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PAPER

15 de Dezembro de 2019 - Direito/Ceres

ARTIGO 159 AO 165

Bruna Cristina Seabra1


Carla Muriele de Souza2
Diogo Marinho Néia3
Gustavo Nascimento Prado4
Lucas Gabriel Ribas Barros Alves5
Nabya Carollynne Rodrigues de Melo6
Ryan Alves Siqueira7
Seany Martins Rosa de Oliveira8
RESUMO

A fraude contra credores representa um fundamental instrumento de repressão à fraude lato sensu,
assim entendido qualquer artifício ou ardil realizado com o propósito de prejudicar. Esse tópico está
descrito no Código Civil vigente de 2002, dos artigos 158 ao 165. A ação judicial que busca
questionar o negócio jurídico realizado em fraude contra credores é intitulada, doutrinariamente, de
ação pauliana ou revocatória. Há fraude de negócios gratuitos e de negócios onerosos.

PALAVRAS-CHAVE
Fraude; Código Civil; Credores; Negócios.

1
Acadêmico do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
2
Acadêmica do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
3
Acadêmico do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
4
Acadêmica do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
5
Acadêmica do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
6
Acadêmica do 2º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
7
Acadêmico do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.
8
Acadêmica do 1º período. Curso de Direito do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.

Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA


Avenida Universitária, km. 3,5 – Cidade Universitária – Anápolis - GO – CEP: 75.083-515 – Fone: (62) 3310 6600 – www.unievangelica.edu.br “...grandes
coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres.” Sl 126,3
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Introdução

A fraude contra credores, ademais, constitui-se, em nosso sistema, um dos


chamados vícios sociais, pois nela a vontade do agente existe e funciona
normalmente, havendo, inclusive, correspondência entre a intenção interna e a sua
declaração, no entanto, ela é avessa à lei ou à boa-fé, eis que orientada no sentido
de prejudicar terceiros ou de infringir o Direito (LOTUFO, 2003).

De acordo com Theodoro Junior (2003) são duas maneiras de se resguardar


a satisfação de um crédito em caso de inadimplemento de uma obrigação: (i) as
garantias reais, que vinculam bens certos à obrigações, com preferência e sequela,
diante dos demais credores; (ii) a garantia genérica do patrimônio do devedor,
quando a dívida é quirografária, isto é, desprovia de garantia real específica.

A situação do credor com garantia real é a mais cômoda e segura, uma vez
que mesmo o devedor tornando-se insolvente e/ou alienando o bem vinculado à
obrigação inadimplida, o bem afetado poderá ser objeto de execução mesmo
compondo patrimônio alheio, dado o direito de sequela, próprio dessa espécie de
gravame.

Já o credor quirografário (aquele que não possui uma garantia real) que vê o
devedor esvaziar ou reduzir seu patrimônio a ponto de se tornar insolvente, é vítima
de lesão à garantia genérica com que contava. Somente esse tipo de credor pode
ajuizar a Ação Pauliana.

Para evitar que ocorra fraude contra o credor, o mesmo ajuíza uma ação,
chamada de Ação Pauliana ou Revocatória, afim de anular os atos cometidos pelo
devedor, pois, com a anulação, os bens do devedor retornam para o seu patrimônio
para pagamento de suas dívidas.

Referida lesão, a propósito, é o objeto da atenção do instituto da fraude


contra credores, já que o ordenamento jurídico não tolera atos de dilapidação
patrimonial que importem prejuízo à terceiros.

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Origem Histórica

A fraude contra credores teria surgido no direito romano em momento


posterior a Lex Poetelia Papiria, de 326 a.C., que vedou a execução pessoal e fez
surgir o primado de que o patrimônio do devedor, e não seu corpo, responde por
suas obrigações (LISBOA, 2003).

Assim, visando garantir a satisfação do direito do credor nos casos de


propositado e fraudulento esvaziamento do patrimônio do devedor, os pretores
romanos passaram a conceder uma in inte ‘grum restitutio, que restituía o
patrimônio do devedor ao estado anterior à insolvência, tonando sem efeito todas as
vendas realizadas in fraudem creditorum (AZEVEDO, 2003).

