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PEDIATRIA

TEMA: Infecção das vias aéreas superiores - ● Outros sintomas: linfadenopatia cervical;
Faringoamigdalite Estreptocócica dor abdominal: devido a uma linfadenite
mesentérica; ausência de tosse.
DEFINIÇÃO
Crianças menores de 3 anos podem ter um quadro
A faringite aguda pode ter etiologia viral (maior
mais atípico, com prostração, congestão nasal,
parte) ou bacteriana. A faringite bacteriana traz
coriza e febre baixa Em menores de 1 ano, os
uma preocupação a mais, pois um dos principais
sintomas são ainda mais inespecíficos.
agentes pode levar ao desenvolvimento de febre
reumática.
Quando tem suspeita clínica da infecção
A principal causa de faringite bacteriana é a
bacteriana, deve-se realizar:
Faringoamigdalite Estreptocócica. É responsável
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO!
por 20-30% das faringites na pediatria.

Pode ocorrer em qualquer fase da vida. É mais DIAGNÓSTICO


comum em crianças de 5-11 anos e no período de O teste para diagnóstico etiológico é indicado
Inverno/Primavera; muito raro em crianças para pacientes com faringite aguda, rash
menores que 3 anos de idade. escarlatiniforme, exposição à indivíduos
infectados e sintomas de infecção e suspeita de
ETIOLOGIA febre reumática aguda.
É causada na maior parte dos casos pelo
Como realizar o diagnóstico etiológico?
Streptococcus pyogenes (Estreptococos Beta
● Teste rápido para pesquisa de antígeno
Hemolítico do Grupo A - GAS). Tem padrão
(STREP-TEST): feito com swab de
sazonal, com maior prevalência no inverno e início
orofaringe. Especificidade: 95%;
da primavera.
Sensibilidade: 80-90%. PADRÃO OURO.
Pode ser colonizador de orofaringe em crianças
● CULTURA DE OROFARINGE: realizado
saudáveis, mais pode levar a algumas doenças,
com swab de orofaringe. Sensibilidade: 90-
como: faringoamigdalite aguda; febre
95%. É realizada apenas quando o teste
reumática; escarlatina.
rápido for negativo.
● Outros: testes moleculares (PCR),
QUADRO CLÍNICO
sorologias
Tem início súbito, com instalação de febre,
cefaléia, dor abdominal, náusea e vômitos Pode ter pacientes saudáveis que são apenas
acompanhados por dor de garganta e colonizados por S. pyogenes, por isso o diagnóstico
adenomegalia cervical. etiológico só será feito se SUSPEITA CLÍNICA.
● Inespecífico: febre; dor de garganta;
● Sintomas mais sugestivos de doença DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
bacteriana: vômitos; exantema
Outras faringites bacterianas
escarlatiniforme (exantema micropapular
Causadas por outras bactérias, como estreptococo
em lixa, que lembra a escarlatina);
do grupo C e G, N. gonorrhoeae, difteria, M.
● Achados de orofaringe: Petéquias no
pneumoniae, entre outras.
palato (Manchas de Forchheimer - não é
O diagnóstico é feito pelo teste de antígeno
patognomônico, mas altamente sugestivo);
negativo.
exsudato faríngeo com hiperemia.
Herpangina
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Este material é elaborado de forma colaborativa, sendo vedadas práticas que caracterizem plágio ou violem direitos autorais e/ou de propriedade intelectual.
PEDIATRIA

Causada pelo vírus Coxsackie, leva a formação de ● Amoxicilina VO 10 dias


úlceras com halo de hiperemia, localizadas em OU
cavidade posterior de orofaringe, palato mole, ● Penicilina V 500 mg VO 2-3x/dia por 10
úvula, pilares amigdalianos. Acomete lactentes e dias;
pré-escolares. OU
● Penicilina Benzatina IM dose única;
Adenovirose e outras infecções virais
Causa febre faringo-conjuntival: sintomas de IVAS Obs: se alergia a Amoxicilina: macrolídeos
(coriza, tosse) + conjuntivite (típica do (eritromicina ou azitromicina) ou cefalosporinas
adenovírus). Outros sintomas são estomatite, (cefalexina, cefuroxime). O uso de sulfametoxazol-
úlceras, exantemas e diarreia. trimetropim é contraindicado pela ocorrência de
Os vírus associados a esses quadros são rinovírus, resistência bacteriana!
coronavírus, vírus sincicial respiratório e
parainfluenza. Adjuvantes
● Antiinflamatórios ou paracetamol;
Mononucleose ● Evitar glicocorticóides
Tem como agente o Epstein-Barr vírus, causa uma
linfadenopatia generalizada, esplenomegalia, Após o início do tratamento, a MELHORA ocorre
exantema maculopapular (precipitado por uso de em:
amoxicilina) e linfocitose com linfócitos atípicos. ● Melhora os sintomas em 3-4 dias.
● A febre melhora em 1 a 2 dias.
PFAPA
De etiologia desconhecida, é caracterizada por Há necessidade de teste após tratamento ?
Febre Periódica + estomatite Aftosa + Faringite + Apenas para pacientes com febre reumática,
Adenite. Pensar quando ocorrem aftas infecção durante crise de febre reumática ou
recorrentes com cultura negativa. O tratamento é glomerulonefrite ou aquisição durante casos na
feito com corticoide, tendo uma resposta mesma residência.
dramática. Se permanecer positivo, repetimos o curso de
antibiótico por 10 dias.
TRATAMENTO
Se teve a faringite estreptocócica e não fez o
Visa reduzir o tempo de transmissão (em até 24h tratamento com ATB, vai melhorar?
do início o paciente não é mais infectante), reduzir Sim, vai ter a resolução do quadro de 4-7 dias e o
tempo da doença, reduzir risco de complicações período de transmissão da bactéria será maior e
supurativas e também profilaxia de febre corre o risco de ter complicações.
reumática (para erradicar o estreptococo, pelo
menos 10 dias de antibiótico).
COMPLICAÇÕES
São tratados os pacientes com faringite
sintomática + teste rápido ou cultura positiva para SUPURATIVAS
GAS. ● Abscesso Peritonsilar;
● Abscesso Retrofaríngeo;
● Fasceiite necroante;
● Bacteremia;
Antibioticoterapia ● Otite média aguda;
● Sinusite

