da
s e m a n a o u d o m ê s a t e m á t ic a q u e v a i
abordar;

8. No lugar de julgamentos, fa ç a
c o m e n t á r i o s e f e e d b a c k c o n s t r u t iv o s ;

9 . A c o m p a n h a r r e g u l a r m e n t e o s a p r e n d iz e s
e d a r - l h e s e s p a ç o p a r a r e a ç õ e s ,p e r g u n t a s e
sugestões;

10. Sempre que possível, p r io r iz a r o


aprendizado assincrônico;

11. Ser luz para o seu estudante, atuar como


um facilitador/curador e apresentar
sempre opções e vias melhores para acessar
e c a t e g o r i z a r o c o n t e ú d o a c a d ê m ic o ;

1 2 . E n f i m , p r o m o v e r a c u l t u r a d a a u t o n o m ia
acadêmica, motivando o estudante para ser
autor do seu próprio percurso de
aprendizagem.

Perguntas para aquecer o papo do dia


1. Das 12 intuições acima, destaque as três que, na
sua opinião, são as mais relevantes para aumentar
a autonomia, o engajamento e a criatividade do
estudante?
2. Aponte uma ou mais experiências de ensino-
aprendizagem focado no estudante e para o
estudante?
1 5 º D ia :
G a m if ic a ç ã o n o e n s i n o - a p r e n d i z a g e m o n l i f e

A gamificação – termo criado em 2002, por um


programador britânico de jogos de computador
– é u s a d o p a r a a u m e n t a r o s d e s e j o s n a t u r a is
d a s p e s s o a s e m s o c i a l i z a r , a p r e n d e r , c o n q u is t a r ,
c o n c o r r e r , u s a n d o t é c n i c a s in t u it iv a s e l ú d ic a s ,
e m v i s t a d e a t i n g i r u m d e t e r m in a d o o b j e t iv o .
O o b j e t i v o p r i n c i p a l d a g a m ific a ç ã o é in t r o d u z ir
e s t r u t u r a s c r i a t i v a s e i n o v a d o r a s p r o v e n ie n t e s
d e j o g o s p a r a t r a n s f o r m a r u m a a t iv id a d e
entediante, passiva, em outra a t iv id a d e
envolvente e interativa.
Em um contexto progressivo de evasão escolar e
d e d e s m o t i v a ç ã o d o s e s t u d a n t e s , a g a m ific a c ã o
n a e d u c a ç ã o é u m a e x c e l e n t e m e t o d o l o g ia ,
constituindo-se uma a l t e r n a t iv a in s t ig a n t e ,
c a p a z d e a t r a i r a s a t e n ç õ e s e p r o p o r c io n a r
e m o ç õ e s e n v o l v e n t e s a p o n t o d e e s t im u l a r o
aprendizado.
U m a p e s q u i s a f e i t a p e l a S p il G a m e s r e v e l a q u e
1 , 2 b i l h õ e s d e p e s s o a s j o g a m a l g u m t ip o d e
g a m e ; d e s s a s , c e r c a d e 7 0 0 m il h õ e s j o g a m
online. Diante desse universo desejado e que se
t r a d u z e m u m a m b i e n t e p r a t ic a m e n t e n a t u r a l
dos estudantes, questionamos: se os jogos
o n l i n e s ã o u m a d a s p r i n c ip a is a t r a ç õ e s d o s
a p r e n d i z e s , p o r q u e n ã o a p r o v e i t á - l o s p a r a fin s
pedagógicos?
A l g u n s b e n e f í c i o s d a g a m i f i c a ç ã o n o e n s in o -
aprendizagem:
cria um ambiente de a p r e n d iz a g e m
interativo e significativo;
estimula o protagonismo na resolução de
problemas;

permite um feedback constante;


concede compromisso com a
a p r e n d i z a g e m e v i n c u l a o a p r e n d iz c o m
as temáticas abordadas;
acelera a alfabetização digital;
p e r m i t e r e s u l t a d o m a i s m e n s u r á v e is ,
como níveis, pontuações e medalhas;
e x p a n d e a a u t o n o m i a e a c r ia t iv id a d e d o
aprendiz;
d e s e n v o l v e h a b i l i d a d e s c o l a b o r a t iv a s e
competitivas;
a m p l i a a s c o m p e t ê n c i a s s o c io e m o c io n a is .
No livro “Gamificação na Educação”, os
autores apresentam 11 passos para o
p r o f e s s o r i m p l e m e n t a r e m s a la d e a u la :
1 . I n t e r a j a c o m o s g a m e s e v i v e n c i e a ló g i c a
dos games.
2. Conheça seu público (faixa etária, hábitos
e rotina).
3. Defina o escopo (áreas do conhecimento,
tema, competências…).
4. Compreenda o problema e o contexto.
5 . D e f i n a a m i s s ã o / o b j e t i v o ( v e r i f i q u e s e e la
é clara e mensurável).
6. Desenvolva a narrativa do jo g o (qual
história você quer contar).
7. Defina o ambiente/a plataforma (onde o
j o g o v a i a c o n t e c e r ? N a s a la ? E m u m
ambiente virtual?).
8. Defina as tarefas e a mecânica (crie
regras).
9. Defina os sistemas de pontuação (qual
será a recompensa? Como será feito o
ranking?).
1 0 . D e f i n a o s r e c u r s o s ( p l a n e je a a g e n d a d e
ações e os materiais/recursos necessários).
11. Revise a estratégia.
A l g u n s e x e m p l o s d e p l a t a f o r m a s e a p li c a t i v o s d e
gamificação elaborados para ensino e
aprendizagem

1. Kahoot - como aumentar a interação e a


colaboração com seus estudantes por meio da
g a m if ic a ç ã o .