Desta forma, o credor que assistia o devedor esvaziar seu patrimônio de


forma a frustrar o pagamento de suas dívidas recorria ao édito pretoriano que
conferia a integral restituição do bem ao patrimônio do devedor visando à garantia
da satisfação do crédito.

Referida in integrum restitutio fazia-se eficaz somente em relação ao


adquirente que tivesse atuado em conluio com o devedor (consilium fraudis). Daí o
surgimento da expressão ação revogatória, por nós também conhecida como ação
pauliana, que decorrente das expressões latinas re e vocare, que significam ‘fazer
voltar’. Assim, por esta ação, trazia-se de volta ao patrimônio do devedor o bem
alienado em fraude contra credores a fim de que esse respondesse pelas
obrigações inadimplidas por seu titular (LISBOA, 2003).

Conceito

A fraude contra credores é um defeito do negócio jurídico, um vício social, e


está disciplinada do artigo 158 a 165 do Código Civil. O credor é uma pessoa que
tem que receber um crédito; um serviço; um benefício; um bem; etc. Já o devedor é
uma pessoa que está obrigada a pagar um valor; entregar um bem; prestar um
serviço; etc. A fraude de maneira sucinta, é a manobra maliciosa do devedor, que
aliena o seu patrimônio, com o objetivo de não pagar o(s) credor(es).

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Essa fraude representa um fundamental instrumento de repressão à fraude


lato sensu, assim entendido qualquer artifício ou ardil realizado com o propósito de
prejudicar. A responsabilidade por débitos, como regra, recai sobre o patrimônio do
devedor, no qual o credor tem a sua principal garantia, embora existam garantias
reais (ex.: hipoteca) e até mesmo a possibilidade, embora excepcional, da privação
da liberdade nas hipóteses do devedor de alimentos e do depositário infiel (art. 5º,
LXVII, da CR/1988) por dívidas civis (TARTUCE, 2011).

Espécies ou formas

Das disposições do Código Civil sobre o tema são observáveis, em razão


dos requisitos exigidos para a configuração de cada uma, duas formas de
implementação da fraude contra credores.

No caput do art. 158 do CC/2002 encontram-se como forma de fraude


creditória a disposição gratuita de bens e a remissão de dívida que torna o devedor
insolvente, modalidades que exigem somente o eventus damni (TARTUCE, 2011).Já
o art. 159 cuida dos negócios jurídicos que envolvem disposição onerosa de bens
com o intuito de fraude, onde, portanto, exige-se o eventus damni aliado ao
consilium fraudis.

Como se nota, a natureza jurídica do negócio que resultam a inexistência ou


insuficiência do patrimônio para o resgate de dívidas influi na análise dos elementos,
ou requisitos, configuradores da fraude. Os artigos 162 e 163 do Código Civil
permitem entender que o pagamento antecipado de dívidas vincendas e a
constituição de direito de preferência a um ou alguns dos credores quirografários,
também são atos de fraude contra credores.

A doutrina, ademais, elenca outros atos/negócios não expressamente


previstos pelo legislador que podem importar fraude contra credores, tais como, (a) a
partilha desigual dos bens conjugais, por ocasião da separação, divórcio, quando
acarretar a redução do patrimônio de que o devedor na realidade já dispunha antes
da dívida vencida e não paga (LISBOA, 2003), e a (b) a renúncia de herança
(VENOSA, 2004), já que ambas são formas de disposição gratuita de bens.

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Elementos

A fraude contra credores regulada pelo vigente Código Civil é composta


essencialmente de dois elementos, um de caráter objetivo e outro subjetivo. Como
elemento objetivo figura o eventus damni (evento danoso), que se constitui no “ato
pelo qual o devedor diminui seu patrimônio, inviabilizando o direito dos credores”
(LISBOA, 2003); este elemento é essencial a qualquer espécie de fraude creditória.

O elemento subjetivo da fraude contra credores é o consilium fraudis


(conluio fraudulento ou concílio fraudatório), que se consubstancia pela “existência
de acordo de vontades entre o devedor e terceiro, por meio do qual ambos decidem
realizar negócio jurídico de má-fé, para prejudicar a satisfação dos créditos”
(LISBOA, 2003).