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ABSCESSO RETROFARÍNGEO NÃO SUPURATIVAS


Etiologia: Polimicrobiana. É consequência da ● Febre reumática: prevenível quando
adenite dos gânglios retrofaríngeos (presentes utiliza ATB até 9 dias do início do quadro;
em crianças < 5 anos no espaço retrofaríngeo - Mais informações no resumo: Reumatologia
posterior à faringe e anterior aos corpos > Febre Reumática.
vertebrais). A infecção acontece no espaço que vai ● Glomerulonefrite pós- estreptocócica: é
da base do crânio até o mediastino posterior. uma síndrome nefrítica, causada pela
Nesse espaço tem linfonodos que drenam para infecção dos estreptococos da cepa
faringe, ouvido, seios paranasais. nefrogênica e não é prevenível com
Quadro Clínico: < 5 anos; IVAS recente, febre antibioterapia.
alta, odinofagia, dor e massa cervical; disfagia e ● Desordens neuropsiquiátricas autoimunes
sialorréia, , dor a mobilização do pescoço, pediátricas associadas ao estreptococo
meningismo; estridor por obstrução de via aérea (PANDAS).
superior; MAL ESTADO GERAL.
Internação: Má aceitação do ATB VO;
desidratação; complicações como sangramento
após a drenagem ou até extensão mais profunda
de abscesso.
Tratamento: antibioticoterapia VO + drenagem
do abscesso.

ABSCESSO PERITONSILAR
Etiologia: Polimicrobiana. Há ruptura da cápsula
amigdaliana, alcançando o espaço peritonsilar,
onde ocorre proliferação bacteriana e formação
do abscesso.
Quadro Clínico: adolescentes; disfagia/sialorréia;
alteração da voz (como se tivesse uma batata
quente na boca), trismo.
Exame Físico: desvio úvula contralateral;
linfadenopatia cervical.
Internação: TC cervical (avaliar extensão do
abscesso); drenagem (com agulha ou incisão);
antibiótico EV (cobrir estreptococo e anaeróbios)

TEMA: Infecção das vias aéreas superiores -


Sinusite
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DEFINIÇÃO ● Crianças com rinite alérgica;


A sinusite é o processo inflamatório pela mucosa
● Expostas ao tabagismo passivo;
que reveste as cavidades dos seios paranasais.
Quando tem também inflamação na mucosa nasal, ● Fatores anatômicos obstrutivos: hipertrofia
chama-se rinossinusite.
de adenoide, desvio de septo e pólipo nasal.
A sinusite bacteriana aguda se refere à infecção
secundária dos seios. Pode ser aguda (<30 dias), Nessas ocasiões tem maior frequência de Sinusite
subaguda (30-90 dias), aguda recorrente (pelo Bacteriana.
menos 3 episódios <30 dias, separados por
intervalos > 10 dias sem sintomas em um período FISIOPATOLOGIA
de 6 meses) e crônica (>90 dias).
Nem todos os seios paranasais estão
completamente formados na infância. Observe:
É uma doença muito comum em crianças, com
● Seios maxilares estão presentes ao
maior prevalência dos 4 aos 7 anos. Crianças
nascimento. Ao passar do tempo, os seios
menores têm menos sinusite por questões
maxilares se desenvolvem paulatinamente,
anatômicas e tratamento de otite com
estão aerados por volta dos 4 anos.
antibióticos mais frequente.
● Seios etmoidais também estão presentes
ETIOLOGIA ao nascimento.
Os seios paranasais são mantidos estéreis. Todo ● O seio esfenoidal se desenvolve nos
quadro de sinusite começa por uma infecção primeiros 2 anos de vida e aparece no raio-
viral. Começa com uma nasofaringite aguda, um X (pneumatizado) em torno de 5 anos de
resfriado comum que causam disfunção do idade.
clearance mucociliar dos seios e evolui com ● O seio frontal é o último a surgir.
infecção bacteriana secundária. Essa infecção Desenvolve após os 7 anos de idade e
bacteriana secundária acontece em 5-10% dos termina na adolescência.
casos e são mais comuns em crianças de 4-7 anos, Logo, crianças menores de 5 anos podem ter
que frequentam creches e durante o período de essencialmente sinusite etmoidal ou maxilar.
outono/inverno.

