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MÓDULO UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
2. OBJETIVO DO UCI:
Reduzir a mortalidade pela provisão dos cuidados e observação individualizada continua e
integral, de acordo com as necessidades do paciente.
3. NORMAS:
Para a internação dos pacientes:
Serão internados na UCI, os pacientes que:
Apresentem instabilidade grave de um ou mais sistemas fisiológicos principais.
Apresentem alto risco de instabilidade de um sistema fisiológico principal.
Necessitem de atenção clínica constante e de técnicas especiais, próprias da UCI.
A solicitação de transferência e a internação na UCI deverá ser feita ao médico
intensivista da UCI, pelo médico que estiver assistindo ao paciente.
A solicitação devera ser atendida com a maior brevidade possível e, após o exame do
caso, ser autorizado ou não.
Se a internação for contra-indicada ou não puder ser aceita, o médico intensivista
deverá justificar ou não.
Se a internação for aceita, deverá ser comunicada à enfermeira da UCI. Pacientes
externos deverão ter sua internação solicitada pelos médicos do serviço de Emergência
ou pelos médicos assistentes do hospital.
Ao dar entrada na UCI, o paciente deverá ser imediatamente avaliado pela equipe
médica. Após esta avaliação, será redigida uma nota de internação adequada ao bom
atendimento do caso.
Para a evolução:
Serão realizados três avaliações (evoluções) básicas diárias, uma a cada turno. As
avaliações clínicas adicionais serão realizadas de acordo com as necessidades de cada
caso.
As intercorrências que gerarem modificações da conduta tomada deverão ser
registradas e comunicadas ao médico assistente.
Para alta:
A decisão de alta será de competência do medico intensivista, de acordo com a equipe
assistencial.
O médico intensivista poderá determinar diretamente à alta do paciente, dentro das
necessidades operacionais do CTI.
Para óbito:
Ao ser constatado o óbito de um paciente, o médico intensivista deverá comunicá-lo ao
médico assistente responsável pelo caso, e então preencher o atestado de óbito (com 03
vias).
Para o equipamento médico:
Ao ser constatado dano ou anormalidade no equipamento médico da UCI deverá ser
comunicado à enfermeira responsável pelos cuidados de enfermagem correspondentes
e, a seguir, ser enviada uma comunicação interna à chefia médica da Unidade.
O empréstimo de equipamentos da UCI só poderá ser realizado mediante ordem
expressa da chefia de enfermagem da Unidade.
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MÓDULO UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
4. ATRIBUIÇÕES:
DA EQUIPE MÉDICA:
Cabe o chefe:
Representar os médicos intensivistas contratados e os médicos residentes da
unidade, em seu relacionamento em as demais áreas do hospital.
Cabe ao Supervisor de Atividades Médico-Assistenciais (Médico diarista):
a supervisão e a integração da aplicação das rotinas médicas, a atividade
assistencial dos médicos intensivistas e a substituição do chefe-médico em seus
impedimentos.
Cabe ao Médico Intensivista Contratado:
A realização de procedimentos médicos de natureza invasiva, quer diagnósticos ou
terapêuticos.
A responsabilidade pelos procedimentos acima mencionados.
O registro dos procedimentos em prontuário.
A responsabilidade pelo equipamento que utilizar no atendimento a pacientes,
devendo ter pleno conhecimento deste equipamento e zelar pela integridade do
mesmo.
Submeter a aceitação e autorização da chefia, a sua participação em curso ou
outras atividades técnico científicas de conteúdo implícita ou explicitamente
relacionados à sua atuação como médico contratado da UCI.
Cabe ao Médico Assistente:
A solicitação de internação de pacientes na UCI.
A determinação da conduta médica a ser seguida ou a delegação dessa
responsabilidade à equipe da UCI.
Cabe ao Médico Residente:
A realização dos procedimentos médicos de natureza invasiva, quer diagnósticos ou
terapêuticos, por delegação do médico intensivista.
O registro dos procedimentos em prontuário.
A execução da assistência direta e permanente junto aos leitos, seguida a orientação
do médico responsável.
DA EQUIPE DE ENFERMAGEM:
Cabe ao pessoal da enfermagem
Registro em livro próprio, da entrada a saída dos pacientes da UCI.
Avaliação e exames clínicos completos do paciente, quando da sua entrada na UCI.
Acompanhamento à visita médica diariamente.
Conferência do carro de emergência diariamente. (no mínimo: 02 x ao dia)
Preenchimento do formulário sobre a evolução do paciente uma vez por turno,
diminuindo ou aumentando esta freqüência conforme a gravidade do caso.
Registro, em formulário apropriado, de todos os cuidados e procedimentos para com
o paciente.
Preenchimento diário da prescrição de enfermagem.
Preenchimento de relatórios mensais ao Grupo de enfermagem de todas as
atividades de enfermagem, no âmbito da UCI.
5. DISPOSIÇÃO GERAIS:
A utilização de casuísticas da UCI para fins de estudo e publicação deve ser autorizado
pela chefia da UCI dentro de critérios estabelecidos pelo hospital.
A elaboração de pesquisa prospectiva dentro da UCI deve ser precedida de elaboração
de projeto de pesquisa, aprovado de acordo com os critérios do hospital.
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MÓDULO UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
O PACIENTE NA UCI
A indicação para tratamento intensivo deverá ser precisa e adequada à relação risco-
benefício. A experiência tem mostrado inúmeros prejuízos emocionais e físicos para pacientes
e seus familiares quando os critérios de admissão não são respeitados.
O isolamento, a perda referencial, a desconsideração pela dignidade e pelo pudor individual
e pela autodeterminação tem sido temas continuamente considerados pelos intensivistas. As
punções e os demais procedimentos invasivos, os ruídos constantes dos equipamentos e do
pessoal em serviço, a luz direta, a permanência do leito e outras questões. Esta é uma questão
relevante na terapia intensiva: enquanto ela se vale de recursos técnicos e de procedimentos
quantificáveis para atingir seus objetivos, os fatores não mensuráveis, inerentes ao
tratamento, podem ser relegados a plano secundário, com conseqüências prejudiciais ao
paciente.
Para reduzir o potencial iatrogênico de terapia intensiva, faz-se necessário, sempre que
possível:
1. Informar ao paciente o motivo do ingresso na UCI e o funcionamento básico da
unidade.
2. Transmitir expectativas favoráveis quanto à recuperação do paciente.
3. Orientar o paciente sobre os procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
4. Vincular o paciente a um dos profissionais da equipe permanente da UCI.
A ABORDAGEM AO PACIENTE
ETAPA 1
a) Obter informações objetivas sobre o paciente a ser admitido com ênfase nos aspectos
críticos.
b) Verificar, com base nas informações obtidas, a disponibilidade do leito, pessoal e
equipamentos para manejo adequado da situação crítica;
c) Comunicar a enfermeira responsável para a rápida admissão do paciente.
ETAPA 2
A abordagem tradicional, que inclui obter a piori uma história e exame físico completo, é
dispensável. O objetivo inicial é a estabilização do paciente.
Esta etapa caracteriza-se pela realização simultânea de monitorização, manobras
terapêuticas e testes diagnósticos.
Não retardar o tratamento enquanto se tenta monitorizar o paciente ou obter dados clínicos.
Dividir os pacientes de acordo com a condição de internação pela seguinte categorização,
não excludentes:
ETAPA 3
Constitui-se na avaliação propriamente dita. A obtenção de dados não priorizados na
fase de estabilização clínica.
Constatar com fonte de informação: médico assistente, emergencista, cirurgião,
anestesista, familiares e, quando possível, o próprio paciente.
Proceder exame físico completo com ênfase no principal sistema fisiológico afetado,
caracterizando os sinais obtidos de maneira padronizadas com vistas às avaliações
prospectivas.
Obter resultados dos exames básicos já solicitados.
Registrar os dados obtidos de maneira tradicional e corrente em semiologia médica
(isto é importante para o registro básico, mas as frases iniciais devem conter a
essência do problema focalizado).
Abrir uma folha de controle (gráfico) das variáveis laboratoriais e de monitorização.
Estabelecer a conduta com participação do médico assistente e/ou intensivista
responsável.
Iniciar o acompanhamento intensivo com observações freqüentes, tratando dos
problemas imediatos e obtendo os resultados laboratoriais, até que o diagnóstico e
quadro geral tenham se tornado claros para a equipe.
ETAPA 4
A evolução
A freqüência e complexidade das avaliações seqüenciais do paciente em UCI dependem da
natureza dos problemas identificados.
a) Proceder à realização de no mínimo três evoluções básicas diárias – uma por turno –
com registro objetivo. Deve constar uma lista de problemas aberta e o plano a ser seguido.
b) As intercorrências deverão ser registradas.
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ROTINAS DE ENFERMAGEM
1. ADMISSÃO DO PACIENTE NA UNIDADE
OBJETIVO:
Integrar o paciente na unidade e avaliar seu estado de saúde. Determinar a conduta de
Enfermagem a ser tomada.
PACIENTES E FAMILIARES:
A enfermeira apresenta-se ao paciente, realiza o Histórico de Enfermagem lista os
problemas, realizar a prescrição de enfermagem, conforme a situação individual do
paciente.
Orienta o paciente e familiares quantos as normas e rotinas da unidade.
Acompanha o paciente até seu Box, mostrando-lhe o sistema de alarme e monitor.
(Se lúcido)
Orienta o paciente, ou seu responsável, quanto à necessidade de materiais de uso
pessoal que o hospital não dispõe para fornecer.
ASSISTENCIAIS:
Solicita, em caso de urgência, a presença do médico responsável ou de plantão,
informando-o sobre as condições do paciente.
Comunica ao técnico de enfermagem que o paciente ficará sob seus cuidados.
Comunica a admissão do paciente ao SDN (Serviço de Nutrição e Dietética).
Notifica à comissão de Controle de Infecção casos de pacientes infectados.
2. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
a) Identificação: Nome, idade, sexo, cor, estado civil, escolaridade, religião, profissão,
naturalidade, procedência, telefone para urgência.
b) Admissão: Data, hora de chegada, procedência (unidade/hospital), e nº de
internação, motivo da internação, dados relevantes (dietas, medicação, alergias,
outras patologias). Condições gerais na admissão: Exame físico, incluindo aspecto
geral, nível de consciência, condições emocionais, condições de higiene, sinais
vitais, peso, altura, condições de locomoção, soros, drenos, etc... Os registros
devem limitar-se às condições de chegada do paciente. Todas as condutas
efetuadas devem ser anotadas na folha de evolução.
c) Dados adicionais: História pregressa, o que sabe da doença atual e tratamento,
experiências hospitalares e cirurgias anteriores. Hábitos de vida (sono, repouso,
alimentação, hidratação, recreação, eliminações, fumo e álcool, situação familiar).
d) Exame físico: completo (Céfalo-caudal)
6. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
OBJETIVO:
Promover a higiene, o conforto e a segurança do paciente, mantendo sua auto-imagem,
conforme seu grau de dependência da enfermagem.
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A enfermeira prescreve e supervisiona os cuidados de higiene, de acordo com as
condições e necessidades do paciente, preservando, se possível seus hábitos e preferências e
orienta o técnico de enfermagem quando a execução destes cuidados.
A cada turno um funcionário fica responsável pelo paciente, prestando-lhe cuidados
integrais e, dentre estes, os cuidados de higiene e conforto.
HUMANIZAÇÃO EM UTI
Humanizar é tornar humano. O que é humano é estudado por humanistas e humanismo é uma
palavra que podemos aplicar a quase todas as ideologias modernas e contemporâneas.
Humanizar-se... não na concepção moderna, no sentido de mais virtuoso, brilhante, bem-
sucedido. Humanizar-se é também a capacidade de ser frágil, poder chorar, sentir o outro, ser
vulnerável, ao mesmo tempo, ter vigor, lutar, resistir, poder traçar caminhos. Ternura e vigor.
(Leonardo Boff)
Não deixa de ser interessante e necessário refletirmos que, apesar de tantas discussões e
posições teóricas sobre humanismo, ainda hoje é impressionante e quase universal, constante
e flagrante violação dos direitos do homem e de sua dignidade em nossos dias. Vivemos em
um momento no qual aquilo mesmo que constitui a grandeza do homem. Os fatos
testemunham esse aspecto e, como é de se esperar, refletem-se também nas UCIs.
Trabalhar em uma UCI é viver diariamente a dúvida de até onde ir, por que ir, quando
parar, em que investir e, mais ou menos conscientemente, refletir se, quando suprimimos a
liberdade física, psicológica, real de um ser humano, não o estamos mutilando, castrando-o
no que constitui a sua essência e a aspiração mais profunda.
Ninguém questiona a importância da existência de um local onde a tecnologia possa ser
colocada à disposição da manutenção da vida humana, onde a observação possa ser tão
constante e intensiva, onde muitas situações limites possam ser revertidas a favor da vida.
O que questiona, ou o que nos parece necessário refletir, é até que o ponto o progresso
técnico, como se realiza hoje é, ´´saudável`` e promove o crescimento e a harmonização das
pessoas, uma vez que, quando questionamos os próprios profissionais da área de saúde,
nenhum deles deseja a UCI para si mesmo ou para seus entes queridos. Todos preferem,
quando muitos doentes, morrer ´´dormindo``, em casa, de repente, sem dor...
Poderíamos dizer que essa ´´crise``, essa ambivalência, incrementa o desejo de mudança.
Sabemos que em termos de desenvolvimento e aperfeiçoamento tecnológico, o rumo que as
coisas tomaram é irreversível, não se trata de abominar a tecnologia, porque ela em si mesma
não é benéfica nem maléfica – tudo depende do uso que dela se faz. A tecnologia deve ser
usada de forma criativa e humana, servindo para melhorar a nossa qualidade de vida.
O profissional de UCI precisa estar tão preocupado e atento às necessidades fisiológicas
básicas que, às vezes, pode achar ter cumprido o seu dever com o paciente e com o próximo
quando não o tem lesado ou não o tem desrespeitado (conscientemente). Porém, essa talvez
seja uma forma negativa de reconhecer o outro como fim e valor absoluto, porque o valor,
além de não ser lesado, deve ser afirmado. Afirmá-lo é reconhece-lo como ser digno de amor
(com capacidade de amar e ser amado) e livre – biológica e psicologicamente falando- ou seja,
é um ser capaz de determinar-se por si próprio nas suas ações e com liberdade de escolha,
opção. A liberdade é central em todo humanismo, e aí pode ser encontrada a especificidade, a
dignidade do homem.
Parece-nos imprescindível, então, que um dos aspectos a serem analisados em relação à
implantação e ao uso de qualquer tecnologia, além de segurança, eficácia, impacto social e
relação custo - beneficio, é a questão ética. Nas UCIs, a tecnologia de ´´ponta`` está sempre
presente e o enfermeiro precisa aperfeiçoar-se constantemente para acompanhar esses
avanços. Porém, é nas UCIs também que o entretenimento com a morte é mais próxima e
constante. Então não deveria ter a profissão de saúde, já na sua formação, a discussão em
níveis paradigmáticos: o papel é curar ou cuidar? Porque o curar é escravo da tecnologia e o
cuidar pressupõe que temos uma existência mortal.
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MÓDULO UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Afinal, o profissional de UCI não deveria ter claro que o ponto final do seu trabalho é o
cuidado de enfermagem, não a manutenção da vida ´´a qualquer preço``? Afinal, não temos
maior conhecimento biológico, que nos capacita a prognósticos mais preciosos da morte? Não
temos conhecimentos psicológicos mais preciosos para aliviar a ansiedade e o sofrimento?
Resgatar a humanidade nas UCIs talvez seja voltar a refletir, cada vez mais
conscientemente, sobre o que é ser humano. É verdade que não podemos questionar o
surpreendente desenvolvimento tecnológico do mundo mais isso não necessariamente implica
a leitura de que as pessoas que vivem nesse mundo, mais isso não necessariamente implica a
leitura de que as pessoas que vivem nesse mundo se tornaram mais afetivas, compreensivas,
sensíveis e solidárias. A UCI precisa e deve utilizar-se dos recursos tecnológicos cada vez mais
avançados, porem nós, profissionais de UCI, não deveríamos esquecer que jamais a máquina
substituirá a essência humana.
Só é possível humanizar UCIs partindo da nossa própria humanização. Os enfermeiros (os
profissionais de enfermagem e de saúde, de uma maneira geral) não podem humanizar o
atendimento do paciente crítico antes de aprender como ser mais ´´inteiro`` / integro consigo
mesmo. Não podem ´´deixar`` parte de si em casa e assumir comportamentos diferentes que o
tensionem por não poder se ele mesmo.
O encontro com o paciente nunca é neutro. O enfermeiro deve reconhecer que sua presença é
tão importante quanto o procedimento técnico. Se não mais.
Uma UCI humanizada significa que os enfermeiros têm a mesma compaixão e atenção
consigo, com seus pares e colegas e com pacientes. Cuidar de quem cuida é essencial para se
poder cuidar terapeuticamente de outros. Acredito ser este o primeiro passo da ética do
cuidado. Vale dizer que a filosofia da instituição em que se trabalha é fundamental para
incentivar e aprimorar o aspecto humanitário dos seus serviços. A valorização do profissional
enquanto ser biopsicossocial contribui para a motivação de cada um (bons desjejuns para
toda a equipe, local para descanso, vestiários confortáveis e limpos, salário justo, entre
outros).
Quando nos sentimos respeitados, valorizados e motivado enquanto pessoas e profissionais,
podemos mais facilmente estabelecer relações interpessoais saudáveis e respeitosas com os
pacientes, familiares e equipe multiprofissional.
Por muitos anos aprendemos a ter uma baixa auto-estima quando colocamos os desejos e
necessidades dos outros acima das nossas. Só reconhecendo nossas necessidades, suprindo-
as, é que podemos aceitar o outro como humano também.
Para um ambiente mais humano nas UCIs, precisamos aprender a nos perguntar o que
queremos, estabelecer objetivos realistar e aprender com os erros (não se engane: todos
erramos!). Examinar nossa complacência, dizer ´´não`` quando necessário, sem culpa.
Reconhecer atitudes negativas e respostas de má adaptação ao estresse (suas e de seus
colegas): excessiva crítica, raiva, hostilidade, austeridade, comportamento de negação,
superproteção, depressão, fadiga... e, em vez de julgá-los, desenvolver um comportamento de
ajuda.
O desenvolvimento de um espírito de coleguismo ou de boas relações no trabalho não
acontece, precisa ser criado. O sentido de ´´time`` é demonstrado nas pequenas ações diárias,
e desenvolve-lo é tão ético quando necessário, quando o trabalho a ser feito envolve o cuidar.
Penso que um dos maiores estressores que os enfermeiros enfrentam.
Pessoas que tem baixo autoconceito normalmente são bastantes criticas com relação a
outras. A maneira como nos julgamos é a maneira como julgamos os outros e isso afeta como
nos cuidamos e como cuidamos dos outros.
O ambiente das UCIs é bastante estressante e não podemos nos descuidar do grupo, pois o
resultado do nosso trabalho depende da equipe como um todo.
Saber o que esperam do nosso trabalho é algo que diminui nossa ansiedade, portanto
precisamos aprender a dizer o que esperamos de cada um da equipe, encoraja-lo a ser
responsável pelos próprios atos e deixar claro o impacto que esse trabalho tem para a equipe
como um todo. Do capitão ao operador da sala de máquinas, todos tem uma função essencial
nos navios.
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MÓDULO UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Nosso trabalho não termina, porque sempre existirão pessoas precisando de
cuidados intensivos, de observação constante e ... também conviveremos com a morte! A
tranqüilidade de estar fazendo a própria parte do trabalho, da melhor maneira possível,
desenvolvendo cada vez mais recursos para promover a integração de
corpo/mente/emoções,espírito de todos os “humanos” da UCI (sejam pacientes ou não>>), faz
com que passemos o plantão cansados, mais podendo agradecer ao grupo pela colaboração de
todos.
É bom lembrar que um grande numero de nossos pacientes se encontra em coma ou sob
efeito de sedação contínua. Porém, sabemos que a audição é, quase sempre, o ultimo dos
sentidos a desaparecer no ser humano com alteração de consciência e temos inúmeros casos
que relatam “o que ouviram” quando comatosos, ou mesmo de pessoas que reconheceram as
vozes de quem estava cuidando quando se tornaram conscientes.
A musicoterapia é o uso terapêutico de determinados tipos de musica que podem afetar o
fisiológico, o emocional e o comportamento de quem escuta. Já existem pesquisas
demonstrando seu uso para diminuição do estresse em pacientes de unidade coronariana,
assim como diminuição do ritmo cardíaco e aumento da temperatura corporal.
Se não conhecemos o repertório musical do paciente, o que para ele é melhor, podemos
utilizar músicas que não sejam faladas para que a pessoa possa se concentrar somente no
ritmo da música e não na mensagem das palavras.
Trabalhar numa UCI e tentar mantê-la mais humanizada é aceitar que o estresse existe,
que o ambiente é propício para ansiedade e emersão de conflitos, por isso a importância da
auto-avaliação e consciência dos próprios estressores; sessões de grupo onde a equipe discuta
os conflitos, percepções e quais as respostas mais adequadas às situações; conversas e
encontros amigáveis fora da unidade; e a certeza de que...
Amor sem conhecimento é cego.
Conhecimento sem amor é inútil.
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O líquido extracelular pode ser dividido em líquido intersticial, plasma, líquido
cefalorraquidiano, líquido intra-ocular, líquidos do tubo gastrointestinal e líquidos do terceiro
espaço. O volume do plasma em um adulto de 70 Kg é, em média, de 3 litros.
DIFUSÃO:
Todas as substancias dissolvidas em água podem se locomover entre dois compartimentos –
intracelular e extracelular. Os componentes tendem a se mover de regiões de concentração
mais elevada para as regiões de menor concentração. Existem dois tipos de difusão através da
membrana celular: difusão simples e difusão facilitada.
DIFUSÃO SIMPLES:
É o movimento de moléculas ou íons através da membrana ou dos espaços
intermoleculares, sem necessidade de fixar a proteína carreadora da membrana. A velocidade
dessa difusão é determinada pela quantidade de substância, pela velocidade do movimento da
membrana e pelo número de espaços intermoleculares da membrana por onde as moléculas
ou íons podem passar. Um dos fatores mais importantes que determinam à difusão simples de
uma substância é a lipossolubilidades.
DIFUSÃO FACILITADA:
É o movimento de moléculas ou íons mediado por carreador, ou seja, necessita da
participação de proteína carreadora especifica. A proteína carreadora facilita a difusão da
substância para o outro lado.
Tanto a difusão simples quanto a difusão facilitadora não gastam energia; portanto, são
processos passivos. A maior parte das partículas se equilibra através das paredes dos
capilares por difusão passiva.
OSMOSE:
A difusão de água ocorre das membranas capilar e celular para se obter uma concentração
idêntica em ambos os lados da membrana. A tendência da água de se difundir de um
compartimento para outro depende da sua osmolaridade. Contudo, sob certas substâncias,
pode ser desenvolvida uma diferença de concentração para a água através de
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uma membrana, no mesmo modo como pode ocorrer para outras substâncias. Neste caso,
ocorre o movimento efetivo de água causado pela diferença de concentração da própria água,
denominado osmose.
Por exemplo, quando um composto como o cloreto de sódio – NaCI – é dissolvido em água,
ele se dissocia em um cátion (sódio) e um ânion (cloreto).
A osmose das moléculas de água pode ser neutralizada ao se exercer uma pressão através
da membrana seletivamente permeável, na direção oposta à osmose. A quantidade de pressão
necessária para neutralizar a osmose é denominada pressão osmótica.
O princípio da oposição à osmose por uma diferença de pressão ocorre através de uma
membrana seletivamente permeável que separa dois meios líquidos: um contendo água e
outro contendo solução aquosa de um soluto qualquer, para o qual a membrana não é
permeável. A osmose da água do compartimento contendo solução aquosa de um soluto
qualquer faz com que os níveis do compartimento contendo solução aquosa de um soluto
qualquer faz com que os níveis dos compartimento fiquem progressivamente mais afastados,
até que se desenvolva uma diferença de pressão suficientemente intensa para impedir o efeito
osmótico. A diferença de pressão entre as duas faces da membrana é a pressão osmótica da
solução contendo o soluto não permeante. Cada molécula não permeante dissolvida em água
modifica o potencial químico da água. O mesmo processo ocorre com os íons.
TRANSPORTE ATIVO:
É a transferência de moléculas ou íons contra um gradiente de concentração pela
membrana celular, ou seja, é a transferência de moléculas ou íons do liquido extracelular.
Este movimento iônico é idêntico e na direção inversa daquele que ocorre por difusão passiva.
Entre as substancias que são transportadas utilizando-se de proteínas carreadoras estão os
íons sódio, potássio, cálcio, hidrogênio, cloreto e alguns outros. Um dos exemplos de
mecanismo de transporte ativo é a bomba de sódio-potássio: ocorre a transferência dos íons
potássio, uma vez que a sua concentração é muito maior no líquido intracelular e pequena no
líquido extracelular e, de modo inverso, para os íons sódio, com concentração maior no liquido
extracelular e menos no liquido intracelular. O transporte depende de proteínas carreadoras
que atravessam a membrana celular, com a função de transferir energia para a substância
transportadora. Esta energia utilizada para o transporte ativo é produzida por processos
metabólicos que ocorrem em todas as células do corpo. É armazenada na forma de uma
substância química – adenosina trifosfato (ATP).
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REGULAÇÃO HIDROELETROLÍTICA
A regulação é predominantemente exercida pela função renal. A regulação renal é governada
pelo sistema justaglomerular e pelo eixo renina – aldosterona - angiotensina. Os rins
normalmente reabsorvem Na+ e água, mas excretam K+ e íons hidrogênio (H+). A quantidade
ALTERAÇÕES DO VOLUME
Os problemas eletrolíticos mais comuns são causados pelo metabolismo anormal do sal e
da água, observados mais freqüentemente nas doenças renais, nas doenças
cardiorrespiratórias graves, em pacientes politraumatizados e em pacientes no pós-operatório,
nas carências alimentares e depleção nutricional e nas condições que exigem líquidos
parenterais.
HIPER-HIDRATAÇÃO:
A hiper-hidratação representa um aumento no volume do líquido no compartimento
extracelular. Geralmente os eletrólitos são retidos. A hiper-hidratação pode ser causada por
insuficiência cardíaca congestiva, ingestão excessiva de cloreto de sódio e reposição de
líquidos em pacientes com insuficiência renal.
Os sinais e sintomas mais comuns são sonolência, inquietação, desorientação, fraqueza
muscular, arritmia cardíaca, febre, convulsões, edema palpebral, edema generalizado e coma.
DESIDRATAÇÃO:
A desidratação representa uma perda de água do compartimento extracelular. Geralmente
perdem-se eletrólitos.
Suas causas são diminuição da ingestão de água, vômitos, diarréia, infecção sistêmica,
drenagem fístulosa, obstrução intestinal ou queimadura grave. Também pode ocorrer
desidratação devido ao acúmulo de líquido transcelular associado à ascite e ao derrame
pleural.
Os sinais e sintomas são pele e mucosas secas, sede, oligúria ou anúria, perda de peso,
lassidão, hipotermia, hipotensão e taquicardia.
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b) POTÁSSIO (K+)
Valor normal = 3,5 a 5,0 mEq/L
Hipocalemia – K + < 3,5 mEq/L
Hipercalemia – K > 3,5 mEq/L
Tratamento:
Hipocalemia: Correção VO (mais segura) / Correção EV (diluído)
Hipercalemia: Adm. Cálcio EV / Adm. De bicarbonato Na+ / Adm. Glicose e insulina /
Adm. Diuréticos / Diálise Peritoneal / Hemodiálise
c) CÁLCIO (Ca++)
Valor normal = 9,0 a 11,0 mg/%
Hipocalcemia – Ca++ < 9,0 mg/%
Hipercalcemia – Ca++ > 11,0 mg/%
Tratamento:
Hipocalcemia: Gluconato de Ca++ a 10% (administração lenta) / Cloreto de cálcio a 10%
Hipercalcemia: Mobilização / Reidratação / Redução da ingestão de cálcio e vitamina D /
Reposição de K+ / Terapêutica dialítica : - diálise peritoneal – hemodiálise / Adm. de
diuréticos ex: (Furosemida)
d) FÓSFORO (P)
Valor normal: 3,0 a 4,5
mg/%
Hipofosfatemia – P < 3,0
mg/%
Hiperfosfatemia – P > 4,5
mg/%
Tratamento:
Hipofosfatemia: Adm. VO de
fosfato (2,0 a 2,5 g de P/dia)
Adm. de fosfato de potássio
Hiperfosfatemia: Infusão de
soluções salinas e
bicarbonato de sódio /
Adm. de DIAMOX
(acetazolamida) / Uso VO
de antiácidos / Diálise
peritoneal / Hemodiálise.
e) MAGNÉSIO (MG)
Valor normal: 1,5 a 2,0
mEq/L
Hipomagnesemia – Mg < 1,5
mEq/L
Hipermagnesemia – Mg - > 2,0 mEq/L
Tratamento:
Hipomagnesemia: Sulfato de MG a 50%.
Hipermagnesemia: Adm. EV de cálcio / Adm. de soluções salinas associadas à diuréticos
de alça (furosemida) / Terapêutica dialítica (peritoneal ou hemodiálise).
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BALANÇO HÍDRICO
(BH = Líquido administrado - Liquido eliminado)
INTRODUÇÃO
O balanço hídrico reflete a relação entre a quantidade de líquidos administrados e
eliminados. O controle é importante principalmente em casos onde a administração de
líquidos tem que ser rigorosamente compatível com a eliminação. Incluem-se, casos de
portadores de insuficiência renal, insuficiência cardíaca com edema, anasarca e outros.
Importante também em patologias onde esta avaliação se faz necessária para a reposição
adequada de líquidos. Incluem-se, situações de transplantes renais, intoxicações exógenas e
outras. A avaliação desta relação entre administrado e eliminado pode ser feita de hora em
hora, a cada 6 horas, a cada 12 horas, atendendo a necessidade de cada caso.
São líquidos administrados aqueles infundidos por via parenteral, SNG, gastrostomias,
jejunostomia, VO, SNE.
São líquidos eliminados: volume urinário, e perdas outras através de drenos, sondas,
vômitos, diarréias, outros.
A Sudorese é computada de forma especifica. É perda, e sua avaliação será descrita no
decorrer da orientação do preenchimento do impresso.
Consta o controle hídrico de 2 colunas – líquidos administrados e líquidos eliminados.
Em UCI realizar o BH 02/02h (nos horários pares), em pós operatórios de cirurgia de
grande porte, nas 06 primeiros horas do POI.
PREENCHIMENTO
PARENTERAL:
TIPO: É a especificação do líquido que está sendo administrados por via venosa: SG, SRL,
Nutrição Parenteral, Hemocomponentes, etc.
QUANTIDADE INDICADA: Volume total do líquido preparado para a administração venosa.
QUANTIDADE ADMINISTRADA: Corresponde ao volume já infundido em um determinado
período. (Atentar par as infusões em Bomba de Infusão, pois se iniciadas, por exemplo as 08h,
só iremos computar a partir das 09h, pois a vazão é em ml/h).
ORAL OU SONDA:
TIPO: espécie de alimentação que está sendo administrada, (leite, chá, suco, água, dieta
enteral)
QUANTIDADE: Volume administrado.
Nas duas situações de administração parenteral, oral ou sonda anotar o volume no horário
correspondente.
LÍQUIDOS ELIMINADOS – urina, suor, vômitos, secreção de drenos torácicos, de portovac,
tubulares, penrose, etc.
COMO PREENCHER:
Na coluna da diurese, anote o volume correspondente. A medida deve ser feita a cada 2
horas. Após anotação, desprezar a diurese (a cada 6 horas, se estiver em bolsa coletora).
Na coluna correspondente a suor utilizar
+ (suor de face)
++ (suor de face e tronco)
+++ (sudorese generalizada maior quantidade)
++++ (molha a roupa)
O resultado do balanço é positivo quando a quantidade de liquido ingerido for superior a
quantidade eliminada e será negativo quando a quantidade ingerida for inferior a quantidade
eliminada.
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MÓDULO UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
1. CONCEITO
Complicações aguda do DM, que ameaça a vida, mesmo quando tratada apropriadamente.
Observada mais freqüentemente nos portadores de DM tipo I.
2. FISIOPATOLOGIA
O CAD ocorre quando há deficiência relativa ou absoluta de insulina em associação com
um aumento dos hormônios contra-reguladores: catecolaminas, cortisol, hormônio de
crescimento e glucagon, sendo este o mais potente.
A adrenalina e o glucagon inibem a captação periférica de glicose e aumentam a sua
produção hepática, estimulando a glicogênese e a glicogenólise,
O cortisol e o hormônio de crescimento bloqueiam a ação periférica da insulina e
potencializam o efeito da adrenalina e do glucagon na produção hepática da glicose.
A hiperglicemia provoca glicosúria. Os efeitos osmóticos da glicosúria impedem a
reabsorção de cloreto de sódio (NaCl) e água no túbulo proximal e na alça de Henle.
A hiperglicemia e a perda de água provocam aumento da tonicidade plasmática com desvio
de água e de potássio do meio intra para a extracelular. A diurese osmótica e a cetonúria
levam a perdas renais significativas de Kt. A depleção progressiva de volume diminui a taxa de
filtração glomerular com acumulo de cetoânions no plasma e aumento da osmolaridade
plasmática.
3. FATORES PRECIPITANTES
Interrupção do uso de insulina
Abuso do álcool
Infecção do trato urinário e pneumonia
Trauma
Embolia Pulmonar
IAM
Gravidez
Pancreatite Aguda Cirurgia
Cirurgia
OBS: Em muitos casos, o fator precipitante é desconhecido.
4. QUADRO CLÍNICO
5. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
7. COMPLICAÇÕES NA TERAPIA
Hipoglicemia e hipocalemia (devido ao uso da insulinoterapia)
Edema cerebral (devido à hiperidratação e correção muito rápida da hiperglicemia)
SARA (devido à infusão excessiva de cristalóides que favorecem o desenvolvimento de
edema pulmonar)
Acidose metabólica hiperclorêmica (devido à excessiva administração de cloro durante a
infusão de líquidos para administração)
Tromboembolismo (a hiperosmolaridade e hipernatremia podem desencadear alterações
do fator VIII, contribuído para um estado de hipercoagulabilidade na cetoacidose).
8. PREVENÇÃO
O paciente deve ser instruído a manter o uso de insulina NPH ou a associar com a
insulina R, se for o caso, a monitorização das cetonas urinarias e da glicemia, a prevenção de
desidratação grave e jejum prolongado.
Deve ser indicada a hospitalização do paciente na presença de: perda de peso maior do
que 5%; respiração maior do que 35 ipm; elevação da glicose sanguínea; alterações do estado
mental; náuseas e vômitos incontroláveis.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
V) ALTERAÇÕES LABORATORIAIS
A glicemia geralmente está muito elevada, acima de 600mg/dl, o pH maior do que 7,3 e a
osmolaridade plasmática acima de 320mOsm/l.
VI) TRATAMENTO
Os mesmos passos da cetoacidose, porém sem acidose para ser corrigida.
Hidratação com SF 0,9% e 0,45%.
Insulinoterapia EV continua
Anticoagulantes: Considerando a freqüência elevada de eventos tromboembólicos,
precipitados pela desidratação, aumento da viscosidade sanguíneas e alterações da
coagulação (fator VIII), alguns autores recomendam o uso de heparina de baixo peso
molecular desde o inicio do tratamento. Outros, retardar um pouco o seu uso, por que a
gastroparesia, induzida ou agravada pela hiperglicemia, aumenta a possibilidade de
sangramento da mucosa gástrica, enquanto a hidratação adequada diminui o risco de
tromboembolismo.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA
A avaliação respiratória é composta basicamente por três partes: identificação, história clinica,
exame físico.
1) IDENTIFICAÇÃO
Inclui os itens relativos aos dados pessoais (nome, idade, sexo, filiação, estado civil,
endereço, nacionalidade, profissão, telefone) e também a data de admissão do paciente.
2) HISTÓRIA CLÍNICA
É a coleta de dados sobre a saúde do paciente. Inclui a queixa principal (QP), ou seja, o
motivo principal pelo qual o paciente procurou o serviço de saúde e a historia da moléstia
atual (HMA) que se refere aos dados sobre a doença, como o inicio, a forma de acontecimento,
o curso, como piora e como melhora, sinais e sintomas, casos de família, internamentos
anteriores, diagnósticos e tratamentos anteriores.
A queixa principal inclui, geralmente, um dos cinco sinais ou sintomas: dor torácica,
dispnéia, tosse, escarro e hemoptise. Ao encontrarmos tais queixas devemos avaliar cada uma
delas.
DOR TORÁCICA: inicio e duração; de característica constante ou intermitente;
localização e irradiação, forma de apresentação; em aperto, aguda, penetrante; o que
alivia, o que piora; eventos associados, como traumas, refeições, tensões, tosse,
hemoptise, dispnéia, vômitos, náuseas, taquicardia.
DISPNÉIA: inicio e duração; se súbita ou insidiosa, aguda, crônicas, constantes,
intermitentes; o que alivia e o que agrava, como posturas, atividades, medicações,
período do dia; se for acompanhada por tosse, febre, dor, tonturas.
TOSSE: o inicio e duração, freqüência; intensidade, se suficiente; períodos do dia;
situações ou atividades relacionadas; seca ou úmida, produtiva (com expectoração); se
é dolorosa; o que alivia e o que agrava.
ESCARRO: inicio e duração; volume; período do dia; coloração; consistência; odor;
presença de sangue; o que alivia e o que piora. É necessário o exame microscópico.
HEMOPTISE: inicio e duração; freqüência e quantidade; características, diferenciar de
epistaxe, estomatorragia e hematêmese.
3. EXAME FÍSICO
Mesmo antes de se avaliar os aspectos relativos ao aparelho respiratório, deve-se observar o
aspecto geral, o nível de consciência e o estado mental do paciente.
INSPEÇÃO:
Observar o tórax, seu diâmetro AP (antero-posterior) em relação ao diâmetro lateral,
se há deformidades como tórax em barril, pectus carinatum (peito de pombo), pectus
escavatum (peito pra dentro); posturas antálgica (devido à dor), deformidades da coluna
vertebral (escoliose, cifose, cifoescoliose), assimetrias de hemicorpo, assimetria de costelas e
de escápulas.
Observar se a expansão torácica durante a respiração é simétrica. Assimetrias, como
expansão unilateral na inspiração, podem indicar patologias como atelectasias ou fibrose
pleural. Expansão lateral diminuída pode indicar fratura de costela, embolia pulmonar,
derrame pleural ou dor.
Atentar para a respiração do paciente. O movimento do tórax em relação à freqüência, ao
ritmo, à profundidade, à duração e à amplitude da respiração. A relação inspiração /
expiração, em geral, é 1:1 a 1:2. A FR varia de 12 a 20 irpm, o ritmo é uniforme com uma
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
respiração profunda ocasional. Os sons respiratórios não devem ser audíveis a uma distancia
superior a alguns centímetros da boca.
Observar o PMV (Padrão muscular ventilatório), o uso do diafragma, músculos intercostais,
a participação da MIA (musculatura inspiratória acessória), presença de expiração ativa
(anormal) e movimentos paradoxais (anormal).
PALPAÇÃO:
Palpar a massa muscular e o esqueleto desde o pescoço até o término do tórax. Notar
desvio de traquéia, presença de linfonodos (gânglios) aumentados, massas cervicais, presença
de edema, dor, pulsações. Observar o frêmito tátil (vibrações palpáveis), que é igual
bilateralmente (ao mesmo nível), com um aumento próximo aos brônquios principais. No idoso
são menos intensos. Frêmitos aumentados sugerem patologias (enfisema, pneumotórax,
atelectasias).
Avaliar a expansão da parede torácica. Na parte anterior ou posterior, com os polegares
unidos, observar se a divergência deles é simétrica. Normalmente, os polegares devem afastar-
se por 3 a 5 cm. Se é assimétrica indica que um pulmão se expande mais que o outro. (ex:
fibrose pulmonar, fratura de costela). O idoso pode apresentar uma respiração menos
profunda e com isso uma expansão menor.
PERCUSSÃO:
Percutir a parede anterior, posterior e lateral do tórax. Livrar as superfícies ósseas.
O som normal aos campos pulmonares é o ressonante. Hiperressonância pode indicar
enfisema. Sons de maciez ou sub-maciez sugerem a presença de pus, tecido sólido ou liquido
nos pulmões como, por exemplo, nos processos pneumônicos ou encharcamento pulmonar.
AUSCULTA:
OBSERVAÇÕES
Posterior:
Por baixo da roupa;
Isolar as escápulas, usar o estetoscópio fora das proeminências ósseas;
Auscultar o terço médio, superior e inferior do pulmão;
Orientar ao paciente para respirar profundamente com a boca entreaberta;
Comparar os dois lados.
Anterior:
Por baixo da roupa;
Excluir os esterno e as proeminências ósseas;
Auscultar regiões superior, média ou inferior;
Comparar os dois lados
Observar o MV (Murmúrio vesicular) que corresponde ao som da passagem de ar nos
condutos aéreos. Normalmente é um som “limpo” que vai diminuindo quando se aproxima das
bases pulmonares.
Atentar para a presença de ruídos adventícios que são sons indicadores de alteração na
passagem do ar. São patológicos. Os roncos são sons grosseiros que geralmente indicam
presença de secreção em VA (via aérea) de grande calibre.
As crepitações são sons mais “ delicados” e na fase inspiratória sugerem a presença de
secreção em VA de pequeno calibre. Na expiração indicam edema, liquido no espaço
intersticial como, por exemplo, na ICC (insuficiência cardíaca congestiva)
Os sibilos são sons agudos referidos popularmente como “piado” ou “miado”. Estão
relacionados à redução da luz dos brônquios seja por broncoespasmo ou por secreções.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
O aparelho respiratório do homem consiste de um sistema condutor (fossas nasais, boca,
faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos) que leva o ar de, ou para um sistema onde
ocorre a difusão gasosa (alvéolos pulmonares).
O alvéolo é a menor unidade pulmonar. Existem cerca de 3000 milhões de alvéolos em cada
pulmão e são constituídos por três tipos de células:
MECÂNICA VENTILATÓRIA
Dois eventos ocorrem no ciclo respiratório. A inspiração e a expiração. Através deles o ar é
periodicamente renovado.
Isto é possível graças ao gradiente estabelecido entre duas pressões, pois para que haja
fluxo aéreo, uma diferença pressórica entre dois meios deve existir. Assim, para ocorrer a
inspiração a pressão intrapulmonar deve ser menor que a pressão do meio ambiente. Para que
a expiração, o inverso deve ocorrer.
Considerando que a pressão atmosférica é constante, é preciso que ocorram mudanças da
pressão intrapulmonar. Fisiologicamente quando inspiramos, o fazemos pela geração de uma
pressão negativa subatmosférica. As forças que geram esse processo são representadas pela
concentração muscular.
Na inspiração, os músculos respiratórios produzem o aumento da caixa torácica, que se
expande. Esse movimento do tórax, faz com que a pleura parietal (que reveste a superfície
interna torácica) deslize sobre a pleura visceral (que recobre a superfície pulmonar), gerando
no espaço entre elas, uma pressão negativa.
Por sua vez, gera-se a expansão alveolar, com conseqüente que da pressão intra-aveolar.
Assim se estabelece uma diferença pressórica entre o meio ambiente e o interior das alvéolos,
permitindo o fluxo inspiratório, que se mantém até quando houver diferença entre as
pressões. Contudo, à medida que os alvéolos são preenchidos, a pressão intra alveolar vai
novamente se elevando até chegar a zero, cissando a respiração.
A expiração ocorre pela retração dos tecidos elásticos das estruturas dos pulmões e tórax,
com liberação da energia armazenada.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
MUSCULATURA RESPIRATÓRIA
O principal músculo inspiratório é o diafragma, que separa a cavidade torácica da
abdominal. Sua contração faz com que ele se mova em direção ao abdome (para baixo e para
“fora”), aumentando todo volume da caixa torácica, sobretudo o diâmetro vertical.
Normalmente, participam da inspiração os músculos intercostais internos para cima e para
fora.
Pela atuação destes dois grupos musculares,comumente o padrão muscular ventilário
habitual é o costo diafragmático.
Em situações que requerem ventilações mais intensas atuam também os músculos
acessórios (escalenos, trapézios, esternocleidomastóideo). Eles são solicitados também por
pacientes crônicos como os asmáticos e portadores de DPOC.
Nos grandes esforços respiratórios atuam ainda os grandes dorsais e os eretores da coluna.
A expiração é, primariamente, um processo passivo. Contudo, em situações de esforço
participam os músculos abdominais e intercostais.
