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Inovação tecnológica

Aula 1: Os tipos de conhecimento


Apresentação
Nesta aula, estudaremos os conceitos e os tipos de conhecimento e como as empresas podem aplicar métodos e
técnicas para gerenciá-los.
Veremos que atualmente as empresas bem-sucedidas são aquelas que conseguem criar e disseminar com eficiência
novos conhecimentos e incorporar esses conhecimentos no desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e
serviços.

Objetivos
- Listar os tipos de conhecimento;
- Definir os conceitos de conhecimento e de informação;
- Reconhecer a importância da gestão do conhecimento.

O que significa “informação” e “conhecimento”?


Segundo o filósofo Platão, o termo “conhecimento” possui como significado uma crença que é verdadeiramente
justificada.
Já os autores Nonaka e Takeuchi (1997) entendem o conhecimento como um processo em que a crença pessoal é
justificada em relação à verdade.
Sabemos que os termos “informação” e “conhecimento” são confundidos frequentemente, porém existem uma
diferença entre as suas definições.
Como Bateson (1979, p. 5) afirma, “a informação consiste em diferenças que fazem a diferença”. É um meio de coletar
dados e gerenciá-los de forma a construir o conhecimento.

“A informação é uma mercadoria capaz de produzir conhecimento, e a informação incluída em um sinal é o que
podemos aprender dela... O conhecimento é identificado com a crença produzida (ou sustentada) pela informação.”
(DRETSKE, 1981, p. 44, 86)

“A informação é um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado pelo mesmo fluxo de informação,
ancorado nas crenças e no compromisso de seu portador”. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997)

Para Davenport (1998), definir os conceitos de informação e conhecimento isoladamente torna-se uma grande
dificuldade. Sua proposta é de consolidar essas definições através de uma integração entre os conceitos: dados-
informação-conhecimento.

Na tabela a seguir, você pode observar algumas características distintas entre dados, informação e conhecimento.

Dados Informação Conhecimento


Simples observações sobre o estado do Dados dotados de relevância e propósito: Informação valiosa da mente humana. Inclui
mundo reflexão, síntese, contexto:

 Facilmente estruturados;
 Requer unidade de análise;  De difícil estruturação;
 Facilmente obtidos por
máquinas;  Exige consenso em relação ao  De difícil captura em máquinas;
significado;
 Frequentemente quantificados;  Frequentemente tácito;
 Exige necessariamente a
 Facilmente transferíveis. mediação humana.  De difícil transferência.

Portanto, o conhecimento é a informação mais importante em uma empresa, visto que é necessário análise, síntese e
reflexão.

Sveiby (1998), baseando-se em Polanyi (1967) e em Wittgens-tein (1962), define conhecimento como a capacidade de
agir, e conclui imediatamente que o conhecimento é algo extremamente valioso, visto que está próximo da ação ou
leva a ela.
Já Davenport e Prusak (1998, p. 6) definem como conhecimento:
“(...) uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual
proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações.”
Conhecimento nos dias de hoje
Nos dias atuais, o tema “conhecimento” vem ganhando grande destaque no setor tecnológico, deixando de ter apenas
uma função auxiliar nas decisões de uma empresa para tornar-se essencial na gestão dos negócios.
Como vimos, diversos autores dissertam sobre o conhecimento e defendem que hoje não se trata somente de mais
um recurso, mas o único recurso realmente significativo na gestão de tomadas de decisão em um negócio.

O conhecimento das informações e dados fazem parte do processo de inovação e é uma característica competitiva
muito vantajosa entre as empresas.
Os valores de produtos e serviços em uma empresa passam a depender não somente de seus ativos, mas também da
base de conhecimento que a empresa possui, como:
- Inovação;
- Gerenciamento de informações;
- Marketing;
- Criatividade dos colaboradores etc.

As instituições atualmente possuem como princípios de orientação para o crescimento a criatividade, flexibilidade e a
utilização do conhecimento.

Erros muito prejudiciais são cometidos pelas empresas que não tem a gestão do conhecimento como elemento
essencial de negócio.

"As empresas que já utilizam o conhecimento como base do seu negócio tendem a se tornarem mais atraentes e
rentáveis financeiramente. Contudo, é importante entender os processos pelos quais o conhecimento é criado,
transferido e gerenciado." (REIS, 2008)

Tipos de conhecimento
Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento pode ser dividido em dois conceitos distintos:
- conhecimento tácito (implícito)
- conhecimento codificável (explícito)

conhecimento tácito (implícito)


Não pode ser transmitido por manuais ou documentos escritos. Esse tipo de conhecimento somente pode ser
transmitido oralmente ou por observações das práticas realizadas.
Através de experiências profissionais e percepções com relação à organização é que o conhecimento tácito é
desenvolvido. Assim, esse tipo de conhecimento é muito mais difícil de ser transmitido e articulado.
O conhecimento tácito pode ser classificado em duas dimensões: Dimensão técnica e Dimensão cognitiva

Dimensão técnica
Integra as habilidades de difícil detecção e transmissão, muitas vezes denominada “know-how”.
As intuições, palpites e inspirações também são categorizadas nesta classificação.
Exemplos de conhecimento tácito:
- Habilidade de um jogador de futebol;
- Habilidade um pianista famoso;
- Habilidade de um cozinheiro estrelado.

Dimensão cognitiva
Integra as percepções, crenças, emoções e expressa a forma como percebemos o mundo ao redor de nós.

conhecimento codificável (explícito)


O conhecimento codificável, ou explícito, é aquele que pode ser transferido por meio de documentos, manuais e
mídias eletrônicas. Esse tipo de conhecimento pode ser transferido de forma facilitada e simples e por isso apresenta
uma estrutura formal.

Exemplo de conhecimento codificável:


- Dados em um pendrive;
- Dados em uma plataforma online;
- Dados em uma pasta de arquivo.
Além disso, o conhecimento codificável pode ser expresso e transmitido facilmente em uma das linguagens
conhecidas, como palavras, números e gráficos. Devido a essa característica, o conhecimento codificável possui baixo
custo de distribuição e muitos dados disponíveis.
A produção do conhecimento explícito pode ter resultados incertos devido ao elevado esforço de produção desse tipo
de conhecimento. Dessa forma, de acordo com Dálcio Reis (2008), são necessários alguns incentivos para a produção
do conhecimento explícito, como: intervenção do estado e atribuição de direitos de propriedade intelectual.
Na tabela a seguir, você pode observar os pontos fracos e fortes das duas alternativas de incentivos à produção do
conhecimento explícito:
Característica Intervenção do Estado Direitos de Propriedade
Posse do Conhecimento Pública Privada
Retorno esperado Reputação, prestígio Lucros monopolistas
Vantagens Livre acesso Incentivos privados
Desvantagens Arbitrariedade, ineficiência Limites à difusão

Conhecê-los é determinante para a inovação e gestão do conhecimento, ajudando a desenvolver novos paradigmas
para os negócios empresariais.

