Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONHECIMENTO E ORGANIZAÇÃO................................................. 3
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS E A
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL.............................................23
O presente capítulo abordará o conhecimento No Brasil, desde 1924, se percebe uma verda-
e as organizações, pois para se manterem com- deira revolução nas organizações. Esta situação
petitivas as empresas precisam empregar novos vem ao encontro do que estão passando as orga-
conhecimentos na gestão operacional, adminis- nizações no mundo todo com o advento da tec-
trativa e humana. nologia da informação. O ambiente tecnológico
forçou uma nova cultura nas empresas, como, por
No atual contexto do mercado de trabalho a exemplo, o papel da própria instituição bancária,
economia da informação tem seu papel primor- onde antigamente o cliente era obrigado a dirigir-
dial e de grande força para ser gerenciado pelos se a alguma agência bancária para realizar paga-
gestores das organizações. De acordo com Fleury mentos, transferências e outras atividades finan-
et al (2008, p. 51) alguns futuristas prevêem que ceiras; hoje em dia, todo esse processo pode ser
a organização hierarquizada da economia indus- feito diretamente pelo cliente através da internet.
trial ou da “segunda onda” dará lugar às orga-
nizações “planas”, as corporações “vazias”, as A partir de tantas mudanças impostas pelo
empresas “virtuais” ou as comunidades “eletrô- ambiente externo é necessário cada vez mais que
nicas” da “terceira onda”. as organizações utilizem da sua habilidade parti-
cular para usufruir do conhecimento, conseqüen-
A terceirização e a subcontratação cada vez temente simplificando a estrutura interna. Perce-
mais serão as responsáveis nas organizações pelo be-se que na maioria das organizações há uma
processo de enxugamento. Estamos numa era em dificuldade muito grande no gerenciamento do
que a organização formal está deixando espaço conhecimento, do topo para a base assim como
aos mercados que se auto-organizam. Como nos da base para o topo. O que causa o lamento de
Estados Unidos, que tiveram uma trajetória de muitos gestores por não conseguirem aproveitar
fusões envolvendo trilhões de dólares. Vejamos a riqueza de conhecimento que possuem na sua
na figura 1 algumas grandes fusões. própria organização.
Figura 1 – Gigantescas Fusões
3
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
A gestão do conhecimento deve ser aplicada meio de processos internos, seja por meio de pro-
nas organizações como forma de adquirir resul- cessos externos às empresas. A tabela 1 resume e
tados em termos de desempenho superior. Fleury antecipa, a partir de modelos “ideais e opostos”,
et al (2008, p. 19) conceituam a gestão do co- algumas das mudanças que estão ocorrendo na
nhecimento como a tarefa de identificar, desen- economia e no interior das organizações a partir
volver, disseminar e atualizar o conhecimento es- da gestão do conhecimento. (TERRA, 2005, p.
trategicamente relevante para a empresa, seja por 59).
4
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Conhecimento
com uma troca explícita de conhecimento, possui
apenas valor limitado, a menos que você trabalhe
e o Indivíduo
para alinhar as práticas básicas.
5
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
conhecimento
prática de outras comunidades (FLEURY, 2008,
p.76).
O maior desafio das organizações é interme- Os tradutores não precisam fazer parte da co-
diar o conhecimento que irá alinhar as práticas. munidade, podem ser consultores externos ou
Existem três tipos de intermediações: mediadores, mas devem dominar o conhecimen-
to da comunidade em que estão. Fleury (2008, p.
76) acrescenta ainda sobre o papel dos tradutores:
6
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
planos, programações e outros documentos orga- pois o perfil das organizações mudou em
nizacionais tornam-se objetos de fronteira signi- virtude do advento da tecnologia.
ficativos (FLEURY, 2008, p. 78).
( ) Percebe-se que na maioria das organiza-
Nas organizações há necessidade de se valo- ções há uma dificuldade muito grande no
rizar o conhecimento considerando uma análise gerenciamento do conhecimento, apenas
de hierarquia x mercado, organização x indi- da base para o topo.
víduo e estrutura x espontaneidade. É primor-
dial que os gestores definam claramente o papel ( ) O conhecimento, no paradigma da era do
do conhecimento nas organizações e o papel da conhecimento, se refere a ser visto como
organização no conhecimento. recurso e, não como foco.
Referências
( ) O conhecimento adquirido em outras or-
ganizações, não deve ser aplicado pelos
Comentadas
funcionários em outras organizações, de
forma a não gerar conflito.
FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JR., ( ) O maior desafio das organizações é inter-
Moacir de Miranda (org.). Gestão Estratégica mediar o conhecimento que irá alinhar as
do Conhecimento: integrando aprendizagem, práticas através da intermediação por par-
conhecimento e competências. 1 ed. São Paulo: ticipação, por tradução e por objetivos de
Atlas, 2008. fronteiras.