Tutorial explorando como elaborar perguntas, jogos no


kahoot para interagir com seus estudantes
https://www. youtube. com/watch?v=TZCak0t0Kf8

Como criar, configurar e usar o kahoot


https://www. youtube. com/watch?v=laQLUb7eTeM

2 . G a m if ic a ç ã o v i a f o r m u l á r i o d o G o o g l e
T u t o r ia l s o b r e g a m i f i c a ç ã o c o m G o o g l e F o r m s
https://www. youtube. com/watchv=d1ayzPW83GY

Um modelo de gamificação com o Google Forms


https://forms. gle/QoW4zTDcrohhGnaTA

3 . K o l l ig o ( A p p ) - é u m a p l i c a t i v o p a r a
d i s p o s it iv o s m ó v e i s d e s t i n a d o a o u s o e m s a l a d e
aula com suporte a técnicas de gamificação que
p o s s a m a p o ia r o s p r o c e s s o s d e a p r e n d i z a g e m .
Através de questionários, pontuações,
emblemas e conquistas o aplicativo possibilita
de forma lúdica e engajadora estimular a
interação e integração entre professores e
estudantes.
A l é m d is s o , s e r v e c o m o a u x í l i o n a t o m a d a d e
d e c is ã o p o r p a r t e d o s d o c e n t e s , n o s e n t i d o d e
oferecer práticas diferenciadas de acordo com
o p e r f il d a t u r m a .
Tutorial como usar o kolligo
https://www. youtube. com/watch?v=3RaLhAnPfek&feature=emb_logo
4. O CDF (Clube Desafio Futura) - é um
j o g o e d u c a t iv o b a s e a d o e m p e r g u n t a s e
respostas. Nele você pode percorrer
d i v e r t id a s j o r n a d a s d e a p r e n d i z a g e m e
c o m p a r t il h a r c o n h e c i m e n to s c o m q u e m
quiser.
Para baixar o app do CDF no seu celular

https://cdf. org. br/

Tutoria de como aplicar o CDF no ensino

https://www. futura. org. br/gamificacao-na-educacao-tutorial-de-


como-aplicar-o-cdf-no-ensino/

5 . S o c r a t iv e ( A p p ) - É u m e s p a ç o v i r t u a l
i n t e r a t iv o , id e a l p a r a r e s p o n d e r e n q u e t e s ,
q u e s t io n á r io em torno de temáticas
abordadas em sala de aula
Tutorial explicando como usá-lo no ensino-
aprendizagem
https://www. youtube. com/watch?
time_continue=43&v=AII3a9dTIy4&feature=emb_logo

6 . D u o l in g o – é u m d o s a p l i c a t i v o s m a i s
famosos para aprender idiomas, usado por
m a is d e u m b i l h ã o d e a p r e n d i z e s . É u m a
plataforma desenhada seguindo a filosofia
d a g a m if ic a ç ã o , i s t o é , q u a n t o m a i s a c e r t o ,
m a is p r e m ia ç õ e s e p o n t u a ç õ e s .
Plataforma Duolingo – o que é e como usar
https://canaltech. com. br/internet/o-que-e-e-como-usar-o-
duolingo/

Aquecendo o papo do dia


Você, professor e estudante, compartilhe
seus a p l ic a t i v o s e métodos lúdicos
( g a m if ic a d o s ) d e e n s i n o e a p r e n d i z a g e m .
1 6 º D ia :
Segurança online dos aprendizes