Resumo das características do conhecimento explícito e implícito


Um dos maiores desafios das empresas atualmente é o de estruturar e gerenciar o seu conhecimento de forma
organizada para que esteja acessível no momento da necessidade.
Na tabela a seguir, há um resumo das características dos dois conhecimentos para facilitar na organização:

CONHECIMENTO CODIFICÁVEL CONHECIMENTO TÁCITO


Objetivo Subjetivo
Conhecimento de racionalidade (mente) Conhecimento de experiência (corpo)
Conhecimento sequencial (lá e então) Conhecimento simultâneo (aqui e agora)
Conhecimento digital (teoria) Conhecimento análogo (prática)
Receita de bolo Andar de bicicleta
Partitura de música Improvisos de jazz

“O conhecimento explícito tende a ser mais valorizado pelas empresas e pessoas por ser racional, objetivo e
facilmente mensurável. O conhecimento tácito tende a ser menos valorizado e ignorado, porque comumente
acostumamos a trabalhar com estruturas lógicas e sistêmicas.”(POLLI, 2015)

O crescimento econômico advém da interação entre os conhecimentos explícitos e tácitos, pois, além de ideias
inovadoras, é necessário competências e habilidades para compreender e utilizar essas ideias.

Métodos científicos permitem a conversão de experiências em sistemas e informações e habilidades em algo capaz de
ser compreendido e ensinado. Assim, é possível converter o conhecimento tácito em explícito.

Gestão do conhecimento
Atualmente, as empresas bem-sucedidas são aquelas que conseguem criar e disseminar com eficiência novos
conhecimentos e incorporar esses conhecimentos no desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e serviços.

A gestão do conhecimento é responsável por proporcionar o melhor uso das informações disponíveis e fomentar a
produção de novos conhecimentos.

“A gestão de conhecimento é um processo destinado a promover e aumentar o desempenho de uma empresa,


fundamentada na criação e transmissão do conhecimento.”(SALIM, 2001)

Essa gestão pode ser classificada conforme as áreas de conhecimento e os níveis de percepção do processo. Veja:
Classificação da gestão do conhecimento
Gestão da informação: Envolve as áreas de tecnologia e ciência da informação. O objetivo é construir a base
de conhecimento codificado. Tem como objetivo traduzir os dados para o entendimento humano de forma a se
tomar decisões estratégicas na empresa.
Gestão de pessoas: Envolve as áreas de filosofia, psicologia, sociologia e administração com o intuito de se
Áreas de entender a dinâmica dos processos de criação e difusão de conhecimento tácito. Tem como objetivo entender
conhecimento os processos e como o conhecimento tácito é criado e transmitido entre os colaboradores.
Níveis de Perspectiva individual: Engloba as motivações e capacidades dos indivíduos.
percepção Perspectiva organizacional: Inclui os recursos e competências essenciais das organizações.

Exemplo: Empresas asiáticas como a Honda, Canon e Sharp tornaram-se grandes e sustentáveis devido a sua alta
capacidade de responder rapidamente às demandas dos clientes, criando novos mercados e desenvolvendo novos
produtos constantemente.
O fato de responder rapidamente às demandas dos clientes tornou-se uma vantagem competitiva para a empresa no
momento em que ela passa a ter a gestão de criação de novos conhecimentos como essência para seus negócios.
Isso depende também da relação com o conhecimento tácito, envolvendo a parte de inspiração e intuição como
ferramenta de criação.

A criação de conhecimento em uma empresa não faz parte apenas de um setor especializado da mesma, mas de um
comportamento e uma forma de ser de todos os colaboradores. A principal função de uma empresa criadora de
conhecimento é a de difundir o conhecimento e disponibilizá-lo da forma mais simples para os outros.

É de concordância entre diversos pesquisadores e autores que o valor das empresas é cada vez mais representado por
ativos intangíveis, caracterizados pela capacidade de inovação e aprendizagem organizacional de um negócio.
Para aumentar globalmente a competitividade de uma empresa, devem ser considerados os tipos de conhecimento
exigidos, os mecanismos de transmissão desses conhecimentos e o processo de conversão.
Em escala global, a eficiência, menores custos e diferenciação dos produtos e serviços tornam-se indispensáveis como
características para um negócio ser sustentável.
Diante desse desafio, as empresas empregam maior esforço para realizar a conversão de conhecimento e assim
desempenhar um papel de liderança no mercado.
Segundo Tapscott (1997), o conhecimento é a primeira megatendência da nova economia e é o diferencial para
realização de mudanças significativas e relevantes em relação à competitividade de um negócio.

É importante ressaltar que apenas transmitir o conhecimento não gera valor agregado. Os problemas devem ser
identificados e a forma de solucioná-los deve ser colocada em prática.

Aula 2: Criação do conhecimento organizacional

Apresentação
Na aula anterior, vimos como as empresas e organizações podem manipular e processar as informações absorvidas
do meio externo.
Nesta segunda aula, estudaremos as condições para criação do conhecimento dentro das organizações e como isso
pode auxiliá-las no processo de inovação.

Objetivos
- Reconhecer a importância da conversão do conhecimento;
- Identificar as formas e condições de conversão do conhecimento;
- Descrever os processos de criação do conhecimento organizacional.

Conceitos de informação e conhecimento


Na aula anterior, vimos que a informação pode ser definida como “dados que detêm relevância e propósito” e são as
pessoas que atribuem isso a eles. Dessa forma, se existe uma atribuição que dê significado à informação, admite-se
que as pessoas assimilem e entendam, evoluindo, assim, do conceito de dado para o conceito de informação e/ou
conhecimento.

Exemplo: Imagine que você é gestor em uma empresa e está promovendo um evento de vendas que incluem a data, o
número do item, a descrição, a quantidade, o nome do cliente e os detalhes da remessa. Esses dados serão
considerados informações se forem convertidos, por exemplo, em itens mais vendidos, em menos vendidos, no
melhor cliente em valor, no pior cliente em percentual etc.

Em uma organização o conhecimento pode ser criado com o objetivo de solucionar problemas existentes e com isso
desenvolver um ambiente de transformação. Assim, é comum que as organizações processem suas informações de
dentro para construir novas soluções e repassá-las ao meio.
Portanto, o conhecimento é a informação que possui maior importância em uma empresa, visto que é necessário
análise, síntese e reflexão.

