Você está na página 1de 9

1

ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico Professora Luciana Colli

Professora no Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Fundação


Getúlio Vargas (FGV), UNIG e SENAC. Doutoranda em Ciências Farmacêuticas (UFRJ). Mestre
em Ciências e Tecnologia Farmacêutica (UFRJ). MBA em Gestão Empresarial (FGV). Farmacêutica
Industrial (UFRJ). Especialização em Homeopatia (IHB). Especialização Manipulação Magistral
(UFRJ). 15 anos de experiência em produtos para saúde e medicamentos. 15 anos de experiência
em regulatórios.

Pós-registro de Medicamentos
Luciana Colli

EXPEDIENTE:
Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico
Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso
Produção: Vitae Editora
Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo
Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo
Diagramação: Cynara Miralha

Vitae Editora
Anápolis (GO), 2021

2 3
PÓS-REGISTRO DE MEDICAMENTOS Procedimento Ordinário: é o procedimento de peticionamento que requer protocolo
e que deve aguardar manifestação favorável da Anvisa para a implementação.
Por Luciana Colli
Procedimento Simplificado: é a simplificação do procedimento ordinário de peticionamento,
exclusivamente para as petições que são classificadas como de implementação imediata.
APRESENTAÇÃO Isso significa que, não é porque a empresa possui registro que ela está totalmente livre
para fazer mudanças, pois as modificações a serem feitas em um processo de fabricação,
O pós-registro de medicamentos no Brasil é regulamentado pela Anvisa e tem por objetivo que envolva vários componentes do produto, modo de fabricação, IFA ou qualquer outra
garantir que um medicamento registrado mantenha as características de qualidade, segurança condição, podem impactar no que previamente foi enviado para a Anvisa e que se trata da
e eficácia, mesmo após a realização de mudanças. condição considerada aprovada. Por isso, a agência tem ciência de que atos praticados
posteriormente ao registro podem impactar na segurança, qualidade e eficácia do medicamento.
Em termos gerais, uma mudança pós-registro é qualquer alteração realizada na condição Para tanto, a agência regula como isso ocorrerá.
registrada do medicamento que tenha impacto em composição, equipamentos, processo
produtivo, controle de qualidade e embalagem, entre outros. O procedimento simplificado normalmente é uma mudança simples que não causará
impactos na segurança, qualidade e eficácia do produto. Por isso, a agência permite que
É muito importante que as indústrias farmacêuticas estejam atualizadas com as novas se faça implementação imediata.
tecnologias do setor, não somente com relação aos equipamentos, processos, composição
Parecer de Análise Técnica da Empresa (PATE): parecer elaborado pela empresa detentora
e outros, mas também com relação às novas tecnologias de métodos analíticos que são
do registro que aborda todos os critérios e documentos previstos neste regulamento e
utilizados no controle de qualidade das matérias-primas, insumo farmacêutico ativo (IFA)
normativas sanitárias afins, incluindo uma avaliação crítica de todos os aspectos relevantes
e do medicamento.
para a avaliação da Anvisa. Ele deve assegurar que foram realizados e aprovados os critérios e
A resolução é fundamental na medida em que propõe mais mudanças pós-registro documentos apresentados para a autoridade sanitária com a finalidade de manutenção dos
parâmetros de qualidade, segurança e eficácia do produto.
tratadas como de implementação imediata. Essas mudanças não precisam de uma aprovação
prévia da Anvisa para sua implementação. Assim, a medida é importante para as indústrias Suspensão do Procedimento Simplificado: condição na qual a empresa fica impossibilitada
farmacêuticas realizarem a manutenção do portfólio em tempo hábil e, para a Anvisa, de realizar o procedimento simplificado por um determinado período. Normalmente,
na medida em que diminui a fila de petições pós-registros que ficam aguardando aprovação. trata-se de uma medida punitiva sobre algum tipo de evento pelo qual a empresa passou
e a agência apurou que houve uma falha no sistema de qualidade.
Boa parte das atividades nas indústrias farmacêuticas gira em torno da rotina de pós-registro
de medicamentos, a qual contempla várias modificações que podem ocorrer no produto. Mudança de implementação imediata: mudança pós-registro para qual a Anvisa concede
Essas questões são norteadas em análises de risco, a partir da qual é possível estimar, autorização prévia para sua imediata implementação pela empresa, mediante a inclusão no
de acordo com o risco percebido, o peticionamento de uma quantidade maior ou menor de HMP (Histórico de Mudança do Produto) ou na petição protocolada individualmente,
documentos para fundamentar o pós-registro. de todas as provas satisfatórias requeridas para a modificação.

