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AULA NOTA 10

DOUG LEMOV

PARTE 1
AULA NOTA 10: AS TÉCNICAS ESSENCIAIS

1. Criar altas expectativas acadêmicas Um dos resultados mais consistentes na


pesquisa académica é a de que ter altas expectativas em relação aos alunos pode servir como motor para o
sucesso escolar, mesmo entre aqueles que não têm uma trajetória de bom desempenho académico.

TÉCNICA 1 – Sem escapatória: Uma sequência que começa com um aluno incapaz de responder a uma
pergunta deve terminar, sempre que possível com esse aluno respondendo a pergunta Crie passos para
auxiliar esse aluno a chegar sozinho a resposta correta. Não o deixe simplesmente sem responder.

TÉCNICA 2 – Certo é certo: Estabeleça e exija um padrão de exatidão na sua aula. Qualquer tipo de
resposta ou forma como ela é respondida não deve ser aceito. Estabeleça padrões de qualidade para uma
resposta correta. Somente desta forma seus alunos serão desafiados a produzir e apresentar qualidade.

TÉCNICA 3 – Puxe mais: A sequência do aprendizado não acaba com a resposta certa; premie respostas
certas com mais perguntas, que estendem o conhecimento e testam a confiabilidade das respostas. Esta
técnica é especialmente importante para trabalhar com alunos que têm ritmos diferentes de aprendizagem.

TÉCNICA 4 – Boa expressão: Não é só o que os alunos dizem que conta, mas como eles comunicam o que
sabem. Para ter sucesso, os alunos devem expressar seus conhecimentos na linguagem correta e de acordo
com a situação apresentada. Para serem bem sucedidos, os alunos precisam expressar seus conhecimentos
da maneira clara e eficiente. A sentença completa e correta é a arma que abre a porta para a aprendizagem
efetiva.

TÉCNICA 5 – Sem desculpas: Não baixar as expectativas de aprendizagem dos alunos ao pedir desculpas
por certos conteúdos. Ex: pedir desculpas pelo conteúdo ser “chato”, ou dizer que “temos que aprender tal
conteúdo devido a elementos externos” ou tornar o material “acessível” demais aos alunos.

2. Planejar para garantir um bom desempenho acadêmico As cinco técnicas


de planejamento neste capítulo foram projetadas para ser co locadas em prática antes de você entrar na
saía de aula. Elas são um pouco diferentes das outras técnicas deste livro, porque a maior parte não é para
ser executada diante dos alunos. Pouca gente vai ver você usar estas técnicas. Mas elas são a base para o
seu sucesso dentro da sala de aula. Portanto, estão intimamente ligadas às outras técnicas listadas neste
livro. Para dizer o óbvio, estes cinco tipos específicos de planejamento são cruciais para um ensino eficaz.

TÉCNICA 6 – Comece pelo fim: A técnica “COMECE PELO FIM” consiste em: 1) Progredir do planejamento
da unidade para o plano de aula; 2) Usar um objetivo bem definido para estabelecer a meta de cada aula; 3)
Determinar como você vai avaliar a sua eficácia para atingir a meta; e 4) Decidir a sua atividade.

TÉCNICA 7 – Quatro critérios: Um grande objetivo de aula (e, portanto, uma grande aula) deve ser viável,
mensurável, definidor e prioritário na marcha para o aprendizado efetivo do currículo.

TÉCNICA 8 – Deixe claro: Quando seu objetivo estiver completo, Deixe claro para todos qual é esse
objetivo: escreva-o no quadro-negro todos os dias em linguagem simples, de forma que qualquer um que
chegue à classe, tanto alunos como colegas e gestores possa identificar seu propósito nesse dia.

TÉCNICA 9 – O caminho mais curto: Escolha a rota mais direta de um ponto a outro, O caminho mais curto
até o objetivo. Substitua a solução complexa sempre que se possa obter um resultado melhor a partir de
alguma atividade menos intelectualizada, menos vanguardista ou menos engenhosa.

@fundaosquad
TÉCNICA 10 – Planeje em dobro: Planejar o que seus alunos vão fazer em cada etapa da aula é tão
importante quanto planejar o que você vai fazer e dizer.

TÉCNICA 11 – Faça o mapa: Controle e planejamento do ambiente físico da sala de aula, que deveria apoiar
o objetivo específico de cada aula em .vez de apoiar a "média" de todas as aulas ou, pior, apoiar crenças
ideológicas sobre como a sala de aula deve ser.

