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NANDA (Nursing Diagnoses):

É de suma importância que os enfermeiros que tratam pacientes com a


Síndrome de Ehlers-Danlos adquiram conhecimento sobre os diagnósticos de
enfermagem. Esse conhecimento lhes permite identificar esses diagnósticos de
forma fácil por meio da avaliação clínica dos pacientes, permitindo uma aplicação
efetiva dos mesmos. Essa abordagem contribui para a organização sistemática da
assistência de enfermagem e para a melhoria dos resultados dos cuidados
prestados.
Ao identificar os diagnósticos reais e potenciais a que os pacientes com
Síndrome de Ehlers-Danlos estão suscetíveis, amplia-se a possibilidade de
desenvolver cuidados de enfermagem mais precisos em relação aos problemas
clínicos que eles apresentam. Como resultado, é possível alcançar a resolução
desses diagnósticos de enfermagem e promover o bem-estar dos pacientes.

1- DEFINIÇÃO DO DIAGNÓSTICO DO PACIENTE:


 Síndrome de Ehlers-Danlos

2 - CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:

 Hipermobilidade articular: articulações que se movem além da


amplitude considerada normal.
 Pele elástica e frágil: pele que estica mais do que o usual e é mais
propensa a lesões, cortes e equimoses.
 Cicatrização anormal: cicatrizes hipertróficas ou queloides.
 Fragilidade vascular: veias e vasos sanguíneos frágeis e propensos a
rupturas.
 Hiperextensibilidade da pele: capacidade da pele de se esticar além do
normal.
 Fragilidade dos tecidos: tecidos conjuntivos mais frágeis, levando a
problemas nas articulações, ligamentos e tendões.
 Instabilidade articular: articulações que são facilmente deslocadas ou
subluxadas.
 Luxação recorrente: ocorrência frequente de deslocamento das
articulações.
 Cicatrizes atróficas: cicatrizes que são finas e de aparência
enfraquecida.
 História familiar: presença da Síndrome de Ehlers-Danlos em outros
membros da família.

3 - FATORES RELACIONADOS

 Fragilidade dos tecidos oculares: A Síndrome de Ehlers-Danlos pode afetar os


tecidos conjuntivos nos olhos, levando a uma fragilidade aumentada. Isso
pode resultar em condições como o enfraquecimento da córnea, do cristalino
ou da esclera.

 Ectopia lentis: Esta é uma condição em que a lente do olho está fora de sua
posição normal devido à fraqueza dos ligamentos suspensórios. Pode causar
visão turva, diplopia (visão dupla) ou dificuldade em focar objetos.

 Miopia: A miopia, também conhecida como "visão curta", é uma condição em


que os objetos próximos são vistos com clareza, enquanto os objetos
distantes parecem embaçados. A Síndrome de Ehlers-Danlos pode estar
associada a um maior risco de desenvolver miopia.

4- CONDIÇÕES ASSOCIADAS

 Fragilidade dos tecidos: Os tecidos conjuntivos mais frágeis podem levar a


problemas como hematomas frequentes e ferimentos que cicatrizam com
dificuldade.
 Disfunção autonômica: Alguns tipos de Síndrome de Ehlers-Danlos podem
estar associados a problemas no sistema nervoso autônomo, que controla
funções automáticas do corpo, como a regulação da pressão arterial e
frequência cardíaca.
 Problemas gastrointestinais: Pacientes com Síndrome de Ehlers-Danlos
podem apresentar distúrbios digestivos, como refluxo gastroesofágico,
disfunção esofágica e síndrome do intestino irritável.

 Problemas oftalmológicos: Condições como miopia, ectopia lentis


(deslocamento do cristalino) e fragilidade ocular podem estar presentes em
pacientes com a síndrome.
 Ansiedade: A presença de ansiedade é uma condição associada comum em
pacientes com Síndrome de Ehlers-Danlos. A ansiedade pode estar
relacionada às limitações físicas, instabilidade articular e dor crônica
associadas à síndrome. É importante avaliar e tratar adequadamente a
ansiedade nesses pacientes para promover seu bem-estar geral.

NIC (Nursing Interventions Classification):

1. Monitorar sinais vitais regularmente:

- Realizar a aferição da pressão arterial, frequência cardíaca, frequência


respiratória e temperatura conforme protocolo institucional.

- Registrar os valores obtidos e reportar qualquer alteração significativa à equipe


médica.

- Verificar a saturação de oxigênio por meio de oximetria de pulso.

2. Avaliar e registrar a dor do paciente, utilizando uma escala apropriada:

- Utilizar uma escala de dor validada para avaliar a intensidade da dor conforme
relatado pelo paciente.

- Registrar a pontuação da dor em intervalos regulares ou quando solicitado pelo


paciente.

- Oferecer intervenções analgésicas de acordo com as orientações médicas.


3. Observar a presença de muco no nariz e orientar a paciente a realizar higiene
nasal adequada:

- Realizar inspeção visual das narinas para avaliar a presença de muco ou


obstrução nasal.

