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Redes de Alianças

Estratégicas
Material Teórico
Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Lino Caetano Ibanhe

Revisão Textual:
Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Intenção e a Construção das
Estratégias Empresariais

• Análise e Pesquisa de Mercado: Estratégia de Minimização de Riscos


• Estratégia Comercial e de Vendas
• Produto: a Escolha Definitiva a Principal para o Desenvolvimento
das Estratégias
• Estratégia Tecnológica de Produção: A Configuração Produtiva
do Empreendimento

OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Estratégia Empresarial – qual será nosso mercado alvo;
··Qual produto oferecer a este mercado alvo;
··O que será necessário para a produção – configuração produtiva.

ORIENTAÇÕES
Após termos estudado a importância e o papel do Planejamento Estratégico,
bem como a importância da missão, da visão e dos valores da organização
e também a importância da escolha de qual estratégia seria a mais adequada
para atingir as metas pré-determinadas (Diferenciação e Liderança no Custo
Total), esta Unidade será dedicada às análises que se fazem necessárias
para a escolha do mercado, do público alvo, do produto e da estratégia de
configuração produtiva.
UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais

Contextualização
Como vimos, a Intenção Estratégica é de fundamental importância para que uma
organização que queira atuar em um determinado mercado, com um determinado
produto, saiba exatamente o que fazer em termos de estruturas, custos, ações e
estratégias, para que não fique fora da Missão e da Visão que foram traçadas e
determinadas pelos investidores e executivos da organização.

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Análise e Pesquisa de Mercado: Estratégia
de Minimização de Riscos
Todo novo empreendimento que qualquer organização ou indústria tem a
intenção de iniciar implica riscos e incertezas.

Assim, em que devemos nos basear e nos fundamentar para a tomada de decisão?

Não são tão recentes as pesquisas de mercado e planos de Marketing dos quais
as grandes organizações lançam mão para tentar minimizar esses riscos e diminuir
seus custos de implantação.

A definição de um Plano Estratégico é fundamental para que as organizações


sigam e atinjam sua Missão e Visão e cumpram os papéis de seus Valores, sendo
esses fatores, como vimos, a ALMA das organizações.

Dentro desse conceito, a análise e a pesquisa mercadológica se fazem necessárias


e de fundamental importância, pois sem isso talvez as organização nem consigam
estabelecer sua Estratégia Organizacional e se o fizerem, certamente, ficarão
faltando componentes que distorcerão os valores, as análises e até mesmo o
desempenho corporativo.

Com isso, a análise e a pesquisa de mercado são duas ferramentas que


auxiliarão as tomadas de decisões para os planos futuros e devem ser aplicadas e
consideradas somente quando tivermos certeza de que seus resultados contribuirão
para diminuir e minimizar os riscos nas tomadas de decisões.

Fonte: Divulgação Fonte: iStock/Getty Images

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Análise e Escolha de Mercado: Analisando e Trabalhando


com as Informações
Toda e qualquer análise e pesquisa mercadológica nos trará um nível de
informações bastante grande, um volumoso pacote de informações cujas entrelinhas
todo e qualquer empreendedor tem por obrigação analisar e considerar.

Essa análise deve considerar qual é o seu plano ou o seu objetivo, pois
somente assim o empreendedor conseguirá diminuir os seus riscos e achar novos
caminhos e oportunidades, facilitando em muito o seu caminho para alcançar
os objetivos pré-estabelecidos. E outro fator de fundamental importância que
temos a salientar é que de nada adianta gastar esforços e recursos em pesquisa
e análise de mercado se de fato o empreendedor estiver disposto a mudar suas
ideias e concepções iniciais a respeito do que tinha previamente imaginado ou
estabelecido para seu projeto.

A análise e a pesquisa de mercado fornecem ferramentas e dados que muito


contribuirão para melhorar e aprimorar as estratégias previamente imaginadas.

Pesquisa Mercadológica: Ferramenta de


Conhecimento Estratégico
Para que serve uma Pesquisa Mercadológica? No que ela nos é útil?