3. Estruturar e dar aulas Nas aulas dos professores exemplares em que este livro se baseia há
uma progressão recorrente cuja melhor descrição é "Eu/Nós/Vocês". (Outros professores usam as
expressões "instrução direta", "prática guiada" e "prática independente"). Este nome indica uma aula em que
a responsabilidade pelo conhecimento e pela capacidade de aplicá-lo é gradualmente transferida do
professor para o aluno.

Técnicas "Eu"

Técnica 12 - O gancho: quando necessário, use uma breve e envolvente introdução para estimular os
alunos a aprender.

Técnica 13 - Dê nome às etapas: quando possível, dê ferramentas de solução aos alunos - etapas
específicas para trabalhar ou resolver problemas do tipo que você está apresentando. Normalmente, isso
envolve dividir uma tarefa complexa em várias etapas específicas

Técnica 14 - Quadro = Papel: Apresente para seus alunos um modelo de como selecionar as informações
que precisarão lembrar de suas aulas; assegure-se de que eles têm uma cópia exata daquilo de que vão
precisar

Técnica 15 - Circule: movimente-se pela classe para envolver os alunos na aula e engajá-los no trabalho.

Técnicas "Nós"

Técnica 16 - Divida em partes: uma das melhores maneiras de recapitular um conceito já ensinado é dividir
uma ideia complexa em várias partes para abordar o que não foi compreendido pelos alunos.

@fundaosquad
Técnica 17 - Proporção: o objetivo de "Nós" é exigir mais e mais trabalho cognitivo dos alunos.
Especialmente úteis são, por exemplo, práticas como fingir ignorância -"Gente, eu fiz isso certo?", "Espere aí,
não consigo lembrar o que vem em seguida..."- ou desmembrar uma pergunta em várias outras.

Técnica 18 - Entendeu?: acostume-se a estabelecer quando e se os alunos estão prontos para mais
responsabilidade e quando precisam que o conceito seja apresentado novamente.

Técnicas "Vocês"

Técnica 19 - Mais uma vez: "Ensine a eles o básico de como bater na bola e depois faça-os bater na bola o
máximo de tempo que puder. Prática e mais prática, tacada após tacada após tacada: maximize o número de
vezes que eles praticam. Deixe-os bater na bola uma vez atrás da outra até que eles possam dar a tacada
até dormindo. Essa é a chave. Não mude isso. Não invente moda. Faça-os fazer a mesma coisa de novo e
de novo"

Técnica 20 –Arremate: Termine sua aula com um Mais uma vez final, uma única pergunta ou talvez uma
curta sequência de problemas para resolver no fim da aula. Ao recolher isso dos alunos e fazer a triagem dos
dados, o resultado é o Arremate. Não apenas esta técnica vai estabelecer uma expectativa produtiva sobre o
trabalho completado pelos alunos no dia, como também vai garantir que você sempre Entendeu? de forma a
prover-se com dados sólidos e, portanto, percepções cruciais. Qual a porcentagem de seus alunos que
respondeu certo? Quais os erros mais frequentes? Ao olhar para esses erros, por que foram cometidos? O
que, na sua aula, pode ter levado a essa confusão?

Técnica 21 - Tome posição: Esta técnica envolve levar os alunos a se engajar ativamente nas ideias ao
redor deles, julgando as respostas de seus colegas. Por exemplo, você pode pedir a seus alunos que
comentem a resposta de um deles como Bob Zimmerli faz na escola Rochester Prep: "Dois estalar de dedos
se você concorda; duas batidas de pé se você discorda". Só um aluno responde à pergunta, mas todos os
outros precisam resolver o problema para dar uma opinião. Se for aplicada corretamente, esta técnica pode
multiplicar sua Proporção por 25. Técnicas do tipo Tome posição podem ser usadas com a classe toda
("Fique de pé se você concorda com o Alex") ou dirigidas a um só aluno ("Ela disse que 9 vezes 9 são 81.
Isso não está certo, está, Valéria?'). Podem ser avaliadoras ("Quantas pessoas acham que a Lúcia está
certa?") ou analíticas ("Como ela poderia verificar seu resultado para ter certeza que acertou, Adriane?").
Enfim, podem ser verbais ou sinalizadas por um gesto; "Mostrem nas suas mãos o tamanho do resto" ou
"Mostrem nas suas mãos o número da resposta certa". (Alguns professores pedem que os alunos abaixem as
cabeças, para ter certeza que eles não vão ver as respostas dos outros quando tomam posição ou escrevem
em um pedaço de papel ou nas minilousas.)

