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SEMESTRE: 1
CURSO: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
DOCENTE: LUVAMBO SEBASTIÃO
I UNIDADE⁚ AS MUDANÇAS
NA ORGANIZAÇÃO
Sumários:
1.1 -Mudanças e melhoria sob o foco da cultura organizacional
Podemos, ainda, encontrar uma série de definições, como demonstrado pelo quadro
1.1 abaixo:
DEFINIÇÃO AUTOR
São actividades intencionais, pró-activas e direccionadas parta a obtenção das metas Robbins (1999)
organizacionais
Respostas da organização ás transformações que vigoram no ambiente, com o intuito Nadler, Shaw, Walton
de manter a congruência entre os componentes organizacionais (trabalho, pessoas, e cols (1995)
arranjos/estrutura e cultura)
Alteração significativa articulada, planeada e operacionalizada por pessoal interno ou Araújo (1982)
externo á organização, que tenha o apoio e supervisão da administração superior, e
atinja integradamente os componentes de cunho comportamental, estrutural,
tecnológico e estratégico
Em todas as definições, podemos observar a ligação entre a mudança e a ideia de
transformação, imperativa no ambiente organizacional das últimas décadas.
Mintzberg, Lampel e Ahlstrand (2000, p.106) afirmam que "... afinal de contas tudo
muda – os ambientes desestabilizam-se, os nichos desaparecem, as oportunidades
banalizam-se...", demonstrando que o contexto em transformação pressupõe o
imperativo organizacional de compreensão e investigação das mudanças, fundamental
para a sobrevivência e para a prosperidade no ambiente competitivo.
No mesmo raciocínio, Weick e Quinn (1999, p. 381) salientam que "a mudança nunca
começa porque ela nunca para", indicando a característica de continuidade e
constância do processo. Ou seja, a mudança a pressupõe que a melhoria é uma corrida
sem linha de chegada.
Em uma pesquisa recente sobre mudança organizacional, Huber, Sutcliffe, Miller e Glick
(1993) agruparam cinco categorias de factores que podem propiciar, ou mesmo retardar,
as mudanças organizacionais, são elas:
Nesse sentido, o clico de melhoria organizacional poderá ser exemplificado nas seguintes
etapas, dentro de uma visão sistêmic a:
Nesse sentido, houve uma percepção da necessidade de mudança nas estratégias comerciais da
empresa.
Etapa 1 – Identificação do Problema
Para Strebel (apud BATEMAN; SNELL, 1998, p. 500), a mudança pode ser de dois tipos:
reativa e proativa. A mudança reativa ocorre quando as alterações no ambiente já
afectaram o desempenho da empresa. Em outras palavras, as mudanças reativas são
movidas por problemas, tendem a ser incrementais e a imitar outras mudanças e
resolvem o problema tardiamente. Geralmente, elas têm alcance menor, impacto menor
e indicam claramente que a empresa é seguidora, não líder.
A mudança proativa é iniciada pela direcção antes que o problema ocorra. As mudanças
proactivas são empreendidas quando não existe necessidade óbvia ou urgente de
mudança. Em outras palavras, o processo não ocorre devido à percepção de uma
necessidade premente. Em vez disso, a administração deve criar o desconforto e a
motivação para a mudança. As mudanças proativas surgem da identificação e da
criação de oportunidades. Muitas vezes, são radicais, inventivas e empreendidas
antes que os concorrentes o façam. Elas acarretam maior risco de fracasso, mas
prometem recompensas muito maiores em caso de sucesso. As mudanças proativas
são particularmente importantes nos sectores que mudam rapidamente. Nesse caso,
pode ser valioso o administrador criar um ponto de referência que sirva como um
modelo inspirador no rumo da excelência. Por exemplo, a administração pode conduzir
um experimento interno em pequena escala visando a inspirar o resto da empresa a
adotar a nova ideia.
Essas mudanças não ocorrem isoladamente, mas sistemicamente, umas afectando outras
e provocando um poderoso efeito multiplic ador.