VOLUMES PULMONARES
São as frações volumétricas contidas no sistema respiratório. Aqui falaremos de apenas
algumas dessas frações, mais comumente determinadas na prática clínica.
VOLUME CORRENTE (VC): È o volume de ar que entra ou sai dos pulmões em um ciclo
respiratório. No adulto, em repouso, corresponde a cerca de 500ml.
VOLUME MINUTO (VM): É o volume de ar trocado na via aérea em um minuto. É o
produto: VC X FR (freqüência respiratória, ou seja, o numero de ciclos respiratórios em 1)
CAPACIDADE VITAL (CV): É o volume máximo de ar que pode ser expirado após uma,
inspiração máxima. Tem o valor de aproximadamente 4.800 ml.
O volume corrente, na verdade, não vai penetrar totalmente nos alvéolos. Parte deste
volume fica localizado nas vias aéreas e portanto, não sofre hematose (troca de gasosa). Isto
caracteriza o volume espaço morto anatômico.
Este volume do espaço morto pode sofrer variações, diminuído (Ex: pneumectomia) ou
aumentando (Ex: hiper ventilação alveolar). Considerando o volume total de ar inspirado que
não sofre hematose, temos o espaço morto fisiológico, ou seja, a fração da ventilação.
Desperdiçada, incluindo o espaço morto anatômico e a porção de ar não utilizada nos alvéolos
com ventilação excessiva.
Considerando os volumes sangüíneos, encontramos a porção do rendimento cardíaco que
não realiza troca gasosa com ar alveolar, o shunt fisiológico.
O shunt anatômico refere-se ao sangue que passa do coração direito para o esquerdo sem
entrar nos capilares pulmonares.
TIPO I. Po2 arterial abaixo de 8,0 kPa (respirando o ar ambiente). Também denominada
insuficiência hipoxêmica.
TIPO II. Pao2 abaixo de 8,0 kPa e Pco2 acima de 6,5 kPa. Também denominada insuficiência
ventilatória.
Nota: Sempre existe hipoxemia e esta é essencial ao diagnóstico.
ETIOLOGIA
Existe uma considerável superposição na doença associada aos tipos I e II de insuficiência
respiratória, com a insuficiência hipoxêmica amiúde levando a insuficiência ventilatória com
evolução da patologia de base. Não obstante, o padrão de insuficiência realmente varia com o
processo mórbido básico.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TIPO I
Em geral, a insuficiência hipoxêmica está associada a patologias do parênquima pulmonar,
do interstício ou dos alvéolos, como por exemplo:
Pneumonia lobar ou broncopneumonia;
Edema pulmonar;
Asma;
Doença pulmonar obstrutiva crônica (dpoc);
Infiltração pulmonar (ex: carcinomatose, fungos, etc.);
Síndrome de angustia respiratória do adulto (SARA) etc.
TIPO II
Todas as enfermidades que provocam insuficiência hipoxêmica podem evoluir para
insuficiência ventilatórianos estágios mais avançados, mas hipercapnia numa fase inicial é
encontrada em um grupo diferente de doenças:
2. Doenças neuromusculares:
Síndrome de guillain-barré
Poliomielite
Miastenia grave
Tétano
Esta lista não é abrangente, sendo apresentada apenas para ilustrar o padrão diferente da
doença. A diferenciação é importante sobretudo para orientar a abordagem (ver adiante).
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
1. Verificar as alterações sugestivas de aumento do trabalho da respiração
Sudorese
Retração dos músculos intercostais
Edema Pulmonar (estertores finos e grosseiros)
2. Verificar os sons respiratórios
Diminuição dos sons – ventilação insuficiente (atelectasia)
Estertores e Roncos – indicam a limpeza ineficaz da via aérea e das secreções
Sibilo – indica broncoespasmo
3. Verificar nível de consciência
Confusão – respiração superficial rápida, respiração intercostal
4. Verificar sinais de hipoxemia e hipercapnia
5. Determinar:
Capacidade Vital (CV) <10 a 15mlkg
Freqüência respiratória (FR) >35/min
Ventilação minuto (VM)>10L/min
Força inspiratória negativa (FIN) <- 20 a 25cm de H2O
6. Verificar Gasometria Arterial e comparar os resultados anteriores
7. Verificar estado hemodinâmico
Pressão arterial, pressão capilar pulmonar e débito cardíaco (SvO2)
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
1. Troca gasosa deficiente:
1.1. Atividade inadequada do centro respiratório
1.2. Movimento torácico deficiente
1.3. Obstrução das vias aéreas
1.4. Presença de liquido nos pulmões
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
TRATAMENTO
1. Medicamentoso:
1.1 Fluidificantes
1.2 Hidratação venosa
1.3 Broncodilatadores
1.4 Antibióticos
1.5 Corticosteróides
1.6 Diuréticos
1.7 Cardiotônicos
1.8 Aminas
1.9 Sedativos
1.10 Antiálgicos
1.11 Antieméticos
2. Recursos Mecânicos
1 Oxigenoterapia
2 Nebulização
3 Expectoração dirigida – Fisioterapia
4 Aspiração
5 Intubação
6 Traqueostomia
7 Ventilação Mecânica
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
SINTOMAS SOMÁTICOS
Hipoxemia Hipercapnia
SN – Euforia SN – Alterações psíquicas
Disartria Ansiedade
Disgrafia Cefaléia
Diplopia Insônia
Cefaléia Agitação
Agitação Alucinações
Torpor Obnubilação progressiva
↓ Iniciativa Torpor
Amnésia retrógrada Perda de consciência
COMA COMA
SNC – Excitação simpática SNA – Hipersecreção salivar
↑ PA Sudorese
↑ FC ↑ PA
Sudorese ↑ FR
Centros respiratórios Centros Respiratórios
FR FR
Dispnéia
Sistema Cardiovascular Sistema Cardiovascular
Vasodilatação periférica (pele quente)
↓ Contractilidade cardíaca Congestão brônquica
PA (hipersecreção)
↓ Parada cardíaca Vasodilatação cerebral
Depressão miocárdica
Aparelho Renal e digestivo Aparelho renal e digestivo
↓ da perfusão renal ↓ Débito urinário
Náuseas
Vômitos
↑ Da secreção gástrica
Cutâneo (Cianose das extremidades e
lábios)
EXAMES DIAGNÓSTICOS
GASOMETRIA Essencial para o diagnóstico definindo o grau da insuficiência
respiratória assim como auxilia no esclarecimento da causa
RX Diagnóstico de pneumonia, pneumotoráx e infiltrado pulmonares
TC Diagnósticos de tumores, lesões sólidas e calcificações
RM Permite a diferenciação dos vários tipos de tecidos moles sem
contraste
CINTILOGRAFIA Avalia anormalidades de perfusão (Embolia pulmonar)
Ventilação (Enfisema)
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ASMA BRÔNQUICA
1. Conceito
“ É uma doença caracterizada por responsividade de traquéia e brônquios a diversos estímulos
e que se manifesta por estreitamento generalizado das vias aéreas, cuja gravidade se altera,
espontaneamente, ou em resposta ao tratamento.” (Sociedade Americana de Tórax, 1962)
“ É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.” (Medicina Respiratória, 1999).
À luz do conhecimento atual. A inflamação das vias aéreas é considerada fundamental na
patogênese da asma, de tal sorte que é vista como a determinante da gravidade da doença,
das exacerbações e do conseqüente remodelamento das vias aéreas.
2. Fatores
Hereditariedade;
Tensão emocional;
Infecção respiratória viral;
Exposição a alérgenos;
Mudanças ambientais, mudanças climáticas;
Aditivos alimentares;
Drogas;
Exercícios e fatores endócrinos;
3. Fisiopatologia
4. Classificação
Extríseca = Caracterizada por alergia a antígenos inalados
Intríseca = Inicia-se, usualmente, após os 30 anos e pode evoluir para o estado de
“mal asmático”.
5. Sinais e sintomas
Os três sintomas comuns da asma são tosse, dispnéia e sibilos. A principio a tosse é seca,
se tornando mucóide com o passar do tempo. Posteriormente, começam as respirações
sibilantes e o fluxo aéreo obstruído cria a sensação de dispnéia.
6. Avaliação diagnóstica
Anamnese: incluindo história completa dos antecedentes pessoais e familiares;
Atentar para sinais e sintomas;
Raio X de tórax;
Gasometria arterial;
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
7. Terapêutica Medicamentosa
Existem 05 categorias de substâncias utilizadas no tratamento da asma:
B-Agonistas = Ex: Isoproterenol ou fenoterol (Berotec); Terbutalina (Bricanyl) r
Salbutamol (Aerolin). A via de escolha é a inalatória.
Metilxantinas = Ex: Aminofilina (EV) e Teofilina (VO).
Anticolinérgicos = Ex: derivados de amônio quaternário como Brometo de Ipatrópio
(Atrovent). São fornecidos por inalação.
Corticosteróides = Ex. Hidrocortisona (EV); Prednisona ou prednisolona (VO);
Beclometasona, Dexamatasona (via inalatória).
Inibidores de Mastócitos = Ex: cromolina sódica (Intal)
8. Assistência de Enfermagem
Promover um posicionamento adequado;
Realizar Oxigenoterapia/nebulização;
Promover hidratação;
Aferir sinais vitais;
Estimular tosse e aspirar paciente, quando necessário;
Analisar resultados dos gases sanguíneos arteriais;
Atentar para aspecto de escarros eliminados;
Ensinar ao paciente para realizar de respiração diafragmática;
Atentar para complicação da asma (Enfisema inediastinal ou subcutâneo; bronquite
crônica ou aguda recorrente; hipertrofia do lado direito do coração, como Insuficiência
Cardíaca Direita).
Oferecer apoio emocional.
EMBOLIA PULMONAR
As repercussões da embolia pulmonar são influenciadas por vários fatores: tamanho do
êmbolo, número de êmbolos, período de tempo da embolização, composição dos êmbolos (de
consistência firme com plaquetas, moles com fibrina) e existência de doença cardiopulmonar
prévia. O quadro clinico seria, portanto, morte súbita pós-operatória de um paciente que
apresentava uma recuperação normal, choque cardiogênico, dor torácica e dispnéia, dor
pleurítica com pirexia e hemoptise.
Os estudos de necropsias mostram que embolia pulmonar ocorre em 10 a 15% dos
pacientes que morrem no hospital.
Os indícios clínicos importantes são:
Dispnéia de instalação súbita
Dor pleurítica
Hemoptise
Hipóxia
Pressão venosa jugular (pvj) elevada e b3
Evidencias clinicas de trombose venosa profunda;
Fatores predisponentes: cirurgia, fraturas. Gravidez, anovulatórios orais, imobilização
prolongada.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
O ECG pode ser normal ou revelar fibrilação arterial, bloqueio de ramo direito (BRD),
inversão da onda T em derivados septais e inferiores e padrão S1Q3T3.
A principio, as radiografias de tórax também podem estar normais. Mais tarde, surgem
derrame pleural, colapso em cunha e pulmões oligêmicos.
A ecocardiografia mostra dilatação do ventrículo direito (VD) e elevação da pressão arterial
pulmonar.
A gasometria arterial revela hipóxia e PCO2 baixa.
A cintigrafia V/Q mostra áreas com perfusão defeituosa e ventilação normal. A angiografia
pulmonar é o exame definitivo e o padrão diagnóstico.
O tratamento da embolia pulmonar varia de acordo com o quadro clinico. Rotineiramente
são prescritos oxigênio e analgesia.
A embolia discreta exige heparina: dose de ataque de 7.500 unidades, seguidas por 35.000
a 40.000 U em 24 horas por bomba de infusão constante. O tempo de tromboplastina parcial
ou o tempo de coagulação devem ser verificados após 4 horas e a infusão ajustada. A heparina
tem uma meia-vida de 90 minutos; portanto, é vital a manutenção da infusão constante. O
objetivo é manter o tempo de protombina ou de coagulação duas a três vezes o controle. Se a
anticoagulação for exessiva, a bomba de infusão é desligada durante 30 minutos.
Após a estabilização do paciente, em geral após três a sete dias, são iniciados os
anticoagulantes orais, levando em conta o fato que são necessários pelo menos dois dias para
o warfarin se tornar eficaz, de modo que existe um período de superposição.
A embolia com risco deve ser investigada de imediato com angiografia pulmonar. A
magnitude da embolia deve ser determinada e, se possível, as pressões arteriais pulmonares
registradas. Uma dose de ataque de 250.000 U de estreptoquinase, seguida por 100.000 U de
hora em hora (infusão IV), pode ser administrada diretamente no coágulo através do cateter de
angiografia. Se for eficaz, é mantida por cerca de 48 horas ou até as pressões cardíacas
direitas caírem, quando o paciente passa a usar heparina.
Se as condições não melhorarem rapidamente, pode ser realizada embolectomia. Alguns
pontos técnicos são dignos de nota:
1. após a esternotomia mediana, pinças vasculares atraumáticas são aplicadas às veias cavas
e o coração esvaziar-se-à em 5 a 6 batimentos;
2. a artéria pulmonar é aberta, o êmbolo retirado é a incesão fechada inicialmente com uma
pinça de clampeamento antes de liberar as pinças das veias cavas
HEMOPTISE MACIÇA
Esta é definida arbitrariamente como a expectoração de 600ml de sangue em um período de
24 horas. Com freqüência, o paciente apresenta comprometimento da função pulmonar, que é
aplicado pelo risco de “afogamento” no sangue e pela hipovolemia.
Algumas causas importantes de hemoptise maciça são:
Câncer de pulmão
Tuberculose
Bronquiectasia
Abcesso pulmonar
Micose
Aneurismas aórticos
Distúrbios hemorrágicos em geral
Traumatismos
As medidas gerais são as seguintes:
1. Ressuscitação – colocação de uma cânula IV calibrosa, prova cruzada punção de uma
veia central, de cateter urinário, reposição hídrica.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PNEUMONIA EM ADULTOS
Definição
Pneumonia é a infecção do parênquima pulmonar que pode ser causada por bactérias,
vírus, fungos, parasitas, micoplasmas e riquétsias, manifestando-se geralmente com tosse e
febre, e tendo alguma expressão radiológica, como infiltrado intersticial ou alveolar ou misto.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Epidemiologia geral
As pneumonias bacterianas comunitárias figuram dentre as mais importantes causas
infecciosas de morbilidade e mortalidade no Brasil e no mundo.
Com a pandemia do HIV e o envelhecimento global da população (sejam estes idosos
saudáveis ou portadores de doenças crônicas), esta afecção torna-se ainda mais incidente. A
população idosa com doença degenerativas como Diabetes Mellitus, Doença Pulmonar
obstrutiva Crônica (DPOC), Insuficiência Renal Crônica (IRC), Insuficiência Cardíaca
Congestiva (ICC), hepatopatia ou neoplasias hematológicas são grupos de risco altíssimos para
adoecimento e morte por pneumonia.
Fisiopatologia e Etiologia
Os principais mecanismo de doença são:
Aspiração de material de orofaringe
Inalação de partículas infecciosas
Disseminação aos pulmões por via hematogênica
Disseminação aos pulmões por contigüidade
Gasometria arterial com acidose (ph <7,35) ou hipoxemia (po2 < 60mmhg ou
saturação O2 <90%)
Aumento da uréia e/ou creatinina
Sódio sérico < 130 mmol/dl
Glicemia > 250mg/dl
Hematócrito <30%
DIAGNÓSTICO
Para estabelecer o diagnóstico da pneumonia, é necessário radiografia simples de tórax em
PA e perfil. A sensibilidade do exame físico para pneumonia não é boa. Recomenda-se, ainda,
o exame pelo método de Gram e amostrar de escarro, e se possível, a realização de cultura do
escarro no paciente que será tratado ambulatoriamente. Naqueles que têm critério para
internação, a coleta de escarro para coloração Gram e cultura é obrigatória.
É importante que se estabeleça a etiologia do quadro pulmonar para conhecimento da
epidemiologia local e, principalmente, do perfil de sensibilidade dos germes isolados, visando-
se à detecção de resistência mas, principalmente, o uso de antibióticos de espectro
direcionado e de baixo custo.
É muito importante que se colham hemoculturas para germes comuns dos pacientes que
serão internados assim que chegam ao hospital. Os estudos mostram que houve melhora na
sobrevida de pacientes idosos dos quais foram colhidas hemoculturas, comparados àqueles
em que estas não foram realizadas.
33
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Pacientes com quadro de pneumonia atípica deve ser investigados de maneira diferenciada,
uma vez que esses organismos não são visíveis à coloração Gram do escarro e nem crescem
em meios comuns, a partir de material respiratório ou do sangue.
Tampouco a imagem radiologia é tão especifica que se possa diferenciar germes típicos de
atípicos. Deste modo, a suspeita de germes atípicos deve fazer com que o medico peça
sorologias para Chamydia, Mycoplasma e Coxiella. Idealmente, as sorologias devem ser
pareadas, embora títulos altos isolados possam sugerir o diagnóstico.
O microrganismo atípico que deve ser pesquisado com mais afinco é, possivelmente, a
Legionella pneumophila, causa de pneumonia comunitária grave.
PROFILAXIA
As principais medidas profiláticas na comunidade são a aplicação das vacinas
antipneumocócica e antigripal.
A vacina para gripe é feita anualmente, sendo recomendada sua aplicação no
hemisfério sul no mês de abril. Sua composição é recomendada pela OMS de acordo
com pesquisa atualizada das cepas circulantes do vírus naquele ano. Todos aqueles
que têm indicação da vacina antipneumocócica (como listado abaixo) devem receber a
antigripal.
A vacina antipneumocócica deve ser aplicada a cada 5 ou 6 anos, sendo a vacina 23
valente a geralmente recomendada, pois contém os 23 sorotipos mais agressivos e
mais prevalentes em doença humana invasiva.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
1. Hipóxia grave e progressiva. Uma discreta queda inicial da Po2 arterial pode evoluir,
com velocidade variável, para hipóxia significativa mesmo com o paciente recebendo
oxigênio a 100%. A velocidade de deterioração não está relacionada ao microrganismo
causal. Já forma descritos pacientes que passaram de oxigênio normal para a morte
hipóxia em dois a três dias. A hipercapnia (insuficiência respiratória do tipo II) é um
fenômeno relativamente tardio.
2. Dispnéia – Dispnéia leve costuma ser o primeiro sintoma clinico, ocorrendo após uma
queda significativa da Po2. Pode preceder outras manifestações clinicas.
3. Exame clinico – Com exceção de ocasionais crepitações difusas, o exame físico não é
significativo.
4. Escarro – Este costuma ser produzido em pequeno volume, ou até mesmo não existe.
Seu aspecto não é purulento. Hemoptise é incomum.
5. Radiografias de tórax – Estas mostram opacidade pulmonares difusas em ambos os
campos pulmonares, indistinguíveis daquelas encontradas no edema agudo de pulmão,
no SARA etc. O aspecto mais notável é que as gravidades das alterações não é
proporcional à deterioração funcional.
6. Efeitos Sistêmicos – A infecção oportunistas costuma acompanhar-se de distúrbios
sistêmicos mínimos. A febre é incomum e os pacientes não tem aspecto toxêmico. É
provável que isto se dava ao fato do paciente não ser capaz de promover uma resposta
inflamatória significativa.
7. As circunstâncias clinicas de imunossupressão ou transplante de órgão.
MICRORGANISMOS CAUSAIS
Inúmeros microrganismos podem provocar o mesmo quadro clinico. Os microrganismos
mais isolados são:
1. Bactérias: bastonetes Gram-negativos, cocos Gram-positivos, Legionella.
2. Vírus: Citomegalovírus, herpes, varicela-zóster.
3. Protozoários: Pneumocystis, toxoplasma.
4. Outros: Aspergillus, Cândida
INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
A “cobertura” antibiótica contra todos os possíveis microrganismos é impossível, de modo que
é indispensável a identificação precisa do agente infectante.
2. Indução da expectoração: Isto tem sido tentado através de inalação de vapor d’água ou
de outros agentes e as amostras são obtidas por expectoração ou aspiração
transtraqueal. Este procedimento resultou em elevada taxa de isolamento de
Pneumocustis em pacientes com SIDA/AIDS, mas seu valor é limitado em outras
infecções.
3. Broncoscopia em lavado ou escovado brônquico: Este procedimento tem como
desvantagem o fato de ser invasivo, exigindo amiúde sedação de alguém em hipóxia.
Nos estágios iniciais da doença, sob controle clinico e anestésico adequado, é seguro e
pode confirmar o diagnóstico. Existe uma taxa de morbidade reconhecida, devendo
estar à mão o equipamento de intubação e ressuscitação.
4. Biópsia Pulmonar: Esta pode ser realizada por broncospia ou a céu aberto
(minitoracotomia). Os dois procedimentos estão associados a uma taxa de morbidade
significativa, embora pequena, sobretudo pneumotórax e hemorragia pulmonar. A
biópsia pulmonar a céu aberto permite a obtenção de uma amostra adequada de
pulmão sob visão direta, é muito bem tolerada e tem a maior chance de um diagnóstico
positivo.
CONCEITO
“ Estado fisiopatológico caracterizado por hipoxemia, redução da complacência e dos
volumes pulmonares, infiltrados difusos ao Raio X e que se segue a trauma grave de natureza
variada (física, infecciosa, metabólica, etc).”
36
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRATAMENTO
- Oxigenoterapia
- Corticóides
- Antibióticos
- Nutrição
- Administração de diuréticos
- Prevenção da alcalose
- Hidratação
PROGNÓSTICO
Mortalidade: 65% dos casos
PATOLOGIAS PULMONARES
Tipos / Asma Brônquica Enfisema Pulmonar Bronquite Crônica
Caracterí
sticas
Conceito Doença caracterizada pelo Doença em que ocorre Síndrome que causa tosse
aumento da relatividade distenção dos espaços expectoração por um período
brônquica e vários aéreos distais em relação maior que três meses durante um
estímulos, manifesta por ao bronquíolo terminal, ano, em pelo menos dois anos
estreitamento generalizado com dilatação, consecutivos, na ausência de
das vias brônquicas hiperdistensão e ruptura outras patologias como
(reversível e recorrente). nos septos alveolares. bronquectasias ou abcesso
pulmonar.
Etiopatoge - Broncoespasmo (tanto de Causas prováveis Causas prováveis
nia grossos quanto de finos - poluição atmosférica; - Tabagismo
condutos); - Tabagismo; - Poluição atmosférica
- Edema da mucosa - Exposição a gases - Infecções (como causa primária)
brônquica; tóxicos; - Fatores auto-imunes.
- Hipersecreção de muco. - Alterações congênitas
(deficiência da proteína-1
antitripsina)
- Fatores auto-imunes
DRENAGEM DE TÓRAX
Introdução
Embora o procedimento de drenagem de tórax deva ser responsabilidade de um cirurgião
torácico, o conhecimento das indicações, contra-indicações, complicações, sistemas de
drenagem disponíveis, manejo dos tubos de drenagem, e critérios e técnica para a retirada dos
drenos devem ser de dominio de todo o pessoal de apoio a Unidade de Cuidados Intensivos.
Fisiologia da Pleura
Em indivíduos normais, cerca de 15ml de liquido pleural lubrificam o espaço virtual
limitado pela pleura visceral e pela pleura parietal. Entretanto, cerca de 500ml de liquido é
reciclado por dia no espaço pleural, sendo o equilíbrio mantido graças a um eficiente sistema
de absorção pelos linfáticos pleurais e mediastinais. Líquidos se acumulam no espaço pleural
somente se for ultrapassada a capacidade de absorção de quantidade excessiva de transudato,
exudato ou hemorragia na cavidade pleural, ou, ainda, se a integridade anatômica ou
funcional dos linfáticos estiver comprometida.
O mecanismo pelo qual a pleura reabsorve sangue e outros fluidos tem sido objeto de
vários estudos. Admiti-se que calóides e partículas sejam absorvidas através de “poros” na
pleura mediastinal e espaços intercostais, de forma que o sangue passe diretamente ao
sistema linfático, inclusive os eritrócitos. Restos celulares e material estranho são fagocitados
por macrófagos.
Vários trabalhos experimentais e clínicos confirmam que sangue pode ser completamente
reabsorvido da cavidade pleural, sendo pequena a porcentagem de pacientes que desenvolve
fibrotoráx e encarceramento pulmonar. Entretanto, a drenagem torácica é sempre indicada se
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
a quantidade de sangue for suficientemente grande ou em expansão tal que cause embaraço
respiratório.
ANESTESIA
39
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PNEUMOTÓRAX
O pneumotórax também pode ser espontâneo ou traumático. Em princípio, todo
pneumotórax traumático deve ser drenado, principalmente se o paciente estiver recebendo
ventilação mecânica. O pneumotórax traumático pode ser iatrogênico, por lesão pleural
durante a punção de veia subclávia ou po barotrauma de ventilação mecânica.
DERRAME PLEURAL
Ocasionalmente a drenagem do derrame pleural é indicada para o controle de efusões
persistentes ou recorrentes em curto espaço de tempo, principalmente se houver
comprometimento da mecânica respiratória. É indicada, ainda, com forma de acesso à
escleroterapia, nos derrames neoplásicos.
EMPIEMA
Empiemas podem aparecer em uma serie de situações clínicas. Mais comumente, ocorrem
como complicações de quadro pneumônico necrotizante inadequadamente tratado, pós-
trauma, embolia pulmonar séptica ou infecções contíguas da cavidade abdominal. A
antibioticoterapia reduziu drasticamente a incidência de empiema pós-infecção pulmonar e
pós cirurgia torácica. No tratamento do empiema, o mais importante é a adequada drenagem
do material infectado e a reexpansão pulmonar. Se a condição do paciente melhorar com a
drenagem e a antibioticoterapia, o tubo deve ser lentamente removido, deixando-se um trajeto
fibroso para obliteração da cavidade do empiema. Se não houver expansão pulmonar e a área
do empiema estiver bloqueada por fibrose, há indicação de drenagem aberta, por ressecção de
segmento de arco costal. Se, mesmo com a drenagem aberta, não houver efetiva evacuação do
empiema, a evolução invariavelmente levará ao desenvolvimento de paquipleuris e
encarceramento pulmonar. Nestas condições , a obliteração do espaço pleural e a desejada
expansão do pulmão só serão conseguidas com a decorticação pulmonar.
CONTRA-INDICAÇÕES PARA DRENAGEM DE TÓRAX
Não existem contra-indicações absolutas a este procedimento. Os eventuais defeitos de
coagulação devem ser previamente corrigidos, mas, em situações de emergência, isto nem
sempre é possível. Uma situação clinica muito freqüente ocorre quando a drenagem torácica é
empregada inadequadamente, como em abscessos pulmonares ou em empiemas loculados
que não se comunicam como o restante do espaço pleural. Mais recentemente, a tomografia
computadorizada tem auxiliado no mapeamento do espaço pleural e na indicação do
posicionamento do dreno torácico.
‘’ KIT BÁSICO PARA DRENAGEM DE TÓRAX”
1. Material esterilizado (aventual, luvas, campos);
2. Bandeja de flebotomia;
3. Lâmina de bisturi nº 10
4. Material de anestesia local
a) Um frasco de lidocaína a 2% sem vasoconstritor;
b) Seringa de 10 ml;
c) Uma ampola de 20 ml de soro fisiológico;
d) Uma agulha curta nº 25
e) Uma agulha longa nº 22
40
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
41
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
RETIRADA DO DRENO
Técnica para retirada do dreno:
A retirada precoce do dreno é a melhor garantia para evitar-se infecção ascendente.
O dreno torácico é retirado solicitando-se ao paciente que realize uma manobra de
Valsalva, que determina uma pressão intrapleural positiva de forma que, se em algum
momento houver comunicação entre espaço pleural e o exterior, o fluxo de ar será de dentro
para fora. Se, por outro lado, for solicitado ao paciente a realização de uma inspiração
profunda durante a retirada do dreno pode haver fluxo de ar da atmosfera para a cavidade
pleural, visto que a pressão pleural é anto mais subatmosférica quanto mais profundo for o
esforço inspiratório.
É sempre desejável retirar o dreno com assistência de um auxiliar, para poder-se amarrar
rapidamente o ponto em U deixado com o objetivo de selar imediatamente o pertuito criado na
colocação do dreno.
Como com qualquer dreno, torácico só é mantido enquanto houver drenagem de ar ou
fluido, ainda, se houver infecção do espaço pleural. Após duas ou três semanas de drenagem,
considera-se a infecção ascendente como inevitável, sendo os cuidados com o dreno os
mesmos que os empregados no empiema. Após o período de duas a três semanas, se não
houver fístula broncopleural, vão se estabelecer aderências entre a pleura parietal e a pleura
visceral, de forma que a drenagem selada pode ser transformada em drenagem aberta.
CUIDADOS PREVENTIVOS:
Evitar o uso de clampe no transporte do paciente com dreno de tórax, independente da
etiologia se sua patologia, para prevenir risco de formação de fbp;
No paciente intubado portador de sutura brônquica, deve-se marcar, na sonda de
aspiração até
onde se pode introduzi-la sem atingir a satura, para não ocorrer o risco de perfurá-la e
formar uma fbp;
No paciente portador de sutura brônquica, além de ser aspirado com cuidado, deve ser
estimulado a tossir para eliminar as secreções, já que um maior tempo de contato destas
com a satura pode levar a sua contaminação, diminuindo sua resistência ou formando
microabscessos que levarão à deiscência e à formação da fístula;
Estimular a respiração profunda com freqüência, para auxiliar a elevar a pressão
intrapleural, permitindo o esvaziamento dos fluídos acumulados;
O sistema de drenagem torácica deve ser ordenhado conforme o protocolo da unidade
para evitar obstruções, e, conseqüente aumento da pressão intratorácica;
No paciente portador de sutura brônquica mantido em ventilação artificial, no idoso, no
portador de tuberculose, no que teve o brônquio irradiado antes da cirurgia, nos
desnutridos, nos que tiveram infecção pleural, a chance de desenvolverem fístula é
maior, o que deverá levar a uma observação mais rigorosa no pós-operatório de uma
cirurgia de tórax;
43
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Evitar-se o clampe mesmo após ter parado de borbulhar, já que o aumento da pressão
intrapulmonar ou intrapleural pode ocorrer devido à tosse ou ao aumento do derrame
pleural, reativando a FBP;
Nunca ordenhar o intermediário de drenagem se houver borbulhamento;
A retirada do dreno se faz de acordo com a rotina, após o pulmão ter expandido, ter
cessado por 24 horas o borbulhar e a drenagem seja inferior a 150 ml em 24 horas;
Após a retirada do dreno, manter vigilância rigorosa para o surgimento de sinais de
recidiva da FBP;
Apoiar o paciente durante a internação, e, se necessário, encaminhar para psicologia
após a alta, já que a presença do dreno, neste paciente em particular, não só gera um
problema na auto-imagem e de auto-aceitação temporário, pois pode ser de uso
permanente, estando, portanto ligado a sua sobrevivência, o que pode gerar um quadro
depressivo que necessite de um acompanhamento e tratamento especializado;
Pode-se citar um último cuidado, que é utilizado quando o borbulhar da FBP no frasco
de drenagem produz muita espuma, levando, às vezes, ao extravasamento do conteúdo
do mesmo pelo orifício de respiro. Este cuidado consiste na introdução de 0,1 ml de
dimeticona no liquido do frasco de drenagem, que atua sobre a tensão superficial das
bolhas, rompendo as existentes e prevenindo a formação de novas. Este procedimento
não é citado na bibliografia pesquisada, e, seria necessário avaliar o risco de
contaminação retrógrada a que o paciente estaria submetido. Aos que relatam
verbalmente o seu uso, referem utilizar seringa e agulha estéreis para aspirar o
medicamento de um frasco de dimeticona sem uso anterior, e, injetá-lo no frasco de
drenagem pelo orifício de respiro. A eliminação da espuma acontece em 100% dos casos
e não há evidência de infecção devido ao seu uso.
TORACOCENTESE
Introdução
O termo toracocentese refere-se, originalmente, a um procedimento que emprega uma
agulha para a retirada do liquido pleural. Mais recentemente, um procedimento alternativo
tem empregado o cateter de punção venosa central, introduzido no espaço pleural.
Mantem-se, entretanto, o nome de toracocentese. O termo drenagem torácica é reservado à
introdução de uma sonda mais calibrosa por pertuito cirurgicamente criado.
Indicações
A toracocentese é indicada como procedimento diagnostico toda vez em que o derrame
pleural for de etiologia desconhecida. Pode também ser empregado como procedimento
terapêutico, quando a punção evacuadora redundar em expansão pulmonar com melhora
da função respiratória.
Contra-indicações
Embora não haja contra-indicação absoluta à punção evacuadora de um derrame
pleural suficientemente volumoso para interferir com a mecânica respiratória, a indicação
da taracocentese deve ser questionada nos seguintes casos: pacientes agitados e não
cooperativos; diátese hemorrágica incorrigível; uso de anticoagulantes; ventilação
mecânica, particularmente com PEEP; pacientes com pneumonectomia controlateral;
pacientes com enfisema bolhoso no local da punção.
Complicações
Frequentemente, a expansão pulmonar na toracocentese terapêutica, ou mesmo na
drenagem torácica, determina dor torácica e tosse. Provavelmente, esta reação está
relacionada à estimulação de receptores pleurais e de pequenas vias aéreas. Normalmente,
a dor e a tosse são bem toleradas, mas, em algumas ocasiões, por reflexo vagal, pode
ocorrer hipotensão e sincope. Hipotensão pode ocorrer também algumas horas após a
toracocentese, por hipovolemia conseqüente ao rápido acumulo do derrame pleural.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Complicações traumáticas podem levar a dor local, pneumotórax e hemotórax. Dor local
ocorre principalmente por inadequada anestesia do espaço subpleural ou por estimulação
do periósteo do arco costal ou do próprio nervo intercostal pela ponta da agulha. O
pneumotórax ocorre em 20% das toracocentese, mais frequentemente por laceração do
parênquima pulmonar. Excepcionalmente, o hemotórax que acompanha a toracocentese
tem importância clinica e requer uma toracotomia aberta, sendo que a causa mais
freqüente é a lesão da artéria intercostal (fato que ocorre mais facilmente em idoso, pela
maior tortuosidade destes vasos).
TÉCNICA
Preparo do paciente
1. Obtenção de raios-X de tórax em PA, perfil e decúbito lateral;
2. Obtenção de uma contagem de plaquetas e TTPA.
ANESTESIA LOCAL
1. Agulha fina (nº 25);
2. Agulha média (18 a 22) longa (5 cm); lidocaína 2% sem vasoconstritor;
3. Seringa de 5ml.
PUNÇÃO
1. Seringa LUER-LOCK de 20 a 50ml;
2. Intracath nº 14
3. Agulha reta com mandril nº 15
4. Agulha reta com mandril nº 12;
5. Torneira de três vias;
6. 0² hemostáticos esterilizados
7. Esparadrapo.
COLETA
1. Seringa heparinizada e caixa de isopor com gelo para transporte da amostra;
2. 2 tubos esterilizados
para material de cultura;
3. Equipo de soro;
4. Frascos de vácuo de
banco de sangue sem
anticoagulante;
5. Tubos para coleta de
material com
anticoagulante
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRAQUEOSTOMIA
INTRODUÇÃO
O termo traqueotomia deriva do grego Traquéia Artéria (Artéria Áspera) e tomo (Incisão,
Divisão), sendo empregado para indicar a incisão praticada na traquéia que, por sua vez,
resulta na formação de um traqueostoma – do grego Stoma (Abertura, Boca). A manutenção
desta abertura através de uma cânula colocada no interior da traquéia com o objetivo de
estabelecer a comunicação com o meio exterior é chamada de traqueostomia.
INDICAÇÕES:
Traumatismos
Ferimentos contusos ou penetrantes podem resultar em traumatismos de laringe que,
quando extensos, resultam em edema e hemorragia, podendo obstruir completamente as vias
aéreas superiores.
Traumatismos da face ou fratura de mandíbula podem levar à perda de suporte da
musculatura da laringe e seu conseqüente colapso, com obstrução das vias aéreas.
Traumatismos extensos da face são acompanhados de edema e hemorragia na faringe e
fraturas múltiplas de ossos da face.
Em tais circunstâncias, bem como em casos de fratura da coluna cervical, a tentativa de
uma incubação oro ou nasotraqueal é contra-indicada e, até mesmo, impossível. Neste caso, a
traqueostomia é essencial para a manutenção do controle das vias aéreas e da ventilação
pulmonar.
Infecções
Tanto infecções bacterianas como virais podem levar a um serio comprometimento da
perviedade da laringe.
A laringe diftérica, outrora causa freqüente de obstrução alta, foi praticamente extinta
através do programa de vacinação infantil. Mais freqüente é a traqueíte generalizada de
etiologia viral e que se manifesta por obstrução da laringe, quase exclusivamente, na faixa
pediátrica; pode ser observada também em pacientes adultos, manifestando-se clinicamente
através de tiragem e cornagem associada a intensa odinofagia.
Corpos estranhos
A aspiração de corpos estranhos é mais freqüente em crianças, mas pode ocorrer,
ocasionalmente, também em adultos. Se as tentativas de remoção do processo obstrutivo
forem infrutíferas, está indicada a traqueostomia.
Disfunção da laringe
A paralisia de ambas as cordas vocais pode levar a graus variáveis de insuficiência
ventilatória, principalmente durante o exercício ou quando à lesão se associa edema por
infecção das vias aéreas superiores.
Neoplasias
Os tumores de laringe, quando a lesão é ignorada ou negligenciada, causam obstrução
progressiva das vias aéreas. É sempre preferível realizar a traqueostomia eletivamente, mas,
ocasionalmente, sua realização pode ser indicada em condições de emergência.
Toalete Traqueobrônquica
Em função de idade avançada, fraqueza ou doença neuromuscular, muitos pacientes
críticos não têm condições de eliminar secreções traqueobrônquicas, cuja estase é excelente
material de cultura para infecções respiratórias. A aspiração naso ou orotraqueal é difícil sem
incubação que, por sua vez, é um procedimento desconfortável e inconveniente para o
paciente lúcido. A traqueostomia torna-se, então, um procedimento eficaz e imediato para um
toalete brônquica satisfatória.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
Considerações Gerais
Ao término da intervenção cirúrgica, realiza-se um curativo com gaze e toma-se cuidado de
fixar a cânula com um cadarço que deve ficar suficientemente justo em volta do pescoço para
impedir o deslocamento da cânula, porém suficientemente folgado para não causar
compressão da região cervical. Os curativos devem ser realizados diariamente.
O balonete, por sua vez, deve ser insuflado o suficiente para impedir o vazamento de ar
quando o paciente é submetido à ventilação mecânica; contudo, a pressão no balonete não
deve ser muito elevada para não determinar isquemia da mucosa traqueal.
Mesmo em pacientes cuja indicação de traqueostomia visa a abertura de uma via de acesso
às vias aéreas, sem necessidade de ventilação mecânica, é aconselhável que a primeira cânula
a ser instalada seja uma cânula plástica e que o balonete seja insuflado, pelos seguintes
motivos:
1. Evitar que o paciente aspire secreções de orofaringe, como, por exemplo, material de
regurgitação gástrica;
2. Evitar que sangue da traqueostomia escorra em volta da cânula para dentro das vias
aéreas;
3. Permitir a ventilação mecânica, se necessária.
TROCA DA CÂNULA
A primeira troca da cânula deve ser realizada de 7 a 10 dias após a realização da
traqueostomia para permitir o amadurecimento do trato cutâneo-traqueal. Por ocasião desta
primeira troca, são retirados os pontos de reparo colocados nas bordas da incisão da traquéia
e, também, os pontos de sutura da incisão cutânea.
As trocas subseqüentes da cânula vão depender da quantidade e tipo de secreções
apresentadas pelo paciente. Se o paciente não estiver recebendo ventilação mecânica, a
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
COMPLICAÇÕES DA TRAQUEOSTOMIA
Deslocamento da Cânula
Deslocamento precoce
Quando o deslocamento da cânula é precoce, por vezes torna-se trabalhosa a reintrodução
da cânula por causa da dificuldade de iluminação e de visualização dos planos profundos. A
presença de um auxiliar experiente na apresentação do campo pela tração dos fios de reparo
colocados nas bordas da incisão traqueal pode facilitar bastante a reintrodução da cânula. As
manobras de reintrodução da cânula no paciente hipóxico e dependente do respirador, podem
constituir grande risco de vida, de forma que, à beira do leito, a reintubação orotraqueal é o
expediente mais rápido para assegurar a oxigenação do paciente.
Deslocamento Tardio
Quando o deslocamento da cânula ocorre mais de uma semana após a realização da
traqueostomia, a reintrodução da cânula pode ser realizada sem problemas, pois já se
estabeleceu um trajeto fistuloso cutâneo-traqueal.
Obstrução
Eventualmente, a cânula poderá se obstruir por coágulos de sangue, secreções espessas
ou crostas deste material.
Em se tratando de cânula de metal, deve-se proceder à imediata remoção e substituição da
cânula interna.
No caso da cânula plástica, com suspeita de obstrução, poderá ser indicada a substituição
da cânula. Para se tomar esta decisão, deve-se considerar o motivo pelo qual foi realizada a
traqueostomia e o tempo de canulação.
Em pacientes respirador-dependente e adequadamente umificado, raramente ocorrem
obstruções da cânula plástica que não possam ser removidas através de lavagem traqueal com
soro fisiológico e aspiração vigorosa das secreções.
Hemorragia
Uma pequena quantidade de sangue pode tingir o curativo no período pós-operatório
imediato. Freqüentemente este tingimento decorre de sangramento das veias jugulares
anteriores, que podem ser lesadas durante a realização da traqueostomia ou de sangramento
do istmo da tireóide, quando este é seccionado. Em geral, o sangramento destes pontos é
precoce e limitado.
Sangramento tardio (após 24 de traqueostomia), em quantidade superior a 10 ml de sangue
vermelho vivo, é sinalpatognomônico de grave complicação pós-traqueostomia: a erosão do
tronco braquiocefálico. Estima-se que esta complicação ocorra em uma cada 150
traqueostomias. Mais recentemente, com o reconhecimento do problema e a realização da
incisão na traquéia no 2º e 3º anel traqueal evitando-se estender a incisão ate o 4º anel e,
portanto, evitando-se a proximidade da cânula com o tronco bronquiocefálico, a incidência
desta complicação reduziu-se para uma em cada 300 traqueostomias.
48
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Como mencionado, a perda, por pacientes que não apresentem defeitos de coagulação, de
10ml de sangue na incisão da traqueostomia, se ocorrer após 24 horas da cirurgia, é
indicação para imediata exploração no centro cirúrgico. Se o sangramento for mais abundante
( e às vezes pode ser dramático), o controle do sangramento pode ser efetuado por suas
manobras:
a) hiperinsuflação do balonete – manobra que visa o vaso sangramento por compressão do
balonete.
b) Manobra de UTLEY – realizada com a introdução do dedo indicador na incisão abaixo
da cânula e a compressão do tronco bronquiocefálico, cujo pulso é freqüentemente
sentido pela polpa digital.
Com um auxiliar ventilando o paciente com AMBU e oxigênio e com um outro auxiliar
realizando a manobra de UTLEY, o paciente é rapidamente transportado ao centro cirúrgico
onde se realiza esternotomia mediana e ligadura do tronco bronquiocefálico, mantendo-se
cânula de traqueostomia in situ.
Broncorréia e Infecção
A cânula de traqueostomia invariavelmente provoca uma irritação de traquéia com o
aumento das secreções. Geralmente, esta irritação pode ser controlada por aspiração traqueal
freqüente. A infecção das secreções é potencializada pelo problema pulmonar subjacente e por
estase resultante de mobilização inadequada das secreções. Por isso, fisioterapia respiratória,
umidificação adequada e aspirações freqüentes são essências para manter uma toalete
traqueobrônquica satisfatória. De 60% a 100% dos pacientes com traqueostomia colonizam a
arvore traqueobrônquica com Pseudomonas ou antibioticoterapia especifica. Pacientes assim
colonizados são mais suscetíveis para desenvolverem quadros pneumônicos. Dentre os
múltiplos fatos que induzem à colonização das vias aéreas e subseqüente pneumonia em
pacientes traqueostomizados está gravidade do comprometimento sistêmico e nutricional dos
pacientes.
Por estes riscos, a estrita observância das técnicas de assepsia no cuidado de pacientes
com traqueostomia continua sendo o fator importante na prevenção de pneumonia
nosocomial.
Atelectasia
A atelectasia ocorre, com maior freqüência, pela quantidade excessiva de secreções que se
acumulam na traquéia, levando a formação de rolhas de catarro ou coágulos. Esta
complicação era mais freqüente quando a cânula empregada na realização da traqueostomia
era de metal, que permite que algum sangue da incisão cirúrgica entre para a traquéia em
volta do tubo de metal.
