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TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA
(TEA)

CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA


EQUIPE CREI - SETE LAGOAS

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SUMÁRIO

1. Conhecendo o Transtorno do Espectro Autista 03

2. Currículo, Avaliação e Ensino 08

3. Uso das Tecnologias Assistivas 12


Transtorno do Espectro Autista
aprendizagem e desenvolvimento

1 CONHECENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA

Foi sancionada a lei (Lei 14.624) que formaliza o uso nacional da fita com
desenhos de girassóis como símbolo de identificação das pessoas com
deficiências ocultas.

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é denominado transtorno do
neurodesenvolvimento. Recebe o nome de espectro, porque envolve situações e
apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leve à
mais grave. Comprometendo as habilidades de:

• Interação social e comunicação;


• Comportamentos repetitivos e estereotipados e interesses restritos.

Interação
social

Comunicação

Comportamentos
repetitivos e
estereotipados e
interesses restritos

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Classificação Do Autismo

Transtornos do Espectro do
CID 10 Autismo - 6AO2 (CID 11)
Transtorno Globais do 6AO2.0 TEA Sem transtorno do
desenvolvimento intelectual e com
Desenvolvimento - F84 comprometimento leve ou ausente da
Autismo Infantil - F84 linguagem funcional
6AO2.1 TEA Com transtorno do
Autismo Atípico - F84.1
desenvolvimento intelectual e com
Síndrome de Rett - F84.2 comprometimento leve ou ausente da
Transtorno com Hipercinesia Associada linguagem funcional
a retardo mental e a movimentos 6AO2.2 TEA Sem transtorno do
esteriotipados - F84.4 desenvolvimento intelectual e com
Síndrome de Asperger - F84.5 linguagem funcional prejudicada
6AO2.3 TEA Com transtorno do
Outros
desenvolvimento e com linguagem
Transtornos Globais do funcional prejudicada
Desenvolvimento - F84.8 6AO2.4 TEA Sem transtorno do
Transtros Globais não específicos do desenvolvimento intelectual e com
desenvolvimento (TID- SOE) F84.9 ausência de linguagem funcional
6AO2.5 TEA Com transtorno do
desenvolvimento intelectual e com
ausência de linguagem funcional
6AO2.Y Outro Transtorno do Espectro do
Autismo especificado
6AO2.Z Transtorno do Espectro do
Autismo, não especificado

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Principais Características do TEA

⚫ Não manter contato visual por mais de 2 segundos;


⚫ Não atender quando é chamado pelo nome;
⚫ Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
⚫ Alinhar objetos;
⚫ Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
⚫ Não brincar de faz de conta
⚫ Não usar brinquedos de forma convencional;
⚫ Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
⚫ Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
⚫ Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função
(ecolalia);
⚫ Apresentar interesse restrito ou hiperfoco;
⚫ Girar objetos sem uma função aparente;

O TEA Aprende???

O processo da aprendizagem acontece da mesma forma, com estimulo das


habilidades cognitivas.
No processo do aprender, a atenção é um pré-requisito, por meio dela é possível
memorizar determinada informação, ou seja, adquirir o conhecimento.

A aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos


e a memória é a retenção daqueles conhecimentos
aprendidos.

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A cognição se desenvolve mediante a capacidade de parear, associar, distinguir
semelhanças e diferenças;
Através dos sentidos que captamos informações e às processamos, em diversas
situações do nosso dia a dia.
É o processamento sensorial que dá sentido ao que é recebido.

Incluindo o TEA em sala de aula

- Compreender a legislação;
- Construir o PDI (OBRIGATÓRIO);
- Identificar as necessidades
- Adaptação curricular / flexibilização.

1. Encaminhar pro AEE;


2. Sala de Recurso
3. Professor de Apoio (quando houver necessidade)

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2 CURRÍCULO, AVALIAÇÃO E ENSINO

O CURRÍCULO EM PERSPECTIVA
Quando se discute o que os alunos devem aprender, deve-se
tomar cuidado para não enfatizar em excesso interesses
curriculares pré definidos. Embora aprender matemática,
geografia seja importante, esse não é o único ou o principal
objetivo do aluno com deficiência.

O que fazer:

• Reconhecer o aluno como centro da aprendizagem;


• Atividades significativas;
• Aprender a aprender;
• Considerar as experiências, os interesses e o nível de entendimento do aluno;
• Se envolver ativamente no processo;
• Dar ênfase em atividades e projetos significativos da vida real do aluno;
• Encorajar os alunos nas atividades.