4. Motivar os alunos nas suas aulas Grandes professores conseguem envolver seus
alunos para que eles se sintam parte da aula. Faz parte do dia a dia de seus alunos o envolvimento
concentrado dos alunos no trabalho académico. Isso é mais fácil dizer do que fazer, especialmente com os
alunos mais resistentes, e mais ainda quando se considera que os alunos devem estar motivados não
apenas na aula, mas nas tarefas da aula. Mesmo assim, é possível motivá-los trocando firulas por conteúdo.
O objetivo das técnicas descritas neste capítulo é atrair os alunos, de forma consistente, para o trabalho
académico e mantê-los focados no aprendizado.

Técnica 22 – De surpresa: Garanta que em sua aula todos os alunos tenham a expectativa de ser
chamados a participar da aula. Para isso convoque para responder a perguntas mesmo aqueles que não
tenham levantado a mão.

Técnica 23 – Todos juntos: Use a resposta em grupo: os alunos respondem em uníssono para construir
uma cultura de engajamento energizante e positiva.

Técnica 24 – Bate-rebate: Bate-rebate, técnica de ensino inspirada pelo jogo pepper, também usa atividades
de grupo em ritmo muito rápido, mas para rever informação já conhecida e habilidades fundamentais. O
professor "lança" perguntas rapidamente para um grupo de alunos e eles respondem. Normalmente, o
professor não reduz a velocidade para discutir uma resposta; se estiver certo, ele simplesmente faz outra
pergunta a outro aluno. Se a resposta estiver errada, ele faz a mesma pergunta de novo a outro aluno ou, às
vezes, ao mesmo aluno, O importante é não parar. Isso é Bate-rebate: uma revisão dos fundamentos muito
rápida, imprevisível (você nunca sabe quem vai receber a bola), com muitas oportunidades de participação
em rápida sucessão.
@fundaosquad
Técnica 25 – Tempo de espera: Trata-se de esperar alguns segundos estratégicos quando você termina de
fazer a pergunta e antes de escolher um aluno para que responda. Quando se dá só um segundo de tempo,
encoraja-se sistematicamente os alunos a levantar a mão com a primeira - não a melhor - resposta que lhes
vier à cabeça, se quiserem ter uma chance razoável de participar. Na ausência do tempo de espera, é mais
provável que você vá perder muito tempo processando respostas pobres antes de chegar a uma boa
resposta. Ironicamente, com a espera, você garante o uso do seu tempo em respostas iniciais de alta
qualidade - e isso, no fim, vai poupar-lhe tempo.

Técnica 26 – Todo mundo escreve: Ponha seus alunos na trilha do argumento rigoroso, dando a eles a
oportunidade de pensar primeiro por escrito, antes de discutir. Como diz a autora Joan Didion, "escrevo para
saber o que penso".

Técnica 27 – Plumas e Paetês: A técnica Plumas e paetês é o brilho, o momento da aula em que você vai
ver um pouco de grande produção: música, luzes, ritmo, dança. Plumas e paetês envolve os alunos em um
pouquinho de mágica. Mas não se engane: Plumas e paetês não é pura arte pela arte. Esta técnica reforça
não apenas o conteúdo académico em geral, mas também um dos objetivos de aprendizado do dia. É bem
animada, mas sempre curta, gostosa e direta ao ponto. E quando acabou, acabou.

5. Criar uma forte cultura escolar Para construir uma cultura escolar que conduza e
sustente a excelência, você deve levar em consideração cinco aspectos de sua relação com os alunos. Esses
cinco aspectos ou princípios são frequentemente confundidos ou fundidos entre si. No entanto, vale a pena
distingui-los para conseguir tirar o máximo de cada um dos cinco princípios na sua aula:

DISCIPLINA: "Se eles não estão fazendo o que você pediu, a explicação mais provável é que você não Ihes
ensinou como". Ensinar com disciplina implica investimento inicial em ensinar seus alunos a serem alunos e
isso pressupõe planejamento.

GESTÃO: Em contraste, gestão é o processo de reforçar comportamento par meio de consequências. O que
tipicamente se costuma chamar de "disciplinar" é, na verdade, apenas gestão: distribuir consequências.

CONTROLE: Controle é a sua capacidade de levar alguém a fazer o que você pede, independentemente das
consequências. Para muita gente, controle é um palavrão. Deve haver algo errado em controlar uma pessoa.
Não é democrático, dizem, e é coercitivo. A intenção de controlar outra pessoa é especialmente repreensível
em um professor, dizem, porque ensinar é ajudar as pessoas a pensar por si mesmas. No entanto, um pouco
de contexto deve deixar claro que todos nós exercemos controle sobre as ações de outras pessoas e que o
fazemos porque essa é a coisa certa a fazer, especialmente para professores. Em muitos casos, o controle
bem-intencionado e esclarecedor é bom: graças ao controle, um professor pode levar seus alunos a se
perguntar o porquê e o como de fatos históricos e conseguir torná-los desconfiados de afirmações não
apoiadas em fatos.