Requisitos gerais da fraude contra credores

O primeiro requisito exige, previamente, a identificação do negócio jurídico


que, em tese, será considerado como fraudulento. Se a fraude envolve um negócio
gratuito, aplica-se o art. 158 do CC/2002. Caso consista em vício de negócio
oneroso, a solução será apontada pelo art. 159 do CC/2002. É preciso que exista
um credor quirografário, ou, excepcionalmente, um credor com garantia real
insuficiente (art. 158, § 1º, do CC/2002). Do contrário, a petição inicial da ação
pauliana deverá ser indeferida, por ausência de interesse processual. Existe uma
segunda questão interessante sobre este requisito. O art. 158, § 2º, exige que o
crédito exista no momento da alienação fraudulenta, ao afirmar que “só os credores
que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles”. Acontece
que, diante dessa regra, é possível que uma pessoa esvazie o seu patrimônio antes
mesmo de se tornar devedora. É o caso do criminoso, que aliena os seus bens
antes de praticar o crime. Ou do fiador, que leva o afiançado a assinar o contrato
pelo seu vasto patrimônio, que é esvaziado imediatamente após a celebração do
contrato de locação, que é simples garantia fidejussória (pessoal).

O segundo requisito é que, seja no negócio gratuito, seja no oneroso, é


preciso que o negócio supostamente fraudulento se mostre prejudicial ao credor
(eventus damni ou requisito objetivo), por reduzir o devedor a um estado de

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insolvência. São duas situações distintas que podem surgir: o devedor já era
insolvente no momento da alienação ou do perdão, ou se tornou insolvente
exatamente pela alienação, ou pelo perdão. Assim, caso o devedor se desfaça de
valioso automóvel ou imóvel, nem só por isso estará configurada a fraude, bastando
que o devedor demonstre que possui outros automóveis e imóveis, em valor
suficiente para satisfazer o crédito. Esse bem alienado, além do mais, deve ser
penhorável, sob pena de não ficar configurada a fraude. Basta pensar na alienação
do bem de família, que será insuficiente para caracterizar a fraude contra credores,
pois não há prejuízo ao credor. Pelo contrário, pode até haver vantagem, caso o
preço da venda seja depositado em conta corrente. Se o bem imóvel era
impenhorável, o mesmo não se pode dizer do crédito depositado.

Efeitos jurídicos: invalidade ou ineficácia?

Os efeitos jurídicos são questões doutrinárias de grande discussão. A


corrente majoritária (Nelson Nery Jr., Caio Mário da Silva Pereira, Gustavo
Tepedino, Renan Lotufo, Sílvio de Salvo Venosa, San Tiago Dantas), defende que a
fraude produz a anulabilidade do negócio jurídico. Tal solução é extraída de uma
interpretação literal dos artigos 171, II, 158, 159 e 165 do CC/2002. E também
consta da Súmula 195 do STJ, ao dizer que “em embargos de terceiro não se anula
ato jurídico, por fraude contra credores”.

A corrente minoritária (Humberto Theodoro Jr., Yussef Said Cahali, Cândido


Dinamarco, Nelson Hanada), no entanto, sustenta que a fraude contra credores
produz apenas a ineficácia relativa do negócio ou a inoponibilidade em relação ao
credor, pois, o art. 165 do CC/2002 estabelece que, “anulados os negócios
fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se
tenha de efetuar o concurso de credores”. Ora, se realmente a fraude produzisse a
anulação do negócio jurídico, deveria ser aplicado o art. 182 do CC/2002, de modo a
fazer com que o objeto do negócio fraudulento retornasse ao patrimônio do devedor.
Acontece que tal volta não ocorre, surgindo um concurso de credores em
decorrência da insolvência civil, de forma que não se opera o efeito retroativo,
também temos que, se um imóvel for alienado em fraude contra credores, esse
negócio jurídico, sendo anulado, deveria gerar o cancelamento do registro de

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imóveis. Acontece que não ocorre esse cancelamento, mas apenas se possibilita ao
credor, autor da ação pauliana, praticar atos de constrição judicial contra o bem
alienado, desconsiderando a alienação. Ocorrerá simples averbação, no RGI, da
decisão que reconheceu a fraude de execução (arts. 167, II, n. 12, e 246 da Lei
6.015/1973).

