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B

RESIDÊNCIA MÉDICA
Especialidades Clínicas

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O VESTIBULAR FACULDADE DE MEDICINA

CONCURSO PÚBLICO – EDITAL COREME/FM Nº 02/2022

Instruções

1. Só abra este caderno quando o fiscal autorizar.


2. Verifique se o seu nome está correto na capa deste caderno e se corresponde à área
profissional em que você se inscreveu. Informe ao fiscal de sala eventuais divergências.
3. Verifique se o caderno está completo. Ele deve conter 110 questões de múltipla escolha,
divididas em Prova I (100 questões) e Prova II (10 questões), compostas da raiz da questão
e de quatro alternativas. Informe ao fiscal de sala eventuais divergências.
4. Durante a prova, são vedadas a comunicação entre candidatos e a utilização de qualquer
material de consulta, eletrônico ou impresso, e de aparelhos de telecomunicação.
5. A prova deverá ser feita utilizando caneta esferográfica com tinta azul.
6. Duração da prova: 5h00. Tempo mínimo de permanência obrigatória: 2h30. Não haverá tempo
adicional para transcrição de respostas.
7. Uma foto sua poderá ser coletada para fins de reconhecimento facial, para uso exclusivo da
FUVEST, nos termos da lei.
8. Ao final da prova, é obrigatória a devolução da folha de respostas acompanhada deste
caderno de questões.

Declaração
Declaro que li e estou ciente das informações que constam na capa desta prova, na folha de
respostas, bem como dos avisos que foram transmitidos pelo fiscal de sala.

___________________________________________________
ASSINATURA

O(a) candidato(a) que não assinar esta capa será considerado(a) ausente da prova.
TABELA DE VALORES LABORATORIAIS NORMAIS
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

Clínica Médica – Prova I Texto para as próximas duas questões

01 Homem de 56 anos, com antecedente de insuficiência


Mulher de 82 anos, com queixa de dispneia aos cardíaca de fração de ejeção reduzida idiopática. Em uso
moderados esforços, dispneia paroxística noturna e de enalapril 20 mg 2x/dia, carvedilol 25 mg 2x/dia e
ortopneia há 4 meses. Tem hipertensão arterial sistêmica espironolactona 25 mg 1x/dia. Tem dispneia classe
há 30 anos, dislipidemia e doença renal crônica funcional II. Nega idas ao pronto-socorro ou internações
(Cr 1,5 mg/dL). Exame Clínico: PA 142x72 mmHg, hospitalares no último ano.
FC 88 bpm, peso 60 kg, altura 150 cm, eupneica em Exame clínico: PA 104x80 mmHg; FC 60 bpm; ausculta
repouso. Bulhas normofonéticas, sopro sistólico ejetivo pulmonar normal.
em foco aórtico 3+/6+, pulso carotídeo de amplitude Exames: creatinina 1 mg/dL; ureia 28 mg/dL;
normal, estase jugular discreta. Estertores finos bibasais. Na+ 140 mEq/L; K+ 4,4 mEq/L; HbA1C 5,0%; NT-proBNP
Ecocardiograma: fração de ejeção = 0,52, aumento
750 pg/mL.
moderado de átrio esquerdo, área valvar aórtica de
Ecocardiograma: fração de ejeção do ventrículo
1,4 cm2, com gradiente sistólico entre ventrículo
esquerdo 33%; septo 9 mm; parede posterior 9 mm;
esquerdo e aorta máximo estimado em 42 mmHg e médio
em 25 mmHg. VE = 66x54 mm.
A troca valvar transaórtica percutânea (TAVR): Eletrocardiograma apresentado.

(A) está condicionada à quantificação do escore de cálcio


valvar.
(B) está condicionada ao resultado do cateterismo de
câmaras esquerdas.
(C) está condicionada ao resultado do ecocardiograma de
estresse com dobutamina.
(D) não está indicada.

02
Homem de 59 anos, diabético, dislipidêmico e com
diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica há três anos;
sem sintomas. Exame clínico: PA 170x100 mmHg, repetida e
confirmada em três ocasiões; IMC 37 kg/m2. Em uso de
metformina 1 g/dia, atorvastatina 40 mg, enalapril 20 mg
04
2x/dia, clortalidona 25 mg e amlodipina 10 mg. Em medida O medicamento a ser adicionado ao tratamento é:
residencial da pressão arterial, a média é de 145x85 mmHg e (A) Sacubitril-Valsartana.
retorna em consulta com PA 170x90 mmHg. Exames: (B) Dapaglifozina.
creatinina 1,8 mg/dL, K+ 4,2 mmol/L, microalbuminúria 70 (C) Ivabradina.
mg/g de creatinina. (D) não é necessário ajustar a terapia.
A melhor conduta é:
(A) associar atenolol. 05
(B) associar espironolactona. O implante de terapia de ressincronização cardíaca neste
(C) associar clonidina. paciente:
(D) não associar novas drogas. (A) está indicado.
(B) está condicionado ao resultado do Holter.
03 (C) está condicionado à piora de classe funcional.
Homem de 75 anos, internado por insuficiência cardíaca (D) não está indicado.
descompensada. Hemograma: Hb 7,2 g/dL, leucócitos
14 mil/mm3, diferencial normal, plaquetas 140 mil/mm3. 06
Solicitada transfusão de dois concentrados de hemácias. Mulher de 32 anos é submetida à valvoplastia mitral por
Logo após o segundo concentrado, iniciou quadro de piora cateter-balão devido à dispnéia de caráter progressivo nos
respiratória, com taquipneia e dessaturação. Ao exame últimos 6 meses. Ecocardiograma transesofágico
clínico, afebril, com estertores finos até terço médio, pré-operatório sem evidência de trombos ou insuficiência
bilateralmente. mitral. Durante o procedimento, evoluiu com agitação
Essa intercorrência poderia ter sido evitada com: intensa. Exame clínico: FC 112 bpm, PA 92x62 mmHg,
(A) fracionamento da transfusão. sopro sistólico regurgitativo 2+/6+ em foco
(B) irradiação do hemocomponente. tricúspide/rebordo esternal esquerdo de maior
(C) filtração do hemocomponente. intensidade com a inspiração, B1 hipofonética,
(D) lavagem do hemocomponente. P2 hiperfonética, turgência jugular fixa, extremidades
frias e tempo de enchimento capilar prolongado.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
A causa mais provável dos sintomas apresentados é:
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(A) comunicação interatrial aguda. Mulher de 38 anos com diabetes mellitus tipo 1. Está na
(B) insuficiência mitral aguda. sala de emergência por causa de cetoacidose diabética e
(C) tamponamento cardíaco. pneumonia bacteriana. Há três horas está recebendo
(D) tromboembolismo pulmonar. insulina em bomba de infusão e já recebeu três litros de
cristaloides, além de uma dose de ceftriaxone e de
07 azitromicina. Exame clínico: PA 80x50 mmHg, FC 128 bpm,
Homem de 52 anos, hipertenso, vem com relato de FR 34 ipm com uso de musculatura acessória, SpO2 87%
palpitação, vômitos, dor torácica e sudorese profusa há 2 em máscara não reinalante a 15 L/min. Gasometria
horas. Exame clínico: consciente e orientado, com tempo arterial: pH 6,9; pCO2 16 mmHg; HCO3 4 mEq/L; pO2 61
de enchimento capilar de cinco segundos, sem sinais de mmHg; Lactato 25 mg/dL.
congestão sistêmica e pulmonar. Pressão arterial: As condutas que devem ser feitas de imediato são:
106/62 mmHg, FC 228 bpm, SAT 90% em ar ambiente.
(A) noradrenalina e ventilação não invasiva.
O eletrocardiograma é mostrado.
(B) entubação orotraqueal e bicarbonato de sódio.
(C) entubação orotraqueal e noradrenalina.
(D) ventilação não invasiva e bicarbonato de sódio.

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Mulher de 26 anos, com asma desde a infância, procura o
pronto-socorro com dispneia e tosse seca há dois dias.
Exame clínico: PA 130x80 mmHg, FC 98 bpm, FR 24 ipm,
SpO2 91%, consciente e orientada, sibilos difusos, boa
perfusão periférica. Após três ciclos de salbutamol e
ipratrópio e uma dose de hidrocortisona, está se sentindo
um pouco melhor, com FR 22 ipm, SpO2 93% e ausculta
A próxima conduta mais adequada é: com menos sibilos. Peak flow: 150 L/min.
A radiografia de tórax é mostrada:
(A) amiodarona endovenosa.
(B) cardioversão elétrica.
(C) cateterismo cardíaco.
(D) adenosina endovenosa.

08
Gestante de 26 semanas com palpitações acompanhadas
de mal-estar. Exame clínico: consciente e orientada. PA
100x60 mmHg; FC 248 bpm; SpO2 95% em AA; tempo de
enchimento capilar de 3 s.
O eletrocardiograma é mostrado:

A próxima conduta mais adequada é:


(A) prednisona.
(B) amoxicilina.
(C) teofilina intravenosa.
(D) sulfato de magnésio intravenoso.