Todos os alunos devem ter acesso a um currículo básico rico em conteúdos, embora
as estratégias específicas para facilitar a aprendizagem dos conteúdos precisem ser
baseadas em estilos de APRENDIZAGEM INDIVIDUAIS.
O currículo é amplamente determinado e deve usado apenas como um indicador para
o professor.
Independentemente da precisão com que o currículo será seguido, devem ser
desenvolvidas abordagens de ensino personalizadas ou individualizadas.

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Avaliação
A avaliação é um componente fundamental dos processos de ensino e aprendizagem.
O conhecimento deve ser amplo em relação ao aluno para a aprendizagem ser
adequada.
O conhecimento precisa ser continuo e abrangente, das potencialidades, interesses e
necessidades.
A avaliação deve ser um aspecto interativo no processo de ensino.
Avaliações FORMAIS ou testes padronizados são desenvolvidos com procedimentos
padrão específicos de aplicação, pontuação e interpretação, que devem ser seguidos
com precisão. Embora essa definição impressione, a realidade é que as avaliações
formais proporcionam muito poucas informações importantes para o planejamento do
ensino.

Já as avaliações INFORMAIS são qualquer tipo de procedimentos de avaliação


utilizados ou criados para serem usados de modo a permitir o máximo de adaptações,
segundo as necessidades da situação particular.
São testes cuidadosamente planejados, aplicados e interpretados, destinados a obter
informações especificas, uteis na tomada de decisão educacional.

Estratégias pedagógicas

Conhecimentos do aluno em sua totalidade.

• Não olhamos ninguém com pena ou julgando-o como incapacitado para assimilar
conhecimentos. Buscamos sempre compreender quais são as dificuldades, que tipo de
soluções funcionam melhor dentro de seu contexto, como dar instrumentos para que ele
seja capaz e desenvolva autonomia no dia a dia – seja na vida escolar ou na pessoal.
Consideramos importante também a participação atuante em eventos, gincanas e
diversas outras ações da escola!

Formação dos profissionais

• A equipe gestora precisa ter um plano de ação junto a todos os envolvidos. Dentro
de seu campo específico de atuação, todos devem ter ciência de como podem
contribuir para a inclusão. Como a forma de lidar com cada estudante – mesmo
quando se trata do mesmo diagnóstico – é diferente, as formações são essenciais
para alinhar os conhecimentos com a realidade da instituição, aperfeiçoar práticas
e alimentar a formação docente para ter uma postura mais assertiva com a
aprendizagem desses estudantes.

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Integração efetiva entre o professor da sala de recurso
multifuncional e os do ensino regular.

• Esses trabalhos precisam se conversar. As experiências e caminhos encontrados por


um desses profissionais pode ampliar as do outro. A equipe gestora é responsável pela
mediação dos encaminhamentos e orientações a serem desenvolvidas. Nesse
contexto, a observação de sala de aula, auxílio nas adequações de atividades e
feedback de ações faz toda a diferença, pois cada um sabe e compreende sua
importância no processo e aprende também com os colegas relação de
corresponsabilidade.

Atendimento na sala de recurso

• Deve ter seus horários definidos a partir de um cronograma em comum acordo com o
aluno e família. Essa definição é necessária para o desenvolvimento de um trabalho
melhor e contribuição junto ao professor que atua neste local, que deve ter um plano
específico para cada aluno.

• Os diversos meios tecnológicos dentro ou fora da sala podem auxiliar os procedimentos


e atividades de inclusão. Eles incentivam os alunos a dar o seu melhor – já que muitas
vezes a tecnologia desperta interesse – e ajudam consideravelmente na sua evolução.
Softwares educativos, por exemplo, contribuem com o cognitivo para construção de
frases e cálculos matemáticos.

Parceria escola e família

Esse será sempre o ponto chave! A família colabora com informações para construções
de processos, além de seu apoio ser fundamental para engajamento das crianças na
instituição. Ela também pode ser parte atuante ao incentivar as práticas escolares em c

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MEU ALUNO NÃO PARA
DENTRO DE SALA DE AULA, O
QUE EU FAÇO?

Rotina
• Planejamento da rotina diária com horários prevendo atividades diversas (aulas,
recreio, descanso, brincadeiras, etc..);
• Estabelecer local diferenciado para estas atividades;
• Incentive a ter autonomia;
• Estimule as atividades de interesse da criança (livros, brinquedos, jogos,
filmes/vídeos);
• Uso orientado e/ou pedagógico de telas e eletrônicos;
• Evitar encorajar comportamentos inadequados com barganhas na hora das atividades;
• Oferecer reforços positivos para metas estabelecidas e cumpridas.