Consilium fraudis

Também chamado de conluio fraudulento, é uma colusão de vontades


maliciosas no sentido realizar negócio jurídico, real e válido, orientado ao
esvaziamento do patrimônio garantidor de dívidas ou créditos, objetivando, assim,
frustrar a satisfação destes. É considerado, como já visto, elemento subjetivo da
fraude contra credores, sendo exigido apenas quando se trata de atos de disposição
onerosa de bens ou direitos (CC, art. 159), ou fraude bilateral.

O art. 159 do CC/2002 presume (presunção relativa ou iuris tantum) o


consilium fraudis se notória a insolvência do alienante ou quando houver motivo para
que o outro contratante tenha ciência do estado de insolvência do devedor, situação
que se verifica, segundo a jurisprudência, por exemplo, nos casos em que há
relação de parentesco entre devedor-alienante e terceiro adquirente.

As hipóteses autorizadoras da presunção da scientia fraudis, e assim do


provável consilium fraudis, mais frequentes na jurisprudência são: a) amizade íntima;
b) parentesco próximo; c) a qualidade de vizinhos; d) a publicidade emergente do
registro de documentos e a existência de protesto cambial; e) a qualidade de sócios
um do outro, etc. (THEODORO JUNIOR, 2003).

Terceiro adquirente de boa-fé

Os interesses do terceiro adquirente (negócios onerosos, portanto) de boa-fé


são protegidos pela ordem jurídica, pois este, não tendo ciência (scientia fraudis) e
participação na fraude (consilium fraudis), não pode ser prejudicado pela malícia do
devedor insolvente. Nos negócios gratuitos o credor luta para evitar um prejuízo,
enquanto donatário apenas defende a manutenção do lucro percebido (acréscimo
patrimonial), não podendo, assim, fazer seu direito prevalecer ao do credor; já nos

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negócios onerosos o adquirente, que realizou prestação ou promoveu sacrifício


patrimonial, ocupa idêntica posição que o credor, é dizer, também objetiva evitar
uma lesão, de forma que. Sucintamente falando aquele que não teve participação,
ciência ou motivos para conhecer da fraude, não pode ser prejudicado pela malícia
do devedor.

ARTIGOS CC/02

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se


os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos
dos seus direitos.

§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a


anulação deles.

Constitui a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam seu


patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em
detrimento dos direitos creditórios alheios. Dois são seus elementos:
o objetivo (eventos damni), que é todo ato prejudicial ao credor, por tornar o
devedor insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, ainda
quando o ignore ou ante o fato de a garantia tornar-se insuficiente; e
o subjetivo (consiliumfraudis) que é a má-fé, a intenção de prejudicar do devedor
ou do devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança.

Estado de insolvência: Ter-se-á a insolvência sempre que os débitos forem


superiores à importância dos bens do devedor. A prova da insolvência far-se-á, em
regra, com a execução da dívida.

Ação pauliana: A fraude contra credores, que vicia o negócio de simples


anulabilidade, somente é atacável por ação pauliana ou revocatória, movida pelos
credores quirografários (sem garantia), que já o eram ao tempo da prática desse
ato fraudulento que se pretende invalidar. O credor com garantia real (penhor,

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hipoteca ou anticrese) não poderá reclamar a anulação, por ter no ônus real a
segurança de seu reembolso.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente,


quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro
contratante.

A transmissão onerosa fraudulenta de bens ocorre quando o devedor


insolvente transfere onerosamente seus bens para outra pessoa com o objetivo de
não pagar os credores. O exemplo mais comum que temos é o contrato de compra e
venda.

Nas transmissões onerosas, a má-fé e a intenção de fraudar (consilium


fraudis) somente serão presumidas se:

1. O adquirente tivesse, ou devesse ter, conhecimento da insolvência do


devedor. Exemplo: pai; filho; irmão; valor muito abaixo do mercado;
etc.

2. A insolvência for notória. Exemplo: protestos; ações de cobrança;


execuções; etc.

