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DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos relacionados ao índice de
capital circulante líquido (CCL). Primeiramente, você estudará o conceito
do CCL, que se refere à diferença existente entre o ativo circulante e o pas-
sivo circulante, de acordo com um período específico. Serão apresentados
o conceito e a formação do índice de capital líquido, como é realizado
seu cálculo e as circunstâncias em que esse índice pode ser aplicado.
O que é CCL?
Conforme Blatt (2001), o CCL também é denominado de capital de giro líquido
(CGL) e representa o excesso financeiro empresarial, ou seja, a folga ou falta de
ativos circulantes em contrapartida aos passivos circulantes. O ativo circulante
aborda algumas contas, como, por exemplo, a soma das contas a receber, dos
estoques, dinheiro em caixa, dinheiro em banco, aplicações financeiras e
duplicatas a receber. O passivo circulante envolve algumas contas, como, por
exemplo, fornecedores, contas a pagar, folha de pagamento, encargos sociais,
impostos a pagar, empréstimos a pagar e demais dívidas vencíveis dentro do
prazo de um ano, ou seja, 12 meses.
CCL = CGL = AC – PC
Ou
Onde:
É possível afirmar que o CCL ou CGL corresponde à soma dos recursos financeiros de
curto prazo que estão disponíveis para financiamento das operações empresariais.
CCL > 0: quando o CCL for maior que 0 significa que o ativo circulante é
maior que o passivo circulante, o que resulta em um índice de liquidez corrente
maior que 1.
Analisando o Quadro 1, é possível constatar no exemplo que o ativo cir-
culante é relativamente maior que o passivo circulante, o que representa que
o CCL da empresa é positivo e que ela possui uma folga financeira.
ATIVO PASSIVO
AC PC
ELP
RLP
PL
AP
CCL < 0: quando o resultado obtido do CCL for menor que 0, significa que
o ativo circulante é menor que o passivo circulante, resultando em um índice
de liquidez corrente menor que 1. Nesse caso, o CCL é negativo.
ATIVO PASSIVO
AC PC
RLP ELP
AP
PL
ATIVO PASSIVO
AC PC
RLP
ELP
AP
PL
Calculando o CCL
De acordo com Saporito (2015), ao calcular o CCL pode-se obter um resultado
positivo, negativo ou nulo. Ao adquirir um resultado negativo, constata-se que
essa empresa possui um risco mais elevado da sua operação, já que ela possui
obrigações de curto prazo que são superiores aos ativos de curto prazo. No
entanto, mesmo com o índice CCL negativo, muitas empresas conseguem se
manter no mercado. Isso pode ocorrer em virtude da operação empresarial
ou também das diversas obrigações que a empresa possui, que vencerão no
próximo exercício social, e que serão substituídas por outras obrigações do
curto prazo.
Com base nas informações apresentadas, relativas ao índice de CCL, é
possível afirmar que quanto maior o total do CCL da empresa, menor risco
ela apresentará, ou seja, ela terá menor probabilidade de insolvência técnica.
O Quadro 4 apresenta o resultado adquirido para o CCL no ano de 2013 e
no ano de 2014. No ano de 2014, o ativo circulante prevaleceu sobre o passivo
circulante, onde o resultado do CCL foi de R$ 100.000. Para chegar nesse
resultado, foi preciso coletar os dados do ativo circulante e passivo circulante
e aplicar a fórmula do CCL.
CCL = AC – PC
Ano 2014
Ano 2013
ANO X 1 ANO X 2
AC PC AC PC
70% 49% 55% 34%
20X1
CCL = AC – PC
CCL = 85.000 – 91.800 = (6.800) – CCL negativo
20X2
CCL = 95.800 – 90.100 = 5.700 – CCL positivo
Leituras recomendadas
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. v. 4. (Série des-
vendando as finanças).
GARRISON, R. H; NOREEN, E. W; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.
HIGGINS, R. C. Análise para administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed.
São Paulo: Atlas, 2012.
MARQUES, J. A. V. da C.; CARNEIRO JÚNIOR, J. B. A.; KÜHL, C. A. Análise financeira das
empresas. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015.
PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras.
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
SANTOS, J. L. dos; SCHMIDT, P.; FERNANDES, L. A. Contabilidade avançada: aspectos
societários e tributários. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.