Bibliografia
pesquisadores e profissionais de Planejamento e
Desenvolvimento (P&D) das empresas, para des-
pontar como um dos assuntos mais polemizados
e menos compreendidos. Procurando avançar FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JR.,
nessa questão e trazer uma contribuição signi- Moacir de Miranda (org.). Gestão Estratégica
ficativa não só para o mundo acadêmico, mas, do Conhecimento: integrando aprendizagem,
principalmente, para as empresas brasileiras, conhecimento e competências. 1 ed. São Paulo:
esta coletânea foi organizada. Reúne artigos de Atlas, 2008.
pesquisadores internacionais e nacionais sobre
temas como Gestão do Conhecimento, Aprendi- HAYES, David k; NINEMEIER, Jack D. Gestão
zagem Organizacional, Competências Essenciais de Operações Hoteleiras. Tradutores Vivian Fiti-
e apresenta o resultado de estudos realizados em paldi e Beth Honorato. São Paulo: Pearson Pren-
diferentes países. tice Hall, 2005.
Autoestudo
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do Co-
nhecimento: o grande desafio empresarial. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005.
1. Você foi convidado por uma revista de negó-
cios a escrever uma matéria sobre gestão do
conhecimento nas organizações. Com base
no que foi apresentado neste capítulo, escreva
Conhecimento e Organização
7
www.ulbra.br/ead
APRENDIZADO E
CONHECIMENTO TÁCITO
“Apesar de usarmos o termo “criação de conhecimento organizacional”, a orga-
nização não pode criar conhecimento sozinha, sem a iniciativa dos indivíduos e
das interações que acontecem em equipe.”
I. Nonaka & H. Takeuchi
O presente capítulo abordará o aprendizado e
o conhecimento tático, apresentando também a
utilização da criatividade como forma de estimu-
lar a geração de conhecimento.
8
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
De acordo com Terra apud Peter Senge (2005, No contexto da teoria gerencial de Mitzen-
p. 68), a angústia é como “tensão criativa”: uma berg, um dos primeiros teóricos organizacionais,
força resultante da tendência natural dos indi- o aprendizado individual e a intuição são os as-
víduos em buscar uma solução para as tensões pectos relevantes por ele abordados. Nos seus
encontradas, que surgem em função da discre- estudos, apresentam que a intuição ou o conheci-
pância entre a realidade percebida e a realidade mento implícito tem um papel fundamental para
desejada. a tomada de decisão dos gestores. Segundo as ci-
ências médicas, o cérebro humano apresenta dois
Para as organizações é fundamental que se te- hemisférios distintos.
nha o caminho da tensão criativa para se resolver
os problemas. Este caminho é através da persis- Analisando o hemisfério direito do cérebro,
tência, paciência, compromisso com a verdade encontraremos o processamento simultâneo, ho-
e a utilização de forças do subconsciente. Este lístico e relacional que é utilizado pelos gestores
caminho direciona para o domínio pessoal, o que diariamente nas suas tomadas de decisões. No
torna as pessoas mais preparadas para atingir os hemisfério esquerdo, encontraremos a forma li-
resultados. near, seqüencial e lógica; é considerado por Terra
(2005, p. 72) o lado explicitável, enquanto aquele
No processo de inovação, o conhecimento tá- “mais sombrio”,adquirido pelo lado direito, vem
cito ou inconsciente está associado aos seguintes a ser o implícito.
propósitos:
Conhecimento Tácito
9
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Vamos averiguar as características dos indi- Quanto às características dos ambientes, estas
víduos, pois quando falamos em transferência podem influenciar no processo de transferência
de conhecimento verificamos que a capacitação do conhecimento. As empresas que têm missões,
individual, a formação pessoal e a atitude são os visões e valores mais “nobres” possuem uma
influenciadores no processo. adaptação melhor. Nas empresas em que o apren-
dizado é fomentado de forma coletiva, onde há
A capacidade de articulação escrita e falada investimento para mecanismos informais para a
possui papel relevante dentro das características troca de idéias, os conflitos oriundos dos símbo-
dos indivíduos, pois as mensagens, escritas ou los de status são menos freqüentes.
faladas são aceitas e absorvidas por outros.
O conhecimento no atual contexto está cada
vez mais diluído entre as pessoas que fazem par-
Pessoas com melhor formação, perso- te da equipe de trabalho, pois as fontes de infor-
nalidade flexível e capacidade de ouvir mações, a preparação através de treinamentos e
e articular bem suas questões tem me- busca e conhecimentos são muito mais assíduos.
lhor possibilidade de absorver e incor-
Para um melhor processo de transferência de
porar novos conhecimentos.
conhecimento há a necessidade de investimentos
em estruturas humanas e tecnologia.