Nessas transmissões o negócio jurídico somente será anulado se ficar


comprovada a má-fé do adquirente dos bens, pois os direitos do adquirente de boa-
fé deverão ser preservados. E quem tem a obrigação de provar a má-fé do
adquirente é o credor.

Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o
preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em
juízo, com a citação de todos os interessados.

Perda da legitimação ativa para mover ação pauliana: Perderão os credores


a legitimação ativa para mover a ação revocatória dos bens do devedor insolvente
que ainda não pagou o preço, que é o corrente, depositá-lo em juízo, com citação
em edital de todos os interessados ou, ainda, se o adquirente, sendo o preço
inferior, para conservar os bens, depositar quantia correspondente ao valor real.

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Exclusão da anulação de negócio jurídico oneroso fraudulento: Para que não


haja nulidade relativa do negócio jurídico lesivo ao credor, será mister que o
adquirente:

1- Ainda não tenha pago o preço real, justo ou corrente;

2- Promova o depósito judicial desse preço;

3- Requeira a citação em edital de todos os interessados, para que tomem ciência


do depósito. Com isso assegurando a satisfação dos credores, não se justificando a
rescisão contratual, pois ela não trará qualquer vantagem aos credores defraudados,
que, no processo de consignação em pagamento, poderão, se for o caso, contestar
o preço alegado, hipótese em que o magistrado deverá determinar a perícia
avaliatória.

Art. 161. A ação, nos casos dos artigos. 158 e 159, poderá ser intentada contra o
devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada
fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.

Ação pauliana contra devedor insolvente: A revocatória, em regra, deverá


ser intentada contra o devedor insolvente, seja em caso de transmissão gratuita de
bens, seja na hipótese de alienação onerosa, tendo-se em vista que tal ação visa
tão-somente anular um negócio celebrado em prejuízo do credor. Mas nada obsta
a que seja movida contra a pessoa que com ele veio a efetivar o ato fraudulento ou
contra terceiro adquirente de má-fé. Logo, poderá ser proposta contra os que
intervieram na fraude contra credores, citando-os todos que nela tiveram tomado
parte. O litisconsórcio, na ação pauliana, é obrigatório.

Revocatória contra a pessoa que celebrou o ato fraudatório com o devedor


insolvente: Poderão ser acionados por terem celebrado estipulação fraudulenta
com o devedor insolvente:

a) Herdeiros do adquirente, com restrição do art. 1792 do CC

b) Contratante ou adquirente de boa-fé, sendo o ato a título gratuito, embora não


tenha o dever de restituir os frutos percebidos, nem o de responder pela perda ou

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deterioração da coisa, a que não deu causa, tendo, ainda, o direito de ser
indenizado pelas benfeitorias úteis e necessárias que fez;

c) Adquirente de boa-fé, sendo o negócio oneroso, hipótese em que, com a


revogação do ato lesivo e restituição do bem ao patrimônio do devedor, se
entregará ao contratante acionado a contraprestação que forneceu, em espécie ou
equivalente. Quem receber bem do devedor insolvente, por ato oneroso ou
gratuito, conhecendo seu estado de insolvência, será obrigado a devolvê-lo, com
os frutos percebidos e percipiendos, tendo ainda, de indenizar os danos sofridos
pela perda ou deterioração da coisa, exceto se demonstrar que eles sobreviriam se
ela estivesse em poder do devedor. Todavia, resguardado estará seu direito à
indenização das benfeitorias necessárias que, porventura, tiver feito no bem.

Ação pauliana contra terceiro adquirente de má-fé: O terceiro será aquele


que veio a adquirir o bem daquele que o obteve diretamente do alienante
insolvente, ou melhor, é o segundo adquirente ou subadquirente, que, estando de
má-fé, deverá ser acionado a restituir o bem.

Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da


dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que
se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

Quando o devedor insolvente realiza o pagamento de uma dívida não


vencida ele está favorecendo um credor e prejudicando os demais credores, por
este motivo o ato é considerado fraude contra credores. O credor que recebeu o
pagamento antecipado deverá devolver em juízo os valores recebidos para que seja
partilhado entre os demais credores. Por exemplo: João possuía várias dívidas
vencidas. No entanto, João também possuía uma dívida que venceria em 60 dias.
João pagou antecipadamente a dívida que ainda não estava vencida e não pagou
os demais credores. Sendo assim, João praticou um ato de Fraude contra
Credores pois, ao pagar uma dívida não vencida, favoreceu um credor e prejudicou
os demais credores.