INFLUÊNCIA: No mundo ideal, todos os professores conectam-se com seus alunos e os inspiram a desejar
para si o que é proposto para o trabalho em classe. Influenciar os alunos é inspirá-los a acreditar, a querer
dar certo e a querer estudar por razões intrínsecas às tarefas diante deles. É o próximo passo, para além do
controle.

ENGAJAMENTO: Não importa o que eles estejam pensando, mas o que estão fazendo é positivo. Isso tem
um poderoso efeito colateral. Uma das ideias mais difíceis e mais perceptivas de Karl Marx é a teoria da infra-
superestrutura: a ideia de que as crenças e valores das pessoas (a "superestrutura" da sociedade) são um
produto da "infraestrutura" as realidades cotidianas da vida). O que você faz o dia todo acaba definindo suas
crenças, e não vice-versa. "Às vezes, você tem de mudar de fora para dentro!".

Técnica 28 – Rotina de entrada: Trata-se de criar o hábito da eficiência, da produtividade e do bom estudo
bem no começo da aula, depois da saudação e enquanto os alunos se sentam.

Técnica 29 – Faça agora: Esses dois objetivos - ser claro com os alunos sobre o que devem fazer e eliminar
as desculpas que estimulam a distração - compõem a lógica por trás de Faça agora, uma atividade breve que
estará esperando por eles nas carteiras ou que você terá escrito no quadro antes que eles entrassem na
sala.

@fundaosquad
Técnica 30 – Breves transições: Só há um jeito certo de entrar em fila, um só caminho a ser seguido pelo
aluno para chegar à sala de leitura, à porta ou a algum outro lugar. Seus alunos devem seguir o mesmo
caminho toda vez. Quando ensinar os alunos a fazer transições eficazes, divida a transição em etapas, ou
seja, ensine-os a seguir a rota passo a passo. Um jeito especialmente eficiente de fazer isso é numerar os
seus passos. Você pode fazer um anúncio assim para uma turma de 3° ano: "Quando eu disser um, por
favor, levantem e encostem sua cadeira na carteira. Quando eu disser dois, virem-se para a porta. Quando
eu disser três, por favor, façam fila".

Técnica 31 – Controle do material: Exija um objeto específico para tomar notas. Exija que esse objeto seja
guardado, no caso de folhas soltas em um fichário, que você pode até exigir que fique guardado na escola,
para que não se perca, não se estrague e não se desorganize no caminho da escola para casa e vice-versa.
Os alunos podem levar para casa o que precisam naquele dia, usando uma pasta para a lição de casa, que
pode ter uma cor específica, de forma que tanto você como os pais possam identificá-la facilmente. Todo dia,
ao final da aula, os alunos colocam nessa pasta aquilo de que vão precisar para fazer a lição de casa do dia
e deixam o resto do material na escola.

Técnica 32 – POSSO: A aula pode ser sensacional. Mas se os alunos não estiverem alertas, sentados
corretamente e ouvindo ativamente, ensiná-los será como colocar água em um balde furado. A sigla POSSO
resume cinco comportamentos fundamentais dos alunos para maximizar sua capacidade de prestar atenção:

Pergunte e responda
Ouça
Sente direito
Sinalize com a cabeça
Olhe para quem está falando

Técnica 33 – Em suas marcas: Como garantir que os alunos estejam em suas marcas quando a aula
começa

1. Seia_explícito sobre o que os alunos devem ter em mãos para começar a aula. Faça uma pequena
e finita lista (menos de cinco coisas), que não muda nunca:

a. Papel
b. Carteira limpa (de tudo que não seja necessário para a aula)
c. Lápis apontado e sobre a carteira
d. Lição de casa (no canto direito superior da sua carteira)

Na Academia North Star, em Newark, o diretor Jamey Verilli chama as carteiras de "estações de
trabalho” ou só de "estações". Elas são organizadas como parte da rotina de entrada em sala. Na
parede, há um diagrama, mostrando como os materiais devem ser organizados na estação: livros no
canto superior esquerdo, lição de casa no canto superior direito, papel em branco no centro. E nada
mais.

