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21.Quais são os outros legitimados para a ACP? Explique brevemente.

Trata-se de mera faculdade, ou seja, não há obrigatoriedade, sendo:

A legitimidade das pessoas políticas: União, Estados, DF e Municipalidade


sendo que não há impedimento na propositura da ação em outros Estados,
contudo, só há legitimidade se houver interesse.

Já no caso das associações, pessoas jurídicas de direito privado, devem


atender os requisitos de pré-constituição de um ano e a pertinência
temática, por serem legitimação extraordinária, não autônoma.

A Defensoria Pública, através de convênios com a OAB, na defesa dos


necessitados – art. 134, CF/88.

22.Explique o papel do MP na ACP.

O MP quando não é o autor é custus legis e sempre falará por último,


pois sempre detém a vista posterior, pode ser litisconsórcio facultativo e
ulterior e tem como objetivo a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Está
disciplinado pelo art. 127, CF/88.

Na defesa dos interesses individuais coletivos a legitimação é ordinária


(em nome próprio e direito próprio) e autônoma (desvinculação do direito
material).

Na defesa dos interesses homogêneos a legitimação é extraordinária


(nome próprio e direito alheio) e autônoma (desvinculação do
direito material).

23.Cabe denunciação da lide em ACP? E chamamento ao processo? E Amicus


Curae?

Não, pois de acordo o art. 88, CDC, veda a denunciação da lide, apesar de
tratar da ação de regresso. Trata-se de responsabilidade solidária
(doutrina) e objetiva (não há o requisito da culpa ou dolo), em regra tanto
na relação consumerista como na proteção ambiental, já o chamamento
ao processo e o amicus curae são admitidos.

24.Como se dá a questão do ônus da prova em ACP?

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O CDC, em seu art. 6º, VIII, dita quanto aos direitos básicos do
consumidor no que tange a facilitação da defesa de seus direitos inclusive
a inversão do ônus da prova, a seu favor. Isto porque o CDC adota a teoria
dinâmica (modificada) pois há a distribuição do ônus da prova. Na
ACP incube ao autor a alegação e ao réu as provas de fato impeditivo,
modificativo, extintivo, conforme o CPC (art. 373) que adota ambas as
teorias, ou seja, dinâmica e estática (a lei). Cabe ao juiz, na análise do
caso concreto, no momento da decisão saneadora distribuir ou não o ônus
da prova.

25.Pode haver a desistência da ACP? Explique.

Sim, pois conforme dita o art. 5º, §3º da Lei de 7.347 (ACP) em caso de
desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o
MP ou outro legitimado assumira a titularidade ativa, pois o interesse é
coletivo, mas se fundada a desistência, o MP deve concordar, até
porque pode haver perda de objeto ou requisito em atendendo a
finalidade do judiciário.

Neste caso, há três entendimentos: (01) O juiz deve (minoritariamente),


art. 28, por analogia CPP, arquivamento e remessa ao PGR; (02) por
analogia ao Inquérito Civil, o promotor arquiva e remete ao Conselho
Superior do MP (CSMP), embora, em Súmula 25 do CSMP, não caiba ao
CSMP verificar a regularidade da desistência; (03) o juiz homologa o
arquivamento, sem apreciação do mérito (majoritário), sendo assim
possível a propositura de nova ação futura;

26.Pode haver liminares em ACP? Explique.

Sim, pois o art. 12 da Lei 7.347 (ACP) dita que o juiz poderá conceder
mandado liminar, com o sem justificação prévia, em decisão sujeita a
agravo.

Audiência de justificação visa colher elementos para liminar, não tem


objetivo de instrução. Produz-se provas somente para fins de análise
para julgar o cabimento ou não da liminar;

27.Qual recurso caberá da decisão em ACP? Quais são os seus efeitos? Explique.

Da decisão que concede o pedido liminar caberá agravo de


instrumento, que uma vez deferido tem o efeito de suspender a execução
da liminar, conforme dita o art. 12, § 1º da Lei 7.347 (ACP).

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28.Quais as hipóteses em que caberão a impossibilidade de liminar?

São as hipóteses de impossibilidade de liminar:

o Ato em que caiba recurso administrativo, com efeito suspensivo,


independentemente de caução;

o Compensação de crédito tributário;

o Reclassificação de servidores públicos, ex.: aposentado, determinação


de pagamento de diferença de vencimentos que por lei
desvaloriza monetariamente;

o Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior (ex.:


exceto em caso de perecíveis – flores, maquinários de
diagnóstico) – ou seja, quando a questão maior é mais relevante,
ou seja, a vida, em detrimento a questão menor (o tributo);

29.Em que casos haverá a suspensão da liminar?

Nos casos em que há suspensão da liminar:

o Manifesto interesse público;

o Flagrante legitimidade para evitar lesão à ordem e a segurança


pública;

30.Explique a questão da multa na ACP.

A aplicação de multa tem caráter de indenização.

Os valores de multa e valores de condenação, como regra geral,


ACP, art. 13, destinação do fundo que visa a recuperação dos bens
lesados, por interesse da União ou Estadual.

A aplicação da multa astreinte (diária) não tem limites com amparo


legal, geralmente os juízes fixam os limites inadvertidamente e sem
pacificação doutrinária, para o Prof. não aplica multa diária, mas quando
aplica não impõe limites temporais para incentivar a obrigação de fazer;

Já a multa liminar é a dada liminarmente para se fazer cumprir a


obrigação de fazer ou não fazer.