Nos dias atuais, o tema “conhecimento” vem ganhando grande destaque no setor tecnológico. O conhecimento
deixou de ter apenas uma função auxiliar nas decisões de uma empresa para tornar-se essencial na gestão dos
negócios.
Como vimos na aula passada, diversos autores dissertam sobre o conhecimento e defendem que hoje não se trata
somente de um recurso, mas o único recurso realmente significativo na gestão de tomadas de decisão em um negócio.
O conhecimento é representado pelo somatório das experiências de uma pessoa e/ou organização e só existe na
mente humana. Para que a informação se transforme em conhecimento, a intervenção ativa de seres humanos é
condição crucial e uma premissa desta aula é que o conhecimento só existe na mente humana e na fronteira entre as
mentes.
Algumas organizações tiveram perdas significativas por não considerarem o conhecimento um ativo importante do
negócio. A maioria dessas empresas atualmente buscam formas e métodos de entender o conhecimento e como
processá-lo.
Para Dálcio Reis (2008), o conhecimento é hoje um recurso muito valioso para as organizações, que estão a cada dia
buscando diferentes estratégicas para criação, aquisição, transferência, difusão, apropriação e gestão do
conhecimento.

Criação do conhecimento
Você se lembra do conceito de conhecimento tácito?
O conhecimento tácito, ou implícito, não pode ser transmitido por meio de manuais ou documentos escritos,
somente de forma oral ou por observações das práticas realizadas.

O conhecimento sempre se inicia com um indivíduo. Invariavelmente, o relacionamento que uma pessoa estabelece
com outra promove a troca de algum tipo de conhecimento. Essa socialização é um tipo de interação que caracteriza a
primeira etapa da conversão do conhecimento. Assim, você observará a conversão de conhecimento tácito para o
conhecimento codificável.

Para Nonaka e Takeuchi (1997), no momento em que a interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento
explícito é elevada a níveis organizacionais, podemos afirmar que ocorreu a criação do conhecimento.

Técnica SECI
Esse processo de conversão do conhecimento tácito é dividido em quatro formas. Isso é conhecido como técnica SECI:
Socialização, Externalização, Combinação e Internalização.

Socialização
Está associada às teorias dos processos e da cultura organizacional e tem como finalidade o compartilhamento de
experiências. O processo é constituído do compartilhamento das experiências, sendo possível, assim, adquirir
conhecimento tácito.

Dica: Um dos grandes segredos para que você adquira conhecimento tácito é promover o compartilhamento de
experiências. Com esse compartilhamento, você consegue projetar-se no processo de raciocínio de outra pessoa.

Exemplo: Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a empresa Honda promove reuniões para discutir sobre os processos
visando à solução de problemas difíceis no desenvolvimento de projetos. Esse tipo de reunião é eficiente pois
promove o compartilhamento tácito e o desenvolvimento de uma nova perspectiva.
As organizações que desenvolvem produtos também utilizam a socialização como forma de interagir com os clientes e
assim obter feedbacks sobre os produtos. Esse conhecimento adquirido do cliente passa a ser base para a criação de
novas ideias e melhorias.

Você entendeu o processo de socialização?


Resumindo, a socialização é uma etapa de compartilhamento de experiências que cria conhecimento tácito, como
modelos mentais ou habilidades técnicas compartilhadas.
Podemos identificar a socialização na relação de um aprendiz com seu mestre por meio da observação, da imitação e
da prática.

Externalização
Tem como finalidade transformar o conhecimento tácito em conceitos de conhecimento explícito.
Esse processo pode ser realizado através da utilização de metáforas, conceitos, analogias ou modelos. A
externalização é criada pelo diálogo e pela reflexão do grupo de pessoas.
Um método comumente utilizado para criar um conceito é a combinação de dedução e indução.

Combinação
Combina os conhecimentos adquiridos pelos indivíduos e reconfigura essas informações com a finalidade de criar
novos conhecimentos. Assim, a combinação é um processo sistêmico de conceitos que mesclam diferentes
conhecimentos explícitos. Portanto, é a forma de converter diferentes conjuntos de conhecimento explícito para a
criação de um novo conhecimento explícito.
Exemplo: Ocorre, por exemplo, em cursos universitários, por meio da educação e do treinamento formal em escolas.
A etapa de combinação também acontece com frequência nas empresas, pois estamos o tempo trocando e
combinando conhecimentos.

Como isso ocorre?


Trocamos conhecimentos o tempo todo por meio de documentos, de conversas por telefones, de troca de e-mails, de
reuniões etc.

Em que nível da organização o modo de combinação é desenvolvido?


O modo de combinação de uma organização acontece no nível mais alto da administração do negócio, onde são
combinados os conceitos intermediários e os grandes conceitos da organização a fim de gerar um novo significado.

Internalização
Constituída de um processo de integração do conhecimento explícito ao conhecimento tácito.
O conhecimento explícito auxilia as pessoas a internalizar as experiências que elas adquiriram.
Para que esse processo seja realizado são desenvolvidos documentos, manuais ou relatórios a fim de facilitar a
transferência do conhecimento explícito dentro das empresas.
A internalização possui como um dos objetivos a criação de novos modelos mentais e a expansão do conhecimento
individual de cada pessoa.

Como isso é possível?


Por meio de simulações, leitura de artigos e histórias de sucesso, análises de estudos de caso.

Qual é a chave para a formação do conhecimento?


Podemos afirmar que, dentre os quatro modos de conversão de conhecimento que foram apresentados aqui,
a externalização é a grande chave, pois cria novos conceitos a partir de conhecimentos tácitos.

Perceba o quanto é importante para a criação do conhecimento que você conheça bem cada modo de conversão
apresentado e como eles podem ser utilizados como ferramenta de gestão em um processo inovador com foco no
conhecimento e na informação.

O efeito da técnica SECI


Como vimos, a técnica SECI é formada por 4 modos de conversão:

Conforme mostrado na imagem, o efeito da técnica SECI é representado na forma de uma  espiral por acontecer de
forma cíclica e continua.
Isso significa que o conhecimento se inicia no nível individual e cresce abrangendo as comunidades de interação,
como os departamentos, divisões e organizações.
Nesse processo de criação do conhecimento, as organizações possuem a função de fornecer o contexto apropriado
para facilitar as atividades em grupo e o acúmulo de conhecimento no nível individual.
É difícil o compartilhamento e o armazenamento do conhecimento tácito entre os colaboradores de uma organização,
porque esse conhecimento é complexo de ser repassado e compreendido por outras pessoas.
Promoção da criação do conhecimento
Nós podemos citar 5 condições para que a criação do conhecimento individual seja desenvolvida com mais facilidade:
Intenção, Autonomia, Flutuação e o caos criativo, Redundância, variedade de requisitos.

Intenção
Ato de direcionar a espiral de conhecimento de uma organização.
Para Nonaka e Takeuchi (2008), o item mais crítico da estratégia da empresa envolve a obtenção de uma visão sobre
o tipo de conhecimento que deve ser desenvolvido e como tornar esse conhecimento operacional por meio de um
sistema gestor de implementação.
A intenção organizacional é responsável por impulsionar a espiral de conhecimento, pois essa intenção demonstra os
objetivos da organização em relação às suas metas. Essa intenção torna-se inclusive parte das estratégias
organizacionais.

Autonomia
Promove a ampliação de novas ideias e uma forma de difundi-las dentro da organização.
A autonomia também é responsável por proporcionar maior motivação por parte das pessoas para a criação de novos
conhecimentos.
Assim, uma equipe autônoma possui habilidade de realizar diversas funções e de melhorar as perspectivas individuais
para níveis superiores.

