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Material Teórico
Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais
Revisão Textual:
Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Intenção e a Construção das
Estratégias Empresariais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Estratégia Empresarial – qual será nosso mercado alvo;
··Qual produto oferecer a este mercado alvo;
··O que será necessário para a produção – configuração produtiva.
ORIENTAÇÕES
Após termos estudado a importância e o papel do Planejamento Estratégico,
bem como a importância da missão, da visão e dos valores da organização
e também a importância da escolha de qual estratégia seria a mais adequada
para atingir as metas pré-determinadas (Diferenciação e Liderança no Custo
Total), esta Unidade será dedicada às análises que se fazem necessárias
para a escolha do mercado, do público alvo, do produto e da estratégia de
configuração produtiva.
UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais
Contextualização
Como vimos, a Intenção Estratégica é de fundamental importância para que uma
organização que queira atuar em um determinado mercado, com um determinado
produto, saiba exatamente o que fazer em termos de estruturas, custos, ações e
estratégias, para que não fique fora da Missão e da Visão que foram traçadas e
determinadas pelos investidores e executivos da organização.
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Análise e Pesquisa de Mercado: Estratégia
de Minimização de Riscos
Todo novo empreendimento que qualquer organização ou indústria tem a
intenção de iniciar implica riscos e incertezas.
Assim, em que devemos nos basear e nos fundamentar para a tomada de decisão?
Não são tão recentes as pesquisas de mercado e planos de Marketing dos quais
as grandes organizações lançam mão para tentar minimizar esses riscos e diminuir
seus custos de implantação.
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UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais
Essa análise deve considerar qual é o seu plano ou o seu objetivo, pois
somente assim o empreendedor conseguirá diminuir os seus riscos e achar novos
caminhos e oportunidades, facilitando em muito o seu caminho para alcançar
os objetivos pré-estabelecidos. E outro fator de fundamental importância que
temos a salientar é que de nada adianta gastar esforços e recursos em pesquisa
e análise de mercado se de fato o empreendedor estiver disposto a mudar suas
ideias e concepções iniciais a respeito do que tinha previamente imaginado ou
estabelecido para seu projeto.
Essa ferramenta de conhecimento estratégico nos mostra e nos faz tomar ciência
de alguns fatores que são absolutamente necessários para qualquer organização
que pretenda iniciar um novo projeto para atuar em uma área que até então é uma
área a ser desbravada. Assim, a Pesquisa Mercadológica deve mostrar:
1. Perfil da clientela
·· características quantitativas: mostra quantos clientes será possível
atingir, qual o potencial futuro deste mercado, qual será a participação da
organização neste mercado, quantos e quais serão os seus concorrentes;
·· características qualitativas: renda do meu público alvo, escolaridade,
estilo de vida, hábitos de consumo, características comportamentais;
2. Perfil dos concorrentes: quem são os seus concorrentes, como se compor-
tam, onde se localizam, qual são suas estratégias de fornecimento e de preços;
3. Perfil dos fornecedores: quais serão seus fornecedores, onde estão
localizados (logística de entregas), qualidade e custos das matérias primas
desses fornecedores, qualidade e custos de serviços que por ventura serão
necessários para a organização.
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A análise dos dados e informações que descrevemos acima, na verdade, servem
para tomadas de decisões e a definição das estratégias para as duas pontas da
nossa organização:
·· Estratégia Comercial e de Vendas;
·· Estratégia de Materiais (Supply Chain – Cadeia de Materiais).
Mas que fatores são estes que tanto impactam os OUTPUTS das organizações?
Sem a devida consideração e perfeito dimensionamento deles, o novo empreen-
dimento poderá estar determinado ao fracasso mesmo antes de seu nascimento.
Podemos, certamente, fazer esta afirmação pelo simples fato de que o ta-
manho do mercado em que queremos atuar definirá toda a estrutura física do
novo empreendimento.
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UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais
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Mesmo que não estejamos falando exclusivamente da Estratégia de Liderança
no Custo Total, hoje todas as organizações, sem exceção, precisam de uma
ESTRUTURA DE CUSTOS, tanto de custos fixos, como de todos os custos
variáveis, muito enxuta, ou seja, os custos de qualquer natureza precisam ser os
menores possíveis e todos muito bem calculados e acompanhados de muito perto
pela administração.
Podemos afirmar isso, pois cada vez mais as grandes organizações não têm muita
margem para mexer em preços ou em outro qualquer componente do produto.
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Doritos
·· Público alvo: jovens;
·· Mercados de atuação: geograficamente, geralmente em grandes centros;
·· Divulgação: plano de marketing agressivo e sempre presente;
·· Política de preço: valor sempre acessível, para ter volume grande de venda;
·· Logística de entregas: deve ser muito bem estudada, pois o produto é
leve e volumoso.
Pasta dente
·· Público alvo: todas as idades e para todos da família;
·· Mercados de atuação: não há, em princípio, restrição geográfica para atuação;
·· Divulgação: plano de marketing agressivo e sempre presente (muitos
concorrentes);
·· Política de preço: valor sempre acessível, para ter volume grande de venda;
·· Logística de entregas: facilitada, pode ser por meio de distribuidores –
produto mais compacto.
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No quadro acima, temos uma classificação clássica dos produtos de consumo. Na
verdade, todos os produtos são de consumo, mas cada grupo possui características
distintas, como podemos ver: maior ou menor volume, maior ou menor frequência
de compras, e assim por diante.
Sugerimos que pesquisem online como é produção dos nossos dois exemplos de produtos: o
Explor
Doritos e a pasta de dentes. Vejam como são as características de cada fábrica, as diferentes
matérias primas, os maquinários e a estocagem. A seguir, damos dois exemplos de sites,
mas as possibilidades são inúmeras.
