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1.

CALORIMETRIA E TERMOQUÍMICA Questão: Por que a areia apresenta uma


temperatura maior do que a do mar, mesmo sendo
Termodinâmica: Estudo das transformações de exposta à mesma fonte durante o mesmo tempo?
energia (E), sendo capaz de explicar porque as R: Se fornecermos calor às mesmas quantidades
reações ocorrem e também predizer o calor de água e de areia, é fácil observar que a areia se
requerido ou produzido por essas reações aquece muito mais rapidamente do que a água,
pois o calor específico da água (1 cal/g.ºC) é maior
Calor: Energia transferida de um sistema a outro do que o da areia (0,2 cal/g.ºC). Vale ressaltar que
devido a uma diferença de temperatura. a substância com o maior calor específico - no
caso, a água - também sofre um resfriamento mais
Calorimetria: Estudo do calor transferido entre lento do que a areia.
corpos ou sistemas durante um processo físico ou
químico. 2. ENTROPIA E ENTALPIA DE SOLUÇÃO

Capacidade térmica (C): Capacidade de um Entalpia (H; ΔH) : Função de estado


corpo de alterar sua temperatura ao receber ou termodinâmico (depende apenas do estado inicial
liberar calor. C = q/Δt e do estado final) utilizada para calcular o calor
envolvido em processos realizados à pressão
Calor específico (ou Capacidade Calorífica) (c): constante. A capacidade calorífica à pressão
Capacidade de uma substância alterar sua constante é igual ao declive de uma curva H x T. À
temperatura ao receber ou liberar calor para cada pressão constante: ΔH = ΔU + pΔV em que ΔU
unidade de sua massa. Quantidade de calor que corresponde a variação de energia interna.
faz variar 1°C a temperatura da massa de 1 g da - Se o sistema absorve calor, temos que
substância. c = C/m ΔH>0 (reação endotérmica)
- Se o sistema libera calor, temos que ΔH<0
Calorímetro: recipiente que fornece isolamento (reação exotérmica).
térmico perfeito, de modo que não ocorram trocas - Le Chatelier: reações endotérmicas em
de calor entre o que está em seu interior e o meio equilíbrio são favorecidas por aumentos de
externo. temperatura e reações exotérmicas não são
favorecidas por este fator.
A transferência de calor de um corpo a outro
resulta em alterações em alguns fenômenos Entropia (S; ΔS): Função de estado
físicos, sendo os principais a mudança da termodinâmico que define o grau de dispersão ou
temperatura e a mudança de estado de agregação de desordem de um sistema. Quanto maior a
da matéria. O fluxo de calor vai de uma região de entropia, mais favorável é uma reação. Aumenta
mais alta temperatura, para uma de menor entropia com a mudança de fases do sistema
temperatura até que o equilíbrio térmico seja (entropia sólido<líquido<gás). O valor absoluto de
atingido. O fluxo de calor (q) nesse processo é entropia pode ser obtido experimentalmente a
dado pela equação: partir das variações da capacidade calorífica de
uma substância.

Energia livre de Gibbs (ΔG): Prevê


espontaneidade do sistema dado pela equação
ΔG = ΔH - TΔS.
- Se ΔG < 0, a reação é espontânea no
sentido direto (favorece produtos)
- Se um corpo recebe calor, sua temperatura - Se ΔG = 0, a reação está em equilíbrio
se eleva (q > 0) termodinâmico, isto é, a energia necessária
- Se um corpo perde calor, sua temperatura para formar produtos é igual a energia para
diminui (q < 0) formar reagentes.
- Se ΔG > 0, a reação no sentido direto não é
espontânea (trabalho deve ser realizado
para que ela ocorra), mas a reação inversa
é espontânea
Para soluções suficientemente diluídas: a atividade
pode ser aproximada para molaridade
(concentração, em mol/L), portanto:

No equilíbrio K = Q

Segundo o princípio de Le Chatelier, uma reação


No equilíbrio ΔG0 = - RTln(K) com R = 8,314 pode ter seu equilíbrio deslocado de forma a
J/molK, combinando com a primeira equação contrabalancear os efeitos das alterações de
tem-se a equação de Van’t Hoffman: concentração, temperatura ou pressão.
lnK = [(-ΔH0/RT) + (ΔS0/R)] - Adição de mais reagente (Q < K): o
equilíbrio deve se deslocar no sentido de
Solubilidade: quantidade máxima de soluto consumir o excesso de reagente, formando
dissolvida em uma quantidade definida de solvente mais produtos
ou de solução a certa temperatura. Esse processo - Adição de produto (Q > K): o equilíbrio deve
é afetado por variáveis como tamanho molecular e se deslocar no sentido de consumir o
de partículas, pressão, polaridade e temperatura. excesso de produto, formando mais
- Se K = [B] = s então a relação de igualdade reagentes
entre a constante de equilíbrio e a - Retirada de produto (Q < K): o equilíbrio
solubilidade, ln(Kps) = ln(s), é válida. deve se deslocar no sentido de formar mais
produtos
Caso relatório: solubilidade aumentou com - Retirada de reagente (Q > K): o equilíbrio
aumento de temperatura indicando dissolução deve se deslocar no sentido de formar mais
endotérmica com absorção de calor devido ao reagentes.
aumento da energia cinética das moléculas - O aumento de temperatura desloca o
levando a uma maior interação soluto-solvente. equilíbrio no sentido do processo
Com a equação da reta obtida para o gráfico de endotérmico (ΔH>0)
ln(s) vs 1/T é possível determinar: - Redução de temperatura desloca o
equilíbrio no sentido do processo
exotérmico (ΔH<0)
- Para gases: Se o volume reacional for
repentinamente reduzido à metade, a
pressão de cada gás irá dobrar, pois
p=(n.R.T)/V

3. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO Catalisador: Um catalisador faz com que o


O equilíbrio químico pode ser descrito como um equilíbrio químico seja atingido mais rapidamente,
estado no qual as velocidades das reações direta e mas não afeta as composições de equilíbrio
inversa são equivalentes, bem como as
concentrações dos reagentes e dos produtos se 4. CINÉTICA
mantêm inalterados ao longo do tempo Área da físico-química que estuda as velocidades
caracterizando um estado de equilíbrio dinâmico e os mecanismos das reações químicas.
sendo expresso por uma constante de equilíbrio. Para ocorrer uma reação química é necessário que
haja colisões entre as moléculas dos reagentes
Quociente: Considerando uma reação reversível com determinada orientação espacial e com
genérica dada por aA + bB ⇌ cC + dD, o quociente energia suficiente para quebrar suas ligações
de reação (Q, adimensional) é : químicas e, então, formar novas ligações.

Velocidade de Reação: Está relacionada com a


taxa na qual a concentração de reagentes e
produtos varia. As velocidades das reações concentração real leva em conta efeito diversos
químicas são expressas em termos de derivadas fatores que podem alterar a idealidade do sistema.
da concentração de reagentes ou produtos em
relação ao tempo.

Em experimentos que permitem medir alterações


de pH, é possível verificar a relação entre atividade
e concentração, através da alteração na
unidade: mol/Ls . concentração de íons H+.
pH: O pH (potencial hidrogeniônico) define o
Leis de Velocidade: Leis empíricas que caráter básico ou ácido de uma solução
descrevem a velocidade de uma reação em termos
de concentrações de reagentes.

A ordem geral da reação é dada pelo somatório


dos coeficientes (α + β). aH+ = 10-pH
1° Ordem: gráfico ln[A] vs tempo, coeficiente
angula = -ka e coeficiente linear = ln[A0]

2° Ordem: gráfico 1/ln[A] vs tempo, coeficiente


angula = +ka e coeficiente linear = 1/[A0]

Utilizando medidas experimentais, a ordem de uma


reação pode ser obtida variando a concentração de
um dos reagentes de forma a torná-lo constante e
permitir a análise da reação em função de apenas
uma espécie. O coeficiente de atividade representa, portanto, a
Outra abordagem utiliza as velocidades iniciais, medida da efetividade com que uma espécie
que se baseia na determinação das velocidades influencia em um equilíbrio no qual é participante.
iniciais de uma reação (t = 0) em função das Para soluções diluídas, a força iônica é mínima, o
concentrações iniciais de um dos reagentes, coeficiente de atividade tende a 1 e a atividade é
mantendo as concentrações iniciais dos demais aproximadamente igual a concentração em mol/L.
reagentes constantes na série de experimentos.
Nesses casos é possível obter o kobs. Solução tampão: são aquelas capazes de resistir
à modificação de pH a partir da adição de um ácido
Concentração a partir da absorbância: utilizar forte ou uma base forte. Essas soluções possuem
Lei de Lambert-Beer onde A é a absorbância, ε é a ao mesmo tempo acidez e alcalinidade de reserva,
absortividade molar (tabelado), C é a assim, o máximo de ação tamponante ocorre
concentração, l é o caminho ótico (em geral 1 cm). quando o ácido e o sal são misturados em
proporção equimolar.
Para se calcular o pH de uma solução tampão,
emprega-se a equação de Henderson -
5. ATIVIDADE Hasselbach:
Atividade (a): É a concentração real de uma
solução. Ao contrário da concentração teórica, a
6. CONDUTIMETRIA
A eficiência de um tampão é proporcional à sua
concentração e é máxima no pH igual ao pKa de Condutividade elétrica: Fenômeno de transporte
seu ácido fraco no qual a carga elétrica (transportada por elétrons
ou íons) se move através do sistema por conta de
Tampão ácido: Em solução, o ácido fraco (CH3COOH) um campo elétrico E aplicado.
está pouco dissociado, e seu sal (CH3COONa), muito A resistência, expressa pela resistividade (ρ), é
dissociado. uma propriedade intrínseca do material e das
condições do meio. Em soluções iônicas, a
condutividade (K) é frequentemente utilizada,
sendo o inverso da resistividade. A condutividade é
influenciada pela concentração de íons na solução,
sendo comum expressar a condutividade molar (Λ)
em termos da concentração molar da solução (c).
A condutividade e de uma solução depende do
número de íons presentes:

Unidades: k em S/cm; c em mol/L e ⋀m em


Scm2/mol
Para ter ⋀m em Scm2/mol fazer ⋀m = k*1000/C

- Eletrólitos fortes: Condutividade molar


depende pouco da concentração; ionização
Tampão básico: Em solução, a base fraca (NH4OH)
está pouco dissociada, e seu sal (NH4Cl), muito
completa
dissociado. - Eletrólitos fracos: Normal a baixas
concentrações, mas decresce rapidamente
com o aumento da concentração; pouco
ionizados em água.
- Maior condutividade de K+ em relação a
Na+ pq K+ tem maior raio iônico, reduzindo
assim seu raio de hidratação e aumentando
sua mobilidade.
- H+ embora pequeno e com grande raio de
hidratação tem alta condutividade, alta
mobilidade, pois os íons H+ podem se
movimentar através das moléculas de água
adjacentes

Lei de Kohlrausch da migração independente


dos íons para eletrólitos fortes: Em diluição
infinita, quando a dissociação de um eletrólito é
completa e todos os efeitos interiônicos
desaparecem, cada íon migra independentemente
de seu contra-íon e faz uma contribuição definida
para a condutividade molar a diluição infinita do
eletrólito, independente da natureza do outro íon
do eletrólito
(b) diferenças no empacotamento das
0
Condutividade molar limite (⋀ ) para eletrólitos
m moléculas na mistura e nos componentes
fortes: ⋀m = ⋀0m - K*C1/2 o coeficiente linear do puros, devido a diferenças nos tamanhos e
gráfico de ⋀m vs raíz da concentração é formatos das moléculas sendo misturadas
0
equivalente a ⋀ m.
Para saber a ⋀0m do cátion subtrair do coeficiente É possível estimar o volume parcial molar a partir
linear o valor de ⋀0m referente ao ânion. do gráfico de volume molar de excesso em função
Ex: Considerando NaCl, coeficiente linear = 133,62 e da fração molar:
⋀0m Cl = 76,31, portanto, ⋀0m do Na = 57,31.

Condutividade molar limite (⋀0m) para eletrólitos


fracos: utilizar lei de diluição de Ostwald

Para obter o valor aproximado de ⋀0m por gráfico


plotar gráfico 1/⋀m vs ⋀m*c, a extrapolação da curva
na intersecção no eixo y é referente a 1/⋀0m.
- Necessário calcular Grau de ionização
alpha: ⋀m = α⋀0m

7. QUANTIDADES PARCIAIS MOLARES

Alterações nas propriedades globais do sistema ao


se adicionar uma quantidade infinitesimal de uma
substância específica (mantendo-se todas as
outras constantes).

Volume parcial molar: contribuição que um


componente de uma mistura faz para o volume
total de uma amostra (o volume parcial molar para
água e etanol dependem da composição da
mistura).

Volume molar de excesso (VmE): Quando duas


substâncias puras são misturadas, as moléculas Fórmulas:
perdem suas identidades individuais.
As interações entre água e etanol reduzem o
volume ocupado pela solução na mistura final. O
volume resultante é denominado de volume de
excesso.

Volume molar ideal vs. volume molar real:


A diferença entre Videal e Vreal da solução resulta
de:
(a) diferenças entre as forças intermoleculares
presentes na mistura e aquelas nos
componentes puros. Em substâncias puras
todas as interações moleculares são
“idênticas”. Em sistemas binários é
necessário considerar as interações entre
as espécies: etanol-etanol; água-etanol;
água -água

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