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Mulher de 85 anos com antecedente de HAS, FA e DRC,
em uso de carvedilol e enalapril. Tem história de diarreia
há três dias. Veio trazida à sala de emergência por
A próxima conduta mais adequada é:
hipotensão. Exame clínico: estado geral ruim, PA
(A) amiodarona. 85x60 mmHg, FC 100 bpm, SpO2 94% em ar ambiente,
(B) cardioversão elétrica. tempo de enchimento capilar de 5 segundos.
(C) metoprolol.
(D) adenosina.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
Exames complementares: Cr 4 mg/dL (basal 1,5 mg/dL); 14
U 130 mg/dL. Gasometria venosa: pH 7,24, pCO2
Homem de 72 anos, com hipotireoidismo e carcinoma de
21 mmHg, HCO3- 9 mEq/L, BE -17.
células claras metastático para pulmão em uso de
O eletrocardiograma é mostrado:
imunoterapia (ECOG 1), com rebaixamento progressivo
do nível de consciência nas últimas 72h. Não tem diretivas
antecipadas de vontade descritas. Exame clínico: escala
de coma de Glasgow 6 (AO 1 MRM 4 MRV 1), sem
proteção de vias aéreas. PA 140 x 100 mmHg, FC 40 bpm,
T 32oC, FR 8 ipm. Ausculta cardiopulmonar normal.
Abdome flácido. Qual a(s) conduta(s) mais adequada(s)?
(A) Conferência familiar para decidir sobre limitação de
suporte.
(B) Morfina endovenosa e informar familiares sobre
terminalidade.
(C) Entubação orotraqueal, tomografia de crânio,
As condutas imediatas são: aquecimento ativo e levotiroxina.
(A) ringer lactato e ceftriaxone. (D) Entubação orotraqueal, aquecimento passivo,
(B) gluconato de cálcio e solução bicarbonatada. levotiroxina e hidrocortisona.
(C) cineangiocoronariografia e AAS.
(D) noradrenalina e dosagem de troponina. 15
Homem de 50 anos é trazido ao pronto-socorro, pois foi
encontrado desacordado em via pública, com forte hálito
Texto para as próximas duas questões etílico. Exame clínico: escala de coma de Glasgow 9 (AO 2
MRM 4 MRV 3), sem sinais focais aparentes, pupilas
Mulher de 25 anos é trazida ao pronto-socorro após médias e fotorreagentes. PA 80 x 40 mmHg, FC 120 bpm,
episódio de crise convulsiva durante uma festa. Familiares FR 40 ipm, SpO2 88%. Ausculta cardíaca normal. Ausculta
relatam que ela nunca apresentou convulsões. Chega em pulmonar: respiração soprosa e estertores finos em base
pós-ictal, escala de coma de Glasgow 10 (AO 2 MRM 5 esquerda. Abdome flácido e indolor. Sem edema. Tempo
MRV 3), pupilas midriáticas fotorreagentes. de enchimento capilar de 4,5 segundos, livedo grau I/V.
Considere os exames a seguir: Gasometria arterial: pH 6,95; PaO2 80 mmHg,
PaCO2 10 mmHg; HCO3- 3 mEq/L; SBE- 20 mEq/L,
I Sódio Na+ 140 mEq/L, Cl- 112 mEq/L, lactato 100 mg/dL, glicemia
II Cálcio capilar 180 mg/dL.
III Glicemia Qual a conduta para tratar a principal hipótese
IV Liquor diagnóstica?
V Tomografia de crânio (A) Ceftriaxone e clindamicina.
VI Eletroencefalograma (B) Etanol endovenoso.
(C) Ceftriaxone e claritromicina.
12 (D) Tiamina e flumazenil.
Assinale a alternativa que indica os exames que devem ser
recomendados na avaliação inicial. 16
(A) I, II e III. Homem de 50 anos, hipertenso, com dispneia, tosse
(B) I, II, III e V. produtiva e dor torácica ventilatório-dependente, com
(C) I, II, III, IV e V. irradiação para o dorso há quatro dias. Esteve internado
(D) I, II, III, IV, V e VI. até uma semana atrás, quando foi submetido a
colecistectomia aberta. Exame clínico: PA 100x60 mmHg;
13 FC 104 bpm; T 37,6°C; FR 22 irpm; SpO2 93% em ar
Entre os exames solicitados, o sódio sérico resultou em ambiente. Boa perfusão periférica com extremidades
115 mEq/L, a paciente recebeu 150 mL de NaCl 3% e a quentes, ausculta cardíaca sem sopros. Ausculta
apresentou novo episódio de crise convulsiva, de curta pulmonar com MV audíveis em todos os campos e
duração. Qual a conduta recomendada?
estertores em base direita. Edema discreto de membros
(A) Repetir NaCl 3% 150 mL até Na+ sérico de 120 mEq/L. inferiores, com panturrilha direita 1 cm maior que a
(B) Repetir NaCl 3% 150 mL até três vezes. esquerda. Restante normal.
(C) Ataque de fenitoína e de NaCl 3% 500 mL em 24 horas.
(D) Ataque de levetiracetam e de NaCl 0,9% 2.000 mL em
24 horas.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
A imagem de ultrassom mais provável de ser encontrada Foi colocado em ventilação não invasiva e reavaliado
é: 30 minutos após. Exame clínico atual: lúcido, orientado,
FC 100 bpm (inicial 130 bpm), FR 24 ipm (inicial 35 ipm),
SpO2 94% com FiO2 50% (inicial, sem O2, 70%),
PA 13x80 mmHg com nitroglicerina EV contínua (inicial
180x110 mmHg). Eletrocardiograma: supra de ST de
V1– V4 de 3 mm.
(A) Qual a conduta imediata mais adequada em relação ao
suporte ventilatório?
(A) Manter ventilação não invasiva.
(B) Proceder à entubação orotraqueal.
(C) Desmamar para cateter nasal de alto fluxo.
(D) Desmamar para máscara não reinalante.

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Mulher de 22 anos procurou o pronto atendimento com
quadro de dor abdominal, febre e náuseas há dois dias.
Exame clínico: REG, P: 110 bpm, PA: 140x75 mmHg,
(B) T: 38°C, obesidade grau I. A TC abdominal revelou imagem
sugestiva de apendicite aguda. Medicações em uso:
Prednisolona (20 mg ao dia) há seis meses para
tratamento de quadro de lúpus eritematoso sistêmico. A
paciente foi submetida à cirurgia laparoscópica sem
intercorrências. No segundo dia pós-operatório evoluiu
com hipotensão, taquicardia e náuseas. Está afebril e o
abdômen está discretamente doloroso à palpação. Feita
expansão volêmica com 1.000 mL de soro fisiológico sem
sucesso. Recebeu cefriaxona e metronidazol.
Qual a melhor conduta?
(A) Hidratação com 1.000 mL de ringer lactato em bolus.
(B) Piperacilina/tazobactan: 4,5 g de 8/8 h.
(C) Hidrocortisona 100 mg iv.
(C) (D) Azatioprina 150 mg/dia.

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Homem de 57 anos com antecedente de diabetes mellitus
tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e obesidade, em uso
de metformina e gliclazida ambulatorial. Está em UTI
devido à angina instável com indicação de angioplastia.
Glicemia capilar com valor de 234 mg/dL.
O manejo adequado da hiperglicemia neste paciente
consiste em:
(A) manter a glicemia entre 140 mg/dL e 180 mg/dL com
insulina endovenosa.
(D) (B) manter a glicemia próximo de 100 mg/dL com insulina
de ação rápida sc.
(C) manter a glicemia próximo de 100 mg/dL com insulina
endovenosa.
(D) manter a glicemia entre 140 mg/dL e 180 mg/dL com
insulina de ação rápida sc.

20
17 Homem de 40 anos, apresentava palpitações, intolerância
ao calor, perda de peso (5 kg em dois meses). Sua
Homem de 55 anos, com diabetes, hipertensão,
avaliação laboratorial inicial mostrava T4 livre 3,2 ng/dL
dislipidemia e doença renal crônica (Cr basal 1,9 mg/dL)
(Valor Referência 0,6-1,4) e TSH < 0,01 mIU/L. Há dois
vem ao pronto-socorro com dispneia de forte intensidade
meses, foi prescrito, em outro serviço, metimazol
de início há três horas. Refere piora progressiva no
20 mg/dia.
período, associada a mal-estar torácico inespecífico.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
Atualmente apresenta-se normotenso, frequência Qual a característica que mais se associa com a
cardíaca de 60 bpm. Refere fadiga e dor muscular malignidade?
ocasionalmente. Ao exame clínico, apresenta glândula (A) Homogeneidade.
tireoidiana palpável, com superfície pouco irregular e (B) Tamanho.
cerca de duas vezes aumentada, sem tremores de (C) Vascularização.
extremidades. Sua dosagem atual de TSH é < 0,01 mUI/L e (D) Radiodensidade elevada.
de T4 livre é 0,68 ng/dL.
Qual a melhor conduta terapêutica? 24
(A) Trocar para propiltiouracil. Homem de 62 anos, tabagista, vem para segunda
(B) Reduzir dose do metimazol. consulta, após diagnóstico de diabetes tipo 2. Nega ter
(C) Tiroeoidectomia parcial. conhecimento de outra doença prévia e queixa-se de
(D) Radioiodoterapia. urina espumosa.
Exame clínico: PA 145x95 mmHg (na consulta anterior,
21 140x100 mmHg). Bom estado geral, IMC 32 kg/m2, exame
Mulher de 56 anos, relata histórico de 2 meses de dos pés com redução da sensibilidade vibratória. Restante
constipação, poliúria, polidipsia, náuseas, emagrecimento normal.
não quantificado, fraqueza muscular com dificuldade de Exames laboratoriais: Cr 1,7 mg/dL (em passagem por PS
deambulação e dores ósseas generalizadas. Evoluiu com cinco meses antes, era de 1,6 mg/dL), K 4,5 mEq/L,
fratura espontânea de úmero esquerdo onde havia uma Na 142 mEq/L, proteinúria/creatininúria 1,2 g/g.
tumoração. Exames laboratoriais evidenciam: Hb: 8,1 g/dL A prescrição mais adequada é:
(VR: 11,5-15,5), creatinina: 1,43 mg/dL (VR: 0,5-0,9), cálcio (A) dapagliflozina e dieta hipoproteica.
total: 14,9 mg/dL (VR: 8,6-10,2), PTH: 1.540 pg/mL (VR: (B) losartana e captopril.
16- 65), 25 OH vitamina D: 7 ng/mL, fósforo: 2,4 mg/dL (C) captopril e dapagliflozina.
(2,7-4,5 mg/dL) e fosfatase alcalina: 510 UI/L (até 104 (D) dieta hipoproteica e losartana.
UI/L).
A doença primária mais provável é: 25
(A) doença renal crônica. Homem de 65 anos, hipertenso e diabético, procura
(B) mieloma múltiplo. atendimento por sangramento anal. Foi estimado, pela
(C) hiperparatireoidismo primário. história, a probabilidade pré-teste de hemorragia
(D) neoplasia metastática. digestiva alta (HDA) em 45%. Durante o exame clínico, foi
visualizada a saída de coágulos pelo ânus.
22
Mulher de 73 anos foi submetida à cirurgia de colo de
fêmur. Tem hipertensão arterial sistêmica. Está em uso de
anlodipina, heparina profilática, cefazolina e cetoprofeno.
Vinte e quatro horas após a cirurgia, ela está em fibrilação
atrial rápida (120 bpm) com o restante do exame clínico
normal. Colhido exames: T4 livre = 3,2 ng/dL (valor
referência: 0,8-1,6 ng/dL) e TSH = 2,8 mUI/L (valor de
referência 0,4-4,0 mUI/L).
A medicação que mais provavelmente explica os achados
laboratoriais é:
(A) Anlodipina.
(B) Cefazolina.
(C) Cetoprofeno.
(D) Heparina.