Além disso, alguns FATORES DE RISCO


Então, quando se tem um RESFRIADO COMUM,
favorecem a ocorrência de Sinusite Bacteriana:
tem por ação do vírus a obstrução do óstio dos
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seios paranasais, além disso, o vírus leva a uma As principais características, em relação ao
disfunção ciliar e ao espessamento do muco. diferencial com resfriado comum, são:
Por conta desse comprometimento do ● PERSISTÊNCIA DOS SINTOMAS que
clareamento mucociliar devido à obstrução do duram mais que 10 dias, sem qualquer
óstio de saída, disfunção ciliar e espessamento do melhora aparente.
muco, acaba tendo colonização bacteriana. ● PIORA DOS SINTOMAS após uma melhora
inicial (6º-7º dia), retorna a:
E POR QUAIS BACTÉRIAS? ○ Coriza abundante;
1. Streptococcus pneumoniae: 30%; ○ Tosse intensa, diurna e noturna;
2. Moraxella catarrhalis: 20%; ○ Febre.
3. Haemophilus influenzae não tipável: 20%. ● SINTOMAS MUITO GRAVES:
○ Febre > 39ºC;
Obs: a vacinação contra o pneumococo tem se ○ Coriza mucopurulenta;
associado à redução da importância dessa bactéria ○ Dura: > ou = 3 dias;
e ao aumento da frequência dos hemófilos não ○ Mal-estar geral.
tipáveis.
A infecção pode ser aguda (< 30 dias) ou crônica (>
E o Staphylococcus aureus? 3 meses).
É o mais comum nas complicações da Sinusite
Bacteriana, assim como os ANAERÓBIOS.
DIAGNÓSTICO
Imunodeprimidos: podem ter Sinusite por conta
de fungos, principalmente o Aspergillus.

Quadros complicados são decorrentes de


Streptococcus, anaeróbios e Staphylococcus.

QUADRO CLÍNICO
Semelhante a um resfriado comum, porém
persistente (>10 dias) ou mais grave, por conta da
contaminação bacteriana secundária.
Os sintomas relacionados podem ser:
● Tosse: seca ou produtiva, persistente
durante o dia, mas com piora noturna (pelo
gotejamento pós-nasal)
● Sintomas nasais: obstrução e congestão, COMO FAZER O DIAGNÓSTICO?
secreção mucosa, serosa ou purulenta. Na Sintomas compatíveis com inflamação dos seios
rinoscopia, pode haver edema e eritema nasais e curso clínico sugestivo:
dos cornetos nasais. ● Persistência dos sintomas: coriza e/ou
● Febre: indica complicações ou quadro tosse, por >10 dias e <30 dias (período de
grave. melhora do Resfriado comum).
● Outros: cefaléia, dor facial, sensibilidade ● Piora dos sintomas
nos seios paranasais. ● Sintomas muito graves

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O diagnóstico é clínico, não tendo indicação de ● Padrão: Amoxicilina-clavulanato VO 45


exames complementares de rotina, mg/kg/dia em duas tomadas ao dia, por 10
principalmente em menores de 6 anos. dias
● Risco de resistência ou sinusite grave
EXAMES COMPLEMENTARES : dose dobrada
● TC de seios da face: mostra opacificação
completa, espessamento da mucosa > 4 ○Fatores de risco: Crianças abaixo de
mm e nível hidroaéreo. 2 anos, crianças que frequentam
● RNM de seios da face. creche, utilizaram ATB nas últimas 4
● Gram e cultura de secreção dos seios semanas, hospitalização recente,
paranasais: por aspiração. vacinação anti-pneumocócica e anti
hemófilos incompleta,
Indicação de exames complementares: hospitalização recente.
1. Se suspeitar de complicações (orbitária ou ● Hemófilos e Moraxella: Hemófilos e
sistema nervoso central); Moraxella são produtores de
2. Persistência dos sintomas mesmo com o betalactamase, deve associar um inibidor
tratamento adequado; da betalactamase, logo, amoxicilina com
3. Recorrência dos quadros apesar do tratamento Clavulanato.
adequado. ● Alergia à amoxicilina: Desde que essa
4. Toxemia (letargia, comprometimento alergia não se apresente com anafilaxia.
hemodinâmico) Pode ser utilizado levofloxacino,
5. Imunocomprometidos cefalosporinas de 3ª geração
● Anafilaxia prévia com amoxicilina: Se
TRATAMENTO anafilaxia a amoxicilina ou alergia às
ANTIBIOTICOTERAPIA cefalosporinas, utiliza-se a claritromicina.
O antibiótico é iniciado imediatamente nos casos ● Crianças com vômitos: ceftriaxona 50
de: mg/kg/dia IM ou IV. Se vômitos > 24h,
- Suspeita ou presença de complicações; considerar complicações.
- Piora dos sintomas;
- Aparecimento de sintomas graves; Adjuvantes
- Uso de antibiótico há 4 semanas ● Corticoide nasal: auxilia na redução da
- Infecção bacteriana concomitante inflamação do óstio sinusal e nasal,
- Comorbidades como asma, fibrose cística, melhorando a drenagem da secreção;
imunodeficiência, cirurgia nos seios ● Lavagem nasal SF.
paranasais prévia e anormalidades ⌧ Não usar: anti-histamínicos; mucolíticos;
anatômicas do trato respiratório superior.
descongestionantes.
Se o diagnóstico foi feito pela PERSISTÊNCIA DOS Indicações de internamento
SINTOMAS, podemos fazer observação por mais 3 ● Toxemia
dias para avaliar se ele tem melhora dos sintomas ● Complicações ou suspeita
nesse período. ● Falha de tratamento domiciliar
O tratamento é feito com ampicilina-sulbactam,
Escolha do antibiótico ceftriaxone ou levofloxacino. Pode ser feita
cultura de secreção para guiar a terapia.