Atingir excelência de classe mundial, qualidade total e melhoria contínua, tudo isso
implica mudara organização para melhor. Essa e todas as mudanças importantes
devem ser cuidadosamente administradas. A mudança bem-sucedida não ocorre
naturalmente; resulta de ações, inspiradas tanto nos problemas quanto nas
oportunidades, que motivam as pessoas a mudar e a fazer uma abordagem estratégica
para implementar a mudança. (BATEMAN; SNELL, 1998, p. 499).
A resistência pode ser entendia como um poder exercido por uma pessoa, ou mesmo um
grupo de pessoas, que se sentem ameaçado ou prejudicados pela mudança.
Diante disso, a resistência é uma questão colocada como factor a ser superado pela
organização, por meio de inspiração motivacional, gerando uma energia necessária em
prol das mudanças e da melhoria contínua na organização.
A resistência pode ser encarada como uma atitude oposta à colaboração. Dessa
forma, é importante estabelecer políticas que influenciem as pessoas a vencerem as
resistências e a conseguirem acções individuais ou colectivas importantes para a
mudança.
Figura 1.3. Resistência às Mudanças.
Para entender melhor o processo de resistência, faz-se necessária uma análise dos principais
factores de resistência às mudanças na organização:
Assim, embora muitas ações para mudanças possam ser impulsionadas pelo senso
de hierarquia de disciplina profissional, enquanto valores organizacionais
internalizados pelas equipes internas, o senso de não se sentir parte das decisões por
mudança permite que o processo de resistência dificulte as mudanças as
organizacionais.
Moscovici (1985) considera que toda mudança gera resistência e, em geral, os indivíduos
sentem medo do novo, do desconhecido. Assim, percebemos que as presenças
desses cinco factores de resistência às mudanças estão intimamente relacionadas a
uma percepção e a um sentimento de ameaça a para as situações em que as pessoas
sentem segurança.
Durante nossos estudos nesta primeira aula, percebemos que a gestão das mudanças
na organização envolve, basicamente, a parte mais sensível desse processo: as
pessoas. As iniciativas que envolvem ações estratégicas para reduzir as resistências
ao processo de mudanças organizacionais, de uma forma ou de outra, envolvem algum
tipo de envolvimento e fortalecimento da gestão com pessoas.
Para obter a colaboração das pessoas, as acções estratégicas devem priorizar a mudança
com um senso de urgência, pois um nível de complacência, frente às transformações,
raramente conduz ao resultado esperado. Normalmente, o senso de urgência
combate o baixo nível de interesse das pessoas para se trabalhar as questões
relativas à mudança, levando-as a criarem vários modos de engajar-se à mudança.
Somente um indivíduo, por mais que tenha uma dedicação ímpar para a melhoria
organizacional, raramente consegue sozinho prover todas as ações necessárias.
Existe uma forte dependência entre a competência e o senso de liderança frente à
dependência das equipes internas de trabalho.
Assim, as ações estratégicas que fortalecem a coalizão gerencial, envolvendo
pessoas de confiança, são fundamentais para a composição de uma equipe dedicada
nos esforços e na atuação frente à demanda de mudança. Tal coalizão colabora,
sobremaneira, para que não sejam perdidos facilmente os momentos de implantaç ão
das novas estratégias.
Normalmente, quando esta visão é disseminada por toda a empresa, evita-se gastos
e desperdícios financeiros, economiza-se energia no decorrer do processo de mudança
e estimula- se a organização para as grandes mudanç as.
Caso esta perspectiva futura não rompa os limites da sala de direção e ultrapasse
as fronteiras do nível gerencial e operacional, o processo de mudança estará fatalmente
comprometido e a resistência se tornará um vírus que, espalhando-se rapidamente,
comprometerá todo o esforço organizacional.
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J. & AHLSTRAND, B. (2000). Safári de Estratégia. Porto Alegre:
Bookman.