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3. USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS - TA

Você sabia que a tecnologia pode ser uma aliada no desenvolvimento de crianças com
autismo?

Novos estudos têm mostrado que os recursos tecnológicos são possibilidades para
captar a atenção e motivar os alunos, inclusive os autistas.

Na prática, todo tipo de produto ou sistema que sejam otimizados para pessoas
com algum déficit. Assim, esses equipamentos aprimoram o aprendizado, o trabalho e
a vida diária dessas pessoas. Por isso, o objetivo é sempre aumentar, manter ou
melhoras as capacidades funcionais.

Mas como isso pode ajudar quem está no espectro do


autismo?

Imagine todas as habilidades que o autista que você conhece, seja criança, adolescente
ou adulto, vem se esforçando para aprender. A tecnologia pode ajudar para que tarefas
escolares, sociais sejam feitas com mais independência.

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Formas de Tecnologia Assistiva

Tecnologias em sala de aula


O uso de recursos tecnológicos como computadores, tablets e brinquedos digitais tem
se tornado cada vez mais frequente na educação.
Isto porque são formas de proporcionar uma metodologia de ensino mais ativa, na
qual a criança participa de todo o processo, construindo seu próprio conhecimento.
Além disso, são também motivadores para os alunos que podem desenvolver
diversas capacidades cognitivas, sensoriais e interacionais, a partir de jogos e
brincadeiras lúdicas.
Desta forma, o aprendizado torna-se mais atraente e significativo.
A tecnologia integra a cultura das crianças e não se pode excluí-la do ambiente
educacional. Ainda, existe uma característica das práticas tecnológicas que beneficia
bastante o aprimoramento das habilidades infantis: elas promovem estímulos variados e
que abrangem as esferas sensoriais tátil, auditiva e visual, tudo ao mesmo tempo.
Os materiais tecnológicos têm um forte estímulo visual e é justamente essa característica
que os tornam extremamente benéficos para os alunos com autismo.
Os vídeos, jogos com imagens e cores, os desenhos e fotografias, entre outros, são
atraentes e captam a atenção das crianças.

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Por isso, ao possibilitar que autistas utilizem esses recursos, a escola consegue motivá-
los, ao mesmo tempo em que proporciona aprendizados capazes de ampliar o
desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos educandos.

Vantagens do uso da tecnologia em sala de aula


Favorecem o processo de alfabetização
Estimulam a fala
Despertam a atenção e a concentração
Motivam à participação e a integração social
Fornecem suporte para a realização de tarefas diárias
Promovem o entendimento do funcionamento do ambiente ao redor
Propiciam a expressão de emoções

Finalmente, o que é aprendido em sala de aula através do uso da tecnologia pode ser
transferido para o ambiente real e o cotidiano da criança com autismo, facilitando a
convivência social e a qualidade de suas vidas.

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Dicas para o processo de aprendizagem e
manejo do estudante com TEA

É importante que a sala de aula não tenha muitos estímulos visuais


Tentar conhecer os alunos de forma individual e perceber como cada um
aprende e
identificar os objetos e as tarefas que mais despertem o interesse desse aluno
Colocá-lo em um local que tenha o mínimo de ruídos externos (se possível)
É importante que a sala de aula não tenha muitos estímulos visuais
Tentar conhecer os alunos de forma individual e perceber como cada um
aprende e
identificar os objetos e as tarefas que mais despertem o interesse desse aluno
Colocá-lo em um local que tenha o mínimo de ruídos externos (se possível)
Aposte na comunicação visual
Opte por dividir as atividades
Comece pelas tarefas mais fáceis e deixe as tarefas mais complexas para o final
Inclua acessórios na rotina
Preveja e antecipe as mudanças na rotina
Seja um modelo social
Invista na troca de informações com a família e com os outros profissionais que
auxiliam o aluno
Acredite no potencial do aluno
Troque questões abertas por questões fechadas (como as de múltipla escolha)
Use histórias sociais
Não tenha medo de errar

Não existe uma “receita” para ensinar crianças e adolescentes com TEA. Hoje, os
especialistas em educação já sabem: mesmo que duas pessoas apresentem o mesmo
diagnóstico, elas podem reagir de modos diferentes a uma mesma proposta
pedagógica. Por isso, o que funciona para um estudante com autismo pode não
funcionar para outro.

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