23
Mulher de 20 anos, com síndrome metabólica, submetida
à tomografia de abdome para avaliar lesão de 2,0 cm na
topografia de adrenal, previamente encontrada em
ultrassonografia de abdome. Realizada a tomografia sem
contraste, encontrou-se uma lesão de 3,0 cm,
homogênea, com pouca vascularização e radiodensidade
elevada (Unidades Hounsfield de 20).
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

27
Um estudo busca avaliar o efeito de uma vacina
polivalente contra diversos vírus respiratórios, incluindo
coronavírus, influenza e vírus sincicial respiratório, com
proposta de seguimento de um ano. O desfecho primário
é a ocorrência de infecções respiratórias sintomáticas,
ajustada para idade, sexo e presença de imunossupressão.
O modelo estatístico recomendado para esta análise é o:
(A) modelo de regressão linear.
(B) modelo de regressão logística.
(C) modelo de regressão de Poisson.
(D) modelo de regressão de Cox.

28
Um estudo procurou avaliar o efeito da traqueostomia
precoce no desfecho de pacientes com COVID-19
utilizando dados de vida real, sem intervenção alocada
pelo pesquisador. Os autores incluíram todos os pacientes
que foram submetidos à traqueostomia entre 4 e 21 dias
de internação e os dividiram em traqueostomia precoce
(< 10 dias) e tardia (> 10 dias). Na análise estatística, foi
utilizada análise multivariada ajustada para fatores
prognósticos. Quando comparados aos pacientes
submetidos à traqueostomia tardia, os pacientes
submetidos à traqueostomia precoce apresentaram a
mesma mortalidade; menor tempo de ventilação
mecânica; e alta mais precoce da UTI.
Qual o viés que foi introduzido ou não foi contemplado
pela análise?
(A) Perda de seguimento.
Com base no achado e nas informações acima, a (B) Variáveis confundidoras.
probabilidade de HDA é: (C) Mensuração.
(A) 1%. (D) Seleção.
(B) 4%.
(C) 12%. 29
(D) 32%. Homem de 54 anos, com cirrose hepática por vírus C Child
B9. Vem com confusão mental e dispneia há cinco dias.
26 Não teve tosse nem febre.
Um estudo em cinco centros avaliou o efeito de um Exame clínico: PA 100x50 mmHg; FC 84 bpm; FR 22 ipm;
suplemento alimentar em 100 pacientes internados com SpO2 92% em ar ambiente; T 35,8°C. Fala confusa,
alto risco nutricional. O desfecho primário do estudo foi a presença de flapping. Ausculta pulmonar com murmúrios
diferença entre os tamanhos inicial e final (após 14 dias) diminuídos em 2/3 do hemitórax direito. Abdome com
do reto femoral, avaliado por ultrassonografia. Os autores ascite em pequena quantidade e edema +/4+ em
demonstraram que o grupo que recebeu o suplemento membros inferiores. Toque retal sem melena.
alimentar apresentou uma redução do diâmetro do reto Foi submetido à toracocentese de alívio, com retirada de
femoral de 3 mm (IC 95%, 1–5 mm) menor do que o grupo 2 litros, e diagnóstica, com os seguintes resultados:
que recebeu o suplemento placebo, com valor de p = 0,04. pH 7,4; DHL 90 UI/L; glicose 65 mg/dL; proteínas totais
Assinale a alternativa correta a respeito da interpretação 1,5 g/dL; albumina 0,8 g/dL; leucócitos 1100/mm3 com
deste estudo. 50% de neutrófilos; bacterioscopia negativa.
Exames laboratoriais séricos: albumina 3,0 g/dL; proteínas
(A) O resultado é estatisticamente significante, mas a totais 6,0 g/dL.
relevância clínica é questionável. Os tratamentos que devem ser instituídos imediatamente
(B) O resultado é estatisticamente significante e são:
clinicamente relevante.
(C) Um estudo com maior tamanho de amostra (A) ceftriaxona e lactulose.
aumentaria a relevância clínica. (B) lactulose e furosemida.
(D) Pode-se afirmar que a probabilidade deste tratamento (C) furosemida e espironolactona.
ser benéfico é de 96%. (D) espironolactona e ceftriaxona.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

30 33
Homem de 40 anos vem com história de fraqueza Homem de 67 anos desenvolveu ascite e edema de
progressiva há 4 meses e cansaço aos médios esforços. membros inferiores há dois meses. Refere dispneia, que
Nega edema, perda de peso, ortopneia, sangramentos ou melhora ao deitar. A albumina sérica é 3,0 g/dL. A
outras queixas. Ao exame clínico, descorado ++/4+; concentração de albumina no líquido ascítico (em g/dL)
restante normal. Exames: hemoglobina 9,6 g/dL, VCM mais provável é de:
75 fL, leucócitos 8.450/mm3, plaquetas 454.000/mm3. A
(A) 1,0.
endoscopia digestiva alta não identificou sangramentos e
(B) 2,0.
uma biópsia de duodeno mostrou atrofia de vilos, com
(C) 2,5.
infiltração linfocitária.
(D) 3,0.
A próxima conduta mais adequada é:
(A) iniciar corticosteroide via oral. 34
(B) solicitar colonoscopia. Mulher de 40 anos, com queixa de sudorese noturna há
(C) pesquisar hemoglobina humana nas fezes. duas semanas. Nega febre, emagrecimento, queixas
(D) introduzir dieta específica. respiratórias, digestivas ou urinárias. Nega
comportamento sexual de risco ou uso de drogas ilícitas.
31 O exame clínico é normal. No prosseguimento da
Homem de 63 anos, com cirrose Child C. Nas últimas duas anamnese, deve-se questionar o uso de:
semanas, apresentou piora da ascite e ganho de 2 kg. Está
(A) sinvastatina.
em uso de furosemida 160 mg ao dia e espironolactona
(B) venlafaxina.
400 mg ao dia. Exame clínico: regular estado geral e sinais
(C) amoxicilina.
vitais normais. Ascite volumosa, porém abdome não está
(D) salbutamol.
tenso. Resultado de sódio urinário: 96 mEq/dia.
A causa mais provável do ganho de peso é: 35
(A) síndrome hepatorrenal. Homem de 40 anos vai ao pronto-socorro devido à
(B) ascite refratária. gastroenterocolite aguda. Uma tomografia de abdome
(C) ingesta excessiva de sal. demonstrou dilatação de ducto pancreático principal.
(D) dose insuficiente de diuréticos. Teve alta com sintomáticos e melhorou em três dias.
Antecedentes: três episódios de parotidites confirmadas
32 por elevação de amilase nos últimos dois anos. Exame
Mulher de 40 anos, há dois meses com diarreia pastosa, clínico normal.
três a quatro evacuações por dia, com pequena O(s) exame(s) com maior probabilidade de confirmar(em)
quantidade de muco e sangue. Nega febre ou perda de o diagnóstico é(são):
peso. Duas semanas antes do início do quadro, teve
(A) ultrassonografia de parótidas.
infecção urinária tratada com levofloxacino por 10 dias.
(B) dosagem de ANCA, proteinase 3 e mieloperoxidase.
Ao exame clínico, descorada +/4+, com discreta dor à
(C) colangiorressonância.
palpação de todo o abdômen, sem outras alterações.
(D) dosagem de imunoglobulina IgG e suas frações.
Realizou colonoscopia, que é apresentada na imagem.
36
Homem de 45 anos com emagrecimento de 7 kg em dois
meses. Nega alteração de ingesta, hábito intestinal ou
febre. Tem hipertensão arterial não controlada. Há dois
dias está nauseado e ficou confuso. Exame clínico:
desorientado, IMC 18 kg/m2, PA 230x142 mmHg,
FC 92 bpm, sem outras alterações. Exames: Cr 2,3 mg/dL,
Ur 101 mg/dL, Na+ 137 mEq/L, K+ 3,9 mEq/L, Hb 10,8 g/dL,
leucócitos 7.200/mm3, ácido úrico 5,9 mg/dL, glicemia
105 mg/dL, HbA1c 6,2 g/dL. Urina I: 3 hemácias/campo e
3 leucócitos/campo. Proteinúria/creatininúria: 1,0 g/g.
Fundo de olho: pontos hemorrágicos, exsudatos
O tratamento inicial mais adequado para a principal algodonosos, arteríolas de calibre reduzido e papila
hipótese diagnóstica desta paciente é: borrada.
A melhor conduta em relação ao emagrecimento é:
(A) vancomicina via oral.
(B) metronidazol via oral. (A) iniciar hipoglicemiante oral.
(C) ganciclovir intravenoso. (B) realizar colonoscopia.
(D) mesalazina via retal. (C) controlar a pressão.
(D) realizar tomografia de tórax e abdome.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

