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LÍNGUA PORTUGUESA

POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO

Apostila Digital Preparatória Para O Concurso Da Polícia Militar Do Rio De Janeiro


SUMÁRIO

Introdução........................................................................................................................................3

Interpretação e compreensão de textos.......................................................................................4

Construção de sentido e efeitos de sentido (semântica); denotação (sentido literal) e


conotação (sentido figurado).......................................................................................................10

Sinonímia e antonímia..................................................................................................................10

Homonímia e paronímia...............................................................................................................12

Polissemia e monossemia...........................................................................................................20

Denotação e conotação................................................................................................................24

Hiperonímia e hiponímia..............................................................................................................26

Formas variantes..........................................................................................................................28

Relações lexicais..........................................................................................................................31

Intertextualidade...........................................................................................................................31

Gêneros textuais; tipologia textual.............................................................................................36

Linguagem verbal e não verbal...................................................................................................54

Funções da linguagem.................................................................................................................57

Variedades linguísticas................................................................................................................66

Tipos de discurso.........................................................................................................................76

Acentuação gráfica.......................................................................................................................80

Ortografia.......................................................................................................................................89

Substantivo..................................................................................................................................132

Artigo............................................................................................................................................147

Adjetivo........................................................................................................................................152

Numeral........................................................................................................................................163

Pronome.......................................................................................................................................183

Verbo............................................................................................................................................212

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Advérbio.......................................................................................................................................275

Preposição...................................................................................................................................282

Conjunção....................................................................................................................................290

Interjeição....................................................................................................................................296

Estrutura e formação de palavras.............................................................................................299

Frase.............................................................................................................................................316

Oração..........................................................................................................................................319

Termos essenciais da oração....................................................................................................320

Termos integrantes da oração...................................................................................................340

Termos acessórios da oração...................................................................................................349

Período.........................................................................................................................................364

Concordância nominal e verbal.................................................................................................378

Regência nominal e verbal.........................................................................................................392

Crase............................................................................................................................................406

Colocação pronominal...............................................................................................................415

Coesão.........................................................................................................................................419

Coerência.....................................................................................................................................422

Pontuação....................................................................................................................................428

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INTRODUÇÃO

Olá, tudo bem com você? Nesta apostila digital iremos estudar a matéria de Língua Portuguesa.
Este assunto foi cobrado no último concurso da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

O momento agora é ter muito foco nos estudos. Não espere o edital abrir para começar a estudar
porque o tempo entre a abertura do edital e a prova é muito curto.

A concorrência está cada vez maior e é preciso estar preparado para enfrentar este Concurso
Público.

Você já é uma pessoa diferenciada porque já está planejando seu futuro. Continue assim.

Bons estudos e sucesso na sua prova!

AVISO IMPORTANTE

PIRATARIA É CRIME!

Esta apostila é protegida por direitos autorais conforme a Lei 9.610 de 1998, que regula os
direitos autorais.

De acordo com o Artigo 184 do Código Penal é proibida a reprodução total ou parcial desta
apostila.

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APOSTILA DIGITAL – Polícia Militar do Rio de Janeiro

Língua Portuguesa

Interpretação e compreensão de textos

Compreensão e interpretação de textos é um tema muito importante que quase sempre


estará presente em todos os concursos públicos. Frequentemente encontrarmos pessoas que se
queixam de que não sabem compreender e interpretar textos. Muitas pessoas se acham
incapazes de resolver questões sobre compreensão e interpretação de textos.

Em concursos públicos, a compreensão e interpretação de textos está presente nas mais


variadas formas. Nas provas, há sempre vários textos, alguns bem grandes, sobre os quais há
muitas perguntas com o objetivo de testar a habilidade do concurseiro em leitura, compreensão e
interpretação de textos.

Candidato, você precisa ler com muita atenção, reler, e na hora de examinar cada alternativa,
voltar aos trechos citados para responder com muita confiança.

Entender as técnicas de compreensão e interpretação de textos, além de ser importante para


responder as questões específicas, é fundamental para que você compreenda o enunciado das
questões de atualidades, de matemática, de direito e de raciocínio lógico, por exemplo.

Muitos candidatos, embora tenham bastante conhecimentos das matérias que caem nas provas,
erram nas questões, simplesmente porque não entendem o que a banca examinadora está
pedindo. Já pensou, nadar, nadar, nadar... e morrer na praia? Então não deixe de estudar e
preste atenção nas dicas que vamos passar aqui.

As questões de compreensão e interpretação de textos vêm ganhando cada vez mais espaço nos
concursos públicos. Também é a partir de textos que as questões normalmente cobram a
aplicação das regras gramaticais nos grandes concursos de hoje em dia. Por isso é cada vez
mais importante observar os comandos das questões. Normalmente o candidato é convidado a:

 Identificar - Reconhecer elementos fundamentais apresentados no texto;


 Comparar - Descobrir as relações de semelhanças ou de diferenças entre situações
apresentadas no texto;
 Comentar - Relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito;
 Resumir - Concentrar as ideias centrais em um só parágrafo;
 Parafrasear - Reescrever o texto com outras palavras;
 Continuar - Dar continuidade ao texto apresentado, mantendo a mesma linha temática.

São condições básicas para o candidato fazer uma correta interpretação de textos:

 O conhecimento histórico (aí incluída a prática da leitura);


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 O conhecimento gramatical e semântico (significado das palavras, aí incluídos homônimos,
parônimos, sinônimos, denotação, conotação); e
 A capacidade de observação, de síntese e de raciocínio.

Diferença entre compreensão de texto e interpretação de texto

Compreensão e interpretação de textos é um tema que, geralmente, está presente em todos os


concursos públicos. Porém, a maioria não atenta para a diferença que há entre compreensão de
texto e interpretação de texto. Compreensão e interpretação de textos são duas coisas
completamente diferente.

Segundo a professora Rafaela Motta, quando o comando da questão trabalha a área de


compreensão, aquela informação está no texto. Diante disso, você terá alguns enunciados
básicos de questões de compreensão. Porém, se a informação estiver além do texto, fora do
texto, trata-se de uma questão de interpretação.

A questão é que é uma informação que, além de estar fora do texto, tem conexão com o texto. É
a chamada inferência textual, dedução textual. Ao ler o texto, o leitor consegue inferir, tirar
conclusões a partir de ideias que foram explicitadas no texto.

Basta ao leitor passar a ter a visão qualificada e apurada de, no enunciado, conseguir visualizar e
identificar, qualificar, caracterizar o comando, se é de compreensão (informação que está no
texto) ou de interpretação (informação que não está no texto, mas está atrelada ao texto).

Compreensão de texto – Consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar
dados do texto. Os comandos de compreensão (está no texto) são:

 Segundo o texto...
 O autor/narrador do texto diz que...
 O texto informa que...
 No texto...
 Tendo em vista o texto...
 De acordo com o texto...
 O autor sugere ainda...
 O autor afirma que...
 Na opinião do autor do texto...

Interpretação de texto – Consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. Os
comandos de Interpretação (está fora (além) do texto) são:

 Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que...


 O texto permite deduzir que...
 É possível subentender-se a partir do texto que...
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 Qual a intenção do autor quando afirma que...
 O texto possibilita o entendimento de que...
 Com o apoio do texto, infere-se que...
 O texto encaminha o leitor para...
 Pretende o texto mostrar que o leitor...
 O texto possibilita deduzir-se que...

Obs.: Enquanto a compreensão de texto trabalha com as frases e ideias escritas no texto, ou
seja, aspectos visíveis, a interpretação de textos trabalha com a subjetividade, com o seu
entendimento do texto.

Dicas para estudar interpretação de textos

A dificuldade na compreensão e interpretação de textos deve-se a falta do hábito da leitura.


Desenvolva o hábito da leitura. Estabeleça uma meta de ler, pelo menos, um livro por mês. Leia o
que você mais gosta. Veja as dicas:

1: Não se assuste com o tamanho do texto.

2: Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto principal. Crie o hábito da leitura e
o gosto por ela. Quando passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento.
Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa
impressão de que ler não faz diferença.

3: Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente.

4: Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes pois a primeira
impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de responder as
questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. A primeira leitura deve ser do tipo informativa,
isto é, você deverá buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo que constituem as
palavras-chave do texto em torno das quais as outras se organizam para dar significação e
produzirem sentido. Já na segunda leitura, do tipo interpretativa, você deverá compreender,
analisar e sintetizar as informações do texto.

5: Ler o texto com perspicácia (observando os detalhes), sutileza, malícia nas entrelinhas.
Atenção ao que se pede. Às vezes, a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso
você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está
voltada à ideia geral do texto.

6: Realize uma nova leitura, desta vez sublinhando as palavras desconhecidas do texto.

7: Seja curioso, utilize um dicionário e encontre o significado das palavras que você sublinhou no
texto.

8: Voltar ao texto quantas vezes precisar.

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9: Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor.

10: Partir o texto em pedaços (parágrafos ou partes) para melhor compreensão.

11: Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente.

12: Cuidado com os vocábulos: destoa, não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira,
exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o
que se perguntou e o que se pediu.

13: Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa.

14: Quando o autor apenas sugerir uma ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva.

15: Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se
enquadre no sentido do texto.

16: Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta.

17: Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a
mensagem.

18: O autor defende ideias e você deve percebê-las.

19: Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do


texto.

20: Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura de textos, um bom exercício para
ampliar seu conhecimento léxico, é fazer palavras cruzadas.

21: Faça exercícios de palavras sinônimas e antônimas.

Exercícios

As questões de 01 a 03 são a respeito do texto:

“Não tendo assistido à inauguração dos bondes elétricos, deixei de falar neles. Nem sequer entrei
em algum, mais tarde, para receber as impressões da nova atração e contá-las. Daí o meu
silêncio da outra semana. Anteontem, porém, indo pela praia da Lapa, em um bonde comum,
encontrei um dos elétricos, que descia. Era o primeiro que estes meus olhos viam andar.

Para não mentir, direi que o que me impressionou, antes da eletricidade, foi o gesto do cocheiro.

Os olhos do homem passavam por cima da gente que ia no meu bonde, com um grande ar de
superioridade, Posto não fosse feio, não era as prendas físicas que lhe davam aquele aspecto.
Sentia-se nele convicção de que inventara, não só o bonde elétrico, mas a própria eletricidade.
Não é meu ofício censurar as meias glórias ou glórias de empréstimo, como lhe queiram chamar
espíritos vadios. As glórias de empréstimo, se não valem tanto como as de plena propriedade,
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merecem sempre alguma mostra de simpatia. Para que arrancar um homem a essa agradável
sensação?

Que tenho para lhe dar em troca?

Em seguida, admirei a marcha serena do bonde, deslizando como os barcos dos poetas, ao
sopro da brisa invisível e amiga. Mas, como íamos em sentido contrário, não tardou que nos
perdêssemos de vista, dobrando ele para o largo da Lapa e rua do Passeio, e entrando eu na rua
do Catete. Nem por isso o perdi de memória. A gente do meu bonde ia saindo aqui e ali, outra
gente estava adiante e eu pensava no bonde elétrico.”

(Machado de Assis – A Semana – Rio, Jacksom, 1955)

01 - Para Machado de Assis, o conforto do bonde elétrico:

a) não vale “a marcha serena” do bonde comum.

b) Compensa as “meias glórias” ou “glorias inteiras.

c) Impressionou menos do que a atitude do cocheiro.

d) Não poderia ser trocado pela “agradável sensação” proporcionada pelo bonde comum

02 - Para o autor, o “ar de superioridade “ do cocheiro devia-se.

a) à certeza íntima de que inventara a eletricidade.

b) Às suas prendas físicas, pois não era feio.

c) Às suas prendas físicas, embora fosse feio.

d) Ao advento da eletricidade

03 - Segundo o texto, o autor considera que:

a) atitudes alheias não devem ser censuradas, pois são “glorias de empréstimos”

b) mesmo os bondes comuns merecem nossa simpatia e não devem ser desprezados.

c) Só as “glórias de plena propriedade” são válidas.

d) Não vale a pena desfazer uma :” agradável sensação”.

As questões 04 a 05 são a respeito do texto:

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“Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela revelou
pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes a culpa foi desta
vida agreste, que me deu uma alma agreste.

E falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de
minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever

Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o
cachimbo. Às vezes as ideias não vêm, ou vêm muito numerosas- e a folha permanece meio
escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena
tentar corrigi-las. Afasto o papel

Emoções indefiníveis me agitam – inquietação terrível, desejo doido de voltar, de tagarelar


novamente com Madalena, como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não, não é isto:
é desespero, raiva, um peso enorme no coração.

Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras,
reprodução imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo
exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até
ficarmos dois vultos indistintos na escuridão.”

(Graciliano Ramos – São Bernardo – São Paulo, Liv. Martins Editora)

04 - Segundo o texto, o narrador não pôde conhecer totalmente sua esposa, Madalena,
sobretudo:

a) porque ela nunca se revelou inteiramente.

b) Por causa “desta vida agreste”

c) Por ser sempre agitado por indefiníveis emoções.

d) Porque as palavras são reproduções imperfeitas das inquietações.

05 - A narrativa é inútil, porque o narrador:

a) não conseguiu compor um retrato moral de sua esposa.

b) Foi forçado a escrever.

c) Tem uma alma agreste.

d) Não gosta do que escreve.

Respostas

01 02 03 04 05
b a d b b
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Construção de sentido e efeitos de sentido (semântica); denotação (sentido literal) e
conotação (sentido figurado)

O significado das palavras é estudado pela semântica, a parte da gramática que estuda não só o
sentido das palavras como as relações de sentido que as palavras estabelecem entre si. Por isso
é importante conhecer fatos linguísticos como: sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos,
polissemia, denotação, conotação, figuras e vícios de linguagem.

Compreender essas relações nos proporciona o alargamento do nosso universo semântico,


contribuindo para uma maior diversidade vocabular e maior adequação aos diversos contextos e
intenções comunicativas.

Sinonímia e antonímia

Sinônimos

Palavras sinônimas são palavras que apresentam um significado aproximado na representação


de uma ideia. Embora o sentido de palavras sinônimas seja próximo, não é exatamente
equivalente, sendo rara a existência de sinônimos perfeitos, ou seja, de palavras diferentes que
signifiquem exatamente a mesma coisa.

Exemplos de sinônimos

 Sinônimos de realizar: fazer, efetuar, executar, acontecer, suceder, conseguir;


 Sinônimos de conhecimento: sabedoria, estudo, compreensão, know-how, convívio;
 Sinônimos de portanto: logo, assim, isto posto, à vista disso, por conseguinte;
 Sinônimos de problema: dificuldade, adversidade, contratempo, defeito, dilema, enigma;
 Sinônimos de importante: significativo, considerável, prestigiado, indispensável,
fundamental;
 Sinônimos de necessário: essencial, fundamental, forçoso, obrigatório, imprescindível;
 Sinônimos de desenvolver: crescer, progredir, evoluir, melhorar, aprimorar, expor;
 Sinônimos de mostrar: expor, apresentar, manifestar, indicar, demonstrar, exibir-se;
 Sinônimos de porém: mas, contudo, todavia, falha, senão.

Antônimos

Palavras antônimas são palavras que apresentam um significado contrário na representação de


uma ideia. Além de contrariedade e oposição, os antônimos podem também estabelecer
correlação e complementaridade.

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Exemplos de antônimos

 Antônimos de mal: bem, corretamente, adequadamente, benefício, favor;


 Antônimos de pontual: atrasado, retardado, durável, genérico, irresponsável;
 Antônimos de progredir: regredir, retroceder, involuir, estagnar, permanecer;
 Antônimos de acender: apagar, extinguir, desligar, esmorecer, acalmar;
 Antônimos de supérfluo: necessário, preciso, útil, importante, indispensável;
 Antônimos de dedicado: desinteressado;, desapegado, faltoso, desaplicado, relapso;
 Antônimos de essencial: desnecessário, supérfluo, inútil, secundário, acessório;
 Antônimos de provisório: definitivo, permanente, duradouro, efetivo, estável;
 Antônimos de subsequente: precedente, antecedente, anterior, prévio, primeiro.

Exercícios

01 - Aponte em qual das alternativas abaixo as palavras destacadas são antônimas:

a) Mauro era um rapaz belo e Leonardo muito lindo.

b) Rafaela esbanjava alegria na festa. Ao vê-la, Henrique sorria de tanta felicidade.

c) João era um homem certo em todos os negócios. Já Eduardo, fazia tudo sempre errado.

d) O carinho do amigo fazia com que Tereza aos poucos retomasse o afeto que sentia por ele.

02 - Assinale a alternativa cuja frase apresenta antônimos.

a) Ele é simpático e muito atencioso.

b) Nem entrava, nem saia, estava indeciso.

c) Aquela jovem é alta, esbelta e simpática.

d) A prova do concurso foi difícil e reflexiva.

e) Ou vens alegre e satisfeito ou a festa não acontecerá.

03 - Assinale a alternativa em que as palavras sublinhadas são sinônimas, ou seja, têm o mesmo
significado.

a) Ele é ágil e esperto.

b) Este rio é largo e fundo.

c) Estou cansado, impaciente.

d) Esta resposta está exata, correta.


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e) Ele precisa aguardar e ficar sentado.

04 - De acordo com o texto, assinale a alternativa em que as duas palavras não são sinônimas.

a) filhote • cria

b) odor • cheiro

c) cuidar • tratar

d) perto • longe

e) progenitores • pais

Respostas

01 02 03 04
c b d d

Homonímia e paronímia

Palavras homônimas ou homônimos são palavras que são pronunciadas da mesma forma, mas
têm significados diferentes. Existem três tipos de homônimos: homônimos perfeitos, homófonos e
homógrafos. As relações de homonímia são estudadas pela semântica.

Homônimos perfeitos

Homônimos perfeitos são palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo som, mas que
apresentam significados diferentes.

Exemplos de homônimos perfeitos:

Cedo

 Hoje eu consegui sair cedo de casa. (advérbio - com antecedência)


 Cedo sempre meu lugar a pessoas grávidas e idosas. (verbo ceder)

Caminho

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 Você sabe o caminho para a casa de Pedro? (substantivo – itinerário)
 Eu caminho na praia todos os dias durante uma hora. (verbo caminhar)

Rio

 Vamos tomar banho de rio? (substantivo – curso de água fluvial)


 Eu rio de suas piadas porque você é hilariante! (verbo rir)

Morro

 Os alpinistas estão escalando o morro. (monte)


 Eu morro de medo de altura! (verbo morrer)

São

 Depois do acidente, ele se encontra, felizmente, são e salvo! (adjetivo – com saúde)
 Que horas são? (verbo ser)

Leve

 Eu posso levar esta embalagem sozinha porque é leve. (adjetivo – com pouco peso)
 Você quer que alguém leve este material para a garagem? (verbo levar)

Verão

 Hoje começa o verão! (substantivo – estação do ano)


 Eles verão o filme amanhã? (verbo ver)

Palavras homófonas

Palavras homófonas, também chamadas de homófonos, são palavras que apresentam a


mesma fonética, ou seja, são pronunciadas de forma igual, mas que apresentam significados e
escritas diferentes.

Exemplos de homófonos:

Acento/assento

 A palavra estômago tem acento circunflexo. (sinal gráfico)


 No ônibus cedi meu assento ao senhor idoso. (cadeira, lugar)

Cela/sela

 O assassino passará o resto de sua vida naquela cela. (pequeno compartimento)


 Colocou a sela no cavalo e saiu cavalgando. (assento acolchoado)

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Aço/asso

 Esta barra de aço é muito resistente. (liga de ferro)


 Quase asso com tanto calor! (verbo assar)

Concerto/conserto

 Os concertos da Madonna estão sempre lotados. (espetáculo musical)


 O conserto da geladeira ficou caríssimo! (reparação)

Cerrar/serrar

 O carpinteiro vai serrar a madeira para fazer uma escrivaninha. (cortar com serra)
 A direção chamou o funcionário para cerrar o contrato de trabalho. (fechar, terminar)

Cento/sento

 Minha vizinha está muito gorda, pesa cento e trinta quilos. (cem)
 Eu sento aqui e fico esperando você voltar. (verbo sentar)

Cozer/coser

 Minha avó coseu minha saia ontem. (costurar)


 A mãe cozeu as batatas para o jantar. (cozinhar)

Sena/cena

 Você sabe os números sorteados na sena? (lotaria)


 A cena do crime foi investigada pelos especialistas. (cenário)

Trás/traz

 Quando ele a chamou, ela olhou para trás. (local posterior)


 Não se preocupem, ele traz o material. (verbo trazer)

Senso/censo

 Adoro seu senso de humor! (sentido)


 Com base no censo poderemos verificar a média de idade da população brasileira.
(levantamento estatístico)

Sessão/seção/cessão

 Você quer ir comigo ao cinema ver o filme da sessão das dez horas? (reunião,
apresentação)
 Não sei qual a minha seção eleitoral. (divisão, repartição)
 O paciente permitiu a cessão de seus órgãos internos para transplantes e estudo.
(cedência)

Vaso/vazo

 Coloque este material naquele vaso e continue a trabalhar. (recipiente)

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 Eu vazo a água no fim do dia e amanhã damos uma limpeza na piscina. (deixar sair)

Palavras homógrafas

Palavras homógrafas, também chamadas de homógrafos, são palavras que apresentam a


mesma grafia, ou seja, são escritas de forma igual, mas que apresentam significados e
pronúncias diferentes.

Exemplos de homógrafos:

Acerto

 O presidente discursou com muito acerto. (substantivo – correção)


 Eu nunca acerto nas respostas deste jogo. (verbo acertar)

Colher

 Preciso de uma colher para mexer o feijão. (substantivo – utensílio de mesa)


 Pare de colher as laranjas, ainda estão verdes! (verbo colher)

Almoço

 O almoço de domingo estava delicioso! (substantivo - refeição)


 Hoje eu almoço com você. (verbo almoçar)

Coro

 O coro da igreja cantou lindamente na missa do galo. (substantivo – cantores)


 Eu coro sempre que penso neste assunto porque sou tímida. (verbo corar)

Começo

 Apenas li o começo do livro porque depois adormeci. (substantivo – início)


 Eu começo este trabalho agora, mas só termino amanhã. (verbo começar)

Gelo

 Você tem mais gelo para a caipirinha? (substantivo – água em estado sólido)
 Eu gelo só de pensar nesse assunto! (verbo gelar)

Molho

 Já fiz o molho branco da lasanha! (substantivo - caldo)


 Eu me molho sempre que lava louça. (verbo molhar)

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Gosto

 Seu gosto, às vezes, é duvidoso! (substantivo - preferência)


 Eu gosto muito de viajar e conhecer o mundo! (verbo gostar)

Olho

 Ele é um moreno de olho verde encantador. (substantivo – vista)


 Eu sempre olho pela janela na hora de meu filho voltar da escola. (verbo olhar)

Jogo

 Você gosta desse jogo de computador? (substantivo - divertimento)


 Eu jogo futebol todas as semanas com meu irmão. (verbo jogar)

Resumindo

Homônimos perfeitos:

 Fonética (som): igual


 Grafia (escrita): igual
 Significado: diferente

Palavras homófonas:

 Fonética (som): igual


 Grafia (escrita): diferente
 Significado: diferente

Palavras homógrafas:

 Fonética (som): diferente


 Grafia (escrita): igual
 Significado: diferente

Parônimos

Parônimos ou palavras parônimas são palavras que são escritas de forma parecida e são
pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. As relações
de paronímia são estudadas pela semântica.

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Exemplos de parônimos:

Absorver/absolver

 Tentaremos absorver toda esta água com esponjas. (sorver)


 Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de seus pecados. (inocentar)

Cavaleiro/cavalheiro

 Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei participaram na batalha. (homem


que anda de cavalo)
 Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar. (homem
educado e cortês)

Aferir/auferir

 Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos. (avaliar, cotejar)


 O empresário consegue sempre auferir lucros em seus investimentos. (obter)

Cumprimento/comprimento

 O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50 metros. (tamanho, grandeza)


 Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)

Dirigente/diligente

 O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o funcionamento da mesma.


(pessoa que dirige, gere)
 Minha funcionária é diligente na realização de suas funções. (expedito, aplicado)

Delatar/dilatar

 Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
 Comendo assim tanto, você vai acabar dilatando seu estômago. (alargar, estender)

Discriminar/descriminar

 Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
 Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas. (descriminalizar,
inocentar)

Estofar/estufar

 Meu pai mandou estofar a velha poltrona da sala. (pôr estofo)


 Vou estufar esta carne com ervilhas e cenouras. (refogar)

Imergir/emergir

 Vamos tentar impedir este carro de imergir ainda mais para dentro do lago. (mergulhar)
 Os mergulhadores irão emergir após uma hora de exploração do fundo do mar. (vir à tona)

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Imigrar/emigrar

 A família real portuguesa imigrou para o Brasil. (entrada num novo país)
 A família real portuguesa emigrou de Portugal. (saída do seu país)

Fluvial/pluvial

 É muito alto o índice de precipitação numa floresta pluvial. (relativo a chuva)


 Muitos utilizam diariamente transportes fluviais. (relativo a rio)

Iminente/eminente

 Temos que evacuar este prédio que está em risco de perigo iminente. (imediato)
 O Cristo Redentor aparece eminente no céu do Rio de Janeiro. (alto, superior)

Tráfego/tráfico

 Há engarrafamento devido ao intenso tráfego. (trânsito)


 Todos os dias ouvimos notícias sobre o tráfico de drogas. (comércio clandestino)

Infligir/infringir

 O juiz infligirá uma multa altíssima a todos condutores embriagados. (aplicar)


 Ele infringiu as leis de trânsito com uma condução muito agressiva. (transgredir)

Retificar/ratificar

 É preciso retificar este documento mal redigido. (corrigir)


 Ratifico tudo aquilo que já disse sobre o assunto. (confirmar)

Resumindo

Palavras parônimas:

 Fonética (som): semelhante


 Grafia (escrita): semelhante
 Significado: diferente

Obs.: Palavras parônimas são frequentemente confundidas com palavras homônimas (ou
homônimos), que são pronunciadas da mesma forma, mas apresentam significados diferentes.

Exercícios

01 - Assinale a letra que preenche corretamente as lacunas das frases apresentadas.


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A ___________da greve era ________, mas o líder dos trabalhadores iria __________ mais uma
vez.

a) deflagração – eminente – reivindicar.

b) defragração – iminente – reinvidicar.

c) deflagração – iminente – reivindicar.

d) defragração – eminente – reinvindicar.

e) defragração – eminente – reivindicar

02 - A palavra tráfico não dever ser confundida com tráfego, seu parônimo. Em que item a seguir
o par de vocábulos é exemplo de homonímia e não de paronímia?

a) estrato / extrato

b) flagrante / fragrante

c) eminente / iminente

d) inflação / infração

e) cavaleiro / cavalheiro

03 - Indique a letra na qual as palavras completam, corretamente, os espaços das frases abaixo.

Quem possui deficiência auditiva não consegue ______ os sons com nitidez.

Hoje são muitos os governos que passaram a combater o ______ de entorpecentes com rigor.

O diretor do presídio ______ pesado castigo aos prisioneiros revoltosos.

a) discriminar - tráfico - infligiu

b) discriminar - tráfico - infringiu

c) descriminar - tráfego - infringiu

d) descriminar - tráfego - infligiu

e) descriminar - tráfico – infringiu

04 - No ______ do violoncelista ______ havia muitas pessoas, pois era uma ______ beneficente.

a) conserto - eminente - sessão

b) concerto - iminente - seção

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c) conserto - iminente - seção

d) concerto - eminente – sessão

05 - Complete: Meu piano foi para o ___ por isso, não haverá ___.

conserto/ concerto

conçerto/ conserto

consserto/ conserto

concerto/ conserto

Respostas

01 02 03 04 05
c a a d a

Polissemia e monossemia

Polissemia

Palavras polissêmicas são palavras que apresentam mais do que um significado. Assim,
a polissemia indica a multiplicidade de significados que uma palavra pode apresentar, mediante
o contexto no qual se encontra inserida. A polissemia faz parte da semântica e ocorre na maior
parte dos vocábulos.

Exemplos de palavras polissêmicas:

 Letra (símbolo de escrita e documento substituto de dinheiro, com origem comum na


palavra em latim littera);
 Dama (senhora da nobreza e peça de jogos, com origem comum na palavra em
francês dame);
 Cabeça (parte do corpo humano e líder do grupo, com origem comum na palavra em
latim capitia);
 Banco (assento sem encosto e local de operações financeiras, com origem comum na
palavra no germânico banki);
 Gato (animal mamífero e pessoa atraente, com origem comum na palavra em latim cattus).

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A polissemia ocorre devido a vários motivos, sendo os principais:

 O uso de linguagem com sentido figurado, com metáforas e metonímias;


 A tradução de linguagem específica para linguagem corrente;
 A influência de estrangeirismos e neologismos.

Polissemia e homonímia

Facilmente confundíveis, a polissemia se distingue da homonímia por indicar uma só palavra com
diversos significados, enquanto na homonímia, duas palavras diferentes, com origens e
significados diferentes, apresentam a mesma ortografia e pronúncia.

Exemplos de homonímia:

 Manga (fruto da mangueira com origem na palavra malaiala manga; parte da roupa com
origem na palavra latina manica);
 Grama (relva com origem na palavra em latim gramen; unidade de massa com origem na
palavra grega grámma);
 Pena (revestimento do corpo das aves com origem na palavra latina penna; castigo,
sentimento ou sofrimento com origem na palavra grega poinê).

Polissemia e Ambiguidade

Tanto a polissemia quanto a ambiguidade são elementos da linguagem que podem provocar
confusões na interpretação de frases.

No caso da ambiguidade, geralmente, o enunciado apresenta uma construção de palavras que


permite mais de uma interpretação para a frase em questão.

Nem sempre se trata de uma palavra que tenha mais de um significado, mas de como as
palavras estão dispostas na frase, permitindo que as informações sejam interpretadas de mais de
uma maneira. Ex. Jorge criticou severamente a prima de sua amiga, que frequentava o mesmo
clube que ele. Nesse caso, o pronome que pode estar referindo-se a amiga ou a prima.

Já no caso da polissemia, por uma mesma palavra possuir mais de um significado, ela pode fazer
com que as pessoas não compreendam o sentido usado no primeiro contato com a frase e
interpretem o enunciado de uma maneira diferente do que ele era intencionado.

Neste caso, para que isso não ocorra, é importante que fique claro qual é o contexto em que a
palavra foi usada.

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Monossemia

Monossemia é a designação das palavras com um só significado. Palavra monossêmica é, pois,


aquela que designa, um só conceito.

Polissemia e monossemia são conceitos contrários. Na polissemia, uma palavra apresenta


diversos significados. Já na monossemia, uma palavra apresenta apenas um significado,
permitindo uma leitura única.

Palavras monossêmicas existem em menor número e são, habitualmente, muito específicas, se


referindo a aspectos muito particulares da realidade, como por exemplo as palavras técnicas.

Os termos monossêmico encontram-se nos textos técnicos e científicos, pois neles se procura
uma mensagem objetiva para ser entendida de modo igual por todos os leitores ou ouvintes.

Exemplos de palavras monossêmicas:

 Estetoscópio (instrumento médico);


 Eneágono (polígono com nove ângulos);
 Vulcanologista (especialista em vulcanologia).

Exercícios

01 - Entende-se por polissemia:

a) conjunto de significados, cada um unitário, relacionados com uma mesma forma, ou seja, a
polissemia consiste em uma palavra que apresenta vários significados.

b) É a tendência que o falante – culto ou inculto – revela em aproximar uma palavra a um


determinado significado, com o qual verdadeiramente não se relaciona.

c) Erro no emprego de uma palavra em um contexto inapropriado de interação verbal.

d) Erro de sintaxe que torna a palavra incompreensível ou imprecisa, ou a inadequação de se


levar para uma variedade de língua a norma de outra variedade.

e) Colocação de uma expressão fora do lugar que logicamente lhe compete.

02 - Levando em consideração o significado contextual de palavras e expressões, assinale a


alternativa correta em que há relação de polissemia:

a) espirar (soprar) – expirar (exalar)


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b) espiar (observar) – expiar (pagar pena)

c) concertar (combinar) – consertar (ajustar)

d) incerto (não certo) – inserto (impreciso)

03 - A polissemia – possibilidade de uma palavra ter mais de um sentido – está presente em


todas as frases abaixo, EXCETO em:

a) Os dentes do pente mordem o couro cabeludo;

b) Na vida tudo é passageiro, menos o motorista;

c) Os surdos da bateria não escutam o próprio barulho.

d) CBN: a rádio que toca a notícia;

e) Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje;

04 - Observe as frases abaixo:

I. A mãe vela pelo sono do filho doente.

II. O barco à vela foi movido pelo vento.

A palavra vela presenta vários sentidos, esta propriedade das palavras é denominada:

a) Polissemia;

b) Homonímia;

c) Antonímia;

d) Sinonímia;

e) Nenhuma das alternativas anteriores;

Respostas

01 02 03 04
a b e a

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Denotação e conotação

A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, encontrando-se em constante


evolução. As palavras não apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim uma
variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos
das pessoas que as utilizam.

As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo (denotação) e o


sentido conotativo (conotação) das palavras.

Exemplos de variação no significado das palavras:

 Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido denotativo)


 Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido conotativo)
 Aquela aluna é fera na matemática. (sentido conotativo)

O sentido conotativo é também conhecido como sentido figurado.

O sentido denotativo é também conhecido como sentido próprio ou literal.

Denotação

Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado
original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu
significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado
ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.

A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva,
assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais,
regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.

Exemplos com sentido denotativo

 O elefante é um mamífero.
 Já li esta página do livro.
 A empregada limpou a casa.

Conotação

Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados,
sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se
refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando

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sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido
figurado e simbólico.

A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da


expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e
na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios
publicitários, entre outros.

Exemplos com sentido conotativo

 Você é o meu sol!


 Minha vida é um mar de tristezas.
 Você tem um coração de pedra!

Exercícios

01 - Sobre a conotação e a denotação, podemos afirmar, exceto:

a) A conotação é utilizada principalmente na linguagem poética e na literatura, mas pode ser


encontrada em gêneros textuais do cotidiano, como letras de músicas, anúncios publicitários,
entre outros.

b) Uma palavra ou expressão é usada no sentido denotativo para representar diferentes


significados dependendo do contexto da enunciação.

c) Os textos não literários devem preferir a denotação, pois essa tem como finalidade informar o
receptor da mensagem de maneira clara e objetiva, livre de ambiguidades e metáforas.

d) A conotação e a denotação são as variações de significado que ocorrem no signo linguístico,


que, por sua vez, é composto de um significante (letras e sons) e um significado (conceito, ideia).

02 - O item em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:

a) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.”

b) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.”

c) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”

d) “...a indústria disparou gordos investimentos.”

e) “Colheu uma revelação surpreendente:...”

03 - Assinale a alternativa cujo termo grifado NÃO é linguagem conotativa:


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a) “... mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço ”

b) “Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste”

c) “A natureza parece estar chorando a perda irreparável ...”

d) “... no discurso que proferiu à beira da minha cova.”

04 - O item em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:

a) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.”

b) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.”

c) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”

d) “...a indústria disparou gordos investimentos.”

e) “Colheu uma revelação surpreendente:...”

05 - Assinale a alternativa em que NÃO há palavra empregada em sentido figurado:

a) “O estrangeiro ainda tropeça com muita frequência na incompreensão das sociedades por
onde passa.”

b) “Quando a luz estender a roupa nos telhados, seremos, na manhã, duas máscaras
calmas.”(Mário Quintana)

c) “Vejo que o amor que te dedico aumenta seguindo a trilha de meu próprio espanto.”

d) Não, eu te peço, não te ausentes / Porque a dor que agora sentes / Só se esquece no perdão.”

e) “Sinto que o tempo sobre mim abate sua mão pesada.” (Carlos Drummond de Andrade)

Respostas

01 02 03 04 05
b b d b d

Hiperonímia e hiponímia

A hiperonímia indica uma relação hierárquica de significado que uma palavra superior
estabelece com uma palavra inferior. O hiperônimo é uma palavra hierarquicamente superior
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porque apresenta um sentido mais abrangente que engloba o sentido do hipônimo, uma palavra
hierarquicamente inferior, com sentido mais restrito.

A hiponímia indica, assim, essa mesma relação hierárquica de significado. Foca-se, no entanto,
na perspectiva da palavra hierarquicamente inferior - hipônimo, que, a nível semântico, pode ser
incluída numa classe superior que abrange o seu significado - hiperônimo.

País é hiperônimo de Brasil.

Mamífero é hiperônimo de cavalo.

Jogo é hiperônimo de xadrez.

Brasil é hipônimo de país.

Cavalo é hipônimo de mamífero.

Xadrez é hipônimo de jogo.

Os hiperônimos:

 Apresentam um sentido abrangente;


 Transmitem a ideia de um todo;
 Representam as características genéricas de uma classe;
 Permitem a formação de subclasses associadas a elas.

Os hipônimos:

 Apresentam um sentido restrito;


 Transmitem a ideia de um item ou uma parte de um todo;
 Representam as características específicas de uma subclasse;
 Permitem a associação a uma classe superior mais abrangente.

Exemplos de hiperônimos e hipônimos

Hiperônimo Hipônimos

cor verde, azul, amarelo, vermelho, branco,...


fruta maçã, banana, manga, abacaxi, jaca,...
veículo carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus,...
esporte natação, futebol, patinação, atletismo, esgrima,...
animal cobra, onça, cachorro, urubu, urso,...
flor rosa, margarida, malmequer, hortênsia, orquídea,...
eletrodoméstico geladeira, batedeira, liquidificador, aspirador, ferro,...
móvel estante, armário, mesa, cadeira, sofá,...

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ferramenta martelo, serrote, alicate, enxada, chave de fenda,...
ave papagaio, gaivota, bem-te-vi, arara, coruja,...
doença gripe, sarampo, caxumba, catapora, bronquite,...

Uso de hiperônimos e hipônimos

O uso de hiperônimos e hipônimos é essencial para a construção de uma boa coesão lexical num
texto. Os hiperônimos e hipônimos atuam como um recurso coesivo lexical que permite a
abordagem de um tema evitando repetições vocabulares.

Além disso, desempenham uma função anafórica no texto, fazendo referência a uma informação
previamente mencionada sem a repetir, através do uso de substantivos genéricos e específicos.

Formas variantes

São chamadas de formas variantes ou formas gráficas variantes as palavras que apresentam
mais do que uma grafia correta, sem que haja alteração no sentido.

Apesar de haver sempre uma forma preferencial, mais socialmente aceita e mais usada pelos
falantes, todas as formas são corretas e podem ser usadas sem hesitação.

Exemplos de formas variantes

 abdome e abdômen;
 afeminado e efeminado;
 aluguel e aluguer;
 amídala e amígdala;
 aquarela e aguarela;
 arrebentar e rebentar;
 assobiar e assoviar;
 assoprar e soprar;
 azálea e azaleia;
 bêbado e bêbedo;
 bilhão e bilião;
 cãibra e câimbra;
 câmera e câmara;
 caminhão e camião;
 carroçaria e carroceria;
 catorze e quatorze;
 catucar e cutucar;
 chipanzé e chimpanzé;
 cobarde e covarde;
 cociente e quociente;
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 contato e contacto;
 cota e quota;
 cotidiano e quotidiano;
 debulhar e desbulhar;
 degelar e desgelar;
 delapidar e dilapidar;
 demonstrar e demostrar;
 descarrilhar ou descarrilar;
 dezenove e dezanove;
 dezesseis e dezasseis;
 dezessete e dezassete;
 diabete e diabetes;
 dourado e doirado;
 embaralhar e baralhar;
 enfarte, infarte, enfarto e infarto;
 entonação e entoação;
 entretenimento e entretimento;
 espargos e aspargos;
 estalar e estralar;
 este e leste;
 geringonça e gerigonça;
 germe e gérmen;
 hidrelétrico e hidroelétrico;
 homilia e homília;
 imundícia, imundície e imundice;
 intrincado e intricado;
 louça e loiça;
 louro e loiro;
 maquiagem e maquilagem;
 marimbondo e maribondo;
 mobiliar, mobilhar e mobilar;
 neblina e nebrina;
 nenê e neném;
 percentagem e porcentagem;
 projétil e projetil;
 rastro e rasto;
 registro e registo;
 relampear e relampejar;
 remoinho e redemoinho;
 selvageria e selvajaria;
 sobressalente e sobresselente;
 súdito e súbdito;
 surrupiar e surripiar;
 taberna e taverna;

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 terremoto e terramoto;
 tesouro e tesoiro;
 tríade e tríada;
 xérox e xerox.

Exercícios

01 - Os hiperônimos de gato, rosa e amor são, respectivamente:

a) esporte – órgão - sentimento.

b) insetos – mamíferos - veículos.

c) felino – flor - sentimento.

d) felino – sentimento - esporte.

e) felino – sentimento - órgão.

02 - Os vocábulos destacados em “Na banca da feira da vinte e cinco, havia cupuaçu, bacuri,
taperebá e outras frutas regionais.”, têm relação entre si por possuírem o mesmo campo
semântico, isto é, todos são frutas inclusive típicas da Amazônia.

Tais termos grifados, em relação à palavra “fruta”, são designados como:

a) hiperônimos.

b) hipônimos.

c) cognatos.

d) polissêmicos.

e) parônimos.

03 - Muitos vocábulos portugueses admitem dupla grafia; o exemplo abaixo que só admite a
primeira das duas formas indicadas é:

a) flecha/frecha.

b) enfarte/enfarto.

c) aluguel/aluguer.

d) cociente/quociente.

e) próprio/própio
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Respostas

01 02 03
c b e

Relações lexicais

É o conjunto de palavras usadas em uma língua ou em um texto. Quanto à língua, não existe um
falante que domine por completo seu léxico, pois o idioma é vivo e vocábulos vão desaparecendo,
enquanto novos surgem. Quanto ao texto, o léxico corresponde às palavras utilizadas na escrita
do mesmo.

Chamamos de campo lexical o conjunto de palavras de uma língua que estão relacionadas
por afinidades conceituais, como se fizessem, desse modo, parte de uma mesma família.

Nosso léxico, espécie de vocabulário virtual ao qual recorremos quando nos comunicamos, é
composto por uma infinidade de palavras. Ao longo de nossas vidas, à medida que somos
expostos a diferentes contatos com a linguagem, ele vai recebendo novos elementos.

Nesse conjunto de palavras que estão ligadas através de relações de significado, novos lexemas
são constantemente incorporados, provando que o campo lexical não é algo fixo e imutável.

Pode parecer uma definição complexa, mas todos nós sabemos exatamente do que se trata, pois
de acordo com a área de conhecimento na qual atuamos — seja você estudante, mecânico de
carros, jogador de futebol ou astronauta, dispomos de um vocabulário bem específico, utilizado
em momentos adequados.

Observe alguns exemplos de diferentes campos lexicais:

 Campo lexical da informática: hardware, software, programas, byte, browser ...


 Campo lexical do futebol: escanteio, gol, grande área, trave, chuteira...
 Campo lexical da construção civil: concreto, cimento, paredes, tijolos, alicerce...
 Campo lexical dos sentimentos: amor, tristeza, melancolia, alegria, saudade...

Podemos concluir que o léxico da língua pertence à comunidade na qual está inserida. Por esse
motivo, seus usuários agem sobre ela de acordo com as práticas sociais e culturais que
desenvolvem, configurando assim a noção de campo lexical.

Intertextualidade

Intertextualidade é o diálogo entre dois ou mais textos, que não precisam ser necessariamente de
um mesmo gênero, a intertextualidade é um fenômeno que pode manifestar-se de diferentes
maneiras.