Por este motivo, é recomendável, mesmo em pacientes que não necessitem de ventilação
mecânica, o emprego de uma cânula de plástico provida de balonete, o qual deve ser
imediatamente insuflado para impedir que sangue da incisão atinja a periferia das vias aéreas,
proporcionando a atelectasia. Em caso de atelectasia de segmentos do pulmão direito, o
tratamento consiste na aspiração traqueal e lavagem brônquica com soro fisiológico. Em caso
de atelectasias ao lado esquerdo, há maior dificuldade em se introduzir a sonda de aspiração,
de modo que, com freqüência, é necessário uma broncoscopia.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
BRONCOSCOPIA
RÍGIDA
1. Diagnóstico: sobretudo para identificar tumores, locais de hemoptise, estenose ou ruptura.
2. Terapêutica: para retirada de corpos estranhos, de secreções retiradas e de tampões
obstrutivos, para ressecção a laser de obstruções malignas, no caso de traumatismo contra
as vias aéreas, de bloqueio de brônquios, de hemoptise maciça ou fistula.
De modo geral, a broncoscopia rígida é realizada sob anestesia geral. A equipe estar ciente
dos riscos radiológicos ou eletrocardiográficos e da existência de anormalidades da
coagulação. O paciente deve estar em dieta zero e ser pré medicado com Atropina (0,6 – 1,2
mg IV ou IM).
O sangramento intenso pode ser controlado com um swab embebido em Epinefrina e
aplicado durante dois a três minutos. O sangramento maciço pode ser tratado com
compressão, com um, catéter de Fogarty ou catéter brônquico de Thompson, reposição hídrica
e em alguns casos, toracotomia.
FIBRA ÓTICA
Trata-se de um procedimento sobretudo diagnóstico que permite uma boa visualização de
todos os brônquios subsegmentares. Podem ser realizados lavado broncoalveolar, escovados
brônquicos, biópsias brônquicas e biópsias pulmonares transbrônquicas.
A broncoscopia com fibra ótica é realizada sob anestesia local. Sua desvantagem é que não
permite o controle de sangramento maciço. Em geral, não é conveniente para a retirada de
corpos estranhos.
EXAMES IMPORTANTES
Espirometria
Ecg
Radiografia de tórax
Contagem de plaquetas e tempo de protombina
PREPARAÇÃO
Formulários de consentimento
Dieta zero durante pelo menos 4 horas
Pré medicação: 0,6mg de atropina imk (para ressecar a secreção brônquica)
A sedação é obtida com benzodiazepínicos (diazepan, 10 mg) e/ou papa vareto (10-
20mg)
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ASPIRAÇÃO
FINALIDADE:
Remover secreção das vias aéreas superiores;
Conservar via aérea permeável;
Prevenir infecções respiratórias e atelectasias pulmonares.
A ASPIRAÇÃO PODE SER REALIZADA POR VIA:
Bucal;
Nasal;
Tubo endotraqueal;
Cânula de traqueostomia
OBSERVAÇÕES:
Use uma sonda para cada aspiração;
Caso o paciente precisar ser aspirado por mais de uma via, primeiro realiza-se a
aspiração endotraqueal para depois a da região orofaríngea através das narinas e boca.
Esvazie o frasco coletor no final de cada período e sempre que necessário;
Troque o sistema de aspiração a cada 24 horas;
Use máscara para realizar a aspiração.
No caso de obstrução da sonda, troque-a;
Caso seja necessário ventilar o paciente, durante o procedimento lave a sonda com
água destilada antes de continuar com a aspiração;
Lembre-se: sua mão dominante já enluvada deverá permanecer asséptica durante todo o
procedimento. A mão não dominante, é que poderá ter contato com o paciente, aparelhos, etc.
Estando pois, contaminada.
OXIGENOTERAPIA
Definição:
É a administração de ar enriquecido de oxigênio. Podem-se empregar vários sistemas, mas
sempre umidificados, para evitar que as mucosas ressequem.
Sistemas
1. Catéter nasal
Hoje, empregam-se catéteres de plásticos descartáveis, que permitem uma maior higiene, e
maleáveis, para que não lesionem as mucosas nasal e faríngea.
Para sua colocação, lubrifica-se o catéter e mede-se a distancia da orelha ao nariz,
introduzindo com suavidade o referido comprimento na fossa nasal correspondente.
Se o paciente colabora, pede-se-lhe que abra a boca, observando se a sonda aparece por trás
da úvula.
Sua localização correta será imediatamente acima dela.
É preferível que o catéter tenha vários orifícios laterais, situados distalmente, para que o
jorro de oxigênio não atinja apenas um ponto da mucosa, evitando assim sua irritação. Este
procedimento pode proporcionar ao paciente uma concentração de oxigênio de 40% no ar
inspirado, administrando um volume de 6 l / min.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Irritação das vias respiratórias com ressacamento, dor e infecção: por isso, o oxigênio
deve ser administrado umidificado.
Sintomas gastrinstestinais, convulsões e lesões pulmonares, tais como edema
intersticial ou fibrose, quando se proporciona ao paciente um excesso de oxigênio
inspirado: superior a 60%.
Lesões oculares, tais como fibroplastia retrolental da retina, especialmente quando o
recém-nascido recebe uma elevada concentração de gás nas tendas de oxigênio.
Depressão respiratória ou apnéia, por oxigênio. Este ‘’acidente’’ deve ser lembrado,
sobretudo se o paciente sofre de bronquite crônica e insuficiência respiratória com
elevados níveis de CO2 no sangue arterial, porque o oxigênio poderia anular o estimulo
respiratório conservado com a hipoxia. Este acidente pode ser o mais perigoso por seu
súbito aparecimento e gravidade (apnéia, para cardíaca).
PULSIOXIMETRIA
Definição:
A pulsioximetria é a medição saturada de oxigênio (SaO2) e do pulso (batimento) arterial
mediante um pulsioxímetro.
Princípios da pulsioximetria
A pulsioximetria baseia-se no fato de o sangue oxigenado (sangue de cor vermelho
brilhante) e as formas reduzidas de hemoglobina (que lhe conferem uma cor azulada)
absorverem, cada um, uma diferente intensidade de luz para um determinado comprimento
de onda.
Componentes do pulsioxímetro
Um monitor ou visor, com microprocessador de dados, que dá leituras gráficas em
formas de ondas de saturação de oxigênio arterial (SaO2) e da freqüência cardíaca.
Uma sonda com duplo dispositivo: fotoemissor e fotorreceptor.
Vantagens da Pulsioximetria
Não é um método invasivo.
Proporciona uma informação, instantânea e continua das alterações fisiológicas que
não podem ser percebidas mediante a observação, permitindo uma atuação mais
rápida face à hipoxia.
Não precisa de calibração nem provoca aquecimento da pele, situação que ocorre com
outros métodos de monitoração transcutânea.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Limitações da pulsioximetria
Não é um método adequado se existe baixa intensidade de sinal, se o paciente
apresenta má perfusão periférica, vasoconstrição [tal como aconteceria na hipotensão
arterial intensiva (PAM inferior a 50 mmHg)], infusão de vasopressores, doença
vascular periférica, compressão arterial direta, hiportemia significativa.
No caso de presença patológicas de hemoglobinas anormais, como carboxi e meta-
hemoglobina ou hemoglobina fetal.
Tem pouca precisão em saturações inferiores a 70%.
Quando a hemoglobina é inadequada, por anemia ou hemodiluição.
Quando existe sangue venoso pulsátil.
Pela presença de pigmentos intravasculares.
Se existe grande luminosidade ambiental.
Cuidados de enfermagem
Informar o paciente acerca de utilidade e das características do aparelho, solicitando a
sua colaboração. Deve ser advertido do aparecimento de alguns alarmes sonoros,
evitando a sua preocupação.
Escolher e preparar a região onde se colocará a sonda. Pode ser necessário retirar o
esmalte das unhas.
Escolher os limites de alarme de SaO2 e de freqüência cardíaca
Manter os limites de segurança: SaO2 inferior a 90% indica perigo de hipoxia.
Verificar periodicamente o alarme acústico.
Vigiar a área do sensor, na prevenção de lesões cutâneas, alérgicas ou isquêmicas:
observação local a cada 4 horas, mudança do local de aplicação conforme a sonda
utilizada, evitando provocar isquemia com a fixação da sonda.
Controlar o sinal do monitor, uma vez que os valores digitais só são confiáveis com um
sinal adequado, que se pode comprovar com: uma onda pletismográfica correta, o
detector de qualidade do sinal, a correlação entre freqüência registrada e os batimentos
de pulso do paciente, correspondência com a situação clinica do paciente.
Observar e registrar os parâmetros relacionados com a oxigenação do paciente.
Dispnéia, tiragem respiratória, colaboração da pele, alterações hemodinâmicas, nível
de consciência.
Interpretação dos dados obtidos e tratamento dos problemas detectados.
INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL
Generalidades
É um procedimento que consiste em substituir, durante certo tempo, as vias respiratórias
superiores do paciente por um tubo de borracha ou plástico, provido de um balão que se
insufla a partir do exterior, permitindo o ajuste do tubo ao trecho que ocupa.
1. INTUBAÇÃO ORAL
a) Vantagens da intubação oral
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
É a mais freqüente, a não ser que o paciente tenha patologia da boca e maxilares.
Oferece um trajeto mais curto para chegar a traquéia.
A cavidade oral é um abertura maior para a introdução do tubo.
A intubação oral é mais rápida, menos traumática e de escolha em caso de emergência.
2. INTUBAÇÃO NASAL
a) Vantagens da intubação nasal
Está indicada em traumatismo cervicais, já que não é necessário hiperentender o
pescoço do paciente. Nas crianças, a principal vantagem é que o orifício nasal tem o
tamanho da traquéia.
Consegue-se melhor fixação do tubo endotraqueal.
Facilita a higiene da boca do paciente.
Oferece maior conforto ao paciente.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
Introduzir o laringoscópio na
boca do paciente e proceder
à aspiração das secreções
orais.
Lubrifica-se o tubo
orotraqueal, já verificado.
O médico visualiza o glote e
introduz o tubo até a
traquéia, com ou sem ajuda
do fio-guia, conforme a
dificuldade que se apresente.
Uma vez no local, e desde o
exterior, insufla-se o balão
para isolar a via respiratória.
Verificar a correta localização
do tubo mediante a ausculta
de ambos os campos
pulmonares com
estetoscópio, para despistar
uma intubação seletiva do
brônquio direito.
Fixar bem o tubo e colocar
uma cânula de Guedel na
boca do paciente, fixando-o à parte do tubo endotraqueal.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Desconexão
A desconexão do tubo traqueal ou da cânula de traqueostomia do ventilador pode ser
voluntária por parte do paciente, ou por um descuido do profissional: pode não ter tido as
máximas precauções de observação clinica, por realizar manobras bruscas na mobilização do
paciente, por não verificar, de forma sistemática, os alarmes, ou por ajustes incorreto das
conexões do circuito.
Hemorragia maciça
Esta complicação pode ser fatal. Ocorre na traqueostomia e deve-se à erosão vascular pelo
contato da cânula com os troncos braquicefálicos.
Derivados de hiperpressão
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Infecção local
Esta complicação ocorre com freqüência em pacientes portadores de cânula de
traqueostomia, em que há convergência de vários fatores potenciais de risco:
A incisão cirúrgica e o estoma, como foco ativo de contaminação e via de entrada do
germe, desde a região que rodeia a cânula até o interior das vias respiratórias do
paciente.
A umidade que circunda o estoma, devido às secreções.
A falta de assepsia nos curativos.
Não observar as corretas normas de assepsia nos procedimentos cirúrgicos e clínicos (p.
ex: na aspiração de secreções).
Usar tubos com balão de baixa pressão: Para evitar a erosão da mucosa traqueal e, com
ela, produzir lesões importantes.
Manter e comprovar a correta pressão de enchimento no pneumotamponamento
A pressão correta permite que o balão da cânula assente sobre uma ampla região traqueal
de contato, evitando escape de ar. Igualmente, a correta insuflação do balão evita a aspiração
da dieta e das secreções orofaríngeas.
A pressão correta é calculada entre 25 e 30 cm de água, verificando-se periodicamente e
por plantão, com um manômetro acoplado ao balão.
Evitar erosões externas
Para evitar escoriações na comissura labial e na traqueostomia, propõe-se:
Que se varie o ponto de apoio do tubo endotraqueal em uma outra comissura.
Adaptar à cânula de traqueostomia a proteção de gaze suficiente para evitar o
contato direito da mesma com o estoma.
Realizar uma correta aspiração de secreções
Com isso, mantêm-se as vias respiratórias superiores livres de obstáculos, prevenindo-
se a infecção hospitalar, já que a estase de secreções é um foco de risco.
O enfermeiro deve, alem disso, programar outras manobras (p. ex: fisioterapia
respiratória), que ajudem a mobilizar as secreções retidas, para que possam facilmente
chegar à traquéia sendo então aspiradas com sondas próprias ou eliminadas pelo próprio
paciente.
É muito importante lembrar que, ao aspirar secreções da cânula de traqueostomia, não
se deve introduzir o mesmo comprimento de sonda que se introduziria em um tubo
endotraqueal, porque a traqueostomia representa uma redução do trato respiratório.
Emprego de meios de umidificação, aquecimento e filtração do ar inspirado
Para manter artificialmente a função das vias respiratórias, que fica interrompida ou
alterada de forma transitória nos pacientes submetidos a intubação endotraqueal e com
traqueostomia.
Observa-se a importância que adquire o uso do dispositivo umidificador, provido de
filtros hidrófabos, que se conecta entre o ventilador e o tubo ou cânula do paciente. Está
programado para reter o calor e a umidade que se desprende do ar expirado pelo paciente, e
que será utilizado para aquecer e umedecer o ar inspirado. Alem disso, o filtro consegue inibir
o crescimento de fungos e bactérias, tais como: staphilococcus aureus, Escherichia coli, Beta
streptococcus e Cândida albicans, que produziriam infecção respiratória no paciente.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Lábios secos: Aplicar cuidados corretos face à possibilidade de existência de lábios secos,
com um protetor labial (vaselina, creme de cacau etc.)
Higiene dos orifícios de entrada: Deve existir a máxima higiene no orifício de entrada
(boca,nariz), evitando a existência de sujeira, que é um ótimo meio de cultura para os
microrganismos.
Acerca da nutrição enteral: Enquanto o paciente está intubado, e com o fim de evitar que
ocorra broncoaspiração, antes de administrar a nutrição enteral deve-se sempre proceder
à verificação do correto enchimento do balão do pneumotamponamento. Se há suspeita
de passagem de alimento para as vias respiratórias, pode-se realizar a verificação da
presença de glicose nas secreções brônquicas mediante a técnica de glicose-oxidase (tiras
reativas). Se a glicose nas secreções é igual ou superior à glicose na dieta, faz-se
diagnostico de broncoaspiração.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Quando todas as medidas conservadoras falharam na tentativa de reversão do quadro de
IRA ou quando, desde o inicio, o paciente corre o risco de vida, indica-se a ventilação
mecânica que é feita através de aparelhos conhecidos como respiradores mecânicos de
complexidade e características variáveis e cujos princípios devem ser totalmente conhecidos
pelo pessoal encarregado do tratamento deste tipo de paciente. Outro ponto que não deve ser
esquecido é que, a partir do momento em que se indica a VM, as responsabilidades para com
o paciente aumentam, mesmo porque o uso inadequado de um respirador mecânico pode ser
mais prejudicial do que um padrão respiratório anormal.
Antes de ligar um respirador mecânico é necessário que todas as conexões estejam
rigorosamente conferidas para que sejam evitados escapes de gás; é obrigatória a umidificação
do gás inspirado, através de micro-nebulizador.
INDICAÇÕES
- HIPOVENTILAÇÃO ALVEOLAR
Caracteriza-se por hipercapnia, hipóxia e acidose. Pode ocorrer nas seguintes situações:
interferência no controle neural, interferência na função neuromusculoesquelética,
interferência na complascencia pulmonar.
- HIPÓXIA DISTRIBUTIVA
Caracteriza-se por hipocapnia, hipóxia e alcalose respiratória. Se não é tratada pode evoluir
para hipoventilação alveolar por exaustão respiratória.
MONITORIZAÇÃO
EFEITOS FISIOLÓGICOS
COMPLICAÇÔES
Problemas de vias aéreas (posicionamento inadequado do tubo – esôfago, brônquio
direito), hiperinsuflação do balão, deslocamento do tubo)
Barotrauma
Pneumotorax
Enfizema subcutâneo
Alterações bruscas ácido-básicas
Seqüelas pulmonares
Arritmias cardíacas
Toxidade ao oxigênio
Alteração de surfactante
Atrofia muscular
Complicações infecciosas
Estenose de traquéia
Fistula traque-esofágica
Complicações psíquicas (psicose de CTI)
Dependência do respirador mecânico
PARÂMETROS DA VENTILAÇÃO
A modalidade acelerante permite uma entrega que começa com suavidade, até chegar a
um volume corrente prescrito.
Na constante, a entrega de volume corrente é rápida, mantém-se durante certo tempo
este volume nos pulmões do paciente e cai rapidamente.
A modalidade desacelerante representa uma forma brusca de entrada, ou seja, onde em
muito pouco tempo se alcança o volume corrente, com uma saída suave.
PEEP, CPAP
Fazem parte do mesmo comando do painel. O CPAP pode também ser regulado com um
sistema auxiliar.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TIPOS DE VENTILADORES
1. Manométricos.
2. Ventiladores por ciclagem de tempo
3. Volumétricos.
1. VENTILADORES MANOMÉTRICOS
O seu mecanismo de ação baseia-se em insuflar no pulmão um volume de ar, até alcançar
determinado valor de pressão predeterminado no manômetro do ventilador (entre 35 a 40 cm
H2O). Neste momento, suspende-se a insuflação e o pulmão, devido à sua elasticidade,
esvazia-se espontaneamente.
a) VANTAGENS
- São ventiladores de primeiro uso, de fácil manuseio.
- São econômicos e fáceis de limpar.
- Não funcionam eletricamente, não interrompendo o seu funcionamento em caso de cortes
de energia.
- São aparelhos acústicos, já que, ouvindo-se a ciclagem, pode-se distinguir se o paciente
ventila bem ou não.
b) INCONVENIENTES
– Não permitem a regulação do volume de gás que se fornece ao paciente; apenas regulam
a pressão que alcança em suas vias respiratórias.
- Têm uma potencia limitada.
- Contam com um painel de comando muito reduzido, permitindo escassas prescrições de
ventilação.
- Pelo motivo anterior, não são validos para a ventilação artificial prolongada e são de uso
escasso ou nulo no paciente critico.
- Têm o fornecimento de oxigênio a administrar limitado (apenas 40 a 100%).
- Não dispõem de alarmes, nem permitem a adaptação de um sistema de umidificação,
filtração e aquecimento do ar que o paciente recebe.
3. VENTILADORES VOLUMÉTRICOS
Proporcionam ao paciente um volume de ar constante e predeterminado, variando a
pressão que este alcança nas vias respiratórias do paciente.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
a) VANTAGENS
- São ventiladores de grande potencia
- Dispõe de um amplo painel de comandos, onde se podem ajustar as variáveis de
ventilação mais necessárias para o paciente, permitindo diagnosticar patologias
respiratórias e pulmonares.
- Constam com alarmes ópticos e acústicos, assim como sistemas e umidificação e
filtração de ar inspirado.
b) INCONVENIENTES
- O paciente deve estar intubado
- Sendo elétricos, salvo quando o paciente está em respiração espontânea, deixam de
fundionar quando há cortes de energia.
- Não são econômicos
- Os circuitos de alguns modelos são difíceis de esterilizar.
TROCAS GASOSAS
– Saturação arterial de O2 > 90%
– PH > 7,33
– PaO2 > 60 mmHg COM FiO2 < 0,4 E PEEP cm H2O
– PaCO2 < 7 mmHg
DISPNÉIA
- Freqüência respiratória 30rpm
- Contração de esternocleidomastóideos e musculatura acessória respiratória
- Retração intercostal e supra – esternal
DESCONFORTO
- Agitação, confusão, sudorese
INSTABILIDADE CARDÍACA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
EXTUBAÇÃO
1. O profissional já paramentado deverá levar para a beira do leito, antes do
procedimento:
- seringa de 20 ml para esvaziamento do Cuff do tubo orotraqueal (TOT)
- máscara de Venturi para administração de ar enriquecido com O2
- sonda de aspiração para secreções eliminadas durante o procedimento
2. Coleta de dados de volume corrente, freqüência respiratória, saturação de O2 e
freqüência cardíaca antes do inicio do procedimento.
3. Avaliação das condições clinicas e respiratórias do paciente
4. Ausculta pulmonar, higiene traqueobrônquica, manobras de reexpansão pulmonar
5. Retirada do TOT, solicitando que o paciente efetue tosse, e tracionando o TOT, já com o
Cuff desinsuflado, durante a fase inspiratória antes da tosse
6. Nova higiene, agora de via oral e nasal
7. Colocação da mascara de Venturi ou tenda com fluxo de ar continuo, enriquecido com
O2, em concentração especifica para as necessidades do paciente, estando em fluxo
devidamente umidificado
8. Solicitação de gasometria para certificar-se da qualidade das trocas gasosas após
aproximadamente 20 minutos de extubação.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
oxigenação deverá estar sempre próximo e testado, assim como o carro de urgência e a
respectiva medicação.
3. Não se devem realizar manobras bruscas na mobilização do paciente, pois o
pinçamento do circuito e as desconexões fortuitas do ventilador agravariam o seu
estado clinico.
4. As traquéias (extensões) do circuito devem permanecer livres e sem água, para evitar
complicações clinicas e infecção respiratória.
5. Verificar, de forma sistemática, os parâmetros programados para o paciente, mediante
a observação dos gráficos e dos dígitos no painel de comandos e preenchimento a folha
do ventilador, que é um registro especifico que pode estar incluído, ou não, na folha de
anotações de enfermagem.
6. De forma programada, realizar os cuidados de higiene oral e ocular do paciente, assim
como as manobras que melhorem a função respiratória do mesmo: aspiração de
secreções, fisioterapia respiratória.
7. Os profissionais de enfermagem devem atender aos alarmes sempre que ocorram, pois
estes indicam episódios clínicos que necessitam de resolução (hipoventilação, apnéia),
alguns dos quais poderiam solucionar-se mantendo-se uma ação precoce e coordenada
da equipe. Manter corretamente ajustados os limites máximo e mínimo programados
para os alarmes, verificando com freqüência os avisos/alarmes ópticos para que não se
instale a confusão face a indicadores simultâneos.
8. Verificar a pressão de enchimento do balão do tubo endotraqueal ou cânula de
traqueostomia do paciente, de modo que receba os corretos parâmetros ventilatórios,
possa aceitar a nutrição enteral sem risco de broncoaspiração e evite lesão traqueal e
isquemia por hipertensão.
9. Avaliar o estado de agitação e adaptação do paciente à ventilação mecânica. Se
necessário, utilizar sedativos e, inclusive, relaxantes musculares, para conseguir a sua
correta ventilação.
10. È necessário observar alguns cuidados com o paciente submetido a ventilação
mecânica, ou que precisa de ventilação artificial enquanto é transportado para outra
unidade: se possui uma drenagem torácica, ter muito cuidado no transporte dos
recipientes; se for pneumotórax, não se deve pinçar nunca, quer seja para efetuar a
medição do conteúdo evacuado, para o transporte ou para a mudança dos mesmos,
pois poderia provocar uma lesão por pressão.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Cinta utilizada ao redor da nunca, para pacientes medianamente agitados ou longos
períodos de entubação
Cinta acessória opcional utilizada ao redor da cabeça, para uma segurança máxima em
pacientes muito agitado.
Aumenta a estabilidade do tubo endo-traqueal e alivia o desconforto do paciente.
Bocal facial almofadado, com material ultra-macio e anti-alérgico.
Bloqueador de mordida integrado e liso, impede a oclusão do tubo. Aberturas laterais
amplas, para facilitar o posicionamento e o acesso oral.
Fitas especiais de alta adesividade para fixar com segurança, o tubo endo-traqueal no
bocal facial.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
HEMOCOMPONENTES
A conceituação de meio interno se deve a Claude Bernard que, além de ter estabelecido os
seus limites, mostrou ser de capital importância para a manutenção da vida a constância de
sua composição. É ela regulada por mecanismos físico-químicos e fisiológicos que a mantém
em equilíbrio dinâmico.
O meio interno é constituído pelos líquidos extracelulares, compreendendo o plasma
sangüíneo e os líquidos dele derivados, tais como a linfa, o liquido cefalorraquidiano, o liquido
sinovial, os líquidos que enchem as cavidades serosas e o humor aquoso. Os líquidos
extracelulares abrangem 20% da água do organismo, sendo que 5% pertencem ao sangue
(plasma).
SANGUE
O sangue representa o meio líquido circulante por excelência e, em conjunto com a linfa, é
responsável pela nutrição dos tecidos.
Entre outras, o sangue desempenha as seguintes funções:
a) Transporte de O2, CO2, nutrientes, catabólitos, enzimas, hormônios;
b) Defesa, por intermédio de leucócitos e anticorpos;
c) Regulação dos equilíbrios hídrico, iônico, ácido-básico e térmico.
O volume total do sangue é, em media, de 5,5 litros para o homem e de 4,8 litros para a
mulher, o que corresponde a 78 ml para o homem e 66 ml para a mulher, por quilo de peso.
No choque, o volume de sangue diminui o que pode ser corrigido pela injeção de plasma.
O conhecimento do volume sangüíneo (Volemia) tem muita importância em patologia e em
clínica. Numerosas condições, como o choque cirúrgico, as grandes hemorragias, a internação
e a desidratação da infância causam hipovolemia. Observa-se hipervolemia na febre
prolongada e na policitemia severa, estado patológico em que ocorre elevação do numero de
glóbulos sangüíneos.
A composição do sangue é muito complexa e sofre variações de acordo com a idade, o sexo,
a alimentação e outros fatores.
Encontra-se no sangue, alem de substâncias nutritivas, numerosos produtos do
metabolismo, como o acido láctico e outros ácidos orgânicos, e inúmeras substâncias que são
por ele veiculadas, como os hormônios e os produtos de catabolismo. Entretanto, as
substâncias específicas que caracterizam o sangue são as proteínas ,hemoglobina das
hemácias e proteínas do plasma.
O sangue dos vertebrados é constituído por uma suspensão de células ou elementos
figurados (hemácias, leucócitos, plaquetas) num meio líquido que é o plasma.
ELEMENTOS FIGURADOS
Hemácias. As hemácias ou glóbulos vermelhos são discos bicôncavos, circulares ou
elípticos, contendo cerca 34% de hemoglobina. No sangue normal do homem existem em
media 5 milhões de hemácias pó mm3 e no da mulher, 4,7. No recém-nascido esse número é
maior até a primeira semana de vida, baixando em seguida, lentamente, para voltar depois
dos 14 anos aos valores do adulto.
A diminuição do número de hemácias se chama oligocitemia, e ocorre freqüentemente nas
anemias; o aumento chama-se policitemia ou poliglobulia.
As hemácias têm um diâmetro médio de 8,6 + ou – 0,5 M; o tamanho destas células
aumenta na anemia perniciosa (anemia macrocítica) e diminui em outros tipos de anemia
(anemias microcíticas).
A proporção de glóbulos no sangue total chama-se volume globular e é referida em 100 ml
de sangue. Normalmente, o valor globular é de 45 para o homem e de 42 para a mulher.
A hemácia tem composição complexa. Se principal componente é a hemoglobina, que
ocupa 25% do seu volume. O espaço entre as moléculas do pigmento é muito pequeno e
preenchido por água contendo eletrólitos.
A hemoglobina nos vertebrados está toda ela confinada aos glóbulos vermelhos. Esse
pigmento só aparece no segundo estágio da manutenção das células sangüíneas, e o
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PLASMA
O plasma sangüíneo encerra grande quantidade de proteínas e numerosas substâncias
oriundas do metabolismo.
As proteínas constituem as substâncias especificas próprias do plasma e pertencem a três
tipos principais: albuminas, globulinas e fibrinogênio, cada qual apresentando características
próprias.
O fibrinogênio é a única das proteínas do plasma que tem origem exclusiva no fígado. As
demais frações protéicas do plasma têm origem no fígado, nos órgãos hematopoéticos, no
intestino e provavelmente em outros tecidos.
A alimentação rica em proteínas tem influência decisiva sobre a regeneração da albumina e
das globulinas. Nos casos de desnutrição, no edema de fome e das hipoproteinemias
experimentais, a fração albumina baixa muito, mais o tratamento com alimentos ricos em
proteínas faz aumentar rapidamente e albumina do plasma.
Glicoproteínas e lipoproteínas podem ser caracterizadas no plasma sangüíneo por
separação eletroforética.
Outros componentes do plasma. Além das proteínas referidas, fazem parte do plasma
sangüíneo: compostos orgânicos não nitrogenados, compostos orgânicos nitrogenados,
vitaminas, hormônios, enzimas, isoenzimas, componentes inorgânico, componentes
imunológicos e outros.
Os componentes inorgânicos do plasma apresentam-se livres ou combinados às proteínas
ou a outros compostos orgânicos.
COAGULAÇAO DO SANGUE
A preservação do meio interno é de capital importância para a vida dos organismos.
Nos mamíferos, a coagulação é mais complexa, exigindo a participação de muitos fatores.
Consiste ela em processo de gelificação do sangue, centralizado pela transformação do
fibrinogênio (solúvel) em uma rede de fibrina (insolúvel).
68
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRANSFUSÃO
Indicação para transfusão. A razão mais comum para a transfusão é a diminuição do
volume sangüíneo. Transfusões são também freqüentemente usadas para o tratamento de
anemias ou para suprir o receptor com algum outro constituinte sangüíneo, alem de
eritrócitos, tal como para suprir um paciente trombocitopênico com plaquetas novas. Muitas
vezes, pacientes hemofílicos podem se tornar temporariamente não – hemofílicos por
transfusão de plasma e, ocasionalmente, a quantidade de complemento em um receptor deve
ser suplementada por injeção de plasma fresco antes que certas reações antígeno – anticorpo
possam ocorrer.
A transfusão de derivados de eritrócitos para corrigir anemia é uma das práticas menos
científicas encontradas na UTI. Um dos problemas é a aparente confusão entre os méritos
relativos dos glóbulos vermelhos e do volume sangüíneo na manutenção da viabilidade dos
tecidos. O organismo humano sofre pouco com a deficiência de glóbulos vermelhos (anemia), é
medida que o volume sangüíneo seja mantido. A importância relativa do volume sangüíneo
sobre as células vermelhas é demonstrada pelo fato de que hipovolemia é causa bem
conhecida de choque (oxigenação tecidual prejudicada), ao passo que não existe choque
anêmico.
Um simples hematócrito ou nível de hemoglobina não pode ser usado como fator indicativo
de transfusão para todos os pacientes em UTI. Isso é estabelecido no Clinical Practice
Guideline on Elective Red Blood Cell Transfusion do American College of Physicians, que
adverte para que se evite um limite automático, empírico, de transfusão, tal como
hemoglobina menor que 10g/dL.
Os marcadores fisiológicos de oxigenação tecidual prejudicada devem ser preferidos a
hematócrito e hemoglobina como indicativos de transfusão em pacientes de UTI. A taxa de
extração de oxigênio tem sido especificamente recomendada para esse propósito. A extração
de oxigênio pode ser combinada com Oximetria Venosa (para saturação venosa de O2).
As seguintes afirmações são relevantes no que concerne à necessidade de concentrados de
glóbulos vermelhos em pacientes com anemia normovolêmica.
1 – Transfusões de eritrócitos não são indicadas para as seguintes situações:
a) Aumentar a sensação de bem-estar.
b) Promover cura de ferimentos.
c) Expandir volume intravascular.
d) Corrigir hemoglobina menor que 10g dL em paciente que não apresente evidência de
isquemia tecidual em curso (p. ex: angina, acidente vascular cerebral isquêmico,
hiperlactemia).
e) Corrigir anemia de qualquer grau em paciente que não apresente disfunção cardíaca,
doença arterial coronária ou doença cerebrovascular.
PRODUTOS ERITROCITÁRIOS
Todos os produtos de sangue contendo eritrócitos são estocados a 4ºC usando líquido
preservativo anticoagulante que contém citrato, fosfato e dextrose (CPD). O citrato se liga ao
cálcio ionizado e age como um anticoagulante. O fosfato ajuda a retardar a decomposição do
2,3 difosfoglicerato e a dextrose serve como fonte de energia para os eritrócitos. Eritrócitos
estocados em CPD a 4ºC são viáveis por, no mínimo, 21 dias.
SANGUE TOTAL
Uma unidade de sangue total contém, em média, 510 ml (sangue mais solução CPD). A
maioria dos bancos de sangue estoca sangue total somente quando solicitado. De outro modo,
o sangue é fracionado em plasma e concentrado de eritrócitos poucas horas após a coleta. A
separação do sangue total em seus componentes permite o uso mais eficiente dos produtos de
sangue para alcançar os objetivos da transfusão.
COMPOSICAO:
- Hemácias
- Plasma
- Proteínas Plasmáticas
- Solução anticoagulante / conservante (60 ml).
70
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Concentrado de glóbulos são preparados pela centrifugação do sangue total e remoção de 250
mL de plasma sobrenadante. Cada unidade de concentrado de glóbulos contem aproximadamente
250 mL de células (a maioria eritrócitos) e 50 a 100 mL de plasma e solução CPD. O hematócrito é,
usualmente, de 60 a 80% e a concentração de hemoglobina está entre 23 a 27 g/dL.
GLÓBULOS VERMELHOS COM BAIXO TEOR DE LEUCÓCITOS:
Remoção dos leucócitos nos concentrados de glóbulos vermelhos é recomendada quando os
pacientes que serão transfundidos têm historia de reações transfusionais febris, não – hemolíticas
(causadas por anticorpos contra leucócitos do sangue do doador). Os leucócitos podem ser
separados por centrifugação previa ou filtros, mas a separação nunca é completa e ate 30% dos
leucócitos podem restar na amostra.
GLÓBULOS VERMELHOS LAVADOS:
Concentrados de glóbulos podem ser lavados com soro fisiológico para remover leucócitos e
plasma residual. A remoção do plasma ajuda a prevenir reações alérgicas causada por
sensibilização previa a proteínas plasmática do sangue do doador. Glóbulos vermelhos lavados
são, portanto, usados para a transfusão em pacientes com historia de reações transfusionais por
hipersensibilidade.
TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS
Concentrados de plaquetas são preparados pela centrifugação de sangue total fresco e após
suspensão de um “bloco” de plaquetas em um pequeno volume de plasma. Cada concentrado de
plaquetas (de 1 unidade de sangue) contem 50 a 100 bilhões de plaquetas em 50 mL de plasma.
Plaquetas podem ser estocadas ate sete dias, mas a viabilidade começa a declinar após 3 dias.
Transfusões de plaquetas são habitualmente administradas como múltiplos de 6 a 10
concentrados individuais que são agrupados juntos.
Indicações para transfusão de plaquetas.
SANGRAMENTO ATIVO: As seguintes afirmações se aplicam a todas as situações de
sangramento ativo outras que não sejam hemorragias equimóticas ou petequiais.
Transfusão de plaquetas está indicada:
1. A contagem de plaquetas esta abaixo de 50.000/mm³ e a trombocitopenia não é por
mecanismo imune.
2. A contagem de plaquetas está acima de 50.000/mm³ e está associada a uma condição que
diminui de forma importante a função plaquetária (bypass cardiopulmonar).
Transfusão maciça: A prática tradicional de transfundir plaquetas após 8 ou 10 unidades de
sangue ou total ou concentrado de hemácias não está mais recomendada. A contagem de
plaquetas deve ser monitorada e a transfusão de plaquetas está indicada quando a contagem de
plaquetas cai abaixo de 50.000/mm³ e há evidência de sangramento persistente. Não se espera uma
trombocitopenia dilucional importante ate que se transfunda mais de 1,5 vezes a volemia do paciente
As seguintes orientações se aplicam aos pacientes sem evidências de sangramento ativo outros que
não equimose ou petéquias.
Transfusões de plaquetas estão indicadas:
1. Contagem de plaquetas inferior a 5.000/mm³
2. Plaquetas abaixo de 20.000/mm³ associadas a uma condição de alto risco para sangramento (p.
ex: úlcera péptica, hemorragia previa por diverticulose ou malformações arteriovenosas).
3. Contagem de plaquetas abaixo de 50.000/mm³ e algum destes procedimentos está sendo
planejado:
Biópsia endoscópica
Punção lombar
Cirurgia de grande porte
Transfusões de plaquetas não estão indicadas:
1. Contagem de plaquetas entre 5.000 e 20.000/mm³, mas sem fatores de risco para
sangramento;
2. Trombocitopenia é causada por anticorpos antiplaquetas.
71
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REAÇÕES ADVERSAS
As complicações de transfusões de sangue homólogas (ou seja, doador de sangue de mesma
espécie) mais observadas são listadas na tabela abaixo:
RISCOS DAS TRANSFUSÕES DE SANGUE HOMÓLOGAS
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REAÇÕES ALÉRGICAS
Reações de hipersensibilidade (exantema, anafilaxia) são resultados da sensibilização a
proteínas do plasma em transfusões anteriores.
Manifestações Clínicas
– Urticária leve
– Febre (Pode ou não acontecer)
– Reação anafilática (Rara).
Transfusões Futuras
– Devem ser evitadas no caso de anafilaxia
– Alergias menos graves: preparações de glóbulos vermelhos lavados
– Tratamento prévio com anti-histamínicos.
– Lesão Pulmonar aguda:
Insuficiência respiratória aguda é muito citada como reação transfusional incomum, com
incidência estimada de 1 por 5.000 transfusões.
Manifestações Clínicas:
- Sinais de comprometimento respiratório
- Febre
- Hipotensão
Estratégia à beira do leito
- Interromper, transfusão
- Conduta igual à utilizada para SARA.
Transfusões Futuras:
- Sem recomendações seguras.
Uso de glóbulos vermelhos lavados (Alguns acreditam).
Mal estar;
Tremores;
Sudorese;
Calafrios;
Febre;
Cianose;
Náuseas;
Vômitos;
Taquipnéia;
Mialgia;
Taquicardia;
Palidez cutânea;
HEMOTERAPIA
É a transfusão somente do componente que o paciente necessita, não havendo
indicações de sangue total.
Indicação: Restaurar ou manter a capacidade de transporte de O², volume sangüíneo e
hemostasia.
Riscos: Doenças infecciosas, imunossupressão e aloimunização.
73
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Valores Normais:
Ht – 37 a 47%
Hb – 12 a 16 g/dL
Rbc – 4 a 5,5 milhões/mm
WBC – 4.000 a 10.000 p/mm
NEU – 51 a 67%
LYMPH – 21 a 35%
MONO – 4 a 10%
EOSIN – 2 a 4%
BASO – 0 a 1%
PLAQUETAS – 140.000 A
400.000 P/MM
FIBRINOGÊNIO - > 100 MG%
CUIDADOS NA
HEMOTERAPIA
Redeterminar o paciente
no sistema ABO;
Verificar compatibilidade
com a bolsa utilizada, exceto
nas transfusões de plasma e crioprecipitado;
Registrar no prontuário o nº da unidade
que será transfundida;
Adaptar corretamente o equipo de
transfusão (com filtro), evitando a perfuração
da bolsa e entrada de ar na mesma;
O componente sangüíneo deverá ficar
em repouso (sem ser transfundida) a
temperatura ambiente no máximo ate 20
minutos;
Obs 1: Qualquer componente sangüíneo não
administrado nesse período de tempo deverá
ser novamente refrigerado (1 a 6ºC) e poderá
assim permanecer por 21 dias, a partir da
data da coleta (registrada no rótulo).
Obs 2: No caso específico de concentrado de
plaquetas, o componente poderá ser
conservado por 48 horas no refrigerador,
sendo que após este tempo deverá ser
encaminhado ao banco de sangue com o
aviso '”componente vencido”.
A unidade de concentrado de glóbulos
(300 ml) deverá ser transfundida em até 4
horas. A limitação do tempo de infusão visa
evitar a contaminação do componente,
possibilidade que aumenta quanto maior for
o tempo de infusão;
Jamais adicionar à bolsa do
componente qualquer droga ou solução,
exceto soro fisiológico;
A via para hemoterapia deverá ser exclusiva – exceto para administração simultânea de
SF 0,9%;
Utilizar filtros especiais na transfusão de concentrados de hemácias, quando o receptor
tiver história prévia de reações hemolíticas;
74
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
HEMOTERAPIA ATUAL
Concentração de Hemácias;
Concentrado de Plaquetas;
Crioprecipitado;
Plasma fresco congelado;
Entenda-se, portanto, que o uso dos
componentes deve fazer-se separadamente, e não
transfusão de sangue total.
Não aquecer a bolsa de sangue para a
transfusão. Caso haja necessidade, (pós-
operatório de cirurgia cardiovascular), somente o
equipo deverá ser aquecido em uma temperatura
não superior a 37ºC.
DISCRASIAS DO SANGUE
Doenças das células vermelhas
Anemia
Hemorrágica
Nutricional ou por deficiência de ferro
Perniciosa
Falciforme
Aplástica
Policitemia
Doenças hemorrágicas
Hemofilia
Púrpura
Esplenomegalia
Doenças das células brancas
Leucocitose
Leucopenia
Mononucleose infecciosa
Doença da Hemoglobina
Leucopenia
75
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
76
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS
Intoxicações exógenas, sejam acidentais ou deliberadas, representam um importante
problema médico em todo o mundo. Estima-se que seu número exceda a dez milhões de casos
anualmente. Estatísticas americanas indicam que, do total de casos que chegam ao
conhecimento médico, 35% necessitam de admissão hospitalar e, destes, cerca de 10% levam
a óbito. Também ocorreu nos últimos anos uma mudança no espectro das substâncias
envolvidas na etiologia destes eventos. Atualmente, os antidepressivos tricíclicos e
benzodiazepínicos representam a maioria dos casos de intoxicação em adultos, substituindo
os barbitúricos usados no passado.
GENERALIDADES
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
As amostras destinadas a estes exames podem ser suco gástrico, sangue, urina e outras. O
material escolhido deve ser encaminhado ao laboratório para analise, em embalagens
apropriadas, segundo as especificações fornecidas pelo próprio laboratório.
A admissão do paciente ao CTI, freqüentemente, é necessária, tanto pela gravidade do
caso, como pela possibilidade de agravamento das condições clinicas iniciais, à medida que o
tóxico for absorvido ou vier a manifestar seus efeitos.
Além das informações que pudermos colher juntos aos acompanhantes e daquelas
fornecidas pelo laboratório, o outro instrumento de que dispomos para tratar adequadamente
um paciente é o exame medico minucioso e orientado para os principais síndromes orgânicos
determinados pelos agentes tóxicos.
Além de completo, o exame deve ser também objetivo, permitindo a adoção de medidas
terapêuticas, tais como, suporte da ventilação e do aparelho cardiovascular, sempre que uma
disfunção significativa for detectada. Especial importância deve ser prestada a cor e odor das
secreções orgânicas, bem como ao hálito do paciente. Finalmente, as características da pele,
tais como cor, temperatura, rubor, sudorese, são de muita importância, tanto na identificação
da via da absorção do tóxico quanto na manifestação de um aspecto clinico típico de um
quadro toxicológico.
A seguir um quadro com alguns aspectos típicos de algumas intoxicações exógenas:
TRATAMENTO
O objetivo primordial é fornecer o suporte de suas funções vitais ate que todo o tóxico
tenha sido eliminado. Para atingir este objetivo, contamos com três modos de atuação: reduzir
a absorção, inibir o tóxico absorvido e facilitar sua excreção.
Cabe ressaltar, todavia que cada substância tem características próprias que podem
facilitar ou dificultar qualquer uma destas medidas citadas. Além disto, dispomos
efetivamente de muitos poucos antídotos, de forma que nem sempre é possível a
administração de um antagonista na vigência de uma quadro de intoxicação exógena.
Para atingir objetivos terapêuticos, é indispensável que conheçamos as etapas
farmacocinéticas do metabolismo destas drogas, ou seja, a absorção, distribuição,
biotransformação e eliminação de cada tóxico.
Os fatores que determinam a absorção de uma droga dependem primeiramente das
propriedades físico – químicas do produto e das condições do estomago no momento da
ingestão, isto é, seu pH, presença de resíduos e distúrbios gástricos e, desta forma,
influenciará sua absorção, já que as partículas não ionizadas cruzam mais prontamente as
barreiras lipídicas da membrana celular. A motilidade gástrica determina o tempo de
esvaziamento do órgão e limita a absorção intestinal de um tóxico. Isto é muito importante no
caso dos agentes anticolinérgicos, como os antidepressivos tricíclicos, que ao deprimir a
motilidade gástrica, reduzem a absorção da substância ingerida e permitem o esvaziamento do
órgão, por sonda, mesmo algumas horas após a intoxicação ter ocorrido. Todavia,
freqüentemente, o próprio veículo em que foi fabricado o tóxico (p. ex: talco dos comprimidos)
determina a formação de agregados e concreções, que podem ser muito difíceis de serem
eliminados do estômago pelos meios usuais.