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Resumindo… Solicitar: TC de crânio e órbitas, avaliação de


Oftalmo/Otorrino, internação, cefuroxima IV.
Cuidado para não ter perda visual do paciente.

Outras complicações
● Abscesso orbitário;
● Osteomielite;
● Abscesso subperiosteal;
● Trombose do seio cavernoso.

COMPLICAÇÕES INTRACRANIANAS
COMPLICAÇÕES ● Empiema sub/epidural;
● Edema e Eritema Peri-orbitário: ● Abscesso cerebral;
aparecem subitamente. ● Meningite.
Mais comum: sexo masculino, adolescente,
sinusite frontal.
O principal agente etiológico envolvido é o
Staphylococcus aureus.
Tratamento: Oxacilina ou Vancomicina.

COMPLICAÇÕES ORBITÁRIAS
Celulite periorbitária
É a mais comum, principalmente em <5 anos,
sinusite etmoidal (comprometimento da
drenagem venosa do seio que leva a esse
aspecto). A infecção ocorre nos tecidos da face,
sem acometer globo ocular. Pode ser uma
complicação de uma sinusite etmoidal, mas
também pode ser consequente a qualquer trauma
de face.
Internação: Amoxi-Clavulanato ou Cefuroxima.
Se quadro leve: antibiótico VO e reavaliar em 24-
48 horas. TEMA: Infecção das vias aéreas superiores -
Resfriado Comum

Celulite intraorbitária INTRODUÇÃO


É a mais grave. Ocorre após sinusite de seios As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) são
etmoidais. as principais causas de procura do pronto
Suspeitar se: redução de acuidade visual atendimento. Crianças têm cerca de 8 a 10
(borramento visão, diplopia, oftalmoplegia, episódios de IVAS por ano, principalmente as que
alteração reflexo pupilar, proptose (olho + frequentam as creches.
edemaciado e para fora), edema conjuntival
(quemose).

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A mais comum é a nasofaringite bacteriana


(resfriado comum), uma infecção aguda e
autolimitada, com sintomas variados.

ETIOLOGIA
A etiologia está relacionada aos vírus do resfriado
comum e da gripe. Os principais vírus são o
rinovírus (50%), influenza, parainfluenza, vírus
sincicial respiratório (VSR) e adenovírus.

Os vírus que causam doença no trato respiratório


podem acometer qualquer ponto da árvore
respiratória. O rinovírus e o coronavírus acometem
principalmente as vias aéreas superiores.
Após o período de incubação (2 a 5 dias), há o
Adenovírus causam faringoconjuntivite. O
aparecimento de sintomas gerais, como febre
parainfluenza causa principalmente laringite; o
baixa ou febrícula, mal estar e mialgia,
influenza, a gripe, laringite e pneumonia; e o VSR,
acompanhado de sintomas nasais (congestão
a bronquiolite em <2 anos.
nasal, espirros, coriza, tosse, roncos de
Os vírus induzem imunidade duradoura, mas como transmissão).
existem diversos sorotipos, várias infecções
O quadro atinge seu pico de gravidade em 3-6 dias
podem acontecer.
e depois melhora gradativamente, sendo
TRANSMISSÃO autolimitada.
A transmissão se dá por contato com secreções
A febre é a manifestação predominante em
infectantes (mão sujas de secreções) ou objetos
crianças pequenas, na fase inicial. A recorrência ou
infectados por essas secreções. Também ocorre
instalação nova da febre indica infecção
pela via respiratória, através de inalação de
bacteriana secundária.
gotículas e aerossóis. A transmissão tem seu pico
no 3ª dia da infecção, junto com o pico de Em relação a coriza inicialmente é HIALINA, com a
sintomas. O período de incubação varia de 24 a evolução do quadro (3º dia) se torna PURULENTA
72h. (amarelo esverdeada) e espessa. Mais próximo da
resolução, por volta do 10º dia, torna-se HIALINA.
Os vírus têm um padrão sazonal de acometimento,
A ausência de melhora após 10 dias indica infecção
principalmente nos meses de outono e inverno.
secundária.
QUADRO CLÍNICO
Acompanhando a coriza, pode haver tosse
O resfriado costuma acometer qualquer idade,
predominantemente noturna, inicialmente seca
mas crianças <6 anos tem cerca de 6 a 8 episódios
que dentre 3 dias se torna produtiva,
ao ano. Com o passar dos anos,a frequência
permanecendo assim até a evolução do quadro. A
diminui.
tosse é devido à gotejamento pós-nasal.

Pode haver dor de garganta com hiperemia de


mucosas. Pode haver hiperemia e outras
anormalidades de membrana timpânica.

