Você está na página 1de 74

332

ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES CRÍTICOS

Login: _____________ Senha: ____________

Aluno(a): ____________________ Turma: ______


333

PACIENTES CRÍTICOS

HISTÓRIA

TERAPIA INTENSIVA

A enfermagem, enquanto profissão teve início na Inglaterra, no século XIX, com o


trabalho de Florence Nightingale, recrutando e treinando um grupo de mulheres para
colaborarem nos cuidados e na higiene dos soldados feridos durante a Guerra da Crimeia
(1854-l856). Nessa época, também com Florence Nightingale, surgiu a ideia de classificar
os doentes de acordo com o grau de dependência, dispondo-os nas enfermarias, de tal
maneira que os mais graves ficassem próximos à área de trabalho das enfermeiras, para
maior vigilância e melhor atendimento.
Com o avanço dos procedimentos cirúrgicos, a necessidade de maiores cuidados ao
paciente, durante o período pós-operatório imediato, levou ao desenvolvimento das
unidades especiais de terapia. Inicialmente o tratamento era realizado em salas especiais,
adjacentes às salas de cirurgias, sendo o acompanhamento conduzido pelo cirurgião e,
posteriormente, pelo anestesista. Com o passar do tempo, foi atribuído a enfermeiros e à
equipe a responsabilidade direta pela observação e tratamento clínico dos pacientes de
risco.
As unidades de terapia intensiva evoluíram com a criação das salas de recuperação
na década de 20, para assistência a pacientes de neurocirúrgica, no Hospital "Johns
Hopkins", na década de 30 em Teubingen, na Alemanha, com a assistência intensiva pós-
operatória. Na década de 40, surgiram salas de recuperação cirúrgica em Rochester,
Minnesota e Nova York e em Nova Orleans no "Ochsner Clinic".

Durante a epidemia de poliomielite nos anos 50 sobrecarregou os hospitais e forçou


a criação de centros regionais para o atendimento dos pacientes. Estes centros de pólio
levaram o impacto da tecnologia e as modernas técnicas de ventilação mecânica
prolongada, evoluíram fora das salas de cirurgia, o que fez com que as enfermeiras
lidassem, pela primeira vez, com equipamento que as separava de seus pacientes e
aprendessem a combinar manipulação de instrumentos com os cuidados manuais.
334

No final da década de 50 em Los Angeles, foi desenvolvida a primeira unidade de


choque e foi introduzida a monitorização cardiovascular invasiva dos pacientes em estado
crítico e comtraumatismo.
Em 1962, estabeleceu-se em Kansas City, a primeira unidade de vigilância a
pacientes vítimas de Infarto Agudo do Miocárdio, precursora das atuais Unidades
Coronarianas. Aos poucos foram surgindo unidades especiais para pacientes cirúrgicos,
neurológicos, vítimas de queimaduras, portadores de crises respiratórias, renais,
metabólicas agudas e outras. Mais tarde definiu-se a terapia intensiva especializada das
áreas de obstetrícia, pediatria e neonatologia.
As enfermeiras enfrentaram muitos desafios durante os anos de fundação das
unidades intensivas e coronárias. A pesquisa e as aplicações clínicas aconteciam tão
próximas que não havia tempo para o desenvolvimento de novas equipes de enfermagem.
Além do crescimento da necessidade de atendimento aos pacientes, o equipamento
também exigia boa parte de atenção da enfermeira.
Apesar da transformação e rápido desenvolvimento destas unidades, o alto risco
dos pacientes internados, as enfermeiras praticavam a humanização no ambiente de
terapia intensiva, visando um melhor atendimento ao paciente, bem como aos seus
familiares e redução do stress vivenciado pelo profissional que faz o cuidado integral a
este paciente.

No Brasil, a implantação das Unidades de Terapia Intensiva (U.T.I.), teve início na


década de 70, atualmente é uma unidade presente dentro do contexto hospitalar.
O surgimento da prática em U.T.I. Marcou um dos maiores progressos obtidos pelos
hospitais de nosso século, visto que, antes dela, o cuidado ao doente grave realizava-se nas
próprias enfermarias, faltando, assim, área física adequada, recursos materiais e humanos
para melhor qualidade desse cuidado.
335

CTI x UTI
336

Infecção na Unidade de Terapia Intensiva

A tecnologia aplicada à assistência hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva


(UTI) viabiliza o prolongamento da sobrevida do paciente em situações muito adversas.
Este fenômeno altamente positivo por um lado, por outro, é um dos fatores determinantes
do aumento do risco de Infecção Hospitalar (IH) em pacientes críticos. Na UTI concentram-
se pacientes clínicos ou cirúrgicos mais graves, necessitando de monitorização e suporte
contínuos de suas funções vitais. Este tipo de clientela apresenta doenças ou condições
clínicas predisponentes a infecções. Muitos deles já se encontram infectados ao serem
admitidos na unidade e, a absoluta maioria, é submetida a procedimentos invasivos ou
imunossupressores com finalidades diagnóstica e terapêutica.
A associação de doenças e fatores iatrogênicos faz com que os pacientes sejam mais
susceptíveis à aquisição de infecções. A resposta imunológica do paciente em terapia
intensiva frente ao processo infeccioso é deficiente. Os seus mecanismos de defesa estão
comprometidos tanto pela doença motivadora da hospitalização quanto pelas intervenções
necessárias para o diagnóstico e tratamento. Embora, os leitos destinados para terapia
intensiva representem menos de 2% dos leitos hospitalares disponíveis no Brasil, eles
contribuem com mais de 25% das infecções hospitalares, com significativo impacto nos
índices de morbidade e mortalidade. Em muitos serviços as taxas chegam a ser 5 - 10 vezes
maior neste grupo de pacientes.

Prevenção e controle
A enorme importância deste tipo de intervenção está patente no fato de, que cerca
de 50% de infecções nosocomiais que podem ser prevenidas, a grande maioria são as que
resultam diretamente de cuidados prestados aos doentes. É dever de todos os profissionais
de Saúde promover um ambiente biologicamente seguro.
337

Infecção respiratória

- Promover uma boa higiene orotraqueal, especialmente nos doentes com sondas
nasogástricas (os microorganismos proliferam com grande facilidade num meio
descuidado);
- Cumprir um correcto esquema de hidratação, tendo em conta o tipo de doente e suas
características (especialmente em doentes com a sua capacidade motora dimínuida, pois
facilmente aparece estase de secreções e a consequente infecção das vias respiratórias);
- Proporcionar uma mobilidade ao doente, que apresente esta capacidade diminuída,
através de alterações de decúbitos (vai contribuir para uma melhor ventilação e facilitando
assim o impedimento de estase de secreções e, por conseguinte uma inflamação dos
alvéolos);
- Vigilância e despiste de sinais e sintomas (tosse excessiva, febre que não regride, dor
torácica a agravar e hemoptises);
- Utilizar técnica asséptica aquando a aspiração de secreções e individualizar todo o
material que o doente necessite (evitando assim as infecções cruzadas);
- Sempre que possível, tendo em conta as características da instituição, isolar o doente.

Infecção por cateter

- Usar cateters adequados à veia a puncionar e à finalidade a que se destinam (tendo em


contaa medicação a fazer e a duração do respectivo tratamento);

- Explicar ao doente a necessidade do cateter e que o seu manuseamento deve ser


338

delicado(evitando traumatismos desnecessários);

- Efetuar uma correcta fixação do cateter, evitando a colocação de adesiva em redor deste,
pois com o passar do tempo (mesmo apenas 24 horas) vai existir uma acumulação de
microorganismos devido à cola do adesivo;

- Evitar a manipulação da borracha dos sistemas e tentar utilizar as torneiras de três vias,
procedendo-se, sempre que possível, à mudança do sistema ao fim de 24 horas devido ao
seu manuseamento;

- Pode-se fazer uma pequena tricotomia da área a puncionar e evitar ao máximo a


manipulação destes;

- Cateters colocados em situação de urgência devem ser retirados assim que possível e
substituídos por outro (devido a possível uso incorrecto de assépsia devido à situação de
urgência).

Infecção urinária

- Utilizar cateter vesical adequado e apenas em última situação (pode-se optar por um
cateterismo intermitente em caso de pós-operatório);
- Proceder a uma higiene perineal correcta e mantê-la enquanto o cateterismo for necessário;
- Evitar manipulações desnecessárias do cateter e utilizar sacos colectores de urina
esterilizados;

- Se a instituição assim o disponibilizar deve-se utilizar os kits de cateterismo;


- Proceder a uma hidratação adequada em conformidade com o doente (cerca de 1,5 litros
339

por dia);
- Vigiar a integridade da mucosa.

Infecção da sutura

- Manter a integridade da zona da sutura (de forma a evitar a sua contaminação);

- Evitar utilizar produtos químicos aquando a desinfecção das paredes para a realização da
sutura;
- Isolar o doente que assim o necessite, de forma a evitar a contaminação de outros.

Estes procedimentos são apenas uma pequena parte do que se deve efetuar. Todos
os profissionais de Saúde são responsáveis por um pequeno contributo, desde o seu
vestuário até a manutenção do ambiente.

Cuidado de enfermagem ao paciente grave

É grande o número de pacientes que exigem cuidados intensivos que nem sempre
estão restritos nas unidades intensivas e sim em outros setores dos hospitais, como:
emergências, enfermarias e ambulatórios.
340

A assistência ao ser humano, unidade bio, pisco, social, espiritual, com suas
necessidades básicas em seu ciclo saúde-doença-cuidado é objetivo essencial da
Assistência de Enfermagem.
Os Enfermeiros devem estar preparados e aptos para manuseios e funcionamento
de equipamentos e qualificados cientificamente sob o ponto de vista cognitivo e de
habilidades para atender a um cliente crítico. Não podemos prever quando e como irá
acontecer o agravamento de uma condição clínica de um paciente e esta necessidade de
atendimento deverá ser prestada de imediato evitando disfunção de orgão vital,
iatrogenias e até mesmo a morte.
O conselho Federal de Enfermagem normatiza em âmbito Nacional, a
obrigatoriedade de haver Enfermeiros em todas as unidades de serviços que desenvolvam
ações de enfermagem que envolva procedimentos de alta complexidade, comum na
assistência a pacientes críticos/potencialmente críticos. É responsabilidade privativa do
Enfermeiro, cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida os
cuidados que exijam conhecimentos cientifícos e tomadas de decisões imediatas e como
integrante da equipe de saúde. Compete ao Enfermeiro dirigir, coordenar planejar,
prescrever, delegar, supervisionar e avaliar as ações de Enfermagem de acordo com a
necessidade e dependência do paciente. O paciente grave será adequadamente assistido se
for avaliado, reconhecido e priorizados.
A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade
de perceber uma grande variedade de questões, bem como informações altamente
definidas e especifícas, pois o profissional atual deve ser o mais auto realizado possível:
físico, emocional e espiritual a fim de atender os desafios de cuidar daqueles gravemente
enfermos.
O objetivo da Assistência de Enfermagem é sempre promover equilíbrio fisiológico
e emocional ao paciente. A estrutura e equipamentos de atendimento ao paciente
crítico/potencialmente crítico deverá constar da interdisciplinaridade e da humanização,
com enfoque nas necessidades do usuario, na integralidade assistêncial e no respeito à
participação efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção a paciente
crítico/potencialmente crítico. (Ministério da saúde Portária 1071 de 04/07/2005).

Carro de Emergência
O carrinho de emergência é um armário que contém todo material necessário para
341

situações de emergência como: intubação orotraqueal, parada cardiorrespiratória, dentre


outras situações que exigem socorro imediato.

TODOS os profissionais de saúde devem estar aptos a manusear o carrinho de emergência


de modo sistematizado e organizado.

O principal objetivo do carrinho de emergência é facilitar o acesso da equipe médica e


de enfermagem a drogas, equipamentos e materiais de emergência mais rápido e dinâmico.
Cuidados com o carrinho de emergência:
• Deverá permanecer sempre organizado e reposto;
• Toda a equipe médica e de enfermagem deverá ter conhecimento do armazenamento de
cada material;
• O critério para organização poderá ser ordem alfabética (mais indicado), ordem numérica
crescente ou padronização de cores;
• Não deverá conter excesso de materiais, pois isso pode dificultar sua utilização;
• Deverá ser guardado em local de fácil acesso e não deverá conter obstáculos que possa
dificultar sua locomoção pela equipe;
• Deve ser revisado diariamente e após o seu uso;
• Todo material de consumo deverá estar descrito em uma lista para facilitar a revisão diária
e evitar a falta ou excesso de algum material;
• Quando utilizado, deverá ter sua conferência realizada pela enfermeira e após lacrado;
• A conferência deve estar atenta aos prazos de validade, funcionamento correto do
desfibrilador, laringoscópio, entre outros;
• A checagem do material deverá ser registrada, datada e assinada em impresso próprio
conforme rotina institucional.
342

Conhecendo o carrinho de emergência:

Na parte superior do carrinho de emergência, temos: suporte para o aparelho de


desfibrilação/cardioversão, suporte para soro, suporte para cilindros, tábua para auxiliar na
compressão torácica, e as gavetas onde guardamos os materiais.