78
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRATAMENTO CLÍNICO
a. ADMISSÃO
O paciente deve ser admitido na unidade, sendo mantido em decúbito lateral, com a
cabeça junto à borda do leito, quando consciente, evitando assim regurgitação de conteúdo
gástrico. Imediatamente, deve ser introduzida sonda nasogástrica (SNG) de grosso calibre e
iniciada a lavagem gástrica com SF a 0,9%. Este procedimento é especialmente importante se
o envenenamento ocorreu nas ultimas 4 (quatro) horas.
O volume usado em adultos varia entre 3 (três) a 6 (seis) litros. Nos pacientes comatosos, é
imprescindível a entubação prévia, com tubo endotraqueal, do tipo dotado de balonete de alto
volume e baixa pressão, de calibre adequado. Esta prática evita a aspiração pulmonar de
resíduos gástricos. Contra-indica a adição de quaisquer substancias ao líquido usado para a
lavagem, em especial, a adição de ácidos e/ou bases fortes para antagonizar um corrosivo.
Esta prática resulta na formação de gases e pode provocar a ruptura do estômago. As contra-
indicações para a realização de lavagem gástrica atualmente, limita-se às intoxicações por
hidrocarbonetos aromáticos (derivados de petróleo).
b. MONITORIZACAO
Os pacientes admitidos no CTI devem ser monitorizados e medidas de seus dados vitais
(PA, FR, P e TA.) deve ser registradas de 2/2 (duas em duas) horas. É imperativo o balanço
hídrico rigoroso, feito a cada 2 horas e registrado pela enfermagem. Todos os pacientes devem
dispor de linha venosa para administração de líquidos, preferencialmente através de veia
central (v. subclávia ou jugular), obtida por punção transcutânea. Esta veia servirá também
para medida e registro da Pressão Venosa Central (PVC).
c. CUIDADOS RESPIRATÓRIOS
Consideramos que em todo paciente com intoxicação exógena, que se apresenta com
depressão do sensório, está indicada a entubação endotraqueal, com o objetivo de evitar a
aspiração de conteúdo gástrico. Além disto, na evolução do caso, pode surgir necessidade de
iniciar ventilação mecânica (presença de sinais clínicos de falência respiratória ou pCO2
acima de 45mmHg e pO2 menor que 50 mmHg). Estando o paciente já entubado, o
procedimento pode ser realizado com muito maior segurança, além do que, a manutenção das
vias aéreas permeáveis e livres de secreções pode ser conseguida pela enfermagem.
d. CUIDADOS VESICAIS
79
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
O cateterismo vesical será realizado nos pacientes que se apresentam com retenção
vesical. O cateterismo de demora somente está justificado quando é necessário monitorizar a
diurese, isto é, nos casos de choque e quando se deseja realizar diurese forçada.
e. EXAMES COMPLEMENTARES
Rotineiramente, avaliam-se os gases arteriais, uréia, creatinina, glicemia, ionograma (Na,
K, Cl, Ca, Mg e P) e hemograma completo. O eletrocardiograma e o RX de tórax devem ser
realizados diariamente. Exames específicos para cada situação devem ser avaliados pela
equipe medica, em especial, a necessidade de ‘’screenings’’ toxicológicos.
f. CUIDADOS CARDIOVASCULARES
A presença de hipotensão arterial grave, com falência circulatória, é freqüente nas
intoxicações por barbitúricos e narcóticos. A administração vigorosa de cristalóides e agentes
inotrópicos positivos está indicada, segundo as normas indicadas no tratamento dos estados
de choque.
g. OUTRAS MEDIDAS
A hemodiálise, especialmente nas intoxicações pelo Fenobarbital, onde sua eficácia é cerca
de 70 (setenta) vezes superior à diurese forçada ou à diálise peritoneal. Indicamos este recurso
nos casos de ingestão maciça do tóxico e na presença de IRA e/ou ICC, que contra-indicam a
diurese forçada.
Dentre as drogas deste grupo, as mais usadas em nosso meio são os Barbitúricos e os
Benzodiazepínicos. Estas drogas são usadas principalmente em virtude de suas ações
sedativas, ansiolíticas, hipnóticas e anticonvulsivantes. Estima-se que as intoxicações por
Barbitúricos representam mais da metade do total de casos atendidos nas unidades dedicada
são tratamento destes envenenamentos. Isto ocorre, em parte, pela enorme facilidade que
encontra o paciente para obter a droga nas farmácias do sistema previdenciário. Basta
exemplificar o caso do Fenobarbital que é fornecido sempre em quantidades superiores à sua
DL (Dose Letal) média. As intoxicações pelos Benzodiazepínicos tendem a ser menos graves,
principalmente, em virtude de alta margem de segurança toxicológica dos produtos.
FENOBARBITAL
A ação dos Barbitúricos manifesta-se por depressão do SNC em grau dependente da dose.
Doses elevadas deprimem o centro respiratório bulbar, assim como o músculo cardíaco,
podendo produzir quadros clínicos de choque, em que sua ação inotrópica negativa, soma-se à
vasodilatação periférica.
Em nosso meio, o agente mais comum é o fenobarbital, composto de ação longa, empregado
largamente por suas prioridades anticonvulsivantes.
Modo de Ação
O fenobarbital é absorvido lentamente após sua ingestão. Sofre ligação apenas parcial às
proteínas plasmáticas e atinge o Sistema Nervoso Central em tempo variável. Por serem
ionizados, sofrem mínima redistribuição tissular. Apenas 50% de uma dose sofre
metabolização hepática, e é eliminado por via renal. O restante é eliminado inalterado pela
mesma via. A intoxicação pelos compostos de ação curta tende a ser mais grave que a
provocada pelos compostos de ação longa, já que aqueles atingem o Sistema Nervoso Central
mais rapidamente, ali exercendo seus efeitos tóxicos.
80
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Quadro Clínico
Uma dose ingerida superior a 10 (dez) vezes a dose terapêutica, habitualmente, resulta em
grave intoxicação. O quadro usual é de depressão profunda do Sistema Nervoso Central,
levando ao coma . Pode ocorrer depressão respiratória, que se manifesta por hipoventilação
alveolar (PCO2 maior que 50 mmHg), alem de hiportemia, taquicardia e arreflexia
generalizada. É comum o achado de hipotensão arterial e choque. Podem ocorrer lesões
bolhosas no tegumento e pluriorificiais (Síndrome de Stevens Johnson)
Diagnóstico
Deve ser obtido pelo relato de ingestão do tóxico e pelo quadro clínico citado. A
determinação dos níveis plasmáticos do barbitúrico é útil guardando correlação com o
prognóstico, especialmente nos casos de ingestão maciça.
Tratamento
Além das medidas gerais, citadas anteriormente, as seguintes são também prioridades:
a) Assistência Ventilatória – É a principal causa da morte neste grupo de pacientes. É
necessário a ventilação artificial na maioria dos pacientes.
b) Assistência circulatória – O paciente chocado deve ser tratado com instalação de PVC,
infusão de líquidos, sonda vesical de demora e administração de drogas vasoativas, se
necessário. (Ver tratamento dos estados de choque).
c) Aumento da eliminação do barbitúrico – A diurese forçada, a alcalinização urinária
(manter o pH da urina superior a 8) aumenta o grau de dissociação iônica do
Fenobarbital, o que facilita sua eliminação renal . a diurese forçada (manter o fluxo
urinário acima de 300 ml/hora) aumenta a excreção do tóxico, reduzindo sua reabsorção
nos túbulos proximais. Obtém-se estes efeitos pela administração de grandes volumes de
água e eletrólitos parenterais, além de uso de diuréticos de alça. Administra-se 25 mEq
de Bicarbonato de Sódio a cada 500ml de soro, monitorizando-se o pH com freqüência,
através do Labstix. A hemodiálise, como citamos, fica reservada para os casos graves e
na presença de ICC e IRA.
BENZODIAZEPÍNICOS
Embora sejam agentes amplamente empregados na clínica, face às suas prioridades
ansiolíticas e sedativas, não são freqüentes os casos de intoxicações graves, determinados pelo
benzodiazepínicos. Existem relatos de ingestão de doses cerca de 10 (cem) vezes superiores às
doses terapêuticas que resultam apenas em coma leve, sem necessidade de suporte
ventilatório.
Fisiopatologia
São bem absorvidos por via oral, atingindo concentrações séricas máximas, após cerca de
8 (oito) horas e eliminados lentamente por via renal. Atuam ao nível do Sistema Nervoso
Central deprimindo o Sistema Reticular Ascendente e os límbico e hipotálamo. Não tem ação
sobre outros sistemas, exceto em altas doses, quando produzem efeitos miorrelaxantes.
Não ocorre depressão do centro respiratório, mesmo em doses elevadas.
Quadro Clínico
Habitualmente, há apenas depressão leve do sensório, manifestada por disartria,
hiporreflexia, sonolência e coma, algumas vezes.
Tratamento
Aplicam-se as normas gerais já citadas, ressaltando-se que a lavagem gástrica pode ser
efetuada até 6 (seis) horas após a ingestão de uma dose, em virtude de sua lenta absorção.
disseminados dos bicarbonatos no domicilio (p. ex: Baygon, Sevin e outros) e pelo uso de
disseminados dos compostos fosforados no meio agrícola.
Fisiopatologia
Ambos os grupos compostos são inibidores da enzima acetilcolinesterase, atuando sobre ela
no plasma (pseudo – colinesterase), eritrócitos, músculos, nervos e sinapses. A inibição da
enzima nos eritrócitos guarda relação direta com aquela inibida ao nível do Sistema Nervoso
Central. O que diferencia ambos os compostos é o fato de que a inibição induzida pelos
fosforados é irreversível, ao passo que a ação dos carbamatos é rapidamente reversível (duas a
três horas). Assim, a ação de ambos traduz-se por efeitos estimuladores do Sistema Nervoso
Autônomo parassimpático, alem de deprimirem o Sistema Nervoso Central e provocarem
estimulação ao nível da junção músculo-esquelética.
Quadro Clínico
O início dos sintomas dá-se após reduções importantes dos níveis de atividade da enzima,
normalmente, quando estes valores encontram-se em níveis inferiores a 25%. Os sintomas
iniciais são cefaléia e tremores, logo seguidos por hiperestimulação parassimpática, onde se
sobressaem, pela gravidade, a bradicardia e a depressão respiratória. A depressão respiratória
pode ocorrer subitamente já que, alem dos mecanismos centrais, contribuem para seu
agravamento a hipersecreção brônquica e o broncoespasmo. Um dos sinais freqüentemente
observados é a miose.
Tratamento
Além das medidas de caráter geral, enunciados na introdução, devemos considerar as
seguintes prioridades no atendimento destes pacientes.
a) Controle das vias respiratórias – compreende aspiração cuidadosa e freqüente da
orofaringe, Oxigenoterapia e colocação de cânula orofaríngea nos pacientes torporosos.
A ventilação mecânica através da entubação endotraqueal deve ser iniciada ao primeiro
sinal de depressão respiratória.
b) Controle de sinais autonômicos – a Atropina é empregada para reduzir a hipersecreção
brônquica e o broncoespasmo e elevar a freqüência cardíaca. Para atingir esses
objetivos são necessários doses elevadas de atropina, usualmente na faixa de 25 a 50
mg/dia. Inicia-se com 2mg IV e repete-se 1 mg a cada 10 (dez) minutos, ate que surjam
sinais de atropinização (midríase, pele seca e avermelhada e freqüência cardíaca
superior a 100b/min.) Doses adicionais serão administradas, sempre que necessário,
para manter as secreções aéreas em níveis mínimos e a freqüência nos limites citados.
c) Antídoto – alfapiridilaldoxina (Contrationm) é uma substância que, quando empregada
nestas intoxicações, é capaz de ligar-se à enzima remanescente, regenerando-a
posteriormente. São também fracos inibidores da colinesterase e por isto não estão
indicadas não intoxicações por carbamatos, onde a inibição dá-se de forma reversível.
Administra-se 400mg iv inicialmente e, a seguir, 200mg iv de 8/8 (oito em oito) horas.
Parece não haver vantagem no uso de doses, superiores a 3 (três) gramas de oxima, já
que poderiam se manifestar seus efeitos anticolinesterásicos.
d) Prognóstico – Geralmente é bom, podendo ocorrer recuperação completa do quadro. Há
possibilidade da ocorrência de neuropatia periférica, especialmente nos casos
antecedidos de exposição crônica, caracterizada por distúrbios sensitivo – motores nas
extremidades inferiores.
3. DROGAS ANTICOLINÉRGICAS
Neste grupo de substâncias, incluem-se os antidepressivos tricílicos, cujas principais
drogas em uso, em nosso meio, são os derivados da dibenzodiazepina, isto é, amitriptilina
(Tryptanol) e imipramina (Tofranil), entre outros.
O número de intoxicações provocadas por estas drogas tem se elevado progressivamente e
estima-se que a mortalidade, decorrente dos casos internados nos EUA, esteja em torno de
7%.
82
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Mecanismos de ação: Não está perfeitamente esclarecido seu mecanismo de ação. Supõe-
se que sua ação central deva-se a um aumento da atividade adrenérgica dos
neurotransmissores cerebrais. Provavelmente, sua ação periférica anticolinérgica possa
contribuir para seus efeitos antidepressivos.
Farmacocinética – É completamente absorvida por via oral, atingindo elevadas
concentrações plasmáticas em poucos minutos. Como são fortemente lipofílicos, cruzam
rapidamente as membranas celulares, redistribuindo-se aos diversos tecidos, especialmente
cérebro e músculo cardíaco. Grande parte permanece ligada as proteínas plasmáticas. São
metabolizadas no fígado e excretados por via renal. Uma pequena fração é eliminada
inalterada pela urina. Este processo de excreção é lento, podendo levar vários dias.
Toxidade clínica – O índice terapêutico (relação entre dose terapêutica e efeitos tóxicos) é
extremamente baixo, podendo ocorrer intoxicações graves, mesmo com doses supostamente
adequadas. A toxidade dos agentes tricíclicos manifesta-se sobre o Sistema Nervoso Central,
em dois níveis: alterações da consciência caracterizadas por sonolência e/ou agitação,
alucinações e até coma, além de distúrbios motores, tais como movimentos coreiformes,
mioclonia, hipertonia e convulsões. Ao nível do Sistema Nervoso Autônomo ocorrem efeitos
anticolinérgicos tais como: boca seca, hipertermia, retenção urinaria, íleo, midríase,
taquicardia e hipotensão ortostática, hipotensão arterial, taquicardia, alterações da
repolarização ventricular (alterações da onda T e do segmento ST), fibrilação atrial, bloqueios
atrioventriculares e arritmias ventriculares. Casos de ICC tem sido relatados ultimamente. Há
intima correlação entre a gravidade dos sintomas neurológicos e os níveis plasmáticos da
droga. O maior risco de toxicidade ocorre nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas de
internação. A ingestão de grandes doses de qualquer tricíclico (mais de 1000mg) é capaz de
produzir grave intoxicação.
Diagnóstico – Deve ser suspeitado em qualquer paciente com quadro psicótico
acompanhado de sintomas anticolinérgicos.
Tratamento – Além das medidas gerais já citadas, são prioridades no tratamento:
a. Lavagem gástrica: pode ser realizada até 6 (seis) horas após a ingestão do tóxico, já
que a redução da motilidade gástrica retarda a absorção do tóxico.
b. Cuidados com o aparelho cardiovascular: pode-se tolerar certo grau de hipotensão
arterial, já que a hidratação excessiva e o uso de drogas vasoativas podem
comprometer ainda mais a função miocárdica. Bloqueios A-V são comuns e podem
requerer a implantação de marcapasso transvenoso. S
c. São contra-indicados o uso de catecolaminas e atropina nesta situação.
Taquicardias supraventriculares são tratadas com cardioversão elétrica, digoxina
ou verapamil. Arritmias ventriculares são tratadas com lidocaína nas doses
habituais.
d. Cuidados com o Sistema Nervoso Central: a mioclonia e os distúrbios sensoriais
são eficazmente combatidos com o uso da Neostigmina nas doses de 2mg iv, como
ataque, e a seguir 1 a 4 mg iv, ate de hora em hora. Como a droga é um inibidor da
colinesterase deve-se estar atento para sua toxidade e evitar seu uso nos casos de
prolongamento do QRS e BA-V de 2º grau. Eventualmente, é necessário a sedação
do paciente, preferivelmente com a Clorpromazina.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
DROGAS VASOATIVAS
Os pacientes críticos apresentam um inadequado fluxo tissular, acarretando um
desequilíbrio na relação oferta/consumo de oxigênio. Estas drogas são utilizadas com a
finalidade principal de manter a homeostase orgânica e tissular durante as mais diversas
condições clínicas, evitando assim que os pacientes evoluam para uma disfunção de múltiplos
órgãos, que é a principal causa de mortalidade em paciente de terapia intensiva e o maior
desafio para os que assistem ao paciente crítico.
A equipe de enfermagem é quem manipula e administra tais drogas e, também, observa
as respostas hemodinâmicas dos pacientes submetidos a esta terapia. Desta forma, é
essencial que esta equipe possua um conhecimento adequado das indicações, limitações,
efeitos hemodinâmicos e efeitos colaterais das drogas vasoativas para que se possa oferecer ao
paciente uma qualificada assistência de enfermagem.
1) Noradrenalina
A noradrenalina é um catecolamina natural, endógena.
A noradrenalina é um dos mais potentes vasopressores administrados exogenamente,
aumentando a RVP e podendo diminuir o débito cardíaco, sobretudo em doses altas. Portanto,
sua principal indicação seria em situações de baixa resistência periférica (síndrome da
resposta inflamatória sistêmica – SIRS, choque séptico, choques distributivos). A sua
utilização pode ser iniciada com doses de 0,g/kg/min, podendo chegar até 2,0g/kg/min.
No entanto, estas doses devem ser rigorosamente monitorizadas, levando-se em consideração
não somente a normalização da pressão arterial, mas também a perfusão sistêmica e regional.
A enfermagem deve estar continuamente atenta a estes parâmetros. Uma ampola de
noradrenalina (4mg) pode ser diluída em 246ml de solução glicosada a 5% ou solução
fisiológica a 0,9%.
2) Adrenalina
A adrenalina é uma catecolamina natural, endógena.
A adrenalina em baixas doses tem efeitos predominantemente -adrenérgicos; em doses
maiores, a ação é predominantemente alfa. Segundo Araújo (1992), suas indicações são as
mesmas que as da noradrenalina. A adrenalina em doses altas predispõe a arritmias
cardíacas por aumentar a velocidade de condução do estímulo. Também incrementa a
demanda de oxigênio do miocárdio, limitando sua utilização em pacientes isquêmicos.
A principal indicação da adrenalina ainda é durante a ressuscitação cardiopulmonar
(RCP). As doses padronizadas são de 0,5 a 1,0mg (EV ou endotraqueal diluída em 10-20ml de
água destilada estéril), repetidas a cada 5 min. Contudo, estudos mais recentes parecem
indicar que as doses ideais durante a RCP deveriam ser de 10 a 15 vezes maiores que as
atualmente indicadas para se obter um efeito vasoconstrictor mais intenso. Desta forma, há
uma certa tendência a se utilizar doses de 0,1 a 0,2mg/kg, fracionadas a cada 2-3min,
durante os primeiros 10-15min de RCP (Araújo, 1995).
O preparo e a administração de adrenalina devem ser realizados diluindo-se quatro
ampolas (4mg) em 246 ml de solução glicosada a 5% ou fisiológica a 0,9%.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
3) Dopamina
A dopamina é uma catecolamina endógena, precursora imediata da noradrenalina. Sua
utilização clínica é ampla em unidades de terapia intensiva.
Seus efeitos cardiovasculares são mediados por diversos tipos de receptores, que possuem
afinidades variáveis pela catecolamina.
A dopamina possui efeitos dopa¹ e dopa², ¹, ², ¹, ², dependendo da dosagem utilizada.
Em concentração baixas (0,5-3, g/kg/min), a interação da dopamina ocorre
predominantemente com receptores vasculares dopaminérgicos (DA¹), principalmente na
circulação renal, mesentérica, coronariana e cerebral, causando vasodilatação, aumento da
taxa de filtração glomerular, aumento do fluxo sanguíneo renal e da excreção de sódio.
Administrada em baixas concentrações, pode levar a um aumento significativo do índice
cardíaco.
Em doses um pouco mais elevadas (3,0 a 5,0 g/kg/min), a interação da dopamina ocorre
principalmente com receptores ¹-adrenérgicos localizados no miocárdio, levando a um
aumento da contratilidade cardíaca (inotropismo positivo) e da freqüência cardíaca
(cronotropismo positivo).
Em doses elevadas (acima de g/kg/min), a dopamina age sobre os receptores -
adrenérgicos, ocorrendo então um aumento da freqüência cardíaca (FC), aumento da
resistência vascular sistêmica (RVS) e diminuição do fluxo sanguíneo renal.
A dopamina é sem dúvida alguma a principal catecolamina utilizada em UTI. Suas
indicações principais são os estados de baixo débito cardíaco, com volemia controlada ou
aumentada, em que se necessite de atividade inotrópica (Efeitos -adrenérgicos), se os efeitos
adversos -adrenérgicos. É também indicada com certa freqüência nas situações clínicas em
que o estado hemodinâmico esteja estável, mais com persistência de oligúria (efeito
dopaminérgico). Pode também ser utilizada em condições de choque com RVS diminuída
(choque séptico, anafilático).
A dopamina deve ser preparada diluindo-se 5 ampolas (250mg) em 200ml de solução
glicosada a 5% ou fisiológica 0,9%.
4) Dobutamina
A Dobutamina é uma amina simpatomimética sintética, que tem especial afinidade pelos
receptores -adrenérgicos.
No miocárdio, atua sobre os receptores ¹ e promove ações cronotrópica e inotrópica
positivas. Na vasculatura periférica, ela age sobre os receptores ² provocando vasodilatação
periférica; porém, ela tem uma ação também sobre os receptores ¹ e sua propriedade
vasodilatadora é balanceada. Além disso, seus efeitos cumulativos sobre os receptores e no
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
miocárdio podem explicar a preponderante ação inotrópica desta droga, sem aumento da
freqüência cardíaca.
A dobutamina está indicada em condições de baixo débito cardíaco, com volemia normal ou
aumentada, por exemplo, em choque cardiogênico. O preparo da dobutamina deve ser
realizado diluindo-se uma ampola 1 ampola (250mg) em 230ml de solução glicosada a 5% ou
solução fisiológica 0,9%. As doses habitualmente empregadas variam de 2,5 a g/kg/min,
podendo se chegar a 40g/kg/min.
5) Dopexamina
A dopexamina é uma catecolamina sintética. Esta droga aumenta a freqüência cardíaca e o
DC, provoca diminuição da resistência vascular sistêmica e vasodilatação renal e mesentérica.
As indicações principais da dopexamina incluem estados de baixo DC, falência cardíaca
secundária ao IAM e síndromes de baixo débito por cirurgias cardíacas.
A dopexamina não está disponível para uso comercial no Brasil. Sua apresentação é em
ampolas com 50mg. O seu preparo deve ser realizado diluindo-se 5 ampolas (250mg) em
200ml de solução glicosada a 5% ou solução fisiológica 0,9%. A dosagem varia de 0,5 a
6,0g/kg/min, titulando-se a dose de acordo com o efeito desejado.
6) Isoproterenol
O hidrocloridrato de isoproterenol é uma amina simpatomimética sintética, que age
exclusivamente em receptores -adrenérgicos. Age principalmente no coração e na
musculatura lisa dos brônquios, vasculatura do musculoesquelético e trato intestinal. Suas
ações inotrópicas e cronotrópicas positivas resultam em um aumento do DC.
As indicações principalmente incluem: bloqueio atrioventricular transitório, síndromes de
Stoke-Adams (exceto quando causados por taquicardia ou fibrilação ventricular), manuseio de
insuficiência cardíaca predominantemente direita (aumenta debito do ventrículo direito para
otimizar o do esquerdo), broncoespasmo durante a anestesia, pós-operatório e mediato de
transplante cardíaco, insuficiência cardíaca grave e choque cardiogênico.
As contra-indicações para seu uso incluem: taquiarritmias, taquicardia ou bloqueio
atrioventricular causado por intoxicação digitálica, angina pectoris e taquiarritmias que
requerem terapêutica inotrópica.
Preparo: 5 frascos (dose 0,2mg/frasco) em 200ml de solução glicosada a 5% ou solução
fisiológica 0,9%. Dosagem 0,05-2,0g/kg/min, titulando-se a dose de acordo com a resposta
clínica.
VASODILATADORES
1) Nitratos – Óxido Nítrico
Varias similaridades tem sido descritas entre os nitratos endógenos e o fator relaxante
derivado do endotélio, o qual parece ser o óxido nítrico ou um derivado do mesmo. Os nitratos
são transformados em óxidos nítricos através de um processo enzimático. O óxido nítrico age
através da guanilciclase, que aumenta a concentração intracelular de guanosina monofosfato
cíclica (GMPc), resultando em relaxamento das células da musculatura lisa e efeitos
antiplaquetários.
As principais indicações do óxido nítrico são a síndrome da angústia respiratória aguda
(SARA) e outras condições de hipertensão arterial pulmonar. A utilização de óxido nítrico em
pacientes coronariopatas tem sido recentemente estudada.
Esta substância é administrada através de inaladores especiais adaptados aos circuitos dos
ventiladores mecânicos. A dose varia de 18 a 36 partes por milhão.
2) Nitroglicerina
A nitroglicerina tem o significativo efeito sobre a circulação coronariana, produzindo
vasodilatação e um breve efeito sobre o fluxo coronariano. Devido ao fato de a perfusão
coronariana ser predominantemente regulada pela microcirculação, esses achados sugere que
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
a nitroglicerina tem discreto efeito sobre os pequenos vasos coronarianos. Também tem ação
sobre a musculatura lisa das veias e artérias, também tem um efeito antiagregante sobre as
plaquetas.
A administração de nitroglicerina sublingual é útil em pacientes com insuficiência cardíaca
aguda sem hipotensão arterial. A infusão endovenosa é mais segura, devido a um efeito
sustentado e de mais fácil controle. Inicia-se com 10 a g/min, aumentando-se a 10g/min a
cada 5 minutos, até a dose máxima de 100g/min ou até haver queda da pressão arterial
sistólica (PAS) para 90mmHg. As nitroglicerinas em disco adesivo apresentam uma taxa
constante de absorção, com nível plasmático estável nas 24 horas. A nitroglicerina é indicada
em crises anginosas e em insuficiência cardíaca que cursam com PAPO (pressão de artéria
pulmonar obstruída) elevadas e sinais clínicos de congestão pulmonar.
O preparo da nitroglicerina endovenosa deve ser realizado diluindo-se uma ampola (10ml)
50 mg em 240ml de solução glicosada a 5% ou solução fisiológica a 0,9% (10ml/mg).
3) Nitroprussiato de Sódio
O nitroprussiato de sódio (NPS) aumenta o nível de óxido nítrico, ativando a guanilciclase
e, desta forma, promovendo vasodilatação arterial e venosa.
Suas principais indicações de uso são: crises hipertensivas, controle agudo de picos
hipertensivos em pós-operatório de grande porte, isquemia mesentérica (estados de baixo
fluxo). O nitroprussiato é fotossensível, devendo ser protegido da luz. Além disso, seu
componente ativo deteriora-se rapidamente, sendo necessário trocar a infusão a cada quatro
horas.
Preparo: Uma ampola (2ml/50mg) em 248ml de SG 5%.
Dosagem: 1-5g/kg/min, podendo- -se a dose de
acordo com o efeito desejado, observando-se os sinais de intoxicação e controlando-se os
níveis plasmáticos de tiocianato.
A enfermagem deve propiciar especial atenção ao paciente em uso de nitroprussiato, com
monitorização continua da pressão arterial e dos sinais de intoxicação; além disso, deve-se
proteger o frasco e o equipo da luz e trocar a solução a cada 4 horas.
4) Hidralazina
A hidralazina é um importante vasodilatador arterial. Em pacientes com insuficiência
cardíaca, ela leva a um aumento do volume sistólico; no entanto, não tem efeito nas pressões
venosas pulmonar ou sistêmica. Essa droga provoca um aumento do fluxo sanguíneo renal,
acarretando um aumento da diurese. É a droga de escolha para o tratamento da eclampsia,
pois não interfere com fluxo sanguíneo placentário e tem baixa penetração para este nível.
Quando administrada por via endovenosa, sua ação tem início em um período de 10 a 30
minutos. A dosagem inicial recomendada é de 5 a 10mg ou até a PA diastólica atingir 90 a
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
60 x peso do
paciente
FÁRMACOS ANTIARRÍTMICOS
Apesar de todo o desenvolvimento atual no que se refere ao conhecimento sobre os
mecanismos responsáveis pela gênese das arritmias cardíacas, a escolha de medicamentos
para tratar um distúrbio do ritmo ainda é empírica. Não existe uma base racional para se
afirmar com certeza que determinado agente é especifico para tratar ou não tratar um
determinado tipo de arritmia. Isto se deve a falhas ainda existentes do conhecimento sobre os
mecanismos dos quais originam-se as arritmias e ao pequeno conhecimento sobre o
mecanismo de ação dos fármacos e das diversas influências que modulam a interação entre
arritmia e fármaco.
88
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
FÁRMACOS DIURÉTICOS
INTRODUÇÃO
São chamados diuréticos os fármacos que induzem o aumento do fluxo urinário. Estes
agentes são inibidores de transporte iônico, diminuindo a reabsorção de Na+ em diferentes
locais do néfron. Com resultado, o Na+ e os outros íon permanecem no filtrado em
quantidades maiores que as habituais, levando, de modo passivo, água consigo, para manter
o equilíbrio osmótico. Assim, os diuréticos aumentam o volume de água, bem como a
composição iônica da urina e do sangue.
Acetazolamida
Mecanismo de ação: Acetalozamida inibe a anidrase carbônica, localizada
intracelularmente e na membrana apical do epitélio tubular próxima.
Usos terapêuticos:
a. Tratamento do Glaucoma: É para reduzir a elevação da pressão intra-ocular do
Glaucoma de ângulo aberto. Ela é útil no tratamento crônico do Glaucoma, porem
não deve ser usada na crise aguda; a pilocarpina, é preferida na crise aguda em
razão de seu efeito mais rápido.
b. Epilepsia: Ela reduz a severidade e a magnitude das crises.
c. Mal das montanhas: Ocorre em indivíduos sadios, fisicamente ativos, e que sobem
rapidamente acima de 10.000 pés. A acetazolamida ministrada à noite por 5 dias
antes de ascensão previne a fraqueza, falta de ar, tontura, náusea e edemas cerebral
e pulmonar, característicos desta síndrome.
Farmacocinética: A acetazolamida é administrada oralmente, uma vez ao dia.
Reações adversas: Podem ocorrer acidose metabólica (discreta), depleção de potássio,
formação de cálculos renais, tonturas e parestesias.
Clortalidona
A clortalidona é um derivado tiazídico que se comporta como a hidroclorotiazida. Mostra
uma duração de ação muito longa e, por isso, é freqüentemente utilizada no tratamento da
hipertensão. É administrada uma vez ao dia para esta indicação.
Triamtereno e amilorídeo
DIURÉTICOS OSMÓTICOS
Algumas substâncias químicas simples e hidrofílicas, que são filtradas através do
glomérulo, como o manitol e a uréia, promovem algum grau de diurese. Isto se deve à
capacidade delas de carregarem água consigo para o interior da luz tubular. Se a substância
que é filtrada causará aumento de diurese. Somente pequena quantidade de sais pode
adicionalmente ser excretada. Em razão de os diuréticos osmóticos serem usados para a
obtenção de aumento na excreção da água, em vez de Na+, eles não são úteis para tratar
condições em que ocorre retenção de Na+. Eles são usados para manter o fluxo sanguíneo
pós-ingestão aguda de agentes tóxicos capazes de produzir Insuficiência Renal Aguda,
Os diuréticos osmóticos são o principal meio de tratamento para pacientes com pressão
intracraniana aumentada, ou Insuficiência Renal Aguda devido ao choque, drogas tóxicas e
traumatismos. A manutenção do fluxo urinário preserva a função renal a longo prazo e pode
preservar o paciente de diálise. [Nota: O manitol não é absorvido quando administrado
oralmente; só pode ser usado por via intravenosa].
BICARBONATO DE SÓDIO
Nas últimas reuniões de consenso, não tem sido mais indicado o uso precoce de
bicarbonato de sódio na RCR, ficando sugerida a indicação para os casos de acidose
metabólica prévia à PCR e hiperpotassemia. Esta atitude está embasada no fato de que,
quando o bicarbonato reage com íons hidrogênio, mais CO2 é liberado, podendo ocorrer
acúmulo tissular, com queda paradoxal do pH, nos casos em que a ventilação for incapaz de
eliminar o excesso de CO2. doses de 0,5 a 1mEq/kg EV, em “bólus”, podem ser utilizadas
empiricamente e repetidas a cada 10 min de RCR.
ATROPINA
O sulfato de atropina é um agente parassimpatolítico (reduz o tono vagal, aumenta a
freqüência no nó sinusal, facilita a condução A-V). Sua principal indicação é nos casos de
bradicardia sinusal, acentuada e sintomática. Seu uso também está indicado, embora de
maneira empírica, para as situações em que as alterações do ritmo cardíaco apresentadas
sejam a assistolia ou bradicardia com atividade elétrica sem pulso (AESP), que não
responderam ao uso de adrenalina. A dose recomendada na assistolia é de 1mg EV, ou 1 a
2mg diluídos em 10ml de SF 0,9%, por via endotraqueal, repetida a cada três a cinco minutos
até a dose máxima de 0,04mg/kg de peso.
CÁLCIO
Apesar de indicado e usado no manuseio da PCR em assistolia e AESP, sua verdadeira
importância não está clara. A recomendação atual de seu uso está associada às seguintes
situações: hipocalcemia severa, hipermagnesemia, hiperpotassemia e efeitos adversos dos
bloqueadores de cálcio, nestes casos, é de 2 a 4mg/kg de peso, repetida a cada 10min, se
necessário, até o máximo de três doses.
LIDOCAÍNA
Muito embora seja utilizada como medicação coadjuvante na desfibrilação, principalmente
nas situações em que sucessivos choques aplicados não estejam sendo eficazes ou a fibrilação
ventricular é recorrente, não está claro que ela possa agir como um “desfibrilador químico”.
Sua indicação na RCR é para a condição da fibrilação ventricular resistente à terapia elétrica.
A dose recomendada é de 1mg/kg EV, repetida em doses de 0,5mg/kg a cada cinco a dez
minutos, até o total de 3mg/kg de peso.
ADENOSINA
A adenosina é um ribonucleotídeo, atualmente recomendada para tratamento da
taquicardia de QRS estreito não-responsiva às manobras vagais e, de eleição, para abolir a
taquicardia supraventricular estável, dada sua meia-vida curta e ação depressora da
condução atrioventricular. A dose inicial deve ser de 6mg em “bólus” EV (seguida de flush de
20 ml de SF 0,9%), repetida a cada 5 minutos, em dose de 12mg, quando necessário.
92
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
GRAM – GRAM +
(Negativo) (Positivo)
Enterococus Enterococus
P. aeruginosa Streptococus
Proteus S. aureus
Serratia S. epidermidis
E. coli
Klebsiella
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ANTIBIÓTICOS
PENICILINA
Nome químico: penicilina g potássica cristalina
Apresentação: frasco – ampola (pó liofilizado)
Indicações: infecções por germes gram-positivos
Contra indicações: reações alérgicas aos derivados penicilínicos.
Efeitos colaterais: reação anafilática, rash cutâneo, febre medicamentosa, anemia
hemolítica, convulsão.
Precauções: não é recomendado o uso em pacientes com história prévia de
hipersensibilidade alérgica as penicilinas.
Via de administração: endovenosa
Diluição: 1.000.000 u à 4.000.000 u diluídas em 100 ml de SG 5% ou SF 0,9 % .
Velocidade da infusão: 30 minutos
Estabilidade da solução: solução já reconstituída pode ser armazenada sob refrigeração
até por 24 horas
Via de eliminação: excreção renal
Interação medicamentosa: é inativada quando veiculada em solução glicosada contendo
Bicarbonato de Sódio, Vitaminas do Complexo B, Vitamina C
OXACILINA
Apresentação: frasco – ampola ( pó liofilizado ) 500mg
Indicações: infecções por germes gram–positivo, principalmente staphylococcus aureus.
Contra indicações: história prévia de reação de hipersensibilidade grave aos derivados
penicilínicos
Efeitos colaterais: rash cutâneo, eosinofilia, hemólise, superinfecção
Via de administração: endovenosa
Forma de diluição: diluir em 50 ml de SG 5%, SF 0,9 % ou água destilada.
Velocidade de infusão: 30 minutos
Tempo de ação; 4 a 6 horas.
Estabilidade da solução: solução já reconstituída pode ser armazenada sob refrigeração
até por 24 horas
Via de eliminação: hepática
Interação medicamentosa: é inativada em contato com tetraciclinas. Perde cerca de 10%
de sua atividade se mantida em temperatura ambiente por 6 horas em solução reconstituída.
AMPICILINA
Apresentação: frasco ampola (pó liofilizado) – 250/500/1000 mg
Indicações: infecções por gram-positivo e gram-negativo
Contra indicações: pacientes com história de reações de hipersensibilidade ‘as penicilinas
Efeitos colaterais: rash cutâneo, eosinofilia, reação anafilática, diarréia
Via de administração: EV ou IM
Velocidade de infusão: 30 minutos
Tempo de ação: EV : 4 a 6 horas; IM: 12 a 24 horas
Estabilidade: solução reconstituída perde menos de 10% de sua atividade se mantida sob
refrigeração por 4 horas
Via de eliminação: renal
Interação medicamentosa: aumento da incidência de erupções cutâneas quando
utilizado concomitantemente com ampicilina e alopurinol.
CEFALOTINA
Apresentação: frasco–ampola (pó liofilizado) – 1 g
Indicações: infecções por germes gram-positivos e alguns gram-negativo
Contra indicações: em pacientes com história de reações de hipersensibilidade às
cefalosporinas
Efeitos colaterais: rash cutâneo, eosinofilia, febre medicamentosa, reação anafilática,
diarréia, náuseas e vômitos.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Via de administração: EV ou IM
Forma de diluição; 10 ml de água destilada.
Velocidade de administração: EV: 3 a 5 minutos
Tempo de ação: EV: 4 a 6 horas
Estabilidade da solução: solução reconstituída pode ser armazenada sob refrigeração por
96 horas e em temperatura ambiente por 6 horas
CEFTAZIDIMA
Apresentação: frasco ampola ( 1 g )
Indicações: infecções graves causadas por bactérias gram–negativo, principalmente
pseudomonas aeruginosa
Contra indicações: alergia
Via de administração: EV ou IM profunda
Diluição: 10 ml de água destilada
Efeitos colaterais: rash cutâneo, eosinofilia, febre, neutropenia, diarréia
Velocidade de infusão: EV: 3 a 5 minutos
Tempo de ação: 8 a 12 horas
Estabilidade da solução: a solução já reconstituída pode ser armazenada em temperatura
ambiente por 18 horas e sob refrigeração por 7 dias
Via de eliminação: renal – filtração glomerular
Interação medicamentosa: aumenta o risco de nefroxidade quando usada
concomitantemente com furosemida.
CEFTRIAXONE
Apresentação: frasco ampola ( 250/500/1000 mg )
Indicações: infecções causadas por germes gram + e gram –
Contra indicações: alergia
Efeitos colaterais: flebite, rash cutâneo, eosinofilia, febre, neutropenia.
Via de administração: EV ou IM
Diluição: 10 ml de água destilada
Velocidade de infusão: EV : 3 a 5 minutos
Tempo de ação: 12 a 24 horas
Estabilidade da solução: a solução já reconstituída pode ser armazenada em temperatura
ambiente por 6 horas e sob refrigeração por 24 horas
Via de eliminação: excreção biliar 30-40% e excreção urinária 65%
ESTREPTOMICINA
Apresentação: frasco ampola ( 1 g )
Indicações: tuberculose , infecções causadas por Gram–negativa
Contra indicações: alergia
Efeitos colaterais: febre, rash cutâneo.
Via de adm: IM
Diluição: solução reconstituída com 2 ml de diluente que acompanha frasco ampola
Tempo de ação: 12 horas
Via de eliminação: excreção renal – filtração glomerular
Interação medicamentosa: não utilizar outras drogas na mesma seringa par evitar
precipitação ou inativação, o uso concomitante com vancomicina aumenta a nefroxidade bem
como o de estreptomicina com furosemida.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CHOQUE
DEFINIÇÃO
É um estado patológico provocado por uma insuficiência circulatória aguda e que se
caracteriza fundamentalmente por uma deficiência aguda e persistente do fornecimento de
sangue aos tecidos, ou seja, por uma deficiência de perfusão.
Bogossian
INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
DEFICIÊNCIA DE PERFUSÃO
CHOQUE
FISIOPATOLOGIA
Esta relacionado ao déficit perfusional com conseqüente diminuição da oferta de O²
SANGUE CIRCULANTE
BAIXA PERFUSÃO
HIPOXIA CELULAR
TODOS TECIDOS
ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS
Alterações bio – físico – químicas:
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Alterações hemodinâmicas
Ciclo fisiopatológico básico do choque acrescido das ocorrências da microcirculação,
Responsáveis pela insuficiência Microcirculatória Aguda.
Decréscimo do Diminuição do
Vasoconstricção
retorno sanguíneo Volume Sanguíneo
Sistêmica venosa
dos tecidos circulante nas veias
Decréscimo do
Passagem de retorno ao coração
Plasma para
interstício
Diminuição
rendimento cardíaco
Sequestração Aumento de
sanguínea permeabilidade
capilar
Queda de pressão
arterial
Estase
capilar
Diminuição do
volume sanguíneo
circulante nas veias
Enchimento
capilar irrestrito
Vasoconstricção
sistêmica arterial
Insuficiência
microcirculatória
Perda de padrão constritiva
de vasomoção (hipoxia isquêmica)
99
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ALTERAÇÕES CELULARES
Baixa perfusão e hipoxia determinam:
AUMENTO DA VASODILATAÇÃO
ESTASE PERMEABILIDADE
Edema Celular:
Pela penetração de Na e H2O para dentro da célula
ÓRGÃO CONSEQUÊNCIA
Fígado Hepatomegalia, edema, foco de necrose, congestão, diminuição da função
metabólica.
Intestino Isquemia, necrose, hemorragia, úlceras de stress (resultante da intensa
vasoconstricção) diminuição da capacidade de proteção contra barreiras.
Pâncreas Diminuição da liberação de insulinas.
Rins Diminuição da filtração glomerular, necrose tubular, oligúria e ira.
Glândulas Aumento da produção supra renais (adrenalina e noradrenalina), aldosterona e
endócrinas hidrocortisona, aumento da produção de hormônio hipofisário ADH e ACTH.
Cérebro Sofre pouco devido a sua capacidade de auto regulação.
Pulmões Congestão, edema, broncoconstricção, micro atelectasias, pulmão rígido, embolia
gordurosa.
Coração Depressão miocárdica, diminuição do fluxo coronariano, isquemia.
Sangue Hiperglicemia, aumento do potássio, diminuição de cloro e sódio, aumento da
substancia vasoativa, diminuição de fagocitose e anticorpos.