Conhecimento Tácito
Aprendizado e
11
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
mano ou ainda no conhecimento tácito que seus 1. Visão e estratégia – nesta dimensão apresenta
funcionários possuem. o papel indispensável da alta administração
que define os campos de conhecimento onde
A gestão do conhecimento das organiza- os funcionários deverão focar os seus esforços
ções está na capacidade de aproveitar as fontes e de aprendizagem.
os tipos de conhecimento, podendo assim desen-
volver competências específicas e chegar ao que 2. Cultura Organizacional – a cultura organiza-
a empresa precisa, ou seja, capacidade inovadora. cional deve estar direcionada para a inovação,
experimentos, foco no aprendizado continuo
Utilizando todos os potenciais de conhe- visando os resultados de longo prazo e bus-
cimento existentes na organização pode resultar cando a otimização em todas as áreas.
em:
3. Estrutura Organizacional – As novas estrutu-
ras organizacionais estão baseadas no desen-
volvimento das atividades em equipes multi-
disciplinares com elevado grau de autonomia
nas mais diversas empresas.
Conhecimento Tácito
Aprendizado e
12
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
do contato pessoal e do conhecimento táci- são mais aprofundada do modelo das sete dimen-
to como também um ambiente de confiança, sões da Gestão do Conhecimento e ampliação do
transparência e colaboração para o sucesso conteúdo, com novas análises e atualização de in-
das atividades. dicadores, novos casos, conceitos e ferramentas.
Na ‘era do conhecimento’ é necessário ser mais
6. Mensuração de resultados - Nesta dimensão criativo, participativo, envolvido e determinado.
podemos frisar a importância da avaliação de Apesar de isso ser de conhecimento comum, a
várias dimensões do capital intelectual. implementação desses conceitos é bastante di-
fícil. Este livro discute casos práticos e mostra
7. Aprendizado com o ambiente – É fundamen- caminhos e formas inovadoras e criativas de or-
tal que as empresas realizem um processo de ganização que permitem um fôlego novo às em-
aprendizado com o ambiente, por meio de presas e dão base para o crescimento sustentado.
alianças corporativas e com o relacionamento
Autoestudo
com os clientes.
Referências
vemos lembrar que conhecimento é com-
modity.
Comentadas
Conhecimento Tácito
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do Co- nas pelos processos, infra-estrutura e ca-
nhecimento: o grande desafio empresarial. Rio racterísticas do ambiente.
de Janeiro: Elsevier, 2005.
( ) O modelo de conversão do conhecimento
‘Gestão do Conhecimento’, com uma discus- é composto pela socialização, externaliza-
13
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Gabarito: F, F, F, V, V
Bibliografia
FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JR.,
Moacir de Miranda (org.). Gestão Estratégica
do Conhecimento: integrando aprendizagem,
conhecimento e competências. 1 ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
Conhecimento Tácito
Aprendizado e
14
www.ulbra.br/ead
APRENDIZAGEM
EM REDES
INTERORGANIZACIONAIS
Construindo o conhecimento entre as organizações.
A constante busca por estratégias inovadoras das bem como a melhora dos procedimentos
fez surgir novas formas de gestão. Uma das for- das competências existentes faz com que ex-
mas encontradas são as redes interorganizacio- periências com outras sejam menos atraentes.
nais, onde empresas compartilham de objetivos Encontrar o equilíbrio adequado torna-se par-
comuns, aprendizado, interação e coordenação. ticularmente difícil pelo fato de que os mes-
O aprendizado em rede é a aprendizagem no mos problemas ocorrem no nível individual,
contexto de grupos ou pares de organizações que organizacional e social. O uso da exploração
estão propensos a cooperarem, segundo Knight em determinadas situações pode não trazer
(2002). O presente capítulo apresenta a teoria retorno esperado, porque o que pode ser bom
sobre o processo de aprendizagem em redes in- em determinado momento histórico pode não
teorganizacionais. ser bom em outro momento, bem como o que
pode ser bom em longo prazo pode não ser
Aprendizagem
apropriado no curto prazo. O aprendizado das
organizações através da experiência divide os
recursos entre exploração e aproveitamento.
A aprendizagem organizacional é considerada A certeza, rapidez, proximidade e clareza no
por Ortenblad (2001, p. 126) como atividade ou retorno são os pilares do aproveitamento, re-
processo de aprendizagem que ocorre nas organi- sultando em retorno mais rápido e preciso do
zações sem nenhum esforço, como algo natural. que a exploração (MARCH, 1991);
Envolve o processamento de informações que pos-
sibilita a inovação de produtos/ serviços e é o meio • Envolvimento de diferentes níveis de
pelo qual as empresas alcançam a renovação estra- aprendizagem do indivíduo, do grupo e da
tégica (CROSSAN, LANE E WHITE, 1999). As organização;
premissas básicas para que o processo da aprendi-
zagem organizacional ocorra se refere a: • Desenvolvimento de um processo que
abrange a intuição (experiências, imagens e
• Criação do ambiente da aprendizagem orga- metáforas), interpretação (linguagem, mapa
nizacional, que envolve uma tensão entre a cognitivo, conversação/diálogo), integração
exploração de novas aprendizagens (explo- (compreensões compartilhadas, ajuste mú-
ration) e a aprendizagem já aprendida (ex- tuo e sistemas interativos) e institucionali-
ploitation). Nos estudos organizacionais, o zação (rotinas, sistemas de diagnósticos, re-
problema de equilibrar exploração e aprovei- gras e procedimentos) do conhecimento e;
tamento está exposto na distinção entre o uso
de uma tecnologia já existente e a invenção • Cognição que afeta a ação e vice-versa.