Somos anjos e demônios também no


a m b i e n t e o n l i n e . P o r i s s o , o c u id a d o c o m a
segurança e a proteção da nossa
privacidade, reputação, dos nossos dados,
e n f i m , a p r o t e ç ã o d a n o s s a v id a , d e v e s e r
uma questão essencial, tratada com
a t e n ç ã o e s e r i e d a d e n a s in s t it u iç õ e s d e
ensino.
A a t e n ç ã o d e v e s e r m a i o r a in d a p a r a o s
professores que lidam com estudantes
m e n o r e s d e 1 8 a n o s . D e p r á x is , o s p a is
ensinam aos seus filhos que não é seguro
c o n v e r s a r c o m e s t r a n h o s n a v id a o ffl in e ,
p o r é m , p o u c o s e n t e n d e m c o m o is s o fu n c io n a
na internet.
P o r i s s o , d e s d e o p r i m e i r o d ia d e a u l a
o n l i n e , r e c o m e n d a - s e q u e o s p r o fe s s o r e s
o r i e n t e m e a l e r t e m s o b r e o s c u id a d o s e
comportamentos que cada educando deve
e s t a b e l e c e r e m s u a s i n t e r a ç õ e s o n l in e . N a s
aulas sincrônicas, explicar como e quando
i n t e r v i r ; o r i e n t a r q u e s e j a m r e s p e it o s o s e
t o l e r a n t e s a o e n v i a r c o m e n t á r io s , e - m a il s ,
áudios e vídeos no WhatsApp ou em
q u a l q u e r o u t r a p l a t a f o r m a d ig it a l .
R e c o m e n d a - s e q u e o s p r o fe s s o r e s t o m e m
como referência as o r ie n t a ç õ e s de
s e g u r a n ç a o n l i n e d a U N I C E F , d o s e u P a ís o u
d a s u a p r ó p r i a i n s t i t u i ç ã o a c a d ê m ic a .
A p r o f e s s o r a d e t e c n o l o g ia M a r y H e r t z
s u g e r e q u a t r o p e r g u n t a s q u e o p r o fe s s o r ( a )
deveria fazer aos seus estudantes na
primeira aula online:
1. Pergunte a eles o que é um “estranho”. A
p a r t i r d a s r e s p o s t a s , e x p l i q u e o s “ t ip o s ” d e
estranhos e suas p o s s ív e is
intencionalidades. Nem todos os
d e s c o n h e c i d o s s ã o m a l i n t e n c io n a d o s , m a s
alguns podem ser movidos pelo desejo de
não fazer o bem.
2. Em seguida, pergunte aos estudantes
quais são os tipos de informações que não
devemos compartilhar a pessoas
desconhecidas.
Após ouvir suas respostas, ressalte, por
e x e m p l o , q u e j a m a i s d e v e m o s fo r n e c e r
n ú m e r o s d e t e l e f o n e , e n d e r e ç o r e s id e n c ia l ,
nome completo, qualquer in fo r m a ç ã o
p e s s o a l q u e s e j a í n t i m a o u fa c il it e a
localização, entre outros.
3 . P e r g u n t e a o s e s t u d a n t e s q u e t ip o d e
i n f o r m a ç õ e s p o d e m s e r c o m p a r t il h a d a s c o m
desconhecidos. Por ter uma natureza
i n o c e n t e , a s c r i a n ç a s s ã o , e m g e r a l , m a is
v u l n e r á v e i s c o m e s s a s q u e s t õ e s . E a q u i,
e n t r a a r e l e v â n c i a d o s p a is e p r o fe s s o r e s
em ajudá-las a fazer perguntas a estranhos
que não coloquem em r is c o a sua
segurança.
4. Por último, pergunte aos estudantes se
e x i s t e m p e s s o a s e s t r a n h a s n a in t e r n e t .
Como eles passam boa parte do tempo
i n t e r a g i n d o e m j o g o s o n l i n e e n t r e u s u á r io s ,
c e r t a m e n t e c o n t a r ã o e x p e r iê n c ia s d iv e r s a s .
D e p o i s d e o u v í - l o s , c o n c l u a e x p l ic a n d o o s
mecanismos mais seguros para se conectar
c o m “ a n j o s e d e m ô n i o s ” d e s c o n h e c id o s e m
j o g o s , c h a t s , f ó r u n s o n lin e , e t c . P a r a
crianças, evitar conversas com
d e s c o n h e c i d o s a i n d a é o c a m in h o m a is
seguro.
E n f i m , a l g u m a s d i c a s t é c n ic a s e p r á t ic a s
para melhorar a segurança do
e d u c a n d o e e d u c a d o r a o e n s in a r e a p r e n d e r
no ambiente digital:
- Usar o login pessoal, não de parentes ou
amigos;
- Criar uma senha complexa;
- Mudar a senha periodicamente;
- N ã o c o m p a r t i l h a r i n f o r m a ç õ e s p e s s o a is
dentro de sala de aula online ou
grupos de estudos;
- P r o t e g e r o s d a d o s d e f a m i l ia r e s e a m ig o s ;
- A d e r i r , p o r p r e c a u ç ã o , a s e r v iç o s d e
aplicativos antivírus, seja por
assinatura paga ou gratuita.

Aquecendo o papo do dia

1- Quais cuidados você costuma ter com sua


segurança ao acessar a internet?