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Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de
dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.

De acordo com o artigo 163 do CC, só credores devem ficar em pé de


igualdade, assim, se houver outorga de penhor, hipoteca ou anticrese praticada pelo
devedor insolvente, deixará o credor favorecido numa posição privilegiada ao
mesmo tempo em que agrava a dos demais. A presunção do artigo 163 do CC é juri
et de jure (de direito e por direito), não admitindo prova contrária.

Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários


indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à
subsistência do devedor e de sua família.

O artigo 164 determina a presunção legal de boa-fé. Nesse sentido, o código


entende que nem todos os negócios jurídicos praticados por um devedor insolvente,
em termos mais informais, um inadimplente, terá o propósito de fraudar seus
credores. Desse modo, não se deve esperar que um insolvente se abstenha
completamente de realizar negócios jurídicos enquanto ainda alcunha o posto de
insolvente. O Legislador, tomando como ponto de partida esse entendimento
presumindo como princípio de boa-fé os negócios jurídicos indispensáveis para a
manutenção de estabelecimento mercantil, rural ou industrial, ou à subsistência de
sua família. Nesse ponto, caso um insolvente resolva realizar um novo negócio com
o objetivo de beneficiar os seus próprios credores, para conseguir adquirir objetos
que em termo sejam imprescindíveis ao funcionamento de seu estabelecimento
comercial, rural ou industrial e para que se evite paralisar suas atividades o que
contribuiria para aumentar o seu estado de inadimplência ou para a sua manutenção
e a de sua família é considerado um negócio jurídico válido, em presunção de sua
boa-fé. Como consequência desse quadro, os novos compromissos que
possibilitaram a aquisição de objetos imprescindíveis a manutenção de seus
estabelecimentos, mesmo sabendo de sua insolvência, serão tidos como válidos.
Assim, o novo credor se equipara aos outros. Essa dívida contraída pelo insolvente
não é considerada Fraude contra credores, sendo assim, não é cabível a ação
Pauliana.

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em


proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
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Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará
somente na anulação da preferência ajustada.

Após o juiz anular os atos fraudulentos, os bens tornarão a integrar o


patrimônio do devedor. Sendo assim, o patrimônio do devedor será recomposto para
pagamento das dívidas. Se houver vários credores, o patrimônio do devedor deverá
ser partilhado proporcionalmente entre os credores, na proporção do crédito de cada
um.

Já o parágrafo único diz que se a fraude contra credores cometida pelo


devedor consistiu na atribuição de alguma garantia preferencial em favor de outras
pessoas, o juiz apenas irá anular essa garantia se ficar comprovada a fraude.

QUESTÕES

1- Em relação à fraude, avalie as afirmativas a seguir, atribuindo V para verdadeiro e


F para falso.

( ) A fraude contra credores representa a frustração do direito potestativo do credor


em receber o que lhe é devido.
( ) O animus de prejudicar não é elemento constitutivo da fraude contra credores.
( ) Para que a fraude à execução possa ser reconhecida é indispensável haver uma
lide proposta.
( ) Para o reconhecimento da fraude contra credores é necessário propor a ação
pauliana.
( ) A fraude à execução tem como consequência a anulabilidade do ato fraudulento.

Assinale a sequência correta de cima para baixo.