37 41
Muitos medicamentos têm sido recomendados com Mulher de 82 anos foi submetida à colocação de prótese
posologias que podem ser desconfortáveis para os de quadril. É hipertensa e diabética em uso de enalapril,
pacientes. Aquela que não deve ser alterada é: hidroclorotiazida, metformina e AAS. No segundo dia pós-
operatório, teve queda durante a noite.
(A) Metformina junto às refeições.
A melhor conduta para profilaxia de tromboembolismo
(B) Levotiroxina nas primeiras horas da manhã, em jejum.
venoso é:
(C) Vitamina B12 intramuscular para pacientes com
gastrite atrófica. (A) rivaroxabana por 35 dias.
(D) Ferro via oral em três tomadas diárias para anemia (B) enoxaparina até alta.
ferropriva em idosos. (C) warfarina por 14 dias.
(D) apixabana por 10 dias.
38
Mulher de 92 anos é admitida referindo dispneia e mal- 42
estar há duas semanas. Tem diagnóstico de hipertensão, Homem de 72 anos, professor universitário aposentado,
diabetes e insuficiência cardíaca de fração de ejeção com queixa de perda de memória há um mês. Sua esposa
preservada. Faz uso de losartana, bisoprolol, relatou que ele se aposentou há dois meses e, desde
hidroclorotiazida, metformina e dapaglifozina. Exame então, mudou sua personalidade, ficando introvertido. O
clínico: PA 160x60 mmHg, FC 120 bpm, FR 22 ipm, escore no mini exame do estado mental (MEEM) foi de
TAX 36,2°C. Ausculta cardíaca: B2 hiperfonética, sem 25/30. Durante a realização do teste, ele reclamou
sopros, ritmo irregular. Ausculta pulmonar: estertores
repetidamente da perda de memória e respondeu “não
finos bibasais. Eletrocardiograma: fibrilação atrial de alta
sei” para várias perguntas.
resposta ventricular, sem alterações de repolarização
evidentes. Exames: troponina ultrassensível 0,9 ng/mL A característica que mais se relaciona com o provável
(VR < 0,04 ng/mL; exame de um mês atrás 0,7 ng/mL), diagnóstico é:
Cr 1,8 mg/dL. (A) escore obtido no MEEM.
O diagnóstico mais provável relacionado à interpretação (B) conseguir perceber a perda de memória.
da troponina é:
(C) mudança da personalidade habitual.
(A) lesão miocárdica aguda. (D) respostas “não sei” durante o teste.
(B) lesão miocárdica crônica.
(C) infarto agudo do miocárdio. 43
(D) doença renal crônica.
Mulher de 49 anos, submetida à cirurgia bariátrica com
39 bypass intestinal há 12 anos, evoluiu com anemia
macrocítica há 3 anos, apesar da reposição adequada de
Mulher de 85 anos, com internação recente por infecção
ferro e da administração parenteral bimensal de vitamina
do trato urinário e delirium hiperativo. Logo após a alta,
B12. Há 2 anos com parestesias em pés e mãos e
desenvolveu diarreia liquida, quatro vezes ao dia, com
dificuldade de deambulação.
muco e dor abdominal. Exame clínico: prostrada,
A conduta mais adequada é:
temperatura de 37,8°C, pulso de 130 bpm e pressão
arterial de 95x65 mmHg. Abdômen tenso e distendido (A) suplementar tiamina.
difusamente à palpação. O exame fecal que mais ajudaria (B) suplementar vitamina B12 semanal.
a elucidar o diagnóstico é: (C) dosar cobre sérico.
(D) dosar ácido fólico.
(A) glutamato desidrogenase.
(B) cultura.
(C) pesquisa de leucócitos.
(D) calprotectina. Texto para as próximas duas questões

40 Mulher de 42 anos com queixa de fraqueza intensa e


Homem de 77 anos, com queixa de perda de memória e dispneia há uma semana. Procurou o serviço de
alucinações visuais, evoluiu nos meses seguintes com emergência duas vezes nos últimos três meses com
tremor, rigidez e bradicinesia. Foi introduzida levodopa, queixas semelhantes, melhorando após transfusão.
mas não houve melhora dos sintomas. Um segundo Exame clínico: mucosas descoradas +++/4+, anictérica,
médico trocou a levodopa por neuroléptico, o que levou à afebril. PA 110x70 mmHg, FC 120 bpm. Exames:
piora do quadro clínico. Hb 4,6 g/dL, VCM 105 fL, Reticulócitos absolutos de
O diagnóstico mais provável é: 9.000/mm3, Leucócitos 4.000/mm3 e Plaquetas
(A) demência Parkinsoniana. 150.000/mm3. Glicemia, enzimas hepáticas, ureia e
(B) demência de Alzheimer. creatinina normais.
(C) demência fronto-temporal.
(D) demência por corpúsculos de Lewy.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

44 O paciente refere ter em casa dipirona, paracetamol,


ibuprofeno e naproxeno e pergunta qual deles pode ser
O diagnóstico mais provável é: usado para analgesia. A melhor orientação é:
(A) aplasia pura de série vermelha. (A) pode utilizar o que preferir.
(B) anemia hemolítica autoimune. (B) não deve utilizar paracetamol.
(C) anemia megaloblástica. (C) não deve utilizar naproxeno.
(D) anemia diseritropoética. (D) não deve utilizar nenhum deles.
45 49
Com base no diagnóstico mais provável, o próximo passo Homem de 45 anos, com antecedente de obesidade e
é investigar a associação com: apneia obstrutiva do sono, em uso de CPAP, ex-tabagista
(30 anos-maço), é encaminhado para avaliação de
(A) doença celíaca. policitemia. Hemograma: Hb 18 g/dL, Ht 58 %,
(B) linfoproliferação. leucócitos = 12.000/mm³, diferencial normal, plaquetas
(C) gastrite atrófica. 500.000/mm³, eritropoetina 2 mIU/mL (Normal 2–18).
(D) timoma. A conduta mais adequada é:
(A) solicitar mielograma.
46 (B) adequar os ajustes do CPAP.
Mulher de 65 anos, acompanhada pela reumatologia por (C) investigar neoplasia renal.
artrite reumatoide, apresenta eletroforese de proteínas (D) pesquisar mutação do JAK2.
séricas com pico monoclonal em gamaglobulina.
Hemograma normal, sem alteração renal, sem lesões 50
ósseas e sem hipercalcemia. Proteinúria de 24h normal. Homem de 36 anos, apresenta achado de
Os fatores mais importantes para estratificação de risco tromboembolismo pulmonar segmentar assintomático
da gamopatia são: em tomografias de estadiamento de doença
(A) imunofixação sérica, valor do pico monoclonal e linfoproliferativa. Exame clínico: normal, exceto por
relação de cadeias leves livres séricas. linfonodomegalias. A anticoagulação terapêutica:
(B) imunofixação sérica e valor do pico monoclonal. (A) deve ser mantida por seis meses.
(C) idade, DHL e valor do pico monoclonal. (B) deve ser mantida até a remissão.
(D) idade, DHL e relação de cadeias leves livres séricas. (C) pode ser substituída por AAS.
(D) não está indicada.
47
Mulher de 42 anos, natural de Londrina, Paraná, filha de 51
pais japoneses, vem para investigação de ferritina sérica Mulher de 55 anos refere asma de difícil controle iniciada na
de 1.800 ng/mL. Nega uso de álcool e nega qualquer adolescência, com várias internações pelas crises asmáticas
doença. Exame clínico: PA 160x90 mmHg, IMC 32 kg/m2, desencadeadas principalmente por sinusites e poluentes
Hb 13,1 g/dL, VCM 96 fL. Leucócitos e plaquetas normais. ambientais. É portadora de hipertensão arterial há 10 anos e
AST 22 UI/L, ALT 123 UI/L, glicemia de jejum 105 mg/dL, teve um episódio de acidente vascular cerebral há cinco anos.
bilirrubinas normais, albumina normal, sorologias para Recentemente passou a apresentar artrite em pequenas
hepatite B e C negativas. Saturação da transferrina 47%, articulações, além de parestesias progressivas nos membros
ferritina sérica 1.900 ng/mL. USG abdome: esteatose superiores e inferiores. Exame clínico: PA 140x95 mmHg, FC
hepática, sem outras alterações. Pesquisa da mutação 100 bpm, IMC 28, ausculta cardíaca normal, ausculta pulmonar
HFE negativa para C282Y e H63D. com sibilos inspiratórios. Neurológico: compatível com quadro
A conduta mais adequada neste caso é: de mononeurite múltipla. Exames laboratoriais: Hb 13,3 g/dL, Ht
(A) pesquisar hemocromatose não HFE. 40%, leucócitos 12.800/mm3 (neutrófilos 55%, linfócitos 15%,
(B) realizar ressonância magnética com estimativa do eosinófilos 25%, monócitos 5%), VHS 65 mm, PCR 8,2 mg/dL,
ferro hepático. glicose 105 mg/dL, creatinina 0,8 mg/dL, TGO/TGP normais, FAN
(C) realizar prova de flebotomia e reavaliar após três 1/160 pontilhado fino, fator reumatoide 40, urina I normal.
meses. Espirometria: distúrbio ventilatório do tipo obstrutivo,
(D) introduzir quelante de ferro e reavaliar após três moderado; tomografia dos seios da face: espessamento do
meses. revestimento mucoso dos seios maxilares e etmoidais.
Radiografia de tórax: normal.
48 Após confirmação da principal hipótese diagnóstica, além
Homem de 17 anos, previamente hígido, procura pronto- de corticoide sistêmico, o tratamento a ser instituído é:
socorro com febre, cefaleia e mialgia há dois dias. Nega (A) rituximabe.
sangramentos. Exame clínico sem alterações. Traz exames (B) ciclofosfamida.
que mostram hemograma com plaquetas de 50.000/mm3, (C) azatioprina.
função hepática e renal sem alterações. (D) ciclosporina.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

52 Hemoculturas do cateter e periférica demonstram


crescimento de Staphylococcus aureus sensível à
Homem de 36 anos com febre e mialgia de início abrupto
oxacilina, com 8 e 12 horas de tempo de crescimento,
há três dias. Há dois dias com cefaleia importante e dor
respectivamente.
em região retro-orbitária. Exame clínico: PA
Além de suspender a ceftazidima, a conduta mais
120x80 mmHg, FC 76 bpm e leve exantema eritematoso
adequada é:
em tórax, sem outras alterações.
O exame que deve ser solicitado é: (A) trocar vancomicina por oxacilina e associar lockterapia
com oxacilina.
(A) hemocultura.
(B) manter vancomicina e associar lockterapia com
(B) quimiocitológico de liquor.
vancomicina.
(C) antígeno NS1.
(C) trocar vancomicina por cefazolina e retirar o cateter.
(D) VDRL.
(D) manter vancomicina e retirar o cateter.
53 55
Homem de 42 anos, com antecedente de retocolite
Mulher de 32 anos, com leucemia mieloide aguda,
ulcerativa em uso regular de Adalimumabe há dois anos,
portadora de cateter de longa permanência, realizou
com melhora substancial do quadro intestinal. Refere
quimioterapia há três semanas e apresenta contagem
screening negativo para infecção latente por
absoluta de neutrófilos de 350 células/mm3. Evoluiu com
Mycobacterium tuberculosis na ocasião. Procura
quadro de febre e choque. As duas amostras de
ambulatório com quadro de dor lombar por cerca de
hemoculturas coletadas estão positivas para cocos Gram-
quatro meses, febre não aferida e perda de peso não
positivos, catalase negativo e coagulase negativo. A
quantificada. Refere uso de diversos antibióticos, com
amostra de sangue retirada do cateter positivou com
melhora parcial do quadro, mas não sabe referir os
intervalo de tempo de 10 horas e, a do sangue periférico,
nomes. Tomografia apresentada na imagem.
com intervalo de 11 horas.
O agente etiológico mais provável é:
(A) Staphylococcus aureus.
(B) Staphylococcus epidermidis.
(C) Enterococcus faecalis.
(D) Streptococcus viridans.