31.Explique os Recursos na ACP.

Em regra geral, para a ACP, os recursos tem efeito somente devolutivo,


mas o art. 14 o juiz poderá conferir efeito suspensivo a fim de evitar dano
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irreparável à parte.

32.Como se dá a execução na ACP?

Conforme determinado pelo art. 15 da Lei de ACP, decorridos 60 dias do


trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora
lhe promova a execução e tendo motivos fundados, deverá fazer o MP,
tendo como facultativa a iniciativa aos demais legitimados.

33.Explique a questão da coisa julgada na ACP, bem como sua natureza jurídica.

A coisa julgada na ACP e de acordo com o art. 16 da mesma lei fará coisa
julgada erga omnes, porém nos limites da competência territorial do órgão
prolator. Em contraponto, o art. 103, do CDC, explica que a natureza
jurídica da coisa julgada na ACP é erga omnes e ultra partes, sendo:

Se o interessado for difuso, erga omnes, exceto se por insuficiência de


provas, caso em que se pode ingressar com nova ação, se coletivo ultra
partes e se individual homogêneo erga omnes.

34. Como se dá a questão da antecipação das despesas na sucumbência?

Tanto a ACP, em seu art. 18, quando o CDC, no art. 87, determinam que
nas ações coletivas não haverá adiantamento de custas, salvo se
comprovada má-fé, porém a Súmula 232 do STJ explica que a
Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do
depósito prévio dos honorários periciais.

35. Quais são as peculiaridades da aplicação da lei da pessoa com


deficiência na ACP?

Regida por lei especial (Lei 7.853/89), em seu art. 3º prevê a intervenção
do MP em todas as ações propostas por este (pessoa com deficiência) como
parte, pela sua simples presença.

O art. 4º, determina que a coisa julgada produzida efeito erga omnes e no
caso de improcedência (§1º) ensejará o reexame necessário, ou seja, o
duplo grau de jurisdição.

36. Quais são as peculiaridades da aplicação no mercado de capitais na


ACP?

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No caso, a lei especial, 7.913/89, art. 1º, concede ao MP legitimidade ativa
para propor ação (de ofício ou por solicitação da CVM) para a defesa
coletiva dos investidores do mercado de valores mobiliários, pois entende
como autêntica defesa dos interesses individuais homogêneos, conforme
classificação doutrinária.

A finalidade é de evitar prejuízo ou obter ressarcimento e caberá


diante de operação fraudulenta, informação privilegiada, seja por ação ou
omissão (I, II e III).

O art. 2º determinará que neste caso, as importâncias relacionadas à


condenação reverterão aos investidores lesados, na proporção dos seus
prejuízos.

37. Quais são as peculiaridades da aplicação na proteção das crianças


na ACP?

Regido por lei especial, Lei 8.069/90, o ECA, em seu art. 214 explica
que os valores obtidos a título de multas serão revertidos aos fundos
geridos pelo Conselho dos Direitos das Crianças e do Adolescente a que
se refere o município.

Poderá o juiz aplicar efeito suspensivo ao recurso (art. 215).

Haverá remessa necessária ao juízo competente (art. 216), uma vez


transitado em julgado a sentença, para apuração de responsabilidade civil
e administrativa do Poder Público.

A execução ocorrerá em 60 dias do trânsito em julgado da sentença


condenatória, pelo MP, facultada a iniciativa aos demais legitimados (art.
217).

Caberá condenação por má-fé por parte da autora (associação) em caso


de pretensão infundada.

38. Quais são as peculiaridades da aplicação na improbidade administrativa


na ACP?

O art. 17 da Lei 8.429/92 determina como legitimado ativo o Ministério


Público ou a pessoa jurídica interessada, ocorre que quando a demanda
tiver sido ajuizada pelo MP, este estará sempre defendendo pessoa a
jurídica interessada.

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Apesar de vedar a transação e a conciliação nas hipóteses de
improbidade, o agente poderá reparar o dano, mas não o isentará das
sanções previstas no art. 12 da referida lei.

Dá-se o prazo de 15 dias antes mesmo da citação para manifestação,


defesa prévia do réu.

O valor da condenação (multa) reverterá ao autor da ação.

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Caberá ainda o afastamento do agente do cargo ocupado, quando este
vier a atrapalhar a investigação.

39. Quais são as peculiaridades da aplicação na proteção aos idosos


na ACP?

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) confere ao protegido a competência


para o ingresso da ação no seu próprio domicílio (art. 80), mas se houver
mais de um, caberá o princípio da prevenção.

O valor da condenação (multa) (art. 84) reverterá ao fundo do idoso, do


município, onde houver.

40. Qual a diferença entre a tutela penal e administrativa na ACP?

Na tutela penal caberá a responsabilização na seara ambiental tanto


para a pessoa física quanto jurídica, nos termos do art. 225, §3º, CF, e que
implicará na aplicação de todas as sanções penais previstas, exceto a
privativa de liberdade para a pessoa jurídica. Nesta, depende-se da
intervenção judicial.

Já na tutela administrativa, que independe de intervenção judicial, ou


seja, a aplicação do poder de polícia (autoexecutoriedade) na imposição de
sanções, mediante processo administrativo, exceto a sanção de
demolição, que depende de autorização judicial. Caberá 3 categorias de
sanções: as de caráter pecuniário, as que recaem sobre o produto e/ou
sobre o estabelecimento.

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