DEFINIÇÕES ARCABOUÇO LEGAL

Atualmente, as empresas possuem uma rotina muito grande quando se trata de mudanças. A RDC 73, de 7 de abril de 2016 dispõe sobre mudanças pós-registro, cancelamento de regis-
tro de medicamentos com princípios ativos sintéticos e semissintéticos e dá outras providên-
No dia a dia da fabricação de medicamentos, há alguns tipos de mudanças:
cias.
Mudanças múltiplas concomitantes: decorrentes de uma mudança principal prevista. Art. 5º As mudanças pós-registro são classificadas de acordo com o seu potencial impacto
(Exemplo: a empresa fez uma única mudança que seria o objetivo principal, porém, outras na qualidade, segurança e eficácia do medicamento, podendo ser de implementação imediata,
mudanças ocorreram em decorrência dela). com ou sem protocolo individual, ou depender de aprovação prévia da Anvisa.
Art. 7º As mudanças que requeiram aprovação prévia devem ser protocoladas e aguardar
Mudanças múltiplas paralelas: duas ou mais mudanças simultâneas e diretamente análise e manifestação favorável da Anvisa para serem implementadas.
relacionadas protocoladas conjuntamente. Para entender melhor o assunto, é possível acessar
§ 1° Após a aprovação a empresa terá até 180 dias para implementação da modificação,
a aba ‘consulta de assuntos’, no site da Anvisa, e verificar os principais peticionamentos
exceto quando houver manifestação contrária da Anvisa.
de pós-registro. Nesse espaço constam os documentos que instruem cada tipo de peticiona-
§ 2° Após a produção do primeiro lote com a mudança aprovada, não será permitida
mento, além de possibilitar a leitura detalhada e repetida da RDC 73/2016.
a produção de lotes em condição diferente.
4 5
Art. 8º Quando houver mais de uma mudança simultânea para uma mesma apresentação, • Inclusão ou alteração da via de administração;
concentração e forma farmacêutica, a empresa poderá protocolar essas mudanças paralelamente • Alteração de posologia;
ou concomitantemente.
• Ampliação de uso;
Art. 10. Nos casos de mudanças concomitantes, o peticionamento deve ser referente
à mudança principal e a informação sobre a mudança concomitante deve ser descrita na • Alterações de indicações terapêuticas;
justificativa. • Inclusão de nova apresentação comercial;
Já a RDC 48/2009 dispõe sobre realização de alteração, inclusão, suspensão, reativação, • Inclusão de nova forma farmacêutica;
e cancelamento pós-registro de medicamentos e dá outras providências. • Suspensão temporária de fabricação do medicamento;
• Reativação de fabricação do medicamento;
• Cancelamento do registro;
HMP – HISTÓRICO DE MUDANÇA DO PRODUTO
• Relatório de Farmacovigilância;
Trata-se de um formulário no qual as mudanças/alterações ou inclusões pós-registro
• Plano de minimização de risco;
de medicamentos deverão ser registradas. Deve ser protocolado anualmente no mês de
aniversário do produto, independente de mudanças ou não. • Plasma Master File (hemoderivados);
• Estudo de estabilidade;
Os tipos de mudanças e alterações possíveis a serem colocadas no HMP são:
• Notas fiscais de três lotes;
• Atualização de especificações e métodos analíticos de excipientes e diluentes;
• Comprovante de aprovação de preço – CMED.
• Atualização de especificações e métodos analíticos do princípio ativo, do produto
a granel, do produto terminado, do adjuvante e dos estabilizantes; O registro tem validade de cinco anos e deve ser revalidado seis meses antes da data
de vencimento do registro.
• Adequação de especificações e métodos analíticos referentes a produtos de degradação
e método biológico de quantificação de teor; Podem ocorrer mudanças em diversos estágios das etapas de fabricação de produtos
• Alteração de excipiente do produto terminado; e, para isso, é necessário entender quais são os peticionamentos. Uma forma interessante
para tratar esse assunto é separar as diferentes mudanças, ajustar em um treinamento
• Alteração de excipientes do diluente;
e aplicar na empresa, para que cada departamento possa entender quais mudanças podem
• Alteração ou inclusão de acondicionamento primário; ocorrer.
• Alteração de embalagem secundária;
• Alteração do nome comercial do medicamento;
• Alteração do local de fabricação do princípio ativo;
PRINCIPAIS PROCESSOS
• Alteração do local de fabricação do produto a granel; Histórico de Mudança do Produto (HMP): formulário com o registro das mudanças/alterações
ou inclusões pós-registro de medicamentos. De acordo com o impacto, as mudanças poderão
• Inclusão ou alteração do local de fabricação do produto a granel;
ser registradas somente nesse histórico e isentas de protocolo individual.
• Alteração do local de fabricação do produto em sua embalagem primária;
Protocolo de Estudo de Estabilidade: documento por meio do qual se define o plano de
• Alteração do local de fabricação do produto em sua embalagem secundária;
estudo de estabilidade, incluindo as provas e critérios de aceitação, cronograma, caracte-
• Alteração do local de fabricação do diluente; rísticas do lote a ser submetido ao estudo, quantidade das amostras, condições do estudo,
• Alteração ou inclusão do local de fabricação do excipiente hemoderivado; métodos analíticos e material de acondicionamento. Pois, o estudo de estabilidade é conduzido
com o produto já embalado, para que, por meio do estudo, possa ser evidenciado que aquela
• Alteração dos centros de coleta de plasma;
embalagem garanta a estabilidade do produto.
• Inclusão de nova concentração;
Mudanças Múltiplas Concomitantes: mudanças decorrentes de uma solicitação principal,
• Atualização da(s) cepa(s) de produção da vacina influenza;
que, quando permitidas, poderão ser realizadas concomitantemente à mudança principal
• Alteração do prazo de validade; sem necessidade de protocolo adicional. O protocolo conjunto de duas ou mais solicitações
• Alteração dos cuidados de conservação; de mudanças diretamente relacionadas ocorre simultaneamente.