56
Homem de 23 anos, natural e procedente de São Paulo
(SP), estudante. Procura serviço de medicina de viagem
em hospital universitário para orientação de viagem para
Anavilhanas (Uarini-AM), por 15 dias, para turismo
ecológico.
Com relação à profilaxia de malária, segundo o Ministério
da Saúde, qual é a melhor conduta?
(A) Doxiciclina 100 mg uma vez ao dia. Iniciar 1–2 dias
antes de entrar na área de risco; manter por 28 dias
após retorno.
(B) Mefloquina semanalmente ao entrar na área de risco;
repetir em até uma semana após retorno.
(C) Atovaquone/proguanil uma vez ao dia. Iniciar 1–2 dias
antes de entrar na área de risco; manter por sete dias
A principal hipótese diagnóstica etiológica é: após retorno.
(D) Não há indicação de profilaxia para malária em
(A) Staphylococcus aureus. território nacional em situações habituais.
(B) Mycobacterium tuberculosis.
(C) Escherichia coli. 57
(D) Enterococcus faecalis. Homem de 62 anos, com doença renal crônica dialítica,
com resultado de teste tuberculínico realizado com
54 resultado de 9 mm.
Homem de 43 anos, em programa de hemodiálise através A conduta adequada é:
de cateter de longa permanência em veia jugular interna
direita há 6 meses, interna por suspeita de infecção. Está (A) repetir o teste em oito semanas.
hemodinamicamente estável, em uso de ceftazidima e (B) iniciar rifampicina.
vancomicina, sem sinais de embolização séptica ou (C) iniciar esquema RIPE.
tunelite. (D) não tratar.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

58 60
Considere as situações clínicas abaixo: O valor da fração de excreção de sódio deste paciente, em
porcentagem, é de, aproximadamente:
I Baixa probabilidade pré-teste de tromboembolismo
pulmonar em pronto-socorro. (A) 0,2.
(B) 0,3.
II Acompanhamento ambulatorial de COVID-19.
(C) 2,0.
III Avaliar indicação de anticoagulação em COVID-19 (D) 3,0.
hospitalizado.
IV Suspeita de tromboembolismo pulmonar em 61
paciente hospitalizado com sepse. A próxima conduta mais adequada no manejo deste
V Suspeita de coagulação intravascular disseminada. paciente é:
São indicações para dosagem de D-dímero sérico: (A) furosemida.
(B) albumina.
(A) I e V.
(C) terlipressina.
(B) I, II, III e V.
(D) soro fisiológico.
(C) I, III e V.
(D) I, II, III, IV e V.
62
59 Mulher de 60 anos vem para avaliação de fratura de
coluna, sem história de trauma. Há muitos anos não vai a
Mulher de 61 anos é internada em unidade de terapia
médicos e não toma medicações. Além da dor no local da
intensiva devido ao choque séptico de foco pulmonar e
fratura, queixa-se apenas de fraqueza há dois meses. Ao
lesão renal aguda em hemodiálise veno-venosa contínua,
exame clínico, notam-se mucosas decoradas. Exames:
com anticoagulação regional baseada em citrato
hemoglobina 10,4 g/dL, VCM 84 fL, HCM 30 pg, albumina
trissódico 4%, há 24 horas. Nas últimas três horas, os
4,0 g/dL, paratormônio 110 pg/mL (VR 10 a 65) e cálcio
valores de pressão do filtro mostram-se em elevação de
sérico 8,2 mg/dL (VR 8,8 a 10,4).
100 para 120 mmHg e os valores de cálcio pós-filtro e
O exame que mais provavelmente identificará a doença
cálcio sistêmico são, respectivamente, 2,11 (VR = 1,0–1,4
de base é:
mg/dL) e 4,51 mg/dL (VR = 4,4–5,2 mg/dL).
A conduta mais adequada é: (A) mapeamento de paratireoide.
(B) creatinina sérica.
(A) manter infusão de citrato e associar heparina não
(C) eletroforese de proteínas.
fracionada.
(D) tomografia de pescoço.
(B) trocar citrato por heparina não fracionada.
(C) aumentar a infusão do citrato.
63
(D) suspender citrato e manter sem anticoagulação
Mulher de 64 anos faz acompanhamento ambulatorial por
regional.
nefropatia diabética. Evolui com prurido importante
associado à anorexia, náuseas, vômitos e dispepsia.
Texto para as próximas duas questões Exames: ureia 220 mg/dL, Na+ 135 mEq/L, K+ 5,6 mEq/L,
HCO3- 16 mEq/L, Cl- 110 mEq/L, glicemia 350 mg/dL.
Homem de 54 anos, portador de cirrose alcoólica, foi A(s) conduta(s) mais apropriada(s) é(são):
internado por diminuição de volume urinário, piora de (A) bicarbonato e furosemida.
edema e ascite há três dias. Estava em uso de furosemida (B) hidratação endovenosa e beta-agonista.
e espironolactona, mas parou há cinco dias, após quadro (C) terapia substitutiva renal.
de disenteria e vômitos tratados com medicamentos que (D) hidratação endovenosa e insulina.
não sabe o nome. Exame clínico: regular estado geral,
sonolento, mas com discurso adequado quando 64
estimulado. PA 108X64 mmHg, FC 104 bpm, FR 18 ipm, Homem de 78 anos, há 10 anos diabético, hipertenso e
SpO2 90% (ar ambiente). Exame cardíaco normal e portador de gota. Foi submetido à cateterismo eletivo
pulmões com estertores finos e diminuição de murmúrio com implante de stent. Durante a internação, apresentou
em bases. Presença de ascite importante e edema ++/4+ crise de gota e recebeu anti-inflamatório não hormonal,
de membros inferiores. Exames do ambulatório: colchicina e alopurinol. Teve alta sete dias após o
Ur 28 mg/dL, Cr 1 mg/dL. Foi passada sonda vesical, com procedimento. Creatinina de base 1,4 mg/dL e na alta
saída de 100 mL e coletados exames: Ur 98 mg/dL, 1,6 mg/dL. No retorno ambulatorial, 20 dias após a alta,
Cr 4 mg/dL, Na+ 144 mEq/L, Cr urinária 0,5 g/L, os exames apresentam: K+ = 5,9 mEq/L, ureia = 90 mg/dL
Na+ urinário 36 mEq/L. e creatinina 4,0 mg/dL.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
A causa mais provável da insuficiência renal é:
(A) embolia arterial de colesterol.
(B) progressão da nefropatia diabética.
(C) nefropatia relacionada ao contraste.
(D) necrose tubular aguda pelo AINE.