Essa ferramenta de conhecimento estratégico nos mostra e nos faz tomar ciência
de alguns fatores que são absolutamente necessários para qualquer organização
que pretenda iniciar um novo projeto para atuar em uma área que até então é uma
área a ser desbravada. Assim, a Pesquisa Mercadológica deve mostrar:
1. Perfil da clientela
·· características quantitativas: mostra quantos clientes será possível
atingir, qual o potencial futuro deste mercado, qual será a participação da
organização neste mercado, quantos e quais serão os seus concorrentes;
·· características qualitativas: renda do meu público alvo, escolaridade,
estilo de vida, hábitos de consumo, características comportamentais;
2. Perfil dos concorrentes: quem são os seus concorrentes, como se compor-
tam, onde se localizam, qual são suas estratégias de fornecimento e de preços;
3. Perfil dos fornecedores: quais serão seus fornecedores, onde estão
localizados (logística de entregas), qualidade e custos das matérias primas
desses fornecedores, qualidade e custos de serviços que por ventura serão
necessários para a organização.

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A análise dos dados e informações que descrevemos acima, na verdade, servem
para tomadas de decisões e a definição das estratégias para as duas pontas da
nossa organização:
·· Estratégia Comercial e de Vendas;
·· Estratégia de Materiais (Supply Chain – Cadeia de Materiais).

Estratégia Comercial e de Vendas


As Estratégias Comerciais e de Vendas são as atividades e procedimentos de
saída, são os OUTPUTS das organizações. Somente com uma análise criteriosa e
detalhada das pesquisas é que se consegue estabelecer as metas e estratégias que
deverão ser seguidas.

Mas que fatores são estes que tanto impactam os OUTPUTS das organizações?
Sem a devida consideração e perfeito dimensionamento deles, o novo empreen-
dimento poderá estar determinado ao fracasso mesmo antes de seu nascimento.

A seguir, relacionamos os de maior destaque:


·· Tamanho do mercado: qual é a meta de vendas (quantidade) que se
intenciona atingir e dentro de qual prazo (dimensionamento do mercado);
·· Avaliação dos produtos: como estão indo os produtos no mercado,
estão atendendo as expectativas dos clientes para as quais foram criados,
os clientes estão de fato percebendo o valor do produto, estão satisfeitos;
·· Política de preços: os preços praticados estão de acordo com os valores
percebidos por seus clientes, vendas são perdidas por preços superiores
aos dos seus concorrentes ou a organização está ganhando participação
de mercado.

Estratégia de Materiais (Cadeia de Materiais – Supply Chain)


As Estratégias de Materiais e Supply Chain são as atividades e procedimentos
de entradas das organizações, são os INPUTS. Quando vimos acima os fatores
que compõem os INPUTS organizacionais, vimos que o primeiro fator é que
mercado e que tamanho de mercado queremos atingir. Pois bem. Só esse fator já
é determinante para que todos os INPUTS sejam estabelecidos e parametrizados.

Podemos, certamente, fazer esta afirmação pelo simples fato de que o ta-
manho do mercado em que queremos atuar definirá toda a estrutura física do
novo empreendimento.

Imaginem uma organização que mesmo antes de definir seus parâmetros de


mercado adquira uma planta fabril com o triplo da capacidade de produção que
conseguirá vender em seu novo mercado. Isso acarretaria um enorme custo fixo
desnecessário, que tornaria o projeto inviável em termos de custos, por exemplo.

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UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais

Assim, a seguir também relacionamos os principais fatores que impactam os


INPUTS dentro das organizações:
1. Estrutura física: de acordo com a meta traçada do tamanho de mercado
a ser atingido, a organização fará o dimensionamento de toda a planta do
novo empreendimento, pois disso depende e isso determinará a capacidade
produtiva do empreendimento. Um superdimensionamento causará, como
já vimos, custos fixos desnecessários e um subdimensionamento implicará
que possa haver incapacidade de a organização abastecer futuramente o
mercado alvo de suas metas;
2. Tecnologia a ser empregada: esse é outro fator que deve deter um estudo
mais profundo por parte dos executivos. A escolha da tecnologia leva à
escolha correta de qual tipo de equipamentos devem sem adquiridos para a
produção. Alta tecnologia implica altos custos de aquisição e de manutenção
e, claro, maior eficiência produtiva;
3. Aquisição de materiais/compras: a definição da localização da nova
planta implica análise minuciosa que deve levar em conta a localização dos
respectivos fornecedores das matérias primas que serão consumidas. Um
projeto pode ser inviabilizado por custos de reabastecimentos, altos custos de
fretes e até mesmo a falta de diversos materiais, fazendo parar a produção;
4. Contratação de mão de obra: outro fator de suma importância dentro
de um novo empreendimento é a alocação da força de trabalho. Definido
o mercado e o produto, saberemos quem temos de ter ao nosso lado para
a produção dos bens. Se esta força de trabalho não for encontrada numa
distância razoável do empreendimento, isso também pode inviabilizá-lo. A
organização pode ter custos elevados de homem/hora, alta rotatividade da
força de trabalho e queda da qualidade dos produtos.