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Você sabia que os textos podem conversar entre si? Sim, isso é possível, e a esse fenômeno
damos o nome de intertextualidade. Essa ocorrência pode ser implícita ou explícita, feita por meio
de paródia ou por meio da paráfrase. O que esses variados tipos têm em comum? Todos eles
resgatam referências nos chamados textos-fonte, que são aqueles textos considerados
fundamentais em uma cultura.

Para que você entenda melhor o conceito de intertextualidade, basta analisar a estrutura da
palavra: inter é um sufixo de origem latina e faz referência à noção de relação. Por isso, é correto
afirmar que a intertextualidade refere-se às relações entre os textos, assim como é correto afirmar
que todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto, e isso acontece em virtude das relações
dialógicas firmadas. Ainda está difícil de entender? Veja só um exemplo:

Canção do Exílio

(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores,

Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá;

As aves, que aqui gorjeiam, Em cismar — sozinho, à noite —

Não gorjeiam como lá. Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Nosso céu tem mais estrelas, Onde canta o Sabiá.

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida, Não permita Deus que eu morra,

Nossa vida mais amores. Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá; Que não encontro por cá;

Minha terra tem palmeiras, Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá. Onde canta o Sabiá.

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Canto de regresso à pátria

(Oswald de Andrade)

Minha terra tem palmares Ouro terra amor e rosas

Onde gorjeia o mar Eu quero tudo de lá

Os passarinhos daqui Não permita Deus que eu morra

Não cantam como os de lá Sem que volte para lá

Minha terra tem mais rosas Não permita Deus que eu morra

E quase que mais amores Sem que volte pra São Paulo

Minha terra tem mais ouro Sem que veja a Rua 15

Minha terra tem mais terra E o progresso de São Paulo.

No exemplo acima, o texto-fonte é o poema de Gonçalves Dias, um dos principais representantes


da primeira fase do Romantismo brasileiro. A partir dele, Oswald de Andrade, que integrou o
movimento modernista, construiu uma paródia, transportando o poema escrito no século XIX para
a então realidade da segunda década do século XX, dando-lhe assim um ar de modernidade.

Como você pôde perceber, a intertextualidade pode acontecer com textos dos variados gêneros:
pode surgir em uma letra de música, em um poema, nos textos em prosa e até mesmo nos textos
publicitários.

Só é capaz de reconhecê-la o leitor habilidoso, aquele que já entrou em contato com diversos
textos-fonte ao longo da vida. Isso significa que a interpretação de texto não depende apenas do
conhecimento do código (nossa língua portuguesa), mas também das relações intertextuais que
influenciam de maneira decisiva o processo de compreensão e de produção de textos.

Tipos de intertextualidade

A intertextualidade, tema estudado pela Linguística Textual, é um elemento recorrente na escrita


de textos. Mesmo quando não temos a intenção de utilizá-la, o fazemos inconscientemente,
resgatando modelos e parâmetros estabelecidos nos chamados textos fontes, considerados
fundamentais em uma determinada cultura por fazerem parte da memória coletiva de uma
sociedade.

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Você já deve ter percebido que as relações dialógicas entre textos é um conceito inerente à
intertextualidade e que, quanto mais lemos e conhecemos os textos fontes, mais inferências
somos capazes de realizar.

Um texto pode apresentar diversas vozes, para as quais damos o nome de polifonia, que nada
mais é do que as referências presentes nas entrelinhas do texto. Muitos escritores e compositores
utilizaram esse recurso na construção de paródias, paráfrases ou citações.

Dentre os vários tipos de intertextualidade, destacam-se:

 Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto


original, entretanto, com a utilização de outras palavras.
 Citação: ocorre ao acrescentar trechos de outras obras numa produção textual. Em geral
vem expressa entre aspas e itálico, por se tratar da escrita de outro autor.
 Tradução: é a passagem de um texto de uma língua estrangeira para a língua nativa de
um determinado país.
 Paródia: aparece geralmente em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Esse
recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
 Epígrafe: muito utilizado em obras, textos científicos, artigos, resenhas, monografias, pois
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha relação com o que será
discutido no texto.
 Alusão: refere-se aos elementos presentes em outros textos.
 Sample: são trechos “roubados” de outras músicas e usado como base para outras
produções.
 Bricolagem: trata-se de alguns procedimentos da intertextualidade das artes plásticas e
da música que podem aparecer na literatura.
 Pastiche: há a imitação direta do estilo de outros autores, mesclando esses diversos
estilos numa única obra. Aparece como uma criação independente, sem o intuito de criticar
ou satirizar.

Exercícios

01 - Sobre o conceito de intertextualidade, podemos afirmar:

I. Introdução de novos elementos no texto. Pode-se também retomar esses elementos para
introduzir novos referentes;

II. Operação responsável pela manutenção do foco nos objetos de discurso previamente
introduzidos;

III. Elemento constituinte do processo de escrita e leitura. Trata-se das relações dialógicas
estabelecidas entre dois ou mais textos;

IV. Pode ocorrer de maneira implícita ou explícita;

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V. Responsável pela continuidade de um tema e pelo estabelecimento das relações semânticas
presentes em um texto.

Estão corretas as proposições:

a) Todas estão corretas.

b) Apenas I, II e V estão corretas.

c) Apenas III e IV estão corretas.

d) III, IV e V estão corretas.

e) I e II estão corretas.

02 - Sobre a intertextualidade estão corretas, exceto:

a) A intertextualidade, tema estudado pela Linguística Textual, é um elemento recorrente na


escrita de textos. Mesmo quando não temos a intenção de utilizá-la, realizamo-na
inconscientemente, resgatando modelos e parâmetros estabelecidos nos chamados textos fontes.

b) São dois os tipos de intertextualidade: implícita e explícita. Na intertextualidade implícita, não


há citação expressa do texto fonte, fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do
texto; já na intertextualidade explícita, ocorre a citação da fonte do intertexto.

c) A intertextualidade não interfere na construção de sentidos do texto. Trata-se apenas de um


recurso estilístico utilizado para deixá-lo mais interessante.

d) Podemos dizer que a intertextualidade é a influência de um texto sobre outro. Todo texto, em
maior ou menor grau, é um intertexto, pois durante o processo de escrita acontecem relações
dialógicas entre os textos que escrevemos e os textos que acessamos ao longo da vida.

03 - É possível elaborar um texto novo a partir de um texto já existente. É assim que os textos
"conversam" entre si. É comum encontrar ecos ou referências de um texto em outro. Observe o
trecho da música Bom conselho, de Chico Buarque: Eu semeio vento na minha cidade/ Vou pra
rua e bebo a tempestade. Comparando esse trecho ao provérbio popular, “Quem semeia vento,
colhe tempestade”, temos um exemplo de:

a) Sinonímia

b) Polissemia

c) Hiperonímia

d) Intertextualidade

Página 35 de 439
Respostas

01 02 03
c c d

Gêneros textuais; tipologia textual

Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos


apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo.

Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os interlocutores
(emissor e receptor) de determinado discurso.

São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante,
bilhete ou lista de supermercado.

É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais
de um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de
ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).

Tipos de Gêneros Textuais

Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais
dentro das categorias tipológicas de texto.

Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de
textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.

Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da


narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:

 Romance
 Novela
 Crônica
 Contos de Fada
 Fábula

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 Lendas

Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar,


acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).

São exemplos de gêneros textuais descritivos:

 Diário
 Relatos (viagens, históricos, etc.)
 Biografia e autobiografia
 Notícia
 Currículo
 Lista de compras
 Cardápio
 Anúncios de classificados

Texto Dissertativo-Argumentativo

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de
argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam
persuadir o leitor.

Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento),
nova tese (conclusão).

Exemplos de gêneros textuais dissertativos:

 Editorial Jornalístico
 Carta de opinião
 Resenha
 Artigo
 Ensaio
 Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

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Texto Expositivo

Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como:
definição, conceituação, informação, descrição e comparação.

Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:

 Seminários
 Palestras
 Conferências
 Entrevistas
 Trabalhos acadêmicos
 Enciclopédia
 Verbetes de dicionários

Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de
modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso,
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo.

Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:

 Propaganda
 Receita culinária
 Bula de remédio
 Manual de instruções
 Regulamento
 Textos prescritivos

Conheça mais gêneros textuais:

 Anedota
 Blog
 Reportagem
 Charge
 Carta
 E-mail
 Declaração
 Memorando
 Propaganda
 Bilhete
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 Relatório
 Notícia
 Requerimento
 ATA
 Cartaz
 Cartum
 Procuração
 Editorial
 Atestado
 Circular
 Contrato

Exercícios

01 – Leia o texto abaixo:

A diva

Vamos ao teatro, Maria José?

Quem me dera,

desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,

tou podre. Outro dia a gente vamos.

Falou meio triste, culpada,

e um pouco alegre por recusar com orgulho.

TEATRO! Disse no espelho.

TEATRO! Mais alto, desgrenhada.

TEATRO! E os cacos voaram

sem nenhum aplauso.

Perfeita.

PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

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Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor
com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é
produzido. Assim, o texto A diva

a) narra um fato real vivido por Maria José.

b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.

c) relata uma experiência teatral profissional.

d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.

e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.

02 - Sobre as características dos gêneros textuais, é INCORRETO afirmar que:

a) Os gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com
base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é
produzido.

b) Os gêneros textuais são estruturas relativamente padronizadas que variam de acordo com as
várias situações comunicativas.

c) Os gêneros textuais são estruturas bem definidas, limitadas, e podem apresentar-se sob a
forma de cinco diferentes tipos de texto.

d) Os gêneros textuais podem ser representados na linguagem verbal e não verbal, em anúncios
publicitários, charges, tirinhas e também em reportagens, notícias, e-mails, etc.

e) Os gêneros textuais, por adequarem-se às necessidades linguísticas dos falantes de acordo


com as mudanças históricas e sociais, são incontáveis, diferentemente do que acontece com os
tipos textuais.

03 - Assinale a sequência correta:

I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais,
construções frasais etc.

II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja,


dentro de um contexto cultural e com função comunicativa.

III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo do


autor, conteúdo, composição e função.

IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e
exposição.

a) tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual.


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b) tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual.

c) tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual.

d) gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual.

04 - Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um


determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir:

I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum
assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;

II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de
maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a
criação de imagens;

III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de
lirismo e sua principal característica é a brevidade;

IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em
torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho;

V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos


eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros.

São, respectivamente:

a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argumentativa.

b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.

c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.

d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.

e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta argumentativa.

05 – Leia o texto abaixo:

Câncer 21/06 a 21/07

O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O
corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que
ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em
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suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a
comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa.
Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma,
avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões
materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.

Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica,
seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos
construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que
sua função é:

a) vender um produto anunciado.

b) informar sobre astronomia.

c) ensinar os cuidados com a saúde.

d) expor a opinião de leitores em um jornal.

e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.

Respostas

01 02 03 04 05
b c a c e

Gênero Textual e a Tipologia textual

A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais e não verbais. Em todos
há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo
transmitido entre os interlocutores.

Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca
escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.

É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no


nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.

Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco,


expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual
visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.

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É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela
tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação.

Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor
expõe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrição de um ambiente e um texto
literário escrito em prosa.

Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros
textuais as diversas situações sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade.
Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, e
assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-iam como: instrucional,
correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto do ramo jornalístico e, por último, um texto
de cunho científico.

Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é extremamente importante que
saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. À medida que a praticamos, vamos
nos aperfeiçoando mais e mais na sua performance estrutural.

Tipo Textual - É a forma como um texto se apresenta. É importante que não se confunda tipo
textual com gênero textual.

Há uma grande variedade de entendimentos sobre a forma correta de definir os tipos de texto.
Embora haja uma discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de tipos textuais,
vamos trabalhar aqui os 3 tipos essenciais:

 Texto Descritivo
 Texto Narrativo
 Texto Dissertativo

Texto Descritivo

O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto, pessoa,
animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as impressões e
as qualidades de algo.

Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração


de um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.

Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde
as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura,
altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação,
localização, dentre outros.

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Características do texto descritivo

 Retrato verbal
 Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
 Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
 Utilização da enumeração e comparação
 Presença de verbos de ligação
 Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)
 Emprego de orações coordenadas justapostas

Estrutura Descritiva

A descrição apresenta três passos para a construção:

1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever.


2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Tipos de Descrição

Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:

Descrição Subjetiva - Apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões


pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões
dos autores.

Descrição Objetiva - Nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as
características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas
do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções,
verbetes de dicionários e enciclopédias.

Exemplos

Descrição Subjetiva

“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta,
bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado,
com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de
perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à

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mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis
miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)

Descrição Objetiva

"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta (1,75),
cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado."

Texto Narrativo

Texto narrativo é um tipo de texto que esboça as ações de personagens num determinado tempo
e espaço.

Geralmente, ele é escrito em prosa e nele são narrados (contados) alguns fatos e
acontecimentos.

Alguns exemplos de textos narrativos são: romance, novela, conto, crônica e fábula.

Estrutura da Narrativa

Apresentação - Também chamada de introdução, nessa parte inicial o autor do texto apresenta
os personagens, o local e o tempo em que se desenvolverá a trama.

Desenvolvimento - Aqui grande parte da história é desenvolvida com foco nas ações dos
personagens.

Clímax - Parte do desenvolvimento da história, o clímax designa o momento mais emocionante


da narrativa.

Desfecho - Também chamada de conclusão, ele é determinado pela parte final da narrativa,
onde a partir dos acontecimentos, os conflitos vão sendo desenvolvidos.

Elementos da Narrativa

Narrador - É aquele que narra a história. Dividem-se em: narrador observador, narrador
personagem e narrador onisciente.

Enredo - Trata-se da estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações.


São classificados em: enredo linear, enredo não linear, enredo psicológico e enredo cronológico.

Personagens - São aqueles que compõem a narrativa sendo classificados em: personagens
principais (protagonista e antagonista) e personagens secundários (adjuvante ou coadjuvante).

Tempo - Está relacionado com a marcação do tempo dentro da narrativa, por exemplo, uma data
ou um momento específico. O tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Espaço - Local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num ambiente físico, ambiente
psicológico ou ambiente social.
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Tipos de Narrador

Os tipos de narrador, também chamado de foco narrativo, representam a "voz textual" da


narração, sendo classificados em:

 Narrador Personagem - A história é narrada em 1ª pessoa onde o narrador é um


personagem e participa das ações.
 Narrador Observador - Narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece os fatos
porém, não participa da ação.
 Narrador Onisciente - Esse narrador conhece todos os personagens e a trama. Nesse
caso, a história é narrada em 3ª pessoa. No entanto, quando apresenta fluxo de
pensamentos dos personagens, ela é narrada em 1ª pessoa.

Tipos de Discurso Narrativo

 Discurso Direto - no discurso direto, a própria personagem fala.


 Discurso Indireto - no discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem. Em
outras palavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da personagem.
 Discurso Indireto Livre - no discurso indireto livre há intervenções do narrador e das falas
dos personagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto

Exemplos de Discurso

Discurso Direto

A desconhecida perguntou:

— Quando ele saiu?

Foi então que Antônio respondeu:

— Não vi exatamente o horário que ele foi embora.

Todas as manhãs minha mãe aconselhava: “não faça bagunça durante a aula e preste atenção
na matéria”.

A aluna afirmou:

— Preciso estudar muitos dias para a prova.

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Discurso Indireto

Todas as noites meu pai pedia que eu fizesse minhas orações antes de dormir.

O aluno afirmou que precisaria estudar vários dias para o teste.

A desconhecida perguntou timidamente que horas eram.

Foi então que Carlos observou como ela era linda.

Discurso Indireto Livre

A esposa nervosa com as mãos na cintura e os pés batendo no chão aguardava-o em casa. Por
que chegou tarde? Apressou-se em respondê-la, disfarçando o hálito alcoólico, dizendo que
estivera em reunião com diretoria. Contudo, ela, percebendo sua intenção, replicou-lhe
ironicamente se houvera sido uma reunião regada a álcool.

Texto Dissertativo

O Texto Dissertativo é um tipo de texto argumentativo e opinativo, uma vez que expõe a
opinião sobre determinado assunto ou tema, por meio de uma argumentação lógica, coerente e
coesa.

Estrutura do Texto Dissertativo

A estrutura de um texto dissertativo está baseada em três momentos:

1. Introdução: Também chamada de "Tese", nesse momento, o mais importante é expor a


ideia central sobre o tema de maneira clara. Importante lembrar que a Introdução é a parte
mais importante do texto e por isso deve conter a informações que logo serão
desenvolvidas.

2. Desenvolvimento: Também chamada de "Anti-Tese" ou "Antítese", nessa parte do texto


é que se desenvolve a argumentação por meio de opiniões, dados, levantamentos,
estatísticas, fatos e exemplos sobre o tema, a fim de que sua tese (ideia central) seja
defendida com propriedade.

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3. Conclusão: O próprio nome já supõe que é necessário concluir o texto. Em outras
palavras, não deixamos um texto sem concluí-lo e, por isso, esse momento é chamado de
"Nova Tese" por ser uma momento de fechamento das ideias, e principalmente da
inserção de uma nova ideia, ou seja, uma "nova tese".

Tipos de Dissertação

Existem dois tipos de dissertação: a Dissertação Argumentativa e a Dissertação Expositiva.

Texto Dissertativo Argumentativo

Nessa modalidade, a intenção é persuadir o leitor, convencê-lo de sua tese (ideia central) a partir
de coerente argumentação, exemplos, fatos.

Texto Dissertativo Expositivo

É a exposição de ideias, teorias, conceitos sem necessariamente tentar convencer o leitor.

Exercícios

01 - Preencha os parênteses com os números correspondentes; em seguida, assinale a


alternativa que indica a correspondência correta.

1. Narrar

2. Argumentar

3. Expor

4. Descrever

5. Prescrever

( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como realizar


ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.

( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado assunto, assim
como explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.

( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num determinado
espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse tipo
de texto.

( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa,
um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.

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( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja preocupação é
a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal,
argumentos e conclusão.

a) 3, 5, 1, 2, 4

b) 5, 3, 1, 4, 2

c) 4, 2, 3, 1, 5

d) 5, 3, 4, 1, 2

e) 2, 3, 1, 4, 5

02 – Leia o texto abaixo:

Internet e a importância da imprensa

Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes
sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da
internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela
grande rede.

É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de
expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica
está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem
modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização
virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário
democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.

E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem
provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e
conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso
encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.

O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir
se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um
processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.

Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem
enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como
um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a
linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...

A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o
estabelecimento de uma base comum para o debate.

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Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse
fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao
selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo
que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um
espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é
ouvido.

A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que
configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos
sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos
grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.

Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a
todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de
um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão
necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.

O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso,
todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O
mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de
outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um
monopólio.

(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)

Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata
de uma:

a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com
intenção de informar ou esclarecer.

b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo


personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.

c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em
argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.

d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso
expressivo de adjetivos.

e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e
objetiva, com verbos no modo imperativo.

03 - Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto:

a) Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como vocabulário, relações
lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc.

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b) Os tipos textuais são: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.

c) Geralmente variam entre cinco e nove tipos.

d) Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de acordo com o


estilo do autor, conteúdo, composição e função.

e) Os tipos de textos apresentam características intrínsecas e invariáveis, ou seja, não sofrem a


influência do contexto de nossas atividades comunicativas. De maneira predeterminada,
apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos verbais e construções frasais que acolhem os
diversos gêneros.

04 - Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às


quais eles pertencem:

Texto I

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-
se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes
rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se
ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton
Trevisan – Uma vela para Dario).

Texto 2

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer
esforço para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino,
que a expressão alegre acentuava ainda mais.”

Texto 3

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente


aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já
chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produtos,
transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse
motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.

Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um


aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida.
Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de
comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal
transformado em objeto público de entretenimento.

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Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto
controlamos quanto somos controlados.

SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em:

http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).

Texto 4

Modo de preparo:

1. Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar e bata
por 5 minutos;

2. Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturando tudo,
menos o fermento;

3. Esse é misturado lentamente com uma colher;

4. Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.

a) narração – descrição – dissertação – prescrição.

b) descrição – narração – dissertação – prescrição.

c) dissertação – prescrição – descrição – narração.

d) prescrição – descrição – dissertação – narração.

05 - O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de Humberto de


Campos:

A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde tomávamos
chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente. Lufadas ardentes, fortes,
brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu, de repente, e um trovão estalou,
rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão, abertas àquela hora, apagaram-se
todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da mesma corrente elétrica, os ventiladores foram,
pouco a pouco, diminuindo a marcha, até que pararam, de todo, como aves que acabam de
chegar de um grande voo.

Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização predominante é

a) Argumentativa

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b) Descritiva

c) Expositiva

d) Narrativa

e) poética.

06 - Sobre o texto narrativo, pode-se afirmar:

a) A estrutura textual é semelhante ao texto descritivo

b) A postura do autor é de argumentador

c) Há, exaustivamente, o uso de presente do indicativo.

d) Não apresenta clímax em sua estrutura

e) O enredo é prioritário

07 – Leia o texto abaixo:

“Em linhas gerais a arquitetura brasileira sempre conservou a boa tradição da arquitetura
portuguesa. De Portugal, desde o descobrimento do Brasil, vieram para aqui os fundamentos
típicos da arquitetura colonial. Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de gosto e
de estilo, porque as novas condições de vida em clima e terras diferentes impuseram adaptações
e mesmo improvisações que acabariam por dar à do Brasil uma feição um tanto diferente da
arquitetura genuinamente portuguesa ou de feição portuguesa. E como arquitetura portuguesa,
nesse caso, cumpre reconhecer a de característica ou de estilo barroco”.

(Luís Jardim, Arquitetura brasileira. Cultura, SP: 1952)

Pela estrutura geral do texto acima, ele deve ser incluído entre os textos:

a) descritivos

b) narrativos

c) dissertativo-expositivos

d) dissertativo-argumentativos

e) injuntivos.

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Respostas

01 02 03 04 05 06 07
b c d a b e d

Linguagem verbal e não verbal

A linguagem é o código usado para estabelecer comunicação. É um sistema de signos e


símbolos usados para transmitir pensamentos, ideias, opiniões, informações, sentimentos,
desejos, etc.

É muito importante que esse código seja entendido por todos os intervenientes no processo
comunicativo, podendo ser composto por palavras, gestos, sons, imagens, sinais,…

Linguagem o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Agora,
a linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também de gestos
e imagens. Afinal, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?

Linguagem verbal

A linguagem verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar algo. As palavras são
utilizadas tanto na escrita como na oralidade.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para
transmitir a informação).

Exemplos de linguagem verbal:

 Texto narrativo
 Carta
 Diálogo
 Entrevista
 Reportagem no jornal escrito ou televisionado
 Bilhete

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Linguagem não verbal

A linguagem não verbal é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as
palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem
corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

Exemplos de linguagem não verbal:

 Semáforo
 Apito do juiz numa partida de futebol
 Cartão vermelho
 Cartão amarelo
 Dança
 Aviso de “não fume” ou de “silêncio”
 Bocejo
 Identificação de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do banheiro
 Placas de trânsito

A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao mesmo tempo, como nos casos das charges e
anúncios publicitários. É a chamada linguagem mista.

A linguagem mista nada mais é do que o uso em simultâneo dos dois tipos de linguagem acima
referidos, ou seja, do uso conjunto de palavras, gestos, imagens, cores,… para estabelecer a
comunicação.

A linguagem mista ocorre quando chamamos uma pessoa e ao mesmo tempo acenamos, quando
dizemos que sim e ao mesmo tempo balançamos a cabeça, quando dizemos não sei e ao mesmo
tempo levantamos os ombros,…

Está, também, presente em histórias em quadrinhos, em cartazes publicitários, em charges, em


vídeos,…

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A figura acima comunica sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para
transmitir a informação) e também faz uso da imagem para comunicar o que representa.

Exercícios

01 – Observa a tirinha abaixo:

Tirinha Garfield, de Jim Davis

Sobre a tirinha de Garfield, é correto afirmar que:

a) A linguagem verbal é o elemento principal para o entendimento da tirinha.

b) O uso da linguagem verbal não faz diferença para a compreensão da tirinha.

c) O uso simultâneo das linguagens verbal e não verbal colabora para o entendimento da tirinha.

d) A sequência cronológica dos fatos relatados nas imagens não influencia na compreensão da
tirinha.
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02 - Sobre as linguagens verbal e não verbal, é INCORRETO afirmar que:

a) A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto a linguagem não
verbal faz uso apenas da língua escrita.

b) São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer algo.

c) A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, enquanto
a linguagem verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para estabelecer comunicação.

d) Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o entendimento do texto.

Respostas

01 02
c a

Funções da linguagem

Neste texto, iremos tratar das Funções da Linguagem, um conteúdo muito relevante na área
da Interpretação de Textos.

Aprender sobre este conteúdo irá te ajudar a se sair bem em atividades e avaliações de
Português nos concursos, já que é uma matéria super importante que é vista desde o Ensino
Fundamental até o Ensino Médio.

Os elementos da comunicação

No nosso cotidiano, quando realizamos um diálogo, uma conversa, uma leitura ou escrita,
estamos em uma comunicação (que também pode ser chamada de “processo comunicativo”,
“ato comunicativo” ou “cena comunicativa”).

Nestes processos de comunicação, podemos identificar alguns elementos que sempre estão
presentes. São eles:

 Emissor - aquele produz ou transmite a mensagem.


 Receptor (interlocutor ou destinatário) - aquele que recebe a mensagem.
 Mensagem - a informação transmitida.
 Código - o sistema de sinais utilizado na comunicação.
 Canal - o meio físico ou virtual pelo qual a mensagem é veiculada e transmitida.

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 Contexto/Referente - a situação à qual a mensagem se refere.

As funções da linguagem expressam as intenções dos falantes da língua e representam as


variadas formas e peculiaridades da comunicação linguística.

A linguagem, uma eficiente forma de comunicação, é elemento fundamental para estabelecermos


comunicação com outras pessoas. Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a
intenção do falante, divide-se em seis funções:

Função referencial ou denotativa

Transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz
comentários, nem avaliação.

Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite


impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação
além da que está exposta.

O enfoque dos textos dessa natureza é no contexto, e isso tem como objetivo transmitir ao
receptor dados da realidade de uma forma objetiva e direta.

Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, jornalísticos, técnicos,
didáticos ou em correspondências comerciais.

Exemplo:

“Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008.

Novo Bolsa Família

R$ 110,20, R$ 104,70 ou R$ 99,75. Um desses será o novo valor do benefício máximo do Bolsa
Família. As três cifras estão em estudo pela equipe econômica do governo. Desde que foi criado,
em outubro de 2003, o benefício não foi reajustado. As três opções de reajuste levam em
consideração índices distintos. O valor chegaria a R$110,20 se o governo decidisse corrigir o
benefício pela inflação acumulada até o mês passado.

(O Globo, 07/01/2007)

Alguns aspectos gramaticais são comuns nesses textos, como:

 O uso da terceira pessoa do discurso


 Opção pelo sentido denotativo
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Gêneros textuais em que a função emotiva é predominante:

 Notícia
 Reportagem
 Textos acadêmicos
 Relatório

Função emotiva ou expressiva

O objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto
de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na
primeira pessoa.

Essa função da linguagem pode ser identificada quando o texto está focado no emissor da
mensagem. Predominantemente textos que possuem essa função destacam a expressão de
sentimentos, emoções, e opiniões do autor.

A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função


emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa
função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.

Exemplo:

“Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e
forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.”
(Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)

Minha primeira professora

A primeira presença em meu aprendizado escolar que me causou impacto, e causa até hoje, foi
uma jovem professorinha. É claro que eu uso esse termo, professorinha, com muito afeto.
Chamava-se Eunice Vasconcelos, e foi com ela que eu aprendi a fazer o que ela chamava de
“sentenças”.[…]

(Paulo Freire, publicado pela Revista Nova Escola em dezembro de 1994).

Algumas características são normalmente encontradas nos textos com essa função:

 Linguagem expressiva

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 O uso da primeira pessoa gramatical
 Uso de adjetivações
 Sinais de pontuação expressivos (exclamação e reticências).

Gêneros textuais em que a função emotiva é predominante:

 Poema
 Diário
 Relato Pessoal
 Narrativas em 1ª pessoa

Função conativa ou apelativa

O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de
vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função).

Nesta função da linguagem, o foco está no receptor da mensagem. Dessa forma, a intenção do
emissor é convencer, persuadir, envolver o destinatário da mensagem com o objetivo de
influenciar o destinatário.

Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa


(Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum
em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.

Exemplo:

 Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!


 Aproveite as melhores ofertas!
 Não perca esta chance! Ligue ainda hoje!
 Cidadão consciente, vote em mim!

Algumas marcas gramaticais podem ser utilizadas nesse tipo de função

 Presença de vocativo
 Uso de segunda pessoa do discurso
 Uso de verbos no imperativo
 Interlocução

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Gêneros textuais em que a função emotiva é predominante:

 Textos publicitários
 Artigo de Opinião
 Editorial
 Carta Argumentativa

Função metalinguística

Em textos em que se manifesta essa função, o enfoque é dado ao código. Observamos isso
quando a mensagem tem por tema o próprio código ou quando o código é explicado por si
mesmo na mensagem. Podemos perceber na poesia a comparação do ato de catar feijão ao de
escrever. Observe que o eu-lírico escreve um poema cuja temática é a própria arte da escrita.

Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código usando o
próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo.
Veja:

“Pegue um jornal

Pegue a tesoura.

Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.

Recorte o artigo.”

Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para
explicar o próprio ato de fazer um poema.

A função metalinguística pode estar presente nos seguintes gêneros textuais:

 Verbete de dicionário
 Poema
 Arte (como em uma pintura ou fotografia)

Exemplo:

Catar feijão se limita com escrever:

jogam-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na da folha de papel;


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e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo

pois para catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

(João Cabral de Melo Neto)

Função fática

O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato para verificar se a
mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa.

Está focada no canal por onde a comunicação ocorre. Tem o objetivo de testar o canal para
iniciar, prolongar ou terminar o processo comunicativo. Possui, ainda, a intenção de manter um
ambiente de relacionamento amistoso e favorável.

É muito presente em conversas telefônicas, com expressões como “alô”, “está me ouvindo”, ou
pessoais, com o uso de “uhum”, “sei..”, “ahan”. Também pode ser notada no contexto virtual atual
com o uso de emojis.

Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”,
estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.

Exemplo:

– Olá, como vai ?

– Eu vou indo e você, tudo bem?

– Tudo bem, eu vou indo correndo pegar meu lugar no futuro, e você?

– Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo, quem sabe…

– Quanto tempo…

– Pois é. Quanto tempo…”

“Sinal fechado”, de Paulinho da Viola

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Função poética

O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados
por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas
possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários,
publicitários e em letras de música.

O foco nesta função é a mensagem. A seleção vocabular, a arrumação e jogo de palavras, o


ritmo, as figuras de linguagem marcam essa função. Muitas poesias, peças publicitárias e ditados
populares apresentam, de maneira marcante, essa preocupação formal, e, por isso, podem ser
tomados como exemplo.

Exemplo:

Negócio/ego/ócio/cio/0

Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de
palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.

"O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente."

(Fernando Pessoa)

"Basta-me um pequeno gesto,

feito de longe e de leve,

para que venhas comigo

e eu para sempre te leve..."

(Cecília Meireles)

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Algumas características são normalmente encontradas nos textos com essa função:

 Vocabulário conotativo
 Ritmo
 Rima
 Figuras de linguagem

Gêneros textuais onde a função poética pode ser verificada:

 Poemas
 Narrativas poéticas
 Letras de músicas

Exercícios

01 - Relacione:

1) Mensagem

2) Código

3) Canal

4) Contexto

( ) é o meio físico por onde circula a mensagem entre o emissor e o receptor.

( ) é o conjunto de enunciados produzidos pela seleção e combinação de signos.

( ) é a situação ou assunto a que a mensagem faz referência.

( ) é o sistema utilizado pelos falantes no ato da comunicação.

Assinale a sequência correta

a) 3 - 4 - 1 - 2

b) 1 – 2 - 4 - 3

c) 3 - 1 - 4 - 2

d) 2 - 4 - 1 - 3

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02 - A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, divide-se em
unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um
lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro
dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.

DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Predomina no texto a função da linguagem:

a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.

b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.

c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.

d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.

e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

03 - Identifique a frase em que a função da linguagem predominante é a função referencial.

a) Siga o meu exemplo. Você se sentirá melhor!

b) Estou muito animada com o meu novo emprego.

c) Existem três acentos gráficos na língua portuguesa.

d) Sim... Sei… Estou ouvindo, claro.

04 - Com qual elemento da comunicação está relacionada a função metalinguística da


linguagem?

a) Código

b) Canal

c) Mensagem

d) Receptor

05 - Qual a função da linguagem presente na frase: “Ligue agora! Não perca esta oportunidade!”

a) Função expressiva

b) Função apelativa

c) Função metalinguística

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d) Função fática

Respostas

01 02 03 04 05
c e c a b

Variedades linguísticas

A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade
de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos
relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.

E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.

O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas


gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que
falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre
as demais.

Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas
informais que temos com amigos, familiares etc.

Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades


linguísticas ou variações linguísticas, as quais representam as variações de acordo com
as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

As variações que distinguem uma variante de outra se manifestam em quatro planos distintos, a
saber: fônico, morfológico, sintático e lexical.

Variações Fônicas

São as variações que ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da palavra. Os


exemplos de variação fônica são abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios
em que se percebe com mais nitidez a diferença entre uma variante e outra. Entre esses casos,
podemos citar:

 A queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem oral no português: falá, vendê,
curti (em vez de curtir), compô.
 O acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me alembro, o pássaro avoa, formas
comuns na linguagem clássica, hoje frequentes na fala caipira.
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 A queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo (amarelo), margoso
(amargoso), características na linguagem oral coloquial.
 A redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petrópolis), fórfi (fósforo), porva
(pólvora), todas elas formas típicas de pessoas de baixa condição social.
 A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das regiões do Brasil) ou como “l”
(em certas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
 Deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de
pessoas de baixa condição social.

Variações Morfológicas

São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse domínio, as diferenças entre as
variantes não são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis.

São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse domínio, as diferenças entre as
variantes não são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. Como
exemplos, podemos citar:

 O uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos,
recurso muito característico da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez
de humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossante (em
vez de possantíssimo).
 A conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regulares: ele interviu (interveio), se
ele manter (mantiver), se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
 A conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: vareia (varia), negoceia
(negocia).
 Uso de substantivos masculinos como femininos ou viceversa: duzentas gramas de
presunto (duzentos), a champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó, mistura
do cal / da cal).
 A omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar
paulistano): os amigo e as amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
 O enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita) sobre o
que aconteceu nas últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer;
Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.

Variações Sintáticas

Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, como no da


morfologia, não são tantas as diferenças entre uma variante e outra.
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Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, como no da
morfologia, não são tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos
citar:

 O uso de pronomes do caso reto com outra função que não a de sujeito: encontrei ele (em
vez de encontrei-o) na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu
(em vez de ti) e ele.
 O uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez
de “o”) vi ontem.
 a ausência da preposição adequada antes do pronome relativo em função de complemento
verbal: são pessoas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que
(em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
 A substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome “que” no início da frase mais a
combinação da preposição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já
conhecia a família dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
 A mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando se trata de verbos no
imperativo: Entra, que eu quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua
(em vez de tua) voz me irrita.
 Ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles chegou tarde (em grupos de baixa
extração social); Faltou naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.

Variações Léxicas

É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do léxico, como as do plano


fônico, são muito numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com outra.

É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do léxico, como as do plano


fônico, são muito numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com outra.
Eis alguns, entre múltiplos exemplos possíveis de citar:

 A escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para formar o grau superlativo dos
adjetivos, características da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal;
maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
 As diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às vezes, tão surpreendentes,
que têm sido objeto de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca
aquilo que no Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Portugal
chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno almoço; camisola em
Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter, malha, camiseta.

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Designações das Variantes Lexicais

- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por isso, denunciam uma linguagem já
ultrapassada e envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década de
60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha ou forma semelhante), e um
homem bonito era um pão; na linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito
bom, de qualidade excelente, era supimpa.

Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras recém-criadas, muitas das quais


mal ou nem entraram para os dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários
exemplos, como escanear, deletar, printar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são
mixar (fazer a combinação de sons), robotizar, robotização.

Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras emprestadas de outra língua, que ainda não
foram aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há muitas expressões
latinas, sobretudo da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo”
ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo”),
ipsis litteris (textualmente, “com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”,
“impreciso”), sic (“assim, como está escrito”), data venia (“com sua permissão”).

As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight (compreensão repentina de algo, uma
percepção súbita), feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de
informações básicas), jingle (mensagem publicitária em forma de música).

Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não se aportuguesaram, mas há
ocorrências: hors-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra
particular entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de corpo”, corporativismo), menu
(cardápio), à la carte (cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à
caracterização de um personagem).

Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional como a medicina, a engenharia, a


publicidade, o jornalismo. No jargão médico temos uso tópico (para remédios que não devem ser
ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC ou acidente vascular cerebral (derrame
cerebral). No jargão jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico como a
troca ou inversão de uma letra. A palavra lide é o nome que se dá à abertura de uma notícia ou
reportagem, onde se apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial. Quando a
lide é muito prolixa, é chamada de nariz-de-cera. Furo é notícia dada em primeira mão. Quando o
furo se revela falso, foi uma barriga. Entre os jornalistas é comum o uso do verbo repercutir como
transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia de renúncia! (esse uso é considerado errado pela
gramática normativa).

Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não deseja ser entendido por outros grupos ou
que pretende marcar sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos
marginalizados, de grupos jovens e de segmentos sociais de contestação, sobretudo quando
falam de atividades proibidas. A lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no
sentido de afetado por algum prejuízo ou má-sorte), ir pro brejo (ser malsucedido, fracassar,

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prejudicarse irremediavelmente), cara ou cabra (indivíduo, pessoa), bicha (homossexual
masculino), levar um lero (conversar).

Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico excessivamente erudito, muito raro, afetado:
Escoimar (em vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez de discordar);
cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez
de casamento); chufa (em vez de caçoada, troça).

Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de um léxico vulgar, rasteiro, obsceno,


grosseiro. É o caso de quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou
(em vez de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar mal), ranho (em vez de muco,
secreção do nariz).

Tipos de Variação

Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as variantes linguísticas um sistema de
classificação que seja simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças
que caracterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade linguística. O principal
problema é que os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de atuarem
isoladamente.

As variações mais importantes, para o interesse do concurso público, são a histórica, a geográfica
ou regional, a social/cultural e a de situacional.

Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. A língua é dinâmica, e
por isso é comum que ao longo do tempo ela sofra variação e deixe de usar e ou incorpore
algumas palavras.

Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem
reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH,
como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.

Variação Regional ou Geográfica (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de


acordo com a cultura de uma determinada região. Essa variação ocorre quando a mesma língua
é falada de forma diferente, de acordo com a localidade do falante.

A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode também ser percebida no vocabulário,
em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras podem assumir
em diferentes regiões do país.

Exemplo: A palavra mandioca em certas regiões é tratada por macaxeira e abóbora é conhecida
como jerimum.

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Leia também como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo, em que Guimarães Rosa,
no conto “São Marcos”, recria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas:

“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado Mangolô!].

__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não faço, porque não paga a pena... De
primeiro, quando eu era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras
d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito, gosta de se
comparecer. Hoje, não, estou percurando é sossego...”

Variação Social/Cultural – É o tipo de linguagem utilizada por determinado grupo social, que por
preferências, atividades e ou nível socioeconômico adota um linguajar próprio. Podemos
exemplificar com os grupos de profissionais como surfistas, tatuadores, médicos, advogados,
dentre outros.

Exemplos:

Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os skatistas:

 Prefiro freestyle.
 O gringo tem um carrinho irado.
 O silk do skate tá insano.

Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais e militares:

 Ele deu sopa na crista.


 Vamos na rota dele.
 Não mexe com meu peixe.

Variação Situacional – Ocorre de acordo com o contexto ou situação em que decorre o processo
comunicativo. Há momentos em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado um
registro informal.

Exemplo:

Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, usada quando não há familiaridade entre
os interlocutores da comunicação ou em situações que requerem uma maior seriedade.

 Bom dia! Tudo bom com você?


 Querem ir ao cinema hoje?
 Onde está Pedro? Você viu-o?

Linguagem informal, considerada menos prestigiada e culta, usada quando há familiaridade entre
os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.

 Fala, garoto! Beleza?

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 Rola um cinema hoje?
 Cadê Pedro? Cê viu ele?

Variação linguística e preconceito linguístico

O preconceito linguístico surge porque nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo
prestígio. Algumas são consideradas superiores, mais corretas e cultas e outras são
consideradas menos cultas ou mesmo incorretas.

Preconceito linguístico ocorre sempre que uma determinada variedade é referida com um tom
pejorativo e depreciativo, estando associada a situações de deboche ou até de violência, o que
contribui para a exclusão social de diversos indivíduos e grupos.

É urgente compreender e aceitar que todas as variedades linguísticas são fatores de


enriquecimento e cultura, não devendo ser encaradas como erros ou desvios.

Exercícios

01 – Leia o texto abaixo:

Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de escolaridade
mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar
como o “correto”, não levando em consideração essas variações que ocorrem na língua. Porém, o
senso linguístico diz que não há variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil
o português ser a língua da imensa maioria da população não implica automaticamente que esse
português seja um bloco compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18)

Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto:

a) A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem estudou
mais define os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que deve ser evitado na
língua.

b) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções
comunicacionais.

c) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de


afirmação da identidade de alguns grupos sociais.

d) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.

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e) Segundo Bagno, não podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser
considerada superior à outra, já que todas possuem funções dentro de um determinado grupo
social.

02 - No romance “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o


patrão para receber o salário. Eis parte da cena:

Não se conformou: devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do banco. Não
se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco,
entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca
arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro
fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem.
Não era preciso barulho não.

Graciliano Ramos. “Vidas Secas”. 91a ed. Rio de Janeiro:Record, 2003.

No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de


coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte
trecho:

a) “Não se conformou: devia haver engano”.

b) “e Fabiano perdeu os estribos”.

c) “Passar a vida inteira assim no toco”.

d) “entregando o que era dele de mão beijada!”.

e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou” .

03 – Leia o texto abaixo:

Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses


davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque
os exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles
davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, manding designava
terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.

(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)

No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um (a)

a) contexto sócio histórico.

b) diversidade técnica.

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c) descoberta geográfica.

d) apropriação religiosa.

e) contraste cultural.

04 - Leia um trecho de um poema de Patativa do Assaré

Eu e o sertão

Sertão, argúem te cantô,

Eu sempre tenho cantado

E ainda cantando tô,

Pruquê, meu torrão amado,

Munto te prezo, te quero

E vejo qui os teus mistéro

Ninguém sabe decifrá.

A tua beleza é tanta,

Qui o poeta canta, canta,

E inda fica o qui cantá.

(EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes,


Petrópolis, 1982)

Sobre o fragmento do texto “Eu e o sertão”, coloque V para as proposições verdadeiras, e F para
as Falsas.

( ) A linguagem utilizada no poema é repleta de informalidade, regionalismos, sem seguir a norma


padrão, termos aglutinados, com redução fonética, resultado da tentativa de expressar com
fidelidade o modo particular de falar do povo, expressão verbal de sua cultura e variação
linguística.

( ) Este modelo de registro linguístico mostra a inferioridade e nível baixo de escolaridade de um


grupo social.

( ) O texto é um poema com características ditas populares.

( ) O registro dos vocábulos presentes nos versos apontam para a variedade linguística de grupos
que habitam determinada região brasileira.