2 - Como você tem se reportado aos seus


aprendizes e aos pais e/ou responsáveis a
respeito da necessidade de ficar atento e zelar
pelasegurança pessoal, principalmente dos
menores, no ambiente digital?
1 7 º D ia :
A u l a s ín c r o n a n a s a l a d o
Google Meet - 20h

U m a s í n t e s e c r í t i c a - a n a l í t i c a d a s t e m á t ic a s
e s t u d a d a s a o l o n g o d a s e m a n a ; fe e d b a c k
d o s i n q u i e t @ s e a p r e s e n t a ç ã o d a s t e m á t ic a s
da semana seguinte.
V U n id a d e - A v a l i a ç ã o O n l i n e e Rede de
A p r e n d iz a g e m P e s s o a l ( R A P )

1 8 º D ia :
C o m o a v a l ia r o s a p r e n d i z e s n o c o n t e x t o d e
ensino-aprendizagem online?
T o d o e n s i n o f o r m a l , i n s t i t u c i o n a li z a d o , r e q u e r
algum tipo de avaliação e o aprendizado formal
o n l i n e n ã o f o g e à r e g r a . A v a li a r s e m p r e f o i u m a
das atividades mais críticas na rotina de um
professor e um dos momentos mais “temidos”
para um estudante.
I
Inicialmente, fazemos alguns questionamentos:

Faz sentido reproduzir


o modelo avaliativo
centralizado, punitivo,
analógico no universo
dos aprendizes “onlife”,
que crescem e vivem
em uma cultura digital
híbrida, líquida e
descentralizada?

Quem já leciona online, como está realizando o


processo avaliativo?
Como poderíamos avaliar de forma eficiente e
transparente no ensino-aprendizagem onlife?
De fato, quem está sendo avaliado do outro
lado da tela, o estudante ou alguém no seu
lugar?
Quando avaliamos? De forma continuada ou
pontual?
O que avaliamos? Habilidades, competências,
teorias?
Que plataformas podemos usar para avaliar?
Não há nada mais subjetivo que um ser humano
Se cada ser humano (estudante) tem o seu ritmo,
seus mecanismos personalizados de aprendizagem,
s e u s i n t e r e s s e s p e s s o a i s , a c a d a d i a t o r n a -s e m a i s
n í t i d o o q u a n t o é o b s o l e t o e i n f u n d a d o a p li c a r u m
p a d r ã o h o m o g ê n e o d e a v a li a ç ã o p a r a t o d o s o s
e s t u d a n t e s d e u m a e s c o la o u m u n i c í p i o . N o
ambiente digital há ainda maiores disparidades,
q u a n d o o b s e r v a - s e q u e h á e s t u d a n t e s e x c lu í d o s d e
dispositivos, outros sem conectividade ou escassa
c o n e x ã o e a i n d a a q u e l e s s i t u a d o s e n t r e o s e le v a d o s
í n d i c e s d e a n a l f a b e t i s m o d i g i t a l.
E m g e r a l , a v a l i a ç õ e s h o m o g ê n e a s , a lé m d e s e r e m
injustas, bloqueiam a criatividade dos aprendizes.
Portanto, “seria tolice não tirar proveito da
pandemia global para virar a página de décadas de
d e s a s t r e s d o c i m o l ó g i c o s [ 1 ] – a d o c i m o lo g i a é a
c i ê n c i a d o s e x a m e s – q u e f r u s t r o u , d e s e n c o r a jo u e
puniu gerações inteiras” de estudantes. (Horemans;
Schmidt, 2020)[2].
N o l u g a r d e m a s s i f i c a r a a v a li a ç ã o , q u e t a l p e d i r
q u e e l e s c o m p a r t i l h e m o q u e a p r e n d e r a m a o lo n g o
do mês, usando plataformas interativas e criativas.
A v a l i a ç ã o f o r m a t i v a e p e r s o n a li z a d a f o c a n o
p r o j e t o d e c a d a a p r e n d i z , o q u e i r á r e q u e r e r d e le
m a i s a u t o n o m i a e r e s p o n s a b i li d a d e
A avaliação online combina com práticas contínuas,
f e i t a s p e l o s f e e d b a c k s d o a p r e n d i z a o lo n g o d o a n o
a c a d ê m i c o . P o r e x e m p l o , a a v a li a ç ã o p o d e r i a s e r d e
duas formas: pequenos testes interativos para
verificar o conhecimento e compreensão do
aprendiz à medida que avança no curso e, segundo,
t a r e f a s m a i s l o n g a s e n v i a d a s v i a e -m a i l, W h a t s A p p
ou outras mídias ao seu professor/curador.
A a v a l i a ç ã o b e m p r o j e t a d a a o lo n g o d o a n o
permite que os aprendizes monitorem seu
p r o g r e s s o e , a o m e s m o t e m p o , a ju d a o s
p r o f e s s o r e s a d i r e c i o n a r e m m e lh o r o e n s i n o ,
garantindo desse modo que educando e
educador consigam visualizar o progresso de
cada um ao longo do ano letivo, através da
realização de comentários, d i á lo g o s e
reflexões sobre os erros e acertos no
processo ensino-aprendizagem.
Por fim, seguindo as provocações dos
pesquisadores belgas, Horemans e Schmidt,
questionamos: não deveríamos usar o
distanciamento social para derrubar de uma
vez por todas as avaliações punitivas e
potencialmente devastadoras e optar por
o u t r o s m é t o d o s , c o m o a s a v a li a ç õ e s a p a r t i r
das habilidades personalizadas, feitas na
companhia de tutores/curadores, com o
objetivo de identificar o momento exato em
que o estudante está saltando de um nível
para outro, ou ainda, acompanhar e
compreender melhor o que exatamente
impede o impulso d a q u e le s que não
conseguem? Faz sentido no ensino-
a p r e n d i z a g e m o n l i n e c o n t i n u a r a p li c a n d o
avaliações com regras de conduta quase tão
r í g i d a s q u a n t o a s d o a m b i e n t e p r i s i o n a l?
Certamente, resistirão em dar passos na
direção de novas pedagogias emancipatórias
a q u e l e s q u e e n x e r g a m a s a v a li a ç õ e s a t r a v é s
d a ó t i c a m e r i t o c r á t i c a , c u ja f i lo s o f i a é
e l i m i n a r o s m a i s f r a c o s e e le v a r o s m a i s
f o r t e s . N e s s a n o v a p e r s p e c t i v a , a a v a li a ç ã o
n ã o p o s s u i u m a n a t u r e z a e li m i n a t ó r i a , p o r
inserir-se dentro de um processo contínuo e
personalizado de aprendizagem, focado nas
habilidades e projetos de cada estudante.
Uma proposta viável