Acuracidade (Exatidão) de Custos: Estratégia de Liderança no


Custo Total
Vamos aqui fazer um chamado a todos os estudantes para que notem que,
apesar de estarmos usando acima os termos Estratégia de Materiais ou Estratégia
Comercial e de Vendas, não devemos nos esquecer de que ainda estamos dentro
da Análise e Pesquisa de Mercado.
É que dentro desta análise temos subestratégias que se faz necessário
mencionar e estudar, pois afirmamos que os dados da Análise e Pesquisa
de Mercado são os alicerces da construção das futuras estratégias que serão
traçadas e adotadas pela organização.
E por que o destaque que aqui damos aos custos e sua exatidão?
Porque cada vez mais todos os mercados estão mais competitivos e qualquer
diferença que as organizações consigam à frente de seus concorrentes, hoje em
dia, pode ser o grande diferencial para sair na frente e conseguir uma maior fatia
de mercado.

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Mesmo que não estejamos falando exclusivamente da Estratégia de Liderança
no Custo Total, hoje todas as organizações, sem exceção, precisam de uma
ESTRUTURA DE CUSTOS, tanto de custos fixos, como de todos os custos
variáveis, muito enxuta, ou seja, os custos de qualquer natureza precisam ser os
menores possíveis e todos muito bem calculados e acompanhados de muito perto
pela administração.

Podemos afirmar isso, pois cada vez mais as grandes organizações não têm muita
margem para mexer em preços ou em outro qualquer componente do produto.

E como a globalização dos últimos tempos diminuiu as distâncias e as diferenças


de um mercado para outro onde estas mesmas organizações atuam, a maioria
dos produtos ficaram muito parecidos entre si, tanto em termos de características
físicas como de preços, e assim o que se busca para ter um diferencial competitivo
é a diminuição das estruturas de custos e, porque não, as estratégias de custos.

Produto: A Escolha Definitiva a Principal


para o Desenvolvimento das Estratégias

Fonte: adaptado do iStock/Getty Images

Chamamos a todos para analisar a imagem de cada produto acima. Vamos


agora tentar enumerar o que cada um deles demanda para ser produzido.

Como será a estrutura fabril de um deles e as máquinas que os produzem?


O que será necessário para que as organizações os entreguem nos mercados
consumidores? Será que cada um deles tem muitos concorrentes que disputam
clientes de igual para igual?

Façamos algumas considerações de cada um dos produtos.

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UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais

Doritos
·· Público alvo: jovens;
·· Mercados de atuação: geograficamente, geralmente em grandes centros;
·· Divulgação: plano de marketing agressivo e sempre presente;
·· Política de preço: valor sempre acessível, para ter volume grande de venda;
·· Logística de entregas: deve ser muito bem estudada, pois o produto é
leve e volumoso.

Pasta dente
·· Público alvo: todas as idades e para todos da família;
·· Mercados de atuação: não há, em princípio, restrição geográfica para atuação;
·· Divulgação: plano de marketing agressivo e sempre presente (muitos
concorrentes);
·· Política de preço: valor sempre acessível, para ter volume grande de venda;
·· Logística de entregas: facilitada, pode ser por meio de distribuidores –
produto mais compacto.

Mencionamos estes dois produtos e estas implicações em suas negociações


e distribuições só para termos como exemplo o que cada produto exige das
organizações quando estas decidem operar em seus mercados.

Cada um dos produtos exige de suas organizações estratégias específicas para


que todos os OUTPUTS e INPUTS transcorram com fluidez natural, pois os dois
produtos são produtos de grande volume de negociação.

Esses produtos é o que chamamos de PRODUTOS DE CONSUMO.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DE CONSUMO


Produtos de conveniência Produtos de compra comparada
Compra frequente e imediata Compra com menor frequência
·· Baixo preço ·· Busca de informações sobre o produto
·· Muitos lugares para compra ·· Poucos lugares para a compra
Incluem: Comparáveis por:
·· produtos de consumo geral ·· adequação e qualidade
·· produtos de compra por impulso ·· preço e estilo
·· produtos de emergência TV, celular, máquina de lavar roupa
Produtos de uso especial Produtos não procurados
Esforço adicional para compra Lançamentos e inovações
·· Características únicas ·· Produtos que os consumidores não têm
·· Identificação da marca ·· Conhecimento ou não pensam a respeito
·· Poucos locais disponíveis para compra ·· Requerem muita propaganda e esforço de venda pessoal
Carros Plano de Aposentadoria, Cafeteira
Nespresso

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No quadro acima, temos uma classificação clássica dos produtos de consumo. Na
verdade, todos os produtos são de consumo, mas cada grupo possui características
distintas, como podemos ver: maior ou menor volume, maior ou menor frequência
de compras, e assim por diante.