1ª Gaveta:
Na primeira gaveta do carrinho de emergência, deverá conter todos os medicamentos de modo
organizado, preferencialmente em ordem alfabética e seus diluentes.

Adalat/Mifedipina 10 mg
Adrenalina/Epinefrina 1 mg
343

Atropina 0,25 mg/1ml


Adenosina 6mg/2ml
Aminofilina 240 mg
Ancoron/ Amiodarona 5 mg
Berotec
Benadryl 50 mg/1ml
Bricanyl 0,5 mg
Bicarbonato de sódio a 8,4%
Cedilanide/Lanatosídio C 0,4 mg
Cloreto de Potássio (KCL) 10%
Cloreto de sódio 20%
Cortisonal 100 mg e 500mg
Diempax 10 mg/2ml
Diazepam 10mg
Dobutamina
Dopamina/Revivan 50 mg
Etomidato
Fentanil
Furosemida/Lasix 20 mg
Gadernal/Fenobarbital 200 mg
Glicose hipertônica À 50%
Gluconato de cálcio à 10%
Haldol/Halopiridol 5 mg
Hidantal /Fenaltoína sódica 50 mg
Heparina/Liquemine 500 UI
Hidrocortisona/Solu-cortef 500 mg
Isordil 10 mg
Morfina
Narcan
Nitroprussiato de sódio
Noradrenalina 1mg/ml
Midazolan/Dormonid 5 e 15 mg
Prometazina/Fernegan 50 mg
344

Salbutamol
Sulfato de magnésio 50%
Sustrate
Streptoquinase
Seloken
Quelicin
Xylocaína

2ª Gaveta
Na segunda gaveta do carrinho de parada, deverá conter: material para punção venosa,
venóclise, manipulação de medicação, entre outros.

Agulhas nº 25×7 e 40×12


Polifix
Cateter agulhado para punção nº 18,20 e 22
Equipo macrogotas e microgotas
Soro Fisiológico 0,9% 250 ml, 500 ml e 1000 ml
Soro Glicosado 5% 250 ml e 500 ml
Bicarbonato de sódio 5%
Bureta
Dial a flor
Torneirinhas
Tesoura descartável
Kit punção venosa (varia de acordo com o protocolo da instituição)
Luva estéril
Película para AVP
345

3ª Gaveta
Na terceira gaveta, em alguns hospitais, os mesmos optam por possuir kits para facilitar
o atendimento nas intercorrências, por exemplo:
Kit Noradrenalina
Kit Tridil (Nitroglicerina)
Kit Revivan (Dopamina)
Kit Nipride (Nitroprussiato de sódio)
Kit Dobutamina
346

4ª Gaveta
Kit Passagem de Cateter Venoso Central
Kit Toracocentese
Kit Intubação (Ambu, Fio guia, Gaze, Tubo orotraqueal 7,0, Tubo orotraqueal 7,5, Tubo
orotraqueal 8,0, Luvas estéril 7,5 e 8,0 , Cânula de Guedell, Laringoscópio diversos tamanhos,
Pilhas reserva)
Kit sondagem Nasoenteral
Kit sondagem Nasogástrica (SNG nº 12, nº 14, nº 16, Xylocaína gel, Coletor Sistema Aberto,
Gaze e Seringa de 20 ml)
Kit sondagem Vesical (Seringa 20 ml, Xylocaína, Coletor Sistema Fechado, Gaze, Clorexidina,
Agulha 40 x 12, Luva estéril 7,5 e 8,0 e AD 10 ml).
Kit aspiração
Fios de sutura
Kit nebulização (Água destilada 500 ml, Nebulizador completo (máscara + traquéia))
Máscara de venturi
Kit Umidificador ( Cateter O2 tipo óculos, Umidificador, Extensão de O2, Água Destilada 125
ml)
Kit Intracath
347

IMPORTANTE:
No setor ao qual atuo, devido ao modelo do carrinho, na parte superior existe uma
gaveta extra, próxima ao desfibrilador onde estão armazenadas seringas, seringas preenchidas,
agulhas, garrotes, swab, eletrodos para monitor e marcapasso externo, gazes, gel condutor e
luvas de procedimento, máscara, etc.
A ordem de disposição desses materiais pode variar de instituição para instituição, por
vários fatores, como: modelo do carrinho de emergência e protocolo institucional. Cada gaveta
deverá estar identificada com os materiais que possui. Lembrando que: todos os
profissionais deverão ser treinados e habilitados com o carrinho de emergência da sua
instituição e os mesmos deverão conhecer o protocolo!

TRAUMA TORÁCICO
Os traumatismos torácicos assumem uma importância fundamental em contexto de
trauma. São uma causa importante de mortalidade, estando envolvidos em cerca de metade das
mortes por trauma, quer isoladamente (cerca de 25 % das mortes), quer em associação com
outras lesões.
Na abordagem dos traumatismos torácicos podemos considerar 2 tipos de
traumatismos: traumatismos penetrantes ou fechados.
O PNEUMOTÓRAX ABERTO resulta na entrada de ar para o espaço pleural, através de
uma solução de continuidade da parede torácica (ferida torácica aberta). Essa entrada de ar
para o espaço pleural vai condicionar o colapso do pulmão, com a consequente alteração da
348

ventilação e má oxigenação.
O PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO resulta da acumulação de ar no espaço pleural
através de uma solução de continuidade da parede torácica ou do próprio pulmão (como o
pneumotórax “simples”) e em que um mecanismo valvular permite a entrada do ar mas impede
a sua saída. Como resultado, em cada inspiração, vai entrar para a cavidade pleural mais ar,
aumentando a pressão intratorácica. Os principais elementos que permitem a identificação são
dispneia (falta de ar), desvio da traqueia, choque, distensão das veias do pescoço e cianose que
evoluem rapidamente.

O HEMOTÓRAX MACIÇO resulta da rápida acumulação de sangue no espaço pleural, em


quantidade igual ou superior a 1.500 mL. A perda de sangue é complicada com a má oxigenação
resultante do colapso pulmonar. Esta situação obriga à realização de uma intervenção cirúrgica
(em centro especializado).
349

O TAMPONAMENTO CARDÍACO resulta da acumulação de sangue no pericárdio (saco


fibroso que envolve o coração), comprimindo o coração e reduzindo de forma drástica o
enchimento das cavidades cardíacas. De forma súbita (como acontece em caso de
traumatismos), mesmo quantidades de sangue relativamente pequenas podem interferir com a
função do coração de forma significativa.

Atuação geral nos trauma fechado


Na presença de hematomas ou equimoses deve fazer aplicações frias sobre o local, para
diminuir o edema, a hemorragia e a dor. Os hematomas encontram-se muitas vezes associados
a fraturas, pelo que ambas as situações beneficiam da imobilização da área afetada. Esta
imobilização evita o agravamento do hematoma e estabiliza a fratura, reduzindo as lesões
provocadas pelos topos ósseos e a dor.

Escoriações
São lesões superficiais geralmente conhecidas por “arranhões“ ou “esfoladelas”.
Resultam normalmente do atrito da pele contra superfícies rugosas. As escoriações são lesões
que sangram pouco mas extremamente dolorosas e, geralmente, são lesões conspurcadas.

Feridas incisas
As feridas incisas são as soluções de continuidade da pele, regulares, que podem ou não
envolver os tecidos adjacentes e são habitualmente conhecidas por “golpes” ou “cortes”.
Normalmente são provocados por objetos cortantes. Apresentam os bordos regulares que,
quando unidos, encerram perfeitamente a ferida.

Feridas contusas
São também soluções de continuidade da pele mas, ao contrário das feridas incisas, são
350

irregulares. Geralmente são provocadas por objetos rombos. São feridas em que os bordos se
apresentam irregulares implicando normalmente perda de tecido. Este é o principal motivo
porque não se consegue um encerramento completo da ferida.

Feridas perfurantes
São lesões produzidas por instrumentos que atuam em profundidade, dissociando um
ou mais planos de tecidos - agulhas, estiletes, picador de gelo, pregos, paus aguçados,
esquírolas, balas, entre outros Os instrumentos perfurantes, lesam os tecidos mediante dois
processos:
• Num primeiro momento provocam o deslocamento lateral das fibras que os constituem;
• Num segundo momento, secciona-os.

Feridas inciso-perfurantes
Estas feridas caracterizam-se, por reunirem simultaneamente, as particularidades das
feridas cortantes e das feridas perfurantes. Um instrumento corto-perfurante é habitualmente
provido de ponta de um ou mais gumes. É o caso de algumas facas de cozinha, dos punhais e
das espadas. Tal como nos ferimentos perfurantes, há que distinguir o orifício de entrada, o
canal de penetração e, por vezes o orifício de saída.

Eviscerações
Resultam da lesão da parede abdominal, com exteriorização das ansas intestinais ou de
outras estruturas intra-abdominais. Esta situação, mesmo que não coloque a vítima em risco de
vida imediato (a lesão da parede pode ser pequena e sangrar pouco) é sempre grave pelas
complicações infecciosas que normalmente acarreta. Assim, a abordagem deste tipo de
traumatismos e a manipulação das vísceras exteriorizadas devem ser feitas com todo o
cuidado. Para além das feridas, por vezes, os OBJETOS que as causam ficam EMPALADOS. Se
um objeto, se encontra empalado, independentemente da sua localização, nunca o tente retirar.
Deve sempre imobilizá-lo. Para proceder à imobilização do objeto, pode utilizar um copo de
papel ou plástico com um orifício no fundo, ou mesmo 2 rolos de ligaduras ou compressas.

Esfacelos
São lesões graves dos tecidos moles em que existe perda de substância. Resultam
habitualmente do esmagamento dos membros e, frequentemente, coexistem lesões de todas as
351

estruturas na zona atingida (cutâneas, músculo-esqueléticas e neurovasculares). Dependendo


da sua extensão e das zonas atingidas, os esfacelos podem condicionar hemorragias
importantes, de difícil controlo. Nas situações mais graves podem colocar a vida da vítima em
risco e levar à amputação do segmento afetado. Geralmente, deixam sequelas significativas.

Ferimento da transição toracoabdominal :


Ferimento que engloba as lesões torácicas e abdominais penetrantes com
comprometimento do músculo diafragma.

Tipos de lesão
1- Projétil de arma de fogo;
2- Ferimento por arma branca ou penetração de objeto.

Feridas perfurantes: produzidas por arma de fogo ou arma branca. Produzem pequena
abertura na pele, porém podem atingir camadas teciduais profundas e órgãos, causando
hemorragia interna.
352

EMPALAMENTO : É uma ferida penetrante ocasionada por objeto incisivo que pode ficar preso
no corpo da vítima.

AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA: produzida através da laceração ou separação forçada dos


tecidos, afetando com maior frequência as extremidades.
353

CURATIVO COMPRESSIVO
Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar na aproximação
das extremidades da lesão.

Drenagem torácica
Consiste no esvaziamento de conteúdo líquido ou gasoso patologicamente retido na
cavidade pleural. A colocação de um dreno torácico é um procedimento corrente que pode
ser realizado com segurança numa Unidade de Cuidados Intensivos.

Indicações

Pneumotórax: Ocorre pneumotórax quando há acumulação de ar na cavidade pleural,


eliminando a pressão negativa normal e fazendo com que o pulmão perca contato com a
parede torácica e colapse.

Hemotórax: É a acumulação de sangue no espaço pleural

Empiema: É uma coleção de líquido infectado, purulento no espaço pleural.

Quilotórax: É o acúmulo de linfa no espaço pleural. É uma causa pouco frequente, mas
importante de derrame pleural, com diagnóstico usualmente difícil.

Trauma: Um doente politraumatizado com lesão torácica, dificuldade respiratória e


enfisema subcutâneo tem quase seguramente indicação para drenagem torácica urgente
mesmo sem outra avaliação prévia.

