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Anderson Pereira F. de Sá
Matrícula: 20230013114
Professora:Taimi Haensel
Curso: Direito/ICHS
Atividade 1
Conforme o art. 50 do código civil, que sofreu mudanças com edição da lei 13.874/2019 (lei
de liberdade econômica),a desconsideração da personalidade jurídica só é permitida em caso
de abuso de personalidade jurídica.
O abuso de personalidade pode ser caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial.
Entretanto, a partir do momento em que se comprova não existir, de forma clara, uma
separação patrimonial entre a pessoa jurídica e os sócios que a compõem (confusão
patrimonial), deixa de existir o fundamento da responsabilidade patrimonial autônoma.
Da mesma forma, se está demonstrado que a pessoa jurídica se desviou do seu objeto,
também não se justifica reconhecer os efeitos da personalização.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Desvio de Finalidade; ou
Confusão Patrimonial
Exige dois requisitos (por isso é “maior”)
Para que os efeitos de certas e determinadas obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica (que participem da
administração, NÃO mero quotistas) beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
A mera existência de grupo econômico SEM a presença dos requisitos não autoriza a
desconsideração. (art. 50, § 4º)
1- Confusão patrimonial
2-Juíza reconhece confusão patrimonial entre empresas do mesmo grupo e determina arresto
de bens
A A. Telecom alega que, desde 2013, tenta sem sucesso encontrar bens da executada DTS.
Apesar disso, a empresa continua realizando seus negócios em plena atividade comercial.
Para a magistrada, diante da situação, não é verossímil que a DTS "não tenha bens ou
valores para satisfazer os seus credores se continua a atuar no mercado". Verificou ainda
que a empresa AMSW tem igual ramo de atividade e igual diretor, além de mesmo endereço.
Para a magistrada evidencia-se o abuso da personalidade jurídica, com a confusão
patrimonial entre as empresas, de forma que as obrigações da DTS se estenderão para as
demais empresas do grupo, entre elas a AMSW."
Reconhecendo a confusão patrimonial, a juíza de Direito, da 5ª vara Cível de Barueri/SP,
deferiu pedido da A. Telecom para determinar arresto de bens em nome da empresa AMSW,
pertencente ao mesmo grupo familiar da DTS, real devedora.
Podemos ainda citar as seguintes situações que podem configurar confusão patrimonial:
1- Pagar todas as despesas pessoais pela conta da pessoa jurídica;
2- Transferir todo dinheiro da empresa para a pessoa física;
3- Pagar os tributos da empresa através conta pessoal;
4- Adquirir bens particulares em nome da empresa, para auferir vantagens pessoais;
5- Utilizar os bens da empresa para proveito próprio, como o carro, celulares e computadores.
O desvio de finalidade ocorre quando o empresário se usa dessa personalidade jurídica, dessa
abstração, para agir de forma que não remete à finalidade para qual a empresa foi criada.
Não inclui mera expansão ou alteração da finalidade original da atividade econômica.(art. 50,
§ 5º)
1- Uma empresa que fornece atendimento médico para eventos ingressou na Justiça com
ação de execução em desfavor da organização da festa. Em incidente de desconsideração de
personalidade jurídica, foi deferida liminar que bloqueou valores em contas bancárias de
uma empresa organizadora e de seu sócio, pessoa física.
O relator no TJ/SP, desembargador Walter César Incontri Exner, considerou que ficou
comprovado, por meio de documentos, que a devedora executada na ação principal
transferiu mediante instrumento particular os direitos do evento de 2019 para a agravante,
que possui como única sócia a mãe do sócio da executada.
"O mencionado quadro revela que, na tentativa de conferir legalidade a ato jurídico que
seria presumidamente fraudulento, pois firmado entre filho e mãe e tendo como objeto o
principal e provavelmente único ativo conhecido da devedora, ambos se valeram da
separação patrimonial de diversas pessoas jurídicas, com o objetivo de deixar de adimplir
suas obrigações, revelando desvio de finalidade (artigo 50, caput e § 1º, do Código Civil)."
Podemos ainda citar as seguintes situações que podem configurar desvio de finalidade:
1- Empresa criada para uma atividade comercial, mas no decorrer de seu funcionamento, a
empresa começa a ser usada para a lavagem de dinheiro;
2- Empresa criada para prestar serviços, entretanto utiliza a empresa para esconder os bens da
receita federal e fugir de tributos;
3- Empresa que não cumpre com seu objeto social, e mesmo após ter obtido aprovação de seu
projeto de viabilidade econômico-financeira para sua implantação, mas nunca chegou
efetivamente a operar, por causa das irregularidades na execução do projeto;
4- Empresa que faz um esvaziamento patrimonial de uma ou mais empresas que integram o
grupo, com o objetivo de frustrar o adimplemento das obrigações assumidas com seus
credores;
ASQUINI, Alberto. Perfis da empresa. Trad. Fábio Konder Comparato. Revista de Direito
Mercantil,Industrial, Econômico e Financeiro, São Paulo: Malheiros, v. 35, n. 104, p.
109-126, out./dez. 1996.
CÓDIGO CIVIL:Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 / supervisão editorial Jair Lot Vieira. -
6.ed - São Paulo: Edipro,2023.
SCAlZILLI, João Pedro. Introdução ao Direito Empresarial / João Pedro Scalzilli, Rodrigo
Tellechea, Luis Felipe Spinelli, 1. ed. | Porto Alegre, RS | Buqui, 2020.
Atividade 2
Cada sócio deve subscrever uma parte do capital, ficando, consequentemente, responsável
pela sua respectiva integralização.Portanto, todos os sócios têm o dever de subscrição e
integralização de quotas, isto é, todos os sócios têm o dever de adquirir quotas da
sociedade e de pagar por essas respectivas quotas, contribuindo para formação do capital
social, ainda que a contribuição seja mínima.
O modo de integralização de cada sócio pode ser feito de diversas formas: com bens -
móveis ou imóveis, materiais ou imateriais-,dinheiro, entre outras.Na sociedade limitada,
todavia,não se admite a contribuição a contribuição em serviços, conforme previsão
expressa do art. 1.055, §2º.
Por fim, não podemos esquecer do sócio remisso,que é o sócio que está em mora quanto à
integralização de suas quotas, nos termos do art. 1.004 do código civil. Os demais sócios
podem excluir, devolvendo o montante que eventualmente já tenha contribuído para o
capital social, já deduzido do que eventualmente deve à sociedade.
2) Explique a responsabilidade do acionista pela integralização do capital social.
O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou boletim,
estará sujeito a multa.
Por fim, nos termos do § 2º do art. 106 da LSA, o acionista que não realizar/integralizar o
valor das ações que subscreveu nas condições estabelecidas no estatuto,no boletim ou
na chamada, conforme o casa, será constituído em mora, tornando-se, a partir de então,
acionista remisso.
Vale destacar que mesmo que a ação ainda não tenha sido integralizada, ela pode ser
negociada,mas nesse caso haverá responsabilidade solidária, entre alienante e adquirente,
pela integralização, conforme previsão no artigo 108.
3) Compare a responsabilidade do quotista com a do acionista pela integralização do
capital social
REFERÊNCIAS
CRUZ, André Luiz Santa.Direito empresarial esquematizado / André Luiz Santa Cruz
Ramos. – 6. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo : MÉTODO, 2016.
CÓDIGO CIVIL:Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 / supervisão editorial Jair Lot Vieira. -
6.ed - São Paulo: Edipro,2023.