A coriza tende a se resolver em 10 dias e pode


estar acompanhada de cefaleia.
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OBS: Coriza purulenta NÃO é sinal de sinusite. intoxicação por imidazolínicos, como a
nafazolina). Em crianças >12 anos, pode
ser utilizado com cautela.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A presença de febre alta e persistente, toxemia, A doença é autolimitada. Devemos orientar e
mal estar, ausência de sintomas nasais, lesão de acalmar a família. Em caso de piora ou persistência
mucosa oral, alteração focal na ausculta pulmonar, dos sintomas devemos orientar retorno para
hemoptise, início agudo de tosse ou dificuldade reavaliação.
respiratória são indicativos de outras causas. A Não há necessidade de isolamento domiciliar.
persistência dos sintomas nasais e da tosse
também deve chamar atenção.
COMPLICAÇÕES
Os principais diagnósticos diferenciais são: ● Sinusite;
● Exacerbação e crise de asma;
● Rinite alérgica, sazonal ou vasomotora ● Infecção de vias aéreas inferiores;
● Sinusite bacteriana aguda ● Epistaxe, conjuntivite e faringite.
● Corpo estranho nasal
● Coqueluche Intoxicação por Nafazolina
● Influenza (anticongestionante)
● COVID-19
- Tríade: bradicardia + hipotermia + sonolência.
● Faringite bacteriana
- Tratamento de suporte, com melhora dos
TRATAMENTO sintomas dentre 12 a 24 horas.
Se baseia apenas em suporte clínico, tende a OTITE MÉDIA AGUDA
melhorar gradualmente após 10 a 14 dias. A tosse
pode persistir por 4 semanas. ● Pode ocorrer em até 50-80% dos
resfriados, mais frequente em crianças de 6
- Antitérmicos: dipirona, ibuprofeno ou a 11 meses.
acetaminofeno (Paracetamol). ● É a infecção bacteriana da orelha média
Não utilizar AAS pelo risco de Síndrome de (cavidade aérea no osso temporal que
Reye (se o agente etiológico foi Influenza ou abriga os ossículos da audição)
varicela ocorre degeneração hepática e
encefalopatia grave). Etiologia
- Inalação com soro fisiológico, se necessário;
A orelha média se comunica com a nasofaringe
- Lavagem nasal com soro fisiológico: várias
pela tuba auditiva, a qual tem sua mucosa
vezes ao dia, para desobstrução;
contínua com a mucosa da nasofaringe. Em caso
- Orientar aumento da ingesta hídrica e
de inflamação da tuba, ocorre disfunção da
ingestão de líquidos quentes (chás, sopas),
mesma, com acúmulo de líquidos no interior da
mel;
orelha média (hipoacusia). Ainda, bactérias
- Orientar lavagem das mãos frequente e evitar
patogênicas que colonizam a nasofaringe podem
tocar bocas, nariz e olhos.
ascender e atingir a orelha média e proliferam no
NÃO usar: líquido acumulado, tornando-o purulento e com
intenso processo inflamatório na cavidade. Pode
● Anti-histamínicos; haver formação de abscesso na orelha média.
● Antitussígenos e mucolíticos;
● Descongestionantes (obs: jamais usar em
menores de 5 anos, pelo risco de
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Eventualmente, a secreção purulenta pode drenar, - Otite bilateral em crianças de 6 meses a 2


levando à perfuração da membrana timpânica anos
(MT) com otorreia.
O antibiótico de escolha é a amoxicilina (45
Patógenos principais mg/kg/dia por 10 dias ou 80-90 mg/kg/dia). Em
caso de hemofilos e Moraxella, falha terapêutica
● S. pneumoniae
ou OMA com conjuntivite, associamos o
● H. influenzae
clavulanato. Na infecção por pneumococo,
● Moraxella catarrhalis
menores de 2 anos, frequentadores de creches ou
Quadro clínico uso recente de amoxicilina, utilizamos a dose
dobrada.
● Otalgia
● Otorreia (caso de perfuração timpânica; Complicações
fazer diferencial com otite externa)
● Mastoidite aguda: a apófise mastóide é
● Irritabilidade e choro, em crianças menores
revestida por espaço aéreos, cujas células
Otoscopia: aéreas são revestidas por mucosa que é
contínua com a mucosa da orelha média.
- Normal: MT transparente, permite Logo, uma infecção neste local leva a
identificação dos ossículos, brilhante inflamação da mucosa da mastóide e, em
(reflexo do otoscópio), côncava e móvel. casos graves, torna-se profunda e pode
- Otite média: MT hiperemiada, opaca acometer o periósteo, levando à periostite.
(secreção purulenta ou amarelada),
abaulada (dado de maior poder A clínica é caracterizada por dor, calor,
diagnóstico), otorreia (pode se observar rubor e edema retroauricular
um pertuito por onde drena a secreção). (desaparecimento do sulco retroauricular e
deslocamento do pavilhão auditivo).
Obs: Podemos ter hiperemia e opacidade
em crianças sem OMA – somente o fato de O tratamento inclui internamento +
a criança estar chorando pode fazer com exames de imagem (tomografia para
que a MT apareça hiperemiada. avaliar extensão) + antibiótico parenteral
(ceftriaxona ou amoxicilina + clavulanato).
Em alguns casos, a miringotomia é
necessária.