Material necessário para colocação de uma drenagem torácica

- Mesa auxiliar

- Foco auxiliar

- Caixa pequena cirurgia padronizada pela instituição

- Drenos tórax compatível com a finalidade

- Gazes estéreis

- Fios de sutura

- Seringas e agulhas
354

- Solução antisséptica

- Luvas estéreis

- Capote

- Gorro cirúrgico

- Máscaras

- Anestésico local a 2% sem vasoconstritor

- Lâmina de bisturi de acordo com cabo de bisturi

- Frascos de sistema de drenagem

- Soro fisiológico para preenchimento do frasco ou frascos

- Fita adesiva

- Recipiente para lixo

Posição do paciente

Como os drenos intercostais são quase invariavelmente colocados na linha axilar


anterior, odoente deve estar posicionado em decúbito dorsal, com o hemitórax a drenar
ligeiramente elevado com uma almofada, e o membro superior flectido sob a cabeça e
preso para que mantenha sempre a mesma posição.
O material necessário deve estar sempre acessível na Unidade de Cuidados Intensivos. A
escolha do tubo de drenagem depende do material a drenar. O tubo é de plástico transparente
com múltiplos orifícios laterais no seu terço distal e uma linha rádio opaca ao longo de todo o
comprimento, para identificar facilmente a sua localização na cavidade pleural.
355

Cuidados de enfermagem na Assistência á Drenagem Torácica

✓ Lavar as mãos, reunir material e levar para beira leito;


✓ Dispor material sobre mesa auxiliar;
✓ Auxiliar o médico no posicionamento do tórax a ser drenado; elevar acima da
cabeça erestringir o braço no lado a ser drenado;
✓ Colocar sobre campo estéril, fio de sutura, lâmina de bisturi e cateter de drenagem;
✓ Segurar anestésico para que o médico possa aspirar o conteúdo sem contaminar;
✓ Despejar solução antisséptica na cuba rim;
✓ Ajustar foco luz;
✓ Atender paciente e o médico durante procedimento;
✓ Preencher o frasco de drenagem com SF 0,9% conforme orientação médico;
✓ Após introdução dreno, auxiliar na conexão deste á extremidade distal do sistema
sem contaminar;
✓ Após termino do procedimento, descartar material perfuro cortante em recipiente
especial (descarpack) e os demais no lixo hospitalar;
✓ Fazer curativo no local da inserção;
✓ Registrar todo material utilizado, deixar paciente e a unidade em ordem;
✓ Identificar curativo com data, hora, nome do realizador e anotar no prontuário;
✓ Lavar mãos;
✓ Ligar para o setor de raios-X para realização de raios-X de tórax. (confirmar
posicionamento do dreno tórax).

Cuidados Intensivos de Enfermagem

✓ Lavar as mãos, secar e fazer antissepsia com álcool 70% (ou seguir protocolo de
cada instituição);
✓ Preencher o selo d´água com 300 ml de soro fisiológico 0,9%, ou 500 ml da
356

mesma solução. (ou seguir protocolo da sua instituição);


✓ Após-instalação do dreno, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser feita a
cada 6 hora ou intervalos menores caso haja registros de débitos superiores a 100
ml/hora. (casos de conteúdo liquido);
✓ A mensuração deverá ser feita colocando uma fita adesiva ao lado da graduação do
frasco, onde o técnico de enfermagem deverá marcar com uma caneta o volume
drenado marcando também a hora da conferência;
✓ A troca do selo d´água deverá ser feita a cada 12h;
✓ Clampear o dreno para que não haja entrada de ar para a cavidade torácica e após a
troca, lembrar sempre que o dreno deve ser desclampeado;
✓ Os curativos na inserção dos drenos devem ser trocados diariamente utilizando os
produtos preconizados pelo Serviço de Infecção Hospitalar de cada instituição;
✓ Colocar frasco de drenagem no piso, dentro de suporte, próximo ao leito do
paciente, ou dependurá-lo na parte inferior do leito, evitando-se desconexões
acidentais ou tombamento do frasco;
✓ Nunca elevar frasco de drenagem acima do tórax sem ser clampeado;
✓ Lavar as mãos, conforme após procedimento e sempre que houver necessidade de
"ordenhar" tubulação.
357

Fraturas
É uma ruptura na continuidade do osso sendo definida de acordo com o tipo e extensão.
Nas fraturas acontecem, o osso fica sujeito ao estresse maior do que ele pode absorver.

❖ Causas e mecanismos;
❖ Impacto direto;
❖ Força esmagadora;
❖ Movimento súbito de torção;
❖ Contração muscular extrema.

Tipos de fraturas
➢ Completa: quebra de todo perímetro ósseo;
➢ Incompleta: quebra de parte do perímetro ósseo (ex: fx galho verde);
➢ Cominutiva: vários fragmentos ósseos;
➢ Fechada ou simples: não há descontinuidade da pele;
➢ Aberta ou exposta: lesão externa da pele (com ou sem exposição óssea).
358

Classificação das fraturas expostas


Grau I: lesão limpa com menos de 1cm de comprimento.
Grau II: lesão maior que 1 cm sem lesão extensa do tecido mole.
Grau III: altamente contaminada; apresenta lesão extensa dos tecidos moles.

Consequências:
➢ Estruturas adjacentes são afetadas;
➢ Edema de tecidos moles;
➢ Hemorragia para o interior do músculo e de articulações;
➢ Luxações articulares;
➢ Rompimento de tendões;
➢ Laceração de nervos;
➢ Lesão de vasos sanguíneos;
➢ Lesão de órgãos internos (força do impacto ou fragmentos ósseos).

Sinais
➢ Dor;
➢ Deformidade;
➢ Hematomas;
➢ Edema;
➢ Crepitação óssea;
➢ Perda da função;
➢ Encurtamento.
359

Princípios da imobilização:
➢ Estabilize a parte lesada;
➢ Remova roupas e adornos próximas à lesão;
➢ Cubra ferimentos abertos com curativos estéreis (controlar o sangramento);
➢ Remova adornos;
➢ Avalie a perfusão do membro (pulso, temperatura, mobilidade, sensibilidade e dor);
➢ Ausência de pulso indica emergência médica prioritária;
➢ Imobilize as articulações acima e abaixo da lesão (obs: se a lesão for na articulação,
imobilize o osso acima e o osso abaixo da articulação);
➢ Não tente colocar partes ósseas para dentro da pele;
➢ Verifique pulso distal e perfusão do membro após a imobilização;
➢ Apoie com coxins (evitar UPP);
➢ Use compressas frias e elevação para aliviar a dor e o edema.

A imobilização impede a movimentação dos ossos ou articulações lesadas, minimiza a


lesão de músculos, nervos e vasos sanguíneos. Ajuda a evitar que uma lesão fechada se
transforme em exposta, minimiza a restrição ao fluxo sanguíneo decorrente da compressão dos
vasos sanguíneos pelas extremidades ósseas. Minimiza o sangramento decorrente da lesão
tecidual associada. Minimiza a dor por reduzir a movimentação do osso e da articulação.

Complicações das fraturas


➢ Síndrome da embolia gordurosa;
➢ Trombose venosa profunda;
➢ Infecção – osteomelite;
➢ Hemorragia;
➢ Síndrome compartimental.

Sinais e sintomas de lesão músculo-esquelética


➢ O paciente segura a extremidade (auto-imobilização);
➢ Edema Deformidade;
➢ Alteração da cor;
➢ Ferida aberta ou exposição de extremidades ósseas;
➢ Dor e/ou aumento da sensibilidade no local da lesão;
➢ Dor à movimentação;
360

➢ Crepitação;
➢ Perda do movimento normal Limitação ou diminuição de força no movimento de uma
extremidade;
➢ Perda da sensibilidade ou alteração da perfusão distalmente ao local lesado.

OBJETOS ENCRAVADOS, O QUE FAZER?

Monitorização Hemodinâmica

A monitorização hemodinâmica é utilizada para diagnóstico, terapêutica, e até


mesmo fazer prognóstico com os dados obtidos. A finalidade é reconhecer e avaliar as
possíveis complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil
com terapia adequada, prevenindo maiores complicações.
A monitorização hemodinâmica não invasiva vem aumentando nas unidades de
cuidados críticos e centro cirúrgico. O objetivo principal de utilizar a técnica não invasiva é
reduzir as complicações associadas às técnicas de monitorização hemodinâmica invasiva.
A escolha do sistema de monitorização hemodinâmica não invasiva dá-se por ser
uma técnica menos invasiva, com facilidade no manuseio, de menor custo e que em estados
clínicos duvidosos pode ser confirmada por exames complementares. Assim, asseguramos
ao paciente a uma monitorização eficaz, menos invasiva e prevenindo até mesmo uma
infecção.

A Monitorização Hemodinâmica Não Invasiva consiste em:

- Pressão arterial não invasiva: Que é a verificação da Pressão Arterial, através do


método escutatório, com esfigmomanômetro e estetoscópio, ou através do método
automatizado que tem como base a medida da pressão arterial através de curvas de
medidas, realizada por software validado para tal fim.
- Frequência cardíaca: Que é a verificação dos batimentos cardíacos, representada
pelo número de vezes que o coração bate por minuto.
- Temperatura: Mensuração da temperatura corporal através dos termômetros. Essa
361

pode ser mensurada de três maneiras: a temperatura retal e neste caso o valor obtido é
um grau Celsius acima da temperatura axilar; a temperatura central, que pode ser obtida
com termômetro esofágico, cateter de pressão intracraniana com dispositivo de
temperatura e também com cateter de artéria pulmonar através da termodiluição.
- Frequência respiratória: É mensurada através da observação da expansão torácica
contando o número de inspirações por um minuto.
- Oximetria de pulso: É a mensuração da saturação de oxigênio da hemoglobina
arterial e o pulso cardíaco. Vem otimizando os cuidados com o paciente e minimizando o
potencial de episódios de hipóxia.

Como monitorização hemodinâmica não invasiva específica temos:


- Capnografia: É o registro do gás carbônico no final da expiração. Os capnógrafos
analisam e registram a pressão parcial de co2 durante o ciclo respiratório por um sensor
aplicado nas vias áreas do paciente ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias
aéreas processada por um sensor.
362

- Monitorização eletrocardiográfica: Através do eletrocardiograma, para detecção


de arritmias e outras complicações, tais como: isquemias, alterações do marca-passo e
distúrbios eletrolíticos graves.
363

Monitor Multiparamétrico

A Monitorização Hemodinâmica Invasiva

A monitorização hemodinâmica invasiva consiste em: pressão arterial invasiva,


pressão venosa central, pressão da artéria pulmonar, débito cardíaco, saturação venosa
mista e outros parâmetros derivados do cateter de Swan Ganz. Essas fornecem
informações qualitativas e quantitativas das pressões intravasculares.

- Pressão arterial invasiva (PAM): A pressão por este método é medida através de
um cateter introduzido na artéria, o qual é conectado em uma coluna liquida. A medida
da pressão é obtida através do transdutor de pressão que faz a leitura; é obtida pressão
sistólica, diastólica emédia.
- Pressão Venosa Central (PVC): mensura à pré-carga do ventrículo direito (VD), ou
seja, a capacidade de enchimento do ventrículo direito ao final da diástole. Para a
mensuração da PVC, é necessário o posicionamento de um cateter em veia central (veia
cava superior), comumente utilizando-se de punção percutânea de veia subclávia ou veia
jugular interna. É checado radiologicamente para certificar-se que o cateter esteja bem
posicionado e não esteja dentro do átrio direito. Pode-se utilizar para a mensuração da
PVC, um manômetro de água graduado em cm ou um transdutor eletrônico calibrado em
mmHg. Espera-se que haja oscilação da coluna d'água ou do gráfico no monitor,
acompanhando os movimentos respiratórios do paciente valores normais:
- 6 a 10 cm de água;
- 3 a 6 mmHg.
364

- Pressão Artéria Pulmonar (PAP): O tratamento do paciente crítico envolve a


monitorização e a avaliação hemodinâmica. O cateter de Swan-Ganz, ou cateter de artéria
pulmonar, 1960, Dr. Swan criou um cateter que permitia aferir as pressões cardíacas
direita e esquerda, porém houve muita dificuldade na passagem do cateter até a artéria
pulmonar, causando algumas complicações nos pacientes como arritmia e até perfuração
do miocárdio. Algum tempo depois, Dr. Swan teve a ideia de colocar um balonete na ponta,
diminuindo a densidade do cateter e melhorando sua passagem, alcançando a artéria
pulmonar. Após mais alguns anos, Dr. Ganz sugeriu a ideia de um termostato na ponta do
cateter permitindo a mensuração do débito cardíaco, tornando-se o cateter que utilizamos
atualmente.