ETIOPATOGÊNIA
Agentes Etiológico
Traumatismos:
Operatórios
Acidentais
Mecânicos
Físicos
Químicos
Agressões tóxicas
Infecções graves
100
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Insuficiência Orgânica
TIPO HIPOVOLÊMICO
Caracteriza-se por perda do volume de sangue total. Pode ser perda de sangue,
plasma, água. São exemplos:
Hemorragias
Queimaduras
Diabetes
Desidratação
Peritonites
TIPO CARDIOGÊNICO
IAM
Arritmias
Eletrocussão
Depressão respiratória
Hipoxia
Distúrbio hidroeletrolítico
Acidose
101
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Embolia pulmonar
Tamponamento cardíaco
Aneurisma de aorta
Obstrução da veia cava:
DIAGNÓSTICO
Procedimentos Técnicos
Passagem de CVC - PVC
Sondagem vesical
Coleta de sangue para exames laboratoriais (hemo, leuco, eletrólitos, tapagem sanguínea)
Realização de ECG
Hemogasometria e PAM
Sinais Clínicos
102
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Tipos
TIPOS DE CHOQUE
Decréscimo do retorno
Decréscimo do retorno ao coração
venoso dos tecidos
Choque
cardiogênico
Insuficiência micro-
circulatória vasoplégica Diminuição do
rendimento cardíaco
Queda de pressão
Insuficiência micro- arterial
circulatória constrictiva
Vasoconstricção sistêmica
arterial e venosa
TRATAMENTO GERAL
TRATAMENTO ESPECÍFICO
NO CHOQUE HIPOVOLÊMICO:
Hidratação
Reposição volêmica - sangue
Correção do trauma
103
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NO CHOQUE CARDIOGÊNICO:
Catéter de Swan -Ganz
Cardiotônicos
Aminas simpaticomiméticas
Antiarrítmicos
Corrigir distúrbios hidroelétricos
NO CHOQUE MISTO: MESMO HIPOVOLÊMICO + FUNCIONAL:
CHOQUE POR OBSTÁCULO CIRCULATÓRIO
Anticoagulantes e fibrinolíticos
Cirurgia (tamponamento)
TRATAMENTO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM
Anamnese
Posicionamento da equipe de emergência
Posição do paciente
Jejum - SNG ,se vômito
Estabelecer e/ou ajudar no estabelecimento da via de acesso
Monitorização cardíaca
Preparar soluções e drogas vasoativas, antibióticos - em bomba de infusão
Controlar sinais vitais
Sondagem vesical - mensurar D.U. / BH
Providenciar ECG, RX USG
Exame físico - nível de consciência, pele, extremidades, inspeção para ver lesão
Aquecer paciente cuidadosamente
Diminuir gasto energético
104
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
INDICAÇÕES DO BIA
Choque cardiogênico
Falência ventricular esquerda de diversas
etiologias
Pré operatório : naqueles indivíduos com
baixo débito cardíaco e/ou com angina
instável
Intra operatório : principalmente nos
pacientes que não podem ser desmamados
da circulação extra corpórea
Pós operatório : nos pacientes com
síndromes de baixo débito
Manter a patência da artéria relacionada
ao infarto e diminuir a isquemia recorrente
em pacientes com alto risco de reoclusão da
artéria
Pacientes que evoluem com arritmias
graves de origem isquêmica , refratária à
terapêutica antiarrítmica convencional
Serve como ponte para o transplante cardíaco
Contusão miocárdica
Falência cárdio-vascular induzida por drogas
Choque séptico
CARACTERÍSTICAS:
O BIA consiste em um balão de poliuretano ( de 20 , 30 , ou 40 ml ) montado sobre um
catéter vascular.
Possui um console no qual o balão é acoplado semelhante a uma bomba que lança um gás (
hélio , em geral ) para dentro e fora do balão , insuflando e desinsuflando-o .
PRINCÍPIO:
O princípio do funcionamento do balão consiste em disparar o início do ciclo do balão, com
sua insuflação sincronizada com a onda R do complexo QRS.
O balão é desinsuflado no início da diástole, ou seja, simultamente ao fechamento da
válvula aórtica, cujo evento é representado pelo nó dicrótico na curva de pressão.
Dessa maneira, a bomba, ao insuflar um balão previamente desinsuflado durante a
diástole desloca um volume de sangue na aorta. Esse sangue deslocado aumenta a pressão
diastólica, porque agora aquele volume deve ocupar um outro espaço na aorta e ser
empurrado distalmente através das arteríolas ou avançar retrogradamente para a
vasculatura coronária.
Fisiologicamente a pressão diastólica é aumentada, pois a complacência arterial passa a
ser ocupada por um espaço maior ( sangue + área insuflada no balão ). Desse modo, é
impulsionada maior quantidade de sangue através da resistência vascular sistêmica, gerando
também aumento da pressão.
105
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
COMPLICAÇÕES
Dificuldade em ultrapassar o sistema íleo-femoral devido a doença oclusiva aterosclerótica
Dissecção aórtica e perfuração arterial (geralmente em artéria ilíaca)
Isquemia de MMII
Trombocitopenia
Embolização
Infecção do sítio de punção
Trombose
Sangramento
Formação de hematoma retroperitoneal devido a perfuração arterial
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
ANTES DA INSERÇÃO DO BIA
Determinação do perfil clínico e hemodinâmico do paciente
Preparo do material
Preparo do paciente
Preparo do material de urgência
CARACTERÍSTICAS DO BALÃO
O sistema Datascope 90 consiste em um balão tri-segmentado que é insuflado a partir da
porção central em direção aos segmentos proximal e distal simultaneamente. È utilizado o gás
hélio para insuflação do balão devido a sua baixa viscosidade e por ter um mecanismo de
reciclagem seguro. O balão é feito de um material não-trombogênico, de parede fina
(copolímero AVCOTHANE-51), montado sobre um catéter flexível de Dacron com revestimento
de poliuretano. È disponível nos tamanhos 20, 30, e 40 ml para adultos e nos tamanhos
106
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PRINCIPAIS INDICAÇÕES
Choque Cardiogênico
Defeitos mecânicos reversíveis- regurgitação mitral aguda, defeito septal ventricular
agudo secundário ao infarto complicado.
Angina instável – quando a angina é persistente com evidência eletrocardiográfica de
isquemia, a despeito da terapia farmacológica máxima – embora neste caso sua indicação
ainda seja controversa.
Dificuldade de desmame da circulação extracorpórea – nestas situações os melhores
resultados parecem advir da conjunção de uma pré carga ótima (com expansão de
volume), redução da pós carga (com Vasodilatadores) e melhora da contratilidade (com
agentes inotrópicos positivos).
Uso pré-operatório – indicado nos defeitos mecânicos ou em pacientes com lesão
coronária severa, como lesão do óstio coronário esquerdo ou fração de ejeção diminuída.
Material Específico
Bandeja de Flebotomia
Kit do BIA: introdutor, fios-guias e cateter-balão
Console do balão
Torpedo reserva de gás hélio
ANTICOAGULAÇÃO
Ajuste de tempos inadequados do BIA
A infusão de heparina por via endovenosa é recomenda para reduzir o risco de embolia a
partir da superfície do balão e de trombose da arterial femoral no sitio da punção. Pacientes
não cirúrgicos devem receber uma dose de heparina de 5.000 U a cada 6horas, por infusão
continua para manter o valor de TTPA duas vezes maior que o valor de controle. Os pacientes
cirúrgicos ou com sangramento gastrointestinal devem receber inicialmente uma infusão de
Dextran de baixo peso molecular numa velocidade de 20ml/h.
Depois de 4 a 6 horas quando o debito dos drenos de torácicos e/ou mediastino estiver
abaixo de 50ml/h começar com heparina a 1.500U a cada 6 horas e durante 24 horas. A
seguir aumentar a dosagem para 5.000 U a cada 6 horas, mantendo um TTPA duas vezes
maior que o valor controle
107
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
108
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
109
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
110
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
111
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Indicações do procedimento.
a) Para controlar, de forma contínua, valores da pressão arterial do paciente, cujas
variações não podem ser controladas por meios indiretos, como seria mediante
um esfigmomanômetro.
b) Para obtenção de amostras sanguíneas, sem a necessidade de submeter o
paciente ao risco de punções arteriais repetidas.
MATERIAL NECESSÁRIO
112
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Proteção especial:
Uso de luvas, para que o profissional não esteja em contato direto com o sangue do
paciente, podendo contagiar-se por processos infecto-contagiosos que este apresente.
Opcional: máscara e óculos especiais, para proteger contra respingos de sangue.
PROCEDIMENTO
Requisitos prévios
Montagem do sistema de monitorização de pressões
- Conectar o fio do transdutor ao monitorar o paciente.
- Preparar o soro fisiológico com heparina e retirar o ar do sistema de infusão, sem
filtro de ar.
- Adaptar-lhe o infusor de pressão.
- proceder ao preenchimento da cápsula com soro salino, porque é o meio por onde
melhor se transmitem os impulsos arteriais.
REQUISITOS PRÉVIOS
É preferível utilizar o procedimento de punção percutânea. O cateterismo da
artéria femoral é da competência exclusiva do médico e apresenta menos riscos
que o método de dissecção.
Explicar-se o procedimento ao paciente,segundo o seu nível de consciência e
capacidade de compreensão.
PROTOCOLO DE AÇÃO
Seleciona-se a artéria radial (mais freqüentemente caracterizada). Verifica-se a
correta perfusão colateral realizando a prova de ALLEN, que consiste em
comprimir a artéria radial durante alguns minutos, soltar a compressão e
observar que coloração adquire a mão e, assim, se continua bem perfundida ou
não.
Segurar o punho do paciente, posicionando-o, inicialmente, na máxima
dorsiflexão.
Mantê-lo mobilizado até finalizar o procedimento. Poderá ser utilizado um
suporte adequando para a mão, rígido mais corretamente almofadado.
Proceder à tricotomia da região, se necessário, e à aplicação de um anti-séptico
com gaze.
O profissional, provido de vestuário esterilizado, luvas e máscara, limitará o
campo cirúrgico com panos esterilizados.
Infiltração anestésica em redor da artéria, fazendo um pequeno botão de
anestesia.
Punção da artéria, guardando uma inclinação de um ângulo agudo, ou seja, de
aproximadamente 30º.
Procede-se ao avanço do catéter paralelamente ao curso da artéria.
113
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Neste movimento, deixar-se de fazer a dorsiflexão para não lesionar o nervo mediano
por uma excessiva compressão deste sobre o punho.
Comprovar que se está no leito arterial, observando se sai sangue vermelho-vivo e com
pressão.
Retirar o mandril do catéter e finalizar a introdução deste, conectá-lo ao sistema de
monitoração de pressões .
Nivelar a altura da cápsula de pressão com a linha axilar média do paciente.
Proceder a obtenção do primeiro registro, realizando a correta calibração do sistema de
pressões no monitor, para obter com exatidão os valores de pressão arterial sistólica
(PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) do paciente.
Alguns monitores tem incorporados sistemas de registro que permitem fazer a calibração
de forma automática. Caso contrário, procede-se à calibração ajustando-se a posição das
torneiras de três vias e o comando correspondente no monitor (conectando a cápsula de
pressão com a atmosfera e fechando a passagem de fluxo para o paciente). A base da curva
corresponde à pressão arterial diastólica e o pico à pressão arterial sistólica.
Manter alinha arterial em infusão contínua de lavagem para evitar sua obstrução e
uma curva amortecida.
Proceder à limpeza da região de punção: sutura-se a pele e realiza-se uma adequada
fixação da região com gazes e curativo sem provocar isquemia ,nem necrose local.
RISCOS
Relacionados com o procedimento
Submeter o paciente a punções repetidas porque a artéria apresenta dificuldades de
acesso.
Lesão do nervo radial.
Perfuração da artéria, com o conseqüente hematoma, por não seguir uma técnica
adequada.
Relacionados com o paciente:
Hemorragia, sobretudo se o paciente tem alterações de coagulação.
Novo cateterismo, devido ao paciente não se manter imóvel.
Relacionados com a proteção e segurança do profissional de saúde:
Processo infecto-contagioso por punção acidental do profissional ou por estar em
contato direto com o sangue do paciente portador dos mesmos.
PONTOS – CHAVES
Deve-se prestar especial atenção ao paciente com alteracões de coagulação.
O médico será cuidadoso no procedimento para não provocar hemorragia.
O enfermeiro observará continuamente o paciente para detectar precocemente sinais de
hemorragia local e, neste caso, avisará rapidamente o médico e realizará compressão
local.
Manter a permeabilidade da artéria com a infusão contínua de soro heparinizado.
Identificar corretamente a via arterial para que não seja utilizada, por equívoco, como
via de infusão ou de administração de medicamentos.
Manter uma rigorosa assepsia, pois a via arterial é uma via rápida de transmissão de
infecção.
Manter o interior do sistema limpo de sangue.
Evitar manipulações desnecessárias da cânula, ou desconexões.
Não se deve retirar o campo cirúrgico precipitadamente, verificar se não existem
agulhas nem peças cirúrgicas que possam provocar picadas acidentais e perda de
instrumental.
114
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
COMPLICAÇÕES
Tromboembolias: pela entrada de bolhas de ar no leito arterial, devido, sobretudo, a
desconexões acidentais e a uma retirada de ar deficiente em algum ponto do sistema de
monitoração.
Dor local: o que alerta o enfermeiro não é, propriamente, a dor que resulta do
procedimento, que já por si é muito agressivo, mas as suas características (se é
persistente, se aumenta).
Isquemia da região, que pode evoluir para necrose: provocada pela própria técnica de
introdução do catéter ou por má perfusão colateral (lembre-se da prova de Allen quando
se tratava de cateterizar a artéria radial).
Alterações cutâneas: púrpuras, hematomas, infiltrações.
Infiltrações, obstruções do catéter.
Hemorragia maciça: por desconexão acidental do catéter.
Infecção: retirar o catéter e enviar a ponta do mesmo para cultura bacteriológica.
GARANTIA DE QUALIDADE
Recomendações Gerais
Lavagem das mãos antes e depois de
realizar o procedimento.
Recomenda-se a mudança do curativo
de proteção a cada 24 horas e sempre
que esteja sujo.
Verificar a validade, a flexibilidade e a
qualidade do catéter escolhido.
Registrar o procedimento na folha de
anotações de enfermagem.
Auto-avaliação do procedimento
Foi dada importância à história
clínica do paciente para detectar
riscos infecto-contagiosos ou outros?
Retirou-se o ar adequadamente do
sistema de monitoração de pressões?
Procedeu-se a uma calibração correta
do mesmo?
Esteve-se atento ao aparecimento de
complicações, sobretudo as devidas à
utilização de técnicas de enfermagem incorretas?
115
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Em qualquer caso, quando o ponto deixa de sangrar e para evitar que esteja em contato com o meio
ambiente, constituindo uma porta de entrada para microorganismos patogênicos, deve-se cobrir, nos
primeiros dias, com gaze impregnada com CLOREXIDINA ALCÓOLICA, ou apenas com curativo
simples.
Se o objetivo do cateterismo era controlar a pressão arterial do paciente, antes de retirar a cânula devem-
se obter corretas avaliações da pressão arterial pelo método indireto, com uso de esfigmomanômetro,
devendo os valores ser coincidentes. Quando se cateterizou a artéria para a obtenção de amostras de
sangue, antes de retirar o catéter, devem-se localizar artérias alternativas onde se possa efetuar punção
arterial direta, caso necessário.
116
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CATETERISMO VENOSO
GENERALIDADES
O cateterismo de uma via venosa é útil para a administração de
medicação, soros e para inserção de catéteres de controle diagnóstico e
terapêutico (ver “Implantação de marcapasso, catéter de Swan-Ganz”).
O acesso à veia pode ser efetuado por punção percutânea, ou seja,
através da punção da pele, mediante agulha de calibre apropriado e por
dissecção (pouco freqüente), ou seja, expondo a veia para cateterismo direto.
117
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Acessos
Por punção percutânea.
Vantagens
Fácil acesso.
É o mais aconselhável em estados de choque acompanhados de colapso vascular
periférico.
Inconvenientes
a) É um método cego.
b) O médico deve ser bastante cuidadoso na sua inserção, pois existem na região
estruturas vitais que implicam risco de complicações, tais como: pneumotórax
simples e por pressão, hemotórax provocado por punção inadvertida da artéria
subclávia, hidrotórax por passagem de soro para o mediastino, embolia gasosa,
hematomas subcutâneos que podem comprimir as vias respiratórias, lesão do plexo
braquial.
c) Infecção.
d) A punção percutânea da veia subclávia está contra-indicada em pacientes que
apresentam fibrinólise, dada a dificuldade de compressão que oferece.
Vantagens
Método mais simples que o anterior.
O trajeto de chegada ao átrio direito é mais direto, sobretudo no caso da
veia jugular interna direita.
Facilidade de acesso, pois pode ser realizado na cama do paciente ou na
mesa operatória, quando feito pelo anestesista.
Menor risco de provocar pneumotórax.
118
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Inconvenientes
É um método cego.
Não é uma via de escolha em pacientes operados no pescoço.
Complicações mais freqüentes: lesão dos nervos frênico e
parassimpático, embolia gasosa, perfuração venosa com a conseqüente
passagem de líquidos para o mediastino, causando dificuldades
respiratória, hematomas subcutâneos.
A punção percutânea da veia jugular interna está contra-indicada nos
pacientes que apresentam fibrinólise, dada a dificuldade de compressão
que oferece.
Infecção.
Pelo fato de ser uma região constantemente sujeita aos movimentos da
cabeça e do pescoço, existe dificuldade na fixação do catéter, bem como
perigo de provocar o acotovelamento deste. Assim, o médico pode fixar o
catéter à pele mediantes ponto de sutura, o que, embora com perigo de
maceração da pele, é um risco menor do que a saída acidental do
catéter.
Dificuldades na manutenção do curativo protetor do local de punção.
Vantagens
Método simples e de fácil acesso à veia cava superior.
Ao contrário dos métodos anteriores, que são cegos, este é realizado
coma visualização direta da veia.
Não existem complicações diretas descritas.
Inconvenientes
– Oferece maior dificuldade em indivíduos obesos e com pescoço curto.
– Infecção.
– Por ser uma região constantemente sujeita aos movimentos da cabeça e
do pescoço, existe dificuldade na fixação do catéter, bem como perigo de
provocar o acotovelamento deste. Assim, o médico pode fixar o catéter à
pele mediante pontos de sutura, o que, embora com perigo de
maceração da pele, é um risco menor do que a saída acidental do
catéter.
– Dificuldade na manutenção do curativo protetor do local de punção.
Vantagens
Facilidade de compressão, pois não está contra-indicado em pacientes
com fibrinólise.
Inconvenientes
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Vantagens
Facilidade de compressão, pois não está contra-indicado em pacientes com fibrinólise.
Inconvenientes
O trajeto de acesso ao átrio direito é mais longo, já que se chega a ele através da veia
cava inferior.
Infecção local com risco de infecção sistêmica (septicemia).
tromboflebite.
Embolia pulmonar
As veias cefálica, basílica e mediana do braço são acessos venosos cateterizados com
freqüência pelo enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem.
Vantagens
É rápido.
Pode ser feito pelo profissional de enfermagem.
Oferece menos complicações do que as vias de acesso central, pois não abordam
diretamente os grandes vasos.
Pode-se inserir, por essa via, um catéter central, obtendo-se as vantagens da medição
de pressão venosa central, administrações de soros hiperosmolares etc.
Inconvenientes
Nem sempre são fáceis de abordar.
O seu cateterismo não deve ser efetuado em caso de colapso vascular periférico
(choque), já que esta situação dificulta a visualização e o cateterismo da veia.
Flebite e tromboflebite provocadas pela composição dos medicamentos administrados,
assim como pela excessiva permanência do catéter no leito vascular.
Nem sempre é uma via alternativa para obter dados hemodinâmicos, como seria a medição
indireta da pressão venosa central (PVC), porque, dada a sua proximidade de outras
estruturas vasculares, o catéter pode desviar a sua trajetória, por exemplo, para a veia
jugular, invalidando a medição da mesma.
120
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Evitar manipulações excessivas e incorretas, que favoreçam a infecção local, uma vez que
toda punção gera uma possível porta de entrada para o germe patogênico. No caso de o
paciente apresentar uma infecção provocada pelo catéter, este é retirado e sua ponta é
enviada para cultura bacteriológica, para determinar o agente causal. Devido às graves
conseqüências de uma infecção generalizada ou septicemia e morte do paciente em estado
crítico, o médico pode fazer uma prescrição antibiótica geral até conhecer qual o agente
concreto, mediante resultados laboratoriais.
O profissional de enfermagem deve identificar a via venosa para evitar confusão com outras
vias no momento de administrar medicação ou de obter determinados registros.
Quanto à poliinfusão em uma mesma via, deve-se considerar:
O ajuste de uma infusão endovenosa compatível, que não precipite as substâncias a que
estão sendo infundidas.
Não interromper a administração contínua de medicação específica.
1º exemplo: em uma mesma via venosa não se podem administrar fármacos
vasoativos com outra medicação, pois, no caso de se interromper a administração dos
primeiros, o paciente sofrerá desequilíbrios hemodinâmicos importantes.
2º exemplo: não é correto interromper a administração de uma transfusão sangüínea
para efetuar a avaliação da pressão venosa central, mesmo que o catéter seja apropriado
para tal.
121
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
122
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
123
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
124
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
MATERIAL NECESSÁRIO
Anti-séptico iodado.
Anestésico local.
Campo esterilizado: campos fenestrados, compressas, aventais, gorro e material de
sutura.
Sistema de infusão venosa corretamente sem ar e o soro prescrito. Opcional: sistema de
medição da pressão venosa central.
Vários: seringas descartáveis de 10 ml, agulhas intramusculares, conexões, torneiras de
três vias, pinças de Kocher, suportes de soros.
Curativo oclusivo.
Próximo, o material de urgência.
Proteção especial
Uso de luvas e máscara para evitar contrair processos infecciosos. É opcional o uso de
óculos protetores.
O médico deverá usar gorro e vestuário esterilizado.
125
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PROCEDIMENTO
Requisitos Prévios
Explicar o procedimento ao paciente conforme o seu nível de consciência e capacidade de
compreensão.
Posicionar o paciente em função da veia escolhida.
Quando se pretende cateterizar a veia subclávia, o paciente deverá ficar em posição de
decúbito dorsal, ligeiramente em Trendelemburg, com a cama completamente horizontal, a
cabeça virada para o lado oposto ao da punção e o braço do lado escolhido ao longo do
corpo. Uma posição adequada permite a distensão das veias que confluem com a veia cava
superior, reduzindo o risco de embolia gasosa.
Para cateterizar a veia jugular interna, a posição correta será em decúbito dorsal, com
ligeiro Trendelemburg e a cabeça virada ao lado oposto ao da punção. Com esta posição,
consegue-se distender rapidamente as veias do pescoço. Quando a veia jugular externa
fica bem visível, oclui-se com a pressão do dedo indicador junto à base do pescoço e, sob
visão direta, punciona-se.
Protocolo de ação
O médico procede à lavagem cirúrgica das mãos. Coloca o gorro, máscara, avental e luvas
esterilizadas.
Desinfecção ampla da região com pinça montada e impregnada com antissépticos. Se, na
cateterização da veia subclávia, a desinfecção deve abranger clavícula, ombro e
correspondente parte do pescoço.
Limitar o campo de ação com campos esterilizados.
O médico realiza a infiltração anestésica da região. Espera alguns segundos e inicia as
manobras de localização do trajeto da veia.
Procede à punção da veia, respeitando a inclinação aconselhada para não perfurá-la.
Avança a agulha mantendo a sucção com a seringa até obter um fluxo de sangue venoso.
126
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Riscos
Relacionados com o procedimento
Hemorragia por punção acidental da artéria.
Traumatismo ou perfuração das paredes vasculares, por manuseio brusco do catéter.
Dispersão anatômica do catéter para outros leitos vasculares.
Arritmias por excessiva progressão do catéter no ventrículo.
Ruptura do catéter, cujos fragmentos, transportados através da corrente sangüínea,
gerariam tromboembolia.
Os riscos ou inconvenientes próprios da veia escolhida para o cateterismo.
Pontos – Chave
Prestar especial cuidado ao cateterismo venoso se o paciente apresenta problemas de
coagulação.
Durante o trajeto, observar atentamente o monitor para verificar se o catéter não
progride para cavidades ventriculares desencadeando arritmias, que obrigariam a
reposicionar o catéter, retirando-o alguns centímetros; mas, se a arritmia é grave, será
necessário atuar com manobras de urgência.
Observar as máximas condições de assepsia, tanto no procedimento como na
manutenção da via venosa.
Como se trata de um procedimento agressivo, insiste-se na coordenação da equipe para
realizá-lo no mínimo espaço de tempo e com os menores riscos possíveis.
127
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
GARANTIA DE QUALIDADE
Recomendações gerais
Lavar as mãos antes e depois do procedimento.
Escolher o tipo de catéter mais adequado à veia que será cateterizada e
em função das necessidades do paciente (catéter de lúmen simples ou de
multilúmen).
Ser hábil nos cuidados de enfermagem.
Fixar adequadamente o catéter e o sistema de soro, para evitar a saída
acidental do mesmo e o extravasamento.
Detectar precocemente os riscos e as complicações.
Controlando a temperatura do paciente portador de catéteres, dado que a
febrícula e a febre podem indicar infecção relacionada com os mesmos.
Observar sinais de flebite, pigmentação, maceração da região próxima ao
catéter.
Não ser precipitado em retirar o campo esterilizado. Verifique se não
existem agulhas ou peças cirúrgicas que produziriam picadas acidentais
e perda de instrumental.
Registrar o procedimento na folha de anotações de enfermagem,
indicando a infusão endovenosa que ficou a correr.
4. Auto-avaliação do procedimento
a. O paciente colaborou, permanecendo tranqüilo e sossegado?
b. Realizou-se uma correta retirada do ar do sistema?
c. Observe os cuidados de manutenção da via venosa.
d. Observe a existência de complicações locais.
128
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Aspectos Gerais
Propósito
Indicações do procedimento:
Como método de controle hemodinâmico.
Para detectar precocemente as descompensações da volemia, que um paciente crítico
facilmente desenvolve e que lhe causam graves complicações: como choque e outras.
Material necessário
Instrumentos, medicação e materiais:
Material de cateterismo venoso
Material de cateterismo venoso para punção percutânea da via venosa central: para
puncionar a veia subclávia, veia jugular interna, veia basílica, veia mediana, veia
cefálica.
Anti-séptico habitual, tipo PVPI tintura.
Campo esterilizado: gazes, compressas.
Vários: seringas de 10 ml, ampolas de anestésico local, curativo oclusivo.
Soro do paciente com sistema de infusão conectado após ter-se extraído o ar do
sistema.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Proteção especial:
4. Uso de luvas, máscara e óculos protetores (opcional) se, antes, tiver de cateterizar a
via venosa.
PROCEDIMENTO
Requisitos prévios
Explica-se o procedimento ao paciente, conforme o sue nível de consciência e
capacidade de compreensão.
Puncionar uma veia central pelo método percutâneo e, ocasionalmente, por dissecção
(médico).
Posicionar corretamente o paciente. Sempre que não exista contra-indicação clínica, a
posição do paciente será em decúbito dorsal, sem travesseiro e com cama
completamente horizontal. A medição é efetuada situando o nível zero da régua
graduada à altura do átrio direito do paciente, na linha axilar média.
Protocolo de ação
– Procede-se à extração de ar do sistema de medição, fechando a válvula de entrada de
soro para o paciente e abrindo a correspondente para a entrada de soro na coluna,
até que fique preenchida com líquido.
– Fecha-se a válvula de entrada do soro. Mantêm-se abertas as válvulas de entrada de
soro para o paciente e da coluna de líquido.
– Dirigir convenientemente a torneira de três vias, fechando a passagem de soro de
tratamento.
– Observa-se como, na coluna, o nível de líquido vai descendo pouco a pouco e oscila
com os movimentos respiratórios do paciente, até chegar a um ponto em que pára.
Se o paciente tem respiração espontânea e colabora, pede-se que lhe efetue uma
respiração profunda para assegurar o ponto de estabilidade do líquido, que é tido como o
valor de pressão venosa central do paciente.
Nos pacientes submetidos a ventilação artificial para entrar interferências mecânicas,
que provocariam o aumento da pressão intratorácica e, com ela, a diminuição do retorno
venoso e da pressão venosa central, pode estar indicado desconectar por um momento o
ventilador, quanto se chega a um nível estável na coluna de medição.
Esta medida, no entanto, está contra-indicada quando o paciente apresenta uma
restrição respiratória grave, dado que a desconexão pode produzir hipoxia com as suas
graves conseqüências clínicas. Em qualquer caso, o médico já espera que a pressão
venosa central seja superior à real.
Riscos:
Relacionados com o procedimento
Os próprios do cateterismo de uma via central: hemorragia, lesão da parede do
vaso, desvio anatômico do catéter, arritmias, ruptura do catéter e tromboembolias.
Relacionados com o paciente
Submeter o paciente a punções repetidas, por dificuldade de acesso à veia central.
Relacionados com a proteção e segurança do profissional de saúde
Contágio, se o paciente é portador de patologia infecto-contagiosa.
Pontos – chaves:
Confirmar a correta localização do catéter, obtendo o controle radiológico do mesmo
(com radiografia PA de tórax).
Evitar erros de medição.
Realizar a retirada de ar do sistema de forma correta para evitar a entrada de bolhas
de ar na corrente sangüínea do paciente e adotando normas de assepsia rigorosa,
para evitar tromboembolia e impedir que seja uma via de disseminação de uma
infecção.
Uma vez efetuada a medição, não esquecer de manipular convenientemente a torneira
de três vias, para conectar de novo o soro de tratamento.
Verificar o correto ajustes das conexões, para evitar perdas do líquido e a conseqüente
entrada de germes por esta via.
COMPLICAÇÕES
Infecção do sistema devido a manipulações incorretas.
Tromboembolias pela presença de bolhas de ar na corrente circulatória, como
resultado de uma retirada de ar deficiente ou de desconexões acidentais.
Deslocamento do catéter.
Obstrução do catéter devido a esquecimento na reabertura do soro de infusão.
Erros de medição:
Pelo desvio do catéter, encravamento deste em algum ramo colateral de pequeno
calibre, ou seja deslocamento para estruturas vasculares próximas.
Por confusão de dados (expressando os valores em cmH2O e em mmHg).
Por nivelação incorreta da linha basal (nível do zero).
Porque o catéter se encontra dobrado sobre si mesmo.
No entanto, o médico pode ter uma dúvida razoável acerca dos valores de pressão
venosa central se o paciente sofre de determinadas patologias, quando esteja submetido à
infusão de medicamentos específicos (hormônio), quando reaja com reflexos nervosos.
131
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
GARANTIA DE QUALIDADE
Recomendações gerais
Realizar a lavagem das mãos antes e depois do procedimento.
Colocação correta do nível do zero.
Registrar o procedimento na folha de anotações de enfermagem, anotando, no local
próprio, o valor correspondente à pressão venosa central obtida.
Especificar, na folha de anotações de enfermagem, em que condições se efetuou a
medição. Por exemplo: com PEEP de 5 e FiO2 de 0,7; sem ventilador; em decúbito
dorsal.
Evitar manipulações desnecessárias do sistema de infusão e registro. Verificar a
inexistência de bolhas de ar nos mesmos.
Auto-avaliação do procedimento
132
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
133
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS
O catéter, que em adultos é de 110 cm e, em crianças, de 80 cm, tem assinaladas em
todo o seu comprimento marcas que, uma vez inserido, orientam o médico acerca da
localização que adquire no trajeto vascular e cardíaco.
Existem vários modelos, mas todos têm, no mínimo, o lúmen distal e o canal onde se
insere a seringa com o ar insuflado.
Outros modelos tem ainda o lúmen proximal, a via do termossensor, o lúmen
ventricular e o de infusão no átrio direito.
Via do Termossensor
Termina acerca de 3 cm do extremo do catéter (o termossensor é um dispositivo
sensível à temperatura). Esta via, conectada a um computador de cálculo e segundo o
procedimento de termodiluição, permite a determinação do débito cardíaco do paciente.
Quinto lúmen
Com uma opção no ventrículo direito, para a inserção de marcapasso.
Com uma opção no átrio direito permite fazer uma infusão central direta sem
interromper a determinação do débito cardíaco.
PROPÓSITO
É um catéter cuja inserção está indicada:
134
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
MATERIAL NECESSÁRIO
Sistema de monitoração de pressões, descartável se possível, que, tal como descrito
para a monitoração da artéria, compõe-se dos seguintes elementos:
Sistema de cápsula – transdutor em peça única.
Válvula de fluxo contínuo de baixo volume, com sistema de microgotas sem filtro de ar.
Monitor e amplificador, para registro da onda osciloscópica proveniente do leito
vascular e das câmaras cardíacas.
Pressurizador manual ou automático, ou ambos, e soro fisiológico salino (500 ml) em
bolsa colapsável.
Soro prescrito. É preferível que não contenha fármacos vasoativos em diluição, pois
pode ser necessário utilizar a via para medições de débito cardíaco. Isto não seria
problema se utilizasse um catéter pentalúmen (5 vias).
Campo esterilizado e equipamento cirúrgico: campos, luvas, aventais, gorros, máscaras.
Catéter de Swan-Ganz do tipo escolhido.
Material de inserção percutânea ou dilatadores de vários calibres (introdutores).
Vários: lâmina de barbear, lâmina de bisturi ou bisturi com cabo, material de sutura
com fio de algodão de diferente numeração, anestésico local, seringas de 10 ml
descartáveis, agulhas, torneiras de três vias, conexões e prolongamentos.
Fármacos: heparina, lidocaína, atropina e epinefrina.
Próximos: material de urgência e desfibrilador, estando tudo completo e testado.
PROCEDIMENTO
Requisitos prévios
Proceder à montagem do equipamento de monitoração, com um protocolo similar ao da
monitoração da pressão arterial:
Conectar o cabo do transdutor ao monitor do paciente.
Preparar o soro fisiológico com heparina e retirar o ar do sistema de infusão, sem
filtro de ar. Adaptar-lhe o manguito ou pressurizador automático.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Protocolo de ação
Informar o paciente acerca do procedimento, conforme permita a urgência do caso e o
seu nível de consciência.
Preparação da região de punção e respectiva desinfecção com iodopovidona ou
clorexidina
O médico e os ajudantes vestirão aventais cirúrgicos
Proceder à infiltração anestésica da região.
Verificar a integridade de todas as vias e os lúmens de catéter, procedendo à retirada de
ar das mesmas e insuflando/desinsuflando o balão na via respectiva.
Cateterismo da via central (jugular interna, subclávia)e, perante comprovação imediata
de refluxo de sangue, introduzir um guia.
Proceder à incisão cirúrgica da pele e do tecido subjacente para dar entrada ao dilatador
e ao guia, através do qual se introduzirá o catéter de Swan-Ganz.
Conectar os terminais aos respectivos sistemas de infusão:
Extremidade distal conectada à cápsula de pressão, para que esteja
continuamente monitorada e se vejam no monitor as distintas pressões e curvas,
conforme o catéter.
Extremidade proximal fechada e livre de ar.
A extremidade de insuflação com uma seringa vazia conectada.
Colocar o transdutor e, com ele, a cápsula de pressão no nível da linha axilar média
do paciente.
Realizar a calibração, dirigindo convenientemente as torneiras de três vias
relativamente ao monitor de registro. Alguns monitores possuem sistemas de
calibração automática.
Voltar à posição inicial para proceder ao avanço do catéter.
O médico faz progredir o catéter até o átrio direito. Insufla o balão para favorecer a
progressão do catéter até a válvula tricúspide e ventrículo direito.
A partir do ventrículo direito, o catéter tem acesso à artéria pulmonar, obtendo-se no
monitor a curva sistólica e diastólica dessa artéria.
Finalmente, o catéter é dirigido para os capilares pulmonares, onde se encrava,
obtendo-se no monitor um registro diferente do anterior.
Uma vez conseguido o encravamento, desinsufla-se o balão.
Dirigir corretamente as torneiras de três vias para permitir a lavagem-infusão da via
distal e conectar a extremidade proximal ao sistema de soro correspondente.
Calibração e obtenção de registros: pressão arterial pulmonar e pressão de
encravamento pulmonar ou pressão capilar pulmonar: PCP.
Fixar provisoriamente o catéter antes de proceder à comprovação radiológica, que não
só assegurará ao médico a correta localização do catéter, como também eliminará a
hipótese de existência de pneumotórax ou de hemotórax, sobretudo se cateterizou a
veia subclávia.
Fixação definitiva do catéter à pele, mediante sutura.
Cobrir o catéter com um curativo.
Observar possível sangramento da região de punção.
Riscos
Pontos – chave
Preparar o material.
Montar o sistema de monitoração e proceder à calibração e registros.
Efetuar os cuidados de manutenção do catéter e do sistema de monitoração de
pressões.
Efetuar os cuidados com o material utilizado.
Complicações
Existência de obstáculos, que obriga a retirar alguns centímetros para tentar de novo
a sua inserção.
Ruptura do balão por enchimento excessivo.
Infecção por manipulação incorreta do catéter e por não se seguirem as normas de
assepsia previstas.
Embolia gasosa, pela presença de bolhas de ar.
Tromboembolia.
Isquemia ou infarto da artéria pulmonar e capilar pulmonar, por deixar o balão
insuflado durante tempo excessivo.
Mau funcionamento do termossensor e, com isso, a impossibilidade de determinar o
débito cardíaco pela técnica de termodiluição.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CATÉTERES - PICC
CARACTERÍSTICAS DO CATÉTER
Lúmen único ou duplo.
Com ou sem estilete
Constituídos de silicone especialmente macio e biocompatível.
Possui grande área de silicone no local de inserção, promovendo uma fixação segura do
curativo.
Grande variedade de French, atingindo pacientes de Neonatologia até Geriatria.
Pode permanecer implantado no paciente por até 6 (seis) meses.
Agulha introdutora “Escalibur”.
Estilete hidrofílico.
VANTAGENS
Fácil inserção
Econômico
Fácil manutenção
Fácil remoção
Sem complicações que ameacem a vida do paciente
Pode ser utilizado para infusões e coleta de sangue
Conforto para o paciente (evita o medo de cirurgia)
Acessa veias de alto fluxo da circulação central, facilitando infusão de drogas
hiperosmolares, concentradas ou irritantes.
INDICAÇÕES
INDICADO PARA ADMINISTRAR:
Quimioterapia
Analgésicos
Vasopressores
Anticoagulantes
Sangue e derivados
Antibióticos e Antifúngicos
Soluções hipertônicas
Hiperalimentação parenteral
Imunosupressores e drogas anti-rejeição
Impossibilidade de manter acesso periférico por longo tempo
Dificuldade de acesso venoso central diretamente
Pacientes sob cuidados intensivos
Monitorar pressão venosa central
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CONTRA INDICAÇÕES
MARCAPASSO TRANSITÓRIO
USO TERAPÊUTICO
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
BRADIARRITMIAS
TAQUIARRITMIAS
USO DIAGNÓSTICO DO MP
Embora o estudo invasivo (por catéter – eletrodo intravenoso) e o não invasivo (via
trans-esofágica) venham tendo participação crescente na avaliação de distúrbios da
condução e arritmias, sua aplicação na urgência ainda é principalmente a identificação de
ritmos dificilmente analisáveis através do ECG comum. A necessidade do diagnóstico
preciso de uma arritmia impõe-se na medida em que as condutas terapêuticas, visando
uma situação, podem agravar o quadro se o distúrbio for outro.
RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
CONCEITO DE PCR
A PCR pode ser definida como uma condição súbita e inesperada de deficiência absoluta de
oxigenação tissular, seja por ineficiência circulatória ou por cessação da função respiratória.
CAUSAS DA PCR
Habitualmente são observados quatro padrões básicos de alterações do ritmo cardíaco na
PCR, sendo eles:
Taquicardia Ventricular sem pulso
Fibrilação Ventricular (FV)
Assistolia
Atividade elétrica sem pulso (denominação atual da dissociação eletromecânica)
DIAGNÓSTICO DA PCR
A PCR é clinicamente diagnosticada quando pelo menos quatro condições coexistem:
Inconsciência
Apnéia ou esboço de respiração
141
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
142
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Ampolas de SF 0,9%;
Ampolas de adrenalina;
Ampolas de noradrenalina;
Ampolas de dopamina;
Ampolas de sulfato de atropina;
Ampolas de bicarbonato de sódio a 10%;
Ampolas de gluconato de cálcio a 10%;
Frasco de xylocaína a 2%;
Frasco de flebocortid 500mg;
Frasco de bicarbonato de sódio a 8,4% - 250ml;
Recomenda-se que este seja revisado pelo enfermeiro no início de cada plantão e
completado/revisado imediatamente após o uso, prevenindo maiores transtornos no momento
do atendimento de emergência.
VIA VENOSA
Veias periféricas – a obtenção de um acesso venoso periférico é rápida e não interfere nas
manobras de RCR. As veias proximais dos braços (veia antecubital) e as veias jugulares
143
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
externas são os acessos de escolha. Veias distais das mãos e dos membros inferiores devem
ser evitadas devido ao fato de que durante as manobras e RCR o fluxo sangüíneo é muito lento
e, deste modo, levará mais tempo para as drogas atingirem a circulação central e
manifestarem seus efeitos (tempo superior a 2min). Aconselha-se também que após a injeção
das drogas em veias periféricas administre-se um flush endovenoso de 20 a 30ml de solução
salina fisiológica, para facilitar a chegada das mesmas na circulação central.
Veias centrais – a vantagem da administração de fármacos por estas vias é a obtenção de
níveis mais elevados e precoces dos mesmos nos grandes vasos e coração. Porém, a punção
percutânea de vasos centrais (jugular e subclávia) durante os procedimentos de RCR não está
isenta de riscos, interferindo na execução das manobras. Ademais, requer profissionais
experientes para a sua realização. Desta forma, ela só deve ser usada quando, durante a PCR,
o paciente já estiver com este acesso presente. Uma alternativa adequada e de menor risco é a
punção da veia femoral, com a introdução de um cateter longo (40cm) que possa atingir a
circulação central.
VIA INTRA-ÓSSEA
Especialmente usada em pediatria, é eficaz para a administração de adrenalina, atropina e
soluções eletrolíticas. Seu uso requer agulha própria (ou agulha de punção de medula óssea),
inserida na face anterior da tíbia, atingindo-se rapidamente o plexo venoso não colapsável da
medula óssea.
VIA INTRACARDÍACA
Seu uso foi sendo progressivamente abandonado por razões diversas, dentre as quais são
destacadas as complicações inerentes ao uso desta via (lesões coronarianas, pneumotórax,
tamponamento cardíaco etc.) e, também, devido ao avanço e difusão de técnicas de punção
venosa central percutânea. Por ser de rápido acesso, ainda constitui-se numa via alternativa
útil para a administração de fármacos durante a RCR. São recomendadas as mesmas doses
utilizadas por via endovenosa.
TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
Bicarbonato de Sódio
Nas últimas reuniões de consenso, não tem sido mais indicado o uso precoce de
bicarbonato de sódio na RCR, ficando sugerida a indicação para os caso de acidose metabólica
prévia à PCR e hiperpotassemia. Esta atitude está embasada no fato de que, quando o
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
bicarbonato reage com íons de hidrogênio, mais CO² é liberado, podendo ocorrer acúmulo
tissular; com queda paradoxal do pH, nos casos em que a ventilação for incapaz de eliminar o
excesso de CO². Doses de 0,5 a 1mEq/kg EV, em “bólus”, podem ser utilizadas empiricamente
e repetidas a cada 10min de RCR.
Atropina
Cálcio
Lidocaína
Adenosina
TERAPÊUTICA ELÉTRICA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
147
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Quando ocorre?
Causas:
- Trombose coronariana 90%
- Hemorragia abaixo da placa ateromatosa – deslocação
– obstrução
- Despreendimento de placa ateromatosa
Aterosclerose / DCC
Conceito:
Aterosclerose: Doença cardíaca coronariana
Classificação da aterosclerose:
Grau I – Redução do diâmetro < = 25%
Grau II – Redução do
diâmetro 50%
Grau III – Redução do
diâmetro 75%
Grau IV – Redução total
Causas:
Idade e sexo
Dieta / obesidade
Sedentari
smo
Hereditari
edade
Hipertens
ão
Diabetes
Tabagism
o
Estresse
emocional
Fases da Aterosclerose:
Aterosclerose coronariana
assintomática
Aterosclerose coronariana
sintomática: Angina do peito;
Síndrome intermediária; Infarto agudo
do miocárdio
Extensão:
Calibre do vaso ocluído
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Dano tecidual:
Necrose
Injúria
Isquemia
Sinais e Sintomas:
Dor no peito – repentina,
intensa, constritiva,
diretamente abaixo do esterno
com irradiação MSE.
Sudorese fria e pegajosa
Náuseas e vômitos
Dispnéia
Palidez
Fraqueza generalizada
Ansiedade
Confusão mental
Tontura
Diagnóstico
História clínica do paciente
Eletrocardiograma
Determinação enzimática
Classificação:
Killip I – sem ICC
– 6% mortalidade
Killip II – ICC
discreta e
moderada -17%
mortalidade
Killip III – ICC
severa (EAP) –
58% de
mortalidade
Killip IV – choque
cardiogênico com
ou sem EAP – 81%
mortalidade.
149
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Localização:
- Infarto anterior – art. Coronária e os seus ramos, envolve a parede interna do ventrículo
esquerdo.
- Infarto antero – lateral – parede anterior como a parede lateral do V.E.
- Infarto antero – septal – parede anterior do V.E e do septo interventricular.