de uma nova. É observado que a exploração
de novas alternativas reduz a velocidade com Este processo dinâmico da aprendizagem
que as competências existentes são melhora- pode ser visto na figura 1.
15
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Este processo surgiu como forma das empre- de as empresas deixarem de ficar presas a sua le-
sas deixarem de ficar presa a sua legitimidade, gitimidade, rejeitando assim oportunidades para
rejeitando assim oportunidades para a aprendiza- a aprendizagem. O processo de alimentação do
gem. O processo de alimentação do aprendizado aprendizado vai do nível individual, passando
vai do nível individual, passando pelo grupo até pelo grupo até chegar à organização, onde nes-
chegar à organização, onde neste ponto o apren- te ponto o aprendizado será institucionalizado e
dizado será institucionalizado e dará um impacto promoverá um impacto (retorno) ao aprendizado
(retorno) ao aprendizado individual e do grupo. individual e do grupo. É um processo contínuo.
É um processo continuo.
Outra investigação realizada por Ziets-
Outra investigação realizada por Ziets- ma et AL (2002) procuraram uma compreensão
ma et AL (2002) procuraram uma compreensão melhor do modelo proposto por Crossan, Lane
melhor do modelo proposto por Crossan, Lane e White (CLW). Os autores encontraram que
e White (CLW). Os autores encontraram que enquanto o modelo de CLW incidia na intuição
enquanto o modelo de CLW incidia na intuição no nível do individuo, descrito como uma etapa
no nível do individuo, descrito como uma etapa subconsciente e pré-verbal, as evidências mostra-
subconsciente e pré-verbal as evidências mostra- ram outro processo, o que os autores chamaram
ram outro processo o que os autores chamaram de “Attending (atendimento)”. Este processo de
de “Attending (atendimento)”. Este processo de informações mais ativo é oriundo do ambiente.
informações mais ativa é oriundo do ambiente. Outro ponto apresentado se refere à interpreta-
Outro ponto apresentado se refere à interpreta- ção individual, onde os autores encontraram um
ção individual, onde os autores encontraram processo paralelo, chamado “experimenting (ex-
um processo paralelo, chamado “experimenting perimentação)”. Os indivíduos e os grupos ex-
(experimentação)”. Os indivíduos e os grupos perimentam, e os resultados das suas ações dão
experimentam, e os resultados das suas ações subsídios às suas interpretações cognitivas. O
dão subsídios as suas interpretações cognitivas. resultado de uma experimentação má sucedida
Aprendizagem em Redes
O resultado de uma experimentação má sucedi- pode ser usado para ajustar as interpretações, en-
da pode ser usado para ajustar as interpretações, quanto os resultados de sucesso da experimenta-
Inteorgarnizacionais
enquanto os resultados de sucesso da experi- ção podem auxiliar na intuição dos indivíduos,
mentação podem auxiliar na intuição dos indi- na integração e na institucionalização do apren-
víduos, na integração e na institucionalização dizado. A figura 2 mostra o modelo de CLW
do aprendizado. A figura 2 mostra o modelo de adaptado com as melhorias propostas por Ziets-
CLW adaptado com as melhorias propostas por ma et AL.
Zietsma et AL: Este processo surgiu como forma
16
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
As grandes equipes são organizações que et AL (2204) é um conjunto de nós e laços que
aprendem, através dos indivíduos e dos grupos representam a relação, ou falta de relacionamen-
que o compõem. Sua capacidade de criar, e a to entre os nós. Os nós são agentes (indivíduos,
verdadeira aprendizagem “está intimamente rela- unidades de negócios ou organizações). O conte-
cionada com o que significa ser humano” (Sen- údo específico das relações é representado pelos
ge, 1990, p. 22). Dessa forma, as organizações laços pelos quais é limitado pela imaginação do
devem desenvolver cada vez mais os processos pesquisador.
de aprendizagem para se tornarem cada vez mais
competitivas no ambiente mercadológico. As redes de cooperação surgem como uma
necessidade de mercado; Verschoore (2004) afir-
Redes
ma que os consumidores do século XXI exigem
competências além daquelas que uma empresa
Interorganizacionais
isoladamente pode desenvolver. Com esse tra-
balho mútuo as empresas podem ter acesso ao
conhecimento e aprendizado, redução de custos
As organizações modernas estão vivendo um e maior ampliação de escala. Ações que são tra-
período em que a competição e a cooperação balhadas para o benefício de todos e não em prol
configuram as relações econômicas, pois confor- de uma ou outra empresa, como Verchoore apud
me Balestrin e Verschoore (2008, p. 34): Olson (2004) afirma:
tivas não está mais na empresa de forma ção proporcionada por sua consecução”
isolada, mas em toda a sua rede de relacio- (Olson, 1999).
namentos.