Direcionar toda a experiência dos aprendizes via


p r o c e s s o s d e a u t o a v a l i a ç ã o e a v a li a ç ã o e n t r e o s
iguais/pares, baseados em h a b i li d a d e s e
r e c o m p e n s a s , a t r a v é s d e r u b r i c a s e m e d a lh a s
que os próprios estudantes premiam um ao outro
durante todo o processo.
C o m o n o s v i d e o g a m e s , p o d e -s e u s a r d i v e r s a s
d i n â m i c a s ( j o g o s e m t e m p o r e a l, c o m p e t i ç ã o ,
a l t r u í s m o ) e i n s t r u m e n t o s ( p o n t o s , m e d a lh a s ,
n í v e i s , d e s a f i o s , t a b e l a s d e c la s s i f i c a ç ã o ) . E s s e
modelo avaliativo gamificado, quando é
c o m b i n a d o c o m u m a s é r i e d e r e g r a s e o b je t i v o s ,
p e r m i t e q u e o a p r e n d i z s e a u t o -a v a li e e s e ja
avaliado por colegas e tutores/professores.

A proposta acima vem do livro “Expandir la universidad


más allá de la enseñanza remota de emergência: ideas
hacia um modelo híbrido post-pandemia”, de autoria dos
professores Hugo Pardo Kuklinski e Cristóbal Cobo.

Perguntas para aquecer o papo do dia


O que faz uma avaliação ser mais construtiva,
inclusiva e significativa?
1 9 º D ia :
Plataformas online para feedback e
a v a l ia ç ã o
A p r e s e n t a r e m o s a s e g u i r a lg u n s r e c u r s o s
online que podem ser usados para feedbacks
e avaliações numa perspectiva focada no
processo de aprendizagem dos estudantes.
Como cada professor tem a sua dinâmica e
preferências avaliativas, sugerimos que cada
u m a n a l i s e e e s c o l h a a q u e l a o u a q u e la s m a i s
adequados para o seu perfil e contexto de
ensino-aprendizagem.
Fizemos uma seleção de 20
ferramentas/plataformas, pensando
sobretudo no contexto atual dos professores
q u e e s t ã o m i g r a n d o p a r a o e n s i n o o n li n e ,
sem ter tido anteriormente nenhuma
e x p e r i ê n c i a p r é v i a d e a v a li a ç ã o o n li n e . A s
instituições de ensino que já têm a
m o d a l i d a d e E A D c e r t a m e n t e já d i s p õ e m d e
suas plataformas avaliativas adaptadas ao
seu perfil acadêmico.
Tendo em vista a urgência do momento,
demos ênfase às aquelas ferramentas de
feedback gratuitas. Para os professores que
têm preferências p e la a v a li a ç ã o
personalizada, ao vivo, via videoconferência,
introduzimos como sugestão as quatro
primeiras plataformas gratuitas. As demais
ferramentas atendem a várias outras
dinâmicas avaliativas.

Pergunta pra aquecer a temática do dia


1. Das 20 ferramentas/plataformas
apresentadas, destaque aquela ou aquelas que
você mais gostou
2. Que plataformas você usa ou pensa em usar
para avaliar e/ou receber feedback dos seus
estudantes?
Obs: Na lista abaixo, temos as três opções de
f e r r a m e n t a s : a s g r á t i s , a s p a r c i a lm e n t e g r á t i s
e as não grátis. As duas últimas são usadas
i n t e r n a c i o n a l m e n t e p o r g r a n d e s e s c o la s e
u n i v e r s i d a d e s p ú b l i c a s e p r i v a d a s . E la s
c o n t a m c o m t o d o u m s i s t e m a d e I n t e li g ê n c i a
A r t i f i c i a l p a r a m o n i t o r a r a s a v a li a ç õ e s , c o m
reconhecimento facial, reconhecimento de
voz e vários outros recursos de segurança.
1. WhatsApp
2. Messenger do Facebook
3. Skype
4. Zoom
5. Kahoot
6. Seneca
7. Formulário do Google
8. GoConqr
9. Padlet
10. Socrative
11. Quizlet
12. Tiny Tap
13. Edmodo
14. Quizizz
15. Slido
16. Book Creator
17. Seesaw
18. Classkick
19. Examity (não grátis)
2 0 .E p r o c t o r i n g ( n ã o g r á t i s )