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( ) No texto, predomina a valorização da linguagem coloquial, ou seja, aquela usada de modo
informal, desrespeitando o padrão culto da língua, este considerado como o único aceitável
dentro do recurso estilístico utilizado na linguagem poética.

O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa

a) V, F, V, V e F

b) V, V, V, V e F

c) F, V, F, V e F

d) V, V, F, F e V

e) F, V, V, F e V

05 - Analise as afirmações abaixo, relativas a variação linguística.

1 - Uma característica de todas as línguas do mundo é que elas não são unas, não são
uniformes, apresentando variedades.

2 - As línguas mostram formas variadas, entre outras razões, porque a sociedade é dividida em
grupos sociais.

3 - Na escrita, há sempre interlocução, enquanto a fala ocorre fora dela.

4 - As variedades linguísticas sofrem um julgamento social.

5 - Variantes diafásicas são as que mostram diferenças de uma região para outra.

Assinale a opção que indica as afirmativas corretas.

a) 1 – 4 – 5

b) 1 – 2 – 3 – 4 – 5

c) 1 – 2 – 3 – 5

d) 1 – 2 – 4

e) 2 – 3 – 4

Respostas

01 02 03 04 05
a a a a d

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Tipos de discurso

Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais. Sendo assim, todo
discurso é uma prática social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto em
que se encontra, assim como as personagens e as condições de produção do texto.

Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso:

 Discurso direto;
 Discurso indireto; e
 Discurso indireto livre.

Não necessariamente estes três discursos estão separados, eles podem aparecer juntos em um
texto. Dependerá de quem o produziu.

Vejamos cada um deles:

Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre
normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens
sejam destacados e expostos no texto.

O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar,
perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas
ganhem vida, como em uma peça teatral.

Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das
falas.

Ex.

“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - Chente!
que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”

“- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”

Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É
escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para
reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.

Ex.

“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)

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“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois
estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra,
imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)

Discurso Indireto Livre: Há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há
intervenções do narrador bem como da fala dos personagens.

O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz
própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros
dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.

Ex.

“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia
mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”

“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que


raiva...” (Ana Maria Machado)

“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no
próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)

O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!

Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão!

Exercícios

01 - Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO:

a) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um
personagem.

b) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos das personagens.

c) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são iniciadas com o sujeito, mais o verbo
de elocução seguido da fala da personagem.

d) No discurso indireto as personagens são conhecidas através de seu próprio discurso, ou seja,
através de suas próprias palavras.

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02 - Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale a sequência correta.

1. Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado pelo uso de travessão, aspas ou


dois pontos. Nesse tipo de discurso, as falas vêm acompanhadas por um verbo de
elocução, responsável por indicar a fala da personagem.

2. Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras para reproduzir a fala de um


personagem.

3. Tipo de discurso misto no qual são associadas as características de dois discursos para a
produção de outro. Nele a fala da personagem é inserida de maneira discreta no discurso
do narrador.

( ) discurso indireto

( ) discurso indireto livre

( ) discurso direto

a) 3, 2 e 1.

b) 2, 3 e 1.

c) 1, 2 e 3.

d) 3, 1 e 2.

03 – Leia o texto abaixo:

Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante.
Aves matarem bois e cabras, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela
estivesse tresvariando.
(Graciliano Ramos, Vidas secas)

Uma das características do estilo de Vidas Secas é o uso do discurso indireto livre, que ocorre no
trecho:

a) “sinha Vitória falou assim”.

b) “Fabiano resmungou”.

c) “franziu a testa”.

d) “que lembrança”.

e) “olhou a mulher”.

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04 - Assinale a alternativa em que ocorra discurso indireto.

a) Perguntou o que fazer com tanto livro velho.

b) Já era tarde. O ruído dos grilos não era suficiente para abafar os passos de Delfino. Estaria ele
armado? Certamente estaria. Era necessário ter cautela.

c) Quem seria capaz de cometer uma imprudência daquelas?

d) A tinta da roupa tinha já desbotado quando o produtor decidiu colocá-la na secadora.

e) Era então dia primeiro? Não podia crer nisso.

05 – Leia o texto abaixo:

"Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho
num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e suspirou. Coitada
de Sinhá Vitória, novamente nos descampados, transportando o baú de folha."

O narrador desse texto mistura-se de tal forma à personagem que dá a impressão de que não há
diferença entre eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é chamado:

a) discurso indireto livre

b) discurso direto

c) discurso indireto

d) discurso sem narrador

e) discurso do personagem

Respostas

01 02 03 04 05
d b d a a

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Acentuação gráfica

Acentos gráficos

A sílaba tônica pode ser indicada, na escrita, por um sinal sobre a vogal: sábia. Esse sinal,
inclinado para a direita (´), indica que a tônica tem som aberto e recebe o nome de acento
agudo. Se a sílaba tônica é fechada, temos o acento circunflexo (^): avô. O acento grave,
inclinado para a esquerda (`), possui outra função, que é assinalar uma fusão, a crase.

O acento gráfico é apenas um sinal de escrita e não deve ser confundido com o acento tônico.
O acento tônico tem maior intensidade de voz apresentada por uma sílaba quando pronunciamos
determinadas palavras:

Ela era uma criança muito sábia.

Margarida não sabia nada sobre a prova.

O sabiá tem o canto mais lindo.

As sílabas que formam cada uma das palavras destacadas são pronunciadas com maior ou
menor intensidade.

sá bi a

sa bi a

sa bi á

A sílaba em destaque em cada um dos exemplos é pronunciada com maior força em relação às
outras. É nela que recai o acento tônico, sendo, portanto, chamada sílaba tônica. As sílabas
restantes recebem o nome de sílabas átonas.

Resumo de Acentos Gráficos

 Acento agudo (´) – colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e sobre o “e” do grupo “em” -
indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí,
público, parabéns.
 Acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade,
timbre fechado. Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
 Acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes. Ex.: à – às –
àquelas – àqueles

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 Trema (¨) – de acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma
exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
mülleriano (de Müller)
 Til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais. Ex.: coração – melão –
órgão – ímã

Acentuação tônica

A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas das palavras.
Aquela que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como são
pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas.

Em relação ao acento tônico, é possível observar que o mesmo pode recair na última, na
penúltima ou na antepenúltima sílaba.

Portanto, de acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:

 Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.

Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel

 Paroxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na penúltima sílaba.

Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível

 Proparoxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na antepenúltima


sílaba.

Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus

Monossílabos tônicos e átonos

As palavras de apenas uma sílaba também podem ser pronunciadas com maior ou menor
intensidade de voz:

Estou com um nó na garganta desde ontem.

Recebi um telefone pedindo para eu aguardar no parque.

As palavras destacadas apresentam apenas uma sílaba: são monossílabos.

Comparando nó e no é possível perceber que nó é mais forte do que no. A primeira é um


monossílabo tônico, já segunda é um monossílabo átono.

Para identificar se um monossílabo é tônico ou átono, é preciso pronunciá-lo numa frase. Mesmo
sem o acento, se a pronuncia for mais forte, é tônico, se for mais fraca, átono.
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Hiatos, ditongos e tritongos

A sequência de fonemas vocálicos numa palavra dá-se o nome de encontro vocálico. Este pode
ser hiato, ditongo ou tritongo.

 Hiato - é a sequência de vogal com vogal em sílabas separadas: po-e-ta; sa-ú-de; ca-í-da.
 Ditongo - é a sequência de vogal com semivogal (decrescente) ou semivogal com vogal
(crescente) na mesma sílaba: vai-da-de; can-tei, ár-duo.
 Tritongo - é a sequência de semivogal com vogal e outra semivogal na mesma sílaba: em-
xa-guei; i-guais; a-guou

Os hiatos e os ditongos são importantes para o estudo da acentuação gráfica.

Regras de acentuação

Monossílabos tônicos

Acentuam-se graficamente os terminados por a (s), e (s), o (s) seguidos ou não de s:

 -a(s) → chá(s), má(s)


 -e(s) → pé(s), vê(s)
 -o(s) → só(s), pôs

Logo, não se acentuam monossílabos tônicos como: tu, nus, quis, noz, vez, par...

Vale lembrar que:

 Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos éi (s), éu (s), ói (s) recebem o
acento:

Exemplos: réis, céu, véu, rói, dói, sóis.

No caso dos verbos monossilábicos terminados em “-ê”, em que a terceira pessoa do plural
termina em “-eem”, forma verbal que antes era acentuada, agora, por conta do novo acordo
ortográfico não leva acento.

Assim:

 Ele vê - Eles veem


 Ele crê – Eles creem

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 Ele lê – Eles leem

No entanto, isso não ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, uma vez que a
terceira pessoa termina em “-êm”, permanecendo acentuada. Logo:

 Ele tem – Eles têm


 Ela vem – Elas vêm

Oxítonas

As palavras oxítonas que são acentuadas graficamente respeitam as seguintes regras:

 As terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. Exemplos: sabiá, aliás, café, português,


jiló, retrós, cajá, até, cipó, jacaré, sofá.
 As terminadas em em ou ens. Exemplos: amém, parabéns, também., armazém.
 As terminadas com ditongos abertos éi, éu e ói seguidas ou não de s. Exemplos: anéis,
céu, anzóis, pastéis, trofeú (s), herói (s).
 São acentuadas as formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos seguidas de lo, la,
los, las. Exemplos: respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo.

Observação:

Sendo assim, não se acentuam oxítonos como: saci(s), tatu(s), talvez, tambor e etc.

Paroxítonas

Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:

→ i, is

Ex.: táxi – lápis – júri

→ us, um, uns

Ex.: vírus – álbum - álbuns – fórum – Vênus - ônus

→l

Ex.: automóvel – fácil - afável – incrível - útil

→n

Ex.: elétron - pólen - hífen – próton


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Observação: quando grafadas no plural, não recebem acento: polens, hifens...

→r

Ex.: cadáver - revólver - caráter - éter - mártir

→ x, ps

Ex.: tórax - xérox - látex – fórceps - bíceps

→ ã, ãs, ão, ãos

Ex.: ímã – ímãs – órfã - órfãs - órfão – órgãos – sótão – sótãos – bênção – bênçãos

→ guam ou guem.

Ex.: enxáguam - enxáguem

→ Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.

Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei – espécie - sábio – história - série

→ Quando as vogais I e U, sozinhas ou seguidas de s, são tônicas e formam hiato com a


vogal anterior.

Ex.: sa-í-da, sa-ú-de, fa-ís-ca

Obs.: essa última regra tem uma exceção: quando as vogais I e U vierem seguidas de nh.

Ex.: ra-i-nha

Obs.: Não são acentuados graficamente os prefixos paroxítonos terminados por –i e –r

Ex.: semi, super, hiper, mini...

Observação: De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais
acentuados.

Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que essa palavra apresenta as terminações das
paroxítonas que são acentuadas: L,I, N, U (aqui inclua UM), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a
memorização!

Proparoxítonos

Todos os proparoxítonos são acentuados, sem exceção.

Ex.: matemática, lâmpada, quilômetro médico, álibi, ômega, analítico, hipérbole, cólica, jurídico,
etc.
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Hiatos

Acentuam-se as letras –i e –u desde sejam a segunda vogal tônica de um hiato e estejam


sozinhas ou seguidas de –s na sílaba.

Exemplo: caí (ca-í), saí (sa-í) país (pa-ís), baú (ba-ú) e etc.

Quando o –i é seguido de –nh, não recebe acento: rainha, bainha, moinho etc.

O –i e o –u não recebem acento quando aparecem repetidos: xiita, juuna e etc

Hiatos formados por –ee e –oo não devem ser acentuados: creem, deem, leem, magoo, enjoo e
etc.

Acento diferencial

O acento diferencial é usado para diferenciar palavras que têm a mesma escrita. foi eliminado na
última reforma ortográfica, em 2008. Assim, apenas as palavras seguintes devem receber acento:

 Pôde ( 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) para


diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse verbo);
 Têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter) e seus derivados (contêm,
detêm, mantêm etc.) para diferenciar do tem (3ª pessoa do singular do presente do
indicativo desse verbo e seus derivados);
 O verbo pôr para diferenciar da preposição por.

Acentos diferenciais facultativos:

 Fôrma (molde) para diferenciar de forma (modo);

Casos particulares

 A terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos que derivam


de ter e vir deve ser acentuada com acento circunflexo.

Ex.: ele tem / eles têm (contêm, obtêm…)

Ele vem / eles vêm (intervêm, convêm…)

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Trema

O sinal de trema (¨) é inteiramente suprimido em palavras da língua portuguesa. Deve, no


entanto, ser empregado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de
Müller).

Regras especiais:

→ Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o acento
com o Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos:

ANTES AGORA
Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
Geléia Geleia
Jibóia Jiboia
Apóia (verbo apoiar) Apoia
Paranóico Paranoico
Clarabóia Claraboia
Espermatozóide Espermatozoide
Andróide Androide
Paranóia Paranoia

→ Quando "i" e "u" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de "s",
desde que não sejam seguidos por "-nh", haverá acento:

Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís

Observação importante:

→ Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de
ditongo:

ANTES DEPOIS
Bocaiúva Bocaiuva
Feiúra Feiura
Sauípe Sauipe

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→ O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” foi abolido.

ANTES DEPOIS
crêem creem
lêem leem
vôo voo
enjôo enjoo

→ Não se acentuam as vogais "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:

Ex.: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba .

No entanto, em se tratando de palavra proparoxítona, haverá o acento, já que a regra de


acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:

Ex.: fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo

→ As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "u" tônico precedido de "g" ou
"q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.

ANTES DEPOIS
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

→ Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e dos seus
compostos (conter, reter, advir, convir etc.).

ANTES DEPOIS
ele tem eles têm
ele vem eles vêm
ele contém eles contêm
ele obtém eles obtêm
ele retém eles retêm

→ Não se acentuam mais as palavras homógrafas para diferenciá-las de outras semelhantes.


Apenas em algumas exceções, como:

 A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo)
ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular

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do presente do indicativo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciá-lo da
preposição por.

Exemplos de palavras homógrafas:

 pera (substantivo) - pera (preposição antiga)


 para (verbo) - para (preposição)
 pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar)

Exercícios

01 - Assinale a alternativa que tenha palavras com a mesma regra de acentuação:

a) Pá, compôs, herói, vácuo, sótão, estética.

b) Louvável, álbum, revólver, táxi, éden.

c) Repórter, louvável, álbum, fotógrafo, farmácia.

d) Sabiá, jiló, café, sótão, órfão, órgão.

02 - Assinale a alternativa que tenha palavras com a mesma regra de acentuação da palavra
"réis":

a) Café, pés, sabiá, jiló.

b) Má, sabiá, jacaré, alguém.

c) Céu, véu, robô, pés, má.

d) Dói, véu, céu, sóis.

03 - Qual é a regra de acentuação para as seguintes palavras: "farmácia", "fotógrafo", "trânsito",


"estético"?

a) Todas as palavras são terminadas em vogais, por isso devem ser acentuadas.

b) Todas as palavras são proparoxítonas.

c) Todas as palavras são paroxítonas.

d) Nenhuma das alternativas corresponde às regras.

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04 - Identifique a alternativa onde todas as palavras seguem a mesma regra de acentuação.

a) bocó, dó, sapê, jiló, maré, cajá

b) lâmpada, mágico, tóxico, câmera.

c) ânsia, júri, país, pó, cômico.

d) balaústre, órgão, tórax, saquê.

05 - Assinale a palavra corretamente acentuada:

a) Eles intervém em medidas concretas.

b) Não vou pôr este livro na estante.

c) Eles creêm em outras imagens.

d) O prefeito sempre mantêm a palavra

Respostas

01 02 03 04 05
b d b b b

Ortografia

Ortografia é o sistema no qual a escrita das palavras está convencionalizada. Graças a ela, a
grafia dos vocábulos é preservada e sistematizada.

A ortografia é importante porque prescreve regras e usos, já que não há identidade perfeita entre
os fonemas, pois fonemas semelhantes podem ser representados por grafemas diferentes.

Ortografia significa “ação de escrever direito”. O fato é que escrever direito demanda muito
estudo e dedicação, e aprender a escrever é um processo contínuo, que será vivenciado ao longo
de nossas vidas. Portanto, conhecer as regras que regem a ortografia de nossa língua significa
maior probabilidade de proficiência na modalidade escrita.

O Alfabeto

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem.
Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.
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A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.

A–B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–T–U–V–W–X–
Y – Z.

Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja a seguir as letras do alfabeto
em maiúscula e minúscula e como se lê corretamente:

a A (á) j J (jota)
s S (esse)
b B (bê) k K (cá)
t T (tê)
c C (cê) l L (ele)
u U (u)
d D (dê) m M (eme)
v V (vê)
e E (é) n N (ene)
w W (dáblio)
f F (efe) o O (ó)
x X (xis)
g G (gê ou guê) p P (pê)
y Y (ípsilon)
h H (agá) q Q (quê)
z Z (zê)
i I (i) r R (erre)

Obs.: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em
determinadas palavras.

Emprego das letras K, W e Y

 Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio), W (West).


 Antropônimos (e respetivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly,
Darwin, darwinismo, Kant, kantismo, Taylor, taylorista.
 Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo,
Kuwait, kuwaitiano.
 Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.

Uso do H

A letra h, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. O h é uma letra que se mantém em
algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrita do nosso idioma. Algumas
regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas:

→ Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.


Ex.: homem, higiene, honra, hoje, herói, habilidade.

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→ Emprega-se o h no final e inicial de algumas interjeições.

Ex.: Oh! Ah! Uh! Ih!, Eh!, Hum!, Hem?.

→ Nas palavras compostas

Ex.: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Obs.: No interior dos vocábulos não se usa h, exceto:

 Nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao
primeiro. Ex.: super-homem, pré-história, anti-higiênico, pré-histórico.
 Quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh. Ex.: Chuva, palha, passarinho,.

Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico
"baía" é grafado sem h.

Obs.: Os vocábulos erva, Espanha e inverno não iniciam com a letra “h”. No entanto, seus
derivados eruditos sempre são grafados com h, como por exemplo: herbívoro, hispânico, hibernal.

Escreve-se com H:

 Hábito
 Hesitar
 Homologar
 Horácio.
 Flecha
 Telha
 Companhia

Uso do S

O s é utilizado nas seguintes situações:

 Nos adjetivos terminados pelos sufixos –oso /-osa que indicam grande quantidade, estado
ou circunstância: bondoso, feiosa, oleoso, delicioso, gelatinosa.
 Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título, estado social ou profissão: marquês,
francesa, poetisa, burguês, burguesa, chinês, chinesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa.
 Nos sufixo -ense formador de adjetivos: catarinense, palmeirense.
 Nos sufixos gregos –esse: catequese, diocese

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 Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa, Neusa. Pouso náusea
 Na conjugação dos verbos pôr e querer e seus compostos: pôs, quis, quiseram, puser,
repusesse.
 Nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s: (análise: analisar, analisado),
(pesquisa: pesquisar, pesquisado), (catálise, catalisador), (casa, casinha, casebre), (liso,
alisar).
 Em nomes próprios personativos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende,
Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás.

Escreve-se com S

alisar decisão maisena poetisa teimosa


análise despesa mesada profetisa usura
asinha duquesa metamorfose quis uso
asa espalhafatoso pus quisemos vaso
atraso espalhafatosa pôs quiseram vigésimo
atrasar empresa pusemos quiser visita
atrás faisão puseram quisesse virose
através frase pusera quisera
aviso frasal pusesse quiséssemos
abuso freguesia puséssemos querosene
asilo fusível paisagem repus
através gás paraíso repusera
aviso groselha pêsames repusesse
amoroso gostoso presépio repuséssemos
amorosa gostosa português repouso
besouro gasoso portuguesa raposa
brasa gasosa peso surpresa
cortesia glicose paralisação sacerdotisa
camponês invés paralisar tesoura
camponesa jus presídio teimoso

Uso do Z

O z é utilizado nas seguintes situações:

 Nos sufixos –ez /-eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza,
belo - beleza, grande – grandeza, rígido – rigidez, rico – riqueza, inválido – invalidez, limpo
– limpeza, macio – maciez / rígido, frio – frieza, nobre – nobreza, pobre – pobreza, surdo –
surdez.
 No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.
 No sufixo –ização que forma substantivo: hospitalização, civilização, realização.

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 nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z: (cruz: cruzeiro, cruzada), (deslize:
deslizar, deslizante), (razão: razoável), (vazio: esvaziar), (raiz: enraizar, enraizado), (cruz:
cruzeiro).
 Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho,
arvorezinha, cãozito, avezita.

Obs.: Em vocábulos homófonos devemos estabelecer uma distinção no contraste entre o S e o Z.


Exemplos:

 Coser (costurar) e cozer (cozinhar);


 Trás (parte posterior) e traz (forma do verbo trazer);
 Presar (prender) e prezar (ter em consideração).

Obs.: Em muitas palavras, a letra X soa como Z. Exemplo: exame, exato, exausto, exemplo,
existir, exótico, inexorável.

Escreve-se com Z

amizade cicatriz gozo sensatez


aprazível coalizão gozar talvez
azar cuscuz giz timidez
azia civilizar hospitalizar utilização
azeite colonizar moleza verniz
atualização colonização modernização vizinho
azedo canalizar prazer vizinhança
buzina dureza proeza verniz
bazar desprezo rodízio xadrez
catequizar eternizar realizar
chafariz economizar simbolizar

Uso do X

O x é utilizado nas seguintes situações:

 Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe, feixe, trouxa. Exceção: recauchutar e
seus derivados.
 Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano, mexilhão, mexerica. Exceção: mecha.
 Palavras com origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas: xará,
xavante, xingar, xangô, xampu, xerife, abacaxi, orixá, xará.

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 Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame. enxurrada, enxaqueca Exceção:
palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-" Exemplos: encharcar (de charco),
enchiqueirar (de chiqueiro).

Exceções:

 A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch.


 O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele
derivem: enchente, encharcar, enchido, enchimento, preencher.

Escreve-se com X

abacaxi lagartixa rixa xadrez


bexiga lixa roxo xarope
bruxa lixo vexame xaxim
caxumba mexerico xícara xale
coaxar orixá xavante xingar
elixir oxalá xará
faxina puxar xerife
graxa praxe xampu

Uso do CH

Escreve-se com CH

bochecha cachimbo encher mochila


boliche chalé encharcar pechincha
broche charque enchumaçar salsicha
bucha chimarrão fachada tchau
cachaça chute fantoche tocha
chuchu cochilo ficha
colcha debochar flecha

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Exercícios

01 - Na série abaixo há um erro de ortografia no emprego do "z". Assinale-o:

a) algoz

b) traz (verbo)

c) assaz

d) aniz

e) giz

02 - Assinale a alternativa correspondente à grafia correta dos vocábulos: 1. desli___e; 2.


vi___inho; 3. atravé___; 4. empre___a

a) z - z - s – s

b) z - s - z – z

c) s - z - s - s

d) s - s - z - s

e) z - z - s – z

03 - Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente?

a) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar

b) alteza, empreza, francesa, miudeza

c) cuscus, chimpazé, encharcar, encher

d) incenso, abcesso, obsessão, luchação

e) chineza, marquês, garrucha, meretriz

04 - As questões da prova eram ___, ___ de ___.

a) suscintas - apesar - difíceis

b) sucintas - apezar - difíceis

c) suscintas - apezar - dificeis

d) sucintas - apesar - difíceis

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e) sucintas - apezar - dificeis

05 - Em um dos casos abaixo, todas as palavras se grafariam com "s". Qual é?

a) anali...ar, fregue...ia, e...âmine, camur...a

b) ga...o..o, fu...elagem, ê...ta...e, parali...ia

c) an...iar, e...pontâneo, repre...a, abu...ão

d) e...tranho, ê...odo, a...ia, e...umar

e) fu...ível, ga...eteiro, gui...ado, hebrai...ar

Respostas

01 02 03 04 05
d a a a c

Uso do G

O g é utilizado nas seguintes situações:

 Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio,
relógio, refúgio..
 Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem, lavagem.
Exceção: pajem
 Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”. Exemplos: engessar (de gesso),
massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem).

Escreve-se com G

angélico ferrugem gengiva megera rabugento


algema gengibre gibi monge sargento
auge geringonça gilete origem tangerina
bege gim hegemonia privilégio tigela
barragem gíria herege prestígio vagem
estágio geada ligeiro relógio Viagem (substantivo)
estrangeiro garagem miragem refúgio

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Uso do J

O j é utilizado nas seguintes situações:

 Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.


 Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.
 Em verbos terminados em -jar ou -jear: arranjar, despejar, viajar)
 Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”: (laranja: laranjeira), (loja: lojista),
(lisonja: lisonjeador), (nojo: nojeira), (cereja: cerejeira), (varejo: varejista), (rijo: enrijecer)

Escreve-se com J

anjinho canjica jirau Moji


ajeitar despejo jeca pegajento
arranjo despeje jegue pajé
arranje despejem jejum sarjeta
arranjem gorjeta jerico traje
berinjela jiboia laje viajo
biju jiló majestade viaje
cafajeste jeito manjericão viajem (verbo)

Importante:

1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que) eles/elas


viajem.

2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído para j antes


do a ou do o, de forma a que seja mantido o mesmo som. Exemplo: afligir - aflija, aflijo;
eleger - elejam, elejo; agir - ajam, ajo.

3. A cidade Mogi das Cruzes escreve-se com g. A pessoa que nasce ou que vive é chamada
de "mogiano". No entanto, a palavra "mojiano" existe e, de acordo com o
dicionário Michaelis significa "Relativo ou pertencente à região que era servida pela antiga
Estrada de Ferro Mojiana (de São Paulo a Minas Gerais)."

Uso do SS

A língua portuguesa tem várias palavras com SS. Segundo as regras fonéticas e ortográficas da
língua portuguesa, quando a consoante s aparece no meio das palavras em posição intervocálica,
ou seja, entre duas vogais, assume a pronúncia z: casa, desânimo, liso, etc.
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Para que se mantenha a pronúncia s no meio das palavras, entre vogais, é necessário que se
duplique a consoante s, ficando ss, como em pássaro, missa, massa, etc.

Verbos que terminam em primir, ceder, mitir, gredir, meter e cutir costumam formar substantivos
escritos com SS. Exemplos:

Terminação primir

 Imprimir – Impressão;
 Reprimir – Repressão;
 Deprimir – Depressão.

Terminação em ceder

 Conceder – Concessão;
 Exceder – Excesso;
 Proceder – processo.

Terminação em mitir

 Permitir – Permissão;
 Admitir – Admissão;
 Emitir – Emissão.

Terminação em gredir

 Regredir – Regressão;
 Progredir – Progresso;
 Transgredir – Transgressão.

Terminação em meter

 Comprometer – Compromisso;
 Intrometer – Intromissão;
 Remeter – Remessa.

Terminação em cutir

 Discutir – Discussão;
 Repercutir – Repercussão;
 Percutir – Percussão.

Junção do sufixo “íssimo”. Exemplos:

 Tristíssimo;
 Agilíssimo;
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 Malíssimo;
 Belíssimo;
 Originalíssimo;
 Fortíssimo.

Como “substituição” do hífen

Em virtude do Novo Acordo Ortográfico que passou a vigorar a partir de 2009, nas formações de
palavras em que o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com as
consoantes s ou r, a consoante deverá ser duplicada. Dessa forma, palavras que anteriormente
eram escritas/separadas com hífen, passam a ter nova grafia, utilizando muitas vezes palavras
com SS.

Exemplos:

 Psicossocial;
 Antissocial;
 Autossugestão;
 Autossuficiência;
 Contrassenso;
 Semissólido;
 Sacrossanto;
 Microssegundo.

Escreve-se com SS

Assiduidade Cessão Fracassado Missão Regresso


Assinar Classificar Grosseria Omissão Remissão
Acessório Compromisso Intromissão Promessa Retrocesso
Associar Compasso Interesse Progresso Russo
Acesso Concessão Insosso Profissional Sobressair
Acessível Dissimulado Inadmissível Pressa Sucessão
Apressado Demissão Impossibilidade Possuir Sossego
Assédio Discussão Impossível Passividade Sessenta
Agressão Espesso Impressão Permissão Transgressão
Agressividade Excesso Intercessão Profissão Transmissão
Assentar Fracasso Missa Regressão

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Fique sabendo mais!

As palavras verossímil e verosímil existem na língua portuguesa e estão corretas. A palavra


verossímil é utilizada no português do Brasil enquanto a palavra verosímil é utilizada no português
de Portugal.

Uso do SC

Existem, na língua portuguesa, diversas palavras com sc. Segundo as regras fonéticas do
Português, a sequência sc pode ser considerada um dígrafo, representando um único som, ou um
encontro consonantal, representando dois sons distintos.

A sequência sc é um dígrafo quando seguida das vogais e ou i, assumindo o valor fonético /s/. É
um encontro consonantal quando seguida das vogais a, o ou u e de outras consoantes, com r
ou l.

SC como dígrafo e SC como encontro consonantal

No dígrafo, cada consoante perde sua unidade sonora, uma vez que a sequência de duas
consoantes forma um único som, representando apenas um fonema. O dígrafo sc é um dígrafo
consonantal, uma vez que representa um único som consonantal equivalente a /s/. É também um
dígrafo separável, encontrando-se convencionado que as consoantes ficam separadas na divisão
silábica.

Exemplos:

 nas-cer;
 des-ci-da;
 pis-ci-na;
 dis-ci-pli-na;
 dis-cí-pu-lo;
 a-do- les-cen-te;
 cres-ci-men.to.

No encontro consonantal, cada consoante mantém sua unidade sonora, sendo possível a
distinção do som de cada consoante, que representam fonemas diferentes. O encontro
consonantal sc é um encontro consonantal imperfeito, também chamado de disjunto ou impróprio,
uma vez que, na divisão silábica, as consoantes se separam, ficando em sílabas diferentes.

Exemplos:
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 es-cre-ver;
 des-co-ber-ta;
 des-clas-si-fi-ca-do;
 des-can-so;
 dis-cri-ção;
 o-fus-car;
 es-crú-pu-lo.

Palavras com SC (dígrafo):

 nascer;
 descida;
 piscina;
 disciplina;
 discípulo;
 adolescente;
 crescimento;
 discernimento;
 efervescente;
 remanescente;
 suscitar;
 prescindir;
 ascensão;
 obsceno;
 fascinante.

Palavras com SC (encontro consonantal):

 escrever;
 descoberta;
 desclassificado;
 descanso;
 discrição;
 ofuscar;
 escrúpulo;
 escasso;
 descaso;
 escárnio;
 obscuro;
 esclarecer;
 proscrito;
 promíscuo;
 pitoresco.
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Escreve-se com SC

abscesso consciência fascinar obsceno


acrescer crescer florescer rescindir
adolescente descer lascivo víscera
aquiescer disciplina nascer
ascender fascículo oscilar

Uso do SÇ

Existem, na língua portuguesa, poucas palavras com SÇ. Segundo as regras fonéticas do
Português, a sequência SÇ é considerada um dígrafo e ocorre apenas na conjugação de alguns
verbos, como crescer, nascer e descer.

Nos dígrafos, cada consoante perde sua unidade sonora, uma vez que a sequência de duas
consoantes forma um único som, representando apenas um fonema.

O dígrafo sç é um dígrafo consonantal, uma vez que representa um único som consonantal
equivalente a /s/.

Escreve-se com sç

 Cresço cresça cresças cresçamos cresçam


 Desço desça desças desçamos desçam
 Nasço nasça nasças nasçamos nasçam

SC ou SÇ?

Na oralidade a junção das consoantes sc ou sç apresentam apenas o som /s/. É necessária a


alteração do c para ç, para manter a sonoridade da palavra. Segundo as regras ortográficas da
língua portuguesa, o ç apenas é usado com a, o, u para ter o som s. Para a vogal i e a vogal e,
apenas é usado c para indicar o som s. Assim, o grupo silábico fica ça, ce, ci, ço, çu, sendo lido
como sa, se, si, so, su.

Exemplos:

 nascer, nasço, nasça;


 crescer, cresço, cresça;
 descer, desço, desça;

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Uso do XC

Existem, na língua portuguesa, diversas palavras com xc. Segundo as regras fonéticas do
Português, a sequência xc pode ser considerada um dígrafo, representando um único som, ou um
encontro consonantal, representando dois sons distintos.

A sequência xc é um dígrafo quando seguida das vogais e ou i, assumindo o valor fonético SS. É
um encontro consonantal quando seguida das vogais a, o ou u e de outras consoantes, com r ou
l.

Palavras com XC (dígrafo)

 exceção;
 excedente;
 excelente;
 excêntrico;
 excepcional;
 excerto;
 excessivo;
 excesso;
 exceto;
 excitação.

Palavras com XC (encontro consonantal)

 exclamação;
 excluído;
 exclusão;
 exclusivismo;
 excomungar;
 excreção;
 excremento;
 excruciante;
 exculpação;
 excursão.

XC como dígrafo e XC como encontro consonantal

Nos dígrafos, cada consoante perde sua unidade sonora, uma vez que a sequência de duas
consoantes forma um único som. Assim, a junção das duas consoantes representa apenas um
fonema. O dígrafo xc é um dígrafo consonantal, uma vez que representa um único som

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consonantal equivalente a ss. É também um dígrafo separável, encontrando-se convencionado
que as consoantes ficam separadas na divisão silábica.

Exemplos:

 ex-ce-ção
 ex-ce-den-te
 ex-cên-tri-co
 ex-ci-tan-te
 ex-ci-são

No encontro consonantal, cada consoante mantém sua unidade sonora, sendo possível a
distinção do som de cada consoante. Assim, cada consoante representa um fonema diferente. O
encontro consonantal xc é um encontro consonantal imperfeito, também chamado de disjunto ou
impróprio, uma vez que, na divisão silábica, as consoantes se separam, ficando em sílabas
diferentes.

Exemplos:

 ex-cla-mar
 ex-clu-ir
 ex-co-mun-gar
 ex-cru-ci-an-te
 ex-cur-são

Uso do XS

Existem, na língua portuguesa, poucas palavras com XS. Segundo as regras fonéticas do
Português, a sequência xs é considerada um dígrafo.

Nos dígrafos, cada consoante perde sua unidade sonora, uma vez que a sequência de duas
consoantes forma um único som, representando apenas um fonema.

O dígrafo xs é um dígrafo consonantal, uma vez que representa um único som consonantal
equivalente a /s/.

Palavras com XS:

 exsucção;
 exsudar;
 exsudativo;
 exsudação;
 exsolver;

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 exsurgir;
 exsolução;
 exsuflar;
 exsuar;
 exsicar;
 exsicação;
 exsicador;
 exsicante;
 exsicata;
 exsicativo;
 exsucação;
 exsudato.

XS e a divisão silábica

A sequência xs forma um dígrafo separável, encontrando-se convencionado que as consoantes


ficam separadas na divisão silábica.

Exemplos:

 ex-su-dar;
 ex-su-da-ti-vo;
 ex-sol-ver;
 ex-sur-gir;
 ex-so-lu-ção;
 ex-su-flar.

XS e encontro consonantal

Quando a sequência xs vem seguida de uma consoante, forma um encontro consonantal no qual
o dígrafo xs e a consoante seguinte mantêm sua unidade sonora, sendo possível a distinção dos
diversos sons.

Exemplos:

 exstar;
 exstante;
 exstipulado;
 exstipuláceo;
 exspuição;
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 exscrito.

Uso do Ç

O cedilha é um sinal gráfico usado debaixo da letra c. Tem o som de ss (dois s) e fica com a
seguinte aparência: “ç”. Nunca pode iniciar palavras e é usado sempre antes das vogais a, o e u.

A letra c, por sua vez, é usada sempre ante antes das vogais e e i. Por exemplo: centeio,
peraltice, tencionar, cinto.

O grupo silábico fica ça, ce, ci, ço, çu (sendo lido como sa, se, si, so, su).

Regras para uso do Ç

O Ç é usado em:

Palavras com os sufixos -aça, -aço, -uça, -açar, -ança, -ença, -iça e -iço:

 barcaça
 mulheraça
 copaço
 ricaço
 dentuça
 miúça
 espicaçar
 esvoaçar
 esperança
 matança
 crença
 sentença
 preguiça
 cobiça
 enguiço
 quebradiço

Palavras derivadas de outras terminadas em ter, tor e tivo:

 retenção (reter)
 manutenção (manter)

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 obtenção (obter)
 absorção (absorver)
 tração (trator)
 redação (redator)
 relação (relativo)
 intuição (intuitivo)

Substantivos com origem em verbos que apenas perdem o r, sendo substituído pelo sufixo -ção:

 exclamação (exclamar)
 fundação (fundar)
 investigação (investigar)
 marcação (marcar)
 obrigação (obrigar)
 repartição (repartir)

Alguns substantivos com origem em verbos de ação terminados em -ar:

 atuação (atuar)
 anulação (anular)
 natação (nadar)
 marcação (marcar)
 tentação (tentar)

Algumas palavras de origem árabe, africana e tupi:

 cachaça (origem africana)


 bagunça (origem africana)
 miçanga (origem africana)
 açafrão (origem árabe)
 açude (origem árabe)
 muçulmano (origem árabe)
 açaí (origem tupi)
 araçá (origem tupi)
 paçoca (origem tupi)

Palavras com o som /s/ após um ditongo:

 beiço
 bouça
 calabouço

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 eleição
 louça
 refeição
 traição

Palavras onde o n anasala as vogais i ou u:

 distinção
 extinção
 tinção
 função
 junção
 punção

Escreve-se com Ç

açafrão caçula discriminação intenção proibição


açaí carduça disseminação infração pança
açougue cansaço detenção intuição peça
açúcar cobiça dança insurreição praça
açucena copaço doença interação poço
açude consideração esperança interações palhaço
araçá continuação espicaçar justiça quebradiço
apreciação consolidação emulação louça rebuliço
atribuição contenção estagnação lição resignação
alienação calabouço exortação muçulmano reeducação
absolvição Conceição expedição manutenção relação
afirmação cabeça exportação melaço retaliação
asserção caroço especulação mormaço retificação
afluição coração exceção malhação redação
arcabouço criança explanação malhações retenção
açúcar canção eleição moço refeição
almoço canções endereço maçã sumiço
abraço caçula enguiço miçanga seção
andança cabeçudo fumaça observação Suíça
animação carroça feição obtenção tração
animações dentuça feições ouço terça
açucarado dentuço façanha preguiça traição
beiço deliberação Iguaçu Paraguaçu taça
bouça (terreno) designação inspiração Paiçandu vidraça
cachaça degradação indagação paçoca torção

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Uso do E

O “E” é empregado nas seguintes situações:

 Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar: (magoar: magoe, magoes),
(continuar: continue, continues).
 Em palavras formadas com o prefixo ante (antes, anterior). Exemplos: antebraço,
antecipar.
 Nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico,
orquídea, etc.

Uso do I

O “I” é empregado nas seguintes situações:

 Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir: (cair - cai), (doer – dói), (influir –
influi)
 Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra). Exemplos: anticristo, antitetânico.
 Nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc.

Observações sobre o emprego das letras “e” e “i”.

 Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e. Exemplos:
perdoem (perdoar), continue (continuar).
 Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i. Exemplos:
atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir).

Uso do O e U

Observações sobre o emprego das letras “o” e “u”.

 A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os


exemplos: comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização) soar (emitir
som) e suar (transpirar).
 Grafam-se com a letra “O”: bolacha, bússola, costume, moleque.
 Grafam-se com a letra “U”: camundongo, jabuti, Manuel, tábua.

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Casos Especiais

Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário,
emprega-se o sufixo –izar. Exemplos: análise – analisar, eterno – eternizar.

Verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess.

 ceder – cessão
 conceder - concessão
 retroceder - retrocesso
Exceção: exceder - exceção.

Os verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.

 ascender – ascensão
 expandir – expansão
 pretender – pretensão

Verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.

 deter – detenção
 conter – contenção

Emprego do Fonema S

Existem diversas formas para a representação do fonema “S” no qual podem ser: s, ç, x e dos
dígrafos sc, sç, ss, xc, xs. Assim vajamos algumas situações:

1) Emprega-se o S: nos substantivos derivados de verbos terminados em -andir, -ender, -verter e


-pelir.

Exemplos: expandir – expansão / pretender – pretensão / verter – versão / expelir – expulsão /


estender – extensão / suspender – suspensão / converter – conversão / repelir – repulsão.

2) Emprega-se Ç: nos substantivos derivados dos verbos ter e torcer.

Exemplos: ater – atenção / torcer – torção / deter – detenção / distorcer – distorção / manter –
manutenção / contorcer – contorção.

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3) Emprega-se o X: em casos que a letra X soa como Ss.

Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe.

4) Emprega-se Sc: nos termos eruditos.

Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio,


imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.

5) Emprega-se Sç: na conjugação de alguns verbos.

Exemplos: nascer - nasço, nasça / crescer - cresço, cresça / Descer - desço, desça.

6) Emprega-se Ss: nos substantivos derivados de verbos terminados em -gredir, -mitir, -ceder e -
cutir.

Exemplos: agredir – agressão / demitir – demissão / ceder – cessão / discutir – discussão/


progredir – progressão / transmitir – transmissão / exceder – excesso / repercutir – repercussão.

7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss.

Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar.

Atenção: Não se esqueça que o uso da letra X apresenta algumas variações. Observe:

1) O “X” pode representar os seguintes fonemas:

 “ch” - xarope, vexame;


 “cs” - axila, nexo;
 “z” - exame, exílio;
 “ss” - máximo, próximo;
 “s” - texto, extenso.

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-

Exemplos: excelente, excitar.

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Exercícios

01 - Considerando as chamadas cacografias mais frequentes, assinale a alternativa em que as


palavras estão escritas corretamente.

a) Amizade, jeito, identidade, próprio, perturbação, designar, reiterar.


b) Amizade, jeito, indentidade, própio, perturbação, designar, reiterar.
c) Amizade, jeito, identidade, próprio, pertubação, desiguinar, reinterar.

d) Amisade, geito, indentidade, própio, pertubação, desiguinar, reinterar.

02 - Assinale a alternativa em que há uma palavra escrita de maneira equivocada.

a) A casa está encharcada de água.


b) Essa comida está muito cheirosa.
c) Não memorizei o que ele disse.

d) O enxoval do bebê está pronto.


e) A poetiza escreve lindos versos.

03 - Assinale a opção em que todas as palavras estão escritas com a grafia correta.

a) chuchu, jesto, inchado, pesquiza


b) bege, paralizar, suspense, voçê

c) irrequieto, cérebro, quiser, cansaço


d) losângulo, raíz, padrasto, absurdo

04 - Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre
parênteses:
a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x)
b) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i)
c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g)
d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u)
e) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç)
05 - Assinale a alternativa cujas palavras estejam corretamente grafadas:
a) pajé, xadrês, flecha, mixto, aconchego

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b) abolição, tribo, pretensão, obsecado, cansaço
c) gorjeta, sargeta, picina, florescer, consiliar
d) xadrez, ficha, mexerico, enxame, enxurrada
e) pagé, xadrês, flexa, mecherico, enxame

Respostas

01 02 03 04 05
a e c e d

Consoantes dobradas

Só se duplicam as consoantes C, R, S.
Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, cocção,
fricção, facção, etc.
Duplicam-se o R e o S em dois casos:

 Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente:


carro, ferro, pêssego, missão, etc.
 Quando há um elemento de composição terminado em vogal a seguir, sem interposição do
hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor, etc.

Uso do hífen

Desde a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, a escrita de palavras com hífen e sem
hífen tem sido motivo de dúvidas para diversos falantes.

Palavras com hífen:

 segunda-feira (e não segunda feira);


 bem-vindo (e não benvindo);
 mal-humorado (e não mal humorado);
 micro-ondas (e não microondas);
 bem-te-vi (e não bem te vi).

Palavras sem hífen:

 dia a dia (e não dia-a-dia);


 fim de semana (e não fim-de-semana);
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 à toa (e não à-toa);
 autoestima (e não auto-estima);
 antirrugas (e não anti-rugas).