Os principais atributos das redes que pa-
Para conseguir estabelecer esta cooperação é recem essenciais dentro de uma perspectiva es-
preciso trabalhar em rede, que conforme Brass tratégica são apresentados por Balestrin e Vargas
17
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
apud Marcon & Moinet (2002): altas barreiras que podem proteger os atores inte-
grantes da rede.
a) Fluidez – significa a capacidade de flexibili-
dade e adaptabilidade das redes. As redes se As principais vantagens das redes de coope-
adaptam melhor às novas dimensões do am- ração são de acordo com RIBAULT et al. (1995):
biente. Essa propriedade fundamental per-
mite às redes efetuarem quatro tipos de inter- • Cada uma das empresas de uma rede pode
relações: 1) dentro do espaço – a rede permite aprofundar uma especialização. É em ní-
colocar em relação subconjuntos ou unidades vel do conjunto de rede que se faz a pere-
geograficamente dispersas; 2) dentro do tem- nidade de todo o know how das atividades;
po – a rede assegura a permanência das liga-
ções entre atores; 3) dentro do ponto de vista • As empresas de uma rede podem, desse
social – a rede permite colocar em relação modo, tornar-se o reflexo da atividade eco-
atores em condições diferentes, sem implicar nômica dessa rede. Essa é uma maneira de
na mudança dessa condição; e, 4) dentro do pôr em prática o modelo da cadeia de valor
ponto de vista organizacional – a rede pode de Porter;
tornar-se uma alternativa à forma de organi-
zação burocrática; • As empresas escolhem-se por afinida-
de. Podem constituir uma rede profunda-
b) Finalidade – é a razão de ser política, religio- mente original relativamente às empresas
sa, filosófica, científica, econômica, cultural concorrentes, conferindo a si próprias um
e social das redes. Essa finalidade se encontra grau elevado de exclusividade.
por vezes incorporada dentro dos membros
da rede. No entanto, ela é necessária e orienta • Dentre os vários aspectos apresentados na
habitualmente as escolhas da dimensão ética formação de redes interorganizacionais
dentro da qual evolui a rede e inspira seus pro- um ponto que é salientado pelos diversos
jetos. autores é o aprendizado que ocorre entre
as empresas que fazem parte da rede. Com
c) Capacidade de realizar economias relacionais base nisso vamos analisar a seguir como
- a rede reduz a dispersão de esforços e permi- ocorre o processo de aprendizagem em re-
te um ganho de tempo. A interconexão entre des interorganizacionais.
os atores significa agilidade.
em Redes
texto específico das redes são particulares. A
aprendizagem coletiva apresenta a lógica do
Interorganizacionais
ciclo de aprendizagem, ou seja, cada um evo-
lui em função do outro.
nam-se lucrativas em novos nichos de produtos e fica restrito ao nível individual, mas que pode ser
mercados; c) elas poderão resultar de um melhor aplicado em outros níveis conforme apresentado
Inteorgarnizacionais
18
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
apesar de todos os atores aprenderem com todos acelera a taxa de inovação tecnológica; a crença
conforme apresentado na tabela 1. na colaboração potencialmente gera transforma-
ção em todos participantes e a colaboração pro-
Figura 3 – Níveis de aprendizagem priamente torna-se uma dimensão competitiva.
Esta nova lógica de organização, através da cola-
boração, é vista uma estratégia para ter acesso a
novos conhecimentos (aprendizagem), conexão a
uma rede interorganizacional e forma de ingresso
em uma comunidade (POWELL, 1998).