Sugerimos que pesquisem online como é produção dos nossos dois exemplos de produtos: o
Explor

Doritos e a pasta de dentes. Vejam como são as características de cada fábrica, as diferentes
matérias primas, os maquinários e a estocagem. A seguir, damos dois exemplos de sites,
mas as possibilidades são inúmeras.
Explorem!!!
http://goo.gl/24l9j8

Características e Classificação dos Produtos


A grande maioria dos mercados e das pessoas acha que os produtos são
exclusivamente BENS TANGÍVEIS, ou seja, materiais, palpáveis. Mas na verdade
os produtos são muito mais que somente tangíveis.

O produto é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma
necessidade ou desejo. Entre os bens comercializados estão bens físicos, serviços,
experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações
e ideias (KOTLER; KELLER, 2006).

Níveis de Produtos: A Hierarquia de valor para o cliente


Desde que se tenha definido qual produto uma organização ofertará no mercado,
esta precisa ter em mente cinco níveis de produto. Os níveis de produtos servem
para agregar mais valor para os clientes. E são os cinco níveis que constituem a
Hierarquia de Valor.

Quanto mais valor o seu cliente perceber sobre o seu produto, mais interesse
ele terá nele.

Vamos exemplificar o que estamos falando.

Primeiro nível
·· Benefício central – o serviço ou o benefício central que o cliente está
realmente comprando;
·· O comprador de uma Furadeira está comprando FUROS.

Segundo nível
·· Produto básico – para cumprir o benefício central, o produto ou serviço
tem de ter as características básicas para tal;
·· A furadeira, para fazer FUROS, precisa ter mandril para fixação da broca
e um motor para fazê-la girar.

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UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais

Terceiro nível
·· Produto esperado: série de atributos e condições que os compradores
normalmente esperam ao comprar um determinado produto;
·· O comprador da Furadeira espera que ela fure; portanto, a broca tem de
fixar, não pode sofrer com choques elétricos e o motor tem de ter potên-
cia suficiente.

Quarto nível
·· Produto ampliado: é o produto que excede as expectativas dos clientes;
·· A furadeira tem regulagem da velocidade de giro da broca e inverte a
rotação do motor.

Observação: o que geralmente acontece é que as características extras dos produtos


Explor

ampliados, geralmente, em médio prazo, tornam-se características comuns ao produto.

Quinto nível
·· Produto potencial: produto que agregou outros valores além de sua
função primeira, tornando-se referência de Mercado.
·· Furadeira equipada com luz de led para iluminar os trabalhos e acessórios
que permitem que ela se torne parafusadeira.

Estratégia Tecnológica de Produção:


A Configuração Produtiva do Empreendimento
Dentro desta unidade, até este momento, vimos praticamente tudo que seria
necessário definir e tomar a decisão em termos do que faremos, do que se trata o
nosso objetivo, ou seja, o que vamos vender e colocar no mercado.

Agora, precisamos materializar este projeto. Os dados e as informações até agora


são uma grande massa compilada de dados, que é a matriz do empreendimento.
Quando dizemos materializar, queremos dizer que partiremos agora para a
construção física do projeto.

Construiremos o prédio da fábrica, instalaremos os equipamentos de produção,


dimensionaremos nossa equipe de mão de obra e nossa frota de caminhões.

Porque agora, de fato, iniciaremos a produzir o produto em si. Tudo que vimos
era com relação ao nosso mercado alvo, público alvo, o que venderíamos e como
entregaríamos. O que faremos agora será colocar em prática e tornar real todos os
estudos que o projeto demandou.

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Fontes: Wikimedia Commons

Observem a imagem acima. Alguém pode adivinhar do que se trata ou qual é


este produto?

Trata-se da linha de produção da Ford Motors Company, que foi fundada há


mais de 100 anos nos Estados Unidos. Por incrível que pareça, o início da vida da
Ford Motors foi muito difícil e a empresa quase foi à falência.