Flutuação e o caos criativo


Têm como finalidade estimular a interação entre a organização e o ambiente externo.
A ideia da flutuação é inserir uma interrupção nas rotinas e hábitos dos indivíduos em uma organização. Assim,
novas perspectivas e oportunidades surgem e são reconsideradas a fim de estimular a criação do conhecimento
organizacional.
Ao incorporar essa condição em uma organização, é possível observar que as pessoas acabam enfretando uma
“decomposição” de rotinas, hábitos ou estruturas cognitivas.
Essa decomposição está relacionada a uma interrupção de nosso estado habitual e confortável. O caos é uma
condição gerada naturalmente e ocorre normalmente em uma crise enfrentada pela empresa.
Ele pode ser gerado intencionalmente a fim de propor metas e desafios nas organizações, promovendo um “sentido
de crise” entre os colaboradores da organização.
Exemplo
Como exemplos da condição de caos, podemos citar:
- Queda nas vendas de um determinado produto ou serviço;
- Mudanças na necessidade do mercado;
- Crescimento de concorrentes.

Redundância
Garante que o conhecimento ocorra em nível organizacional e prega que a informação supere aquelas necessárias
para atender às exigências operacionais de uma organização.
Ao se compartilhar informações redundantes, promove-se a distribuição do conhecimento tácito, fazendo com que
outras pessoas possam sentir o que outros tentam demonstrar.

variedade de requisitos
Mostra a importância de que o acesso às informações aconteça de forma rápida e flexível em todos os níveis de uma
organização.
Uma forma de proporcionar esses requisitos é desenvolver uma estrutura organizacional horizontal e eliminar os
níveis hierárquicos da estrutura.

Aula 3: O que é inovação?


Apresentação
Nesta terceira aula, vamos conceituar inovação e verificar como ela pode ser desenvolvida em uma organização
grande ou pequena.
Compreenderemos que a inovação é responsável pela melhoria contínua de produtos e processos e é consequência
do conhecimento adquirido.
Objetivos
- Conceituar inovação e invenção;
- Identificar os elementos fundamentais da inovação;
- Descrever categorias e estratégias da inovação.

Inovação: atividade criativa


A inovação é o resultado da atividade criativa de pequenas e grandes empresas que trabalham diariamente para
solucionar problemas e descobrir novas ferramentas empreendedoras.
Essas atitudes inovadoras são consequência da busca de conhecimento, experiência e observação dos processos.
A inovação pode ser entendida como um produto ou processo novo e/ou melhorado, ou, ainda, como a forma criativa
de organização de uma empresa.
É claro que a inovação não ocorre por acaso ou por sorte. A inovação é consequência da absorção de conhecimento,
da vivência de experiências e de muito trabalho.

Ideia, invenção e inovação


Os conceitos de ideia, invenção e inovação são diferentes.
- A invenção é quando uma ideia torna-se concreta, como um produto, um processo ou um modelo de negócio.
- Para Polli (2015), quando essa invenção é aceita pelo mercado e pressupõe benefícios para a sociedade, ela é
considerada uma inovação.

Exemplo: Você pode possuir uma ideia muito boa, desenvolver um produto fantástico a partir dessa ideia, porém o
mercado pode não o aceitar. Dessa forma, você teve uma ideia, realizou uma invenção, mas essa invenção não foi
viabilizada.

Outra forma de definir a inovação é considerá-la como sendo a implementação de uma ideia que promova um
resultado positivo.

Portanto, a inovação não está relacionada a uma invenção. Você pode realizar um processo inovador em um tipo de
serviço, mas que não corresponde a um tipo de invenção.

Inovação tecnológica
A inovação tecnológica pode ser conceituada como algo novo no ambiente produtivo, tanto em relação a um produto
quanto a um serviço.
O importante é que essa novidade promova uma melhoria que possua significância ou gere algo novo para as
organizações.
Exemplo
1 - Quem inventou o avião?
Os brasileiros defendem que a invenção foi realizada por Santos Dumont, pois ele foi o primeiro a decolar a bordo de
um avião motorizado. Contudo, os irmãos Wright são conhecidos mundialmente por terem realizado o primeiro voo
controlado e inclusive eles detêm uma patente sobre o feito realizado.
Percebemos por este exemplo que, independentemente de a quem pertença essa invenção, ela não era uma inovação
tecnológica, pois os criadores não a lançaram no mercado nessa época.

2 – O criador da lâmpada incandescente


Outro bom exemplo de inovação tecnológica é o feito realizado por Thomas Edison, que é o criador da lâmpada
incandescente.
Ele inventou a lâmpada, obteve sua patente e fundou a empresa Edison General Electric, que veio a comercializar para
a sociedade o produto.

As inovações podem ser referentes a novos produtos, processos, serviços e, também, em relação a mudanças
tecnológicas de produtos, processos e serviços existentes.

Resultados
O esquema abaixo explica de uma maneira bastante simples o conceito de inovação.

Conceito de Inovação
Ideia + Resultados + Implementação = INOVAÇÃO
Você pode perceber que os resultados fazem parte do conceito de inovação, pois ela depende da aceitação da
sociedade. A implementação mostrada no esquema pode ser realizada com o auxílio de tecnologia aplicada.

Qual é mesmo o conceito de tecnologia?


A tecnologia pode ser definida como um conjunto de conhecimentos que se aplicam a algum ramo de atividade.
Esses conhecimentos podem ser especialmente princípios científicos.
Inovação tecnológica →→ Novo conceito científico →→ Nova tecnologia

Outra definição completa do conceito e inovação nas empresas abrange 3 tópicos principais (LUIZ, 2013):
1 - É importante que ocorra uma mudança no conceito e que a partir desse novo conceito seja proposta uma solução
única para o consumidor;
2 - Essa solução deve promover uma vantagem que gere competitividade para as organizações;

A solução deve gerar um valor diferenciado aos stakeholders da organização.


A inovação, portanto, deve ser importante para o consumidor e para o setor financeiro da empresa (acionistas) e ser
sustentável em longo prazo.

Quais elementos você considera importante para inovar?


Três elementos são fundamentais para inovar:
1 - Conhecimento;
2 - Criatividade;
3 - Empreendedorismo.

1 – Conhecimento: Conhecimento é um dos elementos primordiais para geração da inovação. A partir dele as ideias
surgem e são niveladas e quantificadas por especialistas.

2 - Criatividade
A criatividade é outro elemento primordial na geração de ideias. Sem criatividade o processo de inovação torna-se
muito difícil.
As pessoas que possuem como característica a criatividade produzem maior número de propostas para as soluções
dos problemas organizacionais e possuem capacidade de compreender melhor o processo de geração de
conhecimento.

3 – Empreendedorismo: O empreendedorismo é responsável por colocar o conhecimento e a criatividade


desenvolvidos em prática e assim implementar a inovação.