Explorem!!!
http://goo.gl/24l9j8
O produto é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma
necessidade ou desejo. Entre os bens comercializados estão bens físicos, serviços,
experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações
e ideias (KOTLER; KELLER, 2006).
Quanto mais valor o seu cliente perceber sobre o seu produto, mais interesse
ele terá nele.
Primeiro nível
·· Benefício central – o serviço ou o benefício central que o cliente está
realmente comprando;
·· O comprador de uma Furadeira está comprando FUROS.
Segundo nível
·· Produto básico – para cumprir o benefício central, o produto ou serviço
tem de ter as características básicas para tal;
·· A furadeira, para fazer FUROS, precisa ter mandril para fixação da broca
e um motor para fazê-la girar.
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Terceiro nível
·· Produto esperado: série de atributos e condições que os compradores
normalmente esperam ao comprar um determinado produto;
·· O comprador da Furadeira espera que ela fure; portanto, a broca tem de
fixar, não pode sofrer com choques elétricos e o motor tem de ter potên-
cia suficiente.
Quarto nível
·· Produto ampliado: é o produto que excede as expectativas dos clientes;
·· A furadeira tem regulagem da velocidade de giro da broca e inverte a
rotação do motor.
Quinto nível
·· Produto potencial: produto que agregou outros valores além de sua
função primeira, tornando-se referência de Mercado.
·· Furadeira equipada com luz de led para iluminar os trabalhos e acessórios
que permitem que ela se torne parafusadeira.
Porque agora, de fato, iniciaremos a produzir o produto em si. Tudo que vimos
era com relação ao nosso mercado alvo, público alvo, o que venderíamos e como
entregaríamos. O que faremos agora será colocar em prática e tornar real todos os
estudos que o projeto demandou.
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Fontes: Wikimedia Commons
Mas seu principal acionista, Henry Ford, adaptou e melhorou muito uma ideia
que já era aplicada à sua época: a linha de produção dinâmica. O que o Henry
Ford conseguiu com esta manobra é considerado até os dias de hoje o marco zero
e o molde de tudo que se seguiu depois, ou seja, hoje as tecnologias são outras,
mas os moldes e o conceito fundamental continuam sendo o de 100 anos atrás.
O produto que saía desta linha de produção era o carro Ford Modelo T, que para
sua época era um produto à frente de seu tempo. Tinha mais tecnologia, era mais
rápido e custava menos. Tudo isso foi possível porque a Economia de escala que a
linha de produção trouxe para o produto foi absurda.
Aqui, vale pedir a todos que aprofundemos nossos estudos. A seguir, indicamos um dos muitos
Explor
sites que contam e mostram a história da famosa linha de produção do Ford Modelo T. Leiam a
história e vejam as imagens da Ford e depois pesquisem e vejam as linhas de montagens das
modernas fábricas de carros dos dias de hoje. Claro que as tecnologias são outras, mas, por
exemplo, observem os sistemas via esteiras: http://goo.gl/4mdK02
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1. Materiais
Exemplo
2. Roteiro de produção
As máquinas que são necessárias para a produção a fim de que haja de fato uma
otimização, para que tenhamos uma economia de escala suficiente para diminuir
nossos custos fixos e variáveis e a qualidade e preço previamente estipulados
no anteprojeto:
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·· quais máquinas precisamos comprar;
·· qual o custo destas máquinas;
·· onde se localizam os fornecedores das máquinas, serão importadas, como
serão as manutenções que se farão necessárias no futuro;
·· peças de reposição serão de fácil reabastecimento no mercado;
·· a capacidade produtiva do maquinário atenderá a projeção do novo
empreendimento.
Exemplo
Exemplo
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Exemplo
Dentro deste exemplo, ainda da estocagem dos Doritos, como vocês pensam que deva ser
Explor
5. Logística de entregas
Este item, mesmo não estando dentro do processo produtivo, deve ser
comentado devido a ser de suma importância. A satisfação dos nossos clientes
depende de entregarmos em dia todas as encomendas feitas e dentro dos prazos
que a organização prometeu.
Por isso, a logística tem de estar em sintonia com a equipe de vendas, que está em
sintonia com a programação da fábrica, que está em sintonia com o departamento
de compras para não faltar materiais e a expedição em sintonia com todos, para
entregar dentro dos prazos acordados.
E os apontamentos não podem ser deixados para mais tarde, pois quando as
empresas estão em pleno funcionamento, o volume que circula de informações
diárias é muito grande, e fica muito fácil, por assim dizer, perder o fio da meada.
Tendo isso em mente, a seguir listamos alguns dos benefícios mais importantes
que esta estratégia pode nos trazer:
·· Facilidade de visualização de custos: como a engenharia de produto
criou os produtos com um projeto detalhado, fica fácil de vermos o que
vai de material em cada produto bem como os tempos de máquina e de
mão de obra que gastam;
·· Planejamento de materiais: tendo um apontamento correto de volumes
de produção e de materiais a serem utilizados, conseguimos ter um controle
correto dos estoques de materiais. Isso, hoje em dia, é de crucial importância
para as empresas, já que estoque parado é dinheiro parado;
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·· Planejamento de fábrica (PCP): o PCP (Planejamento e Controle da
Produção) conseguirá fazer uma programação de máquinas com muito
mais exatidão, já que é sabido o que e o quanto e para quando preci-
samos produzir;
·· Informações gerenciais exatas: a qualquer tempo, qualquer um dentro
da organização poderá consultar as informações gerenciais, pois elas são
apontadas no exato momento de sua ocorrência.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Linha de montagem Fordismo
http://goo.gl/sWPBF1
Significado de Fordismo
http://goo.gl/X1phbo
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Referências
Kotler, P. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Hall, 2006
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