História do paciente
Eletrocardiograma
- Negativação da onda T
- Do desnível ST
Isoenzimas:
CPK-MB – músculo cardíaco
CPK-MM – músculo esquelético
CPK-BB – cerebral
Formação de trombos
Formação do trombo
Fases:
- Aguda ( 5 dias) – imprevisibilidade
- Sub-aguda – até a convalescência
- TGO (transaminase glutâmica oxalacética)
Elevação: 6-12h após infarto
Pico: 24 – 48h
150
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Retorno: 3 – 4 dias
Dosagem: 24 – 48 – 72h pós-infarto
- LDH (desidrogenase lática)
Elevação: 1 a 2 dias do início
Pico: 2- 6º dia
Retorno: 7º a 14º dia
Dosagem: 3º - 4º - 5º pós-infarto (caso os outros não evidenciem)
Complicações
- Arritmias
- IVE aguda
- Choque cardiogênico
- Tromboembolismo
- Ruptura do VE
Tratamento
Metas:
- Alívio da dor
- Redução do tamanho
do infarto
- Evitar ou corrigir
complicações
Internação em UTI
Monitorização
cardíaca e
hemoderivados.
Dieta liberada 12 a
24h
Evitar esforços
defecatórios –
laxantes
Analgesia – derivado de meperidina (dolantina)
Oxigenoterapia 2 a 3 litros
Controle de ionograma, gasometria e dosagens enzimáticas.
Medicações:
- Nitratos
- Anticoagulantes
- Antiadesivo plaquetário
- Bloqueadores canais de Ca
- Antiarrítmicos
- Trombolíticos
- STK (estreptoquinase)
- RTPA (ativador do plasminogênio tecidual recombinante)
- UK (uroquinase)
- APSAC (ativador do plasminogênio estreptoquinase acilado)
Angioplastia coronária
Cirurgia de revascularização miocárdica
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
151
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Conceito:
É a incapacidade de bombear o sangue suficiente para atender às necessidades teciduais
de oxigênio e nutrientes. O termo insuficiência cardíaca congestiva é usado para a falência das
câmaras cardíacas direitas e esquerdas.
Fisiopatologia:
A freqüência cardíaca é uma função do SNA.
DC,o SNSimpático acelera a FC, para manter o Dc. Todavia na IC, o principal problema é
a lesão e falência das fibras musculares miocárdicas, o volume sistólico (quantidade de
sangue a ser bombeado a cada contração) está comprometido e o DC normal não pode ser
mantido.
Etiologia
- Distúrbios do músculo cardíaco: Aterosclerose coronariana, HAS e doença muscular
inflamatória ou degenerativa.
- Hipertensão pulmonar ou sistêmica: aumenta o trabalho cardíaco.
- Doenças degenerativas e inflamatórias do miocárdio: lesão direta das fibras miocárdicas.
- Fatores sistêmicos: aumento da taxa metabólica (febre), hipóxia e a anemia exigem maior
débito cardíaco. A acidose (respiratória ou metabólica) e os distúrbios eletrolíticos podem
reduzir a contratilidade miocárdica.
- A endocardite infecciosa pode desenvolver-se em válvulas previamente lesada por febre
reumática, defeitos congênitos, ou em válvulas normais, e válvulas mecânicas / biológicas.
- A endocardite pode ser Aguda ou Sub-Aguda dependendo dos microorganismos envolvidos.
- Pacientes com cateteres de demora, ou sob terapia intravenosa ou antibioticoterapia
prolongada podem apresentar endocardite fúngica.
- A endocardite infecciosa pode ocorrer no pós-operatório de cirurgias cardíacas, onde são
utilizadas válvulas protéticas.
Manifestações Clínicas:
Aumento da pressão venosa pulmonar (pode provocar edema pulmonar), edema
generalizado e aumento de peso, diminuição do débito cardíaco, baixa perfusão tecidual,
extremidades frias, redução do débito urinário, retenção de Na, aumento do volume
intravascular.
Tratamento:
Os objetivos fundamentais são os seguintes:
- Promover o repouso para reduzir o trabalho imposto ao coração.
152
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Complicações
- Grave insuficiência cardíaca devida à insuficiência valvar
- Distúrbios de condução
- Episódios embólicos
- Choque cardiogênico
- Derrame pericárdico
Assistência de enfermagem
- Promover o repouso
- Posicionamento: a cabeceira da cama deve ser elevada ou o paciente pode ser colocado em
uma poltrona. O retorno venoso ao coração e pulmões é reduzido, a congestão pulmonar é
aliviada.
- Realizar mudança de decúbito.
- Aliviar a ansiedade e o stress.
- Administrar medicações prescritas.
- Realizar monitorização rigorosa.
Introdução:
A cirurgia cardíaca é utilizada para tratar uma série de problemas cardíacos. Os
procedimentos mais comuns incluem a angioplastia, revascularização e o reparo ou reposição
de válvulas defeituosas.
Outros procedimentos: transplante, excisão de tumor e reparo de trauma.
O primeiro transplante foi realizado em 1967.
Enfermagem no Pré-operatório:
1. Realizar exame físico e histórico de enfermagem.
2. Checar exames pré-operatórios: RX, ECG, provas sanguíneas, doação de sangue.
3. Avaliação de saúde: sinais vitais, estado nutricional, ausculta, etc.
4. Avaliação Psicossocial: identificar mecanismos de enfretamento do estresse, alterações no
estilo de vida.
5. Preparo da higiene corporal: limpeza da região com soluções antisépticas, tricotomia (SN).
6. Administrar medicações prescritas (sedativos, antibioticoterapia, etc.).
7. Informar ao paciente sobre o seu destino após o término da cirurgia, e se possível o tempo
aproximado de intervenção para ele e para os seus familiares.
Diagnóstico de Enfermagem:
- Medo relacionado ao procedimento cirúrgico
- Informação à respeito do procedimento cirúrgico
As principais metas do paciente no pré-operatório incluem: redução do medo,
conhecimento a cerca da cirurgia, evolução no pós-operatório e ausência de complicações.
153
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Pós-operatório:
Admissão do paciente na UTI:
1. Avaliar estado neurológico
2. Estado cardíaco: freqüência e ritmos cardíacos, PVC, PA, medidas hemodinâmicas (PCP,
DC, etc).
3. Estado respiratório: parâmetros de ventilação, movimentos torácicos drenagem de tubo
torácico.
4. Estado vascular periférico: pulsos periféricos, coloração, cutânea, edema, estado dos
curativos, temperatura.
5. Função renal: débito urinário.
6. Avaliação da dor.
7. Estado hidroeletrolítica: ingesta, eliminação dos drenos, alterações clínicas.
8. Controle rigoroso do Balanço Hídrico.
Complicações:
Os pacientes de cirurgia cardíaca têm risco de desenvolver devido a patologia de base e
trauma cirúrgico.
É uma infecção grave das valvas e da superfície corporal endotelial do coração, causada
pela invasão por bactérias ou certos microorganismos.
Agentes Etiológicos: estreptococos, enterococus, estafilococus, pneumococos. Fungos,
rickéttsia.
Fatores de risco: pacientes com doenças debilitante; pacientes com cateteres de demora,
pessoas idosas, pacientes submetidos a antibioticoterapia prolongada.
154
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Tratamento
Erradicar o microorganismo invasor, como antimicrobiano adequado.
Na endocardite fúngica, um agente fúngico como a Anfotericina B, geralmente é o
tratamento adequado.
Complicações
A ICC e complicações vasculares cerebrais, podem no decorrer e depois no tratamento.
Estenose ou regurgitação valvar, erosão miocárdica são algumas das complicações possíveis.
Hipertensão Arterial Sistêmica: é a presença de um nível persistente de PA em que a
pressão sistólica encontra-se acima de 140 mmHg e a pressão diastólica acima de 90 mmHg.
Constitui uma importância causa de Insuficiência Cardíaca, AVC e Insuficiência renal. É
considerada “assassina silenciosa”, pois os pacientes podem ficar assintomáticos.
Classificação:
Hipertensão Primária ou Essencial: sem causa clínica conhecida.
Hipertensão Secundária: decorre de causas específicas como: estreitamento de artérias renais,
drogas, disfunções orgânicas, tumores e gravidez.
Fisiopatologia
- Estimulo do Centro Vasomotor desencadeia impulsos que descem através do SNS, libera
acetilcolina que as fibras nervosas nos vasos sanguíneos, onde a liberação de adrenalina
resulta na constrição dos vasos.
- Ocorre simultaneamente estimulo da glândula adrenal. A vasoconstricção resulta em
liberação de Renina, que por sua vez leva a formação de Angiotensina, que estimula a
secreção de Aldosterona, promovendo retenção de Na e H2O pelos túbulos renais.
Manifestações Clínicas
- Aumento de PA
- Alteração de Retina: hemorragias, exsudato
- Hipertrofia de Ventrículo Esquerdo: resposta a sobrecarga.
- Insuficiência Cardíaca
- Assintomático
155
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Avaliação diagnostica
- Eletrocardiograma
- Exames laboratoriais
- Exames Específicos: urografia, excretora, arteriografia renal.
Tratamento:
Objetivo: Prevenir a morbilidade e reduzir a mortalidade associada à doença.
Controle de PA.
Farmacológico:
- Diuréticos
- Inibidores adrenérgicos
- Vasodilatadores: Apresolina, Minoxidil
- Inibidor da ECA: Capoten
Não – Farmacológico:
- Mudanças no estilo de Vida: dieta, exercícios, etc.
- Reduzir o Stress.
- Controle da Pa.
Assistência de Enfermagem:
- Oferecer Apoio Emocional
- Monitorizar o Ritmo Cardíaco
- Verificar SV de 02/02 horas
- Acesso Venoso
- Manter Vias Aéreas desobstruídas
- Oxigenoterapia quando prescrito
- Realizar Balanço Hídrico
- Observar MMII
- Observar e evoluir alterações clínicas.
Introdução
156
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Coronariopatia:
Angina estável, angina instável e algumas situações do infarto agudo do miocárdio.
Via braquial
Com anestesia local, um pouco acima da dobra da flexão do cotovelo, é feita uma incisão e
por dissecção é isolada a artéria braquial, para se ter acesso ao lado esquerdo da circulação,
e/ou a veia basílica, para se ter acesso ao lado direito da circulação. O estudo arterial sempre
necessita de heparinização plena durante o procedimento. Completados os estudos
necessários, os catéteres são retirados e os vasos e a pele são suturados.
Via femoral
Sob a anestesia local na região inguinal, punciona-se a artéria e/ou a veia femoral com
uma agulha especial que permite a passagem de um fio guia atraumático.
Quando o fio guia está bem introduzido no vaso, retira-se a agulha e sobre o fio é introduzido
um introdutor, composto por uma parte interna chamada dilatador e uma parte externa
chamada bainha. Por fim, só fica a bainha dentro do vaso, permitindo passar um catéter pelo
seu lúmen. Completados os estudos necessários, os catéteres e a bainha do introdutor são
retirados; aplica-se pressão manual ou mecânica no local da punção por 10 a 15 minutos, até
cessar o sangramento. Faz-se, então, curativo compressivo, que deve permanecer por 12
horas.
1. Repouso no leito por cinco horas sem movimentar, apoiar ou dobrar a perna cateterizada,
não sentar ou andar.
2. Verificar o local da punção, pulsos do pé, cor e temperatura a cada:
15’ na primeira hora
30’ na segunda hora
60’ nas três horas seguintes.
3. Verificar pressão arterial e frequência cardíaca quando observar os parâmetros anteriores.
4. Qualquer alteração deve ser comunicada à equipe médica.
5. Se houver sangramento, comprimir o local com firmeza, manual ou mecanicamente, até
cessar, e comunicar à equipe médica.
6. Dieta leve após o procedimento, elevando a cabeceira do leito no máximo 45 graus.
7. Orientar o paciente sobre estes cuidados, obtendo assim sua colaboração.
8. Após a quinta hora será permitida a deambulação moderada e a verificação de todos os
parâmetros deverá ser feita após 30 minutos.
9. Se possível, realizar um ECG logo após o procedimento.
10. Orientar o paciente para retirar o curativo após 12 horas.
158
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ANGIOPLASTIA CORONÁRIA
Consiste na passagem de um balão miniaturizado e desinsuflado na luz da artéria
coronária, posicionado exatamente na porção média da lesão, sendo então insuflado com
contraste radiológico, desobstruindo, assim, a artéria. A taxa de sucesso é de cerca de 92% -
4%.
As indicações são:
- Angina estável.
- Angina instável.
- Infarto agudo do miocárdio (terapêutica de eleição, atualmente).
Angioplastia com Colocação de Endopróteses Coronárias (Stents)
Os stents são armações metálicas que, quando liberadas no local da obstrução, cobrem
parcialmente a superfície interna do vaso12. Com isso, a oclusão aguda por retração elástica
praticamente desaparece. Os primeiros stents coronários também chamados de endopróteses
coronárias foram colocados em 1998, mas só de 1994 para cá seu uso tornou-se disseminado.
A estimulação cardíaca, da metade dos anos 80 aos nossos dias, sofreu evolução tanto nas
performances dos marca-passos (MP), como no aprimoramento das indicações para o
tratamento das indicações para o tratamento dos distúrbios do sistema excitocondutor do
coração. Se os primeiros MP visavam, em primeiro plano, à manutenção da vida e à prevenção
da morte, hoje em dia, além de continuarem com esse objetivo primordial, visam também em
muito, ao conforto e bem-estar do paciente, à melhora hemodinâmica e à presença de
arritmias, sobretudo as de origem ventricular7.
Definição
Indicações
Marca-passo Temporário
Marca-passo Definitivo
BAV de 3º grau;
Doença do nó sinusal;
BAV de 2º grau Mobtiz II: caracteriza-se por bloqueio súbito e inesperado da onda P,
enquanto os intervalos PR dos batimentos atriais conduzidos permanecem constantes;
Bradicardia sinusal.
Tipos de Marca-passo
160
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Composição
1. Gerador de Pulso: é uma fonte externa, alimentada por bateria, que inicia a atividade
elétrica e controla a frequência e a intensidade de cada descarga elétrica. Vai estimular ou
sentir a onda R e/ou P.
2. Cabo: é um fio elétrico isolado, conectado o eletrodo ao gerador.
3. Eletrodo: parte de metal exposta na ponta do cabo que está em contato com o miocárdio.
Complicações
Permanência do Marca-passo
161
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
1. Auxiliar no procedimento.
2. Manter monitorização eletrocardiográfica e observar aparecimento de arritmias no
cardioscópio.
3. Estar atento para sinais de baixo débito.
4. Adaptar o cabo do MP aos terminais do eletrodo no gerador de pulso, respeitando os pólos
positivo e negativo.
5. Auxiliar no ajuste das modalidades do MP.
6. Realizar registro do ECG.
7. Checar, no pulso, a frequência do MP.
162
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
O PACIENTE DE NEUROLOGIA
As doenças que afetam o sistema nervoso central estão sendo cada vez mais
freqüentes nos serviços de emergência. Até há poucos anos, as doenças deste tipo que
requeriam uma assistência rápida eram, sobretudo, as crises epilépticas, em menor
número os traumatismos (crânio e medula) e, por último, as lesões provocadas por
alterações cerebrovasculares. Graças aos avanços da medicina, a demanda
neurológica tem variado no seu modelo significativamente, e, agora, os pacientes
epilépticos mantêm, com os seus tratamentos crônicos de anticonvulsivantes
(fenobarbital, carbamazepina etc.), uma boa qualidade de vida com muito poucas
crises ou nenhuma, graças a este controle. Ao contrário, as lesões de tipo traumático
têm proliferado de forma espetacular devido, principalmente, aos acidentes de trânsito
e à industrialização do país.
Quanto aos problemas cerebrovasculares, sofreram também um acréscimo
importante, devido principalmente ao aumento da esperança de vida, ao aumento da
vida sedentária, ao tabagismo e às mudanças dietéticas que a nossa cultura tem
experimentado. De fato, há entre nos maiores consumo de carnes vermelhas,
manteiga e outras gorduras poliinsaturadas, em detrimento dos legumes, dos peixes e
das hortaliças. Devido a isso, o nível de colesterol dos espanhóis e dos europeus em
geral tem, paulatinamente, aumentado. A sua conseqüência direta na saúde é a
presença de placas de ateroma nas suas artérias, alterações cardíacas que podem
aparecer em corações de pessoas cm idade mais avançada (fibrilação auricular, lesões
vasculares...) e tudo isto sobre uns vasos já “envelhecidos” e hipertensos. Todas estas
circunstâncias contribuem para a criação de condições favoráveis ao aparecimento de
embolias e hemorragias, nas populações de alto risco de acidente vascular cerebral
(AVC).
O sistema nervoso central é o que dirige quase todas as funções do nosso
organismo nas suas diferentes ações, que podem ser agrupados em dois tipos
principais: a sensorial, pela qual somo capazes de utilizar os nossos sentidos, e a
motora, graças a qual podemos respirar, nos mover, evitar riscos etc. Por este motivo,
são de grande importância as alterações que se possam produzir neste sistema.
O sistema nervoso é composto pelo cérebro e medula espinhal (sistema nervoso
central) e pelos pares cranianos, nervos espinhais que põem em contato todas as
regiões corporais com a medula e, portanto, com o cérebro. Este é o sistema nervoso
periférico.
A unidade básica do sistema nervoso é o neurônio ou célula nobre nervosa. Estas
células distinguem-se das outras que constituem o organismo por várias
características próprias. Assim:
São especializadas na condução de impulsos nervosos.
Não se regeneram, fazendo com que os neurônios destruídos se percam
irremediavelmente.
São extremamente sensíveis à carência de oxigênio, razão pela qual a anoxia se
repercute rápida e gravemente no sistema nervoso.
Os neurônios são formados por um corpo central e por um citoplasma provido de
diferentes projeções, umas mais curtas, conhecidas como dentritos, com a missão de
recolher a informação que recebem de outros neurônios, e outras muito mais
compridas, denominadas axônios, encarregadas de emitir a informação dos dentritos
dos neurônios adjacentes. Esta transmissão realiza-se mediante a libertação de
minúsculas vesículas que o axônio possui no seu extremo distal, e que são portadoras
de substâncias conhecidas como neurotransmissores; estas substâncias excitam os
163
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
EX. NEUROLÓGICO:
Nível de consciência:
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Respiração:
a. Cheyne-Stokes – hiperventilação, alternada com períodos de apnéia. Pode ocorrer em
condições não-neurológicas (ICC). Quando associada às condições neurológicas, indica
disfunção hemisférica bilateral profunda e dos Gânglios da Base (Diencéfalo).
b. Hiperventilação Neurogênica Central (HNC) – respiração rápida, regular e profunda.
Deve–se excluir acidose metabólica e hipoxemia. Quando associada às condições
neurológicas, sugere disfunção em Mesencéfalo.
c. Apnêustica – inspiração prolongada, com apnéia. Pode ocorrer salva respiratória com
apnéia. Sugere lesão pontina.
d. Atáxia (Biot) – respiração caótica. Precede parada respiratória indica lesão nos centros
resp. bulbares.
e. Deprimida – superficial, lenta, ineficaz. Ocorre por depressão bulbar por drogas.
Pupilas: Tamanho, forma e reatividade à luz devem ser testadas. Seu exame é importante
no diagnóstico diferencial do Coma (injúria cerebral x metabólico). Nos casos de injúria
cerebral, há sempre mudanças na resposta pupilar.
Neutras não reativas: lesão mesencefálica.
Reagentes, em pacientes, inconscientes: alteração metabólica (hipoglicemia).
Midríase unilateral paralítica: se paciente em coma, indica compressão do 3º par, por
herniação do lobo Temporal. Se paciente consciente, pensar em enxaqueca uso de
colírio de Pilocarpina.
Puntiformes, reativas: lesão pontina, opiáceos.
FUNDOSCOPIA: importante no diagnóstico de Hemorragia Sub-Aracnóide. Avaliar sempre o
risco/benefício de se dilatar as pupilas, pois perde-se a evolução da injúria cerebral.
Respostas motoras:
Espontâneas: convulsões. Quando multifocais pressupõem processo metabólico, assim
como as mioclonias. (hipóxia, uremia, insuficiência hepática).
Induzidas: estímulos pruriginosos em narinas, por ex. Quando a resposta é pouco
organizada ou incompleta, sugere lesão córtico-espinhal.
Reflexos: conseqüentes a um estímulo. Tem relação temporal.
Descerebração-extensão, adução e rotação interna dos MMSS e extensão dos MMII.
Indica lesão em tronco cerebral alto.
Decorticação-flexão e adução dos MMSS e extensão dos MMII. Indica lesão profunda de
hemisférios cerebrais.
Respostas sensoriais:
O mais importante é a simetria. Atender para a necessidade de resposta motora intacta.
165
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ESCALAS
1- Glasgow: para trauma, inicialmente.
Abertura ocular: espontânea=4
Com ordem verbal=3
À dor=2
Nenhuma=1
Resposta verbal: Orientada=5
Confusa=4
Palavras desconexas=3
Sons=2
Nenhuma=1
Resposta motora: Obedece comandos=6
Localiza dor=5
Flexão normal à dor=4
Flexão anormal=3
(decorticação)
Extensão anormal=2
(descerebração)
Sem resposta=1
ESCORE: 13-15= leve
9-12= moderado
< 9= grave
166
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
3- EXAMES COMPLEMENTARES:
Raios X:
De crânio – apenas para fraturas. Quase absoleto após o CT de crâneo.
De coluna – mais útil. Pede-se em A-P e perfil, principalmente.
CT: largamente utilizada. Dispensada apenas nos casos extremos (TCE leve e lesões
tão graves
em que não há tempo a perder). Permite distinguir edema, hemorragia, tumores,
infartos.
RM: mais útil em lesões subagudas e crônicas. É o método de escolha para lesões
medulares.
Angiografia: para avaliações vasculares. Na falta do TC, pode ser usada para
diagnóstico de
lesões expansivas.
Estudo do LCR: indicado nos casos de distúrbios dos nervos periféricos (Guillain –
Barré, por ex.), suspeita de infecções do SNC, sangramento intracraniano.
EEG: Mielografia: pouco utilizados em UTI. Solicitados em casos de suspeita de morte
cerebral
(EEG, Pot. Evocado), e em lesões medulares (Mielografia).
2. CAUSAS
a) Fatores de Risco
Aproximadamente 20% dos pacientes com AVC não apresentam fatores de risco
ou uma causa predisponente detectável pelos métodos atuais.
167
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Idade
O aumento da idade é um fator que aumenta o risco de AVC. A explicação não é clara,
mas é possível que diferentes processos implicados tenham relação com a idade.
Hipercolesterolemia
Não está comprovada a vantagem de se reduzirem os níveis de colesterol em idosos com
valores apenas moderadamente elevados.
Diabetes melito
Tabagismo
Acredita-se que, cinco anos após o abandono do hábito, o risco se iguale ao da população
geral.
Cardiopatia
Algumas doenças cardíacas, especialmente a doença coronária e a hipertrofia do
ventrículo esquerdo, constituem fatores de risco. Merece menção especial uma alteração de
ritmo cardíaco muito comum em idosos, que se chama fibrilação atrial, que intervém na
168
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
gênese das embolias cerebrais; com a idade, aumenta a proporção de indivíduos com esta
arritmia cardíaca.
AVC anterior
Este é também um fator de risco importante para voltar a sofrer um novo AVC.
Doenças tumorais
O aparecimento de AVC por metástase cerebral é o problema neurológico mais freqüente
em pacientes cancerosos.
Prevenção
A prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco, sendo a identificação e o
tratamento da hipertensão arterial (HA) as medidas imediatas mais eficazes nos grupos de
risco (como já ficou comprovado).
3. CONSEQÜÊNCIAS
SINTOMAS
Fundamentalmente, o cérebro está dividido em duas partes: hemisfério ou metade direita
e hemisfério ou metade esquerda. Cada uma destas metades é responsável por diferentes
atividades do organismo.
No hemisfério esquerdo, encontramos as funções de:
Metade direita do corpo, isto é, movimento e sensibilidade da perna, do braço e do
hemitronco direitos.
Linguagem.
No hemisfério direito localizam-se as funções de:
Metade esquerda do corpo, ou seja, movimento e sensibilidade da perna, do braço e do
hemitronco esquerdos.
Os comandos de cada hemisfério cerebral dirigem-se à metade contrária do corpo.
Assim, na falta de irrigação no hemisfério cerebral esquerdo, ocorre uma alteração das
funções estabelecidas nele, ou seja, alteram-se um movimento da metade direita do corpo e
também a linguagem. Quando ocorre o mesmo no hemisfério direito, altera-se o movimento da
metade esquerda do corpo.
Existem muitos graus de afetação no AVC. Algumas pessoas não conseguem contrair
qualquer músculo da parte afetada, enquanto outros conservam uma certa capacidade de
movimento.
Além do movimento, nestes pacientes podem ver-se prejudicadas outras funções. Podem
aparecer:
Dificuldades na formação e/ou na compreensão da linguagem (afasia), quando a
lesão localiza-se no hemisfério esquerdo, já que neste se encontram os centros de
controle da linguagem.
Dificuldade em deglutir (disfagia).
Labilidade emocional: passagem do risco ao choro e vice-versa de forma inesperada.
Incontinência urinária.
Perda de visão do mesmo lado da hemiplegia.
O paciente hemiplégico, numa primeira fase, além da perda de movimento, pode apresentar
flacidez da parte afetada que, posteriormente, se converte em espasticidade ou rigidez. Quando
estas aparecem, as extremidades hemiplégicas tendem a adotar posturas estereotipadas e
movimentos característicos, chamados sinergias. Habitualmente, o membro superior afetado
aparece em sinergia flexora, enquanto o membro inferior apresenta uma sinergia extensora. A
recuperação deve iniciar-se com direção centrífuga, ou seja, do tronco para os membros.
A hospitalização dos pacientes durante a fase aguda de um AVC agudo implica gastos
consideráveis. No entanto, estima-se que a internação hospitalar melhora a sobrevivência e a
qualidade de vida posterior (o acidente vascular cerebral abandonado à sua livre evolução
aumenta a invalidez provocada pelas seqüelas). Existe uma série de fatores clínicos que tornam
imprescindível a internação hospitalar:
O diagnóstico é duvidoso.
169
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CONVULSÕES
As convulsões são descargas paroxísticas incontroladas de grupos neuronais, que podem
acompanhar-se de alterações da consciência, da motricidade, da sensibilidade ou da conduta. Se
as crises convulsivas são recorrentes, pode tratar-se de uma epilepsia, e, se o acompanhamento
das convulsões é típico do padrão epiléptico, a condição é uma síndrome epiléptica.
Não existe uma causa evidente da epilepsia. Nos EUA, a maior parte dos casos de epilepsia
(72%) são de etiologia desconhecida. Quanto aos demais padrões convulsivos, ou seja, os 28%
restantes, podem ter a sua origem em: traumatismos cranianos, feridas ou tecido cicatricial no
cérebro, infecções cerebrais e anoxia cerebral do período perinatal. Isto posto, uma das
características destes processos convulsivos consiste na relação existente entre os diferentes
fatores desencadeantes e o aparecimento da crise. Como fatores desencadeantes, podem-se
considerar: o estresse, estímulos visuais repetitivos (luzes de discoteca ou sol por entre as
árvores na estrada), alterações metabólicas (diabéticos), consumo de álcool ou drogas e
supressão do tratamento anticonvulsivo, se existia.
Quanto às suas fases, o aparecimento das crises é semelhante em todos os pacientes, mas
diferente no seu conteúdo. A primeira fase é a fase prodrômica, na qual o paciente pode sofrer
alterações de conduta ou mudanças de humor; esta fase pode durar desde minutos até 1 ou 2
dias. A segunda fase é denominada fase de aura; neste momento, o paciente, antes de sofrer a
convulsão, recebe ou apercebe-se de um sinal sensorial que lhe indica o começo da crise
(sabores estranhos, odores, alterações visuais, acúfenos etc.). Imediatamente, aparece a fase
convulsiva ou crise, na qual o paciente perde a consciência e realiza movimentos tônicos –
clônicos incontrolados, podendo esta fase durar segundos ou minutos. Durante esta fase o
paciente pode machucar-se, ao bater nos objetos que o rodeiam, mordendo a língua, contraindo
os masseteres, podendo haver um relaxamento dos esfíncteres quase patognomônico. Existem
também hipersalivação e hiperventilação, embora, em alguns momentos e pela contração
mantidas dos músculos respiratórios, possa acontecer uma fase de apnéia acompanhada de
170
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
cianose. Após a fase convulsiva, chega-se ao período pós-crise, em que o paciente apresenta uma
situação de aturdimento e, inclusive, com fadiga e alterações da conduta. Esse período pode
durar horas e, a partir de então, o paciente recuperará a sua situação basal.
Estas crises convulsivas são as que se produzem no “grande mal”. Mas há outra forma de
epilepsia na qual não aparecem convulsões tônico-clônicas e que é mais freqüente em pessoas
jovens: é o denominado “pequeno mal”, que se caracteriza pelo aparecimento de ausências. As
ausências são alterações da consciência de uma pessoa, nas quais aparece como desligada da
realidade, com o olhar fixo e sem reagir a estímulos. Estas pequenas crises duram apenas
alguns segundos e podem chegar a passarem despercebidas pelos demais. Após a sua resolução,
e ao contrário do que acontece nas convulsões, o paciente não apresenta letargia nem torpor,
podendo retomar suas atividades sem qualquer tipo de problema, podendo a ausência, inclusive,
não ter sido percebida pelo paciente. As ausências podem desaparecer após a puberdade (por
volta dos 20 anos), mas, a partir de então, o paciente pode sofrer crises convulsivas
generalizadas, o que sucede na maioria dos casos. No entanto, em outros indivíduos, as
ausências desaparecem sem que ocorra qualquer outro transtorno.
171
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Ausência de reflexos.
O paciente
manterá as
pupilas fixas perante luz direta e dilatadas durante 24 horas ou mais, sem
instilação de colírios midriáticos.
Ausência de reflexos oculocefálicos e oculovestibulares aos movimentos bruscos da
cabeça e à instilação de água gelada nos ouvidos.
Não apresenta movimentos faciais.
Sobre a atividade cerebral:
O primeiro eletrencefalograma (EEG), realizado de forma contínua durante 30 min,
deve ser um registro sem atividade, afastando a hipótese de que este registro seja
secundário a uma situação de coma hipotérmico, a uma intoxicação medicamentosa
ou a anomalias metabólicas. Nestes casos, está indicado optar por uma
arteriografia cerebral dos quatro troncos, para demonstrar que o paciente tem
ausência de fluxo cerebral.
O segundo eletrencefalograma deve ser realizado 6 horas depois do primeiro,
devendo registrar igualmente a ausência de atividade cerebral durante 30 min.
Os dois eletrencefalogramas serão alvos de relatório do neurocirurgião ou
neurologista que assina o certificado de morte cerebral.
172
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ASPECTOS TÉCNICOS
Os passos
recomendados para a
implantação de captores de PIC
( no CC)são os seguintes:
Paciente em decúbito dorsal
horizontal, com elevação
de 30º da cabeceira do
leito.
Tricotomia e anti-sepsia de todo o couro cabeludo e colocação de campos estéreis.
Infiltração anestésica convencional da pele, subcutânea e gálea aponeurótica da região
frontal pré-coronal direita, a 5 cm da linha médio-sagital.
Incisão linear coronal de 3 cm da pele, subcutânea e gálea aponeurótica.
Retração dos tecidos com afastado autostático.
Trepanação da calota óssea com broca de meia polegada.
No método epidural, o captor de pressão deve ser posicionado entre a superfície interna da
calota óssea e a dura-máter íntegra e previamente descolada.
Implantação do “parafuso de Richmond” modificado, por rosqueamento, após a abertura
cruciforme ampla da dura-máter e aracnóide.
Passagem cuidadosa de 2 a 3 cm do
catéter de polietileno (sonda de
aspiração traqueal nº 8) em direção
anterior pelo espaço subaracnóide,
após abertura sagital linear da
dura-máter e aracnóide.
Implantação transcortical dos
captores parenquimatosos ou
ventriculares, após abertura
cruciforme da dura-máter e
aracnóide, e coagulação à bipolar da
pia-máter.
Fechamento do couro
cabeludo em redor dos captores rígidos (parafuso, ventricular e parenquimatoso), ou
fechamento total da incisão com saída dos catéteres e cabos flexíveis por túnel
subcutâneo e contra-abertura a 5 cm posteriormente à incisão.
Curativo compressivo e oclusivo.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
A implantação dos captores de PIC deve ser realizada em centro cirúrgico, imediatamente
após grandes neurocirurgias nos métodos ventriculares e parenquimatoso, podendo, os
demais métodos, ser realizados à beira do leito, com técnica asséptica.
REGISTRO DA PRESSÃO
INTRACRANIANA
O aspecto da curva da
PIC registrada
continuamente é o
resultado das
superposições de um
componente pulsátil
(cardíaco e respiratório) e
um componente de linha de
base.
As variações transitórias da
É a principal causa de morte entre 1-44 anos nos EUA, e a terceira causa na população
geral.
Tipos de lesão: * Primária: resultado da injúria inicial (feridas em couro cabeludo; fraturas;
concussão; dano axonal difuso; contusão).
174
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
BRAIN SWELLING: Dilatação e aumento do conteúdo vascular. Pode ocorrer tanto em TCE
leve, como grave. Há hiperemia crescente, levando ao coma. Melhor tratado com
hiperventilacão e Furosemida, pois o Manitol pode agir apenas no tecido, piorando o quadro.
HIC: O aumento do conteúdo vascular e o aumento da massa cerebral podem causar esta
complicação. Deve ser sempre monitorizada, pois o aumento da PIC pode trazer conseqüências
mortais (herniações, isquemias,...). Para sua monitorização, utiliza-se catéter ventricular,
catéter subdural, ou parafuso. Os valores normais são: 0-4 mmHg de 10-20 são aceitáveis; de
20-40 tem-se HIC moderada; > 40 é HIC grave. O tratamento é com cabeceira a 30 graus,
hiperventilação (manter pO2 = 100 e PCO2 = 25-30), sedação e analgesia, controle da febre,
uso de Barbitúricos, diurese osmótica, restrição hídrica, descompressão cirúrgica (s/n).
HERNIAÇÕES: Deslocamentos e distorções do Cérebro em direção a áreas de menor pressão,
causam danos diretos no tec. nervoso, e indiretos, pela elevação da PIC, bloqueio de vasos e
vias liquóricas. As condutas são imediatas e cirúrgicas.
* Condutas no TCE:
Sempre em UTI, e com Neurocirurgião como médico-assistente. Ter cuidado no transporte,
realizar ex. neurológico de rotina e seriado, solicitar exames laboratoriais e CT de Crânio.
Cuidados gerais: cabeceira a 30-60 graus; evitar manipulações quando a PIC estiver elevada.
Passar S. Vesical e SNG, prescrever antiácidos e inibidores de H2. Iniciar dieta assim que
possível, sempre de alto teor energético (NPT, s/n). Evitar hipertermia. Quando o quadro
estiver esclarecido, sedar. Tratar HIC como já descrito. Prescrever anticonvulsivantes
(Fenobarbital ou Hidantoína) e antibióticos (nos TCE abertos e nos pós-operatórios). Tratar
complicações (Meningites, D Insipidus,...).
2. TRM:
Mais comum em jovens (65% ocorrem em < 35a). Mecanismos: compressão (ossos,
hematomas); estiramento com destruição tecidual; edema; distúrbios circulatórios (sec. às
compressões). As lesões podem ser completas (transecção), ou incompletas (concussão,
contusão). Na transecção completa há paralisia flácida imediata, com abolição dos reflexos,
por 3-6 semanas. É o chamado choque medular. Este período pode se alargar na presença de
Sepse e desnutrição. Após este, há aumento da atividade reflexa (piloereção, contrações
musculares, sudorese profusa,...).
Na concussão não há lesão anatômica visível. Ocorre perda transitória da função medular,
com paralisia flácida imediata. Recupera-se totalmente após minutos ou horas. Na contusão
há lesão anatômica visível, com paralisia e anestesia completas por mais de 48h.
Como quadro clínico, além do já citado, o paciente pode apresentar dor radicular (em
queimação, principalmente), abaixo do nível da lesão. Geralmente, esta dor é resistente a
175
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
narcóticos. O estado emocional costuma estar alterado, o que influencia muito na dor.
Alterações termo-reguladoras podem ocorrer, hipotensão ortostática, hipertensão paroxística
(pesquisar distensão de bexiga e reto, nestes casos). Ocorrem também disfunções vesicais e
intestinais, além de atonia gástrica. A disfunção sexual é variável.
Condutas: cuidados no transporte (colar cervical), ex. neurológico seriado (escala de
Frankel), raios X de A-P e perfil de toda a coluna (em reg. cervical, pedir incidência odontóide e
oblíqua com boca aberta), CT, RM em casos de déficit neurológico. Imobilizar a coluna, passar
S. Vesical, administrar Dexametazona (10mg IV) e manter 4mg de 4/4h, chamar
neurocirurgião.
O tratamento em UTI visa às complicações cardio-respiratórias, urinárias, e escaras.
Realizar profilaxia embólica. Acompanhamento fisioterápico e psicológico.
176
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
SEDAÇÃO E ANALGESIA
A dor, tão antiga quanto à própria humanidade, é uma experiência que se caracteriza
pela complexidade, subjetividade e multidimencionalidade.
Conceitualmente, nocicepção é a resposta neural ao estimulo nociceptivo, dor é a
percepção consciente da nocicepção, sofrimento é entendido como respostas afetivas
negativas, geradas pela dor e comportamento de dor como todas as formas de
comportamentos que refletem a experiência dolorosa. A interpretação da sensação dolorosa
sofre influência de diversos fatores. Em humanos, classificam-se freqüentemente em dois
grandes grupos – o sensorial e o psicológico. No primeiro grupo encontramos os fatores
anatômicos, fisiológicos e químicos, enquanto no segundo são os fatores psicossociais e as
variáveis afetivas que determinam o sofrimento.
Nas últimas décadas, avanços consideráveis foram obtidos na compreensão do fenômeno
doloroso, da fisiopatologia da dor e da farmacologia dos antálgicos. No entanto, muito
sofrimento ainda tem sido detectado entre aqueles que a vivenciam. Tal fato deve ser as falhas
nos conhecimentos básicos dos profissionais da área sobre a experiência dolorosa, ao
despreparo dos mesmos em relação à prescrição e administração de analgésicos mais
potentes, como a morfina e seus derivados sintéticos, bem como às deficiências na avaliação
de tal experiência, uma vez que os componentes não – nociceptivos do sofrimento deixam de
ser considerados e tratados em muitas situações de dor.
Alguns profissionais avaliam e tratam à dor de seus pacientes baseando-se apenas em
seus próprios pressupostos ou em conhecimentos adquiridos na área de sua especialização,
ignorando as diferentes perspectivas que podem ser consideradas na analise de uma mesma
situação. Daí a ênfase à equipe multidisciplinar no manejo da dor e na avaliação da mesma,
mediante instrumentos padronizados, dentro da concepção holística do homem.
Dentre os membros da equipe de saúde, os profissionais de enfermagem ocupam posição
estratégica, para avaliação precisa da experiência dolorosa dos pacientes, uma vez que os
assistem durante as 24 horas do dia.
MECANISMO DA DOR
TIPOS DE DOR
Nos casos em que a dor advém de lesões ou doenças das vias periféricas de condução do
impulso nociceptivo ou dos locais que processam a mensagem nociceptiva no sistema nervoso
central, denominam-se dor neuropática e dor central, respectivamente. Nestes casos, a dor
pode advir espontaneamente ou ser gerada por estímulos não-nociceptivos, como o roçar do
algodão sobre a pele.
A dor pode, também, ser classificada em termos temporais. Nesse caso denominar-se-á
dor crônica e dor aguda.
A dor crônica, apesar das controvérsias, tem sido considerada como aquela que persiste
após a cura da lesão ou acompanha patologias crônicas que causam dor continua ou
recorrente, durante meses ou anos.
A dor também pode ser do tipo aguda. Foi definida em 1985 como: “Uma constelação de
experiências sensórias, emocionais e mentais desagradáveis, associadas a certas respostas
autonômicas, psicológicas e comportamentais provocadas por injuria ou doença aguda”.Em
contraste com a dor crônica, a aguda caracteriza-se por um caráter de alerta e proteção, de
inicio súbito, de fácil localização e de duração previsível, sendo geralmente mais intensa no
inicio, diminuindo à medida que a cicatrização ocorre e as substancias algogênicas deixam de
ser liberadas no local. Seu diagnostico e tratamento geralmente são mais fáceis do que a da
dor crônica, porém pode assumir um caráter de cronicidade caso seja aliviada
inadequadamente ou haja crises decorrentes desta dor.
178
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
INDICAÇÕES
Aliviar o medo e a ansiedade
Controlar estados confusionais agudos
Facilitar a ventilação mecânica
Bloquear a resposta fisiológica ao estresse
Facilitar a realização de procedimento à beira do leito
AGENTES SEDATIVOS
BENZODIAZEPÍNICOS
Efeito sedativo
Depressão mínima de ventilação ou do sistema cardiovascular
Ação anticonvulsivante
Ausência de dependência física
Produção de amnésia
Não possui efeito analgésico
Não provoca náuseas ou vômitos
Início de ação rápida e curta duração
BARBITÚRICOS
Reduzem a pressão intracraniana, através da redução do volume sanguíneo cerebral
por indução de vasoconstricção cerebral.
FENOTIAZÍNICOS (CLORPROMAZINA)
Efeito antipsicótico
Profundo efeito ansiolítico
Minimiza a inquietação
Reduz a iniciativa e a emoção
Provoca ressecamento de mucosa
BUTIFERONAS (HALOPERIDOL)
Produz menos sedação que outros fenotiazínicos, com efeitos mínimos sobre a
freqüência cardíaca, pressão arterial e respiração.
180
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
SISTEMA GASTRINTESTINAL
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
181
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
182
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
enzimática. Uma enzima dos pâncreas auxilia na digestão das gorduras. A bílis, produzida no
fígado e armazenada na vesícula biliar, é liberada para o duodeno, sendo necessária para a
dissolução das gorduras e das vitaminas solúveis em gorduras. Outras vitaminas, minerais e
água presentes não necessitam da ação das enzimas.
Quando a ação química se completa através de vários processos, tem início a absorção.
Após a passagem dos resíduos do intestino delgado, através da válvula ileocecal, para o cólon,
a água e alguns eletrólitos, tais como o sódio e o cloreto, são absorvidos no sangue. As
bactérias que se encontram no cólon fazem com que os alimentos não digeridos sofram um
processo de putrefação, sintetizam a vitamina K e as vitaminas B12, B2 e B1, produzindo o gás
que auxilia na impulsão das fezes para o ânus.
Leva de 24 a 40 horas a passagem das fezes através do intestino grosso.
O teste para análise gástrica é realizado para o exame da acidez dos conteúdos estomacais.
O paciente nada recebe via oral, após o jantar, na noite anterior ao teste, e, pela manhã,
uma sonda é passada através do nariz, até o estômago. Uma seringa grande é presa à sonda, e
os conteúdos do estômago são aspirados.
3. Teste de Bernstein
4. Endoscopia
5. Esofagogastroduodenoscopia (EGD)
Para uma EGD completa, ou para qualquer parte deste exame, o paciente é normalmente
medicado antes do procedimento com um tranqüilizante, tal como o diazepan (Valium) ou com
183
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
um narcótico, do tipo hidrocloreto de meperidina (Demerol). Pode ser dada atropina para
reduzir as secreções. Um cateter intravenoso é iniciado ou um escalpe heparinizado é inserido
para administração de uma medicação de emergência adicional. O paciente precisa jejuar de 6
a 12 horas antes do exame.
6. Colonoscopia
O colonoscopia é inserido via anal. O intestino grosso precisa ser totalmente limpo para
ficar claramente visível. O paciente deve manter uma dieta de líquidos claros, por 48 hoars,
antes do exame, recebendo uma laxante, tal como citrato de nagnésia ou óleo de rícino, na
noite anterior, sendo administrados enemas de água pura ou solução salina, até que eles
voltem limpos, 3 a 4 horas antes do procedimento.
7. Proctoscopia e sigmoidoscopis
9. Exame de fezes
As fezes podem ser examinadas devido a bactérias, parasitas, sangue ou análise química.
O processo de digestão muda o sangue que pode estar vindo do estômago ou intestino, de
modo que ele não será observado nas fezes examinadas. O exame químico faz-se necessário,
então, para a detecção de sangue oculto (escondido).