O atual acordo ortográfico trouxe diversas alterações às regras de hifenização. Aprenda como e
quando usar o hífen nas diferentes situações.

Uso do hífen em substantivos compostos

O hífen é usado na formação de substantivos compostos por justaposição. Segundo o atual


Acordo Ortográfico, o hífen é utilizado nas palavras compostas por justaposição sem elementos
de ligação, cujos elementos formam uma unidade com significado próprio.

Substantivos compostos com hífen:

 matéria-prima;
 arco-íris;
 decreto-lei;
 ano-luz;
 guarda-chuva;
 segunda-feira.

Além disso, o hífen é usado em:

Topônimos iniciados por grã, grão ou formas verbais:

 Grã-Bretanha;
 Grão-Pará;
 Passa-Quatro.

Nomes de espécies botânicas e zoológicas:

 bem-te-vi;
 erva-doce;
 andorinha-do-mar;
 capim-açu

Palavras com advérbios mal e bem:

 mal-estar;
 bem-estar;
 mal-humorado;
 bem-humorado.

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Palavras com além, aquém, recém e sem:

 recém-nascido;
 além-fronteiras;
 sem-vergonha.

Com a nova ortografia, o hífen foi abolido nas palavras compostas por justaposição quando já se
perdeu esta noção de composição.

Substantivos compostos sem hífen:

 girassol;
 madressilva;
 paraquedas;
 paraquedista;
 paraquedismo.

Uso do hífen na derivação prefixal

O hífen é usado na formação de palavras por derivação prefixal. De acordo com a nova
ortografia, a regra base indica que o hífen é utilizado quando o prefixo termina com a mesma letra
que começa a segunda palavra ou quando a segunda palavra começa com h.

Com hífen - segunda palavra com a mesma letra:

 micro-organismo;
 micro-ondas;
 contra-ataque;
 contra-atacante;
 anti-inflamatório;
 sobre-exaltar;
 sobre-erguer;
 extra-amazônico;
 extra-alcance.

Com hífen - segunda palavra com h:

 micro-história;
 contra-habitual;
 anti-higiênico;
 sobre-humano;
 extra-humano;
 extra-hospitalar.

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Não se usa o hífen em todas as outras situações, sendo o prefixo escrito junto à palavra já
existente. Salienta-se que nas formações em que o prefixo termina em vogal e a segunda palavra
começa com as consoantes r ou s, estas consoantes deverão ser duplicadas.

Sem hífen:

 microbiologista;
 micronutriente;
 anticoncepcional;
 contracheque;
 contraproposta;
 sobrenome;
 sobrenatural;
 sobremesa;
 sobreaviso;
 extrajudicial;
 extragalático;
 extranormal.

Sem hífen - com consoantes r e s duplicadas:


 microrregião;
 microssegundo;
 antissocial;
 antirrugas;
 contrassenso;
 contrarreforma.

Casos específicos do uso do hífen com prefixos

Nos prefixos sob- e sub-, além do h e do b, também se utiliza hífen quando a segunda palavra
começa pela letra r:

 sub-bibliotecário;
 sub-base;
 sub-região;
 sub-reino.

Com o prefixo co- apenas se utiliza o hífen quando a segunda palavra começa com h. Em todas
as outras situações, não se usa o hífen:
 cooperar;
 coordenar;
 coadjuvar;
 coprodutor;
 copiloto;

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Obs.: No entanto, verifica-se que esta regra não se aplica à palavra coabitar.

Com os prefixos pró-, pós- e pré- utiliza-se o hífen quando os prefixos forem tônicos e
autônomos da segunda palavra:
 pós-graduação;
 pré-fabricado;
 pró-vida.

Quando os prefixos pro-, pos- e pre- forem átonos e não forem autônomos da segunda palavra,
não se emprega o hífen:
 predeterminar;
 pospor;
 propor;
 prever.

Com os prefixos circum- e pan- utiliza-se o hífen quando a segunda palavra começa por vogal,
m, n ou h:
 circum-navegação;
 pan-americano;
 circum-murado.

Com os prefixos ex-, vice-, vizo-, soto- e sota- utiliza-se sempre o hífen:

 ex-diretor;
 vice-presidente;
 vizo-rei;
 soto-mestre.

Resumo das principais regras do uso do hífen

1) Em substantivos compostos: Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o hífen, que é empregado


na formação de substantivos compostos através de justaposição, será mantido nas palavras
compostas por justaposição sem elementos de ligação. Observe os exemplos: Matéria-prima;
guarda-chuva; quarta-feira;
2) Em palavras formadas por derivação prefixal: Conforme o Novo Acordo Ortográfico, o hífen
deverá ser utilizado quando:
 O segundo elemento iniciar com a letra “h”: Anti-higiênico; pré-história; super-homem;
 O prefixo do primeiro elemento terminar com a mesma vogal que inicia o segundo: arqui-
inimigo; auto-observação;
 O prefixo do primeiro elemento for “circum” e “pan” e a primeira letra do segundo elemento
for uma vogal ou as consoantes “h”, “m” ou “n”: pan-americano; circum-navegação;

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 O prefixo do primeiro elemento for “hiper”, “inter” e “super” e o segundo elemento for
iniciado pela letra “r”: hiper-realismo; inter-racial; super-romântico;
 Nas palavras cujo prefixo for “e” e “vice”: ex- marido, vice-diretor.
 O prefixo do primeiro elemento for “pós”, “pré” e “pró”: Pós-doutorado; pró-reitoria; pós-
modernismo;
3) Em locuções: Será empregado nas locuções com significado próprio. Exemplos: água-de-
colônia; cor-de-rosa; mais-que-perfeito. Não será empregado nas locuções adjetivas,
pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais. Exemplos: dia a dia, café com leite, à
vontade;
4) Na colocação pronominal: Será empregado nos casos de ligação dos pronomes pessoais
oblíquos aos verbos, criando assim a mesóclise e a ênclise. Exemplos: Falar-nos-ão; tornou-se;
5) Em encadeamentos vocabulares: Quando determinadas palavras se juntam em algumas
situações, formando assim encadeamentos vocabulares com significados diversos, o hífen deverá
ser empregado. Exemplos: rodovia Fernão-Tavares, Belém-Brasília, ponte Rio-Niterói.

Exercícios

01 - Considerando que o Novo Acordo Ortográfico alterou o emprego do hífen em palavras


compostas, a sequência de palavras hifenizadas grafadas corretamente é
a) intraracial / antissocial / alémtúmulo / vice-almirante.
b) auto-escola / minissaia / mandachuca / portarretrato.
c) hiperrenquitado / semiaberto / microondas / auto-peça.
d) anti-imperialista / pré-história / semianalfabeto / autoaprendizagem.

02 - Na palavra hiperconectividade não ocorre o emprego do hífen.

De acordo com a Nova Ortografia, está corretamente escrito o termo


a) hiper-hidratação.
b) hiper-sensibilidade.
c) hiper-esfera.
d) hiperrrancoroso.

03 - A palavra bem-te-vi é um substantivo composto que, de acordo com o sistema ortográfico


vigente, tem hífen.
Dentre os substantivos relacionados, o único que se escreve com hífen é

a) sub humano.
b) dia a dia.

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c) sem teto.
d) microcomputador.

04 - Assinale a alternativa na qual o hífen foi empregado de acordo com Novo Acordo Ortográfico
em todas as palavras.
a) pré-escola, gira-sol, super-homem
b) micro-ondas, auto-escola, ex-presidente
c) vice-campeão, pós-graduação, re-escrever

d) bem-educado, micro-organismo, super-homem

05 - Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego do hífen, respeitando‐se o novo Acordo.

a) O semi‐analfabeto desenhou um semicírculo.

b) O meia‐direita fez um gol de sem‐pulo na semifinal do campeonato.


c) Era um sem‐vergonha, pois andava seminu.

d) O recém‐chegado veio de além‐mar.

e) O vice‐reitor está em estado pós‐operatório.

Respostas

01 02 03 04 05
d a a d a

Parônimos e Homônimos

Há diferentes formas de escrita que existem, ou seja, são aceitas, mas cujo significado é
diferente.
Assim, estamos diante de palavras parônimas quando as palavras são parecidas na grafia ou
na pronúncia, mas têm significados diferentes.

Exemplos:

cavaleiro (de cavalos) cavalheiro (educado)


comprimento (tamanho) cumprimento (de cumprir ou cumprimentar)
descrição (descrever) discrição (de discreto)
descriminar (absolver) discriminar (distinguir)
emigrar (deixar o país) imigrar (entrar no país)
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Por outro lado, podemos estar diante de palavras homônimas quando as palavras têm a mesma
pronúncia, mas significados diferentes.

Exemplos:

cela (cômodo pequeno) sela (de cavalos)


cheque (meio de pagamento) xeque (do xadrez)
esperto (perspicaz) experto (experiente)
ruço (pardo claro) russo (da Rússia)
tachar (censurar) taxar (fixar taxa)

Palavras e expressões que oferecem dificuldades

Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificuldades para o entendimento da


Língua Portuguesa. A seguir apresentaremos uma lista de palavras que podem lhe confundir em
sua preparação nos estudos.

Abaixo / A baixo

 Leia mais sobre esse assunto abaixo. (em posição inferior)


 Olhou-me de cima a baixo com olhar de desaprovação. (relação com a expressão "de
cima" ou "de alto")

A / Há

 Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo futuro)


 Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado)

Obs.: Há muito tempo já indica passado. Não há necessidade de usar atrás, isto é um
pleonasmo.

Acerca de / Há cerca de

 Falávamos acerca de uma solução melhor. (a respeito de)


 Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz tempo)

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Ao encontro de / De encontro a

 Sua atitude vai ao encontro da verdade. (estar a favor de)


 Minhas opiniões vão de encontro às suas. (oposição, choque)

A fim de / Afim

 Vou a fim de visitá-la. (finalidade)


 Somos almas afins. (igual, semelhante)

Agente / A gente

 James Bond é o agente secreto mais famoso do mundo. (substantivo comum)


 A gente marcou de se encontrar na entrada do shopping. (locução pronominal
semanticamente equivalente ao pronome nós)

Ao invés de / Em vez de

 Ao invés de falar começou a chorar. (oposição, ao contrário de)


 Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar de)

A par / Ao par

 Estamos a par das boas notícias. (bem informado, ciente)


 O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou equivalência entre valores financeiros –
câmbio)

Aprender / Apreender

 O menino aprendeu a lição. (tomar conhecimento de)


 O fiscal apreendeu a carteirinha do menino. (prender)

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Baixar / Abaixar

 Os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam como sujeito: Baixaram os
preços (sujeito) nos supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
 Os preços empregado com objeto direto: Os postos (sujeito) de combustível abaixaram os
preços (objeto direto) da gasolina.

Bebedor / Bebedouro

 Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa que bebe)


 Este bebedouro está funcionando bem. (aparelho que fornece água)

Bem-Vindo / Benvindo

 Você é sempre bem-vindo aqui, jovem. (adjetivo composto)


 Benvindo é meu colega de classe. (nome próprio)

Câmara / Câmera

 Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal. (local de trabalho)


 Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que fotografa)

Cessão / Sessão / Seção ou Secção

 Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar)


 A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de tempo)
 Visitei hoje a seção de esportes. (repartição pública, departamento)

Demais / De mais

 Vocês falam demais, caras! (advérbio de intensidade)


 Chamaram mais dez candidatos, os demais devem aguardar. (equivale a “os outros”)
 Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a “de menos”)

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Descriminar / Discriminar

 O réu foi descriminado; pra sorte dele. (inocentar, absolver de crime)


 Era impossível discriminar os caracteres do documento. (diferençar, distinguir, separar)

Descrição / Discrição

A descrição sobre o jogador foi perfeita. (descrever)

Você foi muito discreto. (reservado)

Entrega em / Entrega a

 Fiz a entrega em domicílio. (lugar)


 Enviou as compras a domicílio. (com verbos de movimento)

Espectador / Expectador

Os espectadores se fartaram da apresentação. (aquele que vê, assiste)


O expectador aguardava o momento da chamada. (que espera alguma coisa)

Estada / Estadia

 A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum lugar)


 A estadia do carro foi prolongada por mais algumas semanas. (prazo concedido para
carga e descarga)

Fosforescente / Fluorescente

 Este material é fosforescente. (que brilha no escuro)


 A luz branca do carro era fluorescente. (determinado tipo de luminosidade)

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Haja / Aja

 É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª pessoa singular do presente do
subjuntivo)
 Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa singular do presente do subjuntivo)

Houve / Ouve

 Houve um grande incêndio no centro de São Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular
do pretérito perfeito)
 A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª pessoa singular do presente do
indicativo)

Mal / Mau

Dormi mal. (oposto de bem)


Você é um mau exemplo. (oposto de bom)

Mas / Mais

 Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária)


 Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a menos)
 Eu falo, mas ele nunca me ouve. (porém)
 Isto é o que mais gosto de fazer! (aumento de quantidade)

Nem um / Nenhum

 Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la. (equivale a nem um sequer)


 Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. (oposto de algum)

Onde / Aonde

 Não sei onde deixei meus livros. (não sugere movimento, lugar em que se está)
 Aonde deixaremos os livros? Aonde vão com tanta pressa? (sugere movimento)

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Por ora / Por hora

 Por ora chega de trabalhar. (por este momento)


 Você deve cobrar por hora. (cada sessenta minutos)

Senão / Se não

 Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso contrário)


 Se não houver homens honestos, o país não sairá desta situação crítica. (se por acaso
não)

Tampouco / Tão pouco

 Não compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. (Também não)


 Encontramo-nos tão pouco esta semana. (intensidade)

Trás ou Atrás / Traz

 O menino estava atrás da árvore. (lugar)


 Todos os dias Joana traz sua marmita. (verbo trazer)

Obs.: O trás com “s” e acento agudo é um advérbio que significa na parte traseira, sendo
utilizada como sinônima de atrás, detrás, após, etc. Esse termo vem sempre precedido por uma
preposição e, nesse caso, desempenha o papel de um advérbio de lugar formando uma locução
adverbial.

Exemplos:

 Não olhe para trás enquanto dirige.


 Depois da bronca, ele não saiu de trás da cortina.
 Com certeza existe muita coisa por trás desse caso político.

Obs.: A palavra “atrás” é grafada com “s” no final. Portanto, o termo “atraz” está incorreto.

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Dica importante

Uma dica para verificar se o uso do termo traz está correto é substituindo por verbos
relacionados, por exemplo, "levar":

Exemplo: Todos os dias Joana leva sua marmita.

Assim, se a sentença estiver coerente, você está usando o termo de forma correta. Do contrário,
você deve utilizar o advérbio de lugar “trás”.

Vultoso / Vultuoso

 Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso)


 Sua face está vultuosa e deformada. (congestão no rosto)

Há menos de / A Menos de

Há menos de: Quando há a ideia de passado, tempo transcorrido. Pode ser substituído por
"aproximadamente" ou "mais ou menos". Ou ainda "faz" (do verbo fazer).
Exemplo:

 Ele saiu de casa há menos de dois anos.


 Samuel terminou a obra da casa há menos de seis meses.
A Menos De: Locução prepositiva. Indica tempo futuro ou distância aproximada.

Exemplo:

 Passou a menos de um metro do muro.


 A menos de um mês estarei de férias.

Bastante/ Bastantes

Está aí uma palavra-encrenca. O uso de “bastante” depende muito de qual função ele está
assumindo na frase, podendo ser três: adjetivo, advérbio e pronome indefinido. Vejamos os três
casos.

Como advérbio
O uso mais comum é usar “bastante” como advérbio, no sentido de “muito”. Nesse caso, a
palavra está relacionada ao verbo, então não sofre flexão e deve ficar sempre no singular.

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Veja exemplo:

 O frio é bastante intenso por aqui em julho.


 As questões formuladas estão bastante ruins.
 Você já comeu bastante por hoje.

Como adjetivo
Quando usado como adjetivo, “bastante” assume significado de “suficiente”, devendo ser
flexionado de acordo com o substantivo que o acompanha. Veja:

 Há motivos bastantes para o divórcio.


 Os salgados e as bebidas não serão bastantes para a festa.
 O álibi foi bastante para retirar as acusações.

Como pronome indefinido


Se “bastante” assume a função de pronome, ele deverá expressar qualidades ou quantidades não
especificadas. Essa função é menos usada na nossa língua.

 Bastantes empresas fecharam as portas este mês.


 Camila tem bastantes amigos na escola.
 Encontrei bastantes produtos como os que você pediu

Para dirimir dificuldades com a ortografia, é preciso estar atento e se familiarizar com ela. Isso é
possível somente através da leitura, da prática e mediante a consulta de um bom dicionário.

Emprego dos Porquês

Existem várias formas de diferenciar a maneira exata de utilizar os porquês. Entenda em quais
situações utilizar cada uma.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir,
pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito
desse assunto.

Por que

O por que tem dois empregos diferenciados:


Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo que, possuirá o significado de
“por qual razão” ou “por qual motivo”:

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Exemplos:
Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo
qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.
Exemplo:
Os lugares por que passamos eram encantadores. (pelos quais)

Por quê

Quando vier antes de um ponto (final, interrogativo, exclamação), o por quê deverá vir
acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.
Exemplos:
Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”.
Exemplos:
Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê

É substantivo e tem significado de “motivo”, “razão”. Vem acompanhado de determinante,


como um artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos:
O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

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Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas

Letras maiúsculas:

Ocorrências Exemplos
Nos nomes de agremiações, repartições, Estádio Serra Dourada, Banco do Brasil,
corporações, edifícios e estabelecimentos Procuradoria Geral da República...
públicos ou particulares.
Nos nomes de vias e lugares públicos. Praça dos Três Poderes, Avenida Guarapari,
Rua do Atum...
Nos nomes de artes, ciências ou disciplinas. Geografia, Matemática, Filosofia...
Nos nomes de corpos celestes Saturno, Netuno, Plutão...
No início de períodos, versos ou citações Você é linda.
diretas. As coisas não mudam; nós é que mudamos.
(Henry Ford)

Nos nomes que designam altos cargos, Presidente da República, Governador,


dignidades ou postos. Prefeito...
Nas cartas, ao nos dirigirmos, com ênfase, a prezado Professor, querida Diretora...
alguém.
Nos nomes de épocas históricas e datas Dia do Trabalho, Proclamação da República...
oficiais.
Nos nomes próprios de pessoas. Beatriz, João, Carlos...
Nos nomes de instituições, relacionadas ao Colégio Santo Agostinho, Universidade do
ensino e demais segmentos. Paraná...
Nos títulos de livros, jornais, revistas, Correio Brasiliense, Jornal O Popular, Dom
produções artísticas, literárias e científicas.
Casmurro...
Nos pronomes e expressões de tratamento. Vossa Alteza, Vossa Excelência, Vossa
Majestade...
Nos nomes dos pontos cardeais, ao indicarem região Sul, eixo Leste-Oeste, região Norte...
regiões.

Letras minúsculas:

Ocorrências Exemplos
Nos nomes de meses e dias da semana. terça-feira, abril, agosto, domingo...
Nos nomes comuns que acompanham nomes oceano Índico, região Nordeste, baía de Todos-
geográficos. os-Santos...
Nas palavras que designam nacionalidade ou carioca, catarinense, inglês...
origem.
No meio do nome de obras, com exceção de Memórias sentimentais de João Miramar,
nomes próprios. Memórias póstumas de Brás Cubas...
Nas palavras compostas, ainda que formadas joão-de-barro, banho-maria...
por nomes próprios.
Após alguns sinais de pontuação, tais como: O quê? não queres ajuda?
ponto de interrogação (sem raciocínio Puxa! quanta inteligência.
completo), interjeição, exclamação e dois Gostaria somente de lhe dizer: admiro-a
pontos (sem nome próprio). bastante.

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Dicas para evitar erros na hora de escrever

Além de estudar as regras da Língua Portuguesa, é indispensável:

1) Ler com frequência

Quem lê mais naturalmente escreve melhor, adquirindo cada vez mais familiaridade com relação
ao uso e forma de escrever as palavras. Desse modo, além de estudar os conteúdos ministrados
nas escolas, cursinhos, faculdades etc., é fundamental que estudantes em geral tenham o hábito
de ler constantemente, fazendo com que a escrita melhore significativamente graças à
memorização das palavras.
2) Consultar o dicionário

O uso do dicionário nos momentos de estudo e leitura é essencial para aprimorar, evitar erros de
escrita e também enriquecer o vocabulário, aumentando a habilidade de utilizar e estruturar
palavras nos mais diversos tipos de textos.
3) Identificar dificuldades

Os alunos que possuem dificuldade com relação a alguma regra do português devem dedicar um
pouco mais de tempo para estudar essas regras e fazer exercícios de fixação. No caso de quem
está estudando para concurso, é recomendado imprimir listas de exercícios das provas anteriores
e identificar o tipo de questão de Língua Portuguesa que a banca costuma aplicar.

Exercícios

01 - Assinale a alternativa correta:

“Pedro e João ____ entraram em casa perceberam que as coisas não iam bem, pois sua irmã
caçula escolhera um ____ momento para comunicar aos pais que iria viajar nas férias; _____
seus, dois irmãos deixaram os pais _____ sossegados quando disseram que a jovem iria com os
primos e a tia.”
a) mau - mal - mais - mas;
b) mal - mal - mais - mais;
c) mal - mau - mas - mais;
d) mal - mau -mas - mas;
e) mau - mau - mas - mais.

02 - Complete a seguinte frase com as palavras corretas.

Gostaria de saber ____________ motivo a ____________ fotográfica foi interrompida.


a) porque - sessão

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b) por que - seção
c) porque - seção
d) por que – sessão

03 - Assinale a alternativa em que a palavra "bastante(s)" está empregada corretamente, de


acordo com a norma culta da Língua.
a) Os rapazes eram bastantes fortes e carregaram a caixa.
b) Há provas bastante para condenar o réu.

c) Havia alunos bastantes para completar duas salas.


d) Temos tido bastante motivos para confiar no chefe.
e) Todos os professores estavam bastantes confiantes.

04 – Complete as lacunas:

Assisti ao ________ do balé Bolshoi;

Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte.


As _________ da câmara são programas de humor.
___________ dias que não falo com Alfredo.

Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de vocábulos para as lacunas existentes:
a) concerto – há – a – cessões – há;

b) conserto – a – há – sessões – há;


c) concerto – a – há – seções – a;
d) concerto – a – há – sessões – há;
e) conserto – há – a – sessões – a .

05 - Assinale a alternativa em que as formas completam corretamente as lacunas das frases, pela
ordem:
1. Ele foi logo embora e ninguém sabe o ..............
2. Nomearam-no ................?
3 ........................ vos entristeceis?

4. Muita maldade acontece .......... o dinheiro é o grande envenenador da alma.

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a) por que, por quê, porquê, porque.
b) por quê, por que, porquê, porque.
c) porque, porquê, por quê, por que.
d) porquê, porquê, por que, por quê.

e) porquê, por quê, por que, porque.

Respostas

01 02 03 04 05
c d c d e

Classe de palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,


preposição, conjunção, interjeição)

Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser analisadas e


catalogadas em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas, sendo elas:
substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção,
interjeição.

Substantivo

Substantivo é a classe gramatical, ou morfológica, de palavras que nomeiam os seres - reais ou


imaginários, concretos ou abstratos. Além disso, inclui nomes de ações, estados, qualidades,
sentimentos etc.

Qualquer classe gramatical antecedida por artigo, pronome demonstrativo, pronome indefinido ou
pronome possessivo vira substantivo: o amar, um amanhã, nosso sentir, um não sei quê, o sim, o
não, algum talvez, este falar, um abrir-se, o querer, aquele claro-escuro.

Classificação do Substantivo

Os substantivos são classificados assim:

Comuns: nomeiam grupos de seres da mesma espécie.

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Ex: jornal, país, cidade, animal, boca, beijo.

Próprios: nomeiam seres particulares de uma determinada espécie. São os nomes de pessoas,
cidades, equipes de futebol, etc.

Ex: Fortaleza, Salvador, Ceará, Brasil, América do Norte

Abstratos: nomeiam estados, qualidades, sentimentos ou ações cuja existência depende de


outros seres. explica-se: a beleza, por exemplo, precisa de algo concreto (um vaso, um rapaz,
uma árvore) para se manifestar.

Ex: tristeza, cansaço, prazer, alegria, beleza, verdade, ironia

Concretos: nomeiam seres cuja existência é própria, independente de outros.

Ex: beija-flor, mulher, Deus, vento, alma

Primitivos: são os nomes que não derivam de outros.

Ex: dia, noite, carroça, mar, água

Derivados: são os nomes formados a partir de outros.

Ex: diarista (de dia), noitada (de noite), carroceiro (de carroça), maremoto (de maré), aguaceiro
(de água)

Simples: são os nomes que apresentam apenas um elemento formador, um radical.

Ex: caneta, pau, flor, couve, água, cheiro

Compostos: são os nomes formados de dois ou mais elementos.

Ex: caneta-tinteiro, couve-flor, água de cheiro

Coletivos: são os nomes comuns que servem para designar conjuntos de seres de igual espécie.

Ex: flora (de todas as plantas de uma região), tertúlia (conjunto de pessoas amigas), floresta
(conjunto de árvores), panapaná (conjunto de borboletas)

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Substantivo comum de dois gêneros: São substantivos que apresentam uma só forma para o
gênero masculino e o gênero feminino.

Ex: (o estudante / a estudante), (o jovem / a jovem), (o artista / a artista).

Substantivo sobrecomum: São substantivos que nomeiam pessoas e apresentam um só gênero


para o masculino e o feminino.

Ex: a vítima, a pessoa, a criança, o gênio, o indivíduo.

Substantivo epiceno: São substantivos que nomeiam animais e apresentam um só gênero para
o masculino e o feminino.

Ex: a baleia, o besouro, o crocodilo, a formiga, a mosca.

Substantivo de dois números: São substantivos que apresentam uma só forma para o singular
e para o plural.

Ex: (o lápis / os lápis), (o tórax / os tórax), (a práxis / as práxis).

Atenção!

Existem substantivos que mudam de significado com a mudança de gênero.

Exemplos:

 Minha cabeça está doendo. (crânio)


 Tiago é o cabeça da turma. (líder)
 O capital financeiro da empresa está em risco. (patrimônio)
 Brasília é a capital do Brasil. (metrópole)

Obs.: Note que um substantivo tem, ao mesmo tempo, várias classificações.

Exemplos:

 Mesa é um substantivo comum, concreto, simples e primitivo.


 Acontecimento, por sua vez, é comum, abstrato, simples e primitivo.

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Flexão do Substantivo

Os substantivos são palavras variáveis. Sofrem flexão em gênero, número e grau.

 Flexão em gênero: masculino e feminino.


 Flexão em número: singular e plural.
 Flexão em grau: normal, diminutivo e aumentativo.

Exemplo de flexão dos substantivos

 Substantivo no masculino: amigo


 Substantivo no feminino: amiga
 Substantivo no singular: amigo
 Substantivo no plural: amigos
 Substantivo no grau normal: amigo
 Substantivo no grau diminutivo: amiguinho
 Substantivo no grau aumentativo: amigão

Gênero do substantivo

Existem dois gêneros gramaticais: o gênero masculino e o gênero feminino.

São de gênero masculino os substantivos que podem ser precedidos pelos artigos o, os, um,
uns:

 o aluno;
 o lápis;
 os estojos;
 os professores;
 um colégio;
 um pensamento;
 uns problemas;
 uns cadernos;

São de gênero feminino os substantivos que podem ser precedidos pelos artigos a, as, uma,
umas:

 a aluna;
 a borracha;
 as canetas;
 as professoras;
 uma escola;
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 uma ideia;
 umas respostas;
 umas conversas;

Formação do Feminino

O feminino se realiza de três modos:

 Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre, mestra / leão, leoa;


 Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufixo feminino: autor, autora /
deus, deusa / cônsul, consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora.
 Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi,
vaca / carneiro, ovelha / cavalo, égua.

Substantivos biformes

São chamados de substantivos biformes os substantivos que apresentam duas formas diferentes,
uma para o gênero masculino e outra para o gênero feminino:

 o garoto - a garota;
 o diretor - a diretora;
 o homem - a mulher;
 o freguês - a freguesa;
 o campeão - a campeã;
 o mestre - a mestra;
 o ator - a atriz;
 o duque - a duquesa;
 o poeta - a poetisa;

Substantivos uniformes

São chamados de substantivos uniformes os substantivos que apresentam a mesma forma para o
gênero masculino e para o gênero feminino.

Existem três tipo de substantivos uniformes:

 os substantivos comuns de dois gêneros;


 os substantivos sobrecomuns;
 os substantivos epicenos.

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Os substantivos comuns de dois gêneros apresentam uma só forma para o gênero masculino
e o gênero feminino:

 o gerente - a gerente;
 o colega - a colega;
 o doente - a doente;
 o artista - a artista;
 o turista - a turista;

Obs.: Os substantivos sobrecomuns e os substantivos epicenos apresentam um só gênero para o


masculino e o feminino.

Os substantivos sobrecomuns se referem a pessoas:

 a pessoa;
 o indivíduo;
 a vítima;
 o ser;
 a criança;

Os substantivos epicenos se referem a animais:

 a barata;
 a jiboia;
 o pinguim;
 a onça;
 o boto;

São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o champanha, o soprano, o clã, o alvará, o
sanduíche, o clarinete, o Hosana, o espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa, o lança-
perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o formicida, o herpes, o sósia, o telefonema, o saca-
rolha, o plasma, o estigma.

São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a análise, a cal, a gênese, a entorse, a
faringe, a cólera (doença), a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês, a
sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama, a Xerox, a aguardente.

Número do substantivo

Existem dois números gramaticais: o singular e o plural.

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Encontram-se no singular os substantivos que indicam apenas um ser:

 casaco;
 cadeira;
 hipopótamo;
 gaivota;
 problema;
 amizade;

Encontram-se no plural os substantivos que indicam dois ou mais seres:

 casacos;
 cadeiras;
 hipopótamos;
 gaivotas;
 problemas;
 amizades;

Formação do plural dos substantivos

Acrescentar -s à palavra no singular é a principal regra de formação do plural:

 um cachorro - muitos cachorros;


 uma mochila - várias mochilas.

Existem, contudo, outras regras para a formação do plural de substantivos com terminações
diferente.

Terminação no singular Terminação no plural Exemplos


-r -res colher - colheres
-s -ses mês - meses
-z -zes rapaz - rapazes
-ão -ões limão - limões
-ão -ãos mão - mãos
-ão -ães pão - pães
-m -ns nuvem - nuvens
-n -ns ou -nes hífen - hifens ou hífenes
-al -ais casal- casais
-el -éis pastel - pastéis
-ol -óis anzol - anzóis
-ul -uis sul - suis
-il -is fuzil - fuzis
-il -eis míssil - mísseis
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Observações importantes

Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e aberto no plural: caroço (ô), caroços
(ó) / imposto (ô), impostos (ó).

Substantivos que mudam de sentido quando usados no plural: Fez bem a todos (alegria);
Houve separação de bens. (Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram
maravilhosas. (Descanso).

Substantivos empregados somente no plural: Arredores, belas-artes, bodas (ô), condolências,


cócegas, costas, exéquias, férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, viveres,
idos, afazeres, algemas.

Formação do plural dos substantivos compostos

São chamados de substantivos compostos os substantivos formados por dois ou mais radicais.
Há, assim, a presença de, no mínimo, dois elementos formadores do substantivo composto.

A formação do plural dos substantivos compostos pode ocorrer de quatro formas diferentes:

Flexão dos elementos formadores Exemplos


Flexão dos dois elementos a segunda-feira - as segundas-feiras
a matéria-prima - as matérias-primas
Flexão do primeiro elemento o elemento-chave - os elementos-chave
um fim semana - uns fins de semana
Flexão do segundo elemento o vice-presidente - os vice-presidentes
o quebra-cabeça - os quebra-cabeças
Não flexão dos elementos o leva e traz - os leva e traz
o disse me disse - os disse me disse

Regras para o plural dos Substantivos Compostos

Flexão dos dois elementos

Nos substantivos compostos formados por palavras variáveis, especialmente substantivos e


adjetivos:

 segunda-feira - segundas-feiras;
 matéria-prima - matérias-primas;
 couve-flor - couves-flores;
 guarda-noturno - guardas-noturnos;
 primeira-dama - primeiras-damas.
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Numeral ordinal + substantivo:

 segunda-feira - segundas-feiras
 quinta-feira - quintas-feiras.

Nos substantivos compostos formados por temas verbais repetidos:

 corre-corre - corres-corres;
 pisca-pisca - piscas-piscas;
 pula-pula - pulas-pulas.

Nota: Nestes substantivos também é possível a flexão apenas do segundo elemento: corre-
corres, pisca-piscas, pula-pulas.

Flexão apenas do primeiro elemento

Nos substantivos compostos formados por substantivo + substantivo em que o segundo termo
limita o sentido do primeiro termo:

 decreto-lei - decretos-lei;
 cidade-satélite - cidades-satélite;
 público-alvo - públicos-alvo;
 elemento-chave - elementos-chave.

Nota: Nestes substantivos também é possível a flexão dos dois elementos: decretos-leis,
cidades-satélites, públicos-alvos, elementos-chaves.

Nos substantivos compostos preposicionados (substantivo + preposição + substantivo):

 cana-de-açúcar - canas-de-açúcar;
 pôr do sol - pores do sol;
 fim de semana - fins de semana;
 pé de moleque - pés de moleque.

Flexão apenas do segundo elemento

Nos substantivos compostos formados por tema verbal ou palavra invariável + substantivo ou
adjetivo:

 bate-papo - bate-papos;
 quebra-cabeça - quebra-cabeças;
 arranha-céu - arranha-céus;
 ex-namorado - ex-namorados;
 vice-presidente - vice-presidentes.
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Elemento invariável + palavra variável:

 sempre-viva - sempre-vivas
 abaixo-assinado - abaixo-assinados
 recém-nascido - recém-nascidos
 ex-marido - ex-maridos

Nos substantivos compostos em que há repetição do primeiro elemento:

 zum-zum - zum-zuns;
 tico-tico - tico-ticos;
 lufa-lufa - lufa-lufas;
 reco-reco - reco-recos.

Nos substantivos compostos grafados ligadamente, sem hífen:

 girassol - girassóis;
 pontapé - pontapés;
 mandachuva - mandachuvas;
 fidalgo - fidalgos;

Nos substantivos compostos formados com grão, grã e bel:

 grão-duque - grão-duques;
 grã-fino - grã-finos;
 bel-prazer - bel-prazeres.

Substantivo composto de três ou mais elementos não ligados por preposição:

 o bem-me-quer - os bem-me-queres
 o bem-te-vi - os bem-te-vis
 o sem-terra - os sem-terra
 o fora-da-lei - os fora-da-lei
 o João-ninguém - os joões-ninguém
 o ponto-e-vírgula - os ponto e vírgulas
 o bumba meu boi - os bumba meu bois.

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Não flexão dos elementos

Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos formadores, que se mantêm invariáveis. Os
dois elementos ficam invariáveis quando houver:

 verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o cola-tudo = os cola-tudo / o bota-


fora = os bota-fora
 os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai = os entra-e-sai / o leva-e-traz
= os leva-e-traz / o vai-e-volta = os vai-e-volta.

Outros casos:

 Composto com a palavra guarda só vai para o plural se for pessoa: guarda-noturno =
guardas-noturnos / guardaflorestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis /
guarda-marinha = guardas-marinha.
 Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / os Oliveiras / os Picassos / os
Mozarts / os Kennedys / os Silvas.
 Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs / DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.

Substantivos de dois números

São chamados de substantivos de dois números os substantivos que apresentam a mesma forma
para o singular e para o plural, permanecendo invariáveis:

 o lápis - os lápis;
 o ônibus - os ônibus;
 o pires - os pires;
 o vírus - os vírus.
 o xérox - os xérox;
 o tórax - os tórax;
 a fênix - as fênix;

Grau do substantivo

Existem três graus do substantivo: o grau normal, o grau diminutivo e o grau aumentativo.

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O grau normal do substantivo indica o tamanho normal de um objeto ou ser:

 casa;
 homem;
 boca;
 pata;
 gato.

O grau diminutivo do substantivo indica o tamanho diminuído de um objeto ou ser:

 casinha;
 homenzinho;
 boquinha;
 patinha;
 gatinho.

O grau aumentativo do substantivo indica o tamanho aumentado de um objeto ou ser:

 casarão;
 homenzarrão;
 bocarra;
 patorra;
 gatarrão.

Formação do grau diminutivo dos substantivos

Existem dois processos de formação do grau diminutivo:

 Através da junção de sufixos diminutivos (processo sintético);


 Através da junção de adjetivos que sugerem diminuição (processo analítico).

O grau diminutivo dos substantivos pode ser formado pela junção de um sufixo diminutivo
(processo sintético):

 -inho;
 -zinho;
 -ito;
 -ino;
 -isco;

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O grau diminutivo dos substantivos também pode ser formado pela junção de adjetivos que
sugerem diminuição (processo analítico):

 pequeno;
 mínimo;
 minúsculo;
 reduzido;
 diminuto;

Outros usos do grau diminutivo

Além de indicar o tamanho diminuído de um determinado substantivo, o grau diminutivo pode ser
usado para transmitir uma ideia de carinho, indicando grande valor afetivo, mas também uma
ideia de menosprezo ou troça.

Exemplos indicando carinho e menosprezo:

 Você será sempre o filhinho do meu coração. (carinho)


 Você se acha importante mas não passa de uma pessoinha escrevendo um jornaleco.
(menosprezo)

Formação do grau aumentativo dos substantivos

Existem dois processos de formação do grau aumentativo:

 Através da junção de sufixos aumentativos (processo sintético);


 Através da junção de adjetivos que sugerem aumento (processo analítico).

O grau aumentativo dos substantivos pode ser formado pela junção de um sufixo aumentativo
(processo sintético):

 -ão;
 -ona;
 -zarrão;
 -orra;
 -aço;

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O grau aumentativo dos substantivos também pode ser formado pela junção de adjetivos que
sugerem aumento (processo analítico):

 grande;
 enorme;
 imenso;
 gigantesco;
 colossal;

Exemplos com os graus dos substantivos

 Grau normal: janela


 Grau diminutivo sintético: janelinha
 Grau diminutivo analítico: janela pequena
 Grau aumentativo sintético: janelão
 Grau aumentativo analítico: janela grande

Exercícios

01 - A palavra "amor" é um substantivo:

a) Concreto

b) Abstrato

c) Composto

d) Coletivo

e) Comum

02 - Esta semana, uma revista de automóveis trouxe o lançamento de um novo modelo de carro e
publicou o seguinte comunicado: “Ele pode ser adquirido na cor verde-clara, já vem com porta-
copo e alto-falante de série”. Marque a alternativa que apresenta corretamente o plural dos
substantivos compostos.

a) verde-claras / porta-copos / alto-falantes

b) verde-clara / portas-copos / alto-falantes

c) verde-claras / porta-copos / altos-falantes

d) verdes-claras / porta-copos / altos-falantes

e) verdes-claras / portas-copos / altos-falantes

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03 - Em relação ao plural dos substantivos, assinale a alternativa correta.

a) Para pagar uma promessa, a senhora subiu de joelhos os degrais da catedral.

b) Os novos escrivões serão nomeados na próxima segunda-feira.

c) Os cidadões votaram e elegeram aquele candidato para presidente.

d) A professora preferia usar gizes coloridos para explicar a matéria na lousa.

e) O time de futebol recebeu muitos troféis na última década.

04 - Marque a alternativa em que haja somente substantivos sobrecomuns:

a) pianista – estudante – criança;

b) dentista – borboleta – comentarista;

c) crocodilo – sabiá – testemunha;

d) vítima – cadáver – testemunha;

e) criança – desportista – cônjuge.

05 - O plural dos substantivos “couve-flor”, “pão de ló” e “amor- -perfeito”, é:

a) couve-flores; pães de ló; amores-perfeitos;

b) couves-flores; pães de ló; amores-perfeitos;

c) couves-flores; pão de ló; amor-perfeitos;

d) couves-flores; pão de lós; amores-perfeitos;

e) couves-flores; pães de ló; amor-perfeitos.

06 - Assinale a alternativa em que todos os substantivos são masculinos:

a) enigma – idioma – cal;

b) pianista – presidente – planta;

c) champanha – dó(pena) – telefonema;

d) estudante – cal – alface;

e) edema – diabete – alface.

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Respostas

01 02 03 04 05 06
b a d d b c

Artigo

Artigos são palavras que acompanham os substantivos, indicando o seu número (singular ou
plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). Podem ser classificados em artigos definidos e
indefinidos.

 Artigos definidos determinam os substantivos: Ex.: o garoto.


 Artigos indefinidos indeterminam os substantivos: Ex.: um garoto.

Artigos definidos

Os artigos definidos são o, a, os, as. Determinam os substantivos de forma particular, objetiva e
precisa, individualizando seres e objetos:

Exemplos:

 O garoto foi jantar na casa dos pais.


 Ganhamos a bicicleta que esperávamos.
 Luísa aproveitou para rever os amigos.
 As meninas foram viajar.

Em todos os exemplos, podemos notar a precisão de tais pessoas ou objetos pelo emprego
correto do artigo definido. Isso porque ele determina de maneira exata o substantivo em questão:
o garoto, a bicicleta, os amigos e as meninas.

Artigo indefinido

Os artigos indefinidos são um, uma, uns, umas. Indeterminam os substantivos, caracterizando-
os de forma vaga, imprecisa e generalizada, sem particularizar e individualizar seres e objetos:

Exemplos:

 Um dia iremos nos encontrar.


 Uma certa tarde saímos para caminhar.
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 Joana convidou para a festa uns amigos estrangeiros.
 Comprei umas camisas para seu aniversário.

Note que em todos os exemplos acima, não está definindo qual objeto, pessoa ou lugar. Nos dois
primeiros exemplos, não está identificado “qual o dia” ou “qual a tarde” em que o evento ocorre.

Da mesma maneira, Joana não especifica “quais amigos” ela convidará para a festa. Por fim,
“umas camisas” corresponde a uma ideia vaga de “quais camisas” são essas.

Obs.: Cuidado para não confundir o artigo indefinido “um” com o numeral “um”, pois o numeral é
uma palavra utilizada para indicar quantidade.

Emprego dos artigos

Os artigos sempre devem concordar com substantivo em gênero (masculino e feminino) e número
(singular e plural).

Exemplos:

 a menina - as meninas;
 o garoto - os garotos;
 um mês - uns meses;
 uma mesa – umas mesas.

Usa-se o artigo definido:

 com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados foram punidos.


 com nomes próprios geográficos de estado, país, oceano, montanha, rio, lago: o Brasil, o
rio Amazonas, a Argentina, o oceano Pacífico. Ex.: Conheço o Canadá mas não conheço
Brasília.
 depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos os vinte atletas participarão do
campeonato.
 com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lindas flores da floricultura.
 com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo tem dois amigos: Rui é alto e lindo,
o outro é atlético e simpático.
 antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da primavera vem o verão.
 com expressões de peso e medida: O álcool custa um real o litro. (=cada litro)

Não se usa o artigo definido:

 antes de pronomes de tratamento iniciados por possessivos: Vossa Excelência,


Vossa Senhoria. Ex.: Vossa Alteza estará presente ao debate?
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 antes de nomes de meses: O campeonato aconteceu em maio de 2002.
 alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra, Itália podem ser construídos
sem o artigo, principalmente quando regidos de preposição. Ex.: “Viveu muito tempo em
Espanha.”
 antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro, amigos de João Luís e
Laurinha.
 antes de palavras que designam matéria de estudo, empregadas com os verbos:
aprender, estudar, cursar, ensinar. Ex.: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.

