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AVALIAÇÃO 1 – PSICOFARMACOLOGIA

Professor Marcos Ferraz

GRUPO A
Ana Clara Oliveira
Camila Teodoro da Silva
Julia Meirino Gia
Patrícia Santos Muniz Dias
Simone Souza de Lima Pinheiro

5) Fármacos como antidepressivos levam duas semanas para começarem a


produzir seus efeitos. Que hipótese o grupo poderia aventar para explicar esse
fenômeno?
Os fármacos antidepressivos podem bloquear o transportador de monoaminas,
inibir a enzima que as degrada ou ainda bloquear seus receptores, e podem ser
agrupados em categorias de acordo com a sua composição química e as atividades
cerebrais que eles afetam. Daremos um exemplo de mecanismo de ação dos
antidepressivos.
A transmissão de serotonina se dá da seguinte maneira: há uma liberação de
serotonina na fenda sináptica pela célula pré-sináptica; na célula pós-sináptica há
receptores com efeitos inibitórios e outros com efeitos excitatórios, os quais são
ativados pela 5-HT; o receptor pré-sináptico, ou autorrepeptor, é inibitório, no caso o 5-
HT1b; a 5-HT é recaptada pelo transportador de serotonina (SERT) para dentro da
célula pré-sináptica; a monoamina oxidade (MAO) vai degradar a 5-HT, e parte dela vai
ser reciclada. A transmissão de dopamina e noradrenalina é semelhante ao da
serotonina.
O antidepressivo, ao bloquear o SERT, por exemplo, bloqueia a recaptação da 5-
HT presente na fenda sináptica, aumentando sua concentração. Os autorreceptores
localizados no corpo da célula pré-sináptica funcionam como um freio, pois ao
“perceberem” que há muita serotonina, informam à célula que ela deve diminuir a
liberação. O próprio neurônio que ativa os receptores pós-sinápticos pelo aumento da
liberação da 5-HT, também será freado pelo aumento dessa monoamina, reduzindo
então a liberação de serotonina na fenda. Se os sintomas da depressão estão ligado à
falta de liberação de serotonina no córtex pré-frontal, ao iniciar o antidepressivo, há
uma redução ainda maior dessa liberação.
Porém, ao ativar continuamente os autorreceptores do corpo celular, vai ocorrer
down-regulation, diminuindo o número de receptores e “tirando o pé o freio”,
aumentando a liberação de serotonina no alvo. Isso pode explicar o porquê de haver um
período de pelo menos duas semanas até o medicamento ter efeito antidepressivo, já que
esse é o tempo que leva para o reajuste dos receptores.

6) Por que razão os psicofármacos precisam ser lipossolúveis? E quais as


implicações dessa característica química para sua eliminação?
A absorção é a transferência do fármaco do sítio onde ele foi administrado até a
circulação sistêmica. 60% do corpo humano é composto por água, portanto algum grau
de hidrossolubilidade é interessante para a droga se difundir. O fármaco livre é levado
pelo sangue para todos os tecidos e órgãos, parte atinge o tecido alvo. A droga pode
atravessar a membrana das células através de difusão facilitada; pode passar por canais
aquosos, mas isso é raro, pois as moléculas são geralmente muito grandes; e, como
ocorre na maioria dos casos, pode atravessar a membrana pela fase lipídica, devendo ser
lipossolúvel, portanto.
No caso dos psicofármacos, o sítio alvo é o sistema nervoso central, onde os
capilares não têm poros, tendo o sangue que passar por dentro das células. A droga
precisa, para penetrar nas células do SNC, ultrapassar a barreira hematoencefálica,
portanto ela precisa ser altamente lipossolúvel. Ao contrário do que acontece em outras
partes do organismo, há uma junção densa entre células, não permitindo a passagem de
pequenas moléculas, além de não haver fenestrações nas células endoteliais.
Fármacos lipossolúveis são mais facilmente absorvidos, porém mais dificilmente
excretados. Para que ocorra a excreção, os fármacos devem sofrer biotransformação,
principalmente no fígado, onde são transformados em metabólitos inativos (na maioria
dos casos) e combinados com moléculas polares, aumentando sua hidrossolubilidade,
para que possam ser eliminados pelos rins, através da urina ou fezes.

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