TÉCNICAS TERAPÊUTICAS
1. Lavagem gástrica
2. Gavagem gástrica
A gavagem gástrica é utilizada para oferecer alimentos àqueles pacientes que não
conseguem alimentar-se devido à perda de apetite, inconsciência, fraqueza ou debilidade
excessiva ou obstrução do esôfago. Pacientes com psicose depressiva, bebês prematuros ou
crianças que sofreram cirurgia reparadora da boca podem ser alimentados desta forma. A
sonda é introduzida através do nariz, na direção do estômago, da mesma forma que a sonda
de Levin. Alimentos líquidos ou medicamentos são introduzidos através da sonda, podendo
184
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
fluir por gravidade ou serem controlados por bomba. O paciente deve estar em posição semi-
Fowler ou Fowler elevada, durante a alimentação, e por um mínimo de 30 minutos, após sua
conclusão. Sinais de dor, distensão gástrica ou vômito devem ser imediatamente avisados.
3. Descompressão gastrintestinal (gástrica)
A descompressão do trato gastrintestinal pode ser empregada por várias razões, tais como
a remoção de ar e fluidos do estômago. Uma sonda nasogástrica (sonda de Levin ou Salem) é,
em geral, utilizada para este fim. Ela é lubrificada com uma geléia solúvel em água e passada
através da narina, na direção do esôfago, até o estômago. A sonda é presa com fita adesiva no
rosto ou cavalete do nariz de modo a evitar-se a pressão contra a narina, sendo conectada a
uma máquina de sucção elétrica intermitente, do tipo bomba de drenagem termótica.
4. Descompressão intestinal
O paciente com uma gastrostomia possui uma abertura permanente no estômago, através
da qual é inserido um tubo para fins alimentares. O estômago é saturado à parede abdominal
para evitar que os conteúdos entrem na cavidade abdominal, sendo o cateter fixado por uma
incisão pequena.
A intervenção de enfermagem do paciente inclui o cuidado da pele, a manutenção da
desobstrução do tubo, boa higiene oral e a administração da alimentação prescrita pelo
médico. É comum a existência de uma pequena perda de secreções em torno do tubo, o que
causará escoriações à pele. A lavagem cuidadosa com água e sabão neutro, a secagem total e
a aplicação de terapia tópica costumam manter a pele em estado saudável. No caso de um
tubo ficar bloqueado, ele pode ser suavemente irrigado com uma seringa com bulbo e uma
solução fisiológica salina. Não deve ser utilizada força, e, no caso de o tubo não ser facilmente
desconectável, o médico deve ser avisado. Um segundo tubo deve estar esterilizado e
disponível, para casos de substituição.
185
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ABSCESSOS ABDOMINAIS
Os abscessos abdominais ocorrem mais freqüentemente como complicação de trauma
abdominal fechado ou cirurgia abdominal.
QUADRO CLÍNICO
CONDUTA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PARACENTESE ABDOMINAL
CONSIDERAÇÕES GERAIS E INDICAÇÕES
A paracentese abdominal pode ser utilizada como procedimento diagnóstico e/ou
terapêutico (alívio). Nos casos em que há suspeita de hemoperitônio. Com a paracentese
realizada em quatro quadrantes, obtém-se 20% de positividade com 200ml de sangue e 80%
com 500ml de sangue na cavidade peritoneal. Vários autores consideram que há melhor
rendimento com a lavagem peritoneal (realizada com cateter de diálise peritoneal), para
diagnóstico do abdômen agudo (traumático ou não).
Atualmente a paracentese é mais usada como método diagnóstico para ascite (infecciosa
ou não). Pode ser necessário ecografia e/ou estudo radiológico para a confirmação, localização
e orientação da punção. Nos casos de gravidez ectópica rota, em aproximadamente 95% dos
casos o diagnóstico é melhor realizado por culdocentese.
CAUSAS DA ASCITE
Cirrose*
Peritonite bacteriana
Bileperitônio
Insuficiência tricúspide
Mixedema
Vasculite
Quiloperitônio
Obstrução de veia hepática
Derivação ventriculoperitoneal
Pós-operatório
Síndrome nefrótica – doença renal crônica
Gastroenteropatia perdedora de proteína
Síndrome de Budd-Chiari
Tuberculose*
Doença pancreática
Insuficiência Cardíaca congestiva
Pericardite constritiva
Hematoma*
Neoplasia metastática*
Infarto intestinal
Fístula ureteroperitoneal
Trombose de veia porta
Tumor ovariano (Meigs)
187
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PRECAUÇÕES
Esvaziar a bexiga
Revisar a coagulabilidade do paciente
Evitar punção sobre os retos abdominais pela presença dos vasos epigástricos
(inferiores e superiores)
Evitar andar superior do abdômen – hepato e/ou esplenomegalia
Evitar circulação colateral visível na parede abdominal
Evitar punção sobre áreas de cicatriz (lapototomia)
Considerar que distensão abdominal e gestação são contra-indicadas relativas.
MATERIAL
Intracath, agulha de punção lombar nº10 ou gelco nº14, seringas de 20 ml, lidocaína a 2%
sem vasoconstritor, agulha para anestesia, campo fenestrado, 1 cuba, pinça de Alles, gaze,
micropore, equipo de soro e frasco, se necessário para drenagem contínua; 3 frascos para
coleta de material sendo 1 com citrato (proporção citrato/material 1:5) ou heparina (proporção
heparina/material 1:10).
TÉCNICA
Na maioria das vezes a punção é realizada com o paciente em decúbito dorsal (podendo ser
feita em ostostatismo, decúbito lateral, etc.). Após anti-sepsia, infiltra-se a parede abdominal
da pele ao peritônio. A seguir, penetra-se com agulha conectada à seringa em aspiração, até
que o líquido seja alcançado. São necessários 50 a 100 ml de líquido para a análise. Para
retirar-se grande volume, pode-se utilizar um cateter plástico (intracath) para drenagem em
sistema fechado.
COMPLICAÇÕES
Hemorragia
Distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos (p. ex: insuficiência renal, como hepático,
hiponatremia, etc.).
Quadro semelhante ao choque por retirada de grande volume de líquido (geralmente
volume acima de 100ml rapidamente).
Perfuração de alça (com ou sem peritonite)
Laceração mesentérica
Corpo estranho intra-abdominal (fragmentado de cateter).
Persistência na drenagem de líquido (pode ser necessária satura no local).
188
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
A HEMORRAGIA DIGESTIVA
ASPECTOS GERAIS
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
LAVAGEM GÁSTRICA
É um procedimento que consiste na introdução de certa quantidade de líquido (água ou
soro, à temperatura ambiente ou frio) na cavidade gástrica do paciente, através de sonda.
Indicações do procedimento:
No tratamento das hemorragias digestivas:
– Para retirar do estômago coágulos retidos.
– Para controlar a presença de hemorragia e tentar proceder à hemostasia local pela
vasoconstrição que produz o contato de substâncias frias com a mucosa gástrica.
Para eliminar as substâncias restantes contidas no estômago e que sejam causa de
intoxicação:
Alimentos em mau estado.
Ingestão de tóxicos ou medicamentos. Não se realizará nunca em intoxicações com
substâncias ácidas ou alcalinas.
RISCOS
Relacionados com o procedimento:
Dificuldade na introdução da sonda.
Problemas respiratórios se a sonda se aloja nas vias respiratórias. O paciente
apresentará: tosse, cianose e dificuldade respiratória, devendo a sonda ser
imediatamente retirada e colocada de novo.
Desprendimento de coágulos já formados, erosões na mucosa e agravamento do quadro
clínico, se a aspiração do conteúdo gástrico é realizada de forma brusca, ou ao
introduzir o soro de lavagem (o que torna este tema controvertido).
Relacionados com o paciente:
Náuseas e vômitos, por ser a sonda um corpo estranho.
Relacionados com a proteção e segurança do profissional de saúde:
Contágio por processos infecto-contagiosos do paciente, se é portador de hepatite B,
infecção por HIV.
PONTOS – CHAVES
Não forçar a passagem da sonda.
Manter a sonda permeável, uma vez que a saída de coágulos pode obstruir o lúmen.
O médico prescreverá a freqüência de lavagens gástricas. Por exemplo, a cada 2 horas,
até que cesse a hemorragia.
Se a cor do lavado é vermelha (a cor do sangue fresco), o enfermeiro deverá estar alerta
face a possíveis complicações; as mais importantes são a hipovolemia e o estado de
choque.
Obstrução da sonda por coágulos.
Agravamento do estado clínico do paciente, entrando em situação de urgência: choque,
parada cardiorrespiratória.
190
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
A PEG constitui-se em: Percutânea (através da pele); endoscópica (método utilizado para
inserção de sonda de nutrição) e gastronomia (orifício de passagem pra dentro do estômago). A
sonda deverá ser colocada dentro do estômago ultrapassando a pele, servindo de instrumento
para infusão das dietas liquidificadas adequadas pelo período de tempo que seja necessário.
Após concluído o período previsto de permanência, a sonda é retirada com o local de inserção
na pele fechado espontaneamente.
O médico assistente e a nutricionista deverão determinar o tipo de suplemento nutricional
a ser utilizado e a freqüência de administração durante o dia. Medicações também podem ser
administradas, dissolvidas sem água. Este procedimento pode ser realizado em crianças,
adultos e idosos.
Características da sonda
É fabricada em material flexível, plástico ou borracha, e dispõe de dois balões (balão
esofágico e balão gástrico) e um ou dois lúmens idênticos aos das sondas nasogástricas ou
nasoesofágicas.
Estes lúmens estão marcados com diferentes cores e rotulados geralmente em inglês,
para facilitar o seu conhecimento.
A sonda gástrica tem a mesma função que uma sonda nasogástrica.
O balão gástrico insufla-se com água ou ar e serve para posição correta.
O lúmen esofágico, que apenas existe na modificação de Minesota, deve ser conectado a
uma aspiração suave, para a drenagem de secreções, evitando assim a
broncoaspiração.
O globo esofágico é insuflado com ar e tem como função comprimir as varizes
esofágicas.
191
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Para assegurar sua eficácia, é fundamental controlar sua pressão a cada hora.
A colocação da sonda de Sengstaken Blackemore tem como objetivo tamponar as varizes
esofágicas para deter seu sangramento.
Indicações do procedimento:
Nos pacientes com hemorragia ativa por varizes esofágicas, se não se conseguiu
controlar o sangramento mediante esclerose durante a endoscopia diagnóstica.
Em pacientes com elevada suspeita de sangramento por varizes sofágicas, não sendo
possível praticar uma endoscopia de urgência.
RISCOS
Relacionados com o procedimento
Broncoaspiração, evitada com o sistema de aspiração esofágica.
Asfixia, pelo deslocamento do balão esofágico para a faringe. Face a esta urgência,
desinsuflam-se os balões e procede-se à retirada imediata da sonda.
PONTOS – CHAVE
Antes de colocar a sonda no paciente, verificar a integridade dos balões gástrico e
esofágico.
Prestar atenção às conexões dos lúmens da sonda e à utilidade destas.
Manter os balões bem insuflados. Controlar a pressão do balão esofágico a cada hora,
para que não perca pressão nem, eficácia.
Observar a hemorragia ou a sua parada. Observar a quantidade e as características do
drenado gástrico.
Ao fim de 24 horas de introduzida a sonda, procede-se à desinsuflação do balão
gástrico.
Enquanto tiver a sonda, o paciente terá prescrita dieta “zero”.
Para substituir o saco coletor ou os aspirados, deve-se pinçar a sonda.
COMPLICAÇÕES
Agravamento do estado clínico do paciente: presença de hemorragia ativa, choque,
parada cardiorrespiratória.
Obstrução da sonda por presença e retenção de coágulos.
Ruptura esofágica, porque o balão está excessivamente insuflado.
Ulceração por atrito da sonda.
192
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CONTRA INDICAÇÕES
Pacientes com TGI funcional capaz de absorção adequada de nutrientes
Dependência prevista de NPT máxima de 5 dias
Cirurgias urgentes não devem ser postergadas para realização de NPT
Quando o suporte agressivo não é desejado pelo paciente ou responsável
Pacientes cujo prognóstico não depende da NPT
Quando o risco na NPT excede os benefícios
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
– Veia cava superior
– Utilizar catéteres de silicone
– Menor efeito trombogênico
Curativo -> Filme transparente (Bioclusive), trocar a cada 7 dias
Via de administração única (não infundir outras soluções ou sangue na mesma via)
Sistema de infusão -> trocar com 48 horas
PREPARAÇÃO DOS FLUIDOS
Todas as soluções devem ser preparadas e misturadas por um farmacêutico em condições
totalmente assépticas. Ainda não se foi definida uma opinião sobre mistura de lipídeos com
aminoácidos e glicose. Assim sendo, administra-se estas soluções simultaneamente por meio
de sistemas de infusão de 2 ou 3 vias.
SISTEMA DE INFUSÃO
A taxa de infusão é melhor controlada pelo uso de bombas de infusão. Na falta delas,
utilizar buretas para prevenir infusão rápida de quantidades maciças de solução.
Tromboflebite
Infecção
Pneumotórax
Hidrotórax
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Embolia no catéter
Embolia gasosa
Lesão do plexo braquial
Lesão do ducto torácico
Hemotórax
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
Hiperglicemia e hiperosmolaridade
Hipoglicemia
Disfunção hepática
Colelitíase
Hiperlipidemia
Uremia
Hipercapnia
Distúrbios eletrolíticos
COMPLICAÇÕES RARAS
Na primeira via
Solução de aminoácidos a 10% (ceme-lab. Darrow) - 500 ml
Solução de glicose a 50% - 500 ml
NaCL a 20% - 10 ml
KCL a 10% - 10 ml
Sulfato de magnésio a 50% - 3 ml
Fosfato ácido de potássio a 2 mEq/ml - 10 ml
Acetato de sódio a 2 mEq/ml - 5 ml
Heparina - 1000 UI
Insulina - 15 a 30 UI
Polivit A - 1 ampola
Polivit B - 1 ampola
Politrace 5 - 1 ampola
Selevit - 1 ampola
Vitamina C - 2 ml
Na segunda via
* solução de lipídeos a 10% - 500 ml
Por veia periférica
* gluconato de cálcio a 10% - 10 ml
194
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
INDICAÇÕES
Pacientes que apresentam um aparelho digestivo funcionante e que não conseguem ingerir
por via oral uma quantidade adequada do alimento para suprir suas necessidades
metabólicas do momento .
Anorexia nervosa
Trauma
Avc
Processos inflamatórios
Neoplasia
Coma
Pré e pós-operatórios
Queimaduras
Politrauma
Rádio-quimioterapia
Pancreatite
Fístulas altas
Insuficiência renal , hepática e respiratória
CONTRA INDICAÇÕES
Íleo adinâmico
Obstruções intestinais
Hemorragia digestiva alta
Situações em que o intestino necessita de repouso
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Oral (complementação dietética)
Sondas (nasogástrica e nasoentérica)
Ostomias (esofagostomia, gastrostomia, jejunostomia)
DISTRIBUIÇÃO CALÓRICA
Proteínas: 10 a 15 %
Carboidratos: 50 a 60 % do valor calórico total
Lipídeos: 25 a 35 %
VISCOSIDADE: Devem apresentar baixo grau de viscosidade devido ao calibre das sondas
gastroentéricas, para evitar dificuldade na infusão ou obstrução.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
198
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PROTEÍNAS
Poliméricas: proteína isolada
Oligoméricas: hidrolisados protéicos
Monoméricas: aminoácidos
LIPÍDEOS
Óleos vegetais
Triglicérides de cadeia média
Lecitina de soja
Ácidos graxos essenciais
ELETRÓLITOS
CARBOIDRATOS
3. Mono / dissacarídeos
4. Polissacarídeos
5. Oligossacarídeos
FORMA DE INFUSÃO:
INTERMITENTE:
Gota a gota
Bólus
Vantagens:
simula nutrição oral
permite deambulação
maior conveniência
baixo custo
Desvantagens:
Maior risco de aspiração
Retardo no esvaziamento gástrico
199
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Vantagens:
Melhor absorção
Maior tolerância
Atinge mais rápido a meta nutricional
Menos complicações gastrointestinais
Desvantagens:
Maior custo
Necessita de bomba de infusão
OBSERVAÇÕES
COMPLICAÇÕES
Obstrução da sonda
Irritação da mucosa
Náusea e vômito
Flatulência e distensão
Cólica e diarréia
Hiperglicemia
Coma hiperosmolar
Distúrbios eletrolíticos
Broncoaspiração
200
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
201
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Patógenos são microrganismos que são capazes de produzir danos teciduais ou doenças sob
condições favoráveis.
A virulência refere-se à potência do patógeno e à capacidade para produzir doença. Quanto
mais alta a virulência, maior será o potencial para desenvolver doenças.
Patógenos Primários refere-se a microrganismos altamente virulentos, que são capazes de
produzir doenças com poucos números deles. Os oportunistas são de baixa virulência e
requerem grande número para produzir infecção.
202
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
203
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Traumatismo
celular
Liberação de quininas,
histamina, prostaglandinas
Vasodilatação local
Hiperemia
Permeabilidade capilar
Exsudato líquido
1) Estafilococos
Os estafilococos são cocos Gram-negativso; eles são anaeróbicos facultativos, mas crescem
sob condições aeróbicas.
Inúmeros processos de doença estão associados com S. aureus. As portas de entrada são a
pele, o trato respiratório e o geniturinário.
Estafilococos patogênicos crescem no suor, urina, tecidos e pele dos seres humanos.
204
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
2) Estreptococos
Muitos estreptococos são Gram-positivos, imóveis, microrganismos de forma não-
esporulada, normalmente encontrados na flora normal do trato superior, geniturinário e
gastrointestinal. Os estreptococos podem existir em ambientes aeróbicos ou anaeróbicos.
A transmissão do estreptococo de uma pessoa infectada para um hospedeiro suscetível
ocorre por contato direto e pela contaminação do ambiente. O contato direto pode ocorrer pela
contaminação de perdigotos infecciosos expelidos da narina e boca ou pelo contato manual. O
contato indireto se dá através do ar e poeira do ambiente.
3) Neisseria
As espécies neissérias são Gram-negativas. A N. gonorrhoeae alcança os tecidos após ser
depositada sobre e pela escavação da membrana mucosa, de onde espalham-se para os vasos
linfáticos e sanguíneos. A N. meningitidis capaz de causar meningite aguda nas pessoas.
4) Clostridium
Membros do gênero Clostridium são Gram-positivos. O C. tetani é o causador do tétano
(opistótono) nos humanos. Clostridium difficile é o causador mais comum de colites
relacionadas a antibióticos.
5) Pseudomonas
A espécie anaeróbica de Pseudomonas patógenas melhor conhecida em humanos é P.
aeruginosa. P. aeruginosa tem sido encontrada em crescimento em líquidos intravenosos e
soluções de sabão.
Pode acometer um paciente debilitado que tem queimaduras extensas ou lesões
traumáticas. A. P. aeruginosa é predominante na assistência crítica e unidade de queimados.
6) Salmonella
As espécies Salmonella são membros de uma ampla classificação de microorganismos que
são, com frequência, chamados bacilos entéricos (ou coliformes) porque eles habitam
intestinal das pessoas. Estes microrganismos são Gram-negativos. A infecção por Salmonella
nas pessoas é adquirida pela ingestão de microrganismos, usualmente nos alimentos e água
contaminados.
Outras complicações da Salmonella incluem a Endocardite, Meningite, Hepatite e
perfuração intestinal.
A S. typhosa é o agente causador da Febre Tifóide.
7) Escherichia
A Escherichia coli, um bacilo Gram-negativo facultativo, é o agente etiológico em 90% das
infecções do trato urinário adquiridas na comunidade (Ellner & Neu, 1992). A E. coli é uma
das causas mais comuns de septicemia, inflamação do fígado e infecções da vesícula biliar e
trato urinário, especialmente quando as defesas do hospedeiro estão inadequadas, como nas
crianças e pacientes idosos com doenças terminal.
8) Proteus
Microrganismos Proteus são Gram-negativos. Os Proteus são causa frequente de infecções
nosocomiais dos tratos urinário e respiratório.
205
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
9) Mycobacterium
O mycobacterium tuberculosis é um bacilo de forma não-esporulada, imóvel, aeróbico.
O bacilo da Tuberculose dissemina-se no hospedeiro via canais linfáticos e corrente
sanguínea e pelas vias brônquicas e trato gastrointestinal. Estes bacilos podem infectar
praticamente todos os tecidos, inclusive a pele, ossos, nódulos linfáticos, trato intestinal e
trompas de Falópio.
Os bacilos da Tuberculose são transmitidos diretamente por meio de secreções do trato
respiratório, menos frequentemente pelo trato digestivo, por inalação de perdigotos expelidos
durante a tosse ou através do beijo. Eles são transmitidos indiretamente por meio de objetos
contaminados e poeira flutuante no ar.
10) Clamídia
A Chlamydia é uma bactéria cocóide Gram-negativa.
A Chlamydia é altamente infecciosa, facilmente transferida para novos hospedeiros, e é
possivelmente o parasita mais bem sucedido de todos os patógenos microbiais. As clamídias
são transmitidas por contato interpessoal ou transportadas pelas vias respiratórias. A
Chlamydia é encontrada em 4 a 10% das mulheres grávidas.
11) Vírus
Vírus é a palavra em latim que significa veneno. O menor agente infeccioso dos seres
humano é categorizado como vírus. Eles são classificados como pequenas partículas, menor
das células vivas, porque os vírus não têm nenhuma atividade metabólica e devem receber
todos os substratos para sobreviverem na célula do hospedeiro.
Os patógenos virais são transmitidos por via oral e trato respiratório (por exemplo, por
vírus e rinovírus), tratos intestinal e urinário (tais como polivírus e vírus da hepatite tipo A
[HAV], o trato genital (incluindo herpes simples 2 e vírus da imunodeficiência humana [HIV]),
sangue total e hemoderivados.
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS
Precauções com a Transmissão Aérea: Elaboradas para evitar a transmissão de partículas (<
5 mícrons) que ficam em suspensão ou partículas de sujeiras que contém agentes infecciosos,
que podem ser transportadas por longas distâncias, depositando-se nas mucosas ou sendo
inaladas por pessoas suscetíveis, principalmente quando houver correntes de ar.
Precauções com Gotículas: Elaboradas para evitar as transmissões pela deposição de gotículas
(perdigotos > 5 mícrons) nas mucosas (nariz, boca, olhos) de pessoas suscetíveis. Pacientes
colonizados ou infectados emitem perdigotos durante a tosse, fala espirro e aspiração
206
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
traqueal. Os perdigotos, por serem maiores, só se mantêm no ar por curta distância (1 metro)
e por isso essa via de transmissão exige uma proximidade com o paciente (fonte).
Após a retirada das luvas, as mãos deverão sempre ser lavadas, pois as luvas poderão
apresentar defeitos inaparentes ou tornarem-se defeituosas durante o uso, e as mãos podem
ser contaminadas durante a remoção das luvas. Uma vez as luvas tenham sido retiradas, o
mesmo par não deve ser recolocado, devendo ser trocadas após o contato com cada paciente.
Os captes são usados para prevenir a contaminação de roupas e proteger a apele dos
profissionais de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções. Além disso, os profissionais
de saúde devem usar o capote ao cuidar dos pacientes infectados, reduzindo a transmissão
dos patógenos de pacientes ou artigos no seu ambiente para outro paciente ou para o
ambiente. Para que isto ocorra, os capotes deverão ser removidos antes que o profissional saia
do ambiente, e as mãos devem ser lavadas.
Equipamentos e Artigos
Os artigos contaminados disponíveis deverão ser manuseados de maneira a reduzir o risco
de transmissão de microrganismos e diminuir a contaminação ambiental no hospital.
Esses artigos ou equipamentos usados devem ser empacotados em recipientes ou sacos. As
embalagens adequadas devem contaminar o lado externo. Do contrário, devem ser usadas
duas embalagens.
Artigos críticos, artigos semicríticos e não-críticos são limpos e esterilizados ou
desinfectados após usados, para reduzir o risco de transmissão de microrganismos para
outros pacientes. O tipo de reprocessamento é determinado pelas recomendações do
fabricante, pelo programa do hospital ou algum outro manual ou regulamento aplicável.
Especificações
Precaução-Padrão
Lavagem das Mãos
Antes e após o contato com o paciente.
Imediatamente após tocar sangue, fluidos corpóreos, secreções e/ou objetos
contaminados.
Imediatamente após retirar as luvas.
Luvas
Colocar as luvas para tocar, ou quando tocar sangue, fluidos corpóreos, secreções,
excreções, objetos contaminados, mucosa e pele não-íntegra.
Retirá-las imediatamente após o uso e lavar as mãos.
Luvas limpas são o suficiente.
Máscara e Óculos
Devem ser usados para proteger mucosas (olhos, nariz, boca), quando houver risco de
spray ou respingos com sangue, fluidos corpóreos, secreções, excreções.
Capote
Deve ser usado quando houver risco de respingos ou spray de sangue, fluidos
corpóreos, secreções e excreções.
208
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Ambiente
A limpeza do ambiente é padronizada pelo hospital.
Roupa
Manipular quando usada e suja de maneira a não contaminar profissionais, pacientes
e ambiente.
Alojamento do Paciente
Devem ser colocados em quarto privativo aqueles pacientes que, por qualquer motivo,
possam contaminar o ambiente.
Proteção Respiratória
Pessoas suscetíveis à varicela e ao sarampo não devem entrar no quarto.
Usar máscaras próprias para tuberculose.
Transporte
Evitar se necessário, tomar medidas para evitar disseminação.
Máscara
Usar sempre que se aproximas a menos de 1 metro.
Transporte
Evitar; se necessário, o paciente deverá usar máscara.
Precauções de Contato
Precaução-padrão acrescida de:
Quarto
209
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Capote
Deve ser vestido antecipadamente, se houver contato intenso com o paciente ou se este
apresentar doenças com alta concentração bacteriana (diarréia com incotinência,
ferida drenante).
Retirá-lo antes de sair e lavar as mãos.
Transporte
Evitar que o paciente tenha contato direto e indireto.
Equipamento
De preferência exclusivo (termômetro); se não for possível, proceder à limpeza e
desinfecção antes de usá-lo em outro paciente.
210
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
complicações com a utilização desses dispositivos começam com a escolha criteriosa do tipo
de catéter e local de punção; lavagem das mãos antes da inserção, assepsia da pele com
solução de álcool a 70%, inserção asséptica e, em adultos, troca do catéter e do local de
inserção a cada 72 horas; em crianças, não há recomendação do tempo de troca dos catéteres
periféricos. Catéteres de teflon, poliuretano e as agulhas de aço de menor risco para
colonização por aderência de microrganismos, mas as agulhas de aço aumentam os riscos de
infiltração de fluidos no tecido subcutâneo.
Os catéteres médios (10 a 20 cm) são de inserção periférica e não alcançam as veias
centrais. São de menor risco de complicações infecciosas e flebites que os catéteres periféricos
curtos e centrais, e tem um tempo de permanência segura superior a duas semanas, sem
necessidade de troca de rotina. Os cuidados para inserção e manipulação são os mesmos dos
periféricos curtos.
Os catéteres centrais (arteriais ou venosos) são um dos principais fatores predisponentes
de infecções sangüíneas, como doença iatrogênica. As medidas de prevenção devem começar
na seleção do catéter, enfatizando o uso preferencial de catéteres de lume único e de matéria –
prima que minimize a aderência microbiana.
Todos os catéteres centrais devem ser inseridos segundo critérios de assepsia de sala
operatória, ou seja, degermação das mãos do operador, anti-sepsia do local de inserção com
solução de polivinilpirrolidona-iodo (PVPI) ou de clorexidina em avental e campos estéreis,
gorro, máscara e óculos de proteção.
A inserção periférica de catéteres venosos centrais através das veias basílicas ou cefálica
no espaço antecubital deve ser feita sem dissecção venosa por catéteres do tipo Drum /
Cartridge, Cavafix e Venocath. Este tipo de catéter apresenta menores riscos de infecções,
complicações mecânicas (trombose, hemotórax) e baixo custo, quando comparado aos demais
catéteres com necessidade de cateterização por longo tempo em terapias hospitalares ou
domiciliares.
A inserção de catéteres venosos diretamente em vasos centrais é indicada para terapias de
curta permanência (catéteres sem túnel subcutâneo) ou de longa permanência (catéteres
tunelados). Os não – tunelados (por exemplo, Intracath, Cerpofix, Howes, quando inseridos na
veia subclávia, apresentam menor risco de colonização do que os inseridos na jugular interna.
Os catéteres tunelados (por exemplo, Hickman, Broviac, Groshong e Quinton e os de implante
total (Port-a-cath), parecem ser de menor risco de complicações infecciosas que os não-
tunelados.
Os catéteres da artéria pulmonar (por exemplo, Swan – ganz) são inseridos em associação
com um introdutor de teflon e, quando utilizados com o sistema de monitorização da pressão,
são responsáveis por grande número de infecções sangüíneas em UTI. A cateterização e o
introdutor de teflon (com ou sem o catéter) não devem exceder cinco dias.
Todos os componentes devem ser trocados a cada 96 horas (equipos, intra-flow, soluções,
tubo extensor, torneirinhas e transdutores descartáveis e dos sistemas de infusão contínua
para desobstrução do catéter reduzem significativamente os riscos de contaminação e, nestas
condições, permitem a utilização segura do sistema por quatro dias).
Os catéteres venosos centrais (com ou sem túnel) não devem ser substituídos
rotineiramente como medida para minimizar riscos de infecção. A troca de catéteres com fio-
guia deve ficar restrita a casos de mau funcionamento. Equipos e conexões de pacientes sob
cuidados intensivos podem ser trocados a cada 72 horas. Na infusão de sangue,
hemoderivados e emulsões lipídicas, a troca do equipo e conexões devem ser feitas a cada 24
horas.
Soluções de lipídio puro devem ser infundidas no máximo em 12 horas.
Toda solução endovenosa deve ser checada antes da administração para identificação de
turvação visível, rachaduras, vazamentos, substâncias estranhas e prazo de validade. Deve ser
evitado o uso de medicações por multidose; entretanto, quando utilizados, usar uma agulha
estéril para cada punção.
É importante a anti – sepsia do local de inserção do catéter como medida de prevenção de
infecções. Curativos devem permanecer limpos e secos, permitindo a inspeção local e não
deve tracionar o catéter.
212
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Não é indicada a rotina de vigilância por cultura de todos os casos suspeitos de infecção. Na
vigência de sinais e sintomas clínicos de infecção sangüínea, além da cultura do segmento do
catéter, deve ser coletada simultaneamente uma amostra de sangue periférico.
213
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRATO CIRCULATÓRIO
CATETER DE
INSERÇÃO PERIFÉRCA TROCA OBSERVAÇÃO
Trocar cateter e fazer rotação do local Manter o curativo até o
de inserção a cada 72 h. cateter ser removido ou
Cateter Venoso Periférico Paciente de difícil acesso monitorar trocar quando úmido.
para sinais de infecção.
Trocar a cada 72h e a solução a cada
Cateter Hidrolisado 12 horas
Trocar a seringa a cada 24 h e a
solução a cada 12 h
Não indicado troca rotineira. Avaliar
Cateter Venoso Central quando a duração da terapêutica
de Inserção Periférica ultrapassar 06 semanas
Cateter Arterial Periférico Não indicada a troca rotineira. Usar apenas a solução salina
e Dispositivo de Avaliar quando a duração da fisiológica heparinizada.
Monitorização de Pressão terapêutica ultrapassar 5 dias.
(PAM)
214
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
215
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRATO RESPIRATORIO
ARTIGO TROCA OBSERVAÇÃO
Ambú (máscara, válvula e Após o uso Desinfecção com glutaraldeído a 2%, por 30 min ou com
balão) hipoclorito de sódio a 0,02% por 60 min. de silicone:
autoclavar.
Aspiração de secreções: 1. Uso único para cada sessão 2. 1. Descartar após o uso.
1. Sonda 2. A cada 24 h ou quando 2. Autoclavar (esterilização).
2. Frascos/ extensões necessário Aspirar na seqüência: tubo, boca e nariz (RN); tubo, nariz e
boca (adultos)
Usar água destilada em unidose para cada sessão.
1. Cânula endotraqueal 1. Sem padrão de troca 1. Preferir cânulas estéreis (uso único); caso contrario, realizar
2. Cânula de Guedell 2. Realizar troca diária desinfecção com Glutaraldeído a 2%, por 30 min.
2. Realizar higiene oral 04/04h.
Cateter de Oxigênio Uso único (por 24 h) Descartar após o uso
Circuito dos Respiradores A cada 7 dias (partes Circuitos: desinfecção c/ glutaraldeído a 2%, por 30 min ou
com filtro bacteriano/viral desmontáveis). oxido de etileno ou peróxido de hidrogênio.
Filtro bacteriano utilizado a
cada 48 h ou SN
Siliconizados: autoclavar
Filtro: descartar após o uso
Desprezar liquido de condensação das conexões e o residual
dos nebulizadores antes de repor outro.
CPAP/PROLONG/ A cada 48 horas e após uso Desinfecção com Hipoclorito de Sódio a 0,02% ou oxido de
Traquéias etileno
Dreno de tórax Trocar se o nível do drenado Utilizar liquido estéril para o selo d’água (água destilada de SF
Sistema de drenagem for maior ou igual a ¾ do 0,9%)
frasco. Evitar o contato do frasco com o chão.
Trocar curativo da inserção Manter o frasco abaixo do nível do tórax do cliente e orienta-lo
a cada 24 h a assim proceder.
Equipamentos de Anestesia 1. Após cada uso 1. Desinfecção com Glutaraldeído a 2%, por 30 min.
gasosa: 2. Diariamente 2. Desinfecção com álcool a 70% (friccionar, esperar secar e
1. Circuito repetir três vezes a aplicação ou fricção por 30 seg).
2. Superfície externa
do equipamento (carro
máquina,ventiladores)
Laringoscópio Após cada uso Cabo e lamina com lâmpada: desinfecção com álcool a 70%
(fazer 3 fricções).
Lâmina sem lâmpada: autoclavar.
Nebulizador 1. A cada 24 h (a cada sessão 1. Desinfecção com Hipoclorito de Sódio a 0,02%, por 60 min.
1. Continuo se a unidade dispuser de 2. Lavar a mascara após o uso e envolver em campo limpo e
2. Intermitente recursos) seco; manter o aparelho seco. Utilizar líquidos estéreis.
2. A cada 24 h. Desprezar liquido residual após cada sessão.
Traqueostomia 1. Não trocar de rotina. A cada Curativo diário ou quando necessário. No estoma com menos de 24
1. Cânula descartável 24 h, no máximo a cada 8 h, usar luvas estéreis.
2. Cânula metálica dias (avaliar quantidade de Descartar
– Externa secreção ou obstrução) Autoclavar
– Interna A cada 24 h Realizar em condições assépticos em S.O, exceto em emergências
Umidificador para oxigênio A cada 24 h Desinfecção com Hipoclorito de Sódio a 0,02%, por60min e
Uso individual álcool a 70% nas partes metálicas
216
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRATO GASTROINTESTINAL
SÍTIO CIRURGICO
PROCEDIMENTO OBSERVAÇÕES
Deverá ser evitada. Quando necessária, restringi-la a área adjacente à incisão.
Realizar imediatamente antes da cirurgia ou no máximo 2 h antes.
O profissional deverá usar luvas de procedimento não estéril para a realização
da tricotomia.
Deverá ser realizada por profissional treinado, evitando lesões desnecessárias na
Tricotomia pele do paciente.
Utilizar aparelho descartável
Usar solução de PVR degermante ou no caso de paciente alérgico a iodo,
clorohexidina na mesma apresentação.
Após a tricotomia, realizar banho pré-operatório com sabão neutro.
217
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CURATIVO
TIPO TROCA OBSERVAÇÃO
Ferida limpa A cada 24 h Curativo oclusivo
Seguir protocolo de comissão de
prevenção e tratamento de feridas
Ferida Infectada De acordo com a drenagem. No Conforme prescrição médica ou
mínimo 24 h. orientação do grupo de curativos
Dreno de Tórax A cada 24 h Curativo Oclusivo
Coto Umbilical 1. Sem infecção: diariamente 1. Álcool absoluto ou PVP –
ou quando molhado alcoólico a 1%
2. Com infecção: duas vezes
ao dia e quando molhado 2. Álcool a 70%
Traqueostomia A cada 24 horas ou quando Curativo do estoma com menos de
necessário 24 h
SOLUÇÃO ANTISSÉPTICA
SOLUÇÃO OBSERVAÇÃO
Álcool absoluto Mumificação do coto umbilical
Álcool a 70% em peso Anti-sepsia da pele antes da aplicação de medicamentos injetáveis.
Anti-sepsia complementar das mãos pré procedimento de risco
(apresentação da glicerina).
Higiene das mãos em situações indicadas.
Curativo do coto umbilical.
PVP-| 10% (1% de iodo ativo) – Degermação das mãos e antebraços antes de procedimentos
degermante invasivos
Clorexidina a 2% ou 4% -
degermante
Degermação da pele antes de procedimentos invasivos
PVP -| 10% (1% de iodo ativo) – Curativos em geral, queimaduras, traumatismos, infecções de pele
Aquoso (tópico) e mucosa, ferimentos superficiais da pele.
Gluconato de Clorohexidina
0,2% - tópico
Assepsia ginecológica pré exame e parto.
Curativos de feridas abertas
Anti-sepsia complementar das mãos e campo operatório, assim
PVP-| 10% (1% de iodo ativo) – como demarcação da pele.
Alcoólico (tintura)
Clorexidina Alcoólica
Curativos fechados (cirúrgicos).
Opção para pacientes alérgicos ao iodo
As soluções a base de iodo devem ser mantidas em frasco escuro, preservando a luz e
calor.
Almotolias reprocessadas Trocar a cada 07 dias ou antes, caso Lavar as almotolias com
termine o conteúdo (jamais completar o água e sabão e fazer
volume). desinfecção com hipoclorito
de sódio a 0,02% por 60
Pacientes em precauções de contato –
min, sem enxágüe.
individualizar.
Centro Cirúrgico e Obstétrico trocar a cada
24 h.
Almotolias Trocar após o termino da solução. Paciente Descartar após o uso.
descartáveis em isolamento, após a saída do mesmo,
descartar independente do término da
solução.
218
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CUTÂNEO-MUCOSO
CUTÂNEO
PRINCIPIO BÁSICO OBSERVAÇÃO
1. Higienizar as mãos 1. Lavar as mãos antes e após prestar qualquer cuidado ao cliente. Lembrar
também:
Entre procedimentos, ex.: após o banho, antes de realizar curativo;
Após retirar luvas
Depois de cuidados higiênicos pessoais
1.1 Curativos:
Realizar fixação com microfone ou transpone abrangendo área mínima da
pele, dando preferência, sempre que possível ao hipo alérgico.
Observar sinais de alergias
Trocar o curativo sempre que estiver sujo e úmido
2.2 Distribuição do peso
Realizar mudança de decúbito com freqüência em clientes acamados.
Aqueles que podem colaborar na mudança da posição devem ser
esclarecidos claramente da importância de aliviar a pressão óssea na
prevenção de escaras.
2. Evitar lesar ou Manter protuberância óssea protegida contra atrito no leito com filmes.
traumatizar a pele do 2.3 Higiene e cuidados transparentes
cliente durante a Evitar movimentar o cliente do leito com atrito;
prestação da assistência Proteger o cliente contra quedas;
Promover a higiene do cliente utilizando sabonete neutro e água morna;
remover totalmente os vestígios de sabonete;
Após o banho, enxugar bem a pele do cliente e massagear com emolientes
(massagem de conforto) para hidratar e lubrificar.
Manter os lençóis limpos e bem esticados. Trocar roupa sempre que
necessário.
Manter o cliente corretamente posicionado no leito.
Comunicar a equipe envolvida na assistência qualquer sinal de lesão
cutânea
2.4 Nutrição e hidratação
Observar as necessidades nutricionais e hídricas do cliente.
3. Manter técnica Realizar punção venosa com técnica asséptica.
asséptica durante a
prestação da assistência
Evitar reintroduzir o scalp na pele. Substituir por outro estéril a cada
nova tentativa de veno punção.
CUTÂNEO-MUCOSO
4. Manter integridade Lavagem rigorosa das mãos antes de manusear alimentos dos clientes.
mucosa Estimular/ realizar higiene oral diariamente, após alimentação e vômitos.
Evitar lesão da mucosa pro procedimentos (aspiração, higiene oral).
ARTIGO OBSERVAÇÃO
Estetoscópio Realizar desinfecção de médio nível com álcool a 70% (fricção por trinta
seg. dos cones e do diafragma).
Caso haja contaminação com matéria orgânica, realizar higienização
prévia com água e sabão neutro.
Esfignomanômetro 1. Lavagem térmica
1. De pano 2. Fricção com álcool a 70%
2. De nylon
Termômetro auxiliar Realizar fricção com álcool a 70% (por 30m seg. até secar).
Evitar deixar o termômetro imerso em soluções quando não estiver
em uso.
219
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TRATO URINÁRIO
ARTIGO TROCA OBSERVAÇÃO
Não existe preconização Descartar após o uso.
de tempo de
permanência.
Esvaziar a bolsa coletora quando atingir 2/3 de sua
capacidade. Ao esvaziar a bolsa fazer desinfecção da
Trocar o sistema
válvula com álcool a 70%.
Sonda Vesical completo (sonda e bolsa
coletora com válvula Em UTI esvaziar 06/06h.
antirefluxo) se houver Fazer a descontaminação do dreno da bolsa coletora
violação, obstrução ou com álcool a 70% antes e após o esvaziamento.
sinais e/ou sintomas Nunca desconectar a sonda do coletor.
clínicos que indiquem
infecção. Manter o fluxo urinário descendente
Manter a bolsa coletora afastada do chão.
Realizar higiene íntima com água e sabão diariamente
ou quantas vezes seja necessário
Não trocar
Cateter supra- rotineiramente. Curativo diário
público Monitorar quanto a
sinais e/ou sintomas de
infecção
Drenagem por Diariamente Observar higiene íntima rigorosa com água e sábado
dispositivos quantas vezes seja necessário.
urinários
outro.
Após contato com objetos inanimados que estejam ____
nas áreas próximas ao paciente.
☺ sim ☺ Sim
Após remoção de luvas
☺ sim
____ ____
Antes de contato com o paciente imunossuprimido ____
Antes e após usar o banheiro
☺ sim
____ ____
Antes de alimentar-se
☺ Sim
____ ____
Após contaminação grosseira das mãos com microorganismos, recomenda-se a utilização de sabão
anti-séptico ou a lavagem básica e anti-sepsia complementar com álcool gel.
Fonte: Adaptado do Manual de Qualidade e Controle de Infecção Hospitalar – 2ª ed. Revista e ampliada
– Bahia 2004.
220
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ARTIGOS
RISCO DE SANGRAMENTO EM CIRURGIA CARDÍACA
Te r ç a - fe i r a , 2 4 d e Fe ve re i r o de 2 0 09
Apesar dos grandes avanços alcançados, o sangramento continua sendo uma das principais
complicações em cirurgia cardíaca, particularmente com o advento de procedimentos mais
complexos, com períodos prolongados de circulação extracorpórea e intervenções em pacientes
agudamente descompensados. Além da elevação dos custos hospitalares, a transfusão de
sangue e hemoderivados e a revisão cirúrgica de hemostasia incrementam significativamente a
morbidade e a mortalidade. Desta maneira, o conhecimento dos fatores de risco de
sangramento pelo enfermeiro intensivista é fundamental para a adoção de medidas
preventivas e terapêuticas. Devido à natureza multifatorial do problema, torna-se necessária a
instituição de protocolos universais, que invariavelmente esbarram nas alterações de
coagulação causadas pela circulação extracorpórea (CEC). Vários métodos foram propostos na
tentativa de minimizar a perda sanguínea em cirurgia cardíaca, incluindo:
uso de cell saver; autotransfusão; circuitos revestidos de heparina; filtro de leucócitos;
drogas antifibrinolíticas.
Os incovenientes destes métodos residem no seu elevado custo para a ampla implementação
rotineira.
A revisão cirúrgica de hemostasia é necessária naqueles pacientes com sangramento agudo ou
persistente que não possa ser explicado por distúrbios de coagulação e que não responderam
à correção de fatores específicos. Em pouco menos da metade dos pacientes não se encontra
nenhuma fonte de sangramento, sendo a coagulopatia usualmente determinada como a causa
principal. A repercussão clínica da revisão de hemostasia é importante, já que eleva em três
vezes a mortalidade hospitalar, quatro vezes a ocorrência de insuficiência renal aguda e de
sepse. O sangramento mediastinal em cirurgia cardíaca é multifatorial. O sangramento peri-
operatório está relacionado à lesão cirúrgica de vasos sanguíneos e a defeitos dos mecanismos
hemostáticos. A CEC é considerada um dos fatores mais importantes de sangramento, de
acordo com os vários estudos que abordaram o tema .Os distúrbios de coagulação
normalmente estão ligados à exposição de elementos figurados do sangue ao circuito
extracorpóreo. Comprovadamente, a CEC causa redução do nível de fatores de coagulação,
estimulação da fibrinólise, indução de plaquetopenia, coagulação intravascular disseminada e
disfunção plaquetária, além de efeitos na heparina e protamina circulantes. Os achados
clínicos corroboram tal hipótese, desde que tanto o uso da CEC, como a sua temperatura e,
principalmente, a sua duração prolongada estiveram diretamente associados a maior
sangramento nas primeiras 24 horas de pós-operatório. A plaquetopenia pré-operatória é um
dos fatores independentes de risco de sangramento, sendo potencializada pela CEC.