✓ Os principais objetivos da monitorização da artéria pulmonar são:

- Avaliar a função ventricular direita ou esquerda;

- Monitorizar as mudanças do estado hemodinâmico;

- Orientar a terapêutica com agentes farmacológicos e não farmacológicos e fornecer


dados indicativos de prognóstico.

Parâmetros que o Cateter de Swan-Ganz avalia:

✓ Pressão do Átrio Direito (PAD) 2 a 8 mmHg


Valores menores que 2 mmHg, podem estar associados à hipovolemia,
vasodilatação periférica ou aumento da contratilidade miocárdica. Pressões elevadas do
AD podem indicar aumento do volume sanguíneo causado por vasoconstrição periférica
ou sobrecarga de volume, falência do ventrículo direito (VD), insuficiência tricúspide,
tamponamento cardíaco, embolia pulmonar e doença obstrutiva crônica (DPOC).

✓ Pressão do Ventrículo Direito (PVD)

Sistólica: 15 a 30 mmHg Diastólica: 2 a 8 mmHg

Aumentada por hipoxemia, síndrome da angustia respiratória aguda (SARA),


embolia pulmonar, doença obstrutiva crônica (DPOC), sobrecarga pulmonar
secundária àdisfunção do ventrículo esquerdo.
365

✓ Pressão da Artéria Pulmonar (PAP)

Sistólica: 15 a 30 mmHg Diastólica: 4 a 12 mmHg Média: 7 a 18 mmHg.

A queda da PAP pode indicar hipovolemia. Um aumento da PAPS indica aumento do


fluxo sanguíneo, ou aumento da resistência ao fluxo sanguíneo, causado por pericardite,
doença da valva mitral, hipoxemia, falência de VE. Um aumento da PAPD é observadoem
pacientes com doença do parênquima pulmonar, embolia pulmonar e taquicardia.

✓ Pressão de Artéria Pulmonar Ocluída (POAP) ou Pressão de Capilar Pulmonar (CAP) 8 a


12 mmHg

A diminuição da PAOP indica hipovolemia. Pressões elevadas são causadas por


sobrecarga de volume, falência do VE, estenose ou insuficiência mitral, tamponamento
cardíaco ou derrame pericárdico.

Assistência de enfermagem cateter de Swan-Ganz

✓ Preparar kit de instalação;


✓ Materiais e soluções para antissepsia;
✓ Anestésico local;
✓ Posicionar o paciente em DDH;
✓ Observar permeabilidade do cateter;
✓ Observar presença de sinais flogísticos;
✓ Atentar para fixação do cateter;
✓ Anotar os valores obtidos em impresso próprio;
✓ Comunicar ao enfermeiro alterações nos valores.
366

Após a punção do sítio de inserção, o médico procede da mesma forma que um


cateter central, diferenciando apenas pela colocação de um introdutor que irá proteger o
cateter; o balonete do cateter é insuflado e começa a ser inserido dentro do introdutor,
367

vamos acompanhar a introdução do cateter pelo monitor, onde visualizamos a


morfologia da curva de pressão, cada câmara cardíaca tem uma curva específica,
permitindo identificar a localização do cateter.

ABP: pressão arterial sistêmica


CVP: pressão venosa central
PAP: pressão na artéria
pulmonar
PCWP: pressão de oclusão da artéria pulmonar

Pressão Intracraniana (PIC)

Pressão intracraniana (PIC) é aquela encontrada no interior da caixa craniana, tendo


comoreferência a pressão atmosférica. A PIC tem uma variação fisiológica de 5 a 15 mmHg
368

ereflete a relação entre o conteúdo da caixa craniana (cérebro, líquido cefalorraquidiano e


sangue) e o volume do crânio, que pode ser considerado constante (Doutrina de Monroe-
Kellie). A alteração do volume de um desses conteúdos pode causar a hipertensão
intracraniana (HIC). Monitorização da PIC: Caracteriza-se pela introdução de um cateter no
nível do espaço epidural subaracnóideo, intraventricular adaptado a um tradutor de pressão.

Valores da PIC:

PIC < 15 mmHg - valor normal

PIC entre 15 e 20 mmHg - levemente elevada

PIC entre 21 e 40 mmHg - moderadamente

elevadaPIC > 41mmHg - gravemente elevada

A ocorrência de aumento da PIC é indicativo de disfunções cerebrais.

Causas da hipertensão intracraniana

A) Lesões expansivas localizadas, como hematomas, hemorragias, abscessos e


tumores podem aumentar o volume de um hemisfério cerebral. Geralmente o efeito de
massa da lesão é amplificado pelo edema cerebral em torno da mesma.

B) Fatores que atuam difusamente, como anóxia sistêmica ou processos inflamatórios


(meningites e encefalites) podem causar edema cerebral difuso e, portanto, aumento
global do volume do encéfalo.
369

Existem três formas de monitorizar a PIC:

1. Com um cateter intraventricular (cateter dentro dos ventrículos do cérebro);


2. Com um parafuso ou pino subaracnóideo (parafuso ou pino colocado através docérebro
no espaço entre a aracnóide e o córtex cerebral);
3. Com um sensor epidural (sensor colocado no espaço epidural abaixo do crânio).

A pressão intra-craniana pode ser medida e monitorizada através de um cateter


ventricular acoplado a um transdutor de pressão externo. Para inserir o cateter
intraventricular, perfura-se um orifício no crânio e o cateter é inserido através da massa
cerebral no ventrículo lateral (um dos espaços abertos no cérebro).
370

Um transdutor é um dispositivo que converte um sinal mecânico (pressão,


temperatura, entre outros) e o converte num sinal elétrico. Um cateter é um pequeno tubo
que pode ser inserido em um ducto ou vaso (cateter vascular), em uma cavidade corpórea
natural ou em uma cavidade cística ou de abcesso, possibilitando a drenagem ou injecção
de fluidos ou o acesso a instrumentos cirúrgicos. Para finalizar a obtenção de sinal da
pressão intra-craniana existe um amplificador que detecta os sinais do transdutor e envia-
os para um sistema de registo, um osciloscópio, por exemplo.

Monitorização da Pressão Intracraniana

Complicações da monitorização
✓ Infecção intracraniana clinicamente significativa, associada com sistemas de
monitorização da PIC, é rara.
371

✓ Hemorragias ocorrem em torno de 1,4% dos casos, sendo que apenas 0,5% necessitam
de cirurgia, para drenagem do hematoma.
✓ A recolocação de cateteres ventriculares por mau funcionamento ou obstrução ocorre
em apenas 3% dos casos. Em vigência de PIC >50 mmHg, há aumento no risco de
obstrução e perda do sinal.

É importante que ao identificar o aumento da PIC, o Técnico de Enfermagem deve


correlacionar com possíveis fatores predisponentes e comunicar imediatamente ao enfermeiro.

✓ Agitação, tosse e dor.


✓ Criadores de tubos endotraqueais e traqueostomia apertados (impede o retorno
venosocerebral).
✓ Posição incorreta da cabeça e/ou do corpo (prejudica o retorno cerebral).
✓ Aspiração de secreções prolongadas (tempo maior que 15 segundos).
✓ Desconexão ou dobra do circuito do respirador de rolhas de secreção.

CHOQUE
É uma reação do organismo a uma condição na qual o sistema circulatório não fornece
circulação suficiente para cada parte vital do corpo. Cabe ressaltar que medidas urgentes
precisam ser tomadas a fim de evitar a falência circulatória.
Uma das funções do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e
nutrientes. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e essa condição não é
revertida, ocorre o que denominamos estado de choque.
O choque é a intensa redução da perfusão com isquemia tecidual sistêmica, causando
um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, causando hipóxia (falta de oxigênio).
Se não revertido leva a insuficiência circulatória generalizada. Vamos pensar da seguinte
forma: No choque, independente da sua causa o sangue não está conseguindo circular
fisiologicamente para levar oxigênio e nutrientes para o corpo.

Causas do Choque
Nos estudos da fisiologia cardíaca percebe-se que para a circulação funcionar ela precisa
de sangue fluindo, contração do coração para ejetar o sangue e da resistência vascular
periférica.
Dessa forma, alterações em qualquer dessas bases do tripé responsáveis pela perfusão
dos órgãos pode desencadear o choque.
372

Alteração das bases do tripé responsáveis pela perfusão de órgãos e sistemas:


✓ Contração miocárdica (Débito cardíaco);

✓ Tônus vascular (RVP); ✓ Conteúdo vascular (volemia, sangue).

TIPOS DE CHOQUES

TIPOS DE CHOQUE
Como vimos na parte introdutória dessa aula, choque pode ser definido como uma
síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema circulatório fornecer oxigênio e
nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas necessidades metabólicas. A insuficiência
circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que podem tornar-se irreversível se o
choque não for rapidamente corrigido. Já que revisamos o conceito vamos analisar os tipos de
choque, bem como, forma de tratamento. Tipos de choque:
1. Hipovolêmico
2. Cardiogênico
3. Distributivo (Anafilático, Séptico e Neurogênico)
4. Obstrutivo

Choque Hipovolêmico
É provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do corpo. Exemplos:
hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor excessivo, perda de
plasma causada por queimaduras. Nesta situação, há uma queda importante da pressão
arterial causando uma falha no sistema circulatório incapaz de manter a pessoa viva. No
choque hipovolêmico encontramos:
RESUMINDO!! Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume circulante
no organismo, devido à perda de sangue (também chamado de choque hemorrágico), plasma
(queimaduras, contusões e lesões traumáticas) ou líquido (desidratação provocada por vômito
ou diarreia).
Esse tipo de choque é provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do corpo.
Exemplos: hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor excessivo, perda
373

de plasma causada por queimaduras. Nesta situação, há uma queda importante da pressão
arterial causando uma falha no sistema circulatório incapaz de manter a pessoa viva.
Resumindo:
Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume circulante no
organismo, devido à perda de sangue (também chamado de choque hemorrágico), plasma
(queimaduras, contusões e lesões traumáticas) ou líquido (desidratação provocada por vômito
ou diarreia).

Choque Cardiogênico
Ocorre uma redução do débito cardíaco (volume de sangue ejetado por minuto) por
falha do coração. Situações que podem causar o choque cardiogênico: Infarto agudo do
miocárdio, arritmias cardíacas e choques elétricos. Dados hemodinâmicos no choque
cardiogênico
• PAS < 90 mmHg
• PCP > 18 mmHg
• Índice cardíaco baixo
• RVP elevada
• Acentuada redução da fração de ejeção do VE

Sinais e sintomas:
1.Hipotensão;
2. Taquicardia;
3. Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos;
4. Sudorese fria;
5. Taquipneia e insuficiência respiratória;
6. Sinais de Congestão Pulmonar – estertores pulmonares;
7. Turgência jugular;
8. Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou coma.

Resumindo: Choque cardiogênico: é causado pela falha do coração no bombeamento


sanguíneo. A inadequada função cardíaca pode ser causada pelo enfraquecimento do músculo
cardíaco, das válvulas e do sistema de condução elétrica.
374

Choque Distributivo (séptico, neurogênico e anafilático)


Choque Séptico (Infecção)
Choque séptico é uma condição grave sendo consequência da septicemia, ou seja, uma
infecção generalizada. É causado quando microrganismos lançam toxinas que provocam uma
dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher o
sistema circulatório dilatado.
O choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco
observado pelos socorristas. No choque séptico as toxinas liberadas pelas bactérias provocam
uma inflamação descontrolada no organismo paralisando órgãos como o fígado, os rins e os
pulmões. O coração se torna fraco para bombear o sangue ao resto do corpo e caso não sejam
tomadas medidas urgentes para reverter o quadro, o paciente entra em falência múltipla de
órgãos e óbito.
Os sintomas do choque séptico passam por 2 etapas: choque quente e frio.
No primeiro momento os sinais e sintomas são decorrentes da vasodilatação e o
paciente apresenta a pele quente e seca, com a evolução da vasodilatação o plasma sanguíneo
sai de dentro dos vasos, reduzindo o volume sanguíneo e daí os sintomas são parecidos com o
choque hipovolêmico, pele fria e pegajosa
Os sinais e sintomas da fase inicial ou hiperdinâmica (choque quente):
▪ Extremidades quentes e ruborecidas;
▪ PA normal ou discretamente reduzida;
▪ Taquicardia e pulsos amplos;
▪ Febre Choque séptico;
▪Taquipneia e alcalose respiratória;
▪ Confusão mental;
▪ Débito urinário normal Choque séptico.