Alta
T-Learning D-Learning
Sensibilidade
ao preço Aprendizado imbricado na Sistemas dualistas de
tecnologia aprendizagem
Profissional ou clãs
Inteorgarnizacionais
20
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Autoestudo
cientes. Os processos de decisão têm que confiar
na aprendizagem intensiva por explorar, apren-
der-por-experimentação e de aprendizagem-por-
fazer. 1. Nenhuma organização trabalha sozinha, há
sempre uma interação com outras organiza-
O eixo vertical consiste na dicotomia de ques- ções. Como funciona o processo de aprendi-
tões de mercado. A extremidade inferior do eixo zagem entre a empresa que você trabalha com
ilustra uma situação de limitação da sensibilida- outra organização?
de aos preços. Organizações poderiam abordar
esta situação, quer através do dispositivo de pro- 2. Responda as questões abaixo utilizando as
teção contra a influência da concorrência ou atra- alternativas “V” para verdadeiro e “F” para
vés de inovação contínua e rápida para mantê-las falso.
em uma posição vantajosa. Ambas as estratégias
possuem o foco na existência e manutenção de ( ) A aprendizagem organizacional é uma
conhecimentos e adaptação à aprendizagem es- atividade ou processo que ocorre nas or-
tratégias. ganizações com muito esforço, como algo
proposto pela alta direção.
Alta sensibilidade aos preços ocorre quando
concorrentes ou consumidores são munidos com ( ) As grandes equipes são organizações que
informações substanciais. Alternativamente, alta aprendem, através dos indivíduos e dos
sensibilidade aos preços também ocorre quando grupos que o compõem.
os produtores possuem acesso fácil a informa-
ções sobre questões operacionais. ( ) Os principais atributos das redes que pare-
cem essenciais dentro de uma perspectiva
Referências
estratégica são fluidez, finalidade, capaci-
dade de realizar economias relacionais e
Comentadas
capacidade de aprendizagem.
Bibliografia
das estratégias mais eficazes para a competitivi-
dade no atual mundo dos negócios. Calcados em
Inteorgarnizacionais
21
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
CROSSAN, Mary M.; LANE, Henry W.; WHI- ZIETSMA, Charlene; WINN, Monika; BRAN-
TE, Roderick E. An Organizational Learning ZEI, Oana; VERTINSKY, Ilan. The War of the
Framework: From Intuition to Institution. The Woods: Facilitators and Impediments of Organi-
Academy of Management Review. V. 24, n° 3, zational Learning Processes. British Journal of
pp. 522-537, 1999. Management, V. 13, S61-S74, 2002.
22
www.ulbra.br/ead
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS
E A APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL
“Empresas devem ser pensadas como um conjunto de competências essenciais, ou
seja, habilidades e tecnologias que permitem a uma empresa oferecer benefícios aos
clientes”.
Hamel & Prahalad
O presente capítulo abordará questões re- cial como relacionalmente, ou seja, nas relações
lacionadas com as competências gerenciais e a com os clientes, fornecedores e empregados.
aprendizagem organizacional. Também será tra-
tado o agir x pensar voltado para o ambiente or- Nos últimos anos o tratamento de requisito da
ganizacional. mudança tem seguido a seguinte configuração:
23
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Aspectos Relevantes a
e treinamento, a qual deveria ser a propulsora de
novos padrões de performance ou desempenho.
Competências
O que ocorre é que os programas de formação
e desempenho não focalizam sua relação com a
noção de competência.
Dimensões das Competências
O processo de transformação e efetivação
como forma de competência pode ser proporcio-
nado pelas experiências e vivências exploradas
nos programas de formação e/ou treinamentos.
24
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
25
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Aprendizado Prático
Ser e agir (competências) devem estar
associados a novos princípios e práti- A rede Benetton foi criada a partir de um
processo de tentativa e erro – experimentando e
cas de gestão.
registrando as operações – a cada etapa do desen-
volvimento da empresa. Por exemplo, Luciano
Benetton não tinha fé na prospecção de mercado
Tipos de Aprendizagem
convencional. Acreditava que aprenderia mais
sobre o mercado abrindo uma loja do que lendo
volumes de estudo.
O processo do aprendizado nas organizações
pode ocorrer de forma teórica e prática. Vejamos A sua filosofia de administração estru-
abaixo o detalhamento de cada um desses apren- turou-se em três princípios claros: “ O que é ver-
dizados. dadeiramente essencial é pouco; é importante
ser criativo; não devemos ter medo de cometer
erros”. Isso é simples, mas muito poderoso.
Aprendizado Teórico
Os processos de aprendizagem pela prá-
O gerente geral de uma das unidades empre- tica, como o que é utilizado na Benetton, come-
sariais de uma grande organização alemã assistia çam com a incorporação de novas informações
a um workshop de três dias sobre reestruturação a um corpo de conhecimentos já existentes. Isso
dos processos de administração. No meio do indica uma relação causal e é em função dela
seminário, disse: “Certo, mudanças suficien- que se tomam e se implementam as decisões de
tes já foram propostas. Agora vamos parar de atribuição dos recursos. Então, os resultados são
falar e voltar a trabalhar” e cancelou o resto do comparados com as expectativas e são revistas as
workshop. causas de alguns desvios. Os novos conhecimen-
tos produzidos por esse processo são utilizados
O que ele queria dizer com trabalhar? para atualizar o corpo de conhecimentos existen-
Queria dizer que tentar compreender como as te.