- Orientar a paciente sobre técnicas adequadas de higiene nasal, como lavagem


com solução salina ou uso de spray nasal, conforme recomendado.

4. Fornecer informações sobre a importância de evitar o tabagismo e o consumo


excessivo de álcool, destacando os efeitos negativos desses hábitos na saúde:

- Realizar uma conversa educativa com a paciente, fornecendo informações sobre


os riscos associados ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool.

- Discutir os benefícios de parar de fumar e reduzir o consumo de álcool,


oferecendo suporte e estratégias para lidar com a dependência.

5. Orientar a paciente sobre a dieta adequada para sua intolerância à lactose:

- Avaliar o conhecimento da paciente sobre a intolerância à lactose e sua dieta


atual.

- Fornecer orientações claras sobre alimentos que devem ser evitados e


alternativas adequadas para garantir uma dieta equilibrada e sem lactose.

- Encaminhar a paciente a um nutricionista, se necessário, para auxiliar no


planejamento da dieta.

6. Proporcionar um ambiente tranquilo e acolhedor para ajudar a reduzir a


ansiedade:

- Criar um ambiente calmo, livre de estímulos excessivos e ruídos.


- Utilizar técnicas de relaxamento, como música suave, iluminação adequada e
privacidade, para promover a sensação de tranquilidade.

- Estabelecer uma relação terapêutica de confiança, oferecendo apoio emocional à


paciente.

7. Monitorar e registrar os efeitos colaterais dos medicamentos, especialmente


relacionados à sertralina e ritalina:

- Realizar uma revisão dos medicamentos em uso pela paciente.

- Observar e registrar quaisquer efeitos colaterais relatados pela paciente, como


náuseas, tonturas, insônia, entre outros.

- Comunicar a equipe médica sobre os efeitos colaterais observados para revisão


e ajuste do tratamento, se necessário.

8. Fornecer educação sobre a importância de seguir corretamente o esquema de


medicação prescrito:

- Explicar à paciente a importância de seguir a prescrição médica e os horários


corretos de administração dos medicamentos.

- Esclarecer dúvidas sobre posologia, interações medicamentosas e possíveis


precauções.

- Orientar a paciente a não interromper ou modificar a dosagem dos medicamentos


sem orientação médica.

9. Monitorar os sinais e sintomas de urticária e implementar intervenções para alívio


do prurido e desconforto:

- Observar a pele da paciente quanto à presença de urticária, vermelhidão ou


lesões cutâneas.

- Oferecer medidas de conforto, como aplicação de compressas frias ou uso de


loções calmantes, conforme indicado.
- Registrar qualquer mudança no quadro de urticária e relatar à equipe médica.

10. Avaliar a visão da paciente regularmente e encaminhá-la a um oftalmologista, se


necessário:

- Realizar avaliação visual, incluindo acuidade visual, visão periférica e alterações


na visão relatadas pela paciente.

- Encaminhar a paciente a um especialista em oftalmologia para exames mais


aprofundados, se houver suspeita de problemas de visão relacionados à síndrome
de Ehlers-Danlos.

NOC (Nursing Outcomes Classification):

1. Controle da dor:

- Paciente relata diminuição da intensidade da dor.

- Pontuação da dor diminui em relação à avaliação inicial.

- Uso adequado de analgésicos para alívio da dor.

2. Higiene nasal:

- Ausência de muco no nariz.

- Narinas limpas e sem obstrução.

3. Controle do tabagismo e consumo de álcool:

- Paciente expressa o desejo de reduzir ou cessar o tabagismo e consumo


excessivo de álcool.

- Demonstração de iniciativas para parar de fumar e reduzir o consumo de álcool.


4. Tolerância à lactose:

- Paciente relata aderência à dieta livre de lactose.

- Ausência de sintomas relacionados à ingestão de lactose.

5. Redução da ansiedade:

- Paciente relata níveis reduzidos de ansiedade.

- Utilização de estratégias de enfrentamento para lidar com a ansiedade.

- Melhora na qualidade de vida e bem-estar emocional.

6. Adesão ao regime medicamentoso:

- Paciente segue o esquema de medicação prescrito corretamente.

- Cumprimento das instruções de administração dos medicamentos.

- Não interrupção ou alteração da dosagem dos medicamentos sem orientação


médica.

7. Ausência de efeitos colaterais medicamentosos:

- Paciente não relata efeitos colaterais significativos relacionados aos


medicamentos.

- Tolerância adequada aos medicamentos prescritos.

- Monitoramento e gerenciamento eficaz dos efeitos colaterais quando presentes.

8. Alívio dos sintomas de urticária:

- Paciente relata melhora dos sintomas de urticária durante episódios de


ansiedade.

- Menor frequência e gravidade das crises de urticária.


- Implementação de medidas de alívio do prurido e desconforto.

9. Manutenção da visão adequada:

- Paciente relata melhora ou estabilidade da visão com tratamento adequado.

- Realização de exames oftalmológicos regulares para monitorar a saúde visual.

- Identificação precoce e manejo de problemas de visão relacionados à síndrome


de Ehlers-Danlos.

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