A lista é bem maior. Você, professor e


estudante, certamente conhece outras mais
próximas ao seu contexto e às suas
d e m a n d a s . R e f o r ç o , n ã o e x i s t e u m a f ó r m u la
avaliativa igual para todos. Portanto, cada
u m e s c o l h e a s o p ç õ e s q u e s e a ju s t a m à s u a
r e a l i d a d e d e e n s i n o - a p r e n d i z a g e m o n li f e .
2 0 º D ia : C r ia n d o s u a R e d e d e A p r e n d i z a g e m
Pessoal (RAP)
“Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá
em grupo” (provérbio africano).

Na sociedade da era digital, nós, profissionais da


educação, que vivemos em ambientes líquidos, de
mudanças constantes, precisamos desenvolver
habilidades em formação continuada para nos
adaptar constantemente às novas demandas do
mundo do trabalho (Castells, 2000).

Para podermos fazer efetivamente isso,


dependemos de várias habilidades de
aprendizagem autônoma e autodirigida ao longo
da vida. Uma delas é desenvolver a capacidade
de buscar e conectar pessoas relevantes ligadas
à nossa área profissional.

Uma Rede de Aprendizagem Pessoal (em inglês,


PLN: Personal Learning Network) é um conjunto
de ferramentas, processos mentais e atividades,
que permitem compartilhar, refletir, discutir e
reconstruir conhecimento com outras pessoas”
(Castañeda & Adell, 2013).
Diariamente, todos nós interagimos com
p e s s o a s d o s n o s s o s c i c l o s , t a n t o o f f li n e
quanto por meio de dispositivos digitais,
fontes e meios de comunicação variados,
f o r m a l e i n f o r m a l m e n t e , e m h o r á r i o s e lo c a i s
de nossa escolha.

Entre essas pessoas, e s t a b e le c e m o s


conexões com grupos profissionais, com ou
s e m a i n t e n ç ã o d e e s t a b e le c e r c o m e le s
vínculos de longo prazo. Essas conexões
podemos chamar de Rede de Aprendizagem
Pessoal (RAP).

Nelas “aprendemos o que queremos


a p r e n d e r , i n t e r a g i n d o c o m p e s s o a s o n li n e ( o u
não) que podem ajudar na nossa
aprendizagem.

Cada uma de nossas redes é única, criada e


d e s e n v o l v i d a p a r a n o s s o s o b je t i v o s d e
a p r e n d i z a d o p e r s o n a l i z a d o s q u e e v o lu e m e
crescem ao longo de nossas vidas”
(Richardson & Mancabelli, 2011).

Para Castañeda e Adell (2013), autores do livro


“Entornos personales de aprendizaje: claves para el
ecosistema educativo en red”, compartilhar em uma
RAP requer três elementos básicos:

- Ferramentas de software social: redes digitais como


Twitter, Facebook, etc.
- Mecanismos: objetividade, capacidade de consenso,
diálogo, decisão.
- Atividades: oportunidades de intercâmbio, como
encontros, reuniões, fóruns, congressos, etc.
Em uma sociedade de “mudanças de época” e
não de “épocas de mudanças”, aprender por
meio de RAPs se tornará uma necessidade
cada vez mais urgente. T e c n o lo g i a s
emergentes, como Inteligência A r t i f i c i a l,
robótica, Internet das Coisas, automação,
significam que alguns empregos
d e s a p a r e c e r ã o e n o v o s t i p o s d e t r a b a lh o
surgirão em seu lugar.
U m m o t o r i s t a d e c a m i n h ã o h o je p o d e
p r e c i s a r a m a n h ã t r e i n a r c o m o p i lo t o d e
drones. A secretária, o porteiro, o atendente
de supermercado, o advogado, o professor
passarão por reinvenções radicais nas
próximas décadas. Isso exigirá de todos nós
n o v a s c o m p e t ê n c i a s , n o v a s h a b i li d a d e s , o
que significa formação, treinamento e
i m e r s ã o e m r e d e s d e a p r e n d i z a g e n s a o lo n g o
da vida.
De acordo com o educador Jeff Utecht, a
construção de uma Rede de Aprendizagem
Pessoal (RAP) tem as seguintes
características:
- Encontrar-se com outros educadores para
ampliar a rede de aprendizagem;
- Compartilhar o conhecimento, focado em
ideias e projetos;
- Filtrar a informação de forma que se possa
escolher aquela de mais utilidade;
- Identificar recursos de aprendizagem;
- A p r e n d e r d a s e x p e r i ê n c i a s c o la b o r a t i v a s
dos demais membros da rede.