coisas funcionam não é trabalho? Ou que con-
duzir uma equipe talentosa na direção certa não Mas isso não significa que não há aná-
é trabalho? Ele acredita que a cooperação é algo lise antes da tomada de decisões, ao contrário.
ruim ou que aprender é algo a ser evitado? Talvez Na Benetton, as opiniões são cuidadosamente se-
tenha medo de que os subordinados pensem? paradas da informação e as relações causais são
revistas mediante a análise e a aprendizagem pela
Esse tipo de evento não deveria ser con- prática. Os dois processos são repetitivos e com-
siderado perda de tempo. O trabalho em grupo, plementares. Fonte: Silva (2005, p. 76)
quando bem organizado, permite partilhar dados,
informação, idéias e conhecimentos sobre as me- Há necessidade, em qualquer processo
lhores práticas de administração. As organiza- de tomada de decisões, de encontrar o equilíbrio
e a Aprendizagem Organizacional
ções aprendem quando os grupos de pessoas que entre a teoria e a prática. Existem as pessoas nas
as integram são capazes de aprender em conjunto organizações que pensam em ritmo mais lento e,
– é assim que adquirem suas competências essen- ao mesmo tempo, aquelas que “correm” demais.
Competências Gerenciais
26
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Bibliografia
nós termos o cuidado para administrar o nosso
desenvolvimento. Não podemos esperar por as-
sistencialismo e nem por paternalismo.
ASSUMPÇÃO, Alfredo José. Fraldas Corporati-
vas: desenvolvendo hoje o líder de amanhã. São
Paulo: Saraiva, 2009.
VOCÊ DEVE ADORAR O QUE FAZ!
FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JR.,
Referências
Moacir de Miranda (org.). Gestão Estratégica
do Conhecimento: integrando aprendizagem,
Comentadas
conhecimento e competências. 1 ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
SILVA, Edison Aurélio da; OLIVEIRA, Jayr Fi- SILVA, Edison Aurélio da; OLIVEIRA, Jayr Fi-
gueiredo de; PRADO, Jonas. Gestão de Negó- gueiredo de; PRADO, Jonas. Gestão de Negó-
cios. São Paulo: Saraiva, 2005. cios. São Paulo: Saraiva, 2005.
Autoestudo
1. Como o gestor pode desenvolver da melhor
forma possível, com a sua equipe, o ser e agir?
e a Aprendizagem Organizacional
falso.
27
www.ulbra.br/ead
GESTÃO DO
CONHECIMENTO
EM MERCADOS
INTERNACIONAIS
“A criação de vantagens fundamentadas no conhecimento por meio da ex-
pansão sinérgica das bases do conhecimento organizacional além-fronteiras
transformou-se, também, em foco das pesquisas sobre estratégias internacio-
nais e comportamento organizacional”.
Klaus Macharzina, Michael-Jörg Oesterle e Dietmar Brodel
O presente capítulo abordará a gestão do co- íses liberalizados da Europa Central. [...]
nhecimento relacionado a mercados internacio- Segundo, os países em desenvolvimento
nais, apresentando o funcionamento do processo têm tradições e estruturas organizacionais
de aprendizagem em joint ventures e multinacio- diferentes das multinacionais dos países
nais. desenvolvidos. Nos ex-países socialistas,
as empresas estatais controlavam a maio-
Aprendizagem em Joint
ria das atividades econômicas e estavam
sujeitas a planejamento, determinação de
Ventures Internacionais
preço e metas de produção definidos pelo
governo. [...]Terceiro, os países em de-
senvolvimento têm grande oportunidade
A partir de um cenário onde as organizações de desenvolver novas capacitações e de
estão atuando de forma global é necessário cada aprender com os países desenvolvidos e
vez mais entender como funciona o processo da com as empresas multinacionais (e tam-
aprendizagem organizacional em empresas es- bém de ensinar-lhes)”
trangeiras e joint ventures internacionais.
A figura 1 apresenta os aspectos da aquisição
Mas antes de entendermos o processo de de conhecimento que ocorre nas economias de
aprendizagem precisamos compreender como transição.
funciona a economia em desenvolvimento, pois
de acordo com Lyles (in Fleury, 2008, p. 273), Há necessidade de os conhecimentos serem
primeiro: discutidos, pois cada um pode apresentar suas
próprias experiências que levam à aprendizagem
“[...}os países em desenvolvimento in- organizacional mais significativa. A aquisição
cluem as economias em transição, que de conhecimento poderá ser um processo aber-
representam quase metade da população to, para tanto há necessidade de se dar sentido e
mundial, desde que a lista inclua a China, aplicabilidade ao que é aprendido.