Categorias da inovação
As inovações incrementais possuem origem em produtos e processos existentes e são parte de um conjunto de
melhorias contínuas nas organizações.
As inovações em uma empresa podem ser classificadas de duas formas:
Incremental Radical
Melhoria Muda o conceito
Parte de um processo existente Resulta em um novo processo
É uma mudança contínua É uma mudança única
O tempo de desenvolvimento e implantação é O tempo de desenvolvimento e
curto implantação é longo
A ideia nasce de baixo para cima A ideia nasce de cima para baixo
A abrangência da inovação se restringe a uma A abrangência da inovação afeta toda a
área restrita organização
O risco é menor O risco é maior
Inovações incrementais
Representadas pelas melhorias
feitas no ou na qualidade, no layout  Inovações radicais
de processos ou em novos X Representam a nova rota tecnológica, quase sempre
arranjos organizacionais. resultante de esforços de atividades de Pesquisa e
São mudanças menores. Desenvolvimento (P&D).
São, portanto, mudanças que transformam o modo de
agir e o pensamento crítico.
Exemplo:
O surgimento do automóvel é um exemplo de inovação radical, porque mudou a forma de transporte de pessoas e
mercadorias.

Atenção: A mudança tecnológica é incremental e gradual e essa constatação advém da teoria evolucionária1.

Qual a importância da inovação incremental?


A inovação incremental possui a característica de incentivar diretamente as organizações a criarem dentro delas uma
cultura de inovação.
A imagem a seguir apresenta o gráfico do ciclo de vida de um produto. Assim, você pode perceber que se uma
empresa gera inovações constantes estará sempre à frente no mercado.

Podemos concluir ao observar a figura que uma empresa que está constantemente lançando inovações no momento
que seus produtos atingem a maturidade estará sempre à frente das empresas concorrentes. Esse é um dos maiores
incentivos para as empresas buscarem a inovação.

Estratégias de inovação
As empresas podem utilizar diversas estratégias, porém vamos analisar as 2 principais aplicadas pelas empresas:
Ofensiva e Defensiva.

Ofensiva
Nela a empresa busca uma posição de liderança técnica e de mercado.
As empresas que escolhem essa estratégia comumente possuem departamento direcionado para a inovação, que tem
grande importância e que receberá investimentos financeiros constantes para realização de novos projetos.
Essas empresas valorizam muito a mão de obra qualificada e investem em sistemas de patentes, muitas vezes fruto
das atividades de P&D(Pesquisa e Desenvolvimento).

Defensiva
Na estratégia “Defensiva”, a empresa analisa os erros dos pioneiros e, assim, evita a defasagem em termos de
mudanças técnicas.
As empresas que utilizam a estratégia defensiva também realizam atividade de P&D. Contudo, usam o conhecimento
adquirido para responder rapidamente as mudanças e se adaptar às inovações desenvolvidas.
Dessa forma, essas empresas desenvolvem inovações incrementais.

Modelos de gerenciamento da inovação


Alguns modelos podem ser utilizados a fim de nortear o gerenciamento do processo de inovação. A aplicação desses
modelos é de grande importância para viabilizar a inovação tecnológica.

Modelo linear
Em meados dos anos 1960 prevaleceu o modelo linear do processo de inovação tecnológica, que foi disseminado a
partir da publicação, em 1945, do relatório Science, The endless frontier, por Vannevar Bush.
A imagem mostra as etapas a serem seguidas nesse modelo de inovação:
A partir da década de 1960, as necessidades de mercado passam a incorporar o modelo da imagem a seguir, de forma
que as exigências dos consumidores dirigem o próprio desenvolvimento da ciência.

Modelos interativos
No momento em que ciência e a tecnologia foram reconhecidas e entendidas em conjunto como formas de cultura,
surgiram os modelos interativos.
Vemos na abaixo o modelo misto do processo de inovação tecnológica, que pode ser definido como uma sequência
lógica, porém não necessariamente contínua, dividida em séries funcionalmente distintas, mas com etapas
interdependentes e que interagem entre si.

Os modelos apresentados nas imagens anteriores centralizam o processo de inovação na própria empresa, em que as
propostas foram baseadas no conceito de que o caminho para o sucesso é controlar todo o processo de inovação, que
vai desde a concepção da ideia até o desenvolvimento e comercialização do produto ou serviço.
Contudo, as mudanças estruturais econômicas alteraram o processo de inovação. Surgiu, então, uma nova
configuração em que algumas empresas iniciam o processo de gerência da inovação.
Chesbrough (2003) sistematizou o modelo de inovação aberta (Open Innovation). Veja a imagem a seguir.

Segundo Marco Polli (2015), através desse sistema, a empresa pode investir no desenvolvimento e na
comercialização de suas próprias invenções e/ou também das invenções geradas por outras empresas.
Isso se deve ao fato de que, ao longo do processo de desenvolvimento de alguma tecnologia, pode ser necessário
desenvolver um produto auxiliar, mas que não faz parte do negócio central da empresa.

Exemplo: Suponha que você tenha desenvolvido algo que não tenha interesse em comercializar. Você pode negociar
essa invenção e vendê-la para que outra empresa a comercia¬lize, como também pode comprar uma tecnologia
desenvolvida por outra orga¬nização que não queira comercializar aquele produto.

Aula 4: Fontes de inovação


Apresentação
Nesta quarta aula, estudaremos o conceito de tecnologia e os tipos que existem. Também veremos quais são as
diversas fontes de inovação e quais os critérios para classificá-las como fontes do tipo interna e fontes do tipo
externa.
Verificaremos que é comum que empresas integrem fontes de tecnologia do tipo interna e externa para obter um
processo inovador.
Objetivos
- Definir o conceito de tecnologia e seus tipos;
- Identificar as fontes de inovação;
- Classificar as fontes de inovação.

Qual o conceito de tecnologia?


Já sabemos que a inovação está diretamente ligada ao conceito de novas tecnologias. Por isso, é tão importante
estudá-lo.
Na aula passada, aprendemos que tecnologia é o conjunto de conhecimentos que se aplicam a algum ramo de
atividade, esses conhecimentos podem ser especialmente princípios científicos.
Agora, podemos aprofundar nosso conhecimento a respeito desse conceito e redefini-lo:
Tecnologia é um acervo de conhecimentos de uma sociedade sobre a ciência e esse conhecimento relaciona-se com
a indústria.

Dessa forma, a tecnologia está baseada em métodos e conhecimentos científicos que compreendem o domínio dos
vários tipos de materiais e processos.
Esse conhecimento é utilizado para solucionar problemas no desenvolvimento e fabricação de produtos.

Classificação da tecnologia
Podemos classificá-la em:
- Tecnologia materializada
- Tecnologia documentada
- Tecnologia imaterial

Tecnologia materializada
Constituída pelas características de um produto final e pelos equipamentos utilizados nos processos.
Exemplos:
- Qualidade do produto;
- Durabilidade;
- Preço;
- Design;
- Funcionalidade.