2. Estabeleça um limite no tempo.


3. Use uma consequência padrão.
4. Ajude aqueles que reconhecem a necessidade de algum material (lápis, papel) antes da aula, sem
consequência.
5. Inclua a lição de casa.

Técnica 34 – Comunicação por sinais: Administrar os pedidos para ir ao banheiro ou coisa que o valha -
justificados ou não, autorizados ou não - pode ser uma distração para o professor também; conversas sobre
quem é o próximo, e quando, podem ocupar preciosos minutos. E você chega a uma situação em que, no
momento crítico de sua aula, quando você faz uma pergunta fundamental, um aluno balança a mão
ansiosamente no ar para pedir para ir ao banheiro. Você perde o embalo e o fio da meada. Em suma, você
não pode se dar ao luxo de não desenvolver um conjunto de sinais para necessidades comuns,
especialmente as que requerem ou permitem aos alunos sair de suas carteiras.

Técnica 35 – Vivas!: Sistemas e rotinas eficientes podem também tornar sua sala de aula mais produtiva,
pois atraem elogios. Vivas! - também chamado de "Grite!" e "Pra cima!" - é um elogio público a alunos que
demonstram excelência ou exemplificam virtudes.

@fundaosquad
6. Estabelecer e manter altas expectativas de comportamento É preciso
destacar que nenhuma das técnicas dos capítulos anteriores vai lhe servir se você não consegue estabelecer
também expectativas comportamentais elevadas. Implementar ordem e respeito suficientes para garantir o
direito de todos os alunos a aprender é uma das responsabilidades do professor.

Técnica 36 – Padrão 100%: Há apenas uma porcentagem aceitável de alunos que seguem uma instrução:
100%, Menos do que isso e a autoridade do professor fica sujeita a interpretação, circunstância e motivação.

Técnica 37 – O que fazer: Uma boa parte da desobediência dos alunos - uma parte maior do que a maioria
dos professores imagina - não é causada por desafio à autoridade, e sim por desconhecimento: os alunos
entendem mal uma orientação, não sabem como segui-la ou tiveram um breve momento de distração.
Reconhecer isso significa dar aos alunos uma orientação que ofereça instruções claras, úteis e suficientes
para que qualquer aluno possa seguir o comando facilmente.

Técnica 38 – Voz de comando: o: Professores exemplares tendem a usar o tom formal para a maior parte
de falas em que buscam controle. Se você os vir em ação, vai vê-los em pé, o corpo simétrico, escolhendo
cuidadosamente suas palavras, com breves pausas entre elas, o olhar firme. Se movem a mão, é um gesto
controlado e simples, envolvendo apenas um breve movimento. Este tom formal torna Voz de comando
particularmente eficaz.

OS CINCO PRINCÍPIOS DE VOZ DE COMANDO


Economia de palavras
Só fale quando todos estiverem ouvindo
Não mude de assunto
Linguagem corporal
Poder silencioso

Técnica 39 – Faça de novo: A melhor sanção é fazer de novo e, desta vez, fazer certo, melhor ou perfeito.

Técnica 40 – Capriche nos detalhes: Em qualquer ambiente, inúmeros detalhes aparentemente


insignificantes sinalizam as expectativas de conduta e comportamento aos seus usuários, mesmo se esses
indivíduos não reconhecem que estão reagindo a essa expectativa. Esta é a ideia básica /por trás da teoria
de política pública conhecida como "tolerância zero", que prova que ações como manter locais públicos livres
de grafites, consertar vidros quebrados e combater pequenos delitos como urinar na rua dão às pessoas a
sensação de que estão em um ambiente ordeiro e seguro. Assim, elas agem no coletivo de forma a preservar
o ambiente, e não a degradá-lo. Capriche nos detalhes coloca essa teoria a serviço da sua sala de aula. Para
atingir os melhores padrões, você tem de criar uma percepção de ordem. Livre-se da bagunça, mantenha as
fileiras de carteiras em ordem, assegure-se de que não tem ninguém vestido de maneira imprópria, como
estar de boné dentro da sala de aula.

Técnica 41 – Umbral: O momento mais importante para estabelecer expectativas na sua sala de aula é
quando os alunos entram ou, se estão mudando de uma atividade para outra dentro da sala, quando a aula
começa formalmente. No primeiro minuto, quando os alunos cruzam o umbral da porta, você precisa lembrá-
los das expectativas. É o momento crucial para estabelecer um bom relacionamento, marcar o tom e reforçar
os primeiros passos em uma rotina que torna a excelência habitual. Com a cultura, é muito mais fácil fazer as
coisas certas ou mantê-las certas do que consertar o que saiu errado.