65
Mulher de 58 anos, previamente saudável, às 9h da
manhã apresentou quadro de vertigem súbita, com
sensação de lateropulsão para a esquerda e dificuldade de
fala. Chega ao PS às 11h30. Exame clínico: PA
170x100 mmHg, FC 112 bpm, com ritmo cardíaco irregular
e glicemia capilar 98 mg/dL. NIHSS = 3. Hemiataxia
esquerda, nistagmo horizonto-rotatório para a direita,
pupilas anisocóricas com miose à esquerda, leve disartria
e reflexo nauseoso abolido à esquerda. TC de crânio
normal. AngioTC arterial de vasos cerebrais e
intracranianos: oclusão em segmento V4 da artéria
vertebral esquerda.
A melhor conduta é:
(A) anticoagulação.
É mais provável que este paciente também apresente
(B) trombólise
alteração de sensibilidade em:
(C) trombectomia.
(D) antiagregante. (A) 1º quirodáctilo.
(B) clavícula.
66 (C) mamilo.
Homem de 34 anos, sem comorbidades conhecidas, sem (D) umbigo.
uso contínuo de medicações, dá entrada no PS com queda
palpebral, visão dupla e fraqueza nos quatro membros, 68
iniciada há oito horas. Exame neurológico: ptose bilateral Mulher de 24 anos vem ao pronto-socorro com queixa de
assimétrica, pupilas midriáticas e tetraparesia com cefaleia iniciada após parto cesárea, ocorrido há uma
reflexos diminuídos e força grau II em MMSS e grau III em semana. A cefaleia caracteriza-se por peso holocraniano e
MMII. Gasometria de entrada: pH 7,27, pO2 58, pCO2 54, nucal, que surge quando a paciente se senta ou se levanta,
BIC 26. Foi encaminhado para a UTI e colocado em e melhora rapidamente ao deitar-se. Nega febre ou
ventilação mecânica invasiva. sintomas sistêmicos. Exame neurológico normal.
O melhor tratamento é: O exame com maior probabilidade de chegar ao
diagnóstico é:
(A) imunoglobulina humana.
(B) metilprednisolona em pulsoterapia. (A) angiotomografia arterial de crânio.
(C) antitoxina para clostridium. (B) ressonância magnética de crânio.
(D) piridostigmina. (C) punção lombar.
(D) angiorressonância venosa de crânio.
67
Homem de 52 anos procura atendimento com queixa de 69
dor em coluna, de início súbito e forte intensidade, há dois Homem de 32 anos, há cinco dias com tontura,
dias. Durante a investigação, foi realizada a ressonância desequilíbrio, dificuldade para deambular e diplopia,
nuclear magnética que é apresentada na imagem. inicialmente flutuante, que se tornou fixa. Há três dias
apresenta formigamento nas mãos e piora importante da
marcha. Nega comorbidades e refere episódio de diarreia
por três dias, há aproximadamente 20 dias. Exame clínico:
consciente e orientado, fala e linguagem preservadas;
força muscular normal globalmente, reflexos tendinosos
profundos abolidos, reflexo cutâneo-plantar em flexão e
reflexos cutâneo-abdominais presentes e simétricos;
sensibilidade superficial sem alterações e hipopalestesia
distal nos quatro membros, ataxia axial e apendicular
presente, com piora ao fechar os olhos; impossibilidade
de ficar em pé, mesmo com olhos abertos, oftalmoparesia
completa, com semiptose bilateral e reflexos pupilares
normais.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
A alteração mais provável de ser encontrada nos exames é: As hipóteses diagnósticas mais prováveis são:
(A) hiperproteinorraquia com celularidade normal no exame do (A) miastenia gravis; timoma.
liquor. (B) síndrome de Eaton-Lambert; câncer de pulmão.
(B) resposta eletrodecremental à estimulação repetitiva em (C) síndrome de Guillain-Barré secundária à vacina; câncer
baixa frequência em eletroneuromiografia. de pulmão.
(C) hipersinal nas sequências de T2 e FLAIR em cordões (D) dermatopolimiosite; linfoma
posterior e lateral na ressonância magnética de coluna
cervical e torácica. 72
(D) elevação de creatinofosfoquinase (CPK) acima de 10 vezes o Homem de 67 anos foi submetido à colonoscopia com
valor da normalidade. achado de lesão vegetante, subestenosante, ocupando
cerca de 70% da luz da região do retossigmoide e
70 intrasponível ao aparelho. Anátomo-patológico confirma
Homem de 58 anos vem com queixa de tremor há dois anos. adenocarcinoma. Foi indicada retossigmoidectomia.
Refere que o tremor acometeu inicialmente a mão esquerda e Os exames a serem realizados para estadiamento são:
depois a mão direita. Tem depressão, em melhora com (A) tomografia de tórax, abdômen e pelve; dosagem de
tratamento antidepressivo. Exame neurológico: tremor em CEA.
mãos, assimétrico, em flexão-pronação, de grande amplitude e (B) tomografia por emissão de pósitrons; dosagem de
baixa frequência pior à esquerda, observado em repouso e CEA.
durante a marcha. Melhora em postura antigravitária. Nota-se (C) tomografia de tórax, abdômen e pelve; colonoscopia
fácies hipomímica e bradicinesia. após cirurgia.
É provável que este paciente apresente: (D) tomografia por emissão de pósitrons; ressonância de
(A) quedas frequentes e alterações nos movimentos oculares crânio.
verticais.
(B) atrofia do mesencéfalo na ressonância magnética. 73
(C) manifestação precoce de anosmia e alucinações visuais. Durante uma consulta de rotina de um paciente de 50
(D) transtorno comportamental do sono REM antes dessas anos, assintomático, foi encontrado um gânglio
queixas. supraclavicular esquerdo de 3 cm, endurecido.
A investigação inicial deve ser direcionada para o seguinte
71 conjunto de órgãos:
Homem de 67 anos, tabagista de 50 anos-maço, hipertenso, (A) rins, gônadas e estômago.
dislipidêmico com colocação de stent em coronária há cerca de (B) estômago, fígado e pâncreas.
dois anos. Faz uso de aspirina, losartana e atorvastatina. Relata (C) fígado, vesícula e esôfago.
tosse seca ocasional, cuja intensificação associa a uso de vacina (D) pulmão, fígado e esôfago.
para COVID-19 há um mês. Há duas semanas tem tido fraqueza
progressiva, em particular para subir escadas, porém, nota que 74
ocasionalmente apresenta recuperação da força após uma
Homem de 23 anos, com diagnóstico de tumor não
contração mantida da perna. Queixa-se também de diminuição
seminomatoso de testículo, metastático para linfonodos
de ingesta alimentar secundária a xerostomia. Exame clínico:
retroperitoneais, fígado e pulmão. Iniciou, há duas
paraparesia de predomínio crural, com força grau IV em
semanas, o segundo ciclo de tratamento com bleomicina,
membros inferiores, simétrica e hiporreflexia.
cisplatina e etoposídeo. Procura atendimento de
Radiografia de tórax é mostrada.
emergência com quadro de febre há um dia e odinofagia.
Exame clínico: FR 26 ipm; FC 127 bpm; T 38,5°C; PA
80x60 mmHg; tempo de enchimento capilar de cinco
segundos; port-o-cath com bom aspecto; restante normal.
O melhor esquema antibiótico a ser iniciado
empiricamente é:
(A) meropenem.
(B) meropenem e linezolida.
(C) piperacilina-tazobactam.
(D) vancomicina e piperacilina-tazobactam.

75
Mulher de 72 anos portadora de câncer de pâncreas
localmente avançado. Queixa-se de dor em faixa no andar
superior do abdômen, em piora progressiva e sem
melhora com quimioterapia. Encontra-se em ECOG 2. Está
em uso de dipirona 1g e tramadol 50 mg 6/6h.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
A próxima conduta mais adequada para controle álgico é: É tabagista de cinco anos-maço e conseguiu diminuir o uso
(A) trocar tramadol por fentanil transdérmico e associar para quatro cigarros/dia. O exame clínico da consulta de
clorpromazina. hoje é normal.
(B) trocar dipirona por ibuprofeno e indicar radioterapia. De acordo com a versão 2022 da Global Initiative for
(C) trocar tramadol por morfina e associar gabapentina. Asthma (GINA), a terapia de escolha para este paciente é:
(D) associar gabapentina e indicar alcoolização do plexo (A) Dose baixa de corticoide inalatório-formoterol como
celíaco. manutenção e resgate.
(B) Dose baixa de corticoide inalatório-formoterol para
alívio dos sintomas.
Texto para as próximas duas questões
(C) Dose média de corticoide inalatório diária e beta-2
agonista de ação curta de resgate.
Mulher de 58 anos tabagista de 90 anos-maço vem com
(D) Dose média de corticoide inalatório-formoterol para
história de tosse persistente e hemoptise. Não faz uso de
alívio dos sintomas.
nenhuma medicação. Exame clínico: consciente e
orientada, tempo de enchimento capilar de 3s, corada e 80
hidratada, sem edema. PA 112x76 mmHg, FC 74 bpm,
Dois homens de 58 anos, ambos ex-tabagistas de 80 anos-
FR 18 ipm, SpO2 95% em ar ambiente, glicemia capilar
maço, procuram atendimento por dispneia progressiva há
104 mg/dL. Restante sem alterações. Radiografia de
um ano. Nenhum dos pacientes apresenta queixa de piora
tórax: massa espiculada de 6 cm peri-hilar direita. Exames
recente dos sintomas. Ao exame clínico, o paciente 1
laboratoriais: Hb 11.4 g/dL; Plaquetas 247.000/mm3; Cr
apresenta cianose evidente, estase jugular, diminuição
0.73 mg/dL; U 24 mg/dL; Na+ 119 mEq/L; K+ 4.2 mEq/L.
difusa de murmúrio vesicular e edema de membros
Exame de urina: osmolalidade urinária 500 mOsm/L.
inferiores. O paciente 2 tem cianose discreta, diminuição
difusa de murmúrio vesicular e não tem edemas.
76 Quando comparado ao paciente 1, o paciente 2 tem maior
A conduta inicial mais adequada para a hiponatremia é: probabilidade de apresentar valores mais elevados de:
(A) restrição hídrica. (A) hemoglobina.
(B) furosemida. (B) pressão de artéria pulmonar.
(C) solução de NaCl 3%. (C) pressão arterial de oxigênio.
(D) soro fisiológico. (D) bicarbonato.

77 81
O tipo histológico mais provável neste caso é: Mulher de 50 anos, internada por dispneia. Relata
dispneia progressiva há cerca de dois anos, com piora há
(A) lepídico.
uma semana. Nega febre ou expectoração purulenta. É ex-
(B) adenocarcinoma.
tabagista de 20 anos-maço, tendo parado há dois anos.
(C) carcinoma epidermoide.
Exame clínico: IMC 34 kg/m2, PA 140x94 mmHg, FC
(D) carcinoma de pequenas células.
98 bpm, FR 24 ipm, SpO2 86%. Corada, hidratada,
78 acianótica. Estase jugular presente. Coração com bulhas
rítmicas, hiperfonese de B2 e sem sopros. Pulmões com
Homem de 65 anos, hipertenso, com história de ronco
diminuição dos murmúrios vesiculares difusamente.
frequente que incomoda a esposa, apresenta escala de
Abdômen normal e edema +/4+ de membros inferiores.
sonolência de Epworth de 8 (normal até 10). Traz exame de
Gasometria arterial em ar ambiente: pH 7,38 mmHg, pCO2
polissonografia no retorno de sua consulta, que revelou índice
50 mmHg, PaO2 64, Sat O2 86%, HCO3- 28 mEq/L. Realizou
de apneia e hipopneia de 54 eventos por hora.
recentemente uma prova de função pulmonar que
Quanto ao uso de CPAP para este paciente, assinale a alternativa
mostrou CVF de 72% e VEF1/CVF de 84%.
correta.
A medida com maior probabilidade de contribuir com o
(A) Está indicado para reduzir a incidência de infarto agudo do tratamento de longo prazo desta paciente é:
miocárdio.
(A) oxigênio.
(B) Está indicado para reduzir a incidência de acidente vascular
(B) CPAP.
encefálico.
(C) anticoagulante.
(C) Está indicado para melhorar a qualidade de vida.
(D) corticoide + Beta2 inalatório de longa duração.
(D) Não está indicado para este paciente.

79 82
Homem de 78 anos com antecedente de AVC isquêmico
Homem de 23 anos, em acompanhamento ambulatorial
há 12 anos, ex-tabagista de 50 anos-maço, vem com
por asma há um ano. Atualmente está em uso de beta-2
dispneia há oito meses. Exame clínico: PA 120x70 mmHg;
agonista de ação curta de resgate. Nos últimos dois
FC 86 bpm; FR 22 ipm; SpO2 92% em ar ambiente.
meses, tem tido crises quatro vezes por semana e
Estertores finos, em velcro, nas bases. Restante normal.
acordado à noite, em crise, uma ou duas vezes por mês.
A imagem da tomografia de tórax é apresentada.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
A causa mais provável da dispneia do paciente é:
(A) DPOC.
(B) DPOC associada à fibrose pulmonar.
(C) asma associada à obesidade.
(D) asma grave.