Mas seu principal acionista, Henry Ford, adaptou e melhorou muito uma ideia
que já era aplicada à sua época: a linha de produção dinâmica. O que o Henry
Ford conseguiu com esta manobra é considerado até os dias de hoje o marco zero
e o molde de tudo que se seguiu depois, ou seja, hoje as tecnologias são outras,
mas os moldes e o conceito fundamental continuam sendo o de 100 anos atrás.

O produto que saía desta linha de produção era o carro Ford Modelo T, que para
sua época era um produto à frente de seu tempo. Tinha mais tecnologia, era mais
rápido e custava menos. Tudo isso foi possível porque a Economia de escala que a
linha de produção trouxe para o produto foi absurda.

Primeiro os engenheiros desenvolveram peças que serviam em diversos produtos


e no início os carros eram montados em células de trabalho, ou seja, um grupo de
funcionários montava o carro inteiro, do início ao fim.

Com a implantação da linha de produção dinâmica, a montagem era feita em


cima das esteiras.

Graças à dinamização da montagem, a fábrica passou a produzir 10 vezes


mais carros no mesmo espaço de tempo e isso permitiu que, com a economia
de escala, o custo caísse e, por consequência, o preço de venda.

Aqui, vale pedir a todos que aprofundemos nossos estudos. A seguir, indicamos um dos muitos
Explor

sites que contam e mostram a história da famosa linha de produção do Ford Modelo T. Leiam a
história e vejam as imagens da Ford e depois pesquisem e vejam as linhas de montagens das
modernas fábricas de carros dos dias de hoje. Claro que as tecnologias são outras, mas, por
exemplo, observem os sistemas via esteiras: http://goo.gl/4mdK02

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Configuração Produtiva do Empreendimento


Prezados(a) alunos(as), depois dessa pequena demonstração que demos do que foi
a linha de produção da Ford, podemos dizer que de fato houve uma configuração
produtiva voltada para o produto, que era o Modelo T?

Sim, podemos afirmar sem a menor sombra de dúvidas. Na verdade, podemos


até dar outro nome, uma denominação mais atual. A Ford tinha uma Engenharia
de Produto atuando fortemente dentro da fábrica para que a companhia
atingisse o seu objetivo: disponibilizar carros baratos e confiáveis para seus clientes.

A Engenharia de Produtos dentro das grandes organizações tem um papel


fundamental na montagem e definição do empreendimento. Todas as etapas que
vimos de definição de mercados e de produtos, bem como e, principalmente, as
características dos produtos, a Engenharia de Produto tem de estar presente em
todas elas.

De nada adianta, por exemplo, um arquiteto desenhar um projeto espetacular


de ponte se não há material disponível para sua construção. É aí que entram os
engenheiros e fazem os cálculos de projeto e viabilizam a construção da ponte.

Dentro das organizações, acontece a mesma coisa. Desde que se inicia um


novo projeto para um novo produto, depois de posta a nova ideia do produto,
entra a Engenharia de Produtos e se inicia o seu desenvolvimento, que tem de,
obrigatoriamente, obedecer às etapas a seguir

1. Materiais

A lista de materiais que serão empregados na produção do produto é a primeira


preocupação que deve ocupar os responsáveis pelo projeto:
·· quais são os materiais e a qualidade que será exigida;
·· quais serão os fornecedores;
·· qual a localização desses mesmos fornecedores;
·· quais seriam as possíveis opções em caso de desabastecimento.

Exemplo

Salgadinho Doritos: a principal matéria prima é o milho. De quem


compraremos, quanto custaria, a que distância estão esses fornecedores. O
material para as embalagens é fácil de conseguir neste local, os fornecedores
atenderiam à qualidade de impressão que precisamos.

2. Roteiro de produção

As máquinas que são necessárias para a produção a fim de que haja de fato uma
otimização, para que tenhamos uma economia de escala suficiente para diminuir
nossos custos fixos e variáveis e a qualidade e preço previamente estipulados
no anteprojeto:

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·· quais máquinas precisamos comprar;
·· qual o custo destas máquinas;
·· onde se localizam os fornecedores das máquinas, serão importadas, como
serão as manutenções que se farão necessárias no futuro;
·· peças de reposição serão de fácil reabastecimento no mercado;
·· a capacidade produtiva do maquinário atenderá a projeção do novo
empreendimento.