● Otite média com efusão/serosa: quando há


apenas líquido, sem sinais de inflamação
Tratamento (abaulamento e dor), precedido ou não
Devemos providenciar analgesia e pela otite média. Há presença de nível
antibioticoterapia. As indicações de antibióticos hidroaéreo na otoscopia.
são: É feito seguimento por 3 meses, com
- Menores de 6 meses: tem menor chance de resolução espontânea na maioria das
resolução espontânea e maior chance de vezes. Em alguns casos, é necessário a
complicações inserção de “tubo de ventilação” para
- Otorreia por OMA escoar a secreção e ventilar a orelha média.
- Gravidade: dor moderada a intensa, febre >
39ºC, otalgia > 48h
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PEDIATRIA

● Perfuração timpânica: ocorre pela


drenagem da secreção. Tem cicatrização
espontânea na maioria das vezes.

TEMA: Infecção das vias aéreas superiores -


Laringotraqueíte viral aguda
INTRODUÇÃO
Infecção viral da laringe.

ETIOLOGIA
É causada pelo vírus parainfluenza (75%),
adenovírus, vírus sincicial respiratório e influenza.

QUADRO CLÍNICO
Existe um pródromo catarral com febre baixa. Em
seguida, inicia-se uma tosse metálica (crupe),
conhecida por tosse ladrante ou “tosse de
cachorro”. Há afonia e rouquidão e estridor
respiratório.

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PEDIATRIA

O estridor é o marcador clínico de acometimento Devemos instituir uma via aérea definitiva (IOT ou
laríngeo. É um ruído inspiratório (pelo traqueostomia) e oferecer oxigênio. Não tentar
colabamento da laringe) decorrente de obstrução visualizar a orofaringe e não solicitar exames.
de vias aéreas extrapleural.
TRATAMENTO
O paciente com estridor é um paciente que Depende da gravidade do quadro, avaliada pela
apresenta uma obstrução (ex.: edema na mucosa presença do estridor em repouso.
da laringe). O calibre do lúmen da laringe diminui;
Com estridor em repouso
caso haja edema, haverá uma redução ainda maior
do calibre de passagem do ar durante a inspiração. ● Nebulização com adrenalina
Essa oscilação do ar leva ao surgimento do ○ Manter por 2h até alcançar o efeito
estridor. Na expiração o calibre da via aérea volta do corticoide.
a aumentar e assim o ar consegue passar. O ●
estridor também pode estar presente na ● Liberar se permanecer 2h sem estridor de
expiração, mas nesse caso teremos uma obstrução repouso
muito mais importante!
Sem estridor em repouso
Ao raio-X, é observado do sinal da torre (via aérea
estreita). ● Dexametasona VO ou IM

Pode complicar com o aparecimento de laringite


estridulosa ou crupe espasmódico, quando há TEMA: Infecção das vias aéreas superiores –
surgimento súbito de tosse rouca, estridor, sem
Coqueluche
dificuldade de deglutição.
EPIDEMIOLOGIA
DIFERENCIAL
EPIGLOTITE AGUDA ● Também é conhecida por “tosse comprida”
ou “tosse dos 100 dias”
É uma infecção bacteriana da mucosa que reveste ● Maioria dos casos: menores de 1 ano
a epiglote (lâmina cartilaginosa fina que oclui o ● 90% das mortes em pacientes menores de
orifício glótico, fecha quando deglutimos para 6 meses
impedir a broncoaspiração). Na epiglotite, a ● A incidência era muito maior antes do
mucosa está inflamada, tornando-se espessa e advento da vacina. Entretanto, nota-se
pesada e não consegue abrir e fechar com atualmente um aumento da incidência
facilidade. ● Altamente contagiosa
● É uma doença de notificação compulsória!
É causada por H. influenzae B, S. pyogenes e S.
aureus.
ETIOLOGIA
Clínica
➢ Agente: Bordetella pertussis
Tem início agudo, grave e rápida evolução. Causa ○ É um cocobacilo gram negativo
febre alta, toxemia, odinofagia, disfagia e ○ Seres humanos são os únicos
sialorréia, dificuldade respiratória, estridor e hospedeiros
posição do tripé. ➢ Incubação: 7-10 dias em média (1-3
semanas de intervalo)
Conduta ➢ Transmissão: via gotículas respiratórias,
liberadas nos paroxismos de tosse. É mais
transmissível na fase catarral. A
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Este material é elaborado de forma colaborativa, sendo vedadas práticas que caracterizem plágio ou violem direitos autorais e/ou de propriedade intelectual.
PEDIATRIA

transmissão encerra após 5 dias de Associada à tosse, podem haver:


tratamento apropriado
➢ Patogênese: invade primeiro as células do - Vômitos
trato respiratório superior e nasofaringe, - Apneia
causando dano tecidual local. Pode ocorrer - Cianose
coinfecção com outros patógenos do trato - Pletora facial
respiratório (vírus) - Petéquias
- Convulsão
Duração: Ocorre 7 a 10 dias após a fase catarral e
QUADRO CLÍNICO
pode durar várias semanas (2-8 semanas, com
A doença tende a ser mais leve em adultos pico na 3-4ª)
e adolescentes, podendo até ser assintomática.
Entretanto, esse grupo quando infectado funciona
3. Fase de convalescença
como vetor para transmissão para crianças
menores, que desenvolvem quadros mais ● Fase de melhora
intensos. ● Nessa fase, pode haver exacerbação do
quadro caso o paciente adquira alguma
A clínica é caracterizada por acessos infecção respiratória concomitante
paroxísticos de tosse, seguidos por guincho
inspiratório e, então, vômitos. Duração: 1 a 3 semanas até meses