No choque séptico as variáveis hemodinâmicas se comportam dessa forma:


• PAS < 90 mmHg (pressão arterial baixa como todos os choques);
• PVC normal ou baixa;
• PCP baixa ou normal;
• RVP baixa (isso significa que ocorre vasodilatação).
375

Choque Vascular ou Neurogênico (lesão medular)


Quando o sistema nervoso é interrompido, como acontece em lesões ou traumas
espinhais (medula), o controle do sistema circulatório é perdido. Os vasos aumentam em
diâmetro (vasodilatação), o que faz com que a pressão do sistema circulatório caia, resultando
em choque vascular.
O Choque neurogênico é causado quando o sistema nervoso não consegue controlar o
calibre dos vasos sanguíneos, que ocorre como consequência de lesão na medula espinhal. O
volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos dilatados.
Esse é o único choque que apresenta a bradicardia como sintoma, todos os demais apresentam
taquicardia. Isso ocorre por alteração na regulação do sistema nervoso autônomo.
Choque Anafilático (reação alérgica)
Choque anafilático é a consequência mais grave de uma reação alérgica. Pode ser
desencadeado por medicamentos, picadas de insetos, alimentos ou qualquer substância que
cause alergia no indivíduo. Nesta situação, a histamina liberada pelo corpo com o objetivo de
combater a alergia provoca uma reação em cadeia que estimula de forma exagerada o sistema
imunológico causando vasodilatação e, consequentemente, colapso no sistema
cardiorrespiratório.
Choque anafilático é causado quando uma pessoa entra em contato com uma substância
na qual é alérgica, pelas seguintes formas: ingestão, inalação, absorção ou injeção. O choque
anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida. Apresentando
alguns sinais e sintomas característicos, como: prurido e ardor na pele, edema generalizado e
dificuldade para respirar.
Sinais e sintomas:
➢ Prurido na pele;

➢ Sensação de queimação na pele;


➢ Edema generalizado;

➢ Dificuldade para respirar;


➢ Pulso fraco;

➢ Perda da consciência e morte.

REVISANDO! Anafilaxia é uma reação alérgica grave e de rápida progressão que pode provocar
a morte. Geralmente causa um ou mais dos seguintes sintomas: eritema pruriginoso,
376

inflamação da garganta ou da língua, falta de ar, vómitos, atordoamento e diminuição da


pressão arterial. Os sintomas geralmente manifestam-se no prazo de minutos ou horas.
Observe na imagem os sinais de alteração alérgica.

Choque Obstrutivo
O choque obstrutivo pode ser definido como uma redução do débito cardíaco
secundário a um inadequado enchimento ventricular. As principais causas de choque
obstrutivo são o tamponamento pericárdico, a embolia pulmonar maciça e o
pneumotórax.
Hemorragia, traumatismo ou queimaduras extensas = perda de volume = choque
hipovolêmico
Infarto miocárdico = choque cardiogênico
Sepse microbiana = choque séptico

Atenção! Não existe o termo choque sistêmico, cardiovascular e pulmonar e nem choque
maciço.

Intubação endotraqueal (IOT)

A intubação traqueal é a passagem de um tubo através da boca ou do nariz até a


traqueia. Está indicada nos casos em que se deseja manter as vias aéreas eficientes, a
aspiração de secreções traqueobrônquicas, a ventilação assistida e/ou controlada com
pressão positiva, evitar aspiração de conteúdo gástrico e diminuir o espaço morto
anatômico e o trabalho respiratório. Ela pode ser realizada através das narinas (via
nasotraqueal), boca (via oratraqueal) ou abertura na parede da traqueia (transtraqueal).

Indicações

▪Incapacidade de proteger a via aérea do paciente (coma, arreflexia ou parada cardíaca);


▪Paciente grave com problema grave de oxigenação, que necessita de administração de
altasconcentrações de oxigênio;

▪Paciente com problema ventilatório sério que necessita de ventilação assistida;

▪Incapacidade do socorrista em ventilar o paciente inconsciente com métodos convencionais.


377

Contraindicações

• Falta de treinamento na técnica;

• Falta de indicação precisa;

• Proximidade do hospital de destino (contraindicação relativa);

• Sangramento profuso na cavidade oral;

• Lesão cervical.

Material

Os componentes–padrão de um kit de intubação incluem:

• Laringoscópio com lâminas retas e curvas de tamanhos infantil e adulto;

• Pilhas extras e lâmpadas de reserva;

• Equipamento de aspiração;

• Cânulas traqueais de vários tamanhos, infantil e adulto;

• Fio guia;

• Seringa de 10 ml;

• Lubrificante hidrossolúvel;

• Pinça de Magill;

• Dispositivo de detecção de dióxido de carbono no ar expirado;

• Material para fixar o tubo.

Após a checagem de todo o equipamento, selecione o tamanho adequado do


tubo. Os tamanhos apropriados de tubos para mulheres são 7,0 a 8,0 mm d.i., e para homens
8,0 a 8,5 mm d.i. Entretanto, em uma emergência, um tamanho adequado de tubo tanto para
mulher como para homem é 7,5 mm d.i.
378

Traqueostomia

A traqueostomia é uma das operações mais antigas e era indicada quase que
exclusivamente em situações de emergência, devido à obstrução da via respiratória
causada pela difteria. Nos dias atuais, embora esta indicação quase inexista, persistem
outras condições para sua realização. Atualmente é um procedimento com os objetivos de
aliviar obstruções das vias aéreas superiores, oferecer suporte ventilatório prolongado,
reduzir o espaço morto, facilitar a limpeza brônquica por aspiração, permitir um
desmame mais rápido, diminuir o risco delesões laríngeas e diminuir o risco de sequelas
estenóticas da traqueia.

A traqueostomia é uma técnica cirúrgica que inclui abertura da pele e planos


musculares do pescoço, estabelecendo uma abertura na traqueia. É indicada para
obstruções da laringe, em pacientes com grande quantidade de secreção na árvore
brônquica e que necessita aspirações frequentes e também naqueles que precisam de
assistência ventilatória acima de 10 dias, quando a canulação orotraqueal é substituída
pela traqueostomia. Pelo orifício estabelecido se introduz a cânula de traqueostomia.

A cânula traqueal pode ser confeccionada em metal ou material plástico, usado para
a manutenção da comunicação entre a luz traqueal e o exterior, é um pequeno tubo
cilíndrico, ligeiramente curvo e de calibre ariável, correspondente a luz traqueal.

A cânula metálica é formada por um conjunto de três peças:

1) A peça externa que é a cânula propriamente dita, é a parte que é introduzida


diretamente na luz traqueal, tem na sua extremidade externa um pequeno pavilhão
perfurado, por onde é passado um cadarço para sua fixação ao pescoço;

2) A peça interna, de calibre um pouco inferior ao da externa é a porção que funciona


379

introduzida na luz da cânula externa, é por ela que passa o ar e são eliminadas as
secreções, por isso que deve ser retirada frequentemente para limpeza;

3) A última peça é o mandril, que é um pouco mais longo que as duas cânulas e tem
uma extremidade em ponta romba, funciona introduzida na cânula externa, como um
condutor na colocação na luz traqueal.

A cânula de material plástico consta de uma única peça, com o mesmo formato que a
cânula metálica e também de calibres diversos, apresentando uma diferença que é um
pequeno balão pneumático, tipo cuff, para ser insuflado apões sua introdução na traqueia.
O material de construção desta cânula retém menos secreção na sua luz.

Para realização da técnica operatória deve-se usar anestesia local de preferência,


coloca-se o paciente em decúbito dorsal com coxim sob os ombros para hiperextensão do
pescoço. A incisão é feita transversal ou longitudinal localizada no meio da distância entre
a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal, numa extensão de 4-5 cm, com abertura da pele e
tela subcutânea, é feito pinçamento e ligadura ou cauterização dos vasos que
sangrarem. Nos casos de grande urgência é preferível a incisão vertical sobre a linha
mediana do pescoço, porque há menor sangramento, pois não secciona os vasos calibrosos.
380

A abertura da rafe mediana com afastamento lateral do músculos pré-tireoidianos, deixam


expostos os primeiro anéis traqueais, é seccionado um ou dois anéis da traquéia, em geral
o segundo e terceiro, a secção é realizada com bisturi especial de ponta curva, deve-se usar
aspirador neste tempo operatório, para se evitar penetração de sangue na árvore
brônquica. A cânula traqueal é introduzida com cuidado, observando-se sua curvatura e o
bom funcionamento da respiração. O fechamento da pele e subcutâneo é feito com pontos
separados, de maneira a deixar abertura para a cânula, que é amarrada pelo cadarço ao
redor do pescoço.

A traqueostomia pode causar complicações graves precoces e tardias:

- Complicações precoces: pneumomediastino e pneumotórax, embolia gasosa, fístula


traqueoesofágica, posição inadequada da cânula podem provocar perfuração das
paredeslaterais e posteriores da traqueia.

- Complicações tardias: obstrução devido a tampão mucoso (rolha),


traqueobronquite pneumonia aspirativa, tecido de granulação, estenose traqueal,
hemorragia tardia, fístula traqueoesofágica, fístula traqueocutânea e cicatriz
hipertrófica.

Para manterem limpa e livre de infecções a pele e o tubo traqueal, você precisa seguir as
orientações:

✓ Retire a subcânula de metal; Lave com água e detergente líquido, escovando-a por
dentro para retirar toda secreção acumulada;
✓ Recoloque a subcânula de metal dentro da cânula que estará em seu pescoço;
✓ Troque as gazes que estão entre a sua pele e o tubo traqueal;
✓ Coloque duas gazes dobradas entre o tubo traqueal e a pele de seu pescoço;
✓ Faça a limpeza no seu pescoço e ao redor do tubo traqueal, utilizando uma gaze
umedecida com água potável ou soro fisiológico 0,9%;
✓ Realize este cuidado cinco vezes ao dia ou sempre que necessário.

Cuidados com a Fixação da Cânula

✓ Ao colocar o cadarço, certifique-se que a cânula não se desloque solicitar a ajuda de


outra pessoa para firmar a cânula enquanto o cadarço estiver sendo posto;
381

✓ Realizar a troca do cadarço sempre que tiver sujo ou úmido;


✓ Uso de avental, máscara e óculos;
✓ Atenda o portador de traqueostomia colocando-se ao seu lado, evite deixar seu rosto à
frente do estoma, o cliente pode apresentar episódio de tosse inesperado;
✓ Oriente-o quanto aos cuidados durante a tosse;
✓ Mantenha toalhas ou lenços de papel ao alcance do cliente e também um recipiente ou
saco descartável para receber lenços ou toalhas utilizados.

Aspiração

A aspiração das Vias Aéreas consiste na remoção de secreções por meio de sucção das
Vias Aéreas Superiores (VAS – cavidade nasal, laringe, faringe) e/ou Vias Aéreas Inferiores
(VAI- traqueia).

Material

- Sonda de aspiração de calibre adequado;


- Intermediário de conector Y;
- EPI (luva estéril, óculos de proteção, máscara, capote);
- Aparelho de sucção (régua de aspiração);
- Frasco com água (500 ml) de SF 0.9% para limpeza do circuito após a utilização;
- Gaze estéril;
- Seringa de 10 ml;
- Agulhas 40x12;
- Ampola de SF.
382

Procedimento:

✓ Colocar água e sabão no frasco coletor;


✓ Testar o aspirador;
✓ Elevar a cabeça do paciente e lateralizá-la;
✓ Abrir a extremidade da sonda e adaptar ao aspirador;
✓ Manter o restante da sonda na embalagem;
✓ Colocar a máscara e a luva (considerar uma das mãos estéril e a outra não);
✓ Introduza a sonda com a válvula aberta, na fase inspiratória, abrindo o Y;
✓ Aspire e retire a sonda com a mão estéril;
✓ Desprezar em caso de obstrução e colocar as luvas (s/n fluidificar a secreção,
instalando 2 ml de SF);
✓ Aspirar à boca e nariz com nova sonda;
✓ Lavar todo o circuito com SF e desprezar a sonda;
✓ Trocar todo circuito às 24hs.