6 7
PRINCIPAIS PROCESSOS DE MUDANÇAS PROCESSO DE PRODUÇÃO
FABRICAÇÃO • Alteração ou inclusão menor no processo de produção:
• Alteração ou inclusão de local de embalagem primária: São os ajustes de menor, moderada ou maior impacto, como: velocidade, temperatura, tempo
Art. 23. A petição de alteração ou inclusão do local da linha de embalagem primária deverá e ordem de adição dos componentes da fórmula.
ser acompanhada dos seguintes documentos: I - Relatório de produção, incluindo os quadros comparativos “A” e “D” contidos no Anexo
I - CBPF válido; e IV desta Resolução;
II - Protocolo de estudo de estabilidade referente ao primeiro lote. II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtidos para um lote; e
Art. 24. É permitida a alteração ou inclusão concomitante de equipamentos da linha III - Protocolo de estudo de estabilidade (acelerado e de longa duração) referente ao primeiro
de embalagem primária. lote produzido ou relatório de estudo de estabilidade referente a um lote (estudo acelerado
concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou o de longa
Art. 25. É permitida a alteração ou inclusão concomitante de local de embalagem secundária
duração concluído).
quando se tratar do mesmo local de embalagem primária.
Art. 26. As alterações ou inclusões de local de embalagem primária poderão ser implementadas Trata-se de um processo de produção de implementação imediata.
imediatamente após a data de protocolo da petição.
• Alteração ou inclusão moderada no processo de produção:
• Alteração ou inclusão de local de embalagem secundária:
I - Relatório de produção*;
Art. 21. A petição de alteração ou inclusão do local da linha de embalagem secundária
deverá ser acompanhada do CBPF válido. II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote; e
Art. 22. As alterações ou inclusões de local de embalagem secundária poderão ser imple- III - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo
mentadas imediatamente após a data de protocolo da petição. acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses,
ou o de longa duração concluído).
• Alteração ou inclusão de local de fabricação do medicamento fitoterápico ou produto
tradicional fitoterápico: Modificações poderão somente ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
I - CBPF válido; • Alteração ou inclusão maior no processo de produção:
II - Relatório de produção;
Ajustes como mudança de via seca para via úmida.
III - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para 1 (um) lote.
I – Relatório de produção;
• Alteração ou inclusão de local de fabricação do medicamento:
II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote;
IV - Relatório de estudo de estabilidade referentes a um lote do produto acabado (estudo
acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou III - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo
o de longa duração concluído); e acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses,
ou o de longa duração concluído); e
V - Relatório do estudo de estabilidade de longa duração referente a três lotes, a ser incluído
no HMP. IV - Relatório de estudo de estabilidade de longa duração referente a três lotes, a ser
incluído no HMP.
Além disso, há o protocolo de validação e o estudo de bioequivalência.
MODELO DO RELATÓRIO DE PRODUÇÃO
Modificações poderão somente ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.