O uso do artigo é facultativo:

 antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência é irritante.


 antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana / a Luciana?
 “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (Para a frente: exige a preposição)

Usa-se o artigo indefinido:

 para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns oito anos.
 antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares: Usava umas calças largas e
umas botas longas.
 em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é uma meiguice só.
 para comparar alguém com um personagem célebre: Luís August é um Rui Barbosa.

O artigo indefinido não é usado:

 em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente, quantidade. Ex.: Reservou


para todos boa parte do lucro.
 com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente. Ex.: Não há suficiente espaço para
todos.
 com substantivo que denota espécie. Ex.: Cão que ladra não morde.

Contração de artigos com preposições

Os artigos podem ser combinados com preposições.

Combinação de preposição com artigos Exemplos


definidos
Preposição a + Artigo o = ao (a + o) Hoje de manhã, fui à feira e ao supermercado.
Preposição a + Artigo a = à (a + à) Vou à escola todas as manhãs.
Preposição a + Artigo os = aos (a + os) O texto é dedicado aos pais.
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Preposição a + Artigo as = às (a + as) Desejo tudo de bom às minhas amigas
Preposição de + Artigo o = do (de + o) Preciso do seu computador.
Preposição de + Artigo a = da (de + a) O livro da professora explica como classificar
os substantivos.
Preposição de + Artigo os = dos (de + os) Os móveis eram dos nossos avós.
Preposição de + Artigo as = das (de + as) O Diretor gosta de ser chefe das escolas da
cidade.
Preposição em + Artigo o = no (em + o) Encontramos o anel no corredor.
Preposição em + Artigo a = na (em + a) A professora ensina artigos definidos e
indefinidos na escola.
Preposição em + Artigo os = nos (em + os) Os motoristas trabalham dirigindo sentados
nos ônibus.
Preposição em + Artigo as = nas (em + as) O colar está nas coisas da Sônia.
Preposição por + Artigo o = pelo (por + o) Para entrar na faculdade, o estudante tem que
passar pelo Enem.
Preposição por + Artigo a = pela (por + a) A Margareth passa todos os dias pela escola
da sua irmã.
Preposição por + Artigo os = pelos (por + os) O gol é trabalho feito pelos jogadores do time
em campo.
Preposição por + Artigo as = pelas (por + as) Não podemos julgar o outro pelas suas falhas,
e nem por suas qualidades.

Combinação de preposição com artigos Exemplos


indefinidos
Preposição em + Artigo um = num (em + um) Hoje estamos num congresso.
Preposição em + Artigo uma = numa (em + Almocei numa lanchonete essa semana.
uma)
Preposição em + Artigo uns = nuns (em + uns)
Preposição em + Artigo umas = numas (em + As falas estão registradas numas histórias
umas) estranhas.
Preposição de + Artigo um = dum (de + um) Estou precisado dum favor da professor de
língua portuguesa.
Preposição de + Artigo uma = duma (de + uma) Estou precisando duma cama confortável e de
descanso!
Preposição de + Artigo uns = duns (de + uns)
Preposição de + Artigo umas = dumas (de + Preciso dumas blusas para sair.
umas)

Outras funções dos artigos

Além de definir e indefinir substantivos, indicando o gênero e número destes, os artigos possuem
outras funções muito importantes, como a substantivação de palavras e a distinção entre palavras
homônimas.

Função de substantivação - No processo de substantivação, os artigos criam substantivos a


partir de outras classes gramáticas, transformando, por exemplo, adjetivos e verbos em
substantivos.
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 Aquela menina tem um andar gracioso. (substantivação de um verbo)
 O verde da água do lago é lindíssimo! (substantivação de um adjetivo)

Obs.: O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra transforma-a em substantivo. O ato
literário é o conjunto do ler e do escrever.

Função de distinção entre homônimos - Relativamente à distinção entre substantivos


homônimos, é através do artigo que se faz a distinção entre o feminino e o masculino da palavra
e a consequente distinção entre seus significados.

 Minha cabeça está doendo.


 Tiago é o cabeça da turma.
 O capital financeiro da empresa está em risco.
 Brasília é a capital do Brasil.

Exercícios

01 - Procure e assinale a única alternativa em que há erro no emprego do artigo:

a) Disse-me que conhece todo o Brasil.

b) Leu todos os dez romances do autor

c) Nem todas opiniões são valiosas.

d) Andou por todo Portugal.

e) Todas cinco, menos uma, estão corretas.

02 - Assinale a frase em que o uso do artigo é facultativo.

a) Ele não conhece a casa dos irmãos.

b) Nunca se referiu à Roma dos Césares.

c) Cinema é o meu assunto preferido.

d) Todos os convidados se retiraram.

e) Todas as pessoas presentes à reunião falaram.

03 - Em qual alternativa o artigo está substantivando uma palavra?

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a) A Luciana não pôde comparecer à reunião.

b) A viagem foi programada com três meses de antecedência.

c) A casa estava sendo vendida por um preço relativamente baixo.

d) Jamais entendemos o porquê da saída do ministro

e) Ele convidou as colegas porque as estimava.

04 - O artigo (definido ou indefinido) tem a capacidade de substantivar qualquer palavra; ou seja,


transformá-la em substantivo. Indique a opção em que ocorre substantivação de um advérbio:

a) O bonito é te ver sorrir.

b) Ambas as crianças estão vestindo azul.

c) Fui falar com uma garota e recebi um não como resposta.

d) Todos os candidatos são incompetentes.

e) A Fernanda canta muito bem.

05 - Marque a alternativa em que haja um artigo definido e um artigo indefinido, respectivamente:

a) Roberta é a melhor aluna dessa classe.

b) Gostaria de comprar um celular novo e a sandália daquela loja.

c) Uma boa noite de sono é a melhor maneira de evitar o estresse.

d) A casa que comprei é um pouco antiga.

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

Respostas

01 02 03 04 05
c c d c d

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.

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Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma
qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso,
moça bondosa, pessoa bondosa.

Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz
sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é
adjetivo, mas substantivo.

Os adjetivos variam em gênero (masculino e feminino) e em número (singular e plural) conforme


o substantivo que caracterizam:

 casa velha;
 casas velhas;
 prédio antigo;
 prédios antigos.

Classificação do Adjetivo

Simples: formado por apenas um radical.

Ex: A maçã é vermelha.

Composto: formado por dois ou mais radicais.

Meu vestido verde-escuro está estragado.

Gênero do Adjetivo

Relativamente ao gênero, os adjetivos podem ser biformes ou uniformes.

Adjetivo biforme

Os adjetivos biformes apresentam duas formas, uma para o gênero masculino e outra para o
gênero feminino.

 Helena é uma menina simpática.


 Paulo é um menino simpático.
 A blusa é vermelha.
 O casado é vermelho.

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Adjetivo uniforme

Os adjetivos uniformes, também chamados de adjetivos comuns de dois gêneros, apresentam


sempre a mesma forma, quer no gênero feminino, quer no gênero masculino.

 Helena é uma menina feliz.


 Paulo é um menino feliz.
 A blusa é azul.
 O casado é azul.

Obs.: Normalmente, os adjetivos terminados em -e, -z, -m e -l são adjetivos uniformes.

Número do Adjetivo

Existem regras diferentes para a formação do plural dos adjetivos simples e para a formação do
plural dos adjetivos compostos.

Plural dos adjetivos simples

Para a formação do plural dos adjetivos simples, são utilizadas as mesmas regras de formação
do plural dos substantivos:

 A pera madura.
 As peras maduras.
 O homem resmungão.
 Os homens resmungões.
 A mochila azul.
 As mochilas azuis.

Plural dos adjetivos compostos

Para a formação do plural dos adjetivos compostos, a regra indica que apenas o último elemento
varia em número, indo para o plural. Contudo, o adjetivo composto se mantém invariável se for
formado por um substantivo no último elemento.

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Exemplos com flexão do último elemento:

 Minha tia é afro-brasileira.


 Minhas tias são afro-brasileiras.
 Este aluno é mal-educado!
 Estes alunos são mal-educados!

Exemplos com adjetivos compostos invariáveis:

 A parede é amarelo-canário.
 As paredes são amarelo-canário.
 O tecido é vermelho-sangue.
 Os tecidos são vermelho-sangue.

Grau do Adjetivo

Além de sofrerem flexão em gênero e número, os adjetivos flexionam-se também em grau. Assim,
adjetivos podem estar no grau normal, no grau comparativo ou no grau superlativo.

Os graus dos adjetivos indicam as diferentes intensidades com que um adjetivo pode caracterizar
um substantivo.

Grau normal

No grau normal, o adjetivo caracteriza um ou mais seres, sem indicar intensidade.

 Minha mãe é bonita.


 O vestido é preto.
 Eles são bagunceiros.

Grau comparativo

No grau comparativo é feita a comparação da mesma característica em dois ou mais seres ou de


duas ou mais características do mesmo ser.

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Grau comparativo de inferioridade

Grau comparativo de inferioridade = menos (adjetivo) que/do que

 Alice é menos preguiçosa que João.


 A revista é menos pesada do que o livro.

Grau comparativo de igualdade

Grau comparativo de igualdade = tão (adjetivo) quanto/ como/ quão

 Cláudia é tão educada como Patrícia.


 Matemática é tão importante quanto português.
 Ele é tão decidido quão teimoso.

Grau comparativo de superioridade

Grau comparativo de superioridade = mais (adjetivo) que/ do que

 Igor é mais atento que Rodrigo.


 O lápis é mais comprido do que a borracha.

GRAU COMPARATIVO DE SUPERIORIDADE IRREGULAR

Alguns adjetivos formam o grau comparativo de superioridade de modo irregular, com formas
sintéticas.

 (mais) bom = melhor


 (mais) mau = pior
 (mais) grande = maior
 (mais ) pequeno = menor

Grau superlativo

No grau superlativo é feita a caracterização de um ou mais seres, atribuindo qualidades em grau


muito elevado ou em maior ou menor grau que os demais seres.
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Grau superlativo relativo

O grau superlativo relativo caracteriza um ou mais seres em maior ou menor grau que os demais
seres.

GRAU SUPERLATIVO RELATIVO DE INFERIORIDADE

Grau superlativo relativo de inferioridade = o menos (adjetivo)

 Pedro é o menos inteligente da turma.


 Ana é a menos faladora das amigas.

GRAU SUPERLATIVO RELATIVO DE SUPERIORIDADE

Grau superlativo relativo de superioridade = o mais (adjetivo)

 Ela é a pessoa mais educada deste mundo!


 Meu irmão é o mais rápido dos corredores.

Grau superlativo absoluto

O grau superlativo absoluto caracteriza um ou mais seres, atribuindo qualidades em grau muito
elevado.

GRAU SUPERLATIVO ABSOLUTO ANALÍTICO

Grau superlativo absoluto analítico = palavra intensificadora (muito; extremamente;


excessivamente; imensamente) + adjetivo

 A sobremesa é muito doce.


 O teste foi extremamente fácil.
 O professor é imensamente sábio.

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GRAU SUPERLATIVO ABSOLUTO SINTÉTICO

Grau superlativo absoluto sintético = adjetivo + sufixo (-íssimo; -imo; - ílimo; -érrimo)

 A sobremesa é dulcíssima.
 O teste foi facílimo.
 O professor é sapientíssimo.

Tabela com os graus dos adjetivos

Grau dos adjetivos Exemplos


Grau normal O Mateus é inteligente
Grau comparativo de superioridade O Mateus é mais inteligente que o Bruno.
Grau comparativo de inferioridade O Mateus é menos inteligente que a Camila.
Grau comparativo de igualdade O Mateus é tão inteligente quanto a Luana.
Grau superlativo relativo de superioridade O Mateus é o mais inteligente da turma.
Grau superlativo relativo de inferioridade O Mateus é o menos inteligente da turma.
Grau superlativo absoluto analítico O Mateus é muito inteligente.
Grau superlativo absoluto sintético O Mateus é inteligentíssimo.

Locução adjetiva

Uma locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como um
adjetivo, caracterizando um substantivo. As locuções adjetivas são formadas maioritariamente
pela preposição de mais um substantivo:

 de criança (relativa ao adjetivo infantil);


 de pai (relativa ao adjetivo paterno);
 de mãe (relativa ao adjetivo materna);
 de morte (relativa ao adjetivo mortal);
 de leite (relativa ao adjetivo lácteo);

Exemplos de uso de locuções adjetivas

 Estou com uma dor de abdômen. (dor abdominal)


 Minha tia é especialista em tratamento de cabelo. (tratamento capilar)
 Amor de mãe é insubstituível. (amor materno)

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Outros tipos de adjetivos

Além das informações acima apresentadas, existem outras classificações para os adjetivos.

Adjetivos primitivos

São adjetivos cuja origem não reside em outras palavras da língua portuguesa, mas sim em
palavras de outras línguas:

 feliz;
 bom;
 azul;
 triste;
 grande;

Adjetivos derivados

São adjetivos cuja origem reside em outras palavras da língua portuguesa, ou seja, derivam de
substantivos ou verbos:

 magrelo;
 avermelhado;
 apaixonado;

Adjetivos explicativos

São adjetivos que expressam uma qualidade própria do ser:

 fogo quente;
 mar salgado;
 céu azul;

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Adjetivos restritivos

São adjetivos que expressam uma qualidade que não é própria do ser, tornando-o único no grupo
de referência:

 blusa amarela;
 cantora baiana;
 criança inteligente;

Adjetivos pátrios

São adjetivos que nomeiam as pessoas conforme o local onde nascem ou vivem. São adjetivos
derivados, dado que têm quase sempre sua origem no nome do lugar a que se referem:

 baiano;
 paulista;
 pernambucano;
 cearense;
 alemão;
 francês;
 nipo-brasileiro;
 luso-brasileiro;

Adjetivos adverbializados

São adjetivos que, na oração, assumem a função de advérbio, permanecendo assim invariáveis.
Substituem advérbios de modo terminados em -mente, produzindo um discurso mais rápido,
acessível e enfático:

 Venha rápido ver o que aconteceu! (rápido = rapidamente)


 Aprendemos fácil a matéria. (fácil = facilmente)
 Ela escorregou, caiu e bateu forte no chão. (forte = fortemente)

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Exercícios

01 - Assinale a alternativa correta em relação à classificação dos adjetivos destacados nas frases:

I. Carolina comprou para a mãe um vestido amarelo-claro.

II. Ele estava feliz porque foi aprovado no vestibular.

III. A torcida transbordou felicidade pela conquista do título.

IV. O mineiro Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos maiores poetas brasileiros.

V. A menina bonita colocou um laço de fita no cabelo e foi para a escola.

a) biforme, pátrio, derivado, primitivo e composto.

b) primitivo, composto, biforme, pátrio e derivado.

c) composto, primitivo, derivado, pátrio e biforme.

d) composto, derivado, primitivo, pátrio e biforme.

02 - Está mal flexionado o adjetivo na alternativa:

a) Tecidos verde-olivas

b) Festas cívico-religiosas

c) Guardas noturnos luso-brasileiros

d) Ternos azul-marinho

e) Vários porta-estandartes

03 - Das frases abaixo, apenas uma apresenta adjetivo no comparativo de superioridade,


assinale-a.

a) A palmeira é a mais alta árvore deste lugar.

b) Guardei as melhores recordações daquele dia,

c) A Lua é menor do que a Terra.

d) Ele é o maior aluno de sua turma.

e) O mais alegre dentre os colegas era Ricardo.

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04 - Assinale a sequência correta em relação aos tipos de adjetivos e suas definições:

I. Adjetivos formados por apenas um radical.

II. Adjetivos formados por dois ou mais radicais.

III. Adjetivos que não são derivados de outra palavra em língua portuguesa.

IV. Adjetivos formados a partir de outros substantivos ou verbos.

V. Adjetivos que se referem à origem ou nacionalidade do substantivo.

( ) pátrios

( ) primitivos

( ) compostos

( ) derivados

( ) simples

a) II, III, V, IV e I

b) V, IV, III, III e I

c) I, III, IV, II e V

d) V, III, II, IV e I.

05 - Sobre os adjetivos, é correto afirmar:

a) Classe de palavras que se caracteriza por delimitar o substantivo, atribuindo-lhe qualidades,


estados, aparência etc.

b) Classe de palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do advérbio.

c) Classe de palavra que vem antes do substantivo, indicando se ele é determinado ou


indeterminado.

d) Classe de palavra invariável que exprime estados emocionais.

e) Conjuntos de verbos que, em uma determinada frase, desempenham valor de um único verbo.

Respostas

01 02 03 04 05
c a c d d

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Numeral

Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a ordenação
de elementos numa série.

Classificação dos numerais

Os numerais são classificados em cinco tipos, a saber:

 Cardinais
 Ordinais
 Fracionários
 Multiplicativos
 Coletivos

Cardinais

Os numerais cardinais indicam a quantidade de seres ou coisas.

Os números cardinais são os tipos de numerais mais utilizados (um, dois, três, quatro, cinco...),
os quais fazem parte das classes de palavras variáveis denominada Numeral.

Dizemos que essa classe de palavras é variável, na medida que os termos se flexionam em
gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural).

No caso dos cardinais, diversos números variam em gênero, por exemplo: um, uma; dois, duas;
duzentos, duzentas; trezentos, trezentas; dentre outros.

Em relação ao número (singular e plural) os cardinais podem variar em grandes quantidades, por
exemplo: milhão, milhões; bilhão, bilhões, trilhão, trilhões, dentre outros.

Ademais, dependendo de sua função na frase, os numerais podem ter valor de adjetivo, por
exemplo: Ele é o primeiro em tudo; Ele é número um em todas as matérias.

Tabela dos Números Cardinais

Número Nomenclatura
1 Um/Uma
2 Dois/Duas
3 Três
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4 Quatro
5 Cinco
6 Seis
7 Sete
8 Oito
9 Nove
10 Dez
11 Onze
12 Doze
13 Treze
14 Catorze ou Quatorze
15 Quinze
16 Dezesseis
17 Dezessete
18 Dezoito
19 Dezenove
20 Vinte
21 Vinte e um
30 Trinta
40 Quarenta
50 Cinquenta
60 Sessenta
70 Setenta
80 Oitenta
90 Noventa
100 Cem
101 Cento e um
200 Duzentos
300 Trezentos
400 Quatrocentos
500 Quinhentos
600 Seiscentos
700 Setecentos
800 Oitocentos
900 Novecentos
1000 Mil
2000 Dois mil
3000 Três mil
4000 Quatro Mil
5000 Cinco Mil
6000 Seis Mil
7000 Sete mil
8000 Oito mil
9000 Nove mil
10.000 Dez mil
1.000.000 Um Milhão
1.000.000.000 Um Bilhão ou Bilião
1.000.000.000.000 Um Trilhão ou Trilião
1.000.000.000.000.000 Um Quatrilhão ou Quatrilião
1.000.000.000.000.000.000 Um Quintilhão ou Quintilião
1.000.000.000.000.000.000.000 Um Sextilhão ou Sextilião

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1.000.000.000.000.000.000.000.000 Um Septilhão ou Septilião
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Um Octilhão ou Octilião
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Um Nonilhão ou Nonilião
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Um Decilhão ou Decilião

Ordinais

Os numerais ordinais indicam o número de ordem, posição ou lugar ocupado em uma série.
Indica ordem de uma sequência, ou seja, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de
seres, coisas ou objetos (primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto…).

Importante destacar que alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. São palavras que
variam em gênero (masculino-feminino) e número (singular e plural), por exemplo: primeiro-
primeira, primeiros-primeiras; terceiro-terceira, terceiros-terceiras, etc.

Lista de Números Ordinais

Número Nomenclatura
1.º Primeiro
2.º Segundo
3.º Terceiro
4.º Quarto
5.º Quinto
6.º Sexto
7.º Sétimo
8.º Oitavo
9.º Nono
10.º Décimo
11.º Décimo primeiro ou undécimo
12.º Décimo segundo ou duodécimo
13.º Décimo terceiro
14.º Décimo quarto
15.º Décimo quinto
16.º Décimo sexto
17.º Décimo sétimo
18.º Décimo oitavo
19.º Décimo nono
20.º Vigésimo
21.º Vvigésimo primeiro
22.º Vigésimo segundo
23.º Vigésimo terceiro
24.º Vigésimo quarto
25.º Vigésimo quinto
26.º Vigésimo sexto
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27.º Vigésimo sétimo
28.º Vigésimo oitavo
29.º Vigésimo nono
30.º Trigésimo
40.º Quadragésimo
50.º Quinquagésimo
60.º Sexagésimo
70.º Septuagésimo ou setuagésimo
80.º Octogésimo
90.º Nonagésimo
100.º Centésimo
200.º Ducentésimo
300.º Trecentésimo ou tricentésimo
400.º Quadringentésimo
500.º Quingentésimo
600.º Sexcentésimo ou seiscentésimo
700.º Septingentésimo ou setingentésimo
800.º Octingentésimo ou octogentésimo
900.º Noningentésimo ou nongentésimo
1000.º Milésimo
10.000.º Décimo milésimo
100.000.º Centésimo milésimo
1.000.000 Milionésimo
1.000.000.000 Bilionésimo
1.000.000.000.000 Trilionésimo
1.000.000.000.000.000 Quatrilionésimo
1.000.000.000.000.000.000 Quintilionésimo
1.000.000.000.000.000.000.000 Sextilionésimo
1.000.000.000.000.000.000.000.000 Septilionésimo
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Octilionésimo
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Nonilionésimo
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Decilionésimo

Nomenclatura dos Números Ordinais

Os números ordinais acompanham os símbolos ‘º’ (masculino) ou ‘ª’ (feminino), os quais indicam
a forma abreviada dos termos, por exemplo: 2º ou 2ª (lê-se segunda ou segunda).

Muitas vezes, as abreviações de gênero podem ser expressas com um “tracinho” abaixo da letra,
por exemplo: 1º ou 1ª (lê-se primeiro ou primeira).

Além disso, a norma culta admite duas formas de escrita 1º/1ª ou 1.º/1.ª, com o ponto após o
número.

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Exemplos de Números Ordinais

Para compreender melhor a nomenclatura dos números ordinais, segue abaixo alguns exemplos:

 73º: septuagésimo terceiro


 98º: nonagésimo oitavo
 114º: centésimo décimo quarto
 132º: centésimo trigésimo segundo
 240º: ducentésimo quadragésimo
 299º: ducentésimo nonagésimo nono
 362º: trecentésimo sexagésimo segundo
 410º: quadringentésimo décimo
 557º: quingentésimo quinquagésimo sétimo
 655º: sexcentésimo quinquagésimo quinto
 711º: septingentésimo décimo primeiro
 863º: octingentésimo sexagésimo terceiro
 989º: nongentésimo octogésimo nono
 1.734.º: milésimo septingentésimo trigésimo quarto
 2.145.º: dois milésimos centésimo quadragésimo quinto

Multiplicativos

Os numerais multiplicativos se referem ao número de vezes que uma determinada quantidade foi
multiplicada, indicando um aumento proporcional dessa mesma quantidade:

Exemplos:

 Joana tem o dobro da idade de Maria.


 Inflação subiu o triplo este ano.
 Calcule o quádruplo da área do quadrado.

Tabela dos numerais multiplicativos

2x dobro, duplo, dúplex, dúplice


3x triplo, tríplice
4x quádruplo
5x quíntuplo
6x sêxtuplo
7x sétuplo

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8x óctuplo
9x nônuplo
10x décuplo
11x undécuplo
12x duodécuplo
100x cêntuplo

A partir do número 13, até o número 99, os numerais multiplicativos são indicados como número
ordinal seguido da palavra "vezes":

Exemplos:

 13x - treze vezes


 14x - quatorze vezes
 15x - quinze vezes

Flexões dos numerais multiplicativos

O numeral é uma classe de palavras variáveis em gênero e número. No entanto, os numerais


multiplicativos somente são variáveis em número (singular e plural) e gênero (feminino e
masculino) quando exercem a função de adjetivos.

Com a função de substantivo, os numerais multiplicativos são invariáveis.

Exemplo de numeral multiplicativo com a função substantiva:

 Os empresários se esforçaram o triplo para conseguirem o prêmio.


 "A vida é um cêntuplo magnífico de seres humanos que formam a caridade da
humanidade." (Anderson Carmona)
 Nas férias, teve tempo para brincar o dobro do que costumava brincar.
 Quanto é o óctuplo de cinco?

Exemplo de numeral multiplicativo com a função adjetiva:

 Armando desempenhou um duplo papel na peça de teatro.


 Margarida teve que realizar uma dupla tarefa no trabalho.
 Admirado, o casal recebeu a notícia que seriam pais de quíntuplos.
 As famosas quíntuplas nasceram nos EUA em 2015.

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Numerais fracionários

Os numerais fracionários se referem ao fracionamento de uma unidade, de um todo, indicando


assim suas frações, divisões e partes.

Os numerais fracionários são flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e


plural) conforme o numeral cardinal que os antecedem.

Exemplos de numerais fracionários

 Um quarto;
 Três quartos;
 Uma quarta parte;
 Três quartas partes.

Lista de numerais fracionários

2 meio ou metade
3 terço
4 quarto
5 quinto
6 sexto
7 sétimo
8 oitavo
9 nono
10 décimo
11 undécimo ou onze avos
12 duodécimo ou doze avos
13 treze avos
14 catorze avos
15 quinze avos
16 dezesseis avos
17 dezessete avos
18 dezoito avos
19 dezenove avos
20 vigésimo ou vinte avos
21 vinte e um avos
30 trigésimo ou trinta avos
40 quadragésimo ou quarenta avos
50 quinquagésimo ou cinquenta avos
60 sexagésimo ou sessenta avos
70 septuagésimo ou setenta avos
80 octogésimo ou oitenta avos
90 nonagésimo ou noventa avos
100 centésimo
101 cento e um avos

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200 ducentésimo ou duzentos avos
300 trecentésimo ou trezentos avos
400 quadringentésimo ou quatrocentos avos
500 quingentésimo ou quinhentos avos
600 sexcentésimo ou seiscentésimo ou seiscentos avos
700 septingentésimo ou setecentos avos
800 octingentésimo ou oitocentos avos
900 nongentésimo ou novecentos avos
1000 milésimo ou mil avos
1001 mil e um avos
10 000 décimo milésimo ou dez mil avos
100 000 centésimo milésimo ou cem mil avos
1 000 000 milionésimo
1 000 000 000 bilionésimo
1 000 000 000 000 trilionésimo

Leitura de numerais fracionários

 2/15 = Dois quinze avos.


 21/35 = Vinte e um trinta e cinco avos.
 100/631 = Cem seiscentos e trinta e um avos.
 5/1000 = Cinco milésimos.

Emprego de numerais fracionários

Embora sejam maioritariamente utilizados na matemática, também se verifica sua utilização na


área administrativa e financeira, bem como em linguagem corrente.

Exemplos de uso de numerais fracionários

 Já percorremos um terço do caminho.


 Os convidados já comeram meio bolo.
 Falta pagar o último duodécimo.

Curiosidade

A palavra avo é um substantivo masculino e, quando justaposta ao denominador de uma fração,


indica a quantidade de vezes em que a unidade é dividida em partes iguais. É uma palavra usada
apenas nos denominadores maiores que dez.

Coletivos

Os numerais coletivos são aqueles que fazem referência a um número exato de um conjunto de
dias, meses, ano, quantidade, dentre outros.
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Os numerais coletivos são flexionados em número (singular e plural), não variando em gênero
(feminino e masculino).

Exemplos de numerais coletivos

 Uma dúzia.
 Quatro dúzias.
 Uma novena.
 Nove novenas.

Exemplos de uso de numerais coletivos

 Minha avó precisa de duas dúzias de ovos para fazer o pudim.


 Já não o vejo há mais de uma década.
 Apenas falta um semestre para meu filho se formar.
 O poema é formado por vários dísticos.

Lista de numerais coletivos

Numerais coletivos referentes a dias

 Bíduo - conjunto de dois dias;


 Tríduo - conjunto de três dias;
 Quatríduo - conjunto de quatro dias;
 Semana - conjunto de sete dias;
 Novena - conjunto de nove dias;
 Decêndio - conjunto de dez dias;
 Trezena - conjunto de treze dias;
 Quinzena - conjunto de quinze dias;
 Mês - 28, 29, 30 ou 31 dias;
 Quarentena - conjunto de quarenta dias.

Numerais coletivos referentes a meses

 Bimestre - conjunto de dois meses;


 Trimestre - conjunto de três meses;
 Quadrimestre - conjunto de quatro meses;
 Semestre - conjunto de seis meses;
 Ano - conjunto de doze meses.

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Numerais coletivos referentes a anos

 Biênio - conjunto de dois anos;


 Triênio - conjunto de três anos;
 Quadriênio - conjunto de quatro anos;
 Quinquênio ou lustro - conjunto de cinco anos;
 Sexênio - conjunto de seis anos;
 Septênio ou setênio - conjunto de sete anos;
 Década ou decênio - conjunto de dez anos;
 Vintênio - conjunto de vinte anos;
 Século, centenário ou centúria - conjunto de cem anos;
 Sesquicentenário - 150 anos
 Milênio - conjunto de mil anos.

Numerais coletivos referentes a quantidades

 Par - conjunto de duas unidades;


 Trinca - conjunto de três unidades;
 Quina - conjunto de cinco unidades;
 Dezena - conjunto de dez unidades;
 Dúzia - conjunto de doze unidades;
 Vintena - conjunto de vinte unidades;
 Quarteirão - conjunto de vinte e cinco unidades;
 Centena ou cento - conjunto de cem unidades;
 Grosa - conjunto de cento e quarenta e quatro unidades;
 Milhar ou milheiro - conjunto de mil unidades.
 Dupla - 2 pessoas ou coisas
 Trio - 3 pessoas ou coisas

Numerais coletivos referentes a versos

 Monóstico - conjunto de um verso;


 Dístico - conjunto de dois versos
 Terceto - conjunto de três versos
 Quadra ou quarteto - conjunto de quatro versos;
 Quintilha - conjunto de cinco versos;
 Sextilha - conjunto de seis versos
 Setilha ou seteto - conjunto de sete versos;
 Oitava - conjunto de oito versos;
 Nona - conjunto de nove versos;
 Décima - conjunto de dez versos.

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Numerais coletivos referentes a pesos e medidas

 Arroba - aproximadamente 15 kg (kg = quilograma)


 Resma - 500 folhas de papel do mesmo formato
 Tonelada (t) - 1.000 Kg
 Quilômetro (km) - 1.000 metros
 Milha terrestre (mi) - 1.609 metros
 Milha náutica ou marítima - 1.852 metros
 Are (a) - 100 metros quadrados
 Hectare (ha) - 100 ares ou dez mil metros quadrados
 Alqueire - 2,42 hectares em SP; 4,84 hectares em GO, MG, RJ

Exemplos

Segue abaixo alguns exemplos de variação de número (singular e plural) dos numerais coletivos:

 Dezena e dezenas: Vou doar uma dezena de roupas; Quantas dezenas de batata você
precisa?
 Dúzia e dúzias: Para fazer o bolo, precisamos de uma dúzia de ovos; Eu quero duas
dúzias de ovos, por favor.
 Novena e novenas: A novena começará dia 20 de abril; Desde a Primeira Comunhão,
participei de todas as novenas da igreja.
 Centena e centenas: Necessitamos de uma centena de caixas para a mudança; Centenas
de pessoas se aglomeraram na praça pela manhã.
 Bimestre e bimestres: Suas notas eram as maiores do bimestre. Dois bimestres fiquei de
recuperação em matemática.
 Semana e semanas: Encontrou a amiga na semana seguinte; Duas semanas foram o
suficiente para terminar o curso.

Observação

Na língua portuguesa, um numeral é uma classe de palavras formadas por substantivos que, por
vezes, desempenham o papel de adjetivo, por exemplo:

 Ele é muito dez (indica uma pessoa muito legal);


 Fiz a lasanha com carne de primeira (indica a melhor carne).

Da mesma maneira que os números cardinais, os ordinais são termos que variam em gênero
(feminino e masculino) e número (singular e plural), por exemplo: primeiro, primeira; primeiros,
primeiras.

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Os numerais cardinais admitem a conjunção “e” entre unidades, dezenas e centenas, enquanto
os números ordinais não.

Exemplo:

2145 (dois mil cento e quarenta e cinco), em numeração cardinal; e 2.145.º (dois milésimos
centésimo quadragésimo quinto), em ordinal.

Os numerais podem ser usados com função de substantivo ou como de adjetivos. Por exemplo:

 Os três (adjetivo) alunos da yoga comeram as frutas.


 A mãe mandou duas (adjetivo) marmitas.
 O segundo (substantivo) é mais aventureiro.
 A inflação subiu o dobro (substantivo) no mês passado.

Emprego dos numerais

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se
os ordinais até décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do
substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D.Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII (vinte e três)

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em
diante.

Ordinais Cardinais
Artigo 1.º (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Para designar dias do mês, utilizam-se os cardinais, exceto na indicação do primeiro dia, que é
tradicionalmente feita pelo ordinal: Exemplos:

 Chegamos dia dois de setembro.


 Chegamos dia primeiro de dezembro.

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Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”,
“as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez
referência:

 Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos


agora participam das atividades comunitárias de seu bairro.

A forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação,
artificialismo.

Flexão dos numerais

Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural), outros são invariáveis.

Flexão dos numerais cardinais

Alguns numerais cardinais variam em gênero: um e uma, dois e duas, centenas a partir de duas:
duzentos e duzentas, trezentos e trezentas, quatrocentos e quatrocentas,...

Alguns numerais cardinais variam em número: milhão e milhões, bilhão e bilhões, trilhão e
trilhões.

Os restantes cardinais são invariáveis:

 Vi quatro meninas entrando na loja.


 Vi quatro meninos entrando na loja.
 Estou precisando de vinte folhas.
 Estou precisando de vinte lápis.

Flexão dos numerais ordinais

Os numerais ordinais variam em gênero e número:

 Ele foi o primeiro.


 Ela foi a primeira.
 Eles foram os primeiros.
 Elas foram as primeiras.

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Flexão dos numerais multiplicativos

Os numerais multiplicativos são invariáveis enquanto substantivos, mas variam em gênero e


número enquanto adjetivos:

 Essa nova situação tem o duplo da importância da situação anterior. (substantivo)


 Essa nova situação tem dupla importância em relação à situação anterior. (adjetivo)

Flexão dos numerais fracionários

Os numerais fracionários variam em gênero e número conforme o numeral cardinal que os


antecedem:

 Comi um terço do chocolate.


 Comi dois terços do chocolate.
 Comi uma terça parte do chocolate.
 Comi duas terças partes do chocolate.

Flexão dos numerais coletivos

Os numerais coletivos variam apenas em número:

 Comprei uma dúzia de ovos no supermercado.


 Comprei três dúzias de ovos no supermercado.

Números Romanos

Os números romanos são indicações numéricas utilizadas para indicar séculos, capítulos e
páginas de livros, horas dos relógios, nomes dos papas e reis, dentre outros.

São representados por letras maiúsculas, num total de 7 numerações: I (1), V (5), X (10), L (50),
C (100), D (500), M (1000).

O I corresponde ao número 1, V ao 5, X ao 10, L ao 50, C ao 100, D ao 500 e o M ao mil.

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Tabela dos Números Romanos

Número Número Romano Cálculo


0 não existe
1 I 1
2 II 1+1
3 III 1+1+1
4 IV 5-1
5 V 5
6 VI 5+1
7 VII 5+1+1
8 VIII 5+1+1+1
9 IX 10-1
10 X 10
11 XI 10+1
12 XII 10+1+1
13 XIII 10+1+1+1
14 XIV 10-1+5
15 XV 10+5
16 XVI 10+5+1
17 XVII 10+5+1+1
18 XVIII 10+5+1+1+1
19 XIX 10-1+10
20 XX 10+10
21 XXI 10+10+1
22 XXII 10+10+1+1
23 XXIII 10+10+1+1+1
24 XXIV 10+10-1+5
25 XXV 10+10+5
26 XXVI 10+10+5+1
27 XXVII 10+10+5+1+1
28 XXVIII 10+10+5+1+1+1
29 XXIX 10+10-1+10
30 XXX 10+10+10
31 XXXI 10+10+10+1
32 XXXII 10+10+10+1+1
33 XXXIII 10+10+10+1+1+1
34 XXXIV 10+10+10-1+5
35 XXXV 10+10+10+5
36 XXXVI 10+10+10+5+1
37 XXXVII 10+10+10+5+1+1
38 XXXVIII 10+10+10+5+1+1+1
39 XXXIX 10+10+10-1+10
40 XL 50-10
41 XLI 50-10+1
42 XLII 50-10+1+1
43 XLIII 50-10+1+1+1
44 XLIV 50-10-1+5
45 XLV 50-10+5
46 XLVI 50-10+5+1
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47 XLVII 50-10+5+5+1
48 XLVIII 50-10+5+1+1+1
49 XLIX 50-10-1+10
50 L 50
51 LI 50+1
52 LII 50+1+1
53 LIII 50+1+1+1
54 LIV 50-1+5
55 LV 50+5
56 LVI 50+5+1
57 LVII 50+5+1+1
58 LVIII 50+5+1+1+1
59 LIX 50-1+10
60 LX 50+10
61 LXI 50+10+1
62 LXII 50+10+1+1
63 LXIII 50+10+1+1+1
64 LXIV 50+10-1+5
65 LXV 50+10+5
66 LXVI 50+10+5+1
67 LXVII 50+10+5+1+1
68 LXVIII 50+10+5+1+1+1
69 LXIX 50+10-1+10
70 LXX 50+10+10
71 LXXI 50+10+10+1
72 LXXII 50+10+10+1+1
73 LXXIII 50+10+10+1+1+1
74 LXXIV 50+10+10-1+5
75 LXXV 50+10+10+5
76 LXXVI 50+10+10+5+1
77 LXXVII 50+10+10+5+1+1
78 LXXVIII 50+10+10+5+1+1+1
79 LXXIX 50+10+10-1+5
80 LXXX 50+10+10+10
81 LXXXI 50+10+10+10+1
82 LXXXII 50+10+10+10+1+1
83 LXXXIII 50+10+10+10+1+1+1
84 LXXXIV 50+10+10+10-1+5
85 LXXXV 50+10+10+10+5
86 LXXXVI 50+10+10+10+5+1
87 LXXXVII 50+10+10+10+5+1+1
88 LXXXVIII 50+10+10+10+5+1+1+1
89 LXXXIX 50+10+10+10-1+10
90 XC 100-10
91 XCI 100-10+1
92 XCII 100-10+1+1
93 XCIII 100-10+1+1+1
94 XCIV 100-10-1+5
95 XCV 100-10+5
96 XCVI 100-10+5+1
97 XCVII 100-10+5+1+1

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98 XCVIII 100-10+5+1+1+1
99 XCIX 100-10-1+10
100 C 100
200 CC 100+100
300 CCC 100+100+100
400 CD 500-100
500 D 500
600 DC 500+100
700 DCC 500+100+100
800 DCCC 500+100+100+100
900 CM 1000-100
1000 M 1000
2000 MM 1000+1000

Anos em Algarismos Romanos

Ano Número Romano


1000 M
1100 MC
1200 MCC
1300 MCCC
1400 MCD
1500 MD
1600 MDC
1700 MDCC
1800 MDCCC
1900 MCM
1990 MCMXC
1991 MCMXCI
1992 MCMXCII
1993 MCMXCIII
1994 MCMXCIV
1995 MCMXCV
1996 MCMXCVI
1997 MCMXCVII
1998 MCMXCVIII
1999 MCMXCIX
2000 MM
2001 MMI
2002 MMII
2003 MMIII
2004 MMIV
2005 MMV
2006 MMVI
2007 MMVII
2008 MMVIII
2009 MMIX
2010 MMX
2011 MMXI
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2012 MMXII
2013 MMXIII
2014 MMXIV
2015 MMXV
2016 MMXVI
2017 MMXVII
2018 MMXVIII
2019 MMXIX
2020 MMXX

Séculos em Números Romanos

Século Intervalo de Anos


XI 1001 a 1100
XII 1101 a 1200
XIII 1201 a 1300
XIV 1301 a 1400
XV 1401 a 1500
XVI 1501 a 1600
XVII 1601 a 1700
XVIII 1701 a 1800
XIX 1801 a 1900
XX 1901 a 2000
XXI 2001 a 2100
XXII 2101 a 2200

Regras de utilização dos Números Romanos

 A letra I é utilizada somente antes do V e do X, por exemplo: IV = 4; IX = 9.


 A letra X é utilizada somente antes do L e do C, por exemplo: XL = 40; XC = 90
 A letra C é utilizada somente antes do D e do M, por exemplo, CD = 400; CM = 900
 As letras I, X, C e M são agrupadas somente seguidas por três vezes, por exemplo: III = 3;
XXX = 30.
 Para representar números maiores que 4000 usa-se um traço acima das letras, o que
significa a multiplicação do número por mil, por exemplo, .
 Letras iguais somam-se os valores, por exemplo: II = 2; XX = 20.
 Duas letras diferentes com o menor antes do maior, subtraem-se os seus valores, por
exemplo: IV = 4; IX = 9.
 Duas letras diferentes com o maior antes do menor, somam-se os seus valores, por
exemplo: VI = 6; XI = 11.
 Se entre duas letras quaisquer existe outra menor, o valor desta pertencerá a letra
seguinte a ela, por exemplo: XIX = 19; LIV = 54.

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Curiosidade

Inventados na época da Roma antiga, os números romanos foram criados para facilitar as contas.
Assim, os romanos desenvolveram um sistema de numeração, com as próprias letras do
alfabeto.

Os romanos não conheciam a representação do zero e, por esse motivo, esse sistema de
numeração não possui nenhuma letra que o represente.

Exercícios

01 - Em relação ao numeral "XVIII", é correto afirmar que:

a) é um algarismo arábico equivalente ao cardinal dezessete, lido como ordinal.

b) é um algarismo romano equivalente ao cardinal dezoito, lido como cardinal.

c) é um algarismo romano equivalente ao ordinal dezoito, lido como ordinal.

d) é um algarismo romano equivalente ao ordinal dezessete, lido como cardinal.

e) é um algarismo romano que pode ser equivalente a dois cardinais: dezessete ou dezoito.

02 - Leia os itens quanto ao numeral e aponte a alternativa correta.

(i) Numeral é a palavra que se relaciona ao substantivo, exprimindo indicações numéricas dos
seres.

(ii) As indicações numéricas dos seres referem-se à quantidade, ordem, multiplicação e fração.

(iii) Os numerais cardinais expressam a ordem dos seres em uma série.

(iv) Os numerais multiplicativos expressam aumentos proporcionais de uma quantidade,


multiplicações.

(v) Os numerais fracionários expressam diminuições proporcionais de uma quantidade, divisões


ou frações.

a) Apenas (i), (ii), (iv) e (v) estão corretos.

b) Apenas (i), (iii) e (v) estão corretos.

c) Apenas (ii), (iii), (iv) e (v) estão corretos.

d) Apenas (i), (iii) e (iv) estão corretos.

d) Todos os itens estão corretos.

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03 - Assinale a alternativa onde temos apenas numerais ordinais.

a) Milhão – quinquagésimo - ducentésimo.

b) Oitocentos – cem - treze.

c) Sétimo – quíntuplo - terço.

d) Sétimo – nonagésimo - bilionésimo.

e) Undécuplo - onze avos - nono.

04 - Assinale a alternativa onde temos somente numerais fracionários.

a) Bilionésimo – noventa - quingentésimo.

b) Meio – seiscentésimo - milionésimo.

c) Cêntuplo – décuplo - vinte avos.

d) Duodécuplo - doze avos - milésimo.

e) Sexto – quíntuplo - treze avos.