Anotar
✓ Data e hora;
✓ Quantidade;
✓ Característica da secreções;
✓ Reações do paciente;
✓ Aspirar durante 15 s e dar intervalos de 30 segundos.

Ventilação Mecânica

A ventilação mecânica (VM) consiste em um método de suporte para o tratamento de


pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada, uma vez que substitui
total ou parcialmente a ventilação espontânea, com o objetivo de propiciar adequada troca
gasosa, reduzir o trabalho da musculatura respiratória e diminuir a demanda metabólica.
A ventilação mecânica pode ser classificada como não invasiva, a partir de uma interface
externa ou invasiva, através de um tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia.
A respiração é a principal necessidade do ser humano, pois sem oxigênio o corpo
não realiza suas funções normais.
A ventilação mecânica é utilizada como suporte de vida, em todos os hospitais do
mundo quando a respiração não se processa satisfatoriamente, o ventiladormecânico é um
aparelho capaz de administrar oxigênio em pacientes impossibilitados de respirar ou
383

quando essa atividade é realizada de forma exaustiva pelo mesmo.


A ventilação mecânica (VM) é um método usual em unidade de terapia intensiva
(UTI) sendo utilizada em pacientes com insuficiência respiratória ou qualquer etiologia,
dando suporte ao tratamento da patologia-base pelo tempo que for necessário para
reversão do quadro, portanto não constitui um procedimento curativo.
O uso da ventilação mecânica teve início com ventiladores por pressão negativa,
conhecidos por “pulmão de aço”. A introdução de ventiladores por pressão positiva se deu
em 1955 em meio a uma epidemia de poliomielite. Na época, voluntários ventilavam
manualmente os pulmões das pessoas contaminadas pela doença.

Tipos de ventiladores mecânicos

Os ventiladores mecânicos são classificados em ventiladores por pressão negativa e


porpressão positiva, sendo este último o mais utilizado.

a) Ventiladores por pressão negativa.


Sustentam a ventilação semelhante à espontânea. Agem exercendo uma pressão
negativa externamente no tórax; essa modalidade permite que o ar inspirado preencha o
volume torácico. Estes ventiladores estão indicados em pacientes com insuficiência
respiratória crônica associada às patologias neuromusculares. O pulmão de ferro,
envoltório corporal e couraça torácica, são exemplos de ventiladores mecânicos que
funcionam por pressão positiva.

Ventiladores por pressão negativa - pulmão de ferro


384

b) Ventilação por pressão positiva.


Em virtude da pressão positiva exercida pelo ventilador nas vias aéreas do paciente,
os alvéolos ampliam-se no momento da inspiração. Uma das maiores vantagens da
vantagens da ventilação mecânica por pressão positiva, além da substituição da atividade
mecânica da respiração espontânea é a possibilidade de permitir uma oxigenoterapia com
frações de O2 variáveis. A mistura de gases inalados pode ser composta de forma que mais
atenda às necessidades do paciente e que mais se adeque as condições terapêuticas. Os
ventiladores ciclados por pressão, tempo, volume e fluxo são os tipos de ventiladores por
pressão positiva. Eles diferem um do outro pela forma como finalizam a etapa inspiratória
da respiração.

Grau 1: paciente ansioso, agitado;


Grau 2: cooperativo, orientado, tranquilo;
Grau 3: sonolento, atendendo aos comandos;
Grau 4: dormindo, responde rapidamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro
vigoroso;
Grau 5: dormindo, responde lentamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro
vigoroso;
Grau 6: dormindo, sem resposta.

Balanço Hídrico
Balanço hídrico é o processo de observação e registro da quantidade de líquidos
administrados e eliminados pelo paciente no período de 24 horas, com o objetivo de verificar
385

perdas e/ou ganhos de líquidos e eletrólitos;


A água corporal refere-se ao fluido corporal no qual os eletrólitos estão dissolvidos;
A manutenção da quantidade adequada de líquidos no organismo e de seus elementos
são fatores essenciais para a vida.
Os líquidos correspondem aproximadamente 50 a 70% do peso corporal exercendo um
papel importante no organismo, como:
*Transporte de oxigênio e nutrientes para a célula e remoção dos produtos de degradação.
*Manutenção do equilíbrio físico e químico.
A eliminação de líquidos é denominada perda sensível (mensurável) e perda insensível
(não mensurável). A água é eliminada do organismo pela pele, pelos rins, pelo intestino e pelos
pulmões.
Aproximadamente 300 a 500 ml são eliminados pelos pulmões em 24 horas e
aproximadamente 500ml/dia de água são eliminados pela pele através da transpiração.
A quantidade de perda insensível, em um adulto, é de aproximadamente 500 a 1.000
ml/dia;
As perdas por via gastrintestinal são apenas de 100 a 200 ml/dia aproximadamente,
devido à reabsorção da maior parte do líquido que ocorre no intestino. O aumento de perdas
pelo trato gastrintestinal pode ocorrer em casos de diarréia ou fístula.
Perdas significantes pela transpiração ocorrem se a temperatura do paciente excede
38,3°C ou se a temperatura ambiental for superior a 35°C.
O interior do organismo necessita manter a homeostase, para isso, o ganho e perda de
líquidos deve ser relativamente iguais em indivíduos saudáveis;
O controle diário de peso de pacientes com desequilíbrios hídricos é de fundamental
importância. A medida verificada do peso corporal é o melhor indicador de ganhos e perdas
realizado no balanço hídrico. Uma perda ou um ganho de 1Kg reflete uma perda ou ganho de 1
litro de água corporal.

O que entra no balanço?


Líquidos administrados:
o Soros;
o Medicações EV (mesmo que seja 02 ml !!!);
o Diluição de medicações (EV e VO);
o Sangue e derivados (não entra na contagem da saída);
386

o Medicações VO líquidas (nistatina, óleo mineral);


o Controle de líquidos fornecido pela copa (ver coerência em relação à aceitação);
o Sonda nasoenteral: dieta e lavagem.

Líquidos eliminados:
o Urina;
o Fezes (diarreia);
o Vômitos;
o Drenagens
o Sangramentos;

Anotar na folha de sinais:


o Aspeto (acolia, melena,com sangue) e quantidade das fezes (P,M,G). Medir as diarreias;
o Quantidade e aspeto da diurese. Pesar as fraldas;
o Em caso de vômito, anotar o aspecto (borráceo, alimentar, sialorreia, etc.);
o Aspecto das drenagens: Se mais de dois drenos, especificar a drenagem de cada um;
o Pesar os curativos quando houver sangramentos ou ascite volumosos;
o Todas as medicações EV devem ser registradas.

Quando fechar o Balanço Hídrico?


O balanço hídrico parcial deve ser fechado sempre as 06, 12, 18 e 24 horas.
O balanço hídrico total deve ser fechado as 24 horas pelo enfermeiro responsável.

Como fechar o balanço parcial?


Devemos somar todos os líquidos administrados e somar todos os líquidos eliminados.
Após fazer a subtração dos líquidos eliminados dos líquidos administrados.
Colocaremos o sinal de “+” se o líquido administrado for maior que o líquido eliminado.
Colocaremos o sinal de “-” se o líquido eliminado for maior que o líquido administrado.
Devemos anotar os valores corretamente na folha de sinais vitais.

PACIENTES QUE NECESSITAM DE BALANÇO HÍDRICO


✓ Pacientes em uso de nutrição parenteral e enteral;
✓ Pacientes de UTI;
✓ Pacientes de pós-operatório de grandes cirurgias, principalmente dos sistemas
geniturinário, digestivo e respiratório;
387

✓ Pacientes portadores de enfermidades cardíacas, edemas, drenos, ascite, entre outras;


✓ Pacientes com restrição hídrica;
✓ Pacientes com queimaduras de grande extensão.

Balanço Hídrico

LA (líquido administrado) + 2175


LE (LÍQUIDO ELIMINADO) -1030
DIF (DIFERENÇA) +1145

CADERNO DE EXERCÍCIOS

1. Faça um breve comentário com suas palavras sobre a história das primeiras
unidades de terapia intensiva.
2. Diferencie UTI de CTI.
3. Diga pelo menos 5 medidas de prevenção e controle de infecções:
a. Respiratória;
b. Urinária;
c. Cateter;
d. Sutura.
4. Descreva com suas palavras a importância dos cuidados ao pacientes em terapia
intensiva.
5. Monte um carro de emergência com todos os compotentes devidamente organizados
por gaveta.
6. Pesquise 10 medicações que pertencem ao carro de emergência dizendo sua
indicação e contra indicação.
7. Como os traumas torácicos podem ser classificados?
8. Qual o significado dos seguintes termos?
388

a. Pneumotórax:
b. Hemotórax:
c. Empiema:
d. Quilotórax:

9. Diferencie pneumotórax aberto de pneumotórax hipertensivo.


10. O que é hemotórax maciço?
11. Defina tamponamento cardíaco e pesquise as formas de tratamento emergencial
12. Quais os cuidados de enfermagem nos traumas fechados?
13. O que é drenagem torácica?
14. Quais as indicações da drenagem torácica?
15. Quais os materiais para realzação da drenagem torácica?
16. Diga pelo menos 5 cuidados de enfermagem na drenagem torácica
17. Defina fraturas e como podem ser classificadas
18. Quais os tipos de fraturas?
19. Quais os sinais que o paciente apresente em uma fratura?
20. Quais são as complicações das fraturas?
21. Defina monitorização hemodinâmica e como pode ser classificada
22. Diga 5 tipos de monitorização hemodinâmica não invasiva
23. Diga 5 tipos de monitorização hemodinâmica invasiva
24. O que vem a ser monitorização hemodinâmica invasiva?
25. Qual o significado das seguintes siglas de monitorização hemodinâmica e os seus
valores de referência:
a. PAM
b. PVC
c. PIC
d. PIA
e. PAD
f. PVD
g. PAP
26. Quais os parâmetros avaliados no cateter de Swan-Ganzs?
27. Defina choque
28. Quais são os tipos de choque?
29. Relacione o mecanismo de cada choque (como ocorre)
30. Defina intubação orotraqueal e quais suas indicações
31. Quais as contra indicações da IOT?
32. Defina traqueostomia e pesquise suas indicações
33. Quais os tipos de cânulas utilizadas na TQT? Descreva cada uma
34. Quais as complicações precces e tardias da TQT?
35. Quais os cuidados para manterem limpa e livre de infecções a pele e o tubo traqueal
(cânula)?
36. Diga os cuidados de enfermagem na fixação da cânula de TQT
37. Defina aspiração de vias aéreas
38. Pela atualização do COFEN, pesquise quando o técnico de enfermagem pode realizar
aspiração de vias aéreas
39. Quais os materiais utilizados na aspiração de vias aéreas?
40. Defina ventilação mecânica
41. Diga 5 cuidados de enfermagem de um paciente em uso de VM
42. Quais os tipos de VM?
389

43. O que vem a ser trasnporte intra-hospitalar?


44. Quais as contra-indicações do trasnporte de pacientes graves?
45. Diga 5 medicações utilizadas em UTI, relatendo as indicações e os cuidados de
enfermagem de cada um um.
46. Defina Dripping.
47. Qual a concentração dos seguintes Drippings:
a. Midazolam;
b. Fentanil;
c. Insulina;
d. Noradrenalina;
e. Heparina;
f. Dobutamina;
g. Dopamina.
48. Qual o objetivo da escala de Ramsey?
49. Quais os valores de referência da Escala de Ramsey?
50. Qual o objetivo do Balanço Hídrico?
51. Qual a diferença do BH parcial e total?
52. Diga pelo menos 5 indicações para realizar o BH
53. Monte um BH conforme o caso clínico passado pelo professor

Ventilação por pressão positiva

Cuidados de enfermagem relacionados com ventiladores mecânicos

✓ A enfermagem controlará a existência de conexão entre o ventilador e a rede de gás,


bem como os pontos do circuito e tubo endotraqueal ou cânulas de traqueostomia;
✓ Manter o carro de urgência e o material de oxigenação próximos ao paciente em uso
de ventilação mecânica;

✓ Cuidados ao mobilizar o paciente, não realizando manobras bruscas para evitar


pinçamento do circuito e desconexões do ventilador o que causaria danos ao estado
clínico do doente;
✓ As traqueias do circuito devem esta livres de água ou qualquer outra substância para
evitar infecções respiratórias;
✓ Observar se os parâmetros programados estão de acordo com os prescritos e
condizentes com o quadro clínico do paciente;
✓ Estar atento aos alarmes sempre que ocorram. Manter ajustados os limites máximo e
mínimo programados para os alarmes, observando com frequência os avisos ópticos e
evitando confusão face a indicadores simultâneos;
✓ Avaliar nível de consciência, estado de agitação, relaxantes musculares para conseguir
uma adequada ventilação;
✓ Aspiração de secreções: as secreções traqueais devem ser aspiradas somente quando
390

necessário, pois a aspiração expõe o paciente a riscos como hipóxia, lesões da mucosa
traqueal, atelectasia e infecção. Para detectar a presença de secreções, é necessário
auscultar o paciente com frequência. Observar antes e durante a aspiração, ritmo
cardíaco, a saturação de oxigênio no oxímetro e a PIC quando monitorada. Cada sucção
deve durar menos de 5 segundos. Aspirar duas ou três vezes se necessário, permitindo
que o paciente ventile e descanse entre as sucções. A prevenção da oclusão do tubo
traqueal consiste na umidificação dos gases inspirados e adequada hidratação do
paciente;
✓ Mobilização do paciente em VMI e cuidados com a pele e mucosas: o posicionamento
adequado e a mobilização constante no leito favorecem a uma maior expansão pulmonar
além de prevenir lesões de pele (Úlceras por Pressão), atelectasia, pneumonia e melhoram
a higiene brônquica do paciente acamado e em uso de VMI. A pele e as mucosas (olhos,
cavidade nasal e bucal) também requerem uma atenção especial de maneira a evitar
ressecamento, ulcerações, traumas (córneas) e infecções(cavidade orofaríngea abundante
bactérias saprófitas).