EQUIPAMENTO
• Alteração ou inclusão de equipamento de embalagem primária e secundária:

Art. 36. A alteração ou inclusão de equipamento de embalagem primária e secundária


poderá ser implementada imediatamente, não necessitando de protocolo e de análise prévia
pela Anvisa, e a mudança deverá ser registrada no HMP.

• Alteração ou inclusão de equipamento com mesmo desenho e princípio de funcionamento:


I - Relatório de produção;
II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote; e
III - Protocolo de estudo de estabilidade acelerado e de longa duração referente ao pri-
8 9
meiro lote produzido ou relatório de estudo de estabilidade referente a um lote (estudo • Inclusão de tamanho de lote superior a dez vezes:
acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou o
de longa duração concluído). I - Relatório de produção;
II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote; e
Modificações poderão ser implementadas imediatamente.
III - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo
• Alteração ou inclusão de equipamento com diferente desenho e princípio de funcionamento: acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses,
ou o de longa duração concluído).
I - Relatório de produção;
II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote. Modificações poderão somente ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.

III - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo


acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses,
ou o de longa duração concluído); e EXCIPIENTES
IV - Relatório de estudo de estabilidade de longa duração referente a três lotes, a ser incluído • Inclusão de nova apresentação por inclusão de sabor:
no HMP.
I - Código GTIN – Global Trade Item Number (Número Global de Item Comercial) – para as
Essa modificação não pode ser implementada imediatamente, pois o equipamento possui novas apresentações;
um desenho diferente. Por isso, é necessário aguardar o parecer da Anvisa.
II - Relatório de produção;
III - Laudo analítico de controle de qualidade dos excipientes cujas informações não constam
do dossiê de registro. Não sendo método farmacopeico, descrição detalhada de todas
TAMANHO DO LOTE as metodologias utilizadas no controle da qualidade;
• Inclusão de tamanho de lote até dez vezes: IV - Informações referentes à Encefalopatia Espongiforme Transmissível (EET) para
os excipientes cujas informações ainda não constem no registro;
I - Relatório de produção;
V - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado indicando o método
II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote; e utilizado, especificação e resultados obtidos para um lote;
III - Protocolo de estudo de estabilidade acelerado e de longa duração referente ao primeiro VI - Novo relatório de validação do método analítico do produto acabado;
lote produzido ou relatório de estudo de estabilidade referente a um lote (estudo acelerado
concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou o de longa VII – Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado, quando
duração concluído). aplicável (estudo acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo,
seis meses, ou o de longa duração concluído).
As modificações poderão ser implementadas imediatamente.