85
Homem de 44 anos, três meses com artralgias difusas,
fadiga, perda ponderal de 5 kg e alguns episódios de febre
não aferida e sudorese noturna. Foi realizada biópsia
pulmonar que mostrou granuloma sem necrose, vasos
normais e pesquisa de micro-organismos negativa. PET/CT
apresentou hipercaptação em linfonodos mediastinais.
A tomografia de tórax é apresentada.

A hipótese diagnóstica mais provável é:


(A) enfisema.
(B) pneumonite por hipersensibilidade.
(C) fibrose pulmonar idiopática.
(D) bronquiectasia.

83
Mulher de 58 anos iniciou, há seis meses, quadro de
dispneia progressiva aos esforços. O marido cria pássaros
no domicílio há muitos anos e há mofo na parede do
quarto onde dormem. Antecedente: infecção urinária de
repetição, em uso de nitrofurantoína há dois meses. Nega
tabagismo. Exame clínico: estertores finos discretos em
A principal hipótese diagnóstica é:
bases pulmonares. Tomografia de tórax: infiltrado em
vidro-fosco difuso, com algumas bronquiectasias e (A) micose sistêmica.
bronquiolectasias de tração. (B) tuberculose.
A conduta mais apropriada neste momento é: (C) sarcoidose.
(D) scar cell carcinoma.
(A) suspender a nitrofurantoína.
(B) introduzir pirfenidona ou nintedanibe. 86
(C) introduzir metilprednisolona 1g iv por cinco dias.
Homem de 35 anos apresentou, há cinco dias, coriza clara
(D) Afastar-se das exposições ambientais.
e mialgia, evoluindo para dispneia e febre. Nega passado
84 de problemas respiratórios. Exceto pela febre, seu exame
clínico é normal. Após andar 20 metros, a saturação de O2
Homem de 58 anos, tabagista, vem com queixa de
cai de 96% para 88%, sem que a ausculta pulmonar se
dispneia há seis meses. Exame clínico: PA 120x70 mmHg;
modifique. Radiografia de tórax normal.
FC 82 bpm; FR 20 ipm; SpO2 93%. Ausculta pulmonar
É mais provável encontrar alteração no seguinte exame:
normal. Parte da prova de função pulmonar é mostrada
na tabela apresentada. (A) ecocardiograma.
(B) difusão de monóxido de carbono.
Valor do Limite inferior % do predito (C) VEF1 / CVF1.
paciente da (D) cintilografia pulmonar.
normalidade

CVF 2L 2,4 L 83 87
Homem de 21 anos vem para avaliação para prática de
VEF1 1L 1,8 L 55 esportes. É assintomático e sem limitação física no
exercício. Nega palpitação, síncope, pré-síncope, dispneia
VEF1 pós- 1,05 L - -
broncodilatador
ou dor precordial. Refere broncoespasmo induzido por
exercício e faz uso de formoterol-budesonida preventivo.
VEF1/CVF 50% 70% - Nega uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas. Nega história
familiar de doenças cardíacas ou morte súbita. Exame
CPT 5L 4,8 L - clínico normal.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)
Qual exame deve ser solicitado? Conta que é animada para fazer as coisas e, nas últimas
(A) Teste ergométrico. duas semanas, sentiu tristeza em dois dias da semana,
(B) Ecocardiograma. sem motivo aparente. A recomendação mais adequada é:
(C) Espirometria. (A) conversar com a idosa que mora com ela.
(D) Nenhum. (B) encaminhar para avaliação por psiquiatra.
(C) perguntar sobre sono, autoestima e ideação suicida.
88 (D) não prosseguir na investigação de depressão.
O melhor critério para rastreamento de uma determinada
doença na população é:
(A) alta prevalência e baixa letalidade. Texto para as próximas duas questões
(B) tratamento eficaz na fase assintomática.
(C) exame de baixa complexidade e baixo custo.
(D) exame sem risco elevado de "incidentalomas". Mulher de 28 anos, sem doenças prévias, há dois meses
apresenta artralgia de grandes e pequenas articulações,
89 tosse seca, edema de face e de membros inferiores e
Mulher de 55 anos, assintomática, sem doenças cansaço aos esforços habituais. Exame clínico: descorada
conhecidas ou uso de medicações, fez check-up pela +/4+, ictérica +/4+, PA 138x92 mmHg, FC 96 bpm, FR
empresa. O exame clínico é normal. O único exame 14 ipm. Edema de face, sem estase jugular. Pulmões com
alterado é um CA 19-9 elevado (1,5 vezes o limite murmúrio vesicular diminuído em bases, coração e
superior). Ela pesquisa na internet e apresenta-se para abdômen sem alterações. Exames: Hb 10 g/dL, VCM 98 fL,
consulta demonstrando bastante preocupação. HCM 30 pg, leucócitos 5.500/mm3, plaquetas
A conduta mais adequada é: 100.000/mm3, Ur 38 mg/dL, Cr 0,9 mg/dL, proteínas totais
5 g/dL, albumina 3 g/dL, bilirrubina direta 0,3 mg/dL,
(A) solicitar ressonância ou ultrassom de vias biliares. bilirrubina indireta 2 mg/dL, haptoglobina < 10 mg/dL,
(B) repetir o exame em três meses. urina 1 com proteína ++++, 2 leucócitos e 1 eritrócito por
(C) solicitar tomografia de abdômen e colonoscopia. campo, proteinúria de 24 horas de 2,8 g/L (volume total
(D) não prosseguir na investigação de neoplasia. 1.500 mL), FAN 1/160 (pontilhado grosso). Durante a
investigação, foi confirmado derrame pleural bilateral,
90 que foi puncionado, tendo sido realizada uma biópsia
Mulher de 52 anos realiza colonoscopia para rastreio de renal.
câncer de cólon. Sem antecedentes familiares da doença.
Exame mostra lesão polipoide de 1,5 cm em cólon
transverso. Realizado mucosectomia; exame 93
anatomopatológico revela tratar-se de um pólipo A análise do líquido pleural tem maior probabilidade de
serrilhado com atipias de baixo grau. apresentar:
A colonoscopia deve ser repetida em:
(A) adenosina deaminase 80 U/L.
(A) um ano. (B) proteína total 1,5 g/dL.
(B) três anos. (C) pleocitose neutrofílica.
(C) cinco anos. (D) pleocitose linfocítica.
(D) sete anos.

91
Homem de 50 anos vem para consulta de rotina. É
assintomático e o exame clínico é normal. Está muito
preocupado com dois casos de câncer na família. O pai
teve câncer de esôfago e o tio materno teve câncer de rim.
A conduta mais adequada é:
(A) pedir tomografia de abdômen e colonoscopia.
(B) pedir endoscopia digestiva alta e tomografia de
abdômen.
(C) pedir endoscopia digestiva alta e colonoscopia.
(D) não rastrear nenhum destes dois cânceres.

92
Mulher de 53 anos vem para consulta de rotina. É solteira,
sem filhos e, há cinco anos, mudou-se para a casa de uma
senhora idosa, onde tem trabalhado como cuidadora e
dama de companhia. Nas horas de folga assiste TV aberta.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

94 95
Qual a imagem que tem a maior probabilidade de Homem de 58 anos refere estar sentindo fraqueza
representar o achado da biópsia renal desta paciente? muscular dos quadríceps e dos flexores profundos dos
dedos das mãos há seis meses. Na ocasião, tinha sido
submetido à biópsia muscular do músculo vasto lateral,
que evidenciou presença de infiltrado inflamatório
linfomononuclear na região endomisial e,
laboratorialmente, aumento de creatinofosfoquinase. Foi
(A)
feita pulsoterapia de corticoide e mantida a prednisona
1 mg/kg de peso por dia. A fraqueza melhorou
inicialmente, mas, após dois meses, veio a piorar. A CPK
normalizou.
A melhor conduta para a fraqueza é:
(A) investigar e tratar câncer oculto.
(B) associar ciclofosfamida.
(C) reduzir corticoide.
(D) pulsoterapia de corticoide.

96
Mulher de 53 anos, há 30 anos com lúpus eritematoso
sistêmico, há cinco anos foi submetida a transplante renal
(B) Em uso crônico de imunossupressores, insuficiência renal
não dialítica e sem glicocorticoides. Há três semanas, está
com febre baixa e joelho esquerdo edemaciado.
Exames: ureia 89 mg/dL, creatinina 2,0 mg/dL, VHS 65
mm/1ª hora, PCR 15 mg/dL e ácido úrico 10 mg/dL, com
hemograma e sedimento urinário sem alterações e
complemento normal. Feita artrocentese: GRAM ausente
e culturas negativas.
Qual o próximo passo?
(A) Esquema básico para tuberculose.
(B) Biópsia de sinóvia.
(C) Anfotericina B.
(D) Galactomanana sérica.
(C) 97
Mulher de 71 anos, com diagnóstico recente de arterite
de células gigantes em uso de prednisona 60 mg/dia. Nega
fraturas prévias ou tratamento prévio para osteoporose.
Refere quatro quedas da própria altura no último ano.
Antecedente de hipertensão arterial, em uso de
hidroclorotiazida 25 mg/dia. Antecedente familiar: mãe
teve fratura femoral aos 62 anos.
Exames laboratoriais (hemograma, função hepática e
renal): normais.
Densitometria óssea: coluna lombar t-score de -2,4; colo
do fêmur t-score de -2,1; fêmur total t-score de -2,2.
Além da suplementação de cálcio e de vitamina D, qual é
a melhor conduta?
(D)
(A) Troca da hidroclorotiazida por enalapril.
(B) Prescrição de bisfosfonato.
(C) Dosagem de CTX e bioimpedância de corpo inteiro.
(D) Não é necessária conduta adicional.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