FASES CLÍNICAS Duração total da doença: 6 a 10 semanas


1. Fase catarral APRESENTAÇÃO ATÍPICA
● Quadro gripal comum (IVAS) Mais frequente em crianças menores de 4
● Coriza meses e às vezes em pessoas vacinadas.
● Secreção nasal Apresenta-se com fase catarral curta, fase
● Tosse paroxística com gasping, olhos esbugalhados,
● Mal-estar vômitos, cianose. Complicações podem ocorrer.
● Febre baixa a moderada (incomum)
Duração: 1 a 2 semanas Em pessoas vacinadas, tende a ser mais
menos severa. Adolescentes e adultos tem
quadros assintomáticos ou leves, sem as
2. Fase paroxística características típicas.
● Piora da tosse GRAVIDADE E COMPLICAÇÕES
● Paroxismos de tosse intensa com episódios
de pausa respiratória
○ Associado a cianose, sudorese e Quando a coqueluche é grave?
aparenta dificuldade de respirar
Quando ocorre nos primeiros 6 meses de vida,
○ Desencadeados por estímulos
com destaque para prematuros e não imunizados
externos ou espontâneos
e idosos (>65 anos).
○ Mais frequente à noite
● Guinchos inspiratórios para recuperar o ar
após tosse COMPLICAÇÕES
● Vômitos após os episódios de tosse
● Em menores de 3 meses: tosse + apneia + ● Apneia (mais comum em <6 meses)
cianose ● Pneumonia (principal)

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PEDIATRIA

○Ocorre leucocitose extrema Não são necessários para o diagnóstico,


(>60.000) e hipertensão pulmonar mas são importantes para confirmação,
● Convulsões (frequente) particularmente quando precisamos realizar a
● Atelectasias (frequente) quimioprofilaxia. Os testes não devem atrasar o
● Perda de peso tratamento.
● Encefalopatia ♦ Cultura de secreções de nasofaringe
● Hérnia
● Sangramento subdural ● Padrão-ouro
● Hemorragia conjuntival ● Útil no início (< 3 semanas) do quadro:
● Morte (geralmente em <6 meses, que não após 3 semanas do início da tosse, pode ser
podem receber a vacina) negativa
♦ PCR de material de nasofaringe
● Útil no início (< 3 semanas) do quadro
DIAGNÓSTICO
♦ Testes sorológicos
A suspeita é clínica, podendo iniciar o
tratamento antes mesmo da confirmação ● Úteis na fase mais tardia (>3 semanas) da
laboratorial. Geralmente é feito pela presença de doença: IgG contra a toxina pertussis
tosse > 2 semanas associada a uma das positiva somente depois de 2 semanas do
características típicas (paroxismos de tosse, início da tosse
guincho inspiratório ou vômito pós-tosse e, em ● Indicada se >1 ano desde a última vacina
menores de 1 ano, apneia com ou sem cianose). ● Em < 4 meses não é útil (recomenda-se
usar PCR e cultura)
O diagnóstico é confirmado quando o
paciente tem um contato próximo com
confirmação laboratorial de coqueluche e é ♦ Hemograma em lactentes
provável quando não há contato ou em <1 ano
com tosse e uma das características típicas, com ● Leucocitose com linfocitose: leucocitose
contato confirmado. muito intensa = reação leucemóide (pior
prognóstico)
SUSPEITA CLÍNICA ● É a alteração mais sugestiva de
coqueluche, mas não é critério diagnóstico
Menores de 4 meses
● Tosse sem melhora, rinorreia, apneia, ♦ Radiografia de tórax (inespecífica)
convulsões, cianose, vômitos, leucocitose
com linfocitose, pneumonia e contato ● Normal ou com alterações sutis em casos
próximo de indivíduo com tosse não complicados
prolongada
Maiores de 4 meses e crianças ♦ Confirmação diagnóstica = clínica
característica + isolamento da B. pertussis OU
● Tosse, sem febre, com paroxismos,
PCR positivo para B. pertussis OU IgG>100 UI/ml
rinorreia aquosa, sinais clássicos (guincho,
ou aumento dos títulos.
apneia, vômitos), hemorragia conjuntival,
cianose, sudorese entre os paroxismos
● Devem ser tratados mesmo sem DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
confirmação laboratorial
● Outras doenças infecciosas: outras
EXAMES COMPLEMENTARES espécies de Bordetella, vírus respiratorios
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(VSR, adenovirus, influenza e