A) V - F - V - F – V

B) F - F - V - V - F

C) F - V - V - F - F

D) F - V - F - V - F

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coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres.” Sl 126,3
14

E) V - V - F - V - F

2- A fraude contra credores, assinale a alternativa correta;

a) pode favorecer aqueles que ainda não eram credores ao tempo da


transmissão gratuita ou onerosa de bens.
b) é causa de nulidade do negócio jurídico, em transmissão gratuita ou onerosa
de bens, praticada por devedor insolvente.
c) ocorre quando há transmissão gratuita ou onerosa de bens, por devedor
insolvente, no transcorrer de ação judicial em fase de execução.
d) não se verifica perante os credores que já possuam garantia para
recebimento do crédito, ainda que esta se torne insuficiente.
e) leva à anulação do negócio jurídico, de modo que a vantagem resultante será
revertida em favor do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores

3- Assinale a alternativa CORRETA:

a) A revocatória, em regra, não deverá ser intentada contra o devedor


insolvente, seja em caso de transmissão gratuita de bens, seja na hipótese
de alienação onerosa, tendo-se em vista que tal ação não visa tão-somente
anular um negócio celebrado em prejuízo do credor.
b) Poderão ser acionados por terem celebrado estipulação fraudulenta com o
devedor insolvente: Herdeiros do adquirente, contratante ou adquirente de
boa-fé.
c) O terceiro adquirente de má-fé: O terceiro será aquele que não veio adquirir
o bem daquele que o obteve diretamente do alienante insolvente, é o
segundo adquirente ou subadquirente, que, estando de má-fé, não deverá
ser acionado a restituir o bem.
d) Segundo o adquirente de boa-fé, quem receber bem do devedor insolvente,
por ato oneroso ou gratuito, conhecendo seu estado de insolvência, não
será obrigado a devolvê-lo, com os frutos percebidos e percipiendos,
safando-se assim de indenizar os danos sofridos pela perda ou deterioração
da coisa.

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4- Sobre o tema "fraude contra credores", assinale a alternativa INCORRETA:

a) Os atos de transmissão gratuita de bens, ou remissão de dívida, se os


praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzidos à insolvência,
poderão ser anulados pelos credores quirografários como lesivos dos seus
direitos, sendo que só os credores que já o eram ao tempo desses atos,
modem pleitear-lhes a anulação.
b) Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o
preço e este for, aproximadamente, o corrente, fica obrigado a consignar o
pagamento em partes iguais diretamente aos demais credores;
c) São anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a
insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro
contraente.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

5- Sobre a fraude contra credores, pode-se corretamente afirmar:

a) os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os


praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores com garantias reais,
como lesivos dos seus direitos.
b) serão anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, mesmo não
sendo notória a insolvência e não houver motivo para ser conhecida do
outro contratante.
c) se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o
preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á
depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
d) o credor quirografário que receber do devedor insolvente o pagamento da
dívida ainda não vencida não ficará obrigado a repor aquilo que recebeu,
desde que conceda o desconto proporcional ao pagamento antecipado.
e) presumem-se de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à
subsistência do devedor e de sua família, mas não os destinados à
manutenção de estabelecimento mercantil, rural ou industrial.

6- João, credor quirografário de Marcos em R$ 150.000,00, ingressou com Ação


Pauliana, com a finalidade de anular ato praticado por Marcos, que o reduziu à

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insolvência. João alega que Marcos transmitiu gratuitamente para seu filho, por
contrato de doação, propriedade rural avaliada em R$ 200.000,00.

Considerando a hipótese acima, assinale a afirmativa correta.

a) Caso o pedido da Ação Pauliana seja julgado procedente e seja anulado o


contrato de doação, o benefício da anulação aproveitará somente a João,
cabendo aos demais credores, caso existam, ingressarem com ação
individual própria.
b) O caso narrado traz hipótese de fraude de execução, que constitui defeito no
negócio jurídico por vício de consentimento.
c) Na hipótese de João receber de Marcos, já insolvente, o pagamento da dívida
ainda não vencida, ficará João obrigado a repor, em proveito do acervo sobre
que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
d) João tem o prazo prescricional de dois anos para pleitear a anulação do
negócio jurídico fraudulento, contado do dia em que tomar conhecimento da
doação feita por Marcos.

7- No que se refere ao termo ou condição e aos defeitos do negócio jurídico, julgue


os itens abaixo.

I A condição é a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico, oneroso ou


gratuito, a evento futuro e incerto, e tem aceitação voluntária.

II Em face da condição resolutiva, tem-se mera expectativa de direito ou direito


eventual pendente.

III O vício resultante da coação causa a anulabilidade do negócio jurídico, mas é


passível de ratificação pelas partes, ressalvado direito de terceiro.