Perguntas para aquecer o papo do dia


V o c ê j á t in h a p e n s a d o n a i m p o r t â n c i a d a
Rede de Aprendizagem Pessoal (RAP) para
a sua formação ao longo da vida?
Q u a is m íd ia s s o c i a i s e s t ã o i n s e r i d a s o u
p o d e r ã o s e r in s e r i d a s n a s u a R A P?
2 1 º D ia :
Síntese das principais plataformas/recursos
d i g i t a is p a r a o e n s i n o - a p r e n d i z a g e m o n l i f e
I . I n t e r a ç ã o s ín c r o n a / a s s í n c r o n a
1. WhatsApp – tornou-se nos últimos anos uma
e x t e n s ã o d a n o s s a v i d a , a m í d i a m a i s f a m i li a r ,
intuitiva e completa para a interação entre
professor e estudante. V i s u a li z o n e le a
m a t e r i a l i z a ç ã o d o c o n c e i t o “ o n li f e ” . A lé m d e
conversar
pessoalmente ou em grupo com os estudantes,
p o r m e i o d o z a p é p o s s í v e l c o m p a r t i lh a r á u d i o ,
v í d e o , a r t i g o s , f o t o s , p d f s e a t é p a g a m e n t o . A lé m
dos aspectos técnicos, que avançam com
melhorias voltadas a essa nova demanda de
interação (educação, reuniões), consequência da
pandemia, este aplicativo tem como
v a n t a g e m a i n d a o f a t o r p o p u la r i d a d e , p o i s já s e
fazia presente na vida das pessoas como um
ambiente “confortável” de interação na internet
antes da necessidade de distanciamento, o que se
torna um elemento facilitador do processo de
adaptação de estudantes e professores.
2. Telegram – ideal para interação e
compartilhamento de arquivos de vídeos, fotos de
até 1,5 GB cada. Podemos criar grupos com até
200 mil pessoas, sem necessidade de tornar
visível seu número de telefone.
3. Messenger do Facebook – comunicação/aula
a o v i v o c o m a t é 5 0 p e s s o a s . A lé m d e s e r g r á t i s , o
participante não precisa ter conta no facebook,
basta clicar no link criado por quem vai
coordenar a reunião.
4. Zoom – interação ao vivo com até 100
p a r t i c i p a n t e s . C o m p a r t i l h e n a t e la s e u s s li d e s . É
grátis.
5. Google Meet – interação/aula ao vivo com até
250 pessoas. É grátis.
III. Apresentações colaborativas online

1. PowerPoint do Google – construa


apresentações colaborativas online com grupos
de estudos, insira animações, vídeos do youtube,
do Google Drive ou do seu computador.

2. Google Documentos – Elabore e edite textos


convidando via email seus pares/estudantes para
escrever e produzir de forma colaborativa.

3. Jamboard – crie um quadro online colaborativo


para categorizar os conceitos; use para elaborar
uma pergunta em torno da temática abordada;
crie vários quadros na aula para geração de
insights.

4. Answergarden – estimule a interação com os


estudantes em tempo real com perguntas e
respostas em nuvem de palavras; colete feedback
em tempo real; provoque aquecimento
instantâneo sobre o tema em questão;

5. Mentimeter – construa apresentacões


interativas; ative perguntas respostas em tempo
real; use para criar nuvem de palavras.
IV. Gamificação no e n s i n o -a p r e n d i z a g e m
onlife
1 . K a h o o t – e l a b o r e d i v e r s o s m o d e lo s d e q u i s
para os seus estudantes; defina o tempo
para responder cada pergunta; insira
imagens, emojis, videos em cada pergunta;
depois envie o PIN (código) para o estudante
entrar no quiz e boa sorte.
2. Quizlet – crie uma lista de exercícios com
i m a g e n s , g r á f i c o s , d i a g r a m a s , m a p a s ; u t i li z e
flashcards disponíveis e os emvie para seus
e s t u d a n t e s ; m o n i t o r e o e n g a ja m e n t o d o s
jogadore.
3 . G a m i f i c a ç ã o v i a f o r m u l á r i o d o G o o g le –
use os diversos recursos inseridos dentro do
formulário do Google e os transforme em
games de ensino-aprendizagem.

V. Categorizar/organizar as fontes em
bibliotecas online
1. Evernote – Organize nas nuvens e de forma
intuitiva suas anotações, links, pdfs, artigos,
etc.; crie pastas por categorias temáticas;
a c e s s e d e q u a l q u e r l u g a r e e m q u a lq u e r
momento.
2. Dropbox – um serviço de armazenamento
de conteúdo em todos os seus formatos;
c o n v i d e e c o m p a r t i l h e a r q u i v o s o n li n e p a r a
grupos; tudo na nuvem;
3. Diigo – é uma multi-ferramenta para
construir uma biblioteca pessoal na nuvem,
com links, notas, imagens, pdfs, etc.
VI. Ferramentas para alçar sua imaginação criativa

1. Animoto – ferramenta online para criar e editar


pequenos vídeos divertidos, usando suas fotos,
músicas, etc.