05 - Assinale o item em que NÃO é correto ler o numeral como vem indicado entre parênteses.

a) Mauro Faustino mora na Casa 32 (trinta e duas) do conjunto União IV.

b) Peguem o livro e abram na página (trezentos e dois).

c) De acordo com o artigo (nove) não haverá resolução frente à problemática.

d) No século VIII (oitavo) muitos morreram misteriosamente.

Respostas

01 02 03 04 05
b a d b a

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Pronome

O pronome é uma classe gramatical variável, ou seja, flexiona-se em gênero e número. Ele tem
a função de relacionar o substantivo a uma das três pessoas do discurso (quem fala, com quem
se fala e de quem se fala), podendo ainda indicar a posse de um objeto ou sua localização.

Quando substituem o substantivo, denominam-se pronome substantivo; quando o acompanham,


pronome adjetivo.

Pronomes substantivos são aqueles que representam os substantivos com o intuito de tornar os
textos mais agradáveis de ler, menos repetitivos.

Exemplos:

 Os pais disseram o que deveria fazer. É o que eles sempre fazem.


 O tempo, que estava instável, não permitiu a realização da atividade.

Pronomes adjetivos são aqueles que modificam os substantivos que acompanham, tal como
fazem os adjetivos. Desta forma, esse tipo de pronome concorda em gênero e número com os
substantivos.

Exemplos:

 Meus pensamentos voam como o vento.


 Por favor, leve estas coisas daqui!

Observação

A classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classificação


específica. Por exemplo:

 Muita gente não me entende. (muita = pronome adjetivo indefinido).


 Trouxe o meu ingresso e o teu. (meu = pronome adjetivo possessivo / teu = pronome
substantivo possessivo).

Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, de


tratamento, indefinidos e relativos. Acompanhe a seguir as características de cada pronome:

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Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais são aqueles que indicam a pessoa do discurso e são classificados em
dois tipos:

 Pronomes Pessoais do Caso Reto: exercem a função de sujeito, por exemplo: Eu gosto
muito da Ana.
 Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo: substituem os substantivos e complementam os
verbos, por exemplo: Está comigo seu caderno.

Pessoas Verbais Pronomes do Caso Reto Pronomes do Caso Oblíquo


1ª pessoa do singular eu me, mim, comigo
2ª pessoa do singular tu, você te, ti, contigo
3ª pessoa do singular ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo
1ª pessoa do plural nós nos, conosco
2ª pessoa do plural vós, vocês vos, convosco
3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo
.

Pronomes Oblíquos Átonos e Tônicos

Conforme a tonicidade, os pronomes oblíquos podem ser átonos ou tônicos.

Os pronomes átonos são assim chamados porque não possuem acentuação própria e se
sujeitam à tonicidade dos verbos. Além disso, eles não são precedidos por preposição.

Exemplos:

 Disse-nos que estava cansado e que por esse motivo não vinha à festa.
 Não te convidei, por isso, saia já daqui!
 Penteei-me.

Os pronomes tônicos, por sua vez, possuem acentuação própria e são usados com preposição.

Exemplos:

 O que disseram para mim eu não digo a mais ninguém.


 Fez conosco o que já tinha feito à outra turma.
 O que fez ela?

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Observação:

Observe que as formas comigo, contigo, conosco e convosco resultam da junção da preposição
"com" e os pronomes mim, ti, nos e vos, respectivamente.

Quando o pronome vem depois da preposição mas antecede um verbo no infinitivo, deve ser
utilizado o pronome do caso reto. Isso porque nesse caso, o pronome está exercendo a função de
sujeito da oração.

Exemplos:

 Essa tarefa é para eu fazer.


 Se é meu, logo é para eu abrir.
 Essa refeição é para tu comeres.

Erro comum: Eu e mim

O emprego do eu e mim também traz confusão, revelando um vício de linguagem muito comum,
onde o pronome oblíquo, incorretamente, começa a conjugar verbos:

 Você entregou a carta pra mim ler. (errado)

Quem lê sou eu, pronome do caso reto que conjuga verbos e que, consequentemente, é o sujeito
da oração. O correto seria:

 Você entregou a carta para eu ler.

Outro exemplo:

 Para mim, será fácil entregar este trabalho.

Aqui o complemento foi aplicado de forma correta, já que quem vai entregar o trabalho sou eu,
pronome que está subentendido e que conjuga o verbo entregar.

Uso do pronome oblíquo átono

1. Os pronomes me, te, nos, vos têm a função de objeto direto ou de objeto indireto.

 Exemplos:
Conhece-nos? (conhecer algo ou alguém, objeto direto)
 Suas palavras me encantam. (encantam a alguém, logo, objeto indireto)

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2. Os pronomes o, a, os, as têm apenas a função de objeto direto.

 Exemplos:
Não a chamei.
 Foi ele quem os convidou.

3. Os pronomes lhe e lhes têm apenas a função de objeto indireto.

 Exemplos:
Atirem-lhe!
Eu disse-lhes.

4. O pronome se tem a função de objeto direto ou de objeto indireto, mas é sempre usado na voz
reflexiva.

 Exemplos:
Penteou-se.
Ela se queimou!

Adaptações fonológicas

Os pronomes o, a, os, as, depois de verbos terminados em -z, -s ou -r são adaptados para as
formas lo, la, los, las. Assim, esses verbos perdem as suas terminações.

Exemplos:

 Fi-lo porque quis. (fiz + o)


 Qui-lo muito, por isso, estou feliz! (quis + o)

Junto de verbos que terminam em som nasal, por sua vez, surgem as formas no, nos, na, nas.

Exemplos:

 Levaram-no para o hospital. (levaram + o)


 Soltem-nas! (soltem + as)

Combinação de pronomes

A combinação de pronomes oblíquos átonos dão origem às seguintes formas, as quais podem ser
vistas em obras literárias:
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 mo, mos, mal mas
 to, tos, ta, tas
 lho, lhos, lha, lhas
 no-lo, no-los, no-la, no-las
 vo-lo, vo-los, vo-la. vo-las

Exemplos:

 “Não te esqueci, eu to juro.” (Gonçalves Dias)


 “”Dobrada à moda do Porto fria? Não é prato que se possa comer frio, mas trouxeram-
mo frio.” (Fernando Pessoa)

Pronome Reflexivo

São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto,
referem-se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo
verbo.

O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:

1ª pessoa do singular (eu): me, mim. Por exemplo:

 Eu não me vanglorio disso.


 Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.

2ª pessoa do singular (tu): te, ti.Por exemplo:

 Assim tu te prejudicas.
 Conhece a ti mesmo.

3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.Por exemplo:

 Guilherme já se preparou.
 Ela deu a si um presente.
 Antônio conversou consigo mesmo.

1ª pessoa do plural (nós): nos.Por exemplo:

 Lavamo-nos no rio.

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2ª pessoa do plural (vós): vos.Por exemplo:

 Vós vos beneficiastes com a esta conquista.

3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. Por exemplo:

 Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

Pessoa Reto Oblíquo átono Oblíquo tônico


1° singular Eu Me Mim, Comigo
2° singular Tu Te Ti, Contigo
3° singular Ele/Ela O, A, Se, Lhe Ele, Ela, Si
1° plural Nós Nos Nós, Conosco
2° plural Vós Vos Vós, Convosco
3° plural Eles/Elas Os, As, Se, Lhes Eles, Elas, Si

Exercícios

01 - Assinalar a alternativa na qual o pronome pessoal está empregado de forma incorreta:

a) Estava aqui porque o mandaram visitar esta firma.

b) Lembrei-lhe de que devia comparecer ao julgamento.

c) Mandamos-lhe a encomenda pelo correio.

d) Por esta vez, perdôo-lhe a ausência.

e) Acuso-o de ambição desmedida.

02 - Assinale a alternativa em que o pronome pessoal está empregado corretamente:

a) Este é um problema para mim resolver.

b) Entre eu e tu não há mais nada.

c) A questão deve ser resolvida por eu e você.

d) Para mim, viajar de avião é um suplício.

e) Quando voltei a si, não sabia onde me encontrava.

03 - Assinale a opção em que o emprego do pronome pessoal não obedece à norma culta da
língua.
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a) A imagem do país para si mesmo é satisfatória.

b) Levou consigo as mágoas da nação.

c) Vim falar consigo sobre as violências recentes.

d) Para mim, violar as leis é inadmissível.

e) Resolvemos discutir as questões para eu não ficar alheio às dificuldades dos fatos.

04 - Indique a alternativa em que há erro gramatical:

a) Não vá sem eu.

b) Ele é contra eu estar aqui.

c) Ele é contra mim, estar aqui é crime.

d) Com eu estar doente, não houve palestra.

e) Não haveria entre mim e ti entendimento possível.

05 - Indique em qual opção o uso do pronome pessoal oblíquo está certo.

a) Esperaram-a durante muito tempo.

b) A esperaram durante muito tempo.

c) Esperaram-lhe durante muito tempo.

d) Esperaram-na durante muito tempo.

Respostas

01 02 03 04 05
b d c a d

Pronome possessivo

Os pronomes possessivos indicam posse às pessoas do discurso.

Eles variam em gênero e número, conforme as pessoas que detém algo e o número de coisas
que elas possuem.

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Os pronomes possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor),
acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Observe o quadro:

Pessoa Pronome Possessivo


1.ª pessoa do singular meu(s), minha(s)
2.ª pessoa do singular teu(s), tua(s)
3.ª pessoa do singular seu(s), sua(s)
1.ª pessoa do plural nosso(s), nossa(s)
2.ª pessoa do plural vosso(s), vossa(s)
3.ª pessoa do plural seu(s), sua(s)

Observações:

1 - O pronome deve concordar com o substantivo mais próximo. Por exemplo:

 Ainda tenho de tratar dos nossos bilhetes e bagagem.

2 - A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da


palavra senhor. Por exemplo:

 Muito obrigado, seu José.


 O seu João está em casa?

Portanto, quando a palavra “seu” antecede o nome de alguém, a sua função não é a de pronome,
neste caso se trata de uma forma reduzida de “senhor”.

3 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como:

a) indicar afetividade. Por exemplo:

 Não faça isso, minha filha.

b) indicar cálculo aproximado. Por exemplo:

 Ele já deve ter seus 40 anos.

c) atribuir valor indefinido ao substantivo. Por exemplo:

 Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.

4 - Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa.


Por exemplo:

 Vossa Excelência trouxe sua mensagem?


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5 - Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo. Por
exemplo:

 Trouxe-me seus livros e anotações.

6 - Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de


possessivo. Por exemplo:

 Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)

Vosso ou Sua em Pronomes de Tratamento

Quando estamos falando com a pessoa que recebe o pronome de tratamento utilizamos "vossa",
no entanto, ao falar com outra pessoa acerca da pessoa que recebe o pronome de tratamento,
devemos utilizar "sua".

Exemplo:

 “O carro que levará Vossa Excelência está pronto”, informou a secretária ao Presidente da
República.
 “O carro que levará Sua Excelência está pronto”, informou o motorista à secretária.

Ambiguidade

Os pronomes possessivos seu(s) e sua(s) geram, muitas vezes, ambiguidade. Para afastar
qualquer dúvida que possa surgir, utilizamos dele(s) e dela(s).

Exemplos:

 A professora informou ao aluno que a sua resposta estava errada e logo fez a correção. (A
resposta da professora ou do aluno?)
 A professora informou ao aluno que a resposta dele estava errada e logo fez a correção. (A
resposta do aluno)
 A professora informou ao aluno que a resposta dela estava errada e logo fez a correção. (A
resposta da professora)
 João já falou com seu supervisor. (Supervisor do João ou da pessoa com quem estamos
falando?)
 João já falou com o supervisor dele. (Supervisor do João)

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Exercícios

01 - Que frase abaixo apresenta pronome(s) possessivo(s)?

a) Aqueles meninos são do morro.

b) Lá que moram meus amigos, meus irmãos.

c) Eu gosto disso.

d) Esse é o morro.

e) Eu também sou bambambã.

02 - Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são pronomes possessivos.

a) Nosso – deste – que.

b) Quem – essa – seu.

c) Nosso – seu – que.

d) Nosso – seu – suas.

03 - Dentre as frases abaixo, marque aquela em que há uso de pronome possessivo:

a) Pegou os processos com ele.

b) Você precisa aprender as novas regras.

c) A mãe chegou ontem de Londrina.

d) O mal foi este: criar os filhos como príncipes.

e) Nossa família veio assim que soube.

04 – Complete as lacunas:

___ deixastes de receber ___ cartas? (O primeiro é um pronome pessoal do caso reto e o
segundo é um pronome possessivo)

a) Tu/Nossas

b) Vós/Nossas

c) Tu/Minhas

d) Tu/Vossas

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e) Nós/Minhas

05 - Marque a frase que apresenta um pronome possessivo:

a) “Mãe! Minha bicicleta estragou!”

b) “Brinca de outra coisa.”

c) “Pode.”

d) “Pronto, tá arrumada!”

Respostas

01 02 03 04 05
b d e b a

Pronome demonstrativo

Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em
relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou
discurso.

No espaço:

 Compro este carro (aqui).

O pronome este indica que o carro está perto da pessoa que fala.

 Compro esse carro (aí).

O pronome esse indica que o carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa
que fala.

 Compro aquele carro (lá).

O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.

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Pessoas Verbais Pronomes Utilizados Localização do Exemplo
Elemento
Primeira Pessoa este, esta, estes, quando o elemento Isto não é meu.
estas, isto está com a pessoa
que fala
Segunda Pessoa esse, essa, esses, quando o elemento Isso não se faz.
essas, isso está com quem se fala
Terceira Pessoa aquele, aquela, quando o elemento Aquilo é muito bonito.
aqueles, aquelas, não está com a
aquilo pessoa que fala e nem
com a pessoa com
quem se fala

Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por meio de correspondência, que é
uma modalidade escrita de fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los pode
causar ambiguidade.

Exemplos:

 Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso


vestibular. (trata-se da universidade destinatária).
 Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no próximo Encontro de
Jovens. (trata-se da universidade que envia a mensagem).

No tempo:

 Este ano está sendo bom para nós. O pronome este refere-se ao ano presente.
 Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse refere-se a um passado próximo.
 Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se referindo a um passado
distante.

Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe:

 Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).


 Invariáveis: isto, isso, aquilo.

Pronomes Demonstrativos
Espaço Tempo Variáveis Invariáveis
Próximo Presente este(s), esta(s) isto
Pouco distante Passado e Futuro próximo esse(s), essa(s) isso
Distante Passado remoto aquele(s), aquela(s) aquilo

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Frequentemente os pronomes demonstrativos se combinam com preposições:

 deste(a), disto (de + este(a), isto)


 desse(a), disso (de + esse(a), isso)
 daquele(a), daquilo (de + aquele(a), aquilo)

Pronomes Demonstrativos Adjetivos e Substantivos

Por vezes, as formas variáveis podem assumir valor de adjetivo ou de substantivo.

Exemplo:

 Estas coisas são minhas. (adjetivo)


 Minhas coisas são estas. (substantivo)

As formas invariáveis nunca assumem valor de adjetivo, apenas de substantivo.

Valor de Demonstrativos

Também podem aparecem como pronomes demonstrativos:

1 - o (s), a (s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s),
aquela(s), aquilo. Por exemplo:

 Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)


 Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)

2 - mesmo (s), mesma (s):

Por exemplo:

 Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.

3 - próprio (s), própria (s):

Por exemplo:

 Os próprios alunos resolveram o problema.

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4 - semelhante (s):

Por exemplo:

 Não compre semelhante livro.

5 - tal, tais:

Por exemplo:

 Tal era a solução para o problema.

Note que:

a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em construções redundantes, com finalidade


expressiva, para salientar algum termo anterior. Por exemplo:

 Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso.


 Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!

b) O pronome demonstrativo neutro o pode representar um termo ou o conteúdo de uma oração


inteira, caso em que aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto. Por
exemplo:

 O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.

c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é comum empregar-se, em tais


casos, o verbo fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de). Por
exemplo:

 Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.

Obs.: Diz-se corretamente:

 Não sei que fazer. Ou: Não sei o que fazer.

Mas:

 Tenho muito que fazer. (E não: Tenho muito o que fazer.)

d) Em frases como a seguinte, este refere-se à pessoa mencionada em último lugar, aquele à
mencionada em primeiro lugar. Por exemplo:

 O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos: aquele casado, solteiro este. [ou
então: este solteiro, aquele casado.]

e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica. Por exemplo:

 A menina foi a tal que ameaçou o professor?

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f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com pronome demonstrativo: àquele,
àquela, deste, desta, disso, nisso, no, etc. Por exemplo:

 Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)

Exercícios

01 - Assinale o item que completa convenientemente as lacunas do trecho:

A maxila e os dentes denotavam a decrepitude do burrinho; _____ , porém, estavam mais gastos
que _____ .

a) esses, aquela

b) estes, aquela

c) estes, esses

d) aqueles, esta

e) estes, esses

02 – Complete as lacunas:

Por favor, passe _____ caneta que está aí perto de você; _____ aqui não serve para _____
desenhar.

a) aquela, esta, mim

b) esta, esta, mim

c) essa, esta, eu

d) essa, essa, mim

e) aquela, essa, eu

03 - Assinale o item em que há erro no emprego do pronome demonstrativo:

a) Paulo, que é isso que você leva?

b) “Amai vossos irmãos”! são essas as verdadeiras palavras de amor.

c) Trinta de dezembro de 1977! Foi significativo para mim esse dia.

d) Pedro, esse livro que está com José é meu.

e) Não estou de acordo com aquelas palavras que José pronunciou.


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04 - Marque a alternativa em que a frase está com o emprego incorreto dos pronomes
demonstrativos.

a) Esse é o passaporte do futuro: educação, ciência e tecnologia.

b) Com esta vitória em Vancouver, Pedro soma seu décimo título em corridas de cavalo.

c) Http, o que é isso mesmo?

d) O transporte público é acessível? Qual é o mais vantajoso? São estas perguntas que...

05 - Com relação ao uso dos pronomes demonstrativos aquele, aquela e aquilo.

Aquele é usada para indicar:

a) Pessoa com quem se fala.

b) Objeto a quem se refere.

c) Pessoa distante dos interlocutores.

d) Pessoa próxima de um dos interlocutores.

e) Objeto próximo de um dos interlocutores.

Respostas

01 02 03 04 05
b c c c c

Pronomes interrogativos

São aqueles que iniciam perguntas diretas ou indiretas. Há os variáveis e os invariáveis. São
eles: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas.

Classificação Pronomes Interrogativos Exemplos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, Quanto custa a entrada?
quanta, quantas. Quais colares você vai levar?
Invariáveis quem, que. Quem estava com Mariana na festa?
Que teria acontecido com Lavínia?

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Exemplos de orações interrogativas diretas:

 Que dia é hoje?


 Quem fez esse bolo?
 Qual dos dois é mais bonito?
 Quanto custa a entrada para o cinema?

Exemplos de orações interrogativas indiretas:

 Perguntei que dia é hoje.


 Queria saber quem fez esse bolo.
 Diga, na sua opinião, qual dos dois é mais bonito.
 Informe quanto custa a entrada para o cinema.

Os pronomes interrogativos que e quem são invariáveis. Já o pronome qual flexiona-se em


número (quais) e o pronome quanto flexiona em gênero (quanto, quanta, quantos, quantas).

Emprego do pronome interrogativo

Pronome interrogativo que

1. O pronome interrogativo que pode ser um pronome substantivo quando tem o sentido de "que
coisa".

Exemplos:

 Que foi aquilo?


 Que teria acontecido?
 Não sei que disse a aluna à professora.

2. O pronome interrogativo que pode ser um pronome adjetivo, quando tem o sentido de "que
espécie de".

Exemplos:

 Que vendaval passou por aqui?


 Que sentimento é esse?
 Não sei que pessoa era capaz de fazer isso.

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Pronome interrogativo quem

1. O pronome interrogativo quem pode ser um pronome substantivo.

Exemplos:

 Quem será aquele cantor?


 Não ignore quem te sustentou.
 Perguntei quem era o responsável por aquela confusão.

2. O pronome interrogativo quem pode ser empregado como predicativo do sujeito (de um sujeito
que esteja no plural) em orações que contenham o verbo ser.

Exemplo:

 Quem sois?
 Quem eram os visitantes?
 Você sabe quem são os visitantes?

Pronome interrogativo qual

O pronome interrogativo qual geralmente é usado como pronome adjetivo.

Exemplos:

 Qual a razão desse comportamento?


 Qual é o objetivo da fofoca?
 Diga-me qual desses alunos falou com você.

Pronome interrogativo quanto

O pronome interrogativo quanto pode ser tanto um pronome substantivo como um pronome
adjetivo.

Exemplos:

 Quantos são vocês?


 Quantos anos fez?
 Verifique quantas caixas serão necessárias para a mudança.

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Emprego exclamativo dos pronomes interrogativos

Os pronomes interrogativos também podem ser usados em orações exclamativas.

Exemplos:

 Que alegria!
 Quem diria!
 Quanta formosura!

Exercícios

01 - O que é pronome interrogativo na frase:

a) Os que chegaram atrasados farão a prova?

b) Se não precisas de nós, que vieste fazer aqui?

c) Quem pode afiançar que seja ele o criminoso?

d) Teria sido o livro que me prometeste?

e) Conseguirias tudo que desejas?

02 - Assinale a alternativa em que o emprego do pronome demonstrativo está incorreto.

a) Esta empresa “Cosméticos Vida” agradece a essa loja a preferência dada e cumprimenta-a
pelo novo ponto comercial. Atenciosamente, Diretor de Vendas.

b) De acordo com o que foi solicitado pelo Gerente desta cadeia de lojas, esta empresa
antecipará a entrega do material para o Natal, Atenciosamente, Diretor de Vendas.

c) “Laços de Família” e “Por Amor” apresentam a personagem Helena. Nessa, a personagem foi
vivida por Regina Duarte; naquela, por Vera Fischer.

d) Essa seção solicitou que fossem enviados, com urgência, dois funcionários, até o último dia
deste mês. Concedido. Gerente administrativo.

Respostas

01 02
b b

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Pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento são usados para se dirigir às pessoas com quem se fala (2.ª
pessoa). Eles representam as formas educadas, de acordo com a idade ou cargo ocupados, e
assumem o papel de pronomes pessoais.

Você (v.) é um pronome de tratamento que é, todavia, utilizado em situações informais.

Exemplo:

 Você deveria mudar essa roupa para ir à festa.

Lista dos Pronomes de Tratamento

Pronomes de Tratamento Abreviações Emprego


Você V./VV Único pronome de tratamento
utilizado em situações
informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Sr, Sr.ª (singular) e Srs., Srª.s. Tratamento formal e
(plural) respeitoso usado para
pessoas mais velhas.
Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs Usados para pessoas com alta
autoridade, como por exemplo:
Presidente da República,
Senadores, Deputados,
Embaixadores.
Vossa Magnificência V. Mag.ª/V. Mag.ªs Usados para os reitores das
Universidades.
Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs Empregado nas
correspondências e textos
escritos.
Vossa Majestade VM/VVMM Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza V.A.(singular) e V.V.A. A. (plural) Utilizado para príncipes,
princesas, duques.
Vossa Santidade V.S. Utilizado para o Papa
Vossa Eminência V. Ex.ª/V. Em.ªs Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima V. Rev.m.ª/V. Rev.m.ªs Utilizado para sacerdotes e
religiosos em geral.

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Regras de Emprego dos Pronomes de Tratamento

a) Vossa Excelência X Sua Excelência:

Os pronomes de tratamento que possuem "Vossa (s)" são empregados em relação à


pessoa com quem falamos. Por exemplo:

 Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa. Por exemplo:

 Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da


República, agiu com propriedade.

Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos
interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos
endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo que
ocupa.

b) 3ª pessoa:

Embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos
empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa. Por exemplo:

 Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para
que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
 Você precisa de ajuda?
 Agradeço que Vossa Senhoria analise o assunto assim que possível.

c) Uniformidade de Tratamento:

Quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a
pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar
alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, verbo na
terceira pessoa. Por exemplo:

 Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)


 Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)

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 Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

Exercícios

01 - Numa das frases, está usado indevidamente um pronome de tratamento. Assinale-a:

a) Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa Magnificência.

b) Sua Excelência, o Senhor Ministro, não compareceu à reunião.

c) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que conclua a sua oração.

d) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade.

e) Procurei o chefe da repartição, mas Sua Senhoria se recusou a ouvir as minhas explicações.

02 - Assinale o tratamento dado ao reitor de uma Universidade:

a) Vossa Senhoria

b) Vossa Santidade

c) Vossa Excelência

d) Vossa Magnificência

e) Vossa Paternidade

03 - O pronome de tratamento que melhor completa a oração abaixo é:

__________________, cardeal Dom Sérgio da Rocha, acompanhará o Papa em sua visita ao


Brasil.

a) Vossa Excelência Reverendíssima.

b) Vossa Santidade.

c) Vossa Eminência.

d) Vossa Magnificência.

04 - Os pronomes de tratamento estão empregados corretamente em:

a) Espera-se que, no Brasil, Sua Santidade, o Papa Francisco, seja recebido, com o devido
respeito, pelos jovens.

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b) O advogado assim se pronunciou perante o juiz: - Peço a Vossa Senhoria que ouça o
depoimento desta nova testemunha.

c) Senhor Chefe do Departamento de Pessoal, dirijo-me a Vossa Excelência, para solicitar o


abono de minhas faltas.

d) Vossa Majestade, a princesa da Inglaterra, foi homenageada por ocasião do seu aniversário.

e) Refiro-me ao Ilustríssimo Senhor, Cardeal de Brasília, ao enviar-lhe as notícias do Conclave.

05 - Vossa Eminência é o pronome de tratamento utilizado para:

a) Príncipes.

b) Imperadores

c) Cardeais.

d) Reitores de universidades.

Respostas

01 02 03 04 05
d d c a c

Pronome Indefinido

São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso)
ou expressando quantidade indeterminada. Por exemplo:

 Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.

Não é difícil perceber que "alguém" indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa,
portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que
seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer revelar.

Classificam-se em pronomes indefinidos substantivos e pronomes indefinidos adjetivos.

Pronomes Indefinidos Substantivos

Assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.

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São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. Por
exemplo:

 Algo o incomoda?
 Quem avisa amigo é.

Pronomes Indefinidos Adjetivos

Qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada.

São eles: cada, certo(s), certa(s). Por exemplo:

 Cada povo tem seus costumes.


 Certas pessoas exercem várias profissões.

Observação:

Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:

algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s),
nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual,
que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários,
várias.

Por exemplo:

 Poucos vieram para o passeio.


 Poucos alunos vieram para o passeio.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe a tabela


abaixo:

Classificação Pronomes Indefinidos Exemplos


Variáveis algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, Nenhum vestido serviu na
nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, Antônia.
muita, muitos, muitas, pouco, pouca, Outras viagens virão.
poucos, poucas, todo, toda, todos, todas,
outro, outra, outros, outras, certo, certa,
certos, certas, vário, vária, vários, várias,
tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta,
quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual,
quais, um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, Alguém deve me explicar a
outrem, algo, cada. matéria.
Cada pessoa deve escolher
seu caminho.
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Além dos constantes na tabela, também há locuções pronominais que têm o mesmo valor que
pronomes indefinidos.

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que),
quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal
ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.

Exemplo:

Cada um escolheu o vinho desejado.

Exercícios

01 - Identifique a oração em que a palavra “certo” é pronome indefinido:

a) Certo perdeste o juízo.

b) Certo rapaz te procurou.

c) Escolheste o rapaz certo.

d) Marque o conceito certo.

e) Não deixe o certo pelo errado.

02 - Encontramos pronome indefinido em:

a) "Muitas horas depois, ela ainda permanecia esperando o resultado."

b) "Foram amargos aqueles minutos, desde que resolveu abandoná-las."

c) "A nós, provavelmente, enganariam, pois nossa participação foi ativa."

d) "Havia necessidade de que tais ideias ficassem sepultadas."

e) "Sabíamos o que você deveria dizer-lhe ao chegar da festa."

03 - Aponte a opção em que muito é pronome indefinido:

a) O soldado amarelo falava muito bem.

b) Havia muito bichinho ruim.

c) Fabiano era muito desconfiado.

d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão.

e) Muito eficiente era o soldado amarelo.


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Respostas

01 02 03
b a b

Pronomes relativos

Pronomes relativos são os que se relacionam com um termo anterior. Por isso, ao mesmo tempo
que desempenham o papel de pronomes, também exercem a função de conectivos.

São eles: que, quem, quando, como, onde e suas variáveis.

Exemplo:

 Essa é a lista dos documentos. Os documentos foram destruídos.


 Essa é a lista dos documentos que foram destruídos.

Nesse exemplo, o pronome que é relativo aos documentos, o que quer dizer que a oração “que
foram destruídos” é uma oração subordinada.

Dentre os pronomes relativos, o pronome que é, sem dúvida, o mais utilizado. É por esse motivo
que ele é conhecido como “pronome relativo universal”.

Classificação Pronomes Relativos Exemplos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as Iremos quantas vezes forem
quais, cujo, cuja, cujos, cujas, necessárias.
quanto, quanta, quantos, São plantas cuja raiz é muito
quantas. profunda.

Invariáveis quem, que, onde. Daniel visitou o local onde


nasceu seu avô.
Tive as férias que sonhava.

Os pronomes relativos Introduzem as orações subordinadas adjetivas. Por exemplo:

 O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.

(que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada. Diz-
se que a palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo "que".

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Os pronomes relativos "que" e "qual" podem ser antecedidos pelos pronomes demonstrativos
"o", "a", "os", "as" (quando esses equivalerem a "isto", "isso", "aquele(s)", "aquela(s)",
"aquilo".). Por exemplo:

 Não sei o que você está querendo dizer.

Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso. Por exemplo:

 Quem casa, quer casa.

a) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo
universal. Pode ser substituído por "o qual", "a qual", "os quais", "as quais" quando seu
antecedente for um substantivo. Por exemplo:

 O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)


 A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
 Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
 As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são
utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter
várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou
coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições. Por exemplo:

 Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O
uso de "que" neste caso geraria ambiguidade.)
 Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar
"que" depois de "sobre".)

c) O relativo "que" às vezes equivale a "o que", "coisa que" e se refere a uma oração. Por
exemplo:

 Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.

Obs.: os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência
verbal dos verbos da oração. Por exemplo:

 Havia condições com que não concordávamos. (concordar com)


 Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)

d) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a
"do qual", "da qual", "dos quais", "das quais". Por exemplo:

 Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.

(antecedente) (consequente)

e) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou
variações) e tudo: Por exemplo:

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 Emprestei tantos quantos foram necessários.

(antecedente)

 Ele fez tudo quanto havia falado.

(antecedente)

f) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição. Por exemplo:

 É um professor a quem muito devemos.

(preposição)

g) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na
indicação de lugar. Por exemplo:

 A casa onde morava foi assaltada.

h) Na indicação de tempo, deve-se empregar "quando" ou "em que". Por exemplo:

 Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

- como (= pelo qual)

Por exemplo:

 Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

- quando (= em que)

Por exemplo:

 Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase. Por exemplo:

 O futebol é um esporte.
 O povo gosta muito deste esporte.
 O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo "que". Por
exemplo:

 A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

Exemplos

1. que, o qual, os quais, a qual, as quais:

 E você era a princesa que eu fiz coroar. (Chico Buarque)


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 Os temas sobre os quais falamos são bastante complexos.
 A Carta de Caminha, a qual inaugura a literatura no Brasil, foi redigida no dia 1º de maio de
1500.

2. quem, cujo, cujos, cuja, cujas

 Ela era minha professora, a quem admirei ao longo do meu percurso.


 O funcionário, cujo currículo desconheço, foi promovido.
 Os trabalhos, cujas interpretações não tenham sido feitas, serão prejudicados.

3. quando, quanto, quantos, quantas

 É a hora quando eu consigo parar para pensar.


 Comeu tudo quanto tinha vontade.
 Farei tantas exigências quantas forem necessárias.

4. como

 Não gosto da forma como ele ensina.

5. onde

 O lugar é ali onde eu informei.

Exercícios

01 - Assinale o item em que não aparece pronome relativo:

a) O que queres não está aqui.

b) Temos que estudar mais.

c) A estrada por que passei é estreita.

d) A prova que faço não é difícil.

e) A festa a que assisti foi ótima.

02 - Complete as lacunas abaixo:

A desigualdade jurídica do feudalismo_____ alude o autor se faz presente ainda hoje nos
países_____ terras existe visível descompasso entre a riqueza e a pobreza.

Tendo em vista o emprego dos pronomes relativos, completam-se corretamente as lacunas da


sentença acima com:

a) a qual / cujas

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b) a que / em cujas

c) à qual / em cuja as

d) o qual / por cujas

e) ao qual / cuja as

03 - Assinale a alternativa em que a palavra onde funciona como pronome relativo:

a) Não sei onde eles estão.

b) "Onde estás que não respondes?"

c) A instituição onde estudo é a UEPG.

d) Ele me deixou onde está a catedral.

e) Pergunto onde ele conheceu esta teoria.

Respostas

01 02 03
b b c

Verbo

O verbo é a classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da
natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjugação é feita mediante as variações
de pessoa, número, tempo, modo, voz e aspeto.

Estrutura do Verbo

O verbo é formado por três elementos:

1. Radical

O radical é a base. Nele está expresso o significado do verbo.

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Exemplos: DISSERT- (dissert-ar), ESCLAREC- (esclarec-er), CONTRIBU- (contribu-ir).

2. Vogal Temática

A vogal temática se une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os verbos. O
resultado dessa união chama-se tema.

Assim, tema = radical + vogal temática.

Exemplos: DISSERTA- (disserta-r), ESCLARECE- (esclarece-r), CONTRIBUI- (contribui-r).

Assim sendo, o tema é a união do radical com a vogal temática, por exemplo: estuda,
onde estud– é o radical e o –a é a vogal temática.

Lembre-se que o radical é um elemento mórfico que contém o significado básico das palavras.

Exemplo:

Ferr– radical de ferro, ferragem, ferrugem, etc.

A vogal temática indica a qual conjugação o verbo pertence:

1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A: argumentar, dançar, sambar.
2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter, supor.
3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.

Classificação da vogal temática

A vogal temática pode ser verbal ou nominal.

Verbal: de acordo com as conjugações verbais, temos três tipos de vogais temáticas.

 1ª conjugação é o “a”, por exemplo: andar, amar, falar.


 2ª conjugação é o “e”, por exemplo: vender, comer, ter.
 3ª conjugação é o “i”, por exemplo, sair, partir, dormir.

Obs: há exceções que são chamadas de formas atemáticas. Nos verbos essas formas ocorrem
no presente do subjuntivo, por exemplo:

 1ª conjugação: cante – cant/e


 2ª conjugação: venda – vend/a
 3ª conjugação: parta – part/a

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Nominal: presente nos nomes substantivos, elas são classificadas em três tipos:

 A vogal “a”: substantivos terminados em “a”, por exemplo, casa, escola e sala.
 A vogal “o”: substantivos terminados em “o”, por exemplo, prato, copo e livro.
 A vogal “e”: substantivos terminados em “e”, por exemplo, controle, sorte e pote.

Obs: as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogal temática, por exemplo:
café, sofá, picolé, cajá, etc. Elas representam as formas “atemáticas”. Assim, as vogais temáticas
nominais estão presentes somente nos nomes átonos.

Vogal de Ligação

Importante não confundir a vogal temática com a chamada vogal de ligação. Essa serve para
auxiliar a pronúncia de algumas palavras da língua, por exemplo: bananeira.

Além da vogal de ligação, há a consoante de ligação e apresenta o mesmo objetivo desta: facilitar
a pronúncia das palavras, por exemplo: chaleira.

3. Desinências

As desinências são os elementos que junto com o radical promovem as conjugações. Elas podem
ser:

Desinências modo-temporais quando indicam os modos e os tempos.

Desinências número-pessoais quando indicam as pessoas.

Exemplos:

 Dissertávamos (va- desinência de tempo pretérito do modo indicativo), (mos- desinência de


1.ª pessoa do plural)
 Esclarecerei (re- desinência de tempo futuro do modo indicativo), (i- desinência de 1.ª
pessoa do singular)
 Contribuamos (a- desinência de modo presente do modo subjuntivo), (mos- desinência de
1.ª pessoa do plural)

As desinências são morfemas que se juntam à parte final das palavras variáveis com o intuito de
assinalar as suas flexões, por isso são também chamadas de morfemas flexionais. As
desinências podem ser nominais ou verbais.

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Desinências Nominais

As desinências nominais indicam gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural)


dos substantivos, dos adjetivos e de alguns pronomes.

Gênero Número
Masculino Feminino Singular Plural
-o -a - -s

Exemplos:

 O aluno atencioso prestou atenção na aula.


 Os alunos atenciosos prestaram atenção nas aulas.
 A aluna atenciosa prestou atenção na aula.
 As alunas atenciosas prestaram atenção nas aulas.

O plural geralmente é indicado pela desinência -s. Algumas palavras terminadas com s, todavia,
formam plural com o acréscimo de -es.

Exemplos: meses, países, portugueses.

Assim, muitas vezes, a ausência do -s indica o singular; é o que chamamos de desinência zero.

Desinências Verbais

As desinências verbais indicam flexões do verbo: número e pessoa, modo e tempo. Desta forma
se dividem em:

 Desinências modo-temporais (DMT) - Quando indicam os modos (indicativo, subjuntivo e


imperativo) e os tempos (presente, passado e futuro).
 Desinências número-pessoais (DNP) - Quando indicam o número (singular e plural) e as
pessoas (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas).

Exemplos:

 Viajo todas as férias. (1.ª pessoa do singular do presente do indicativo)


 Se viajassem. (3.ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo)
 Viajemos para Miami! (1.ª pessoa do plural do imperativo)

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Confira o quadro das desinências dos tempos verbais que dão origem a outros tempos e modos
verbais.

Infinitivo Pessoal
Presente Pretérito Perfeito Futuro do Subjuntivo

Pessoa Singular Plural Singular Plural Singular Plural


1.ª -o -mos -i -mos - -mos
2.ª -s -is (-des) -ste -stes -es -des
3.ª - -m -u -ram - -em

Atenção! Não confunda!

Desinência e vogal temática são diferentes. Enquanto a desinência indica o gênero, a vogal
temática indica a que conjugação o verbo pertence, ao mesmo tempo que o prepara para receber
as desinências que tornam possível a sua conjugação.

Exemplos:

 estuda (a - 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo)


 estudava (a - vogal temática, va - 1.ª ou 3.ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do
indicativo)

Exercícios

01 - Com relação à estrutura das palavras da Língua Portuguesa, assinale a alternativa


INCORRETA:

a) Os morfemas que indicam as flexões das palavras variáveis da língua são chamados de
desinências nominais ou verbais.

b) A vogal ou consoante de ligação é um morfema incapaz de facilitar a emissão do som das


palavras.

c) O radical é um morfema comum às palavras que pertencem ao mesmo campo semântico.

d) O elemento que liga o radical às desinências é chamado de vogal temática.

e) Afixos são morfemas que se colocam antes ou depois do radical, alterando sua significação
básica.

02 - Assinale a alternativa que corresponda ao elemento que contém o significado básico da


palavra:

a) desinência

b) radical
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c) tema

d) afixo

e) consoante de ligação

03 - Marque a alternativa cujas vogais destacadas sejam vogais temáticas verbais da segunda
conjugação:

a) amar, correr, viver.

b) descer, ver, reclamar.

c) acontecer, viver, obedecer.

d) querer, pular, ouvir.

e) pedir, sair, querer.

04 - Assinale a alternativa sem desinência modo-temporal:

a) aplaudias;

b) acordou;

c) faltarás;

d) vendam;

e) cobrasses.

05 - Acerca dos processos de estruturação do vocábulo “ESTUDÁVAMOS” assinale a alternativa

correta.

a) O Tema é ESTUD.

b) Não há desinência número-pessoal.

c) Não há vogal temática explícita.

d) O radical deste enunciado é ESTUDA.

e) A sílaba VA corresponde à desinência modo-temporal.

Respostas

01 02 03 04 05
b b c b e
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Flexões

Para conjugarmos os verbos temos de ter em conta as flexões a seguir.

 Pessoa: 1.ª (eu, nós); 2.ª (tu, vós) e 3.ª (ele, eles).
 Número: Singular (eu, tu, ele) e Plural (nós, vós, eles).
 Tempo: Presente, Pretérito e Futuro.
 Modo: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
 Voz: Voz Ativa, Voz Passiva e Voz Reflexiva.

Modo indicativo

O modo indicativo transmite uma ação certa e real. A pessoa falante apresenta uma posição de
certeza e segurança, exprimindo a ação com precisão.

Exemplos de frases no modo indicativo:

 Ontem eu comprei uma blusa nova.


 Nós estudaremos para a prova a partir de amanhã.
 Meu pai costumava almoçar neste restaurante.

Tempos verbais do modo indicativo

Presente do indicativo

O presente do indicativo indica, principalmente, uma ação que ocorre no exato momento em
que se narra a ação. Indica também uma ação habitual, uma característica do sujeito, um estado
permanente de uma situação ou a verdade científica dos fatos.

Este tempo verbal pode ser usado ainda para indicar uma ação que ocorrerá num futuro próximo
ou enfatizar fatos ocorridos no passado, num relato dos mesmos.

Exemplos de frases com verbos no presente do indicativo

 Minha avó vai no supermercado agora.


 Todos os dias eu como banana com aveia no café da manhã.
 Eu preciso de sua ajuda neste exato momento!

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Terminações do presente do indicativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -o
 (Tu) radical + -as
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -ais
 (Eles) radical + -am

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -o
 (Tu) radical + -es
 (Ele) radical + -e
 (Nós) radical + -emos
 (Vós) radical + -eis
 (Eles) radical + -em

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -o
 (Tu) radical + -es
 (Ele) radical + -e
 (Nós) radical + -imos
 (Vós) radical + -is
 (Eles) radical + -em

Verbos conjugados no presente do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(eu) estudo (eu) trabalho (eu) falo
(tu) estudas (tu) trabalhas (tu) falas
(ele) estuda (ele) trabalha (ele) fala
(nós) estudamos (nós) trabalhamos (nós) falamos
(vós) estudais (vós) trabalhais (vós) falais
(eles) estudam (eles) trabalham (eles) falam

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Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(eu) aprendo (eu) entendo (eu) corro
(tu) aprendes (tu) entendes (tu) corres
(ele) aprende (ele) entende (ele) corre
(nós) aprendemos (nós) entendemos (nós) corremos
(vós) aprendeis (vós) entendeis (vós) correis
(eles) aprendem (eles) entendem (eles) correm

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(eu) parto (eu) divido (eu) cumpro
(tu) partes (tu) divides (tu) cumpres
(ele) parte (ele) divide (ele) cumpre
(nós) partimos (nós) dividimos (nós) cumprimos
(vós) partis (vós) dividis (vós) cumpris
(eles) partem (eles) dividem (eles) cumprem

Pretérito imperfeito do indicativo

O pretérito imperfeito do indicativo se refere a um fato ocorrido no passado, mas que não foi
completamente terminado. Expressando, assim, uma ideia de continuidade e de duração no
tempo.

É usado em lendas e fábulas e confere um caráter mais polido a pedidos e afirmações. Pode ser
utilizado também com sentido de futuro do pretérito para indicar uma ação que seria consequente
de outra que acabou por não acontecer.

Frases com verbos no pretérito imperfeito do indicativo

 Eu fazia patinação artística quando era criança.


 Eu comia um sorvete todos os domingos com minha avó.
 Ele estudava francês e alemão, mas agora só estuda alemão.