Tecnologia documentada
É aquela que utiliza a documentação para descrever a solução de problemas.

“A tecnologia documentada é relativamente menos imediata, em termos de aquisição e uso, em relação à tecnologia
materializada, pois requer algum esforço de absorção por parte do utilizador”. (LARANJA, 1997)

Exemplos:
- Manuais;
- Livros técnicos;
- Revistas especializadas;
- Layouts;
- Páginas da internet.

Tecnologia imaterial
Pode ser definida como sendo os conhecimentos teóricos e práticos necessários para criar, desenvolver e usar os
bens e serviços.
A tecnologia imaterial pode ser adquirida por meio da formação inerente ao exercício da aplicação do conhecimento.

Exemplo:
- Experiência acumulada por um profissional na resolução de um determinado problema.

E qual é o conceito de inovação tecnológica?


As mudanças no mundo atual ocorrem principalmente devido à inovação tecnológica. O crescimento econômico e
social de várias nações e o sucesso das empresas dependem de como o conhecimento técnico é produzido e da
eficiência do mesmo.
Alguns estudiosos conceituam a inovação como sendo uma criação original, uma novidade. Outros como algo tangível,
ou seja, que é possível de ser aplicado no mercado ou em um processo de produção.
Por fim, há ainda uma abordagem mercadológica para diferentes classes de utilizadores feita por outro grupo de
estudiosos.
Além disso, a inovação tecnológica pode ser conceituada como a aplicação de novos conhecimentos tecnológicos, que
terão como resultado o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou melhoria de algum processo ou
característica.
Exemplo:
Como grande exemplo de inovação tecnológica podemos citar a invenção da empresa Airbnb.
Criada em 2008 por Nathan Blecharczyk, Brian Chesky e Joe Gebbia, é uma plataforma digital, um site, que oferece
hospedagem no mundo todo. O serviço ofertado vai de quartos de hotéis luxuosos até quarto simples compartilhados
em residências.

Veja o que afirma Stefan Schimenes, um dos executivos da América do Norte da empresa Airbnb:
“A economia compartilhada do site tem a ideia de que tudo que você tem, que está ocioso, um dia você vai poder
anunciar na Airbnb. A empresa já possui aluguel de celular, ou seja, você vai viajar para outro país, por exemplo, ficar
na casa de uma determinada pessoa e caso queira pode alugar um celular — ambos pelo Airbnb. Assim, você não
precisará pagar um pacote de dados internacional para enviar seus e-mails e acessar as redes sociais durante sua
viagem.”

A combinação para o sucesso


As empresas podem gerenciar seu processo de inovação por meio de fontes internas ou externas de tecnologia.
Geralmente, elas procuram combinar essas duas formas.
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Aliás, as empresas inovadoras comumente utilizam uma combinação de diferentes fontes de tecnologia, informação
e conhecimento que sejam tanto de origem interna quanto externa.

A exploração interna ocorre quando a empresa obtém a tecnologia a partir de seus próprios produtos, processos e
operações. Já a exploração de tecnologia por meios externos pode incluir vários métodos como veremos a partir de
agora.

Categorias das fontes externas


As fontes utilizadas para a transferência de conhecimento e tecnologia para inovação podem ser classificadas em 3
categorias, conforme as interações externas:
1) Fontes de informações abertas
Esse tipo de fonte está relacionado às informações de livre acesso, ou seja, não é necessário pagar qualquer valor
sobre os direitos de propriedade tecnológica ou intelectual ou interação com a fonte.
2) Aquisição de conhecimento e tecnologia
Esta fonte de informação está relacionada à compra de algum tipo de conhecimento externo, bens de capital e de
serviços, que serão incorporados ao novo conhecimento ou tecnologia, sem interação com a fonte.
3) Inovação cooperativa
Esta fonte exige que exista a parceria ativa com outras empresas ou instituições de pesquisa que executam atividades
tecnológicas.
As fontes mais importantes para realizar a transferência de conhecimento e tecnologia a fim de desenvolver
inovação são:
- P&D(Pesquisa e Desenvolvimento); - Fontes do setor público e privado;
- Produção; - Universidade e outras instituições de educação e
- Marketing; ensino;
- Distribuição; - Instituições de pesquisa atreladas ao governo;
- Mercado externo; - Serviços especializados públicos;
- Concorrentes da organização; - Fontes de informações gerais;
- Clientes e consumidores; - Divulgação das patentes;
- Consultores; - Congressos profissionais;
- Fornecedores de equipamentos e materiais; - Reuniões;
- Softwares; - Publicações especializadas em jornais e revistas;
- Laboratórios comerciais; - Feiras e exibições;
- Associações profissionais; - Padrões e agências de padronização;
- Sindicatos trabalhistas; - Regulações públicas (ambiente, segurança).
- Contatos informais ou redes;

O que é o P&D em uma empresa?


O P&D(Pesquisa e Desenvolvimento) é uma das áreas mais importantes entre as citadas como fonte de inovação.

Trata-se do setor responsável pelo desenvolvimento de softwares que envolvem a realização dos avanços científicos
e tecnológicos e a solução de problemas científicos e tecnológicos em uma base sistemática.

Nas empresas, a atividade de P&D tem um papel primordial em relação às atividades de inovação.
Você vai identificar que os setores nas empresas possuem diferenças nas atividades de inovação e que essa diferença
proporciona uma demanda diferente na estrutura organizacional das empresas.
Se o processo de inovação resultar em um novo conhecimento, esse serviço também será desenvolvido dentro do
P&D.
O desenvolvimento de serviços, assim, pode ser classificado em uma fonte P&D, caso tenha como resultado um novo
conhecimento ou envolva de alguma forma o uso de novos conhecimentos para antever novas aplicações.

Exemplo: Como exemplos de trabalho realizado pelo P&D podemos destacar os testes de protótipos de um
determinado produto.

Trata-se de uma das fases mais importantes do desenvolvimento experimental de uma inovação.

O que é um protótipo?
Um protótipo pode ser definido como um modelo original que inclua todas as características técnicas e as funções do
novo produto ou processo.
Aceitar um protótipo significa frequentemente o término da fase de desenvolvimento experimental e o início da
nova fase do processo de inovação.

As empresas podem adquirir tecnologia e conhecimento para inovar usando outras fontes, como:
- Aquisição de conhecimentos e tecnologias;
- Licenças;
- Patentes;
- Padrões.
As informações podem ser compradas por meio de taxas ou royalties por invenções patenteadas.

O que é uma patente?


A patente é um direito legal de propriedade sobre uma determinada invenção.
Ela confere ao seu detentor direitos exclusivos por um determinado período para explorar a invenção patenteada.

