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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA...

ª VARA DA INFANCIA E DA
JUVENTUDE DA COMARCA...
FULANO (nome, qualificaçã o e residência), sua esposa (nome, qualificaçã o e residência), e
BELTRANA (mã e bioló gica, nome, qualificaçã o e residência), vêm à presença de V. Exa.,
devidamente assistidas e representadas por seu comum advogado infra-assinado, por força
do instrumento de mandato incluso, propor a presente
AÇÃO DE ADOÇÃO C/C GUARDA PROVISÓRIA
da criança CICLANO, na forma e para os efeitos do que dispõ e a Lei nº 8.069/90, de acordo
com as razõ es de fato e de direito a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
Beltrana, genitora do menor..., aos... De... De... Registrou o nascimento do mesmo, ocorrido
aos..., perante o Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca e Município de...,
conforme certidã o em anexo (Doc. Nº...).
Ainda em... De... De..., quando o infante contava com 5 meses de vida, a genitora fez a
entrega da criança à guarda e cuidados do casal requerente,... E..., por nã o se consider apta
para educar o infante e sem condiçõ es financeiras e psicoló gicas para mantê-lo junto de si,
uma vez que nã o tem trabalho e é mã e de mais 6 filhos menores, de forma que nã o somente
entregou a criança aos cuidados do casal, como logo manifestou seu consentimento à
adoçã o da criança mais nova pelos requerentes.
O casal Adotante presta ao menor, com dedicaçã o, zelo e afinco, toda a assistência
necessá ria, moral e material, dedicando-lhe o amor e o afeto pró prios do exercício da
parentalidade, oferecendo-lhe o conforto e a segurança de um lar está vel, educaçã o,
alimentaçã o adequada e acesso à tratamentos de saú de que se fizeram necessá rios em
virtude da precariedade em que a criança foi recebida, em resumo, provendo a criança de
tudo que é preciso para seu pleno desenvolvimento físico e emocional (Doc. Nº...).
O casal Adotante tem também um filho menor,..., hoje com dez anos de idade (Doc. Nº...),
com o qual vem o adotando convivendo de forma fraterna, adquirindo vículos típicos da
convivência familiar estabelecida durante os dois anos que é cuidado como filho pelo casal
adotante.
É dessa afeiçã o recíproca comprová vel que advém a vontade dos Requerentes em terem o
menor legamente como filho, pois, na acepçã o afetiva, já é, tanto que atualmente pró ximo a
completar os três anos de idade, o pequeno já reconhece os requerentes... E..., como “papai”
e “mamã e” e o menor... Como “irmã ozinho”.
A mã e bioló gica do Adotando desconhece a filiaçã o bioló gica paterna da criança e nunca
teve nada a obstar à adoçã o pretendida, reconhecendo no casal Adotante, as pessoas
capazes de fornecer ao infante a toda a assistência imprescindível à formaçã o da criança,
manifestando desde logo seu expresso consentimento com a adoçã o pretendida.
II – DO DIREITO
A. DA GUARDA PROVISÓRIA
Dispõ e o Estatuto da Criança e do Adolescente, no § 1º de seu Art. 33, que a guarda destina-
se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida liminarmente nos pedidos de adoçã o:
Art. 33. A guarda obriga a prestaçã o de assistência material, moral e educacional à criança
ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos
pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoçã o, exceto no de adoçã o por
estrangeiros.
No caso em tela, a tutela pretendida vem a regularizar a situaçã o fá tica do infante que já se
encontra sob a guarda de fato do casal adotante há dois anos, conforme demonstram os
documentos acostados (fotografias, comprovantes de vacinaçã o, documentaçã o da
escola/creche, atestados médicos entre outros).
Ademais, falta do reconhecimento jurídico à realidade fá tica do menor causa sérios
embaraços, uma vez que, ausente o poder familiar ou mesmo a responsabilidade pela
guarda do infante, o casal adotante encontra diversos entraves relativos à matrícula em
escola/creche e outras atividades, contrataçã o de plano médico, obtençã o de documentos,
viagens, entre outros e nã o pode recorrer à mã e bioló gica nessas ocasiõ es, pois, esta nã o
possui endereço ou emprego fixos e nã o costuma visitar a criança.
B. DA TUTELA ANTECIPADA
O Casal adotante pleiteia, LIMINARMENTE, a guarda provisó ria da criança, ora adotanda,
uma vez que existe prova inequívoca e verossimilhança do alegado, no sentido de que o
infante já está sob a guarda de fato dos mesmos e plenamente inserida na família, além de
nã o haver o interesse da mã e bioló gica em manter a criança consigo.
Estã o presentes os requisitos da fumaça do bom direito comprovados pelas provas
colacionadas aos autos, que demonstram a alegada a responsabilidade de fato do adotando
exercida pelos requerentes.
É presente o perigo da demora, face os prejuízos que o menor poderá sofrer em relaçã o à
tratamento de saú de e sobretudo educaçã o, pois, enquanto nã o houver definiçã o da guarda,
o infante que hoje se encontra cadastrado em fila de espera para admissã o em creche
pú blica, nã o poderá ser matriculado na rede oficial de ensino, bem como nã o poderá ser
beneficiado pelo plano de saú de ofertado pelo empregador do requerente, situaçã o apta a
acarretar presumíveis danos sucessivos e irrepará veis ao menor, sendo imprescindível a
intervençã o imediata do Poder Judiciá rio.