Técnica 42 – Sem aviso: Como professor, quase sempre constatei que, se eu estava bravo com meus
alunos, era porque havia esperado demais para lidar com certas questões ou porque não estava usando as
punições de forma consistente. A chave para manter o controle e ser respeitado pelos alunos é usar
intervenções menores e pequenas consequências, que podem ser administradas de forma justa e sem
hesitação, antes que uma situação se torne emotiva. Não se trata de você. Os alunos não devem se
comportar só para agradar você; eles devem se comportar para melhorar eles mesmos, para se tornarem as
melhores pessoas possíveis e para extraírem o máximo da escola. Seu objetivo deve ser agir, em vez de ficar
bravo. Comece pequeno, quando a falta é pequena; não use uma bomba nuclear, a menos que a situação
seja de guerra nuclear. O comportamento que, geralmente, atrapalha a ação é o aviso. Avisar ou alertar não
é agir; é ameaçar que você pode agir e, portanto, é contraproducente.

@fundaosquad
7. Construir valores e autoconfiança O significado de uma mensagem pode mudar
sutilmente, substancialmente e cm alguns casos radicalmente, conforme o tom e o contexto em que ela é
apresentada. Em uma escola, o desafio da comunicação eficaz é exacerbado pela grande quantidade de
contextos em que você usa a comunicação, sem falar da variedade de tópicos que deve abranger.

Técnica 43 – Discurso positivo: Faça correções de maneira positiva e consistente. Descreva o mundo que
você deseja que seus alunos vejam, mesmo que você ainda esteja tentando chegar lá. Quando você faz a
intervenção positiva, você ensina as crianças ("disciplinando as" no sentido de ensinar a forma correta de
agir) de uma maneira otimista, bem humorada e segura. Quando você não faz a intervenção, você abdica de
sua responsabilidade. Se o Davi estiver distraído, não basta apenas elogiar a Karen por estar atenta. Você
deve corrigir o Davi de maneira positiva. O maior poder em Discurso positivo é a capacidade de lhe permitir
conversar sobre comportamentos não construtivos de forma consistente e corrigi-los positivamente para a
levar os alunos a melhorarem seu aprendizado e seu comportamento.

Técnica 44 – Elogio preciso: O reforço positivo é uma das ferramentas mais poderosas em qualquer sala de
aula. Muitos especialistas dizem que ele deve aparecer três vezes mais do que a crítica ou a correção.
Contudo, toda ferramenta poderosa pode ser usada de maneira pobre ou insignificante. E com o reforço
positivo não é diferente. Ao usar o reforço positivo, siga estas regras básicas: Diferencie reconhecimento e
elogio / Elogie (e reconheça) bem alto; corrija baixinho / O elogio deve ser genuíno.

Técnica 45 – Cordial/rigoroso: Somos educados para acreditar que a cordialidade e o rigor são
mutuamente excludentes: ser muito cordial significa ser menos rigoroso e vice-versa. Não entendo de onde
vem esta falsa concepção, mas, se acreditar nela, você estará desvalorizando seu ensino. A verdade é que
seu nível de cordialidade não influencia seu rigor e vice-versa.

Técnica 46 – Fator A: Os melhores professores realizam seu trabalho com doses generosas de energia,
paixão, entusiasmo, diversão e bom humor - não necessariamente como antídoto para o trabalho pesado,
mas porque essas são algumas das maneiras mais básicas de trabalhar bem. Acontece que encontrar alegria
na tarefa de aprender - o Fator A - é um ponto-chave não apenas para uma sala de aula feliz, como também
para uma sala de aula de alto -rendimento. Embora não seja nenhuma revelação, é útil que as pessoas
trabalhem mais quando gostam do que fazem. A alegria pode ter diversas formas, dada a diversidade de
professores que a empregam e a diversidade de momentos em que é empregada.

Técnica 47 – Equilíbrio emocional: Eis duas coisas a fazer com as suas emoções. Primeira: controle-as. A
escola é um espaço de aprendizado para os alunos; eles devem ser capazes de aprender corno se
comportar, sem que você tenha de estourar. Você deve estar pronto para tudo, então aja como se você já
esperasse aquilo e tivesse um plano para lidar com cada situação. Segunda: vincule suas emoções às
realizações do aluno, e não ao seu próprio humor ou às emoções de outros alunos. Insisto: tenha a
expectativa de que as emoções deles oscilarão e esteja pronto para controlar a sua própria emoção. Tenha a
expectativa de que os alunos fiquem chateados de vez em quando e reaja com calma. Reagir às emoções
com exagero é típico de adolescente.