Terminações do pretérito imperfeito do indicativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -ava


 (Tu) radical + -avas
 (Ele) radical + -ava

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 (Nós) radical + -ávamos
 (Vós) radical + -áveis
 (Eles) radical + -avam

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -ia


 (Tu) radical + -ias
 (Ele) radical + -ia
 (Nós) radical + -íamos
 (Vós) radical + -íeis
 (Eles) radical + -iam

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -ia


 (Tu) radical + -ias
 (Ele) radical + -ia
 (Nós) radical + -íamos
 (Vós) radical + -íeis
 (Eles) radical + -iam

Verbos conjugados no pretérito imperfeito do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(eu) estudava (eu) trabalhava (eu) falava
(tu) estudavas (tu) trabalhavas (tu) falavas
(ele) estudava (ele) trabalhava (ele) falava
(nós) estudávamos (nós) trabalhávamos (nós) falávamos
(vós) estudáveis (vós) trabalháveis (vós) faláveis
(eles) estudavam (eles) trabalhavam (eles) falavam

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(eu) aprendia (eu) entendia (eu) corria
(tu) aprendias (tu) entendias (tu) corrias
(ele) aprendia (ele) entendia (ele) corria
(nós) aprendíamos (nós) entendíamos (nós) corríamos
(vós) aprendíeis (vós) entendíeis (vós) corríeis
(eles) aprendiam (eles) entendiam (eles) corriam
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Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(eu) partia (eu) dividia (eu) cumpria
(tu) partias (tu) dividias (tu) cumprias
(ele) partia (ele) dividia (ele) cumpria
(nós) partíamos (nós) dividíamos (nós) cumpríamos
(vós) partíeis (vós) dividíeis (vós) cumpríeis
(eles) partiam (eles) dividiam (eles) cumpriam

Pretérito perfeito do indicativo

O pretérito perfeito do indicativo é usado para indicar uma ação que ocorreu num determinado
momento do passado.

Frases com verbos no pretérito perfeito do indicativo

 Eu comprei esta blusa na semana passada.


 Eles esperaram por você durante duas horas.
 Você pediu um cachorro quente?

Terminações do pretérito perfeito do indicativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -ei


 (Tu) radical + -aste
 (Ele) radical + -ou
 (Nós) radical + -amos ou -ámos
 (Vós) radical + -astes
 (Eles) radical + -aram

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -i
 (Tu) radical + -este
 (Ele) radical + -eu
 (Nós) radical + -emos
 (Vós) radical + -estes
 (Eles) radical + -eram

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3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -i
 (Tu) radical + -iste
 (Ele) radical + -iu
 (Nós) radical + -imos
 (Vós) radical + -istes
 (Eles) radical + -iram

Verbos conjugados no pretérito perfeito do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(eu) estudei (eu) trabalhei (eu) falei
(tu) estudaste (tu) trabalhaste (tu) falaste
(ele) estudou (ele) trabalhou (ele) falou
(nós) estudamos (nós) trabalhamos (nós) falamos
(vós) estudastes (vós) trabalhastes (vós) falastes
(eles) estudaram (eles) trabalharam (eles) falaram

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(eu) aprendi (eu) entendi (eu) corri
(tu) aprendeste (tu) entendeste (tu) correste
(ele) aprendeu (ele) entendeu (ele) correu
(nós) aprendemos (nós) entendemos (nós) corremos
(vós) aprendestes (vós) entendestes (vós) correstes
(eles) aprenderam (eles) entenderam (eles) correram

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(eu) parti (eu) dividi (eu) cumpri
(tu) partiste (tu) dividiste (tu) cumpriste
(ele) partiu (ele) dividiu (ele) cumpriu
(nós) partimos (nós) dividimos (nós) cumprimos
(vós) partistes (vós) dividistes (vós) cumpristes
(eles) partiram (eles) dividiram (eles) cumpriram

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Pretérito perfeito composto do indicativo

O pretérito perfeito composto do indicativo é usado para indicar uma ação repetida que tem
ocorrido no passado, prolongando-se até ao presente.

Frases com verbos no pretérito perfeito composto do indicativo

 Eu tenho corrido no calçadão todos os dias de manhã.


 Meu marido tem trabalhado muito ultimamente.
 Nós temos comido muita proteína.

Formação do pretérito perfeito composto do indicativo

O pretérito perfeito composto do indicativo é formado pelo presente do indicativo do verbo ter
mais o particípio do verbo principal.

Pretérito perfeito composto do indicativo:

 (Eu) tenho + particípio do verbo principal


 (Tu) tens + particípio do verbo principal
 (Ele) tem + particípio do verbo principal
 (Nós) temos + particípio do verbo principal
 (Vós) tendes + particípio do verbo principal
 (Eles) têm + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no pretérito perfeito composto do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(eu) tenho estudado (eu) tenho trabalhado
(tu) tens estudado (tu) tens trabalhado
(ele) tem estudado (ele) tem trabalhado
(nós) temos estudado (nós) temos trabalhado
(vós) tendes estudado (vós) tendes trabalhado
(eles) têm estudado (eles) têm trabalhado

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Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(eu) tenho aprendido (eu) tenho entendido
(tu) tens aprendido (tu) tens entendido
(ele) tem aprendido (ele) tem entendido
(nós) temos aprendido (nós) temos entendido
(vós) tendes aprendido (vós) tendes entendido
(eles) têm aprendido (eles) têm entendido

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(eu) tenho partido (eu) tenho dividido
(tu) tens partido (tu) tens dividido
(ele) tem partido (ele) tem dividido
(nós) temos partido (nós) temos dividido
(vós) tendes partido (vós) tendes dividido
(eles) têm partido (eles) têm dividido

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo é usado para indicar uma ação que ocorreu antes
de outra ação passada. Pode indicar também um acontecimento situado de forma incerta no
passado.

Este tempo verbal tem uma utilização muito limitada, sendo maioritariamente utilizado em
exclamações, em linguagem poética ou na sua forma composta.

Frases com verbos no pretérito mais-que-perfeito do indicativo

 Quando notei, a água já transbordara da banheira.


 Com o olhar triste, explicou a todos por que regressara a casa.
 Apenas de noite admitiu que esperara por ele ansiosamente durante todo o dia.
 Quem me dera que isso acontecesse!
 Tomara que eu seja o escolhido!

Terminações do pretérito mais-que-perfeito do indicativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -ara


 (Tu) radical + -aras

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 (Ele) radical + -ara
 (Nós) radical + -áramos
 (Vós) radical + -áreis
 (Eles) radical + -aram

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -era


 (Tu) radical + -eras
 (Ele) radical + -era
 (Nós) radical + -êramos
 (Vós) radical + -êreis
 (Eles) radical + -eram

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -ira


 (Tu) radical + -iras
 (Ele) radical + -ira
 (Nós) radical + -íramos
 (Vós) radical + -íreis
 (Eles) radical + -iram

Verbos conjugados no pretérito mais-que-perfeito do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(eu) estudara (eu) trabalhara (eu) falara
(tu) estudaras (tu) trabalharas (tu) falaras
(ele) estudara (ele) trabalhara (ele) falara
(nós) estudáramos (nós) trabalháramos (nós) faláramos
(vós) estudáreis (vós) trabalháreis (vós) faláreis
(eles) estudaram (eles) trabalharam (eles) falaram

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(eu) aprendera (eu) entendera (eu) correra
(tu) aprenderas (tu) entenderas (tu) correras
(ele) aprendera (ele) entendera (ele) correra
(nós) aprendêramos (nós) entendêramos (nós) corrêramos
(vós) aprendêreis (vós) entendêreis (vós) corrêreis
(eles) aprenderam (eles) entenderam (eles) correram

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Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(eu) partira (eu) dividiria (eu) cumprira
(tu) partiras (tu) dividirias (tu) cumpriras
(ele) partira (ele) dividiria (ele) cumprira
(nós) partíramos (nós) dividiríamos (nós) cumpríramos
(vós) partíreis (vós) dividiríeis (vós) cumpríreis
(eles) partiram (eles) dividiriam (eles) cumpriram

Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo

O pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo é usado para indicar uma ação que
ocorreu antes de outra ação passada. Pode indicar também um acontecimento situado de forma
incerta no passado.

Frases com verbos no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo

 Quando ele chegou, a confusão já tinha passado.


 Nós já tínhamos terminado o trabalho quando o diretor perguntou.
 Eu já tinha dito isso antes.

Formação do pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo

O pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo é formado pelo pretérito imperfeito do


indicativo do verbo ter mais o particípio do verbo principal.

Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo:

 (Eu) tinha + particípio do verbo principal


 (Tu) tinhas + particípio do verbo principal
 (Ele) tinha + particípio do verbo principal
 (Nós) tínhamos + particípio do verbo principal
 (Vós) tínheis + particípio do verbo principal
 (Eles) tinham + particípio do verbo principal

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Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(eu) tinha estudado (eu) tinha trabalhado
(tu) tinhas estudado (tu) tinhas trabalhado
(ele) tinha estudado (ele) tinha trabalhado
(nós) tínhamos estudado (nós) tínhamos trabalhado
(vós) tínheis estudado (vós) tínheis trabalhado
(eles) tinham estudado (eles) tinham trabalhado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(eu) tinha aprendido (eu) tinha entendido
(tu) tinhas aprendido (tu) tinhas entendido
(ele) tinha aprendido (ele) tinha entendido
(nós) tínhamos aprendido (nós) tínhamos entendido
(vós) tínheis aprendido (vós) tínheis entendido
(eles) tinham aprendido (eles) tinham entendido

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(eu) tinha partido (eu) tinha dividido
(tu) tinhas partido (tu) tinhas dividido
(ele) tinha partido (ele) tinha dividido
(nós) tínhamos partido (nós) tínhamos dividido
(vós) tínheis partido (vós) tínheis dividido
(eles) tinham partido (eles) tinham dividido

Futuro do presente do indicativo

O futuro do presente do indicativo se refere a um fato que acontecerá num momento posterior
ao discurso. Pode também expressar uma incerteza, bem como uma ordem.

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Frases com verbos no futuro do presente do indicativo

 Caminharemos 40 quilômetros no percurso de amanhã.


 Eles chegarão ao Rio daqui a dois dias.
 Eu irei ao médico após o fim do expediente.

Terminações do futuro do presente do indicativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -arei


 (Tu) radical + -arás
 (Ele) radical + -ará
 (Nós) radical + -aremos
 (Vós) radical + -areis
 (Eles) radical + -arão

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -erei


 (Tu) radical + -erás
 (Ele) radical + -erá
 (Nós) radical + -eremos
 (Vós) radical + -ereis
 (Eles) radical + -erão

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -irei


 (Tu) radical + -irás
 (Ele) radical + -irá
 (Nós) radical + -iremos
 (Vós) radical + -ireis
 (Eles) radical + -irão

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Verbos conjugados no futuro do presente do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(eu) estudarei (eu) trabalharei (eu) falarei
(tu) estudarás (tu) trabalharás (tu) falarás
(ele) estudará (ele) trabalhará (ele) falará
(nós) estudaremos (nós) trabalharemos (nós) falaremos
(vós) estudareis (vós) trabalhareis (vós) falareis
(eles) estudarão (eles) trabalharão (eles) falarão

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(eu) aprenderei (eu) entenderei (eu) correrei
(tu) aprenderás (tu) entenderás (tu) correrás
(ele) aprenderá (ele) entenderá (ele) correrá
(nós) aprenderemos (nós) entenderemos (nós) correremos
(vós) aprendereis (vós) entendereis (vós) correreis
(eles) aprenderão (eles) entenderão (eles) correrão

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(eu) partirei (eu) dividirei (eu) cumprirei
(tu) partirás (tu) dividirás (tu) cumprirás
(ele) partirá (ele) dividirá (ele) cumprirá
(nós) partiremos (nós) dividiremos (nós) cumpriremos
(vós) partireis (vós) dividireis (vós) cumprireis
(eles) partirão (eles) dividirão (eles) cumprirão

Futuro do presente composto do indicativo

O futuro do presente composto do indicativo se refere a um fato futuro que estará terminado
antes de outro fato futuro. Pode expressar tanto certeza como incerteza.

Frases com verbos no futuro do presente composto do indicativo

 Quando você chegar, ele já terá terminado o trabalho.


 Daqui a dois dias eu já terei lido o livro todo.
 Com certeza, eles ainda não terão concluído o projeto amanhã.

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Formação do futuro do presente composto do indicativo

O futuro do presente composto do indicativo é formado pelo futuro do presente simples do


indicativo do verbo ter mais o particípio do verbo principal.

Futuro do presente composto do indicativo:

 (Eu) terei + particípio do verbo principal


 (Tu) terás + particípio do verbo principal
 (Ele) terá + particípio do verbo principal
 (Nós) teremos + particípio do verbo principal
 (Vós) tereis + particípio do verbo principal
 (Eles) terão + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no futuro do presente composto do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(eu) terei estudado (eu) terei trabalhado
(tu) terás estudado (tu) terás trabalhado
(ele) terá estudado (ele) terá trabalhado
(nós) teremos estudado (nós) teremos trabalhado
(vós) tereis estudado (vós) tereis trabalhado
(eles) terão estudado (eles) terão trabalhado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(eu) terei aprendido (eu) terei entendido
(tu) terás aprendido (tu) terás entendido
(ele) terá aprendido (ele) terá entendido
(nós) teremos aprendido (nós) teremos entendido
(vós) tereis aprendido (vós) tereis entendido
(eles) terão aprendido (eles) terão entendido

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Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(eu) terei partido (eu) terei dividido
(tu) terás partido (tu) terás dividido
(ele) terá partido (ele) terá dividido
(nós) teremos partido (nós) teremos dividido
(vós) tereis partido (vós) tereis dividido
(eles) terão partido (eles) terão dividido

Futuro do pretérito do indicativo

O futuro do pretérito do indicativo se refere a um fato que poderia ter acontecido


posteriormente a uma situação passada. É utilizado para indicar uma ação que é consequente de
outra, encontrando-se condicionada.

Expressa também incerteza, surpresa e indignação. Confere um caráter mais polido a pedidos e
afirmações.

Frases com verbos no futuro do pretérito do indicativo

 Ele poderia ir com vocês ao cinema.


 Eu tocaria guitarra num conjunto se tivesse essa oportunidade.
 Nós gostaríamos muito de estar presentes no evento.

Terminações do futuro do pretérito do indicativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -aria


 (Tu) radical + -arias
 (Ele) radical + -aria
 (Nós) radical + -aríamos
 (Vós) radical + -aríeis
 (Eles) radical + -ariam

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -eria


 (Tu) radical + -erias
 (Ele) radical + -eria
 (Nós) radical + -eríamos
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 (Vós) radical + -eríeis
 (Eles) radical + -eriam

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -iria


 (Tu) radical + -irias
 (Ele) radical + -iria
 (Nós) radical + -iríamos
 (Vós) radical + -iríeis
 (Eles) radical + -iriam

Verbos conjugados no futuro do pretérito do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(eu) estudaria (eu) trabalharia (eu) falaria
(tu) estudarias (tu) trabalharias (tu) falarias
(ele) estudaria (ele) trabalharia (ele) falaria
(nós) estudaríamos (nós) trabalharíamos (nós) falaríamos
(vós) estudaríeis (vós) trabalharíeis (vós) falaríeis
(eles) estudariam (eles) trabalhariam (eles) falariam

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(eu) aprenderia (eu) entenderia (eu) correria
(tu) aprenderias (tu) entenderias (tu) correrias
(ele) aprenderia (ele) entenderia (ele) correria
(nós) aprenderíamos (nós) entenderíamos (nós) correríamos
(vós) aprenderíeis (vós) entenderíeis (vós) correríeis
(eles) aprenderiam (eles) entenderiam (eles) correriam

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(eu) partiria (eu) dividiria (eu) cumpriria
(tu) partirias (tu) dividirias (tu) cumpririas
(ele) partiria (ele) dividiria (ele) cumpriria
(nós) partiríamos (nós) dividiríamos (nós) cumpriríamos
(vós) partiríeis (vós) dividiríeis (vós) cumpriríeis
(eles) partiriam (eles) dividiriam (eles) cumpririam

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Futuro do pretérito composto do indicativo

O futuro do pretérito composto do indicativo indica uma ação que poderia ter acontecido
posteriormente a uma situação passada, encontrando-se condicionada. Indica também a
possibilidade de uma ação passada e transmite incerteza, surpresa e indignação.

Frases com verbos no futuro do pretérito composto do indicativo

 Eu teria ficado mais feliz se você tivesse vindo.


 Se você tivesse me ouvido, isso não teria acontecido.
 Será que ela teria ficado aqui?

Formação do futuro do pretérito composto do indicativo

O futuro do pretérito composto do indicativo é formado pelo futuro do pretérito simples do


indicativo do verbo ter mais o particípio do verbo principal.

Futuro do pretérito composto do indicativo:

 (Eu) teria + particípio do verbo principal


 (Tu) terias + particípio do verbo principal
 (Ele) teria + particípio do verbo principal
 (Nós) teríamos + particípio do verbo principal
 (Vós) teríeis + particípio do verbo principal
 (Eles) teriam + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no futuro do pretérito composto do indicativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(eu) teria estudado (eu) teria trabalhado
(tu) terias estudado (tu) terias trabalhado
(ele) teria estudado (ele) teria trabalhado
(nós) teríamos estudado (nós) teríamos trabalhado
(vós) teríeis estudado (vós) teríeis trabalhado
(eles) teriam estudado (eles) teriam trabalhado

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Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(eu) teria aprendido (eu) teria entendido
(tu) terias aprendido (tu) terias entendido
(ele) teria aprendido (ele) teria entendido
(nós) teríamos aprendido (nós) teríamos entendido
(vós) teríeis aprendido (vós) teríeis entendido
(eles) teriam aprendido (eles) teriam entendido

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(eu) teria partido (eu) teria dividido
(tu) terias partido (tu) terias dividido
(ele) teria partido (ele) teria dividido
(nós) teríamos partido (nós) teríamos dividido
(vós) teríeis partido (vós) teríeis dividido
(eles) teriam partido (eles) teriam dividido

Exercícios

01 - Indique a conjugação correta.

"Nem sempre nós ____________ (ir - pretérito imperfeito do indicativo) lá com vontade."

a) iríamos

b) íamos

c) fôramos

d) vamos

02 - Indique a alternativa que contenha o verbo "querer" conjugado na primeira pessoal do


singular do futuro do presente (indicativo).

a) Amanhã eu queria ver os cadernos.

b) Amanhã eu quero ver os cadernos.

c) Amanhã eu queira ver os cadernos.

d) Amanhã eu quererei ver os cadernos.

03 - Escolha forma verbal correta:

“A mãe disse ao filho que fariam uma longa viagem.” No discurso direto, teremos:
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“A mãe disse ao filho: - _________ uma longa viagem.”

a) Faremos

b) Fazíamos

c) Fazemos

d) Tínhamos feito

04 - A primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo dos verbos prover, intervir,
reaver são, respectivamente:

a) provi, intervi, reouve.

b) provi, intervim, reouve.

c) provim, intervim, reavi

d) provim, intervi, reouve

05 - A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no presente do indicativo é:

a) reavejo (reaver).

b) precavo (precaver).

c) coloro (colorir).

d) frijo (frigir).

e) fedo (feder).

Respostas

01 02 03 04 05
b d a b d

Modo subjuntivo

O modo subjuntivo transmite uma ação possível, porém incerta, que ainda não foi realizada e que
está dependente de outra. A pessoa falante apresenta uma posição de dúvida, exprimindo a ação
com imprecisão, visto ser apenas uma possibilidade.

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Frases no modo subjuntivo:

 Ela está esperando que eu vá primeiro.


 Se você viesse agora, poderíamos resolver esse assunto rapidamente.
 Vou ligar apenas quando eu quiser.

Tempos verbais do modo subjuntivo

Presente do subjuntivo

O presente do subjuntivo pode indicar uma ação presente ou futura. É usado para indicar
desejos, hipóteses e suposições.

Frases com verbos no presente do subjuntivo

 O treinador quer que eu faça parte do time.


 Tomara que ele espere por mim!
 Não façam nada antes que eu escreva a carta de reclamação.

Terminações do presente do subjuntivo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -e
 (Tu) radical + -es
 (Ele) radical + -e
 (Nós) radical + -emos
 (Vós) radical + -eis
 (Eles) radical + -em

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -a
 (Tu) radical + -as
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -ais
 (Eles) radical + -am

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3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -a
 (Tu) radical + -as
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -ais
 (Eles) radical + -am

Verbos conjugados no presente do subjuntivo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(que eu) estude (que eu) trabalhe (que eu) fale
(que tu) estudes (que tu) trabalhes (que tu) fales
(que ele) estude (que ele) trabalhe (que ele) fale
(que nós) estudemos (que nós) trabalhemos (que nós) falemos
(que vós) estudeis (que vós) trabalheis (que vós) faleis
(que eles) estudem (que eles) trabalhem (que eles) falem

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(que eu) aprenda (que eu) entenda (que eu) corra
(que tu) aprendas (que tu) entendas (que tu) corras
(que ele) aprenda (que ele) entenda (que ele) corra
(que nós) aprendamos (que nós) entendamos (que nós) corramos
(que vós) aprendais (que vós) entendais (que vós) corrais
(que eles) aprendam (que eles) entendam (que eles) corram

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(que eu) parta (que eu) divida (que eu) cumpra
(que tu) partas (que tu) dividas (que tu) cumpras
(que ele) parta (que ele) divida (que ele) cumpra
(que nós) partamos (que nós) dividamos (que nós) cumpramos
(que vós) partais (que vós) dividais (que vós) cumprais
(que eles) partam (que eles) dividam (que eles) cumpram

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Pretérito imperfeito do subjuntivo

O pretérito imperfeito do subjuntivo é utilizado na expressão de desejos, probabilidades e


acontecimentos que estão condicionados por outros. Pode indicar uma ação presente, passada
ou futura.

Frases com verbos no pretérito imperfeito do subjuntivo

 Eu iria ao evento se eu estivesse disponível, mas não estou.


 Se você comprasse os presentes, eu teria mais tempo para a decoração da festa.
 Tudo seria mais fácil se eles parassem de brigar.

Terminações do pretérito imperfeito do subjuntivo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -asse


 (Tu) radical + -asses
 (Ele) radical + -asse
 (Nós) radical + -ássemos
 (Vós) radical + -ásseis
 (Eles) radical + -assem

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -esse


 (Tu) radical + -esses
 (Ele) radical + -esse
 (Nós) radical + -êssemos
 (Vós) radical + -êsseis
 (Eles) radical + -essem

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -isse


 (Tu) radical + -isses
 (Ele) radical + -isse
 (Nós) radical + -íssemos
 (Vós) radical + -ísseis

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 (Eles) radical + -issem

Verbos conjugados no pretérito imperfeito do subjuntivo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(se eu) estudasse (se eu) trabalhasse (se eu) falasse
(se tu) estudasses (se tu) trabalhasses (se tu) falasses
(se ele) estudasse (se ele) trabalhasse (se ele) falasse
(se nós) estudássemos (se nós) trabalhássemos (se nós) falássemos
(se vós) estudásseis (se vós) trabalhásseis (se vós) falásseis
(se eles) estudassem (se eles) trabalhassem (se eles) falassem

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(se eu) aprendesse (se eu) entendesse (se eu) corresse
(se tu) aprendesses (se tu) entendesses (se tu) corresses
(se ele) aprendesse (se ele) entendesse (se ele) corresse
(se nós) aprendêssemos (se nós) entendêssemos (se nós) corrêssemos
(se vós) aprendêsseis (se vós) entendêsseis (se vós) corrêsseis
(se eles) aprendessem (se eles) entendessem (se eles) corressem

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(se eu) partisse (se eu) dividisse (se eu) cumprisse
(se tu) partisses (se tu) dividisses (se tu) cumprisses
(se ele) partisse (se ele) dividisse (se ele) cumprisse
(se nós) partíssemos (se nós) dividíssemos (se nós) cumpríssemos
(se vós) partísseis (se vós) dividísseis (se vós) cumprísseis
(se eles) partissem (se eles) dividissem (se eles) cumprissem

Pretérito perfeito composto do subjuntivo

O pretérito perfeito composto do subjuntivo indica uma ação anterior já concluída, podendo se
referir a um fato passado ou futuro.

Frases com verbos no pretérito perfeito composto do subjuntivo

 Ninguém acredita que vocês tenham terminado o trabalho.


 Não posso emprestar o livro sem que meu filho o tenha lido todo.

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 Eu espero que ela já tenha ligado para o colégio.

Formação do pretérito perfeito composto do subjuntivo

O pretérito perfeito composto do subjuntivo é formado pelo presente do subjuntivo do verbo ter
mais o particípio do verbo principal.

Pretérito perfeito composto do subjuntivo:

 (Eu) tenha + particípio do verbo principal


 (Tu) tenhas + particípio do verbo principal
 (Ele) tenha + particípio do verbo principal
 (Nós) tenhamos + particípio do verbo principal
 (Vós) tenhais + particípio do verbo principal
 (Eles) tenham + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no pretérito perfeito composto do subjuntivo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(que eu) tenha estudado (que eu) tenha trabalhado
(que tu) tenhas estudado (que tu) tenhas trabalhado
(que ele) tenha estudado (que ele) tenha trabalhado
(que nós) tenhamos estudado (que nós) tenhamos trabalhado
(que vós) tenhais estudado (que vós) tenhais trabalhado
(que eles) tenham estudado (que eles) tenham trabalhado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(que eu) tenha aprendido (que eu) tenha entendido
(que tu) tenhas aprendido (que tu) tenhas entendido
(que ele) tenha aprendido (que ele) tenha entendido
(que nós) tenhamos aprendido (que nós) tenhamos entendido
(que vós) tenhais aprendido (que vós) tenhais entendido
(que eles) tenham aprendido (que eles) tenham entendido

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Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(que eu) tenha partido (que eu) tenha dividido
(que tu) tenhas partido (que tu) tenhas dividido
(que ele) tenha partido (que ele) tenha dividido
(que nós) tenhamos partido (que nós) tenhamos dividido
(que vós) tenhais partido (que vós) tenhais dividido
(que eles) tenham partido (que eles) tenham dividido

Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo

O pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo indica um fato anterior a outro fato


passado. Pode se referir também a acontecimentos irreais do passado.

Frases com verbos no pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo

 Nós poderíamos ter ido à festa se você tivesse chegado cedo a casa.
 Teria sido tudo mais fácil se eles tivessem cumprido o prometido.
 Ele não ficaria tão chateado se eu tivesse dito a verdade.

Formação do pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo

O pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo é formado pelo pretérito imperfeito do


subjuntivo do verbo ter mais o particípio do verbo principal.

Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo:

 (Eu) tivesse + particípio do verbo principal


 (Tu) tivesses + particípio do verbo principal
 (Ele) tivesse + particípio do verbo principal
 (Nós) tivéssemos + particípio do verbo principal
 (Vós) tivésseis + particípio do verbo principal
 (Eles) tivessem + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

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Verbos conjugados no pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(se eu) tivesse estudado (se eu) tivesse trabalhado
(se tu) tivesses estudado (se tu) tivesses trabalhado
(se ele) tivesse estudado (se ele) tivesse trabalhado
(se nós) tivéssemos estudado (se nós) tivéssemos trabalhado
(se vós) tivésseis estudado (se vós) tivésseis trabalhado
(se eles) tivessem estudado (se eles) tivessem trabalhado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(se eu) tivesse aprendido (se eu) tivesse entendido
(se tu) tivesses aprendido (se tu) tivesses entendido
(se ele) tivesse aprendido (se ele) tivesse entendido
(se nós) tivéssemos aprendido (se nós) tivéssemos entendido
(se vós) tivésseis aprendido (se vós) tivésseis entendido
(se eles) tivessem aprendido (se eles) tivessem entendido
Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(se eu) tivesse partido (se eu) tivesse dividido
(se tu) tivesses partido (se tu) tivesses dividido
(se ele) tivesse partido (se ele) tivesse dividido
(se nós) tivéssemos partido (se nós) tivéssemos dividido
(se vós) tivésseis partido (se vós) tivésseis dividido
(se eles) tivessem partido (se eles) tivessem dividido

Futuro do subjuntivo

O futuro do subjuntivo indica uma ação que ainda não aconteceu no futuro, mas que poderá
acontecer, expressando eventualidade e possibilidade.

Frases com verbos no futuro do subjuntivo

 Apenas poderei sair quando ela chegar.


 Por favor, me avise quando eles estiverem disponíveis.
 Quando você quiser, iremos visitar minha avó.

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Terminações do futuro do subjuntivo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -ar


 (Tu) radical + -ares
 (Ele) radical + -ar
 (Nós) radical + -armos
 (Vós) radical + -ardes
 (Eles) radical + -arem

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -er


 (Tu) radical + -eres
 (Ele) radical + -er
 (Nós) radical + -ermos
 (Vós) radical + -erdes
 (Eles) radical + -erem

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -ir


 (Tu) radical + -ires
 (Ele) radical + -ir
 (Nós) radical + -irmos
 (Vós) radical + -irdes
 (Eles) radical + -irem

Verbos conjugados no futuro do subjuntivo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(quando eu) estudar (quando eu) trabalhar (quando eu) falar
(quando tu) estudares (quando tu) trabalhares (quando tu) falares
(quando ele) estudar (quando ele) trabalhar (quando ele) falar
(quando nós) estudarmos (quando nós) trabalharmos (quando nós) falarmos
(quando vós) estudardes (quando vós) trabalhardes (quando vós) falardes
(quando eles) estudarem (quando eles) trabalharem (quando eles) falarem

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Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(quando eu) aprender (quando eu) entender (quando eu) correr
(quando tu) aprenderes (quando tu) entenderes (quando tu) correres
(quando ele) aprender (quando ele) entender (quando ele) correr
(quando nós) aprendermos (quando nós) entendermos (quando nós) corrermos
(quando vós) aprenderdes (quando vós) entenderdes (quando vós) correrdes
(quando eles) aprenderem (quando eles) entenderem (quando eles) correrem

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(quando eu) partir (quando eu) dividir (quando eu) cumprir
(quando tu) partires (quando tu) dividires (quando tu) cumprires
(quando ele) partir (quando ele) dividir (quando ele) cumprir
(quando nós) partirmos (quando nós) dividirmos (quando nós) cumprirmos
(quando vós) partirdes (quando vós) dividirdes (quando vós) cumprirdes
(quando eles) partirem (quando eles) dividirem (quando eles) cumprirem

Futuro composto do subjuntivo

O futuro composto do subjuntivo indica uma ação futura que estará terminada antes de outra
ação futura.

Frases com verbos no futuro composto do subjuntivo

 Eu te aviso quando eu tiver terminado a arrumação.


 Comece a preparar a comida apenas quando nós já tivermos chegado.
 Pare de reler o texto apenas quando você tiver entendido completamente o seu sentido.

Formação do futuro composto do subjuntivo

O futuro composto do subjuntivo é formado pelo futuro simples do subjuntivo do verbo ter mais o
particípio do verbo principal.

Futuro composto do subjuntivo:

 (Eu) tiver + particípio do verbo principal


 (Tu) tiveres + particípio do verbo principal
 (Ele) tiver + particípio do verbo principal
 (Nós) tivermos + particípio do verbo principal
 (Vós) tiverdes + particípio do verbo principal
 (Eles) tiverem + particípio do verbo principal

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Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no futuro composto do subjuntivo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(quando eu) tiver estudado (quando eu) tiver trabalhado
(quando tu) tiveres estudado (quando tu) tiveres trabalhado
(quando ele) tiver estudado (quando ele) tiver trabalhado
(quando nós) tivermos estudado (quando nós) tivermos trabalhado
(quando vós) tiverdes estudado (quando vós) tiverdes trabalhado
(quando eles) tiverem estudado (quando eles) tiverem trabalhado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(quando eu) tiver aprendido (quando eu) tiver entendido
(quando tu) tiveres aprendido (quando tu) tiveres entendido
(quando ele) tiver aprendido (quando ele) tiver entendido
(quando nós) tivermos aprendido (quando nós) tivermos entendido
(quando vós) tiverdes aprendido (quando vós) tiverdes entendido
(quando eles) tiverem aprendido (quando eles) tiverem entendido
Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(quando eu) tiver partido (quando eu) tiver dividido
(quando tu) tiveres partido (quando tu) tiveres dividido
(quando ele) tiver partido (quando ele) tiver dividido
(quando nós) tivermos partido (quando nós) tivermos dividido
(quando vós) tiverdes partido (quando vós) tiverdes dividido
(quando eles) tiverem partido (quando eles) tiverem dividido

Exercícios

01 - Em todas as alternativas, a lacuna pode ser preenchida com o verbo indicado entre
parênteses, no subjuntivo, exceto em:

a) Olhou para o cão, enquanto esperava que lhe _______ a porta (abrir).

b) Por que foi que aquela criatura não ________ com franqueza? (proceder)

c) É preciso que uma pessoa se ________ para encurtar a despesa. (trancar).

d) Deixa de luxo, minha filha, será o que Deus ________. (querer)

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e) Se isso me ______ possível, procuraria a roupa. (ser)

02 - Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais destacadas:

“Ao chegar da fazenda, espero que já tenha terminado a festa”.

a) futuro do subjuntivo, pretérito perfeito do subjuntivo

b) infinitivo, presente do subjuntivo

c) futuro do subjuntivo, presente do subjuntivo

d) infinitivo, pretérito imperfeito do subjuntivo

e) infinitivo, pretérito perfeito do subjuntivo

03 - Empregou-se o verbo no futuro do subjuntivo em:

a) … afrontava os perigos (…) para vir vê-la à cidade.

b) Se algum dia a civilização ganhar essa paragem longínqua…

c) Continuaram ainda a dialogar com certo azedume.

d) Tinha-me esquecido de contar-lhe que eu fizera uma promessa…

e) e encontrei o faroleiro ocupado em polir os metais da lanterna.

04 - Complete as frases abaixo com o presente do subjuntivo dos verbos indicados entre
parênteses:

1) Como os preços baixaram, é necessário que nós ________ o orçamentos (refaz).

2) É importante que nossa tentativa _______ o esforço (valer).

3) Convém que ele ______ um novo acordo (propor).

4) Para que não nomeemos é necessário que nós _________ o que elas pensam (saber).

5) Espero que todos os responsáveis _________ a culpa (assumir).

a) refaçamos - valha - proponha - saibamos - assumam;

b) refazemos - valha - proponham - sabemos - assumam;

c) refaçamos - valham - proponha - soubemos - assumem;

d) refazemos - valha - proponha - saibamos - assumam;

e) N.D.A.

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05 - Assinale a alternativa em que todas as formas verbais pedidas estejam certas:

Haver (presente subjuntivo, 1ª pessoa do singular);

Crer (presente indicativo, 3ª pessoa do plural);

Passear (presente subjuntivo, 2ª pessoa do plural).

a) haja – crêem – passeeis;

b) haje – crêm – passeieis;

c) haje – creem – passeais;

d) hajai – creim – passeiais;

e) haja – creiem – passeies.

Respostas

01 02 03 04 05
b e b a a

Modo imperativo

O modo imperativo transmite uma ordem, um pedido, uma exortação ou um conselho. A pessoa
falante exige algo, exprimindo o que quer que outra pessoa faça.

Frases no modo imperativo:

 Traz as caixas, por favor!


 Não faça barulho!

Tempos verbais do modo imperativo

Imperativo afirmativo

O imperativo expressa uma ordem, pedido, conselho, convite ou súplica.

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Frases com verbos no imperativo afirmativo

 Façam silêncio, por favor!


 Saia daqui imediatamente!
 Pede o teu cartão de visitante ao porteiro.

Terminações do imperativo afirmativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) ---
 (Tu) radical + -a
 (Ele) radical + -e
 (Nós) radical + -emos
 (Vós) radical + -ai
 (Eles) radical + -em

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) ---
 (Tu) radical + -e
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -ei
 (Eles) radical + -am

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) ---
 (Tu) radical + -e
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -i
 (Eles) radical + -am

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Verbos conjugados no imperativo afirmativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


--- (eu) --- (eu) --- (eu)
estuda (tu) trabalha (tu) fala (tu)
estude (você) trabalhe (você) fale (você)
estudemos (nós) trabalhemos (nós) falemos (nós)
estudai (vós) trabalhai (vós) falai (vós)
estudem (vocês) trabalhem (vocês) falem (vocês)

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


--- (eu) --- (eu) --- (eu)
aprende (tu) entende (tu) corre (tu)
aprenda (você) entenda (você) corra (você)
aprendamos (nós) entendamos (nós) corramos (nós)
aprendei (vós) entendei (vós) correi (vós)
aprendam (vocês) entendam (vocês) corram (vocês)

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


--- (eu) --- (eu) --- (eu)
parte (tu) divide (tu) cumpre (tu)
parta (você) divida (você) cumpra (você)
partamos (nós) dividamos (nós) cumpramos (nós)
parti (vós) dividi (vós) cumpri (vós)
partam (vocês) dividam (vocês) cumpram (vocês)

Imperativo negativo

O imperativo expressa uma ordem, pedido, conselho, convite ou súplica.

Frases com verbos no imperativo negativo

 Não venha agora, por favor.


 Não coma tão depressa!
 Não esperem por mim.

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Terminações do imperativo negativo (verbos regulares)

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) ---
 (Tu) radical + -es
 (Ele) radical + -e
 (Nós) radical + -emos
 (Vós) radical + -eis
 (Eles) radical + -em

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) ---
 (Tu) radical + -as
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -ais
 (Eles) radical + -am

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) ---
 (Tu) radical + -as
 (Ele) radical + -a
 (Nós) radical + -amos
 (Vós) radical + -ais
 (Eles) radical + -am

Verbos conjugados no imperativo negativo

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


--- (eu) --- (eu) --- (eu)
não estudes (tu) não trabalhes (tu) não fales (tu)
não estude (você) não trabalhe (você) não fale (você)
não estudemos (nós) não trabalhemos (nós) não falemos (nós)
não estudeis (vós) não trabalheis (vós) não faleis (vós)
não estudem (vocês) não trabalhem (vocês) não falem (vocês)
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Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


--- (eu) --- (eu) --- (eu)
não aprendas (tu) não entendas (tu) não corras (tu)
não aprenda (você) não entenda (você) não corra (você)
não aprendamos (nós) não entendamos (nós) não corramos (nós)
não aprendais (vós) não entendais (vós) não corrais (vós)
não aprendam (vocês) não entendam (vocês) não corram (vocês)

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


--- (eu) --- (eu) --- (eu)
não partas (tu) não dividas (tu) não cumpras (tu)
não parta (você) não divida (você) não cumpra (você)
não partamos (nós) não dividamos (nós) não cumpramos (nós)
não partais (vós) não dividais (vós) não cumprais (vós)
não partam (vocês) não dividam (vocês) não cumpram (vocês)

Exercícios

01 - Flexionar os verbos entre parênteses na 2ª pessoa do singular do modo imperativo e


assinalar a alternativa correta.

I - (Opor) a perseverança às dificuldades.

II - Não (desprezar) os conselhos dos velhos.

III – (Odiar) o vício e (prezar) a virtude.

IV- (Evitar) o mal e (praticar) o bem.

a) Opões

b ) despreza

c) Odeia; preza

d) Evites; pratiques

02 - “Na segunda noite / pisam as flores / matam nosso cão / e não dizemos nada.” Passando
os verbos sublinhados para a segunda pessoa do singular do imperativo, teremos:

a) pisa, mata, não digas.


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b) pise, mata, não diga.

c) pisa, mate, não digas.

d) pise.,inale, não diga.

03 - Indique a frase em que o verbo se encontra na 2ª pessoa do singular do Imperativo


Afirmativo:

a) Faça o trabalho.

b) Acabe a lição.

c) Mande a carta.

d) Dize a verdade.

e) Beba água filtrada.

04 - O modo verbal que expressa uma atitude duvidosa, incerta é o:

a) indicativo;

b) imperativo;

c) subjuntivo;

d) imperativo e subjuntivo;

e) N. D. A.

05 – Analise a frase abaixo:

''Fale bem o português do Brasil.''

O verbo fale está no imperativo afirmativo e indica que o ouvinte é você (3ª pessoa do singular).
Passando o verbo para o imperativo negativo e conservando a mesma pessoa gramatical,
teremos:

a) não fales.

b) não fala.

c) não fale.

d) não falai.

e) não faleis

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Respostas

01 02 03 04 05
c a d c c

Formas Nominais

As formas nominais são: Infinitivo, Particípio e Gerúndio:

Infinitivo Pessoal e Impessoal

O infinitivo não tem valor temporal ou modal. Ele é pessoal quando tem sujeito e é impessoal
quando, por sua vez, não tem sujeito.

Exemplos:

 O gerente da loja disse para irem embora. (infinitivo pessoal)


 Cantar é uma delícia! (infinitivo impessoal)

Infinitivo pessoal

O infinitivo pessoal deverá ser usado: sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser
definir o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente e para indicar uma ação
recíproca.

Frases com verbos no infinitivo pessoal

 Eu pedi para os alunos estudarem mais.


 É urgente mudarmos os nossos hábitos.
 O diretor pediu para eles reformularem o projeto.

Terminações do infinitivo pessoal

1.ª conjugação (-ar)

 (Eu) radical + -ar


 (Tu) radical + -ares
 (Ele) radical + -ar
 (Nós) radical + -armos
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 (Vós) radical + -ardes
 (Eles) radical + -arem

2.ª conjugação (-er)

 (Eu) radical + -er


 (Tu) radical + -eres
 (Ele) radical + -er
 (Nós) radical + -ermos
 (Vós) radical + -erdes
 (Eles) radical + -erem

3.ª conjugação (-ir)

 (Eu) radical + -ir


 (Tu) radical + -ires
 (Ele) radical + -ir
 (Nós) radical + -irmos
 (Vós) radical + -irdes
 (Eles) radical + -irem

Verbos conjugados no infinitivo pessoal

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar Verbo falar


(por) estudar (eu) (por) trabalhar (eu) (por) falar (eu)
(por) estudares (tu) (por) trabalhares (tu) (por) falares (tu)
(por) estudar (ele) (por) trabalhar (ele) (por) falar (ele)
(por) estudarmos (nós) (por) trabalharmos (nós) (por) falarmos (nós)
(por) estudardes (vós) (por) trabalhardes (vós) (por) falardes (vós)
(por) estudarem (eles) (por) trabalharem (eles) (por) falarem (eles)

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender Verbo correr


(por) aprender (eu) (por) entender (eu) (por) correr (eu)
(por) aprenderes (tu) (por) entenderes (tu) (por) correres (tu)
(por) aprender (ele) (por) entender (ele) (por) correr (ele)
(por) aprendermos (nós) (por) entendermos (nós) (por) corrermos (nós)
(por) aprenderdes (vós) (por) entenderdes (vós) (por) correrdes (vós)
(por) aprenderem (eles) (por) entenderem (eles) (por) correrem (eles)

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Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir Verbo cumprir


(por) partir (eu) (por) dividir (eu) (por) cumprir (eu)
(por) partires (tu) (por) dividires (tu) (por) cumprires (tu)
(por) partir (ele) (por) dividir (ele) (por) cumprir (ele)
(por) partirmos (nós) (por) dividirmos (nós) (por) cumprirmos (nós)
(por) partirdes (vós) (por) dividirdes (vós) (por) cumprirdes (vós)
(por) partirem (eles) (por) dividirem (eles) (por) cumprirem (eles)

Infinitivo pessoal composto

O infinitivo pessoal composto indica um fato passado já concluído. Deverá ser usado: sempre
que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o sujeito, quando o sujeito da segunda
oração for diferente e para indicar uma ação recíproca.

Frases com infinitivo pessoal composto

 Ele ficou chateado por termos ido embora sem ele.


 Depois de vocês terem saído, fui logo dormir.
 Obrigada por você ter dito a verdade.

Formação do infinitivo pessoal composto

O infinitivo pessoal composto é formado pelo infinitivo pessoal do verbo ter mais o particípio do
verbo principal.