a Rússia, o Vietnã e, recentemente, os pa-
28
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Não podemos esquecer que no passado foram As empresas locais valorizam as empresas
criadas as rotinas e regras, o que tornou a organi- estrangeiras como reservas de conhecimento téc-
zação num modelo burocrático. A flexibilidade nico e gerencial, além de fontes de investimento
nas organizações permite a inovação. direto (Lyles in Fleury 20098, p. 280 apud Child
e Markoczy, 1993; Hirisch e Szirmai, 1993; Lyles
É fundamental que nas economias em desen- e Baird, 1994).
volvimento, podemos avaliar os processos e es-
truturas que possuem o foco no conhecimento. Os conhecimentos dos funcionários locais
poderão servir de base para os gerentes parcei-
Quando olhamos sob o ponto de vista tradi- ros que juntando as culturas e os conhecimentos
cional, percebemos que a administração tem sido se tornam parceiros envolvidos e inovadores no
a hierarquia na qual se dá ênfase na figura de au- processo.
toridade e formalidade. Na aquisição de conhe-
cimento o papel da administração precisa estar Nas economias em desenvolvimento as mo-
ligado à aquisição de conhecimento, nas redes de dernas tecnologias normalmente vêm das matri-
conhecimento e nos pontos de troca. A adminis- zes estrangeiras, assim como também o capital
tração tem que ser estar interligada com a busca humano pode ser melhor desenvolvido através
de conhecimento. dos investimentos dos países desenvolvidos.
to nas economias em desenvolvimento podemos conhecimento torna-se uma tarefa árdua, sendo
Gestão do Conhecimento
citar as joint ventures internacionais. As empre- um grande desafio para a formação de joint ven-
sas domésticas vêem os parceiros estrangeiros tures internacionais (JVI). Há necessidade de que
como fonte de conhecimento necessária em re- se tenha confiança e compartilhamento de conhe-
lação a tecnologia, processos de tomada de de- cimento para o sucesso das organizações quando
cisão, marketing, suporte global e know how ge- se trata de aquisições estrangeiras. Considerando a
rencial (Lyles in Fleury 20098, p. 280 apud Lyles importância da aprendizagem de matrizes estran-
e Salk, 1996; Pearce e Branyiczki, 1997; Yan e geiras podemos mencionar as afirmações de Lyles
Gray, 1994). (in Fleury, 2008 apud Lyles e Salk 1996):
29
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Aprendizagem em
conhecimento. O processo de aquisição de
conhecimento da matriz estrangeira está
multinacionais
positivamente relacionado ao desempenho
da JVI.
30
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
“Qualquer vantagem inerente a conheci- rotinas organizacionais podem ser vistas como
mento, informação ou técnica que produza práticas sociais que incorporam convenções es-
retorno positivo aos custos diretos no mer- truturacionais sobre como organizar, trabalhar ou
cado onde essa vantagem seja inicialmente gerenciar pessoas (TANURE E DUARTE, 2006,
comprovada pode, potencialmente, produ- p. 118).
zir o mesmo retorno em outros mercados
sem que haja necessidade da empresa in- Normalmente há êxito no procedimento orga-
correr novamente nos custos irrecuperá- nizacional de transferência de práticas gerenciais
veis a sua descoberta inicial.” de uma empresa para outra. No contexto multina-
31
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
cional, o desempenho dos negócios depende das e suas decisões são tomadas pela voz da experi-
práticas gerenciais compatíveis com a realidade ência.
da organização.
Quando do início de uma exportação, para
Através de pesquisa podemos afirmar que as reduzir a incerteza há necessidade de testar o
atividades das empresas japonesas transferidas mercado antes de qualquer investimento de alto
para os Estados Unidos e Europa resultaram em risco. Segundo um grupo de acadêmicos suecos
múltiplos híbridos no sistema de gestão adaptado da Universidade de Uppsala, a internacionaliza-
neste contexto. ção das operações em negócios é considerada um
processo experiencial. Convém sempre se fazer
Teoria Comportamental
uma seqüência de experimentações antes da de-
finição da negociação em grande volume.
Internacional
cados estrangeiros há necessidade de constante
aprendizado, pois as mudanças ocorrem de for-
ma súbita, o que exige do gestor um acompanha-
Nas teorias comportamentais o conceito pri- mento desta evolução.
mordial é a aprendizagem. O processamento de
Referências
informações desenvolvido com eficácia conduz à
evolução do conhecimento.
Autoestudo
1. Pesquise um artigo ou case de uma multi-
nacional e analise quais os critérios que esta
empresa adotou relacionado com os aspectos
econômicos, sociais e culturais no seu novo
contexto internacional.
Fonte: Tanure e Duarte, 2006.
32
www.ulbra.br/ead
Gestão do Conhecimento
Gabarito: V, V, V, F, V
Bibliografia
FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JR.,
Moacir de Miranda (org.). Gestão Estratégica
do Conhecimento: integrando aprendizagem,
conhecimento e competências. 1 ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
33
www.ulbra.br/ead