Técnica 48 – Explique tudo: Em uma sala de aula em que todos aprendem, os alunos entendem a dinâmica
da responsabilidade individual e de grupo. Conhecem a lógica por trás das regras e expectativas projetadas
para seu benefício; entendem que o sucesso do grupo depende da participação de todos. Entendem estes
aspectos do todo porque seus professores deliberadamente fazem com que suas expectativas sejam claras,
racionais e lógicas. Lembram seus alunos constantemente do porquê fazem o que fazem e baseiam suas
explicações na missão: isso vai ajudá-los a aprender melhor; vai ajudá-los a entender como ser responsáveis.
Se há um ritmo a ser mantido para atingir o objetivo do dia, o professor que explica tudo diz aos seus alunos:
"Eu adoraria passar mais tempo falando deste assunto, mas ainda temos muito que fazer". Quando fala de
mau comportamento, ele usa uma linguagem que explica aos alunos porque aquilo é importante - e como
uma ação ou comportamento podem gerar outra ação ou comportamento. Assim, os alunos entendem a
lógica por trás das escolhas, passam a acreditar que este sistema visa aos seus próprios interesses e
provavelmente vão tomar melhores decisões daí para a frente, sem precisar da intervenção do professor.

Técnica 49 – Errar faz parte: Errar e depois acertar é um dos processos fundamentais no aprendizado.
Reaja a ambas as partes desta sequência, o certo e o errado, com naturalidade.

@fundaosquad
8. MELHORAR SEU RITMO Técnicas adicionais para criar um ritmo
positivo em sala de aula No contexto do ensino e da aprendizagem, ritmo pode ser definido, de
maneira alternativa, como a “ilusão da velocidade”. Não é a velocidade com que o conteúdo é apresentado,
mas sim a velocidade com que ele parece ser exposto. Ritmo é a habilidade de criar a percepção de rapidez.
Ou seja, uma vez que o ensino eficiente pode lançar mão de uma gama de andamentos, de uma lenta e
sólida reflexão à velocidade dinâmica e revigorante, o ritmo é a ilusão de velocidade criada na medida da
necessidade.

Mude o ritmo / Marcar etapas / Todos participam / Cada minuto conta / O que vem por ai / Trabalhe com o
relógio

9. ESTIMULAR OS ALUNOS A PENSAR CRITICAMENTE Técnicas


adicionais para fazer perguntas e responder aos alunos Perguntas feitas de
maneira estratégica têm sido o coração do ofício de ensinar desde o advento de professores e alunos.
Geralmente, perguntas eficazes são feitas em blocos que tornam o todo mais interessante que a soma de
suas partes. Uma boa sequência de perguntas permite a construção do domínio sólido até mesmo de ideias
complexas, pois revela e explica - de forma progressiva - cada parte que as constituem. Questionar é a arte
de sequenciar perguntas.

Uma de cada vez / Do simples ao complexo / IPSIS LITTERIS / Claro e conciso / Estoque de perguntas /
Taxa de acerto

PARTE 2
AJUDAR O ALUNO A TIRAR O MÁXIMO DA LEITURA:
TÉCNICAS E HABILIDADES FUNDAMENTAIS

10. Por que todos os professores podem (e devem) ser professores


de leitura Ler é a habilidade. Ensinar os alunos a compreender o sentido dos textos que Ieem é o
resultado mais poderoso que um professor pode obter. Se os seus alunos puderem ler bem, eles podem
fazer qualquer coisa.

Decodificar - processo de decifrar um texto escrito para identificar as palavras faladas que ele representa.
Fluência - é a automatização, ou seja, a habilidade da competência de ler rapidamente, incluindo a expressão,
que é, por sua vez, a habilidade de agrupar palavras em frases para refletir significado e tom.
Vocabulário - a base de conhecimento de palavras de um aluno: quantas palavras conhece e quão bem as
conhece.
Compreensão - quanto o aluno entende daquilo que lê.

11. O ESSENCIAL: ensinando decodificação, desenvolvimento de


vocabulário e fluência

Quando você tiver dominado as habilidades do Capítulo Dez e seus alunos estiverem lendo com mais
frequência e com maior potencialização, você poderá aumentar a qualidade e a produtividade da leitura em
classe, ao dominar também os métodos de professores exemplares no que se refere a três elementos
essenciais da alfabetização: decodificação, vocabulário e fluência. Isso vai torná-los leitores mais atentos
e mais expressivos, construindo a base para o aumento de sua compreensão leitora, independentemente do
género textual ou conteúdo do texto lido.