Transporte do paciente grave

Define-se transporte intra-hospitalar como a transferência temporária ou definitiva


de pacientes por profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar.

Define-se transporte inter-hospitalar como a transferência de pacientes entre


unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e emergências,
unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que funcionem como
bases de estabilização para pacientes graves ou como serviços de menor complexidade, de
caráter público ou privado.

O ato de transportar deve reproduzir a extensão da unidade de origem do paciente,


tornando-o seguro e eficiente, sem expor o paciente a riscos desnecessários, evitando,
assim, agravar seu estado clínico.

Segurança e contraindicações

Considera-se o transporte seguro quando:

1. A equipe multidisciplinar responsável pelo paciente sabe quando fazê-lo e como


realizá-lo, ou seja, deve haver indicação para o deslocamento e, principalmente,
391

planejamento para fazê-lo.


2. Se assegura a integridade do paciente, evitando o agravamento de seu quadro clínico.
3. Há treinamento adequado da equipe envolvida, desenvolvendo habilidade no
procedimento.
4. Há uma rotina operacional para realizá-lo.

São consideradas contraindicações para o transporte de pacientes:


1. Incapacidade de manter oxigenação e ventilação adequadas durante o transporte ou
durante a permanência no setor de destino.
2. Incapacidade de manter performance hemodinâmica durante o transporte ou durante a
permanência no setor de destino pelo tempo necessário.
3. Incapacidade de monitorar o estado cardiorrespiratório durante o transporte ou
durantea permanência no setor de destino pelo tempo necessário.
4. Incapacidade de controlar a via aérea durante o transporte ou durante a permanência
no setor de destino pelo tempo necessário.
5. Número insuficiente de profissionais treinados para manter as condições acima
descritas, durante o transporte ou durante a permanência no setor de destino (p. ex.
médico, enfermeira, fisioterapeuta).

Medicamentos utilizados em UTI

Opioides

Os opioides são agonistas dos receptores opióides encontrados nos neurônios de


algumas zonas do cérebro, medula espinal e nos sistemas neuronais do intestino. Os
receptores opióides são importantes na regulação normal da sensação da dor. A sua
modulação é feita pelos opioides endógenos (fisiológicos), como as endorfinas e as
encefalinas, que são neurotransmissores.

Principais opioides

Morfina (analgésico entorpecente)

Indicação: Dor intensa, sedação pré-operatória e adjuvante da anestesia, dor associada ao


enfarto do miocárdio, tratamento adjuvante do EAP, tosse convulsiva (ICC).
392

Cuidados de enfermagem:

*Durante a terapia, monitore a função renal, PA, eletrocardiográfica e frequência


respiratória;

*VO: os comprimidos não devem ser mastigados ou macerados;

*IV: administre lentamente para evitar reações adversas: dilua 2-10mg em 5 ml


de águadestilada e infunda além de 4 min; contínua: concentração de 0,1 – 1mg/ml;

*Atentar para sinais de euforia, alteração de comportamento, registrando tais


alterações eatentando para agressividade;

*Atentar para alterações gastrointestinais, de pele e sistêmicas;

*Indagar sobre o paciente ser portador de IAM e hipertensão arterial.

Fentanil (analgésico-narcótico)

Indicações: Consiste em sedação, analgesia principalmente em intervenção cirúrgica.

Cuidados de enfermagem:

*Atentar para sinais de alteração de comportamento: registrar escala de sedação de


Ramsey;

*Registrar momento do início da administração da sedação e da suspensão do fármaco;

*Atentar para alterações gastrointestinais;

*manter cliente em monitorização de pressão arterial, eletrocardiográfica e


frequênciarespiratória;

*Atentar para alterações em pele e sistêmicas;

*Indagar sobre o cliente ser portador de IAM e depressão grave e miastenia grave.

Tramadol (analgésico entorpecente)

Indicação: Tramadol é indicado para dor de intensidade moderada a grave, de caráter agudo,
subagudo e crônico.
393

Cuidados de enfermagem:

*Durante a terapia monitore frequentemente a função intestinal;

*Exames laboratoriais: o medicamento pode causar aumento da creatinina sérica,


elevaçãodas enzimas hepáticas e diminuição de hemoglobina e proteinúria;

*Superdosagem e Toxidade: a superdosagem pode causar depressão respiratória e


convulsões;

*VO: a medicação pode ser administrada sem alimentos.

Benzodiazepnicos
As benzodiazepinas são um grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como
sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares, para amnésia anterógrada e atividade
anticonvulsionante. A capacidade de causar depressão no SNC deste grupo de fármacos é
limitada, todavia, em doses altas podem levar ao coma. Não possuem capacidade de
induzir anestesia, caso utilizados isoladamente.

Midazolan (hipnótico)

Indicações: Sedação, indução de amnésia, convulsões.

Cuidados de enfermagem:

*Atentar para alteração do nível de consciência;

*Aplicar escala de sedação de Ramsay e atentar para sinais de agitação psicomotora;

*Manter cliente em monitoração de pressão de PA, eletrocardigráfica e frequência


respiratória;

* Registrar início e retirada da droga;

*Indagar sobre o cliente ser portador de miastenia e insuficiência renal ou hepática;

*Realizar auxílio durante deambulação para prevenir quedas;

*IV: uso exclusivo hospitalar; a medicação deve ser administrada somente sob supervisão
médica e mediante emprego de medidas de apoio, nos casos de insuficiência
cardiorrespiratória.
394

Medicamentos vasoativos

Drogas vasoativas são aquelas que atuam sobre o coração e os vasos.

Amiodarona (antiarrítmico)

Indicação: Arritmias supraventriculares; Arritmias ventriculares; Prevenção de morte súbita;


Fibrilação atrial.

Cuidados de Enfermagem:

*No início da terapia ou durante o ajuste da dose, monitore: PA, FC e RC, diante de
qualqueralteração, comunique o médico;

*Durante a terapia monitore: função pulmonar, funções tireoideanas e hepática.

*VO: medicação deve ser administrada durante as refeições para diminuir a


intolerânciagastrointestinal (GI);

*IV: durante a infusão, monitore a Função cardíaca;

*Não administrar a medicação em casos de bradicardia, bloqueio atrioventricular, bloqueio


sinoatrial;

*Registrar características da função intestinal;

*Incentivar aceitação da dieta;

*Registrar aspecto da coloração da pele, atentar para cefaleia e artralgia;

*Evitar exposição da medicação a luz solar.

Dobutamina (cardiotônico não digitálico)

Indicação: Choques de origem cardiogênico ou em ocasiões em que o comprometimento


cardiogênico se fizer presente; Insuficiência cardíaca congestiva; Baixo débito cardíaco;
Tratamento em curto prazo da insuficiência cardíaca descompensada, após cirurgia
cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio;

Cuidados de enfermagem:

*Durante a terapia, monitore: PA, ECG, fluxo urinário, débito cardíaco, PVC, pressão
395

sanguínea pulmonar e pressão dos capilares pulmonares;

*VO: medicação deve ser administrada após as refeições;

*IV ou SC: durante a administração da droga, deve-se evitar o seu extravasamento, diante
dessa ocorrência, uma necrose poderá ser prevenida pela imediata infiltração de 10-15 ml
de cloreto de sódio 0,9% contendo 5-10mg de fentolamina;

*IM ou SC: de acordo com as circunstâncias clínicas, o sulfato de efedrina poderá ser
administrado por essas vias.

Dolantina (pré anestésico)

Indicações: Dolantina está indicada nos estados de dor e espasmos de várias etiologias,
tais como: infarto agudo do miocárdio, glaucoma agudo, pós-operatórios, dor consequente
à neoplasia maligna, espasmos da musculatura lisa do trato gastrintestinal, biliar,
urogenital e vascular, rigidez e espasmos do orifício interno do colo uterino durante
trabalho de parto e tetania uterina. Dolantina pode ser empregada ainda como pré-
anestésico ou como terapia de apoio ao procedimento anestésico.

Cuidados de enfermagem:

*Observar melhora quadros álgicos e comunicar equipe médica;

*Informar que tabagismo e álcool podem aumentar concentração da droga durante tratamento;

*Produto não pode ser tomado por mais de 10 dias;

*Orientar não ingerir produto depois das refeições com alto teor de gordura;

*Informar paciente durante aplicação IV, pode ter taquicardia.

Dopamina (cardiotônico não digitálico)

Indicação: Choque séptico, cardiogênico e baixo fluxo renal; disfunção miocárdica e baixo
fluxo. Após PCR: indicação para ocasionar hipertensão transitória, melhorando a perfusão
cerebral.

Cuidados de enfermagem:

*A medicação deve ser administrada exatamente conforme recomendado;


396

*Durante a terapia monitore: PA, ECG, PVC, débito e frequência cardíaca, balanço
hídrico, cor e temperatura das extremidades e diante de um aumento
desproporcional da PA diastólica, reduza o fluxo da infusão e acione o enfermeiro e
ou médico;

*IV: dilua em soro fisiológico 0,9% ou glicosado 5%, infunda em uma veia de grosso
calibre;

*Não administrar juntamente com soluções alcalinas (bicarbonato de sódio);


*Solução deve ser trocada a cada 2hs;

*Atentar para cefaléia, tonteira, náuseas, tremores e ansiedade.

Noradrenalina

Indicação: Choque distributivo (séptico), choque cardiogênico, IAM, insuficiência


coronariana e aumento da perfusão renal (baixas doses).

Cuidados de enfermagem:
*Observar e registrar frequência cardíaca, PA;

*Registrar traçado eletrocardigráfico no momento da administração do fármaco;

*Observar sinais de palidez cutâneo-mucosa, tremores musculares e náusea;

*Indagar sobre o cliente ser portador de glaucoma, angina pectoris e aterosclerose;

*Registrar glicemia capilar e dosagens de hormônios tireoidianos;

*Administrar medicação o mais proximal possível da inserção venosa;

*Não administrar em veia periférica.

DRIPPINGS

O termo “Dripping” é a forma de administrar um medicamento muito forte ou irritante


de Forma suave e lenta, em forma contínua. A própria palavra já demonstra seu contexto
“dripping”, ou seja, “gotejamento”.
Dessa forma, trata-se da administração de medicamento por meio de gotejamento
através de um equipo de gotas ou microgotas.
397

Pode-se utilizar bomba de infusão, e caso não tenha, é preciso realizar o cálculo de
gotejamento.

Exemplos de Drippings de medicamentos

Preparar “medicação em dripping” é um procedimento bastante utilizado


especialmente em terapia intensiva, veja as principais medicações:

Dormonid (Midazolam)

O midazolam é um indutor do sono que tem efeito sedativo e hipnótico, comumente


utilizado como pré-anestésico.

Deve-se utilizar 30 ml de Dormonid com 120 ml de soro glicosado a 5%. O seu


antídoto é o flumazenil (Lanexat).