98 100
Homem de 72 anos, previamente hipertenso, com Homem de 32 anos, 100 kg, é admitido na UTI às 18h, após
diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade. Foi politrauma. Foi submetido à fixação de fratura de fêmur e
levado à sala de emergência por conta de hipotensão. de pelve. Recebeu seis unidades de concentrados de
Após 1.000 mL de cristaloide, foi iniciada noradrenalina hemácias, plasmas frescos congelados e plaquetas.
por manutenção da instabilidade hemodinâmica. Está Oito horas após a admissão, recebe fentanil 50 mcg/h,
recebendo ceftriaxona e azitromicina. No dia seguinte, propofol 150 mg/h, em RASS -2; mantém PAM 65 mmHg
apesar de doses crescentes de vasopressor, o paciente com noradrenalina 1 mcg/kg/min e vasopressina
estava com PA 80x50 mmHg, com FC 107 bpm e com má 0,03 U/min; em ventilação mecânica (PCV), FR 22 ipm,
perfusão periférica. O traçado da pressão arterial invasiva FiO2 35%, PEEP 6 cmH2O, ΔP 10 cmH2O, VC 8 mL/kg, SpO2
e a ultrassonografia à beira do leito são apresentados. 95%; diurese 50 mL; balanço hídrico acumulado 7.000 mL
(800 mL desde a admissão).
Exames: Hb 7,5 g/dL; plaquetas 80.000/mm3; INR 1,2;
leucócitos 25.630/mm3; Cr 2,0 mg/dL; Ur 88 mg/dL;
Na+ 138 mEq/L, Cl- 110 mEq/L, K+ 5,2 mEq/L,
Ca2+ 1,15 mmol/L; pH 7,18, PaO2 95 mmHg;
PaCO2 32 mmHg; HCO3- 10 mEq/L; lactato 28 mg/dL.
Qual a melhor conduta neste momento?
(A) Aumentar frequência respiratória e bicarbonato de
sódio 100 mEq.
(B) Indicar terapia substitutiva renal contínua.
(C) Realizar teste de estresse com furosemida 100 mg.
(D) Administrar ringer lactato 1000mL e um concentrado
de hemácias.

A conduta mais adequada neste momento é:


(A) trocar antibióticos.
(B) associar dobutamina.
(C) infundir ringer lactato.
(D) iniciar hidrocortisona.

99
Mulher de 66 anos está internada na UTI, em tratamento
de pneumonia bacteriana. Ficou em ventilação mecânica
por três dias e foi extubada às 10 horas da manhã. Por
volta das 16h, apresentou episódio de agitação – com
tentativa de sair do leito e de retirar a monitorização e a
sonda vesical de demora –, controlado pela equipe de
enfermagem com contenção verbal. Exame clínico: PA
180 x110 mmHg, FC 120 bpm, TAX 36,9°C, FR 26 ipm.
Pronuncia palavras incompreensíveis. Ausculta cardíaca
normal. Ausculta pulmonar com estertores finos bibasais.
Abdome com dor à palpação de baixo ventre.
A conduta mais adequada neste momento é:
(A) administrar haloperidol intramuscular.
(B) administrar dexmedetomidina endovenosa.
(C) administrar morfina endovenosa.
(D) retirar sonda vesical de demora.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

Clínica Médica – Prova II 103


Em relação à profilaxia para tromboembolismo venoso,
Texto para as próximas duas questões deve-se recomendar:
(A) compressão pneumática intermitente e enoxaparina
Homem de 62 anos, faz acompanhamento por 40 mg/dia por 28 dias.
diabetes e tem melhorado nos últimos três meses. (B) compressão pneumática intermitente e enoxaparina
Porém, refere diminuição do apetite, noctúria e edema 40 mg 12/12h por 10 dias.
em membros inferiores neste período. Está em uso (C) enoxaparina 40 mg/dia por 10 dias.
regular de insulina NPH 30 UI/dia, hidroclorotiazida (D) enoxaparina 40 mg/dia por 28 dias.
25 mg/dia, enalapril 20 mg de 12/12 horas e
amlodipina 5 mg à noite. 104
Antecedentes: hipertensão arterial há sete anos e
tratamento com laser em retina há um ano. É ex- Em relação ao manejo medicamentoso, deve-se:
tabagista de cinco anos-maço, tendo cessado o uso há (A) suspender ácido acetilsalicílico sete dias antes do
20 anos. Nega etilismo. Sedentário. procedimento.
Exame clínico: regular estado geral, PA (B) suspender dapagliflozina três dias antes do
139x85 mmHg, FC 72 bpm. Ausculta pulmonar com procedimento.
estertores finos em base direita, edema de membros (C) suspender carvedilol no dia do procedimento.
inferiores +++/4+.
(D) suspender atorvastatina no dia do procedimento.
Exames: Cr 3,5 mg/dL; depuração de creatinina (em
24 horas) 19 mL/min/1,73 m2; K+ 5,3 mEq/L;
Hb1Ac 5,8%; relação albumina/creatinina na urina
105
3500 mg/g; albumina sérica 2,8 g/dL; urina 1 com Em relação ao risco cardíaco, deve-se:
proteinúria +++; sem hematúria ou leucocitúria. (A) realizar pós-operatório em UTI com ECG diário até o
Ultrassonografia de rins e vias urinárias: aumento de terceiro dia e, em caso de sintomas, solicitar troponina.
ecogenicidade renal e rins de tamanho normal. (B) realizar pós-operatório em UTI com seguimento de
troponina e ECG diários até terceiro dia.
101 (C) solicitar cineangiocoronariografia para avaliação cardíaca
A doença renal mais provável deste paciente é: e definição de risco cirúrgico.
(D) solicitar ecocardiograma de estresse para avaliação
(A) glomeruloesclerose nodular.
cardíaca e definição de risco cirúrgico.
(B) nefroesclerose arteriolar.
(C) glomeruloesclerose segmentar focal.
(D) glomerulonefrite membranosa. Texto para as próximas quatro questões

102 Mulher de 42 anos é admitida no pronto-socorro com


Deve fazer parte do cuidado geral deste paciente: queixa de dor lombar à direita, náuseas e vômitos,
associados à polaciúria, disúria e febre há dois dias.
(A) introduzir dieta hiperproteica. Estava fazendo uso de norfloxacino para tratamento
(B) associar dapaglifozina. de cistite há quatro dias.
(C) reduzir a dose de insulina. Exame clínico: sonolenta, confusa, PA 60x30 mmHg,
(D) indicar biópsia renal. FC 130 bpm, FR 30 ipm, T 38,8°C, SpO2 92%, tempo
de enchimento capilar 6s, livedo grau III/V. Ausculta
cardiopulmonar e exame abdominal normais.
Texto para as próximas três questões

Homem de 62 anos com câncer de esôfago, em


avaliação pré-operatória para esofagectomia com 106
proposta curativa. O antimicrobiano recomendado para o tratamento inicial
Antecedente: insuficiência cardíaca com fração de é:
ejeção reduzida, após infarto agudo do miocárdio há
cinco anos. Está em uso de enalapril 20 mg/dia, (A) ceftazidima-avibactam.
carvedilol 25 mg 12/12h, dapagliflozina 10 mg/dia, (B) piperacilina-tazobactam.
AAS 100 mg/dia e atorvastatina 40 mg/dia. Faz (C) meropenem.
pequenas caminhadas diárias e consegue subir dois (D) ceftriaxone.
lances de escada sem dispneia. Nega dor torácica,
dispneia paroxística noturna, ortopneia e síncope.
Exame clínico: PA 136x84 mmHg, FC 64 bpm, IMC
21 kg/m², SpO2 96% em ar ambiente. Exames
cardiopulmonar e abdominal sem alterações.
Processo Seletivo – Residência Médica – Especialidades Clínicas (COREME/FM – 02/2022)

107 Na internação atual, o paciente evoluiu a óbito após


diversas complicações, tendo como causa imediata a
A conduta imediata em relação ao manejo hemodinâmico
infecção de cateter.
deve contemplar:
A forma mais correta de preencher o restante desta
(A) expansão volêmica empírica até 30 mL/kg e início declaração de óbito é:
concomitante de noradrenalina em veia periférica.
(B) expansão volêmica empírica até 30 mL/kg e, caso Interme- Interme- Causa Contri- Contri-
persista a hipotensão, início de noradrenalina após diária diária básica buinte buinte
(A) Doença Disfunção de COVID HAS DM2
uma hora.
renal múltiplos 19
(C) expansão volêmica empírica de 500–1.000 mL e início crônica órgãos
de noradrenalina após passagem de cateter venoso (B) Doença Disfunção de COVID - -
central. renal múltiplos 19
crônica órgãos
(D) expansão volêmica empírica de 500–1.000 mL e, caso
(C) Doença Insuficiência DM2 HAS -
persista a hipotensão, início de noradrenalina após renal renal aguda
uma hora. crônica
(D) Doença Insuficiência DM2 HAS COVID
renal renal aguda 19
crônica
Após três horas do manejo inicial, a paciente
encontra-se com os seguintes parâmetros: sonolenta,
PAM 60 mmHg com noradrenalina 0,5 mcg/kg/min,
FC 130 bpm, FR 28 ipm, Tax 38,5°C, livedo grau I/V,
tempo de enchimento capilar 4s. Ecocardiograma
beira-leito: VE hiperdinâmico, VTI 24 cm/s, TAPSE
18 mm, veia cava inferior de 2cm com variabilidade
> 50%. Ultrassonografia pulmonar com 3-7 linhas B
por campo em regiões basais bilateralmente. Lactato
= 55 mg/dL (Inicial 50 mg/dL).

108
Além de associar hidrocortisona, deve-se:
(A) considerar trocar noradrenalina por adrenalina.
(B) realizar expansão volêmica adicional e associar
vasopressina.
(C) realizar expansão volêmica adicional e associar
dobutamina.
(D) considerar associar vasopressina.

109
Além do manejo hemodinâmico recomendado, deve-se:
(A) solicitar ecocardiograma pelo ecocardiografista.
(B) entubar e realizar tomografia de abdome e pelve.
(C) associar gentamicina.
(D) associar ampicilina.

110
Um paciente de 50 anos é internado em fevereiro de 2022
com choque séptico secundário à infecção de cateter de
hemodiálise, um ano após uma internação prolongada por
COVID-19, em que ficou sob ventilação mecânica por 30
dias e necessitou de terapia substitutiva renal, sem
recuperação da função renal.
Antecedentes: diabetes mellitus tipo 2 (em uso de
metformina) e hipertensão arterial sistêmica (em uso de
enalapril e hidroclorotiazida), bem controlados, sem
lesões de órgão-alvo.

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