parainfluenza, rinovirus), micoplasma,
clamídia, tuberculose.
● Aspiração de corpo estranho
● Asma ou doenças reativas
● Sinusite
● Refluxo gastroesofágico
INTERNAMENTO
● Pneumonia aspirativa
Indicação de internamento
TRATAMENTO É indicado o monitoramento contínuo dos sinais
vitais e contagem de leucócitos a cada 12h.
MEDIDAS PRINCIPAIS
● Menores de 1 ano (especialmente <4
Suporte geral meses) *UTI se leucócitos > 30.000
● Deve-se oferecer suporte com ● Esforço respiratório
oxigenoterapia e hidratação venosa. ● Pneumonia
● Alimentação via sonda nasogástrica ● Incapacidade de se alimentar
quando necessário ● Cianose ou apneia
● Fisioterapia respiratória ● Convulsões
● Evitar gatilhos para tosse Obs: Maiores de 1 ano = tratamento domiciliar
Antibioticoterapia Avaliação durante a hospitalização
A 1ª linha para tratamento e profilaxia são os Paroxismos típicos de tosse que não conferem
macrolídeos. risco de vida:
● A droga de escolha é a Azitromicina 10 - duração < 45 segundos
mg/kg/dia VO por 5 dias. - há rubor, mas não cianose
● Segunda opção: claritromicina (7 dias) e, na - taquicardia ou bradicardia, não <60 bpm
sua ausência, eritromicina (14 dias). em lactentes
● Alternativa: Sulfametoxazol + Trimetoprim - dessaturação de oxigênio que se resolve
por 14 dias (apenas em lactentes > 2 meses espontaneamente
com contraindicação). - guincho ou reforço para auto recuperação
Obs: Os lactentes menores de 1 mês que ao final do paroxismo
tenham feito uso de macrolídeo (principalmente - a exaustão pós tosse não é acompanhada
eritromicina e azitromicina) devem ser de perda de consciência
monitorizados por mais 1 mês pelo risco de Sinais de alarme para quadros graves
desenvolver estenose hipertrófica do piloro.
(maior risco de morte = suporte ainda maior)
Fase catarral
- taquipneia com FR > 60 irpm
● Antibióticos são eficazes e recomendados, - bradicardia com FC < 50 bpm
pois reduzem tempo de doença e - leucócitos > 50.000 cél/mm³
transmissão - hipóxia persistente após sintomas
Fase paroxística Indicações de alta
● Antibióticos não são eficazes para o curso ● Ausência de hipóxia ou bradicardia durante
da doença, mas são recomendados por os paroxismos
diminuir seu risco de transmissão ● Habilidade para comer e ganhar peso
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● Cuidadores de confiança para cuidado em anticorpos não serão suficientes para proteger o
casa bebê, o qual estará suscetível até receber a vacina.
● Segurança de seguimento próximo
Portanto, a vacina contra a B. pertussis é indicada
MEDIDAS ADICIONAIS para:
Isolamento 1. Gestantes a partir da 27ª semana: dTpa
a. Protege o bebê passivamente pela
➢ Quando tempo o paciente hospitalizado
passagem transplacentária
por coqueluche deve ficar isolado? até 5
b. Indicada em todas as gestações,
dias a partir do dia de início do ATB
independente do status vacinal.
➢ E nos casos em que não foram usados
2. Crianças aos 2, 4 e 6 meses (vacina
antibióticos? 3 semanas a partir do início
pentavalente - DTP+Hib+HepB) e reforço
da tosse
aos 15 meses (DTP)
➢ O isolamento é por precaução de gotículas.
Precaução de contato não é necessária. Obs: a vacina acelular confere uma menor
➢ O retorno a escola pode ser feito após 5 imunidade, mas tem menos efeitos adversos.
dias de tratamento ou 21 dias após início
dos sintomas.

Medidas de controle: quimioprofilaxia


● É indicada para familiares, contactantes IMPORTANTE!
próximos (mesma casa, exposição cara-a-
cara menos de 1,5 m, contato com
Por que houve aumento significativo dos casos
secreções, mesmo espaço por 1h) e para
nos últimos anos?
indivíduos com alto risco de complicações
ou doença grave mesmo com vacinação ● Perda gradativa da imunidade após as
completa (<1 ano, gestante, vacinações na infância
imunodeficiência, comorbidades graves, ● Perda de imunidade nas mães ao longo do
contato frequente com crianças). tempo ⇒ menor transferência de anticorpos
● Mais efetiva dentro de 21 dias do início dos via transplacentária ⇒ aumento da
sintomas incidência de coqueluche em lactentes
● Não é necessário o isolamento dos antes de se tornarem imunizados pela
contactantes, exceto quando sintomáticos vacina (grupo de maior risco)
● Profilaxia igual ao tratamento: Macrolídeo ● Maior suspeita clínica dos médicos e maior
divulgação em saúde pública
Obs: Vacina deve ser aplicada em familiares e
● Testes diagnósticos mais sensíveis
contactantes que não estejam imunizados.
● Redução da imunidade em adolescentes
PREVENÇÃO ● Redução do uso da vacina
● Mudanças genéticas da bactéria e maior
VACINAÇÃO circulação na população
A imunidade após a infecção ou vacinação é
duradoura, mas os títulos de anticorpos O que foi feito como profilaxia para melhorar a
progressivamente diminuem. Os anticorpos imunidade dos lactentes?
cruzam a barreira placentária e conferem - Vacinar as gestantes com 1 dose de DTPa
imunidade passiva ao RN. Entretanto, se a mãe (pertussis acelular) a partir da 20ª semana a
recebeu a vacina há muito tempo, os títulos de cada gestação

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PEDIATRIA

(se não fizer na gestação, fazer no


puerpério até 45 dias após o parto)
Objetivo: estimular a produção de anticorpos da
gestante, passando para o feto e deixando-o mais
protegido após o nascimento.

POLÍTICA DE USO
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violem direitos autorais e/ou de propriedade
intelectual. Qualquer prática dessa natureza ou
contrária aos Termos de Uso da Comunidade MedQ
pode ser denunciada ao setor responsável pelo
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