Exemplo

Salgadinho Doritos: máquina de cozimento do milho, máquina empacotadora


na embalagem primária (solda do saco plástico e balança).
3. Acessórios auxiliares para a produção

Aqui devemos considerar os custos de instalação de cada maquinário. Todo


equipamento industrial requer uma instalação auxiliar para que comece a produzir:
·· caldeira geradora de vapor para a máquina de cozimento;
·· compressor de ar para linhas de produção;
·· subestações e painéis de energia elétrica.

Exemplo

Salgadinhos Doritos: a máquina de cozimento precisa receber vapor e água


quente, as unidades de empacotamento necessitam de ar comprimido para
se movimentarem.
4. Estocagem de materiais

Um dos principais problemas que geralmente são esquecidos em um projeto


e configuração produtiva são os espaços para os estoques, tanto de matérias
primas como de produtos acabados. É de suma importância que saibamos o
quanto precisamos ter em nossos estoques a mão e disponíveis, os materiais
essenciais à nossa produção; e também os produtos prontos que serão entregues
aos nossos clientes:
·· tamanho do galpão para estoque de matéria prima e produtos prontos;
·· local e espaço adequado para receber os caminhões para carga e descarga;
·· quantidade de empilhadeiras necessárias para a movimentação de todas
as cargas;
·· layout (disposição) adequada para que todas as movimentações fluam
a contento.

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Exemplo

Salgadinhos Doritos: sabendo de quanto é a produção diária, sabemos quanto


tem de ser o nosso estoque de grãos de milho, o quanto iremos consumir e assim
sabemos qual o espaço necessário para a estocagem.

Dentro deste exemplo, ainda da estocagem dos Doritos, como vocês pensam que deva ser
Explor

o estoque de produtos prontos? Considerando que os pacotes de salgadinhos são leves


e volumosos, isso porque não queremos entregar aos nossos clientes os Doritos todos
moídos. Assim, como acham que devemos pensar para dimensionarmos esses espaços
de estocagem?

5. Logística de entregas

Este item, mesmo não estando dentro do processo produtivo, deve ser
comentado devido a ser de suma importância. A satisfação dos nossos clientes
depende de entregarmos em dia todas as encomendas feitas e dentro dos prazos
que a organização prometeu.

Por isso, a logística tem de estar em sintonia com a equipe de vendas, que está em
sintonia com a programação da fábrica, que está em sintonia com o departamento
de compras para não faltar materiais e a expedição em sintonia com todos, para
entregar dentro dos prazos acordados.

Configuração Produtiva e de Produtos: Benefícios Infinitos


Como vimos, as organizações que adotam as estratégias de planejamentos
necessárias para administrar um projeto, certamente terão como benefícios
controles e apontamentos muito mais exatos do que uma que não os adotam.

E os apontamentos não podem ser deixados para mais tarde, pois quando as
empresas estão em pleno funcionamento, o volume que circula de informações
diárias é muito grande, e fica muito fácil, por assim dizer, perder o fio da meada.

Tendo isso em mente, a seguir listamos alguns dos benefícios mais importantes
que esta estratégia pode nos trazer:
·· Facilidade de visualização de custos: como a engenharia de produto
criou os produtos com um projeto detalhado, fica fácil de vermos o que
vai de material em cada produto bem como os tempos de máquina e de
mão de obra que gastam;
·· Planejamento de materiais: tendo um apontamento correto de volumes
de produção e de materiais a serem utilizados, conseguimos ter um controle
correto dos estoques de materiais. Isso, hoje em dia, é de crucial importância
para as empresas, já que estoque parado é dinheiro parado;

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·· Planejamento de fábrica (PCP): o PCP (Planejamento e Controle da
Produção) conseguirá fazer uma programação de máquinas com muito
mais exatidão, já que é sabido o que e o quanto e para quando preci-
samos produzir;
·· Informações gerenciais exatas: a qualquer tempo, qualquer um dentro
da organização poderá consultar as informações gerenciais, pois elas são
apontadas no exato momento de sua ocorrência.

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UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Linha de montagem Fordismo
http://goo.gl/sWPBF1

Significado de Fordismo
http://goo.gl/X1phbo

A evolução das linhas de montagem


http://goo.gl/zNDY5m

Exemplos de produção de diferentes produtos


http://goo.gl/TovQpV

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Referências
Kotler, P. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Hall, 2006

Barbero, E. Decisões de produtos. FIA Fundação Instituto de Administração: 2009

Chiavenato, I. Planejamento estratégico. 1. ed. São Paulo: Elsevier, 2009

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