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XIX-XX // MULHERES
Domitila de Castro
O mulherengo D. Pedro
(I do Brasil e IV de Portugal)
conheceu-a em São Paulo,
fê-la marquesa e levou-a
para o Rio já grávida
Q
music-hall francesa Gaby Deslys, oito anos
uando, em 1821, D. João VI O Brasil tornou-se entretanto indepen- mais velha, que conhecera no Théâtre des
regressou do Brasil – para onde dente e D. Pedro foi coroado imperador. Capucines, em Paris.
partira 13 anos antes fugindo à Na corte, a desditosa imperatriz Leopoldina No início de 1910, o reizinho convidou
primeira invasão napoleónica – entregava-se à bebida para tentar esquecer Gaby a vir a Portugal e instalou-a no pró-
deixou no Rio de Janeiro, como as infidelidades do marido. Mas este, indi- prio Palácio das Necessidades, onde vivia
regente, o seu filho D. Pedro. ferente ao sofrimento da mulher, chegou a com a mãe. Passados poucos meses, durante
Este, então com 22 anos, conheceu em São nomear a amante sua aia e conferiu-lhe o a deslocação a Londres para o funeral de
Paulo a mulher de um militar que ansiava título de marquesa de Santos. Eduardo VII, encontrou-se ali com a atriz,
por ver-se livre do marido. Chamava-se Diz-se que Domitila disparou contra a pró- que andava em tournée. No verão seguinte,
Domitila de Castro Canto e Melo, tinha os pria irmã ao ter sabido de uma caso amoroso a cantora estava de novo em Portugal, agora
olhos negros e intercedeu junto do regen- entre esta e o ninfomaníaco D. Pedro. compartilhando aposentos com D. Manuel
te para que o seu almejado divórcio fosse no palácio do Buçaco (que então ainda não
acelerado. Quando D. Pedro regressou ao Rosa Damasceno e outras era hotel). Quando a sua presença começou
Rio levava já consigo Domitila e um feto O neto de D. Pedro IV, D. Luís I, teve também a tornar-se badalada, teve, porém, de fazer
no ventre dela. um acentuado pendor para as aventuras ga- as malas e regressar a Paris. L.A.M.
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