Tridil (Nitroglicerina)

A Nitroglicerina é um medicamento vasodilatador coronariano que provoca um


relaxamento dos músculos vasculares, diminuindo o retorno venoso para o coração. A sua
função e provocar a diminuição da demanda de oxigênio pelo miocárdio.

Para preparar o dripping, usa-se 10 ml Tridil 5 ml com 240 ml de soro glicosado a


5%.

Dopamina (Revivan)

Trata-se de um estimulante cardíaco. A Dopamina provoca a elevação do fluxo


cardíaco e da pressão arterial. Ela também aumenta o fluxo sanguíneo das artérias
esplênicas, o fluxo renal, a filtração glomerular, a diurese e a excreção de sódio.
398

• Dopamina 100 ml + S.G.5% 150 ml

Norepinefrina (Noradrenalina, Levophed)

A norepinefrina possui efeito vasoconstritor por ser um estimulante cardíaco. Ela


provoca o aumenta a força de contração do miocárdio e o fluxo sanguíneo.

• Noradrenalina 20 ml + S.G.5% 80 ml

Liquemine (Heparina):
A heparina é um medicamento anticoagulante por provocar a neutralização dos
fatores de coagulação, impedindo a fibrinogênio para fibrina. Além disso, a heparina
provoca a lise de trombos já formados.

• Heparina 5 ml + S.F.0,9% ou S.G.5% 245 ml

Fentanila (citrato)

O citrato é um analgésico narcótico de ação rápida.

• Fentanila 20 ml + S.G.5% ou S.F.0,9% 80 ml

Nitroprussiato de sódio (Nipride)


O nipride é um vasodilatador que reduz a necessidade de oxigênio do miocárdio,
especialmente no infarto agudo do miocárdio. Além disso diminui a pressão sanguínea.

• Nipride 2 ml + S.G.5% 248 ml (Fotossensível)

Insulina Regular
Insulina Regular é utilizada nos controles de DM descompensada, com hiperglicemia
persistente. Pode ser utilizada em dripping seguido de controle glicêmico rigoroso.

Insulina Regular 100 unidades + 100 mL de SF a 0,9% em bomba de infusão. Concentração


padrão de 1 unidade de insulina em cada 1mL da solução.
399

Bomba de Infusão

A bomba de infusão é um equipamento médico destinado à administração de fluidos,


como medicamentos e nutrientes, que são entregues de forma controlada no corpo do paciente
de acordo com sua prescrição médica.

Desta forma, pacientes que necessitam de dosagens específicas de fluidos em um ritmo


controlado podem contar com uma administração automatizada desses líquidos, sejam eles em
pequenas ou grandes escalas. Com isso, além da precisão no envio dos fluidos, que é
fundamental para a saúde e segurança do paciente, enfermeiros conseguem mais tempo para
focar em outras atividades.

Onde são usadas bombas de infusão

É comum que bombas de infusão sejam utilizadas em diversos setores dentro do


ambiente hospitalar, como centro cirúrgico, UTI, emergência, quimioterapia, obstetrícia,
ginecologia e enfermaria, além de ser muito utilizada em ambulâncias, casas de repouso e até
em uso doméstico, em caso de pacientes que necessitam de determinada medicação ou
nutrição de forma constante.

Escala de Ramsay
É uma tipo de escala subjetiva utilizada para avaliar o grau de sedação em pacientes,
visando evitar a sedação insuficiente (o paciente pode sentir dores) ou demasiadamente
excessiva (colocando-o em risco de morte).
Tem sido usado principalmente para avaliar pacientes em unidade de terapia intensiva.
A escala de Ramsay foi descrita pela primeira vez pelo medico Michael Ramsay como
parte de um estudo sobre o efeito de um esteroide anestésico publicado em 1974.
Ela compreende valores que vão de 1 a 6, atribuídos observando as respostas dadas
400

pelo paciente após estímulos e podem ser:


Grau 1: paciente ansioso, agitado;
Grau 2: cooperativo, orientado, tranquilo;
Grau 3: sonolento, atendendo aos comandos;
Grau 4: dormindo, responde rapidamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro
vigoroso;
Grau 5: dormindo, responde lentamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro
vigoroso;
Grau 6: dormindo, sem resposta.

Balanço Hídrico
Balanço hídrico é o processo de observação e registro da quantidade de líquidos
administrados e eliminados pelo paciente no período de 24 horas, com o objetivo de verificar
perdas e/ou ganhos de líquidos e eletrólitos;
A água corporal refere-se ao fluido corporal no qual os eletrólitos estão dissolvidos;
A manutenção da quantidade adequada de líquidos no organismo e de seus elementos
são fatores essenciais para a vida;
Os líquidos correspondem aproximadamente 50 a 70% do peso corporal exercendo um
papel importante no organismo, como:
*Transporte de oxigênio e nutrientes para a célula e remoção dos produtos de degradação.
*Manutenção do equilíbrio físico e químico.
A eliminação de líquidos é denominada perda sensível (mensurável) e perda insensível
(não mensurável). A água é eliminada do organismo pela pele, pelos rins, pelo intestino e pelos
pulmões.
Aproximadamente 300 a 500 ml são eliminados pelos pulmões em 24 horas e
aproximadamente 500ml/dia de água são eliminados pela pele através da transpiração.
A quantidade de perda insensível, em um adulto, é de aproximadamente 500 a 1.000
ml/dia;
As perdas por via gastrintestinal são apenas de 100 a 200 ml/dia aproximadamente,
devido à reabsorção da maior parte do líquido que ocorre no intestino. O aumento de perdas
pelo trato gastrintestinal pode ocorrer em casos de diarréia ou fístula.
Perdas significantes pela transpiração ocorrem se a temperatura do paciente excede
38,3°C ou se a temperatura ambiental for superior a 35°C.
401

O interior do organismo necessita manter a homeostase, para isso, o ganho e perda de


líquidos deve ser relativamente iguais em indivíduos saudáveis;
O controle diário de peso de pacientes com desequilíbrios hídricos é de fundamental
importância. A medida verificada do peso corporal é o melhor indicador de ganhos e perdas
realizado no balanço hídrico. Uma perda ou um ganho de 1Kg reflete uma perda ou ganho de 1
litro de água corporal.

O que entra no balanço?


Líquidos administrados:
o Soros;
o Medicações EV (mesmo que seja 02 ml !!!);
o Diluição de medicações (EV e VO);
o Sangue e derivados (não entra na contagem da saída);
o Medicações VO líquidas (nistatina, óleo mineral);
o Controle de líquidos fornecido pela copa (ver coerência em relação à aceitação);
o Sonda nasoenteral: dieta e lavagem.

Líquidos eliminados:
o Urina;
o Fezes (diarreia);
o Vômitos;
o Drenagens;
o Sangramentos.

Anotar na folha de sinais:


o Aspeto (acolia, melena,com sangue) e quantidade das fezes (P,M,G). Medir as diarreias;
o Quantidade e aspeto da diurese. Pesar as fraldas;
o Em caso de vômito, anotar o aspecto (borráceo, alimentar, sialorreia, etc.);
o Aspecto das drenagens: Se mais de dois drenos, especificar a drenagem de cada um;
o Pesar os curativos quando houver sangramentos ou ascite volumosos;
o Todas as medicações EV devem ser registradas.
402

Quando fechar o Balanço Hídrico?


O balanço hídrico parcial deve ser fechado sempre as 06, 12, 18 e 24 horas.
O balanço hídrico total deve ser fechado as 24 horas pelo enfermeiro responsável.

Como fechar o balanço parcial?


Devemos somar todos os líquidos administrados e somar todos os líquidos eliminados.
Após fazer a subtração dos líquidos eliminados dos líquidos administrados.
Colocaremos o sinal de “+” se o líquido administrado for maior que o líquido eliminado.
Colocaremos o sinal de “-” se o líquido eliminado for maior que o líquido administrado.
Devemos anotar os valores corretamente na folha de sinais vitais.

PACIENTES QUE NECESSITAM DE BALANÇO HÍDRICO


✓ Pacientes em uso de nutrição parenteral e enteral.
✓ Pacientes de UTI.
✓ Pacientes de pós-operatório de grandes cirurgias, principalmente dos sistemas
geniturinário, digestivo e respiratório.
✓ Pacientes portadores de enfermidades cardíacas, edemas, drenos, ascite, entre outras.
✓ Pacientes com restrição hídrica.
✓ Pacientes com queimaduras de grande extensão.
403

Balanço Hídrico

LA (líquido administrado) + 2175


LE (LÍQUIDO ELIMINADO) -1030
DIF (DIFERENÇA) +1145

CADERNO DE EXERCÍCIOS

54. Faça um breve comentário com suas palavras sobre a história das primeiras unidades de
terapia intensiva.
55. Diferencie UTI de CTI
56. Diga pelo menos 5 medidas de prevenção e controle de infecções:
a. Respiratória
b. Urinária
c. Cateter
d. Sutura
57. Descreva com suas palavras a importância dos cuidados ao pacientes em terapia intensiva.
58. Monte um carro de emergência com todos os compotentes devidamente organizados por
gaveta.
59. Pesquise 10 medicações que pertencem ao carro de emergência dizendo sua indicação e
contra indicação.
60. Como os traumas torácicos podem ser classificados?
61. Qual o significado dos seguintes termos?
a. Pneumotórax:
b. Hemotórax:
c. Empiema:
d. Quilotórax:

62. Diferencie pneumotórax aberto de pneumotórax hipertensivo.


404

63. O que é hemotórax maciço?


64. Defina tamponamento cardíaco e pesquise as formas de tratamento emergencial.
65. Quais os cuidados de enfermagem nos traumas fechados?
66. O que é drenagem torácica?
67. Quais as indicações da drenagem torácica?
68. Quais os materiais para realzação da drenagem torácica?
69. Diga pelo menos 5 cuidados de enfermagem na drenagem torácica
70. Defina fraturas e como podem ser classificadas
71. Quais os tipos de fraturas?
72. Quais os sinais que o paciente apresente em uma fratura?
73. Quais são as complicações das fraturas?
74. Defina monitorização hemodinâmica e como pode ser classificada.
75. Diga 5 tipos de monitorização hemodinâmica não invasiva.
76. Diga 5 tipos de monitorização hemodinâmica invasiva.
77. O que vem a ser monitorização hemodinâmica invasiva?
78. Qual o significado das seguintes siglas de monitorização hemodinâmica e os seus valores de
referência:
a. PAM
b. PVC
c. PIC
d. PIA
e. PAD
f. PVD
g. PAP
79. Quais os parâmetros avaliados no cateter de Swan-Ganzs?
80. Defina choque.
81. Quais são os tipos de choque?
82. Relacione o mecanismo de cada choque (como ocorre).
83. Defina intubação orotraqueal e quais suas indicações.
84. Quais as contra indicações da IOT?
85. Defina traqueostomia e pesquise suas indicações.
86. Quais os tipos de cânulas utilizadas na TQT? Descreva cada uma.
87. Quais as complicações precces e tardias da TQT?
88. Quais os cuidados para manterem limpa e livre de infecções a pele e o tubo traqueal
(cânula)?
89. Diga os cuidados de enfermagem na fixação da cânula de TQT.
90. Defina aspiração de vias aéreas.
91. Pela atualização do COFEN, pesquise quando o técnico de enfermagem pode realizar
aspiração de vias aéreas.
92. Quais os materiais utilizados na aspiração de vias aéreas?
93. Defina ventilação mecânica.
94. Diga 5 cuidados de enfermagem de um paciente em uso de VM.
95. Quais os tipos de VM?
96. O que vem a ser trasnporte intra-hospitalar?
97. Quais as contra-indicações do trasnporte de pacientes graves?
98. Diga 5 medicações utilizadas em UTI, relatendo as indicações e os cuidados de enfermagem
de cada um um.
99. Defina Dripping
100. Qual a concentração dos seguintes Drippings:
405

a. Midazolam
b. Fentanil
c. Insulina
d. Noradrenalina
e. Heparina
f. Dobutamina
g. Dopamina
101. Qual o objetivo da escala de Ramsey?
102. Quais os valores de referência da Escala de Ramsey?
103. Qual o objetivo do Balanço Hídrico?
104. Qual a diferença do BH parcial e total?
105. Diga pelo menos 5 indicações para realizar o BH.
106. Monte um BH conforme o caso clínico passado pelo professor.

Você também pode gostar