Exemplo
Scott e Lisa Crump criaram, em 1989, o método FDM (Fused Deposition Modeling) capaz de produzir objetos por meio
de sobreposição de camadas.
Eles fundaram a Stratasys, que tornou-se uma das maiores empresas de impressão 3D no mundo.
Por vários anos, a Stratasys desenvolveu projetos de impressão 3D e possuía a patente do método FDM.
As patentes de invenção têm normalmente duração de 20 anos. Assim, após alguns anos, e com a queda das
patentes, outras empresas começaram a pesquisar e desenvolver projetos de impressora 3D.

Exemplo
Em 2017, a empresa Facebook registrou 3 patentes que, por meio de suas tecnologias, são capazes de detectar as
emoções dos usuários por meio de sensores do celular, câmera ou de textos.
A obtenção de informações deste tipo serve de base para gerar engajamento na rede social e auxiliar o marketing
distribuído aos usuários.

As pequenas e médias empresas necessitam de recursos mais especializados em suas atividades empresariais.

Isso promove o aumento da importância de uma interação e integração eficiente com outras empresas e com
instituições públicas de pesquisa para P&D, troca de conhecimentos e, potencialmente, para comercialização e
atividades de marketing.
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Há outra forma de uma empresa adquirir conhecimento?


Segundo dados da última Pesquisa de Inovação Tecnológica - PINTEC (IBGE, 2010), as fontes de informação para
inovação mais utilizadas no Brasil pelas empresas são:
- Redes de informação informatizadas (68,8%);
- Clientes (68,2%);
- Fornecedores (65,7%).
Já as empresas de serviços destacam que suas principais fontes de inovação são:
- Redes de informação informatizadas (78,7%);
- Outras áreas da empresa (73,5%);
- Clientes (69,3%).
Para trazer inovação e adquirir conhecimento, as empresas podem contratar pessoas especializadas ou até contratar
consultorias.
A empresa pode também investir na compra de softwares e produtos intermediários que vão incorporar um trabalho
inovador de outros.

De forma geral, as inovações em uma empresa dependem em parte da variedade e da estrutura de suas relações com
as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos e financeiros.

Cada interação relaciona a empresa inovadora com outras partes constituintes do sistema de inovação:
- Laboratórios governamentais;
- Universidades;
- Departamentos de políticas;
- Reguladores;
- Competidores;
- Fornecedores;
- Consumidores.

As pesquisas sobre inovação obtêm informação sobre a prevalência e a importância de diferentes tipos de interação
e sobre quais os fatores que influenciam o uso de interações específicas.
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Inovação cooperativa
Outra fonte importante é a inovação cooperativa que envolve a participação ativa de outras organizações em
projetos de inovação.
Essas empresas colaborativas não precisam necessariamente obter lucros ou benefícios comerciais imediatos.
A diferença entre a cooperação e a aquisição de conhecimento e tecnologia é que todas as organizações envolvidas
assumem um papel de cooperação ativo no desenvolvimento o trabalho.

Aula 5: Empreendedorismo e inovação

Apresentação
Nesta aula, você aprenderá os conceitos sobre empreendedorismo e as habilidades para criar uma empresa baseada
em inovação.
Conhecer o perfil do empreendedor e suas características é muito importante para executar e dar continuidade aos
processos de inovação tecnológica de forma eficiente.

Objetivos
- Esclarecer o conceito de empreendedorismo;
- Reconhecer as principais características de uma pessoa empreendedora;
- Identificar os requisitos de uma empresa inovadora e a importância da inovação nos empreendimentos.

Empreendedorismo
Atualmente, os colaboradores são cada vez mais cobrados para identificar soluções e propor novas ideias. Esse perfil
empreendedor é muito importante, pois agrega uma vantagem competitiva nas empresas que está fortemente
integrada à inovação. Um fator determinante para o crescimento das empresas é que os colaboradores tenham
habilidades para transformar boas ideias em serviços e produtos diferenciados.
O empreendedorismo permite que você busque novas oportunidades de trabalho e que realize sonhos que antes
eram inalcançáveis. A partir do momento em que nos capacitamos e adquirimos essas habilidades de
empreendedores, é comum o desejo de abrir a própria empresa.
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Você já pensou em abrir sua própria empresa?


Quais habilidades são necessárias?

Se você já pensou em abrir a sua própria empresa é importante que desenvolva habilidades técnicas e gerenciais
que o permita criar novos caminhos. Estamos descrevendo habilidades necessárias para empreender um novo
negócio.

E qual seria o conceito de empreendedorismo?


Empreendedorismo pode ser entendido como uma relação entre pessoas e processos que, em conjunto, conduzem à
transformação de ideias em oportunidades cuja implementação promove a criação de negócios de sucesso.
Assim, quando você se torna uma pessoa empreendedora, adquire habilidades de identificar oportunidades de
negócios onde outras pessoas não perceberam ou não empregaram esforços para transformá-las em resultados de
sucesso.
Além de propor soluções para atender a determinadas necessidades ou resolver problemas da sociedade, os bons
empreendedores devem ter a habilidade de combinar recursos de maneira eficaz e eficiente, permitindo-lhes obter
vantagem dentro de um mercado que está mais competitivo a cada dia.
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Principais características de um empreendedor


Uma pessoa empreendedora é observadora, tem visão estratégia do negócio e mostra espírito de liderança. A maior
de suas habilidades é a criatividade, aliada ao compromisso para executar o trabalho ao que se propôs.

Os empreendedores de sucesso possuem as seguintes características:


- Visão futurista - essa característica está relacionada com possuir a capacidade de uma visão sobre o futuro para a
empresa em que se atua;
- Sabem decidir – são capazes de tomar as melhores decisões e no momento ideal, principalmente em situações de
adversidades, sendo essa característica de extrema importância para o sucesso do negócio;
- São pessoas que fazem a diferença - possuem a habilidade de converter algo que é de difícil solução em algo mais
concreto, que seja mais funcional, tornando o que é possível em realidade;
- Sabem maximizar as oportunidades - as ideias inovadoras são geradas a partir do que todos veem, porém não são
todos que identificam algo concreto para transformar em oportunidade;
- São determinados e dinâmicos - desenvolvem suas ações com grande comprometimento. Possuem a habilidade de
superar as adversidades e os obstáculos do processo de seus empreendimentos. São dinâmicos e cultivam um certo
inconformismo em relação à rotina;
- São dedicados – dedicam-se 24 horas por dia e 7 dias por semana à empresa em que atuam. Possuem capacidade de
superar o cansaço e adoram o trabalho que executam em sua empresa;
- São otimistas - o otimismo é uma das características mais importantes em um empreendedor e faz com que sempre
acredite no sucesso de seu negócio. Além disso, estão cada vez mais animados e autodeterminados em relação ao
trabalho;
- São independentes - normalmente não querem ser subordinados a outras pessoas, preferem ser independentes.
Querem estar sempre à frente de seus negócios e obter o controle sobre seu destino. Assim, um empreendedor,
quando cria algo, quer determinar cada passo do caminho a ser realizado;
- São líderes - sempre almejam ocupar o papel de liderança em uma organização. Possuem habilidade para motivar e
estimular seus colaboradores. Dessa forma, são respeitados e admirados por todos os funcionários. Possuem a
habilidade de contratar profissionais capacitados que irão o auxiliá-los a obter êxito e sucesso em seu negócio;
- São bem relacionados - possuem grande habilidade de se relacionar bem com outras pessoas e por isso constroem
uma grande rede de contatos, os quais poderão ser parceiros de seu negócio quando necessário;
- São organizados – são capazes de alocar recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional,
com a visão de obter o melhor desempenho para a organização;
- Possuem conhecimento amplo - estão em uma busca contínua por conhecimento e aprendizado, pois compreendem
que a gestão da informação é um dos maiores ativos dentro de uma organização. Esse conhecimento pode ser
adquirido pelas experiências práticas, através de treinamentos e cursos, ou até mesmo de conselhos de outros
empreendedores que montaram negócios semelhantes;
- Criam valor para a sociedade - empregam todo o conhecimento absorvido para criar valor para a sociedade, por
exemplo, através da geração de novas vagas de empregos, inovando e buscando soluções alternativas e criativas a fim
de melhorar a vida das pessoas;
- Possuem foco em planejamento - planejam cada etapa dos processos de sua organização, desde o plano de negócio
até a sua apresentação, sempre demonstrando uma base forte da visão de negócio que se possui.