De acordo com estudos prévios , as operações de emergência apresentaram maior
sangramento que as eletivas. Atribuem este fato ao uso prévio de aspirina e de inibidores da
proteína IIb/IIIa. O uso de aspirina como fator de risco de sangramento ainda é um tema
controverso. Com relação aos inibidores da proteína IIb/IIIa, as operações foram programadas
A heparina, não fracionada ou de baixo peso molecular, em qualquer momento do pré-
operatório, parece não influenciar o sangramento. KINCAID et al. encontraram maior
sangramento em pacientes que receberam heparina de baixo peso molecular há menos de 12
horas antes da operação; fato que deve estar relacionado ao efeito anti-Xa, com pico de ação
de 12 horas em 30% dos casos, apesar da meia-vida ser de 5 a 6 horas.
Tanto a dose de heparina quanto a de protamina não alteraram o volume de sangramento no
pós-operatório. O controle do tempo de coagulação ativado é a estratégia mais segura na
indicação da neutralização adicional da heparina circulante. A infusão empírica de doses
extras de protamina em pacientes com sangramento pode potencializar o sangramento.
221
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Entretanto, dose adicional de 30% da dose total de protamina nas primeiras horas do pós-
operatório provou ser eficaz no controle do efeito rebote da heparina, reduzindo o sangramento
e a necessidade transfusional .
Reoperações e operações combinadas normalmente estão associadas a maior sangramento. O
uso de antifibrinolíticos mostrou-se eficaz na redução de sangramento e de necessidades
transfusionais em estudos prospectivos randomizados. Nesta série, não observamos diferenças
significativas, talvez pelo fato dos antifibrinolíticos terem neutralizado o maior risco de
sangramento em pacientes submetidos a reoperações e operações combinadas.
Com relação ao pós-operatório, a acidose metabólica foi o único fator independente de risco
associado a sangramento. Em geral foi causada por quadros de baixo débito cardíaco, quer
por choque cardiogênico ou por hipovolemia. Apesar de não ter alterado o sangramento em
nossa série, a hipotermia foi implicada como fator de risco em outros estudos.
Ao admitir o paciente em POI de cirurgia cardíaca, levando em conta todos os fatores que
desencadeiam o sangramento em pós operatório o enfermeiro deve se informar sobre as
seguintes situações:
1- Tempo de cirurgia
2- Número de hemotrasfusões durante a cirurgia
3- Tempo de circulação extra-corpórea
4- Presença ou não de indução hipotérmica no ato cirúrgico
A equipe de enfermagem deve estar apta na identificação precoce de tal complicação, devendo
fazer parte do plano de cuidados os seguintes itens:
1- Anotar débito dos drenos de 1/1 hr
2- Avisar se débito dos drenos for maior ou igual à 100 ml/h nas primeiras horas
3- Estar atento a sinais de choque hipovolêmico
4- Avisar se PAM menor que 80 mmHg
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Moulton MJ, Creswell LL, Mackey ME, Cox JL, Rosenbloom M. Reexploration for bleeding is a
risk factor for adverse outcomes after cardiac operations. J Thorac Cardiovasc Surg
1996;111:1037-46
Unsworth-White MJ, Herriot A, Valencia O, Poloniecki J, Smith EE, Murday AJ et al.
Resternotomy for bleeding after cardiac operation: a marker for increased morbidity
Ao admitirmos o paciente na UTI, devemos verificar com o cirurgião, com o anestesista e com
o enfermeiro do centro cirúrgico, vários itens de fundamental importância para um adequado
pós-operatório. O enfermeiro intensivista ao receber o plantão do paciente que esta por vir do
centro cirúrgico deve ser informado de itens importantes como:
1) Diagnóstico da Cardiopatia
Fundamental para conhecermos as alterações hemodinâmicas apresentadas antes da cirurgia,
se a cardiopatia é cianótica ou acianótica, se há hiperfluxo pulmonar e se a cardiopatia é
simples ou complexa.
222
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
2) Procedimento Realizado
Saber se a cirurgia foi corretiva ou paliativa, para definirmos quais os parâmetros de
monitorização esperados e as alterações hemodinâmicas.
3) Tempo de Cirurgia
As cirurgias de grande porte e tempo prolongado levam a uma série de alterações metabólicas
e hormonais, além de um aumento no metabolismo de 50% a 100%.
4) Anestésicos Utilizados
Conhecendo a farmacologia deste elementos, esperamos alterações, como depressão
miocárdica pelo halotano.
5) Tempo de Circulação Extracorpórea (CEC)
O tempo de CEC influencia diretamnte o prognóstico do paciente em POI de cirurgia cardíaca.
A CEC faz com que o sangue proveniente das veias sistêmicas, geralmente das cavas, seja
drenado para um oxigenador que oferece oxigênio (O2) e retira gás carbônico (CO2), e que o
sangue arterializado volte para a raiz da aorta. Os circuitos da CEC são preenchidos por uma
solução chamada perfusato, cuja composição pode ser com cristalóides ou colóides, de acordo
com o hematócrito desejado. Durante a CEC, podemos ter as seguintes alterações:
Hipotermia: é utilizada para reduzir o consumo de O2 e, conseqüentemente, do metabolismo
celular. Pode ser classificada como: leve – temperatura entre 35 a 28o C, moderada -
temperatura entre 27 e 21o C, e profunda – abaixo de 20o C (parada cardiocirculatória total).
A hipotermia acarreta acentuada perda calórica e alteraçõessistêmicas, como hipóxia tecidual,
acidose láctica e aumento da resistência vascular periférica. Os tecidos podem recuperar com
um tempo de parada cardiocirculatória de até 45 minutos;
Hemodiluição: quando utiliza-se cristalóides no perfusatopara diminuir a viscosidade
sangüínea. Diminui as resistências vasculares periférica e pulmonar e a pressão
coloidosmótica. Para evitar este último efeito, pode-se fazer uma hemodiluição parcial,
acrescentando colóide no perfusato;
Coagulopatia: pela utilização da heparina e neutralização inadequada com a protamina.
Ocorre consumo de fatores da coagulação, destruição ou aderência plaquetária ao tubo e
fibrinólise. As alterações são maiores quanto maior o tempo de CEC;
Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica: ocorre aumento da permeabilidade vascular,
com perda transendotelial de líquidos, proteínas e aumento do líquido intersticial. Pela
exposição do sangue nas superfícies não endotelizadas, há ativação de macrófagos, neutrófilos
e plaquetas e liberação de citocinas como fator de necrose tumoral e interleucinas, provocando
lesão endotelial; retenção hídrica: em 30 a 60% da volemia. É decorrente do aumento da
permeabilidade vascular, diminuição da pressão coloidosmótica do plasma e do aumento da
renina e do hormônio antidiurético. Esta retenção ocorre no compartimento intersticial,
levando à edema, principalmente em nível pulmonar;
6) Tempo de Oclusão Aórtica
Pode levar à isquemia em alguns órgãos
7) Volume de Diurese no Transoperatório
Qual foi o valor do volume recebido de hemoderivados (sangue, plasma, plaquetas e
crioprecipitado) durante o ato cirúrgico.
8) Intercorrências Transoperatórias
Verificar se o paciente apreentou qualquer tipo de intercorrência como baixo débito ao sair de
perfusão, hipoxemia, arritmias, acidose, lesão do ducto toráxico, embolias, lesões de
estruturas cardíacas, anomalias cardíacas não verificadas anteriormente.
9) Quais Foram as Drogas Vasoativas Utilizadas na Cirurgia
10) Se Houve Dificuldade de Intubação
Já se preparar para possíveis complicações na extubação.
11) Presença de secreções na árvore respiratória.
Outros diagnósticos ou malformações associadas, síndromes genéticas.
Plano de Cuidados
A equipe de enfermagem deve ficar atenta para que não ocorra perda de drenos, cateteres e
sondas, hipoventilação ou extubação acidental durante a transferência desse paciente da
223
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
maca cirúrgica para o leito de UTI. As condutas iniciais de admissão desse paciente
são:Posicionamento adequado no leito.Conectar o paciente no respirador.Monitorização inicial
(monitor cardíaco, oxímetro de pulso, monitorização hemodinâmica, pressão arterial
médiaIdentificar acessos vasculares: infusão de drogas, hidratação venosa, cateteres para
monitorizações: pressãovenosa central (PVC), pressão arterial média (PAM), pressão de átrio
esquerdo (PAE), etc.Abertura e manipulação corretas de drenos torácicos e de
mediastinoRealizar ECG de admissãoAnotação inicial do volume drenado nos drenos de tórax
e mediastino, obedecendo o valor do selo dágua estabelecido como rotina.Verificação de
sondas: nasogástrica e vesical.Averiguar posição de cânula traqueal através da ausculta,
assim como sua fixação adequada (anotar o número da posição).
Após sua estabilização, o enfermeiro deverá realizar sua evolução baseado numa avaliação
física inicial: coloração da pele e mucosas, enchimento capilar, grau de hidratação, ruídos
adventícios, fonese de bulhas e exame físico geral. O sangramento (drenos de tórax e
mediastino) é a complicação de maior importância, devendo ser avisada se o fluxo de
sangramento for > que 150 ml/h. A hipertensão e a hipotensão arterial devem ser controladas
rapidamente, pois seu reflexo nas coronárias ou nas pontes recém confeccionadas é
extremamente maléfico. O controle dos sinais vitais deve ser realizado a cada 1/1h (nas
primeiras 12 hs), bem como a vigilância intensiva relacionado ao aparecimento de qualquer
arrtimia cardíaca.
Introdução
A obesidade é considerada uma epidemia e afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o
mundo. Nos Estados Unidos, 60% dos homens e 51% das mulheres têm sobrepeso ou
obesidade, sendo 30% com IMC (índice massa corpórea), ou seja: peso (kg)/altura2 (m2) maior
que 30 e 5% mórbidos (IMC > 40). No Brasil, 40% da população está acima do peso e cerca de
10% dos gastos de saúde pública estão relacionados à obesidade.
Significativos avanços têm sido alcançados no tratamento farmacológico da obesidade
mórbida, no entanto, a cirurgia bariátrica é considerada mais eficaz para esses pacientes e é
capaz de resolver boa parte das comorbidades causadas pela obesidade. Os critérios
estabelecidos para indicação de cirurgia bariátrica são: IMC > 40 kg/m2 ou com IMC > 35
kg/m2 quando associado a outras comorbidades. Os pacientes que se enquadram nos critérios
estabelecidos descritos, para ter confirmada a indicação da cirurgia, deverão ainda não
possuir doenças endócrinas específicas; transtorno mental (alcoolismo, drogadição); ou
condições físico-clínicas que contra-indiquem cirurgias de grande porte (cirrose, cardiopatia,
pneumopatia, insuficiência renal crônica e outras). Quatro opções de técnica cirúrgica são
atualmente empregadas: bypass gástrico com Y de Roux, bandagem gástrica vertical,
bandagem gástrica ajustável por via laparoscópica e switch duodenal. Comparativamente, a
mortalidade é de 0,5% a 1% para as cirurgias abertas versus 0,1% a 0,5% para as cirurgias
laparoscópicas, respectivamente. A morbidade para ambas as modalidades cirúrgicas foi
semelhante, em torno de 5%. Apenas 6% a 24% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica
necessitam mais de 24h de internação em UTI, número maior em cirurgias “abertas” (21%)
quando comparado com a laparoscópica (7,6%).
O número de pacientes obesos internados em UTI é cerca 9% a 26%, sendo 1,4% a 7% obesos
mórbidos. Devido ao aumento na indicação de cirurgia bariátrica, tornou-se um desafio
oferecer suporte intensivo que esses pacientes necessitam. Neste cenário, conhecer as
particularidades fisiopatológicas desses pacientes torna-se condição indispensável para o seu
manuseio clínico.
224
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
O paciente obeso geralmente apresenta doença pulmonar restritiva devido ao maior volume de
sangue pulmonar e espessura da parede torácica. Além disso, o diafragma encontra-se em
posição anormal, há resistências nas vias aéreas superiores e aumento na produção de CO 2.
Nessa condição, este é um paciente que pode estar associado a padrão obstrutivo, com
diminuição na capacidade vital e no volume-minuto.
A intubação traqueal pode estar dificultada por alteração na anatomia cervical, macroglossia e
orofaringe redundante; há também maior risco de broncoaspiração no paciente obeso,
particularmente quando houver hérnia hiatal, aumento da pressão intra-abdominal, acidez
gástrica e maior volume gástrico.
A ventilação mecânica é necessária em 0,6% a 7,3% dos pacientes no pós-operatório de
cirurgia bariátrica. O volume-corrente deve ser calculado pelo peso ideal, diminuindo o risco
de barotrauma, distensão alveolar e alta pressão nas vias aéreas. A posição de Trendelemburg
invertida a 45º parece ser melhor que a supina, pois há aumento da pressão arterial de
oxigênio (PaO2), do volume-corrente (VC) e redução na freqüência respiratória.
A restrição pulmonar do pós-operatório persiste por até duas semanas, o que aumenta o
número de complicações pulmonares, como retenção CO2, atelectasia e infiltrado
broncopulmonar. A fisioterapia respiratória, por pressão positiva intermitente (CPAP), tem
efeito benéfico para resolução destas complicações ventilatórias comuns no pós-operatório. O
CPAP restaura a capacidade funcional residual, aumenta oxigenação, melhora a potência
muscular, porém esse efeito não é sustentado. O uso do CPAP não aumenta o risco de
deiscência de sutura, apesar de causar distensão gástrica.
Sistema Cardiovascular
A obesidade é fator de risco independente para síndrome coronariana aguda, diabete melito e
hipertensão. A obesidade abdominal é importante fator de risco para o infarto agudo do
miocárdio (OR 2,24, IC 2,06-2,45, p < 0,0001). Cerca de 60% dos obesos apresentam
hipertensão arterial sistêmica. A maioria é sedentária e por isso oligossintomática para
angina.
O sobrepeso promove pré e pós-carga elevadas, pois há aumento da volemia, níveis de renina,
aldosterona, mineralocorticóide e catecolaminas. Pode haver hipercinesia, hipertrofia
miocárdica e disfunção diastólica, resultando em aumento do trabalho cardíaco. Medidas de
pressão arterial não-invasivas não são fidedignas e, por isso, quando há suspeita de
instabilidade hemodinâmica está indicada a monitorização com cateter arterial.
Sistema Nutricional
A cirurgia bariátrica pode ser dividida em dois grupos: restritivas e malabsortivas com ou sem
restrição. As necessidades nutricionais variam dependendo do grau de restrição e de
malabsorção causada pela cirurgia e também da área do intestino usado para o bypass.
O procedimento restritivo, como bandagem laparoscópica ajustável, tem como objetivo a perda
de peso por restrição do volume total de alimento ingerido.
Dos procedimentos malabsortivos, o mais utilizado é o bypass gástrico em Y de Roux que
envolve o fundo gástrico, corpo e antro, duodeno e jejuno. Conseqüentemente, há maior risco
de se desenvolver deficiência de ferro, vitamina B12, folato e cálcio. Isso porque é no estômago
que o ácido converte o ferro da forma ferrosa em férrica e é no duodeno onde ocorre a sua
absorção. A absorção da vitamina B12 fica muito prejudicada, pois há impossibilidade da
ligação com fator intrínseco condicionado à integrada do duodeno. A deficiência de folato não
é muito comum, mas pode ocorrer quando há baixa ingestão associada.
Modificações da Dieta
A dieta se inicia com líquidos. Deve-se estar atento para a síndrome de Dumping quando o
piloro é afetado ou quando houver bypass do duodeno. Uma a duas semanas após a cirurgia
pode-se iniciar alimentos pastosos e após um mês, dieta leve. As recomendações variam de
um profissional para o outro, assim como a tolerância alimentar depende de cada paciente.
225
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Síndrome de Dumping
É uma resposta fisiológica aos açúcares simples que se caracteriza por tremor, sudorese,
sensação de mal estar, taquicardia e, muitas vezes, intensa diarréia. Isso decorre do poder
osmótico dos açúcares simples além da liberação de insulina.
Trombose
A obesidade é um fator de risco para eventos trombóticos, sendo que o IMC > 40 kg/m2 é fator
de risco independente para morte súbita por tromboembolismo pulmonar (TEP) agudo no pós-
operatório (p < 0,001). A mortalidade total chega a 2% e tem como causa principal o TEP.
A trombose venosa profunda (TVP) e o TEP ocorrem em cerca de 2% a 4% de pacientes
submetidos a bypass gástrico em Y de Roux, com mortalidade de 25% a 67% em pacientes
que desenvolvem embolia pulmonar.
Gonzáles e col, em estudo prospectivo realizado com 660 pacientes, a profilaxia pode ser
realizada com compressão mecânica intermitente no intra-operatório e com heparina de baixo
peso molecular de acordo com o IMC. Pacientes com IMC < 50 kg/m2 receberam 40 mg, por
via subcutânea de enoxaparina, com IMC > 50 kg/m2, 30 mg duas vezes ao dia e IMC > 60
kg/m2 ou com imobilidade relativa receberam profilaxia por período maior, de 10 a 14 dias. O
uso de heparina não-fracionada, heparina de baixo peso molecular ou de compressão
pneumática intermitente dos membros inferiores, está recomendado para pacientes de alto
risco, que serão submetidos à cirurgia eletiva abdominal, com início 1 a 2 horas antes do
procedimento.
Os pacientes em alto risco, com obesidade central, estase venosa e antecedente de TEP podem
se beneficiar com a implantação de filtro de veia cava.
O evento tromboembólico ocorre em média cinco dias após a cirurgia, variando de 0 a 21 dias.
Acesso Vascular
A anatomia distorcida dificulta o acesso venoso central. Verificou-se menor número de
complicações com a utilização da punção da veia jugular interna. Deve haver maior vigilância
contra infecção. O cuidado com áreas intertriginosas precisa ser maior, pois o tecido é
macerado e são áreas de difícil higienização.
Complicações
Deiscência de Sutura
Essa complicação é rara, mas pode ser fatal se não for diagnostica e corrigida rapidamente. Os
sinais mais comuns são taquicardia, insuficiência respiratória (saturação de oxigênio < 92%,
freqüência respiratória > 24), dor abdominal e derrame pleural à esquerda isolado. O principal
diagnóstico diferencial é o tromboembolismo venoso pulmonar. O tratamento deve ser
laparotomia exploradora de urgência.
226
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Referências Bibliográficas.
01. Pieracci FM, Barie PS, Pomp A - Critical care of the bariatric patient. Crit Care Med,
2006;34:1796-1804.
02. FUNDAÇÃO IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002-2003,Brasília, Dez
2004. disponível em http://: www. ibge. gov.br / home /presidencia/ noticias. Acessado em
20/10/2006
03. Buchwald H - Consensus Conference Statement: Bariatric surgery for morbid obesity:
health implications for patients, health professionals, and third-party payers. J Am Coll Surg,
2005;200:593-604.
04. Poulose BK, Griffin MR, Zhu Y et al - National analysis of adverse patient safety events in
bariatric surgery. Am Surg, 2005;71:406-413.
05. El-Solh AA - Clinical approach to the critically ill, morbidly obese patient. Am J Respir Crit
Care Med, 2004;169:557-561.
06. Wu EC, Barba CA - Current practices in the prophylaxis of venous thromboembolism in
bariatric surgery. Obes Surg, 2000;10:7-14.
07. Sapala JA, Wood MH, Schuhknecht MP et al - Fatal pulmonary embolism after bariatric
operations for morbid obesity: a 24-year retrospective analysis. Obes Surg, 2003;13:819-825
Introdução
A obesidade é considerada uma epidemia e afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o
mundo. Nos Estados Unidos, 60% dos homens e 51% das mulheres têm sobrepeso ou
obesidade, sendo 30% com IMC (índice massa corpórea), ou seja: peso (kg)/altura2 (m2) maior
que 30 e 5% mórbidos (IMC > 40). No Brasil, 40% da população está acima do peso e cerca de
10% dos gastos de saúde pública estão relacionados à obesidade.
Significativos avanços têm sido alcançados no tratamento farmacológico da obesidade
mórbida, no entanto, a cirurgia bariátrica é considerada mais eficaz para esses pacientes e é
capaz de resolver boa parte das comorbidades causadas pela obesidade. Os critérios
estabelecidos para indicação de cirurgia bariátrica são: IMC > 40 kg/m2 ou com IMC > 35
kg/m2 quando associado a outras comorbidades. Os pacientes que se enquadram nos critérios
estabelecidos descritos, para ter confirmada a indicação da cirurgia, deverão ainda não
possuir doenças endócrinas específicas; transtorno mental (alcoolismo, drogadição); ou
condições físico-clínicas que contra-indiquem cirurgias de grande porte (cirrose, cardiopatia,
227
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
pneumopatia, insuficiência renal crônica e outras). Quatro opções de técnica cirúrgica são
atualmente empregadas: bypass gástrico com Y de Roux, bandagem gástrica vertical,
bandagem gástrica ajustável por via laparoscópica e switch duodenal. Comparativamente, a
mortalidade é de 0,5% a 1% para as cirurgias abertas versus 0,1% a 0,5% para as cirurgias
laparoscópicas, respectivamente. A morbidade para ambas as modalidades cirúrgicas foi
semelhante, em torno de 5%. Apenas 6% a 24% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica
necessitam mais de 24h de internação em UTI, número maior em cirurgias “abertas” (21%)
quando comparado com a laparoscópica (7,6%).
O número de pacientes obesos internados em UTI é cerca 9% a 26%, sendo 1,4% a 7% obesos
mórbidos. Devido ao aumento na indicação de cirurgia bariátrica, tornou-se um desafio
oferecer suporte intensivo que esses pacientes necessitam. Neste cenário, conhecer as
particularidades fisiopatológicas desses pacientes torna-se condição indispensável para o seu
manuseio clínico.
Sistema Respiratório e Ventilação Mecânica
O paciente obeso geralmente apresenta doença pulmonar restritiva devido ao maior volume de
sangue pulmonar e espessura da parede torácica. Além disso, o diafragma encontra-se em
posição anormal, há resistências nas vias aéreas superiores e aumento na produção de CO 2.
Nessa condição, este é um paciente que pode estar associado a padrão obstrutivo, com
diminuição na capacidade vital e no volume-minuto.
A intubação traqueal pode estar dificultada por alteração na anatomia cervical, macroglossia e
orofaringe redundante; há também maior risco de broncoaspiração no paciente obeso,
particularmente quando houver hérnia hiatal, aumento da pressão intra-abdominal, acidez
gástrica e maior volume gástrico.
A ventilação mecânica é necessária em 0,6% a 7,3% dos pacientes no pós-operatório de
cirurgia bariátrica. O volume-corrente deve ser calculado pelo peso ideal, diminuindo o risco
de barotrauma, distensão alveolar e alta pressão nas vias aéreas. A posição de Trendelemburg
invertida a 45º parece ser melhor que a supina, pois há aumento da pressão arterial de
oxigênio (PaO2), do volume-corrente (VC) e redução na freqüência respiratória.
A restrição pulmonar do pós-operatório persiste por até duas semanas, o que aumenta o
número de complicações pulmonares, como retenção CO2, atelectasia e infiltrado
broncopulmonar. A fisioterapia respiratória, por pressão positiva intermitente (CPAP), tem
efeito benéfico para resolução destas complicações ventilatórias comuns no pós-operatório. O
CPAP restaura a capacidade funcional residual, aumenta oxigenação, melhora a potência
muscular, porém esse efeito não é sustentado. O uso do CPAP não aumenta o risco de
deiscência de sutura, apesar de causar distensão gástrica.
Sistema Cardiovascular
A obesidade é fator de risco independente para síndrome coronariana aguda, diabete melito e
hipertensão. A obesidade abdominal é importante fator de risco para o infarto agudo do
miocárdio (OR 2,24, IC 2,06-2,45, p < 0,0001). Cerca de 60% dos obesos apresentam
hipertensão arterial sistêmica. A maioria é sedentária e por isso oligossintomática para
angina.
O sobrepeso promove pré e pós-carga elevadas, pois há aumento da volemia, níveis de renina,
aldosterona, mineralocorticóide e catecolaminas. Pode haver hipercinesia, hipertrofia
miocárdica e disfunção diastólica, resultando em aumento do trabalho cardíaco. Medidas de
pressão arterial não-invasivas não são fidedignas e, por isso, quando há suspeita de
instabilidade hemodinâmica está indicada a monitorização com cateter arterial.
Sistema Nutricional
A cirurgia bariátrica pode ser dividida em dois grupos: restritivas e malabsortivas com ou sem
restrição. As necessidades nutricionais variam dependendo do grau de restrição e de
malabsorção causada pela cirurgia e também da área do intestino usado para o bypass.
O procedimento restritivo, como bandagem laparoscópica ajustável, tem como objetivo a perda
de peso por restrição do volume total de alimento ingerido.
Dos procedimentos malabsortivos, o mais utilizado é o bypass gástrico em Y de Roux que
envolve o fundo gástrico, corpo e antro, duodeno e jejuno. Conseqüentemente, há maior risco
228
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
de se desenvolver deficiência de ferro, vitamina B12, folato e cálcio. Isso porque é no estômago
que o ácido converte o ferro da forma ferrosa em férrica e é no duodeno onde ocorre a sua
absorção. A absorção da vitamina B12 fica muito prejudicada, pois há impossibilidade da
ligação com fator intrínseco condicionado à integrada do duodeno. A deficiência de folato não
é muito comum, mas pode ocorrer quando há baixa ingestão associada.
Modificações da Dieta
A dieta se inicia com líquidos. Deve-se estar atento para a síndrome de Dumping quando o
piloro é afetado ou quando houver bypass do duodeno. Uma a duas semanas após a cirurgia
pode-se iniciar alimentos pastosos e após um mês, dieta leve. As recomendações variam de
um profissional para o outro, assim como a tolerância alimentar depende de cada paciente.
Náuseas e vômitos são geralmente causadas por superalimentação ou pela deglutição de
fragmentos maiores de alimento. A desidratação é muito comum após o procedimento
cirúrgico e é atribuída principalmente à baixa ingestão de líquidos. Vômito e diarréia podem
exacerbar a desidratação. Como os pacientes não podem ingerir grande quantidade de
líquidos, deve-se estimular a ingestão de pequenas quantidades com maior freqüência.
O paciente obeso deve ter a nutrição parenteral total (NPT) iniciada 3 a 5 dias após a cirurgia,
se estiver impossibilitado de dieta oral. Deve-se tomar cuidado com a síndrome de
realimentação; portanto, inicia-se com 50% da necessidade e do volume estimado nas
primeiras 24h.
Devem-se monitorar os valores de potássio, magnésio e fósforo a cada 3 dias e calcular uma
solução hipocalórica e normo-protéica. A quantidade de calorias a ser fornecida deve ser de 15
a 20 por quilo de peso corporal ajustado (peso atual - peso ideal x 25% + peso ideal). A
proteína deve ser de 1 a 2 g por quilo de peso ajustado. Gastrostomia pode ser considerada no
pós-operatório crítico prolongado.
Síndrome de Dumping
É uma resposta fisiológica aos açúcares simples que se caracteriza por tremor, sudorese,
sensação de mal estar, taquicardia e, muitas vezes, intensa diarréia. Isso decorre do poder
osmótico dos açúcares simples além da liberação de insulina.
Trombose
A obesidade é um fator de risco para eventos trombóticos, sendo que o IMC > 40 kg/m2 é fator
de risco independente para morte súbita por tromboembolismo pulmonar (TEP) agudo no pós-
operatório (p < 0,001). A mortalidade total chega a 2% e tem como causa principal o TEP.
A trombose venosa profunda (TVP) e o TEP ocorrem em cerca de 2% a 4% de pacientes
submetidos a bypass gástrico em Y de Roux, com mortalidade de 25% a 67% em pacientes
que desenvolvem embolia pulmonar.
Gonzáles e col, em estudo prospectivo realizado com 660 pacientes, a profilaxia pode ser
realizada com compressão mecânica intermitente no intra-operatório e com heparina de baixo
peso molecular de acordo com o IMC. Pacientes com IMC < 50 kg/m2 receberam 40 mg, por
via subcutânea de enoxaparina, com IMC > 50 kg/m2, 30 mg duas vezes ao dia e IMC > 60
kg/m2 ou com imobilidade relativa receberam profilaxia por período maior, de 10 a 14 dias. O
uso de heparina não-fracionada, heparina de baixo peso molecular ou de compressão
pneumática intermitente dos membros inferiores, está recomendado para pacientes de alto
risco, que serão submetidos à cirurgia eletiva abdominal, com início 1 a 2 horas antes do
procedimento.
Os pacientes em alto risco, com obesidade central, estase venosa e antecedente de TEP podem
se beneficiar com a implantação de filtro de veia cava.
O evento tromboembólico ocorre em média cinco dias após a cirurgia, variando de 0 a 21 dias.
Acesso Vascular
A anatomia distorcida dificulta o acesso venoso central. Verificou-se menor número de
complicações com a utilização da punção da veia jugular interna. Deve haver maior vigilância
contra infecção. O cuidado com áreas intertriginosas precisa ser maior, pois o tecido é
macerado e são áreas de difícil higienização.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Complicações
Deiscência de Sutura
Essa complicação é rara, mas pode ser fatal se não for diagnostica e corrigida rapidamente. Os
sinais mais comuns são taquicardia, insuficiência respiratória (saturação de oxigênio < 92%,
freqüência respiratória > 24), dor abdominal e derrame pleural à esquerda isolado. O principal
diagnóstico diferencial é o tromboembolismo venoso pulmonar. O tratamento deve ser
laparotomia exploradora de urgência.
Referências Bibliográficas.
01. Pieracci FM, Barie PS, Pomp A - Critical care of the bariatric patient. Crit Care Med,
2006;34:1796-1804.
02. FUNDAÇÃO IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002-2003,Brasília, Dez
2004. disponível em http://: www. ibge. gov.br / home /presidencia/ noticias. Acessado em
20/10/2006
03. Buchwald H - Consensus Conference Statement: Bariatric surgery for morbid obesity:
health implications for patients, health professionals, and third-party payers. J Am Coll Surg,
2005;200:593-604.
04. Poulose BK, Griffin MR, Zhu Y et al - National analysis of adverse patient safety events in
bariatric surgery. Am Surg, 2005;71:406-413.
05. El-Solh AA - Clinical approach to the critically ill, morbidly obese patient. Am J Respir Crit
Care Med, 2004;169:557-561.
06. Wu EC, Barba CA - Current practices in the prophylaxis of venous thromboembolism in
bariatric surgery. Obes Surg, 2000;10:7-14.
07. Sapala JA, Wood MH, Schuhknecht MP et al - Fatal pulmonary embolism after bariatric
operations for morbid obesity: a 24-year retrospective analysis. Obes Surg, 2003;13:819-825.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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parenter enteral nutr 1990; 14: 198-200.
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unidade de terapia intensiva 1999. Revista Brasileira de Nutrição Clínica; 14: 135-144.
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Anzoategui LC — Curso de Educação a Distância em Anestesiologia. São Paulo,
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235
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
236
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
3 horas
Midazolam (1mg/mL) em SG5% + Dobutamina (4 mg/mL): compatíveis por 4 horas
Midazolam (2mg/mL) em SG5% + Dobutamina (4 mg/mL): compatíveis por 4 horas
Morfina (2mg/mL) em SG5% + Tiopental (25 mg/mL) em água destilada:compatíveis por 4
horas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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bexiga, entre a bainha do meato uretral e a sonda vesical. Esta última é a via mais freqüente
pela qual um microorganismo causa infecção urinária relacionada ao cateter.
A incidência de infecção do trato urinário relacionada à cateterização vesical (ITUc) tem
relação direta com a duração da cateterização, estando esse fator sempre presente em análises
multivariadas. Entre os fatores de risco, este tem sido considerado o mais importante para o
desenvolvimento de bacteriúria. Dados estatísticos nos mostram que as infecções urinárias
surgem em 1 a 2% dos pacientes submetidos ao cateterismo vesical simples,e em até 10 a
20% dos pacientes submetidos à sondagem vesical de demora por períodos curtos.
Dentre os patógenos causadores de infecção do trato urinário mais comuns, temos:
E. coli,
Klebsiella spp.,
Proteus spp.,
Enterococus e Enterobacter spp..
Alguns cuidados importantes no manejo da sonda vesical de demora e seus dispositivos
devem ser respeitados pela equipe de enfermagem para a prevenção de infecções relacionadas
a esse procedimento invasivo:
1. Realizar a passagem da sonda obedecendo a técnica correta,
2. Ao transferir o paciente do leito, lembrar sempre de pinçar o tubo do saco coletor para
que não haja refluxo da urina da bolsa coletora para dentro da bexiga (apenas para
sistemas sem válvula anti-refluxo),
3. Manter sempre o saco coletor abaixo da cama do paciente,
4. Nunca desconectar o sistema na junção entre a sonda e o conector da bolsa coletora.
Caso isso ocorra, deve-se retorar a sonda e realizar nova sondagem vesical,
5. Se houver necessidade de trocar a bolsa coletora (quebra da pinça, inutilidade do
dispositivo) deve-se realizar nova sondagem vesical,
6. Ao desprezar a quantidade de urina da bolsa coletora, deve-se utilizar um recepiente
único para cada paciente, limitando essa prática a no máximo três vezes por plantão,
7. Deve-se fixar a sonda corretamente
8. Evitar o uso do exercício vesical para a retirada da sonda pois propicia o surgimento de
infecção urinária,
9. Nunca deve-se desconectar o tubo da bolsa coletora da sua inserção na sonda vesical.
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abdominal compartment syndrome can be predicted early and are har-
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Eletrocardiograma
Deve ser obtido de todos os pacientes admitidos ou a pedido do médico. O ECG
é o traçado elétrico produzido pela atividade cardíaca e reflete o estado real do
coração. É fundamental que o enfermeiro intensivista saiba interpretar seu
traçado, pois muitas vezes, o reconhecimento de arritmias fatais necessita de
intervenção imediata.
Cuidados Básicos na Obtenção do ECG:
1. Lavar as mãos
2. Explicar ao paciente o que irá ser feito
3. Verificar se a área de colocação dos eletrodos está limpa e sem
pelos
4. Realizar a tricotomia nos locais de colocação dos eletrodos se
necessário
5. Colocar os eletrodos nos locais corretos
6. Solicitar ao paciente que não se movimente durante o exame
7. Analisar o traçado
Oximetria de Pulso
A oximetria de pulso é a técnica utilizada para mediar a saturação de oxigênio da
hemoglobina. Utiliza-se um sensor de infra-vermelho e um focodetector que é colocado sobre o
dedo, naris ou lóbulo da orelha. A pulsação do sangue arteriolar é então registrada como um
sinal de luz flutuante para o fotodetector, e esse sinal é transformado dentro de um display
digital em porcentagem de satuação de hemoglobina. Os valores normais da saturação de
oxigênio estão entre 95-100%. O método requer a adoção de cuidados específicos e de baixa
complexidade, que mesmo se não forem executados, poderão no dar uma informação errada
dos valores.
Cuidados básicos na obtenção da oximetria de pulso:
1. Se as extremidades do paciente estiverem frias, procurar aquecê-las, pois a
hipoperfusão distal intervere no valor
2. Remover esmaltes coloridos pois ipossibilita a leitura óptica infravermelha
3. Em caso de alarme de saturação de oxigênio abaixo do limite, verificar primeiro
se o sensor está posicionado adequadamente ao paciente
4. Alternar o local de posicionamento do sensor afim de evitar lesões de pele
5. Manter os alarmes ativos.
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
Deve ser a primeira medida a ser feita no paciente admitido na unidade de terapia intensiva,
240
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
até mesmo antes da realização do ECG. O cuidados básicos são semelhantes aos
cuidados na realização do ECG.
Capnografia
A capnografia é um método não-invasivo utilizado para a detecção do gás
carbônico expirado, porporcionando a análise do CO2 alveolar e da pressão
parcial de gás carbônico no sangue arterial (PaCO2 ). É especialmente útil em
pacientes com ventilação mecânica no qual a hiperventilação é primordial. Os
limites da normalidade variam entre 35-45 mmHg e sua instalação requer
alguns cuidados específicos:
1. Conectar o monitor à rede elétrica, ligar o aparelho e realizar a calibração do
mesmo
2. Conectar adequadamente o sensor de capnografia à cânula orotraqueal.
Referências Bibliográficas
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childhood
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164:16-30
Segundo a (RCD nº 63, 2000) pode-se definir como Nutrição Enteral (NE) toda a
ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de
composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso
por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou
parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral em pacientes
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime
hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos
ou sistemas .
As dietas enterais são classificadas:
Dietas Poliméricas: nutrientes íntegros, com ou sem lactose, baixa osmolaridade, menor
custo, hiperprotéicas, hipercalóricas suplementadas com fibra, etc.
Dietas Oligoméricas: hidrólise enzimática das proteínas, suplementação de aminoácidos
241
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Alguns pacientes podem receber nutrição enteral via sonda nasoenteral pós-pilórica e utilizar
ao mesmo tempo uma sonda nasogástrica para descompressão estomacal. Os sons ouvidos no
estétoscópio após a passagem da sonda nasoentérica não confirmam com segurança a correta
localização da sonda.. A confirmação exata da pisição da sonda deve ser feita apenas pela
radiografia de abdome, devendo a dieta ser liberada para uso após essa confirmação.
Cuidados de Enfermagem na Prevenção de Broncopneumonia Aspirativa
1. Manter o paciente sempre em decúbito elevado (30-40º);
2. Ao iniciar a terapia nutricional, durante as primeiras 24 horas observar se o paciente
tolera a fórmula (não apresenta vômitos, distenção abdominal, diarréia);
3. Liberar o uso da sonda apenas após a confiemação de sua posição pelo método da
radiografia de abdome;
4. Avaliar o posicionamento inicial da sonda por aspiração do conteúdo gástrico e raio X
abdominal.
5. Reavaliar o posicionamento da sonda periodicamente (anotar a posição em prontuário);
Fazer aspiração do resíduo gástrico antes de administrar a dieta;
6. Identificar os pacientes com maior risco de apresentar complicações (ventilação
mecânica, sedação, trauma neurológico, inibição de reflexo motor);
7. Monitorizar a motilidade intestinal e esvaziamento gástrico por meio de volume residual
(menor que 200 ml por 6 horas)
8. Sondas com menor diâmetro parecem reduzir a incidência de refluxo gastro-esofágico
9. Administração intermitente de dieta enteral parece ser mais segura
10.Administração pós-pilórica parece reduzir riscos de complicações
11.Acidificação de deitas enterais não tem mostrado benefícios na prevenção de infecções
respiratórias.
Referências Bibliográficas
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Preparo do paciente
a) O risco-benefício: analisar a mudança que o procedimento ou o exame trará para o
manuseio do paciente;
b) Estabilizar o paciente: cuidado com a hemodinâmica e a ventilação. Rever o acesso às vias
aéreas, oxigenação, acesso venoso, pressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC) e a
necessidade de uso de drogas vasoativas e sedativas. Avaliar sempre se há alguma intervenção
capaz de proporcionar um transporte mais seguro (por exemplo, proceder à intubação
traqueal de um paciente em insuficiência respiratória; sedar um paciente agitado e
combativo);
c) Equipe de transporte: mínimo de duas pessoas - enfermeiro ou técnico de enfermagem e
médico. Fisioterapeutas devem
acompanhar pacientes em ventilação mecânica.
d) Equipamentos e acessórios:
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
• Maca de transporte (idealmente leve, com suporte para bombas de infusão e cilindro de
oxigênio)
• Vias aéreas e ventilação (máscara e bolsa com reservatório de O2, tubos traqueais de
diferentes tamanhos, cânulas
traqueais, laringoscópio e lâmina, cilindro de O2, kit de intubação difícil, ventilador de
transporte)
• Monitorização (estetoscópio, monitor de eletrocardiograma – ECG - e PA invasiva e não-
invasiva, oxímetro de pulso, desfibrilador)
• Medicação para reanimação cardiorrespiratória (adrenalina,atropina, amiodarona); drogas
vasoativas (noradrenalina e dobutamina); sedativos e antídotos (midazolam,diazepam,
morfina, fentanil, flumazenil e naloxona); furosemida;glicose hipertônica; água destilada para
infusão;soluções cristalóides - lembrar que se o transporte no hospital for se prolongar, ter
soluções substitutas das quais o paciente faz uso de:
e) Cateteres e drenos (observar sempre obstrução; esvaziar coletores de urina, gástrico e
outros)
f) Cuidado com o dreno torácico em selo d’água: fechá-lo quando não estiver em posição
inferior à do paciente
g) Comunicação (com elevador e setor de destino, para evitar atrasos durante o trânsito)
Retorno à UTI
a) Estabilizar o paciente (verificar os sinais vitais, reconectar ao monitor da UTI, acoplar ao
ventilador, considerar gasometria arterial)
b) Prevenir complicações (podem acontecer até quatro horas após o transporte)
O paciente em choque
Transportar um paciente com choque é uma das funções mais perigosas e angustiantes para a
equipe médica. É o tipo de situação que o transporte mais altera o prognóstico (para melhor se
o exame trouxer resultados esclarecedores, ou para pior se houver complicações durante o
transporte). Durante este tipo de transferência, atenção para:
• Estabilizar o quadro hemodinâmico ao máximo antes da saída com o paciente (fazer
reposição volêmica, corrigir doses de aminas);
• Usar líquidos isotônicos, ou mesmo hipertônicos, para reposição volêmica rápida;
• Corrigir distúrbios ácido-base e eletrolíticos;
• Preferir acessos venosos calibrosos (veia profunda ou 2 acessos com cateter 14G ou 16G);
• Monitorizar com PA invasiva em casos selecionados16;
• Manter drogas vasoativas em bombas infusoras durante o transporte; as bombas devem ser
leves e funcionar com baterias;
Evitar o transporte, se possível, caso o paciente não puder ser estabilizado.
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MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
O paciente neurológico
O transporte de um paciente neurológico pode ocasionar muitas vezes dano cerebral maior do
que já existia e pode contribuir ou prolongar possíveis déficit neurológicos no futuro.
Lesões neurológicas secundárias são aquelas que ocorrem em minutos, horas ou dias após o
aparecimento primário e afetam negativamente o estágio final da lesão encefálica. É essencial
que o médico previna estas complicações antes da transferência do paciente. Elas são
bastante comuns durante o transporte do paciente grave. A intensidade e a duração de
episódios de hipoxemia, hipotensão arterial e febre são os fatores mais preditivos de
mortalidade nestes pacientes. Por isso deve-se ter atenção nos seguintes pontos:
• Manter cabeceira elevada;
• Imobilizar o politraumatizado - colar cervical (evitar lesões medulares suspeitas);
• Evitar rotações cervicais (podem diminuir o retorno venoso jugular);
• Proteger as vias aéreas (são pacientes predispostos a perda de reflexo de tosse e queda de
língua);
• Oferecer oxigênio e evitar hipercapnia;
• Manter estabilidade hemodinâmica (principalmente evitar hipotensão);
• Corrigir febre, anemia, glicemia e distúrbios do sódio plasmático;
• Levar droga anticonvulsivante;
• Monitorizar pressão intracraniana, se indicada.
Anualmente, em todo território nacional, são atendidos em média 400 mil novos casos de
sepse nas unidades de terapia intensiva, gerendo um percental de mortalidade em torno de
50%. Esse cenário também é assustador no âmbito mundial, fazendo com que fosse instituído
a Campanha Mundial de Sobrevivência a Sepse, ou Surviving Sepsis Campaing. Tal esforço
visa a redução da taxa de mortalidade na sepse nos proximos 5 anos em até 25%. No Brasil, a
campanha é coordenada peloInstituto Latino Americano de Sepse (ILAS).Em termos didáticos,
a campanha se baseia em 10 intervenções diagnósticas e terapêuticas que geram indicadores
de qualidade assistencial. A efiicácia no atendimento a sepse depende diretamente do tempo
de diagnóstico e início do tratamento específico. Essas medidas inicias devem ser instituídas
dentro das primeiras 6 e 24 horas de atendimento, dividindo a campanha em em duas fases:
246
MÓDULO UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Referências Bibliográficas
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