MODELO DE RELATÓRIO DE PRODUÇÃO


MODELO DE RELATÓRIO DE PRODUÇÃO

10 11
• Alteração menor de excipientes: VII - Relatório de estudo de estabilidade de longa duração referente a três lotes, a ser
incluído no HMP; e
I - Relatório de produção;
VIII - Relatório com método e resultados dos testes de eficácia de conservantes, nos casos
II - Informações referentes à EET para os excipientes cujas informações ainda não constem em que se altera o próprio sistema conservante.
no registro;
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
III - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado indicando o método
utilizado, especificação e resultados obtidos para um lote;
IV - Novo relatório de validação do método analítico do produto acabado; MÉTODOS ANALÍTICOS
V - Protocolo de estudo de estabilidade acelerado e de longa duração referente a um lote • Adequação de especificações e métodos analíticos a compêndio oficial ou estreitamento
do produto acabado; e da faixa de especificação:
VI - Relatório com método e resultados dos testes de eficácia de conservantes, nos casos
- Mudança da faixa de especificação e a atualização;
em que se altera o próprio sistema conservante.
- Inclusão ou substituição do método analítico (adequação a compêndio oficial);
As modificações poderão ser implementadas imediatamente.
- Estreitamento da faixa de especificação;
• Alteração moderada de excipientes: Descrição da especificação ou método analítico já aprovado e do novo método proposto.
I - Relatório de produção; As modificações poderão ser implementadas imediatamente.
II - Laudo analítico dos excipientes cujas informações não constam do dossiê de registro • Atualização de especificações e método analítico:
e não sendo método farmacopeico, a descrição detalhada de todas as metodologias utilizadas
no controle da qualidade; - Alteração ou inclusão de métodos analíticos ou de especificações que não constem nos
compêndios oficiais aceitos pela Anvisa;
III - Informações referentes à EET para os excipientes cujas informações ainda não constem
no registro; - Atualização, substituição ou inclusão de métodos analíticos, ou especificações de métodos
IV - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote; de quantificação de teor por controle biológico; e
V - Novo relatório de validação do método analítico do produto acabado; - Exclusão de métodos analíticos ou especificações.
VI - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo I - Descrição da especificação e método analítico já aprovado e do novo método proposto,
acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, com cópia da referência farmacopeica utilizada;
ou o de longa duração concluído); e II - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado indicando o método
VII - Relatório com método e resultados dos testes de eficácia de conservantes, nos casos utilizado, especificação e os resultados obtidos para um lote; e
em que se altera o próprio sistema conservante.
III - Novo relatório de validação do método analítico do produto acabado.
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
• Alteração maior de excipientes:
I - Relatório de produção;
PRAZO DE VALIDADE E CONSERVAÇÃO DE PRODUTOS ACABADOS
II - Laudo analítico dos excipientes cujas informações não constam do dossiê de registro
e, não sendo método farmacopeico, a descrição detalhada de todas as metodologias utilizadas • Redução do prazo de validade com manutenção dos cuidados de conservação:
no controle da qualidade;
- Apresentar relatório de estudo de estabilidade de longa duração ou do estudo de acompa-
III - Informações referentes à EET para os excipientes cujas informações ainda não constem
nhamento referente a um lote.
no registro;
As modificações poderão ser implementadas imediatamente.
IV - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado obtido para um lote;
V - Novo relatório de validação do método analítico do produto acabado; • Redução do prazo de validade com alteração dos cuidados de conservação:

VI - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo - Relatório de estudo de estabilidade de longa duração referente a três lotes da maior e
acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou o de longa menor concentração.
duração concluído); As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
12 13
• Ampliação do prazo de validade ou alteração dos cuidados de conservação: acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou o de
- Relatório de estudo de estabilidade de longa duração referente a três lotes da maior longa duração concluído);
e menor concentração. II - Laudo analítico de controle de qualidade da matéria-prima vegetal para um lote,
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa. emitido pelo fabricante do medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico; e
III - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado para um lote, emitido
pelo fabricante do medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico.
APRESENTAÇÃO COMERCIAL
• Alteração apenas na especificação da matéria prima vegetal:
• Modificações na apresentação comercial:
I - Dados gerais da empresa fabricante com o endereço completo do local de fabricação
- Volume; da matéria-prima vegetal;
- Número de unidades farmacotécnicas; II - Informações referentes aos solventes utilizados no processo de obtenção da matéria-
- Inclusão, alteração ou retirada de acessórios. -prima vegetal e, no caso de mistura de solventes, a proporção utilizada, quando aplicável;
I - Código GTIN para as novas apresentações; e III - relatório de controle de qualidade da matéria-prima vegetal, conforme RDC 26/2014,
II - Protocolo de estudo de estabilidade referente ao primeiro lote ou relatório de estudo que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de
de estabilidade referente a um lote. produtos tradicionais fitoterápicos, ou suas atualizações; e
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa. IV – Informações qualitativas e quantitativas sobre os excipientes adicionados à matéria-prima
vegetal no extrato, quando aplicável.
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
GTIN
• Alteração ou inclusão de fabricante da matéria prima vegetal:
Global Trade Item Number (Número Global de Item Comercial) é um identificador para
itens comerciais desenvolvido e controlado pela GS1 (Associação Brasileira de Automação). Mudança ou inclusão de fabricante ou de local de fabricação da matéria prima vegetal.
São atribuídos para qualquer item (produto ou serviço) que possa ser precificado, pedido
ou faturado em qualquer ponto da cadeia de suprimentos. I – Protocolo do estudo de estabilidade acelerada e de longa duração de um lote;
II - Laudo analítico de controle de qualidade da matéria-prima para um lote, emitido pelo
fabricante do medicamento fitoterápico ou do produto tradicional fitoterápico; e
NOVO ACONDICIONAMENTO III - Laudo analítico de controle de qualidade do produto acabado para um lote, emitido
• Novo acondicionamento: pelo fabricante do medicamento fitoterápico ou do produto tradicional fitoterápico.