2. Animaker – engaje os estudantes pedindo para


criarem conteúdos personalizados, apresentações com
vídeos animados e transforme a sala de aula num
lugar gostoso de aprender.

3. Thinglink – crie tags, imagens, vídeos, mapas, áudio;


utilize imagens em 3D; insira artes interativas em suas
apresentações de slides; estimule os seus estudantes a
criarem conteúdos interativos.

4. Pixton – ferramenta para criar histórias em


quadrinhos, ideal para aflorar a criatividade do
estudante em torno de temáticas livres ou indicadas
pelo professor.

5. OpenShot vídeo editor – uma das ferramentas


gratuitas mais poderosas de edição de vídeo,
disponível para rodar em todos os sistemas operativos.
VII. Outras plataformas e recursos sugeridos/usados ao
longo do curso
1. Loom (gravar vídeo)
2. Zoom (videoconferência)
3. Kolligo (App)
4. O CDF (Clube Desafio Futura)
5. Socrative (App)
6. Gamificação com Google Forms
7. Padlet
8. Seneca
9. GoConqr
10. Tiny Tap
11. Book Creator
12. Powtoom
13. Duolingo
14. Google Educação
15. Khan Academy
16. MOOCs Coursera
17. Udemy
22º Dia:
Aula síncrona na sala do Google Meet - 20h
Uma síntese crítica-analítica das temáticas abordadas no
curso; feedback avaliativo dos inquiet@s e presentação
de datas para a 2ª edição do curso. Vídeo da última aula
do curso disponível aqui.
Referência Bibliográfica
CHAVES T. C. & LACERDA, J. Da Pedagogia da Autonomia de Freire à
Autocomunicação Digital de Castells, Joinville: Intercom, 2018, disponível
em http://portalintercom.org.br/anais/nacional2018/resumos/R13-
1428-1.pdf

CHAVES DE FREITAS, Talvacy. Autocomunicação de massa na cultura


digital a partir de Manuel Castells: um estudo de caso entre os
estudantes de comunicação no Nordeste do Brasil. Tese de doutorado,
Roma, 2019.

Learning in the era of Network Society – Curso Online oferecido pelo


Web Science Institute da University of Southampton, disponível na
plataforma do Future Learn.

Digital skills for teachers: making technology work for you – Curso
Online oferecido pelo Future Learn

Learning online: managing your identity – Curso Online promovido pela


University of Leeds, disponível na plataforma do Future Learn

Learning online: searching and researching – Curso Online promovido


pela University of Leeds, disponível na plataforma do Future Learn

Learning online: learning and collaborating – Curso Online promovido


pela University of Leeds, disponível na plataforma do Future Learn

The online educator – Curso Online promovido pela The Open University,
disponível na plataforma do Future Learn

How to teach Online – Curso Online disponível na plataforma do Future


Learn

George Siemens (2008). Uma breve histórria da aprendizagem em rede.


Disponível em http://humana.social/uma-breve-historia-da-
aprendizagem-em-rede/

SIEMENS, G. Princípios do conectivismo – disponível em


https://is.gd/FmUf1q

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Pierre Lévy. [Arquivo de vídeo]. Recuperado de
https://www.youtube.com/playlist?list=PL90DD9D234EF3EBBB
2ª Edição
Curso Ensino-Aprendizagem ONLIFE

Período do Curso:
06 a 31 de julho 2020

Inscrições:
Através do WhatsApp do
curador (84)99668-3426

Espaços de Interação:
Plataforma Google Sala de Aula
e Grupo no WhatsApp

Aulas ao Vivo:
Sala do Google Meet,
todas as sextas de 16 às 17h.

Fluxo de Atividades temáticas:


Exclusivamente pelo Google Sala de Aula
(https://classroom.google.com).
Ficha Técnica
E-Book

Idealização e Curadoria:
Talvacy Chaves de Freitas

@talvacy

Talvacy Chaves de Freitas

talvacy.blogspot.com

Possui graduação em Filosofia (1996-1998) e Teologia (1999-


2001) pelo Seminário Arquidiocesano da Paraíba. Possui
bacharelado (2008-2010), mestrado (2011-2012) e doutorado
(2016-2019) em Comunicação Social pela Universidade Pontifícia
Salesiana (UPS), sendo este em co-tutela com a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Atualmente, faz pós-
doutorado na UFRN, é professor da Faculdade Católica do Rio
Grande do Norte (FCRN) e Vigário da Paróquia Nossa Senhora
da Conceição e São João Batista de Apodi/RN, Diocese de
Mossoró. Mais informação disponível no seu Currículo Lattes em
http://lattes.cnpq.br/1758944135956580

Arte Gráfica, Diagramação,


Organização e Revisão de Texto :
Cecília de Lima Pinheiro Gadelha

@CeciliaLPG
@_cecilia_pinheiro
facebook.com/cecilia.pinheiro3

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