@fundaosquad
12. COMPREENSÃO: como ensinar os alunos a entender o que leem

Compreensão - o entendimento da relevância e do sentido completo de um texto - é o objetivo supremo da


leitura, mas é muito difícil de ensinar diretamente, porque depende do domínio de diferentes habilidades.
Mesmo assim, neste capítulo vamos refletir sobre a importância de testar a premissa de que, muitas vezes,
quando os alunos não conseguem responder a perguntas sobre o sentido completo e a relevância de um
texto, o problema é que não entenderam os conceitos mais abrangentes que essas perguntas estão
abordando. Na verdade, os alunos muitas vezes não conseguem responder a perguntas mais complexas
porque não entendem completamente o que leram e tentam dar saltos cognitivos sem ter os conhecimentos
prévios necessários - e não porque não sabem pensar de maneira abrangente ou abstrata.

CONCLUSÃO: o fim é o começo


Em suma, tudo que é bom neste livro só o é por causa do processo de refinamento e adaptação constante
das técnicas, na inquieta e incessante busca pela excelência. Esta observação parece adequada para
terminar.

BORA PRATICAR!

(VUNESP - 2018 - Prefeitura de Birigui - SP - Professor I (1º ao 5º Ano do Ensino Fundamental) e de


Educação de Jovens e Adultos) Com relação à avaliação feita pelo professor em sala de aula com seus
alunos, Lemov (2011) afirma que é preciso

a) esperar pelo fracasso acidental dos alunos para descobrir que algo deu errado.
b) aplicar avaliações depois de longos períodos de ensino, preferencialmente por meio de provas
objetivas.
c) avaliar com frequência, mas, via de regra, evitar intervenções imediatas diante dos resultados das
avaliações.
d) avaliar e, ao perceber as dificuldades do aluno, repetir o mesmo método de ensino e abordagem, pois
a repetição é garantia de aprendizagem.
e) buscar oportunidades constantes de avaliar o que os alunos são capazes de fazer.

( VUNESP - 2018 - Prefeitura de Birigui - SP - Professor I (1º ao 5º Ano do Ensino Fundamental) e de


Educação de Jovens e Adultos) Ao discutir a forma de o professor tratar o erro em sala de aula, Lemov
(2011) defende o ponto de vista de que

a) a censura a respostas erradas dos alunos deve ser feita com rigor.
b) as respostas erradas são anormalidades prejudiciais ao processo de aprendizado.
c) o erro seguido de correção e instrução é o processo fundamental da escolarização.
d) o professor precisa criar desculpas para os alunos cujas respostas estejam erradas.
e) o tempo em sala de aula tem de ser gasto prioritariamente para discutir o erro.

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(VUNESP - 2018 - Prefeitura de Birigui - SP - Professor I (1º ao 5º Ano do Ensino Fundamental) e de
Educação de Jovens e Adultos) Lemov (2011) faz referência a algumas habilidades essenciais para o processo
de leitura. Dentre elas, ele menciona uma que é definida como a automatização, ou seja, a habilidade da
competência de ler rapidamente, incluindo a expressão, que é, por sua vez, a habilidade de agrupar palavras
em frases para refletir significado e tom.

Essa habilidade é

a) a fluência.
b) o letramento.
c) a decodificação.
d) o vocabulário.
e) a compreensão.

(IBFC - 2023 - SEED-PR - Pedagogo) O livro de Doug Lemov, Aula nota 10! 49 técnicas para ser um bom
professor, foi adaptado para escolas brasileiras e traduzido pela Fundação Lemann. Embora universais, as
técnicas foram compiladas partindo da premissa de que todos os educadores têm domínio completo do
conteúdo, contam com um currículo claro, detalhado e rigoroso e utilizam o planejamento de maneira
sistemática em seu trabalho pedagógico. Em sua Parte 1, criar altas expectativas acadêmicas, Lemov lista cinco
técnicas. Diante do exposto, assinale a alternativa correta.

a) Estudo; Planejamento; Estratégia; Aplicabilidade; Resultado


b) Rotina; Deixar Claro; Comece pelo Fim; Estruturar as Aulas; Comunicação
c) Dividir em Partes; Motivação; Rotina Definida; Planeje em Dobro; Bate-Rebate
d) Sem Escapatória; Certo é Certo; Puxe mais; Boa Expressão; Sem Desculpas
e) Didática Estabelecida; Planejamento Definido; Estratégias; Comunicação Clara; Feedback

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