I- Relatório de estudo de estabilidade referente a três lotes do produto acabado (estudo As modificações poderão ser implementadas imediatamente.
acelerado concluído e o de longa duração em andamento com, no mínimo, seis meses, ou o
de longa duração concluído); • Alteração ou inclusão de fabricante da matéria prima vegetal:
II - Especificação do material de acondicionamento;
Alteração ou inclusão de fabricante da matéria-prima vegetal
III - Relatório com método e resultados de controle de qualidade de embalagem;
I - Dados gerais da empresa fabricante, com o endereço completo do local de fabricação
IV - Layout atualizado de embalagem primária e secundária; e
da matéria-prima vegetal; e
V - Código GTIN para as novas apresentações.
II - Relatório de controle de qualidade da matéria-prima vegetal, conforme RDC 26/2014,
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa. ou suas atualizações.
As modificações poderão ser implementadas imediatamente.
MUDANÇAS NA MATÉRIA PRIMA VEGETAL
• Alteração na especificação da matéria prima vegetal:
ALTERAÇÃO DA POSOLOGIA
- Mudança no teor ou no tipo de marcador;
- Tipo de solvente ou na correlação droga vegetal. • Em caso de alteração da posologia, forma farmacêutica e indicação terapêutica, devem
ser protocolizados os seguintes documentos:
I - Relatório de estudo de estabilidade referente a um lote do produto acabado (estudo
14 15
I – Para os medicamentos fitoterápicos, deve ser apresentado relatório de estudo clínico As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.
de fase III do medicamento ou estudos clínicos publicados em documentação técnico-científica
que justifiquem a nova posologia; As modificações pós-registro envolvem uma série de procedimentos, por isso, as grandes
empresas possuem uma estrutura de equipe dentro de ‘assuntos regulatórios’ voltada
II – Para os produtos tradicionais fitoterápicos, deve ser apresentada comprovação da nova exclusivamente para rotinas de pós-registro.
posologia em literatura descrita no Anexo III da RDC 26/2014 (lista de referência para
comprovar a tradicionalidade de uso), ou suas atualizações; e Dependendo do portfólio de produtos, haverá a necessidade de ter esse departamento
para pós-registro, pois são muitas rotinas.
III - Layout atualizado de bula ou folheto informativo.
É importante se organizar dentro da empresa e fazê-la entender que as mudanças não
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa. podem ocorrer aleatoriamente, ao invés disso, precisam ser planejadas, tecnicamente
elaboradas e discutidas à exaustão antes que se possa fazer os peticionamentos. Também
é necessário entender que há mudanças que só podem ocorrer com a autorização da Anvisa.
AMPLIAÇÃO DE USO Conseguir o registro não significa que a empresa possui liberdade para praticar qualquer
• Aumento da população alvo: ato. Caso haja modificações, a Anvisa precisa avaliar se haverá maior ou menor risco e, com
isso, conduzir da melhor forma possível, com a finalidade de manter a segurança e eficácia
I - Para os medicamentos fitoterápicos, deve ser apresentado relatório de estudo clínico do produto.
de fase III do medicamento ou estudos clínicos publicados em documentação técnico-científica
que justifiquem a ampliação de uso; Se o produto for envolvido em uma situação de desvio de qualidade ou em uma condição
II – Para os produtos tradicionais fitoterápicos, deve ser apresentada comprovação da de modificação sem a devida comunicação à agência, isso será encarado como um agravante.
ampliação de uso em literatura descrita no Anexo III da RDC 26/2014, ou suas atualizações; Por isso, é necessário ter muito cuidado e se atentar às rotinas de pós-registro.
III - Layout atualizado de bula ou folheto informativo; e
IV - Layout atualizado de embalagem primária e secundária.
As modificações só poderão ser implementadas após o parecer favorável da Anvisa.

NOVA VIA DE ADMINISTRAÇÃO


• Inclusão de nova via de administração para produto com:
- Mesma concentração;
- Forma farmacêutica;
- Indicação terapêutica.
• Documentos:
I - Comprovação de eficácia/efetividade e segurança;
II - Layout atualizado de bula ou folheto informativo;
III - Relatório Periódico de Farmacovigilância (RPF) do produto, quando existente; e
IV - Layout atualizado de embalagem primária e secundária.

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA
• Documentos:
I - Comprovação de eficácia/efetividade e segurança, conforme RDC 26/2014, ou suas
atualizações;
II - Layout atualizado de bula ou folheto informativo; e
III - Layout atualizado de embalagem primária e secundária, quando se tratar de medica-
mentos fitoterápicos isentos de prescrição e de produtos tradicionais fitoterápicos.
16 17

Você também pode gostar