Uma pessoa empreendedora precisará concluir o processo de inovação através de várias etapas para adquirir sucesso
em seu empreendimento. Entre essas etapas podemos citar:
a. Identificar e desenvolver uma oportunidade de forma visionária;
b. Validar e criar conceitos de negócio e de estratégia que auxiliem a desenvolver uma visão inovadora;
c. Captar os recursos necessários para desenvolver o conceito de inovação;
d. Implementar o conceito empresarial e/ou do empreendimento;
e. Capturar a oportunidade por meio do crescimento da empresa;
f. Estender o crescimento do negócio por meio de alguma atividade empreendedora.

Segundo o Sebrae, as principais características do empreendedor de sucesso são:


- Busca de oportunidades e iniciativa - possui boas ideias e busca colocá-las em prática. Tem proatividade, ou seja,
busca implementar processos para expandir e crescer seu negócio antes que seja necessário;
- Persistência - não desiste quando encontra um obstáculo, mas muda a estratégia da empresa a fim de enfrentar os
desafios que encontra ao longo do processo;
- Assume riscos calculados - está o tempo inteiro analisando os riscos e propondo ações para reduzi-los. Assim, busca
se colocar em situações que impliquem riscos baixos ou moderados;
- Exigência de qualidade e eficiência - analisa em seu negócio o custo/benefício de suas ações, ou seja, busca formas
eficientes, rápidas e baratas para implementar em seu processo. Busca formas de manter o padrão de qualidade
previamente estabelecido.
- Comprometimento - é compromissado com todos os serviços que se propõe a executar. Mesmo que os esforços
sejam muito grandes, despende desse esforço para completar um serviço ou produto ofertado;
- Busca de informações - está a todo momento se capacitando através de consultorias e treinamentos. Coleta
informações sobre seus clientes, fornecedores e concorrentes;
- Estabelecimento de metas - possui clareza e objetividade no momento de definir as metas de curto e longo prazo do
seu negócio;
- Planejamento e monitoramento sistemáticos - subdivide tarefas e atribui tempos a cada uma. Dessa forma,
consegue revisar melhor os resultados obtidos de cada tarefa em sua empresa;
- Persuasão e rede de contatos - para manter saudável as suas relações comerciais, utiliza de estratégias para
influenciar seus parceiros e assim atingir seus objetivos;
- Independência e autoconfiança - possui confiança em enfrentar seus desafios e cumprir seus objetivos .

É importante ressaltar que a habilidade empreendedora é fruto da implementação de uma inovação associada a uma
oportunidade. O empreendedorismo integrado à inovação pressupõe executar as tarefas de maneiras diferentes das
habituais. Assim, inovar não se limita a criar um produto novo, mas também como descobrir novas formas de fazê-lo e
oferecê-lo.

A inovação deve estar presente no plano estratégico da empresa e inovar deve ser uma das prioridades de um
empreendedor. É importante também que a inovação seja um processo estruturado e contínuo dentro da empresa.
Uma cultura direcionada para inovação deve ser empregada de forma a possibilitar liberdade para que as pessoas
possam criar novas ideias, correr riscos, errar e serem reconhecidas e recompensadas não só pelos acertos, mas
também pelos erros que cometerem. Se essas pessoas não forem estimuladas por um processo de inovação,
dificilmente a empresa será inovadora. Se os erros forem de alguma forma punidos, nenhuma pessoa mais vai correr
riscos e sem risco não há inovação.
O objetivo da inovação dentro de uma empresa é o de gerar resultados e assim ter um retorno acima da média. O
empreendedor deve inovar e ter a consciência que, na maioria dos casos, os resultados da inovação não aparecem em
curto prazo.

Requisitos de uma empresa inovadora


A Pesquisa Best Innovator adotou uma metodologia para analisar os requisitos para que uma empresa seja inovadora.
Essa pesquisa é publicada anualmente na revista Época Negócios e é utilizada para definir quais são as empresas mais
inovadoras no Brasil. A pesquisa analisa as seguintes dimensões: Estratégia, Processos, Organização e cultura,
Estrutura e suporte
Estratégia - É analisado se a estratégia de inovação está adequada à estratégia desenvolvida pela organização.
Verifica-se também se existem metas claras a fim de analisar o retorno do investimento da implementação da
inovação.

Processos - Avalia-se como será realizada a geração e a implementação de novas ideias. É verificado se existem
outras fontes de inovação, como: Universidades, fornecedores, parceiros.

Organização e cultura - É analisado se na estrutura da empresa a inovação está disseminada e se é primordial nos
processos da empresa.

Estrutura e suporte - Avalia-se a estrutura da organização em relação aos indicadores de inovação e utiliza as
ferramentas de gestão para dar suporte e motivar os colaboradores com recompensas.

Para que uma empresa seja realmente considerada como inovadora, ela necessita se estruturar, criar processos bem
definidos e apresentar resultados. Enquanto tudo isso não estiver consolidado dentro da organização, a empresa
pode até ter um ou mais produtos ou serviços inovadores, mas não poderá verdadeiramente ser definida como uma
empresa inovadora.
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Um pouco mais de conhecimento


O empreendedor proporciona a destruição criativa, caracterizada pela introdução de novos meios de produção, novos
produtos e novas formas de organização. Logo, empreender com base na inovação permite fazer as tarefas de forma
diferente da habitual. É observar uma oportunidade de solucionar um problema que ainda não obteve solução ou
melhorar a solução existente.
O empreendedorismo tem impactado diretamente a economia global porque as empresas empreendedoras
correspondem a uma parcela significativa do crescimento de empregabilidade mundial.

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