IV Na fraude contra credores, o ato de alienação de bens praticado pelo devedor é


nulo de pleno direito e dispensa a propositura de ação própria para anulação do
negócio jurídico.

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Estão certos apenas os itens:


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV

8-Sobre as fraudes do devedor, assinale a alternativa CORRETA:  A


a) Para que se configure a fraude contra credores, dois requisitos são exigidos:
um de caráter objetivo, qual seja, que a alienação tenha conduzido a uma
diminuição patrimonial do devedor que tenha piorado ou criado um estado de
insolvência; e outro, subjetivo, ligado a intenção do devedor de provocar sua
redução patrimonial até o estado de insolvência.
b) A fraude a execução prejudica os credores e a própria função jurisdicional do
Estado-Juiz. Conquanto, sua configuração prescinde ciência do devedor da
existência de ação judicial.
c) A fraude do bem constrito judicialmente ocorre somente quando há alienação
ou oneração de bem penhorado.
d) O instituto da fraude a execução, expressamente previsto Código de
Processo Civil, possui rol taxativo quanto a sua ocorrência.
e) As chamadas fraudes do devedor são divididas em duas espécies: fraude
contra credores e fraude à execução.

9-Considera-se em fraude de execução

a) a alienação de bens quando, ao tempo da alienação, corria contra o devedor


demanda capaz de reduzi-lo à insolvência e, conforme jurisprudência
consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento da fraude à
execução independe de registro da penhora do bem alienado ou da prova de
má-fé do terceiro adquirente, porque esse requisito é exigível somente para
configuração de fraude contra credores.
b) a alienação de bens imóveis, quando, por sua ocasião, não se apresentar
certidão negativa de demanda em curso contra o alienante,
independentemente do risco de sua insolvência.

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c) a alienação de bens apenas quando, ao tempo da alienação, corria contra o


devedor execução capaz de reduzi-lo à insolvência, mas conforme
jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento
da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou de
prova de má-fé do terceiro adquirente.
d) a alienação de bens quando, ao tempo da alienação, corria contra o devedor
demanda capaz de reduzi-lo à insolvência, mas, conforme jurisprudência
consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento da fraude à
execução depende do registro da penhora do bem alienado ou de prova de
má-fé do terceiro adquirente.
e) somente a alienação de bens sobre os quais pender ação fundada em direito
real.

10- São requisitos do instituto da lesão, EXCETO

a) onerosidade excessiva para um dos contratantes.


b) desproporcionalidade das prestações.
c) imprevisibilidade do fator de desestabilização do contrato.
d) inexperiência de um dos contratantes.
e) imperativo em contratar de uma das partes.

Gabarito

1-B

2- E

3-B

4-B

5-C

6-C

7-B

8-A

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9-D

10-C

Referências

AZEVEDO, Álvaro Villaça. Código Civil comentado: negócio jurídico. Atos


jurídicos lícitos. Atos ilícitos: artigos 104 a 188, volume II. São Paulo: Atlas,
2003.

DIREITO EM TELA. FRAUDE CONTRA OS CREDORES. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=IlkQlBSOvaw. Acesso em: 3 dez. 2019.

JUS.COM.BR. FRAUDE CONTRAS OS CREDORES. Disponível em:


https://jus.com.br/artigos/32707/fraude-contra-credores. Acesso em: 2 dez. 2019.

LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil, Volume I: Teoria Geral do


Direito Civil. 3ª. ed. São Paulo: RT, 2003.

LOTUFO, Renan. Código Civil Comentado: parte geral (art. 1º a 232), volume 1.
São Paulo: Saraiva, 2013.

PLANALTO. CÓDIGO CIVIL. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 4 dez. 2019.

QCONCURSOS. FRAUDE CONTRAS OS CREDORES. Disponível em:


https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/direito-direito-
processual-civil/da-execucao-em-geral-fraude-contra-credores-e-fraude-a-
execucao/questoes. Acesso em: 5 dez. 2019.

TARTUCE, Flávio. Direito Civil, Volume I: Lei de Introdução e Parte Geral. 7ª. ed.
São Paulo: Método, 2011.

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