C. DA ADOÇÃO
Sobre a Adoçã o, prevê o Estatudo da Criança e do Adolescente:
Art. 39. A adoçã o de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. É vedada a adoçã o por procuraçã o.
§ 1o A adoçã o é medida excepcional e irrevogá vel, à qual se deve recorrer apenas quando
esgotados os recursos de manutençã o da criança ou adolescente na família natural ou
extensa, na forma do pará grafo ú nico do art. 25 desta Lei.
No caso em tela, é patente a impossibilidade de manutençã o do menor na família natural,
bem como, nã o há outros parentes conhecidos dipostos a cuidar e educar a criança, a mã e
bioló gica é reconhecida na regiã o pela vida desregrada e pelos vá rios filhos que tem, esses
vivendo da caridade de vizinhos ou abrigados em instituiçõ es para menores infratores, nã o
se apresentando um contexto familiar saudá vel, ao contrá rio, dada a vulnerabilidade do
infante, ainda em tenra idade, seria exposiçã o à situaçã o de risco inseri-lo na família
natural.
Durante todo o período em que o infante esteve sob a responsabilidade do casal adotante, a
mã e bioló gica viu a criança apenas em duas ocasiõ es, logo nos primeiros meses em que
deixou o filho e em seguida nã o mais retornou a nã o ser para confirmar o seu desejo de
entregar a criança em adoçã o de forma definitiva.
Para deferimento de pedido de adoçã o de menor cuja parentalidade bioló gica seja
conhecida, os genitores presentes e investidos do poder familiar, a lei exige o expresso
consentimento destes:
Art. 45. A adoçã o depende do consentimento dos pais ou do representante legal do
adotando. (ECA)
Esse requisito também encontra-se preenchido conforme faz prova a declaraçã o juntada
aos autos a fim de preencher a exigência legal.
O nú cleo familiar formado pelo casal adotante é está vel, decorrente do enlace matrimonial
que perdura por quase quatorze anos, uniã o que resultou no nascimento do filho natural de
ambos. Ademais, casal adotante é conhecido na comunidade como pessoas de boa índole e
cará ter reconhecidamente ilibado, o que preenche as exigências do Estatuto da Criança e do
Adolescente para a adoçã o conjunta ora pretendida.
III – DOS PEDIDOS
a) a concessã o da guarda provisó ria da criança até o trâ nsito em julgado da sentença que
deferir a adoçã o postulada, de modo a regularizar de imediato a posse de fato da criança
desde o nascimento, pelo casal Adotante;
b) Intimaçã o do Ilustre representante do Ministério Pú blico para conhecer e acompanhar o
feito até final decisã o;
c) Requerem pela procedência da presente AÇÃ O DE ADOÇÃ O, tendo como efeito a
destituiçã o do poder familiar, de modo a regularizar de imediato a guarda de fato do casal
Adotante sob a criança, além de sentença declarató ria constitutiva de filiaçã o, com
expediçã o do competente mandado judicial determinando o cancelamento da inscriçã o no
registro civil, lavrando-se novo registro constando o nome e a filiaçã o dos adotantes,
conforme os ditames do Art. 47 da Lei nº 8.069/90;
d) a expediçã o do competente mandado ao Ofício de Registro em que foi lavrado o Registro
de Nascimento do adotando, para as providências determinadas no artigo 47 da Lei nº
8.069/90, mantido o prenome da adotanda, que passará a se chamar...;
e) A intimaçã o das testemunhas desde já arroladas pelos Requerentes/Adotantes.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas. Dá -se à causa
o valor de... Para fins de alçada.
Termos em que pedem deferimento,
Local, dia do mês e ano,
Assinatura do Adotante
Assinatura da Adotante
Assinatura da Mã e Bioló gica
Assinatura do advogado
Nº da OAB
ROL DE DOCUMENTOS:
1. Registro de nascimento da criança/adolescente, se houver, ou Declaraçã o de Nascido
Vivo.
3. Declaraçã o dos pais ou responsá veis pela criança/adolescente consentindo com a
adoçã o, se for o caso, com firma reconhecida em cartó rio.
4. Certidã o de casamento ou Declaraçã o de Convivência Marital.
5. Carteira de identidade do (s) requerente (s) (có pia).
6. Certidã o de nascimento da prole natural dos adotantes quando houver.
7. Procuraçõ es (Lembrando que para a procuraçã o do menor, caso este seja requerente, em
algumas comarcas é exigido que seja lavrado documento pú blico).
8. Declaraçã o de idoneidade moral (É interessante acostar nada consta cível e criminal
emitido pelo Tribunal de Justiça; nada consta criminal emitido pela polícia civil e o mesmo
emitido pela polícia federal).
9. Atestado de sanidade física (emitido por médico devidamente registrado no CRM e
amparado por resultados laboratoriais – OBS: NÃ O É OBRIGATÓ RIA A JUNTADA DOS
EXAMES).
10. Atestado de sanidade mental (EMITIDO POR PSIQUIATRA).
11. Comprovante de residência.
12. Comprovante de rendimentos.
13. Declaraçã o de Escolaridade da criança/adolescente.
14. Cartã o de vacina da criança/adolescente.
15. Declaraçã o da existência/inexistência de bens, direitos ou rendimentos relativos à
criança/adolescente.
16. Endereço dos genitores da criança/adolescente, se houver (Declarado ou comprovado).
ROL DE TESTEMUNHAS:
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