Infinitivo pessoal composto:

 (Por eu) ter + particípio do verbo principal


 (Por tu) teres + particípio do verbo principal
 (Por ele) ter + particípio do verbo principal
 (Por nós) termos + particípio do verbo principal
 (Por vós) terdes + particípio do verbo principal
 (Por eles) terem + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

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Verbos conjugados no infinitivo pessoal composto

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar Verbo trabalhar


(por eu) ter estudado (por eu) ter trabalhado
(por tu) teres estudado (por tu) teres trabalhado
(por ele) ter estudado (por ele) ter trabalhado
(por nós) termos estudado (por nós) termos trabalhado
(por vós) terdes estudado (por vós) terdes trabalhado
(por eles) terem estudado (por eles) terem trabalhado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender Verbo entender


(por eu) ter aprendido (por eu) ter entendido
(por tu) teres aprendido (por tu) teres entendido
(por ele) ter aprendido (por ele) ter entendido
(por nós) termos aprendido (por nós) termos entendido
(por vós) terdes aprendido (por vós) terdes entendido
(por eles) terem aprendido (por eles) terem entendido

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir Verbo dividir


(por eu) ter partido (por eu) ter dividido
(por tu) teres partido (por tu) teres dividido
(por ele) ter partido (por ele) ter dividido
(por nós) termos partido (por nós) termos dividido
(por vós) terdes partido (por vós) terdes dividido
(por eles) terem partido (por eles) terem dividido

Infinitivo impessoal

O infinitivo impessoal deverá ser usado: quando não houver um sujeito definido, quando o
verbo tiver regência de uma preposição, com sentido imperativo, quando o sujeito da segunda
oração for igual ao da primeira, em locuções verbais e com alguns verbos que não formam
locução verbal (ver, sentir, mandar,…).

Frases com verbos no infinitivo impessoal

 Eu não consigo compreender esta situação.


 Eles pediram para participar no projeto.
 Fazer exercício físico é essencial!

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Terminações do infinitivo impessoal

 1.ª conjugação (-ar): radical + -ar


 2.ª conjugação (-er): radical + -er
 3.ª conjugação (-ir): radical + -ir

Verbos conjugados no infinitivo impessoal

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar estudar


Verbo trabalhar trabalhar
Verbo falar falar
Verbo amar amar
Verbo esperar esperar
Verbo dançar dançar

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender aprender


Verbo entender entender
Verbo correr correr
Verbo comer comer
Verbo compreender compreender
Verbo atender atender

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir partir


Verbo dividir dividir
Verbo cumprir cumprir
Verbo adquirir adquirir
Verbo assistir assistir
Verbo desistir desistir

Infinitivo impessoal composto

O infinitivo impessoal composto indica um fato passado já concluído.

Deverá ser usado nas mesmas situações que o infinitivo impessoal simples: quando não houver
um sujeito definido, quando o verbo tiver regência de uma preposição, com sentido imperativo,
quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira, em locuções verbais e com alguns
verbos que não formam locução verbal (ver, sentir, mandar,…).

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Frases com verbos no infinitivo impessoal composto

 Eu gostei de ter participado no projeto.


 Nós gostamos de ter participado no projeto.
 Eles gostaram de ter participado no projeto.

Formação do infinitivo impessoal composto

O infinitivo impessoal composto é formado pelo infinitivo impessoal do verbo ter mais o particípio
do verbo principal.

Infinitivo impessoal composto:

 ter + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no infinitivo impessoal composto

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar ter estudado


Verbo trabalhar ter trabalhado
Verbo falar ter falado
Verbo amar ter amado
Verbo esperar ter esperado
Verbo dançar ter dançado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender ter aprendido


Verbo entender ter entendido
Verbo correr ter corrido
Verbo comer ter comido
Verbo compreender ter compreendido
Verbo atender ter atendido

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Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir ter partido


Verbo dividir ter dividido
Verbo cumprir ter cumprido
Verbo adquirir ter adquirido
Verbo assistir ter assistido
Verbo desistir ter desistido

Particípio

O particípio permite a formação de tempos verbais compostos e transmite a noção da conclusão


da ação verbal, ou seja, o estado da ação depois de terminada. É usado também nas locuções
verbais e em orações reduzidas. Atua como verbo e adjetivo.

Frases com verbos no particípio

 Ele já me tinha falado sobre esse assunto.


 Nunca tinha parado para pensar nisso.
 Não adiantou de nada ter frequentado curso de inglês.

Terminações do particípio (regular)

 1.ª conjugação (-ar): radical + -ado


 2.ª conjugação (-er): radical + -ido
 3.ª conjugação (-ir): radical + -ido

Verbos conjugados no particípio

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar estudado


Verbo trabalhar trabalhado
Verbo falar falado
Verbo amar amado
Verbo esperar esperado
Verbo dançar dançado

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Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender aprendido


Verbo entender entendido
Verbo correr corrido
Verbo comer comido
Verbo compreender compreendido
Verbo atender atendido

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir partido


Verbo dividir dividido
Verbo cumprir cumprido
Verbo adquirir adquirido
Verbo assistir assistido
Verbo desistir desistido

Gerúndio

O gerúndio é usado para referir uma ação que está em curso ou que é prolongada. Atua também
como advérbio e adjetivo.

Frases com verbos no gerúndio

 Estou ouvindo, mas não estou entendendo.


 Estão esperando por você na portaria.
 Minha mãe está aprendendo alemão.

Terminações do gerúndio

 1.ª conjugação (-ar): radical + -ando


 2.ª conjugação (-er): radical + -endo
 3.ª conjugação (-ir): radical + -indo

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Verbos conjugados no gerúndio

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar estudando


Verbo trabalhar trabalhando
Verbo falar falando
Verbo amar amando
Verbo esperar esperando
Verbo dançar dançando

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender aprendendo


Verbo entender entendendo
Verbo correr correndo
Verbo comer comendo
Verbo compreender compreendendo
Verbo atender atendendo

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir partindo


Verbo dividir dividindo
Verbo cumprir cumprindo
Verbo adquirir adquirindo
Verbo assistir assistindo
Verbo desistir desistindo

Gerúndio composto

O gerúndio composto indica uma ação prolongada que foi terminada antes da ação da oração
principal.

Frases com verbos no gerúndio composto

 Tendo esperado durante duas horas, decidiu ir embora.


 Tendo estudado o suficiente, fez a prova com muita facilidade.
 Não tendo encontrado as chaves de casa, ligou para o marido muito nervosa.

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Formação do gerúndio composto

O gerúndio composto é formado pelo gerúndio do verbo ter mais o particípio do verbo principal.

Gerúndio composto:

 tendo + particípio do verbo principal

Nota: Os tempos verbais compostos podem também ser formados com o verbo auxiliar haver,
sendo contudo mais usual o verbo ter.

Verbos conjugados no gerúndio composto

Verbos regulares da 1.ª conjugação

Verbo estudar tendo estudado


Verbo trabalhar tendo trabalhado
Verbo falar tendo falado
Verbo amar tendo amado
Verbo esperar tendo esperado
Verbo dançar tendo dançado

Verbos regulares da 2.ª conjugação

Verbo aprender tendo aprendido


Verbo entender tendo entendido
Verbo correr tendo corrido
Verbo comer tendo comido
Verbo compreender tendo compreendido
Verbo atender tendo atendido

Verbos regulares da 3.ª conjugação

Verbo partir tendo partido


Verbo dividir tendo dividido
Verbo cumprir tendo cumprido
Verbo adquirir tendo adquirido
Verbo assistir tendo assistido
Verbo desistir tendo desistido

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Exercícios

01 - Em “Quando ele for prestar vestibular, deverá estudar latim”, a forma infinitiva do verbo em
destaque, considerando o contexto, é:

a) ser

b) for

c) é

d) ir

e) vamos

02 - Nesse fragmento poético: "Cantando espalharei porto da parte / Se a tanto me ajudar o


engenho e arte", encontram-se, respectivamente, formas verbais nominais:

a) participial e infinitiva

b) gerundial e infinitiva

c) infinitiva e participial

d) infinitiva e gerundial

e) gerundial e participial

03 - O particípio verbal está corretamente empregado em:

a) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.

b) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.

c) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.

d) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.

e) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.

04 – Analise o trecho de um texto:

“... que a roubou, ameaçando cortar a garganta do garoto”.

O bom uso do gerúndio requer que sua ação seja simultânea à do verbo principal, como ocorre
nesse segmento do texto. Assim, é exemplo de mau uso do gerúndio a frase:

a) O assaltante gritou, abrindo a porta...”.


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b) O motorista acovardou-se, abaixando o vidro.

c) O assaltante entrou, sentando-se no banco traseiro.

d) O marginal ameaçou-o, mostrando a arma.

e) O motorista obedeceu, acelerando o carro.

05 - Como sabemos, o morfema -NDO forma gerúndios, de que fazendo é um exemplo. O item
em que a forma em maiúscula não corresponde a um gerúndio é:

a) CHEGANDO os corpos, será feita a autópsia.

b) Os médicos estiveram REALIZANDO exames.

c) Os poetas tinham VINDO ao sepultamento do colega.

d) TENDO tempo, todos participarão do exame.

e) Ganhará dinheiro, VENDENDO bugigangas.

Respostas

01 02 03 04 05
d b c c c

Flexão em número e pessoa

Os verbos sofrem flexão em número, podendo ser conjugados no singular ou no plural:

 No singular indicam apenas um sujeito verbal.


 No plural indicam vários sujeitos verbais.

Os verbos sofrem flexão em pessoa, havendo três pessoas verbais:

 A 1.ª pessoa verbal indica quem fala (eu e nós);


 A 2.ª pessoa verbal indica com quem se fala (tu e vós);
 A 3.ª pessoa verbal indica de quem se fala (ele e eles).

Através da junção da flexão em pessoa e em número, juntamente com os pronomes pessoais do


caso reto, obtêm-se as pessoas do discurso, que estruturam a conjugação verbal:

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 Eu – 1.ª pessoa do singular;
 Tu – 2.ª pessoa do singular;
 Ele – 3.ª pessoa do singular;
 Nós – 1.ª pessoa do plural;
 Vós – 2.ª pessoa do plural;
 Eles – 3.ª pessoa do plural.

Flexão em voz

Os verbos apresentam flexão em voz. As vozes do verbo indicam se o sujeito gramatical é o


agente ou o paciente da ação verbal, ou seja, se pratica ou se sofre a ação.

Existem três vozes verbais no português: ativa, passiva e reflexiva.

 Voz ativa: Eu vi o menino no parque.


 Voz passiva: O menino foi visto por mim.
 Voz reflexiva: Eu vi-me ao espelho.

Voz ativa

A voz ativa é usada quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal. Indica, assim, que o sujeito
gramatical é o agente da ação.

Frases na voz ativa

 Eu comi o bolo.
 Meu filho comprou o chapéu.
 Os alunos leram os livros.

Voz passiva

A voz passiva é usada quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal. Indica, assim, que o
sujeito gramatical é o paciente de uma ação que é praticada pelo agente da passiva.

Conforme o seu processo de formação, a voz passiva pode ser classificada em voz passiva
analítica e voz passiva sintética.

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Voz passiva analítica

Na voz passiva analítica, as frases apresentam a seguinte estrutura:

sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da passiva

Frases na voz passiva analítica:

 O bolo foi comido por mim.


 O chapéu foi comprado pelo meu filho.
 Os livros foram lidos pelos alunos.

Voz passiva sintética

Na voz passiva sintética, as frases apresentam a seguinte estrutura:

verbo transitivo + pronome se + sujeito paciente

Frases na voz passiva sintética:

 Comeu-se o bolo.
 Comprou-se o chapéu.
 Leram-se os livros

Voz reflexiva

A voz reflexiva é usada quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal. Indica assim
que o sujeito gramatical é ao mesmo tempo o agente e o paciente da ação. Apresenta,
obrigatoriamente, um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos, se) que atua como objeto
de um verbo na voz ativa.

A voz reflexiva é considerada recíproca quando estão presentes dois sujeitos que praticam e
sofrem a ação um do outro.

Frases na voz reflexiva

 Ele se feriu com a tesoura.


 Alimento-me sempre de forma saudável.

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 Eles olharam-se longamente.

Conversão da voz ativa na voz passiva

Na passagem da voz ativa para a voz passiva ocorrem algumas mudanças.

Conversão da voz ativa na voz passiva analítica

 O sujeito se transforma em agente da passiva.


 O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.
 O verbo transitivo se transforma em locução verbal.

Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva analítica:

Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.

O sujeito (o diretor) passa para agente da passiva (pelo diretor).

O objeto direto passa para sujeito da passiva (o horário de funcionamento da empresa).

O verbo transitivo (alterou) passa para locução verbal (foi alterado).

Voz passiva analítica: O horário de funcionamento da empresa foi alterado pelo diretor.

Conversão da voz ativa na voz passiva sintética

 O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.


 O sujeito se transforma na partícula apassivadora se.
 Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.

Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva sintética:

Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.

O objeto direto passa para sujeito da passiva (o horário de funcionamento da empresa).

O sujeito (o diretor) passa para partícula apassivadora (se).

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Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.

Voz passiva sintética: Alterou-se o horário de funcionamento da empresa.

Flexão em aspecto

A flexão em aspecto permite indicar:

Que a ação verbal…

 está totalmente concluída (aspecto perfectivo);


 não está totalmente concluída (aspecto imperfectivo).

Que o foco da ação verbal está…

 no início da ação (aspecto inceptivo);


 no desenvolvimento da ação (aspecto cursivo);
 no fim da ação (aspecto terminativo).

Se a ação verbal é…

 momentânea (aspecto pontual);


 duradoura (aspecto durativo);
 contínua (aspecto contínuo);
 interrompida (aspecto descontínuo).

Exercícios

01 - Assinale a frase que não está na voz passiva:

a) O atleta foi estrondosamente aclamado.

b) Que exercício tão fácil de resolver!

c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes.

d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado.

e) Entreolharam-se agressivamente os dois competidores.

02 - Transpondo para a voz passiva a oração “O faro dos cães guiava os caçadores”, obtém-se a
forma verbal:

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a) guiava-se

b) ia guiando

c) guiavam

d) eram guiados

e) foram guiados.

03 - Transpondo para a voz ativa a frase:

"Os ingressos haviam sido vendidos com antecedência", obtém-se a forma verbal:

a) venderam

b) vendeu-se

c) venderam-se

d) haviam vendido

e) havia vendido

04 - Encontra-se voz passiva na seguinte alternativa:

a) “... tal o estrago que a bicharada tinha aprontado nas roças e retiros.»

b) E então, pouco a pouco, o luminoso contorno ia sendo perturbado pela escuridão.

c) “Os alto-falantes dos corredores haviam chamado o médico de plantão.’

d) Encontraram-se com seus mestres os alunos do curso de Medicina.

05 - Assinalar a alternativa em que se verifica a voz passiva correspondente à oração “O ator


apresentou várias peças teatrais.”

a) Várias peças teatrais tem sido apresentadas pelo ator.

b) Várias peças teatrais têm-se apresentado.

c) Apresentou-se várias peças teatrais.

d) Apresentaram-se várias peças teatrais.

e) Várias peças teatrais foram apresentadas pelo ator.

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Respostas

01 02 03 04 05
e d d b c

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados da seguinte forma:

 Verbos Regulares - Não têm o seu radical alterado. Exemplos: falar, torcer, tossir.
 Verbos Irregulares - Nos verbos irregulares, por sua vez, o radical é
alterado. Exemplos: dar, caber, medir. Quando as alterações são profundas, eles são
chamados de Verbos Anômalos; é o caso dos verbos ser e vir.
 Verbos Defectivos - Os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas
as pessoas, tempos e modos. Eles podem ser de três tipos:
1. Impessoais - Quando os verbos indicam, especialmente, fenômenos da natureza (não tem
sujeito) e são conjugados na terceira pessoa do singular, são verbos
impessoais. Exemplos: chover, trovejar, ventar.
2. Unipessoais - Quando os verbos indicam vozes dos animais e são conjugados na terceira
pessoa do singular ou do plural, são verbos unipessoais. Exemplos: ladrar, miar, surtir.
3. Pessoais - Quando os verbos têm sujeito, mas não são conjugados em todas as pessoas,
são verbos pessoais. Exemplos: banir, falir, reaver.
 Verbos Abundantes - Os verbos abundantes são aqueles que aceitam duas ou mais
formas. É comum ocorrer no Particípio. Exemplos: aceitado e aceito, inserido e inserto,
segurado e seguro.

Locução Verbal

Uma locução verbal é a combinação de um verbo auxiliar e um verbo principal. Esses dois
verbos, aparecendo juntos na oração, transmitem apenas uma ação verbal, desempenhando o
papel de um único verbo. Exemplo:

 estive pensando
 quero sair
 pode ocorrer
 tem investigado
 tinha decidido

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Função dos verbos auxiliares nas locuções verbais

Apenas o verbo auxiliar é flexionado. Verbo auxiliar é o que perdendo significado próprio, é
utilizado para auxiliar na conjugação de outro, o verbo principal. Assim, o tempo, o modo, o
número, a pessoa e o aspecto da ação verbal são indicados pelo verbo auxiliar.

Exemplo:

Ele está rindo

 Verbo auxiliar - está


 Verbo principal - rindo

Os auxiliares mais comuns são: “Ter, Haver, Ser e Estar”. Contudo, outros verbos também atuam
como verbos auxiliares nas locuções verbais, como os verbos poder, dever, querer, começar a,
deixar de, voltar a, continuar a, entre outros.

Função dos verbos principais nas locuções verbais

Nas locuções verbais o verbo auxiliar aparece conjugado e o principal numa das formas
nominais: no gerúndio, no infinitivo ou no particípio.

Locução verbal com verbo principal no gerúndio

Ex.: Estou escrevendo

 verbo auxiliar flexionado: estou


 verbo principal no gerúndio: escrevendo

Locução verbal com verbo principal no infinitivo

Ex.: Quero sair

 verbo auxiliar flexionado: quero


 verbo principal no infinitivo: sair

Locução verbal com verbo principal no particípio

Ex.: Tinha decidido

 verbo auxiliar flexionado: tinha


 verbo principal no particípio: decidido

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Em todos os exemplos a ideia central é expressa pelo verbo principal, os verbos auxiliares
apenas indicam flexões de tempo, modo, pessoa, número e voz. Sem os verbos principais, os
auxiliares não teriam sentido algum.

Exercícios

01 - “Acesas” é particípio adjetivo de “acender”, verbo chamado abundante, porque possui dupla
forma de particípio (acendido e aceso). Em abundância, que é geralmente do particípio, em
alguns verbos ocorre em outras formas. Assim, por exemplo, é o caso de:

a) coser

b) olhar

c) haver

d) vir

e) dançar

02 - Todas as alternativas apresentam locução verbal, exceto:

a) “E se ele fosse morar longe?”

b) “... bastava me ignorar, se ao menos...”

c) “... só eu soube que ela ia morrer.”

d) “... aniversário ficamos reunidos em redor.”

03 - Considerando a classificação dos verbos destacados, relacione a coluna da direita de acordo


com a da esquerda e assinale a alternativa com a sequência correta.

1 – regular ( ) Farei o exercício

2 – irregular ( ) Ele foi morto durante o assalto.

3 – anômalo ( ) O céu está plúmbeo. Chove.

4 – defectivo ( ) Vão-se aos ares os pombos.

5 – abundante ( ) Mobiliarei a casa quando puder.

a) 3 — 5 — 1 — 2 — 4

b) 2 — 1 — 4 — 5 — 3
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c) 1 — 5 — 4 --- 3 — 2

d) 2 — 5 — 4 — 3 —1

04 - Há uma locução verbal em:

a) "[...] não têm como se defender [...]"

b) "[...] Basta citar um fato]"

c) "Sofrem os danos [...] que não criaram"

d) "Pode-se pedir"

e) "Ambos devem ser enfrentados[...]"

05 - Verbos abundantes caracterizam-se por:

a) Apresentarem duas ou mais formas equivalentes.

b) Não apresentarem todos os tempos, modos ou pessoas

c) Não sofrerem mudanças no radical.

d) Sofrem mudanças no radical.

e) Indicarem tanto uma locução verbal, quanto um tempo composto.

Respostas

01 02 03 04 05
c b d e a

Resumo de Flexão verbal

Flexão em número:

 Singular (um sujeito);


 Plural (vários sujeitos).

Flexão em pessoa:

 1.ª (quem fala: eu e nós);


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 2.ª (com quem se fala: tu e vós);
 3.ª (de quem se fala: ele e eles).

Flexão em modo:

 Indicativo (indica realidade);


 Subjuntivo (indica possibilidade);
 Imperativo (indica ordem);
 Formas nominais (infinitivo, particípio e gerúndio).

Flexão em tempo:

 Tempos no passado (acontecimento anterior ao momento em que se fala);


 Tempos no presente (acontecimento simultâneo ao momento em que se fala);
 Tempos no futuro (acontecimento posterior ao momento em que se fala).

Flexão em aspecto:

 Duração da ação verbal com sentido incoativo (começo da ação);


 Duração da ação verbal com sentido cursivo (desenvolvimento da ação);
 Duração da ação verbal com sentido conclusivo (conclusão da ação).

Flexão em voz:

 Voz ativa (sujeito gramatical é o agente da ação);


 Voz passiva (sujeito gramatical é o paciente da ação);
 Voz reflexiva (sujeito gramatical é agente e paciente da ação).

Advérbio

Advérbio são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.

Classificação dos Advérbios

A classificação dos advérbios é feita conforme a circunstância que um determinado advérbio


transmite.

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Advérbio de lugar aqui;
ali;
atrás;
longe;
perto;
embaixo;
Advérbio de tempo hoje;
amanhã;
nunca;
cedo;
tarde;
antes;
Advérbio de modo bem;
mal;
rapidamente;
devagar;
calmamente;
pior;
Advérbio de afirmação Sim, certamente, certo, decididamente.
Advérbio de negação Não, nunca, jamais, nem, tampouco.
Advérbio de dúvida Talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente,
porventura.
Advérbio de intensidade Muito, pouco, tão, bastante, menos, quanto.
Advérbio de exclusão Salvo, senão, somente, só, unicamente,
apenas.
Advérbio de inclusão Inclusivamente, também, mesmo, ainda.
Advérbio de ordem Primeiramente, ultimamente, depois.
Advérbio de designação Eis

Advérbios interrogativos

Alguns advérbios podem ainda ser classificados em advérbios interrogativos, sendo utilizados nas
interrogações diretas e indiretas e indicando circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa.

São os advérbios:

 por que? (indicando causa);


 onde? (indicando lugar);
 como? (indicando modo);
 quando? (indicando tempo).

Exemplos uso de advérbios interrogativos:

 Onde está sua carteira?


 Perguntei onde estava sua carteira.

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Graus dos advérbios

Os advérbios são palavras invariáveis, não sendo flexionadas em gênero (masculino e feminino)
e número (plural e singular). Apesar disso, alguns advérbios podem ser flexionados em grau
(comparativo e superlativo), similares aos graus dos adjetivos.

Grau comparativo de inferioridade - Formado por: menos + advérbio + que/do que.

Exemplo: Ele come menos lentamente do que eu.

Grau comparativo de igualdade - Formado por: tão + advérbio + quanto/ como/ quão.

Exemplo: Ele come tão lentamente como eu.

Grau comparativo de superioridade - Formado por: mais + advérbio + que/ do que.

Exemplo: Ele come mais lentamente do que eu.

Grau superlativo absoluto sintético - Formado por: advérbio + sufixo (normalmente sufixo -
íssimo).

Exemplo: O avião chegou cedíssimo ao aeroporto.

Grau superlativo absoluto analítico - Acompanhado de outro advérbio: muito + advérbio.

Exemplo: Aquele estudante escreve muito bem.

Nota: É comum a utilização de formas diminutivas em alguns advérbios, como pertinho, longinho,
pouquinho, cedinho,… Esta forma diminutiva do advérbio transmite a noção de muito perto, muito
longe, muito pouco, muito cedo,…

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Formas irregulares

Os advérbios bem, mal, muito e pouco, assumem formas irregulares nos graus comparativo e
superlativo.

Advérbio bem

 comparativo: melhor, mais bem


 superlativo: otimamente, muito bem

Advérbio mal

 comparativo: pior, mais mal


 superlativo: pessimamente, muito mal

Advérbio muito

 comparativo: mais
 superlativo: muitíssimo, o mais

Advérbio pouco

 comparativo: menos
 superlativo: pouquíssimo, o menos

Locução adverbial

Uma locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como um
advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.

Exemplos de locuções adverbiais

 Aquele fã sabe de cor as letras de todas as músicas.


 Em breve, estaremos viajando pelo Japão.
 Gosto mais de trabalhar de noite.

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Classificação das locuções adverbiais

As locuções adverbiais são, também, classificadas conforme a circunstância que expressam.

Locução adverbial de lugar à esquerda, à frente, ao lado, em cima, por


perto, em volta
Locução adverbial de tempo pela manhã, de noite, à tarde, em breve, às
vezes
Locução adverbial de modo em silêncio, de cor, ao contrário, às pressas, à
vontade
Locução adverbial de afirmação com certeza, sem dúvida, por certo, de fato
Locução adverbial de negação de forma alguma, de modo algum, de jeito
nenhum, de maneira nenhuma
Locução adverbial de intensidade de muito, de pouco, de todo, em excesso
Locução adverbial de dúvida com certeza, quem sabe

Emprego do Advérbio

1 - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do sufixo diminutivo dando aos


advérbios o valor de superlativo sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressinha,
rapidinho (bem rápido).

Ex.: Rapidinho chegou a casa; Moro pertinho da universidade.

2 - Frequentemente empregamos adjetivos com valor de advérbio: A cerveja que desce redondo.
(redondamente)

3 - Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai para o plural; equivale a muito / a:
Aquelas jovens são bastante simpáticas e gentis.

4 - Bastante - antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai para o plural, equivale a muitos / as:
Contei bastantes estrelas no céu.

5 - Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei
a casa, encontrei-a de mau humor.

6 - Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal: Ficamos mais bem informados
depois do noticiário notumo.

7 - Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se fazem professores como


antigamente. (=não se fazem mais)

8 - Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o particípio permanece no masculino plural:


Minha irmã Zuleide emagrecia a olhos vistos.

9 - Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no último permanece mente: Educada
e pacientemente, falei a todos.
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10 - A repetição de um mesmo advérbio assume o valor superlativo: Levantei cedo, cedo.

Palavras e Locuções Denotativas

São palavras semelhantes a advérbios e que não possuem classificação especial. Não se
enquadram em nenhuma das dez classes de palavras. São chamadas de denotativas e
exprimem:

Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. Ex.: Ainda bem que você veio.

Designação, Indicação: eis. Ex.: Eis aqui o herói da turma.

Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, sequer: Ex.: Não me disse sequer uma
palavra de amor.

Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, de mais a mais. Ex.: Também há
flores no céu.

Limitação: só, apenas, somente, unicamente. Ex.: Só Deus é perfeito.

Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo. Ex.: Sei lá o que ele quis dizer!

Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes. Ex.: Irei à Bahia na próxima semana, ou melhor,
no próximo mês.

Explicação: por exemplo, a saber. Ex.: Você, por exemplo, tem bom caráter.

Exercícios

01 - Observe as palavras:

I. Hoje.

II. Aqui.

III. Rapidamente.

IV. Bastante.

V. Com certeza.

Classificam-se, respectivamente, como:

a) advérbios de tempo, lugar, modo, intensidade e afirmação.

b) advérbios de modo, tempo, intensidade, afirmação e negação.


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c) advérbios de dúvida, tempo, lugar, modo e intensidade.

d) advérbios de tempo, lugar, modo, afirmação e dúvida.

e) advérbios de dúvida, afirmação, lugar, modo e intensidade.

02 - Entende-se por advérbio:

a) Unidade que significa ação ou processo, podendo expressar o modo, o tempo, a pessoa e o
número.

b) Expressão modificadora do verbo, denota uma circunstância de lugar, tempo, modo,


intensidade, condição, entre outras, e desempenha, sintaticamente, a função de adjunto
adverbial.

c) Classe de palavras responsável por delimitar ou qualificar o substantivo.

d) Classe que designa os nomes dos objetos, pode ser dividida em próprios e comuns.

e) Palavra anteposta aos substantivos com reduzido valor semântico.

03 - Assinale a alternativa que apresenta pelo menos uma locução adverbial de modo:

a) Sintam-se à vontade, a casa é de vocês.

b) Quem sabe eu não dou de presente no seu aniversário?

c) Mariana disse que, em breve, conseguiremos quitar as dívidas.

d) Não se preocupe, estaremos sempre por perto.

e) No sábado, vamos ao cinema assistir a um filme de comédia.

04 - Assinale a opção em as palavras / locuções denotativas NÃO foram bem classificadas:

a) A palavra se, por exemplo, pode ter muitas funções. (de explicação)

b) Todos saíram, exceto o vigia. (de exclusão)

c) Mesmo eu não sabia de nada! (de inclusão)

d) Ele também participou da homenagem. (de inclusão)

e) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia esteve aqui. (de adição)

05 - Marque a única alternativa cuja expressão destacada não seja considerada uma locução
adverbial:

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a) Depois de amanhã, volto para Goiás.

b) Não acredito que roubaram minha carteira de novo.

c) É melhor que deixemos tudo às claras.

d) Esse cãozinho é meu companheiro de verdade.

e) Certamente conseguiremos alcançá-los.

Respostas

01 02 03 04 05
a b a e e

Preposição

Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos de
uma oração. São indispensáveis para a construção e compreensão dos textos, conferindo-lhes
coesão e estrutura.

As preposições relacionam dois termos: um antecedente e um consequente. Através de


preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo (termo
antecedente).

Exemplo:

Sinto dor de barriga.

 termo antecedente: dor


 preposição: de
 termo consequente: barriga

Tipos de preposições

As preposições podem ser classificadas em preposições essenciais, preposições acidentais e


locuções prepositivas.

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Preposições essenciais

Preposições essenciais são palavras que funcionam puramente como preposição:

 A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre,
trás.

Exemplos de uso de preposições essenciais

 Quero uma coxinha de frango com catupiry.


 Eu espero por você em casa!
 O meu muito obrigado a todos!

Obs.: O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um substantivo, é flexionado: a casa,
as casas, a árvore, as árvores, a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e
não estabelece concordância com o substantivo.

Ex.: Fiz todo o percurso a pé. (não há concordância com o substantivo masculino pé)

Preposições acidentais

Preposições acidentais são palavras que possuem outras classes gramaticais, mas que também
funcionam como preposições:

 Afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo,
segundo, senão, tirante, visto.

Exemplos de uso de preposições acidentais

 Durante o dia estou no escritório.


 Segundo as instruções, não devemos molhar este equipamento.
 A encomenda apenas será entregue mediante pagamento.

Locuções prepositivas

Locuções prepositivas são duas ou mais palavras em que a última é uma preposição:

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 Abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, além de, antes de, ao invés de, ao lado de, a par
de, apesar de, a respeito de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de,
dentro de, depois de, diante de, em frente de, em lugar de, em vez de, graças a, perto de,
por causa de, por entre.

Exemplos de uso de locuções prepositivas

 Em vez de irmos ao cinema, que tal irmos à praia?


 Graças a Deus está tudo bem!
 De acordo com o relatório, a empresa está com uma enorme dívida financeira.

Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. Na locução adverbial, nunca há uma
preposição no final, e sim no começo:

 Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. (locução adverbial);


 O acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução prepositiva).

Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com outra preposição:

 Abola passou por entre as pernas do goleiro.

Mas é inadequado dizer:

 Proibido para menores de até 18 anos;


 Financiamento em até 24 meses.

Contração e combinação de preposições

Preposições são palavras invariáveis, não sendo flexionadas em gênero, número e grau. Podem,
contudo, aparecer contraídas ou combinadas com palavras variáveis, como artigos e pronomes,
que estabelecem concordância de gênero e número com os termos da oração.

Ocorre contração quando há alterações na estrutura da preposição.

Ocorre combinação quando a preposição se mantém inalterada.

Contração de preposições

 a+a=à
 a + aquele = àquele
 de + o = do

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 de + uma = duma
 de + isto = disto
 em + as = nas
 em + um = num
 em + essa = nessa
 por + o = pelo
 por + as = pelas

Combinação de preposições

 a + o = ao
 a + os = aos
 a + onde = aonde

Emprego de preposições

As preposições são normalmente utilizadas na introdução de complementos verbais ou nominais,


de locuções adjetivas ou adverbiais e de orações reduzidas.

Algumas preposições transmitem a noção de movimento, sendo dinâmicas, outras de situação,


sendo estáticas.

Preposições de movimento:

 Eu vou a Copacabana.
 Vou sair de sua casa.

Preposições de situação:

 Tenho medo de aranhas.


 Estamos sem dinheiro.

As preposições podem se referir ao espaço e ao tempo ou estabelecer relações diversas.

Assunto A conferência será sobre a importância da vacinação infantil.


Autoria Este quadro de Picasso é arrebatador.
Causa Minha barriga dói de fome.
Companhia Ontem fui passear com meu filho.
Conteúdo Tire da geladeira a panela com feijão preto.
Destino Os deputados estão indo para Brasília.
Distância A próxima cidade fica a 53 km daqui.
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Especialidade Ele é perito em mecânica.
Finalidade Comprei estas decorações para enfeitar a festa.
Instrumento O jardineiro cortou a grama com uma tesoura.
Lugar Eles estiveram em Porto Seguro.
Matéria Minha cama é de ferro.
Meio Nós iremos percorrer o litoral brasileiro de bicicleta.
Modo A decisão será tomada por votação.
Oposição Os manifestantes são contra a legalização do aborto.
Origem Esta encomenda veio de Lisboa.
Posse Estes livros são do meu pai.
Preço A passagem de avião fica por R$ 400.
Tempo Meu irmão chegará em uma hora.

Observação:

Na língua cotidiana, falada ou escrita, aparecem as reduções pra (para a) e pro (para o). Essas
palavras não pedem acento, já que se trata de palavras átonas. por exemplo:

 Este é um país que vai pra frente.


 Vá pra casa, e não pro botequim!

Valores das Preposições

 (movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os Anos Dourados.


 Modo: Partiu às pressas.
 Tempo: Iremos nos ver ao entardecer.
 A preposição a indica deslocamento rápido: Vamos à praia. (ideia de passear)

Ante

 (diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a emoção.
 Tempo (substituída por antes de): Preciso chegar ao encontro antes das quatro horas.

Após

 (depois de): Após alguns momentos desabou num choro arrependido.

Até

 (aproximação): Correu até mim.


 Tempo: Certamente teremos o resultado do exame até a semana que vem.

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 Atenção: Se a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusão e não
preposição. Os sonhadores amam até quem os despreza. (inclusive)

Com

 (companhia): Rir de alguém é falta de caridade; deve-se rir com alguém.


 Causa: A cidade foi destruída com o temporal.
 Instrumento: Feriu-se com as próprias armas.
 Modo: Marfinha, minha comadre, veste-se sempre com elegância.

Contra

 (oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do tribunal.


 Direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.

De

 (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos.


 Lugar: Os corruptos vieram da capital.
 Causa: O bebê chorava de fome.
 Posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu.
 Assunto: Falávamos do casamento da Mariele.
 Matéria: Era uma casa de sapé.
 A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que precede o sujeito de um verbo. É
tempo de os alunos estudarem. (e não: dos alunos estudarem)

Desde

 (afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina vem desde São Paulo.


 Tempo: Desde o ano passado quero mudar de casa.

Em

 (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos.


 Matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em Curitiba.
 Especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras.
 Tempo: Tudo aconteceu em doze horas.

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Entre

 (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro entre dois suportes.

Para

 Direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.


 Tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana.
 Finalidade: Lute sempre para viver com dignidade.
 A preposição para indica permanência definitiva. Vou para o litoral. (ideia de morar)

Perante

 (posição anterior): Permaneceu calado perante todos.

Por

 (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas desconhecidas.


 Causa: Por ser muito caro, não compramos um pendrive novo.
 Espaço: Por cima dela havia um raio de luz.

Sem

 (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.

Sob

 (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar.


 Viveu, sob pressão dos pais.

Sobre

 (em cima de, com contato): Colocou as taças de cristal sobre a toalha rendada.
 Assunto: Conversávamos sobre política financeira.

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Trás

 (situação posterior; é preposição fora de uso. É substituída por atrás de, depois de):
 Por trás desta carinha vê-se muita falsidade.

Exercícios

01 - Assinale a opção em que a preposição com traduz uma relação de instrumento:

a) “Teria sorte nos outros lugares, com gente estranha.”

b) “Com o meu avô cada vez mais perto de mim, o Santa Rosa seria um inferno.”

c) “Não fumava, e nenhum livro com força de me prender.”

d) “Trancava-me no quarto fugindo do aperreio, matando-as com jornais.”

e) “Andavam por cima do papel estendido com outras já pregadas no breu.”

02 - A preposição que há na frase: “Muitos morreram de fome” expressa relação de:

a) causa

b) modo

c) intensidade

d) instrumento

e) meio

03 - Analise as preposições destacadas nos seguintes contextos:

A – "[...] inconformado COM as amarras da lei, fazia justiça COM as próprias mãos."

B – "[...] buscar formas de convivência COM o narcotráfico."

As preposições sublinhadas indicam, respectivamente:

a) causa – instrumento – companhia.

b) modo – modo – instrumento.

c) referência – causa – companhia.

d) instrumento – referência – causa.

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e) companhia – causa – modo.

04 - O segmento em que a preposição destacada estabelece uma relação de causa é:

a) A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada.

b) A escada, de degraus gastos, subia ingrememente.

c) No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame […]

d) […] uma janela com gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado...

e) […] coava a luz suja do saguão.

05 - Qual alternativa apresenta uma locução prepositiva:

a) abaixo de

b) à direita

c) de repente

d) ao léu

e) de manhã

Respostas

01 02 03 04 05
c a a d a

Conjunção

Conjunção é um termo que liga duas orações ou duas palavras de mesmo valor gramatical,
estabelecendo uma relação (de coordenação ou subordinação) entre eles.

Locução conjuntiva

Há ainda a locução conjuntiva, que ocorre quando duas ou mais palavras exercem a função de
conjunção. Como os casos de: ainda que, desde que, assim que, uma vez que, antes que, logo
que, etc. Exemplo:
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Ele participará da festa, desde que você faça a sua parte.

Classificação das conjunções e locuções conjuntivas

As conjunções estabelecem relações de coordenação ou subordinação, sendo assim


classificadas em conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

Conjunções coordenativas

As conjunções coordenativas são aquelas que ligam duas orações independentes. São
divididas em cinco tipos:

1. Conjunções Aditivas

Essas conjunções exprimem soma, adição de pensamentos: e, nem, não só...mas também, não
só...como também.

Exemplo: Ana não fala nem ouve.

2. Conjunções Adversativas

Exprimem oposição, contraste, compensação de pensamentos: mas, porém, contudo, entretanto,


no entanto, todavia.

Exemplo: Não fomos campeões, todavia exibimos o melhor futebol.

3. Conjunções Alternativas

Exprimem escolha de pensamentos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja.

Exemplo: Ou você vem conosco ou você não vai.

4. Conjunções Conclusivas

Exprimem conclusão de pensamento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo),
portanto, por conseguinte, assim.

Exemplo: Chove bastante, portanto a colheita está garantida.


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5. Conjunções Explicativas

Exprimem razão, motivo: que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por
conseguinte.

Exemplo: Não choveu, porque nada está molhado.

Conjunções subordinativas

As conjunções subordinativas servem para ligar orações dependentes uma da outra e são
divididas em dez tipos:

1. Conjunções Integrantes

Introduzem orações subordinadas com função substantiva: que, se.

Exemplo: Quero que você volte já. Não sei se devo voltar lá.

2. Conjunções Causais

Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto que, já
que, uma vez que.

Exemplo: Não fui à aula porque choveu. Como fiquei doente não pude ir à aula.

3. Conjunções Comparativas

Introduzem orações subordinadas que dão ideia de comparação: que, do que, como.

Exemplo: Meu professor é mais inteligente do que o seu.

4. Conjunções Concessivas

Iniciam orações subordinadas que exprimem um fato contrário ao da oração principal: embora,
ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que.

Exemplo: Vou à praia, embora esteja chovendo.

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5. Conjunções Condicionais

Iniciam orações subordinadas que exprimem hipótese ou condição para que o fato da oração
principal se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que.

Exemplo: Se não chover, irei à praia.

6. Conjunções Conformativas

Iniciam orações subordinadas que exprimem acordo, concordância de um fato com outro:
segundo, como, conforme.

Exemplo: Cada um colhe conforme semeia.

7. Conjunções Consecutivas

Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na


oração principal: que, de forma que, de modo que, de maneira que.

Exemplo: Foi tamanho o susto que ela desmaiou.

8. Conjunções Temporais

Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim que,
sempre que.

Exemplo: Quando as férias chegarem, viajaremos.

9. Conjunções Finais

Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade: a fim de que, para que.

Exemplo: Estamos aqui para que ele fique tranquilo.

10. Conjunções Proporcionais

Iniciam orações subordinadas que exprimem concomitância, simultaneidade: à medida que, à


proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor.

Exemplo: Quanto mais trabalho, menos recebo.

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Quadro das conjunções coordenativas

Classificação Sentido Principais conjunções


Aditivas adição, soma e, nem, mas também
Adversativas oposição, contraste mas, porém, contudo, todavia, entretanto
Alternativas alternância, exclusão ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...
Conclusivas conclusão explicação quer logo, pois (posposto ao verbo), portanto
Explicativas justificativa pois (anteposto ao verbo), porque, que

Quadro das conjunções subordinativas

Classificação Sentido Principais conjunções


Integrantes sem valor semântico específico, apenas que, se
ligam orações
Causais causa, motivo porque, como, já que, visto que
Condicionais condição se, caso, desde que, contanto que
Consecutivas consequência que (precedido de tão, tal, tanto), de
modo que
Comparativas comparação como, que (precedido de mais ou
menos), assim como
Conformativas conformidade como, conforme, segundo
Concessivas concessão embora, se bem que, mesmo que,
ainda que
Temporais tempo quando, assim que, antes que,
depois que
Finais finalidade para que, a fim de que, que
Proporcionais proporção à medida que, à proporção que

Exercícios

01 - No período: "Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou,
embora com menos entusiasmo", a palavra destacada expressa uma ideia de:

a) explicação

b) concessão

c) comparação

d) modo

e) consequência

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02 - No fragmento “A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder
os benefícios da longevidade bem-vinda [...]", a oração destacada expressa ideia de:

a) Condição

b) Consequência

c) Concessão

d) Comparação

e) Causa

03 - Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula como
expressa uma ideia de:

a) comparação

b) causa

c) explicação

d) conclusão

e) proporção

04 - Observe as frases abaixo:

“Este é um pais rico, ______ a maior parte de seu povo seja muito pobre.”

“É necessário lutar ______ seus sonhos se tomem realidade.”

“Não foi classificado, ______ não. conseguiu realizar a última prova de aptidão.”

“Viajou para o exterior, _______ concluiu seus estudos no Brasil.”

As locuções conjuntivas que relacionam corretamente as orações acima são respectivamente,

a) já que, para que, uma vez que, visto que.

b) ainda que, para que, visto que, logo que.

c) ainda que, mesmo que, apesar de que, já que.

d) mesmo que, desde que, apesar de que, assim que.

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05 - Assinale a alternativa em que ocorre erro no uso da conjunção ou locução conjuntiva.

a) Podem acusar-me, portanto estou com a consciência tranquila.

h) Que não pedes um diálogo de amor á claro, desde que imponhas a cláusula da meia-idade.

e) Da própria garganta saiu um grito de admiração, que ele acompanhou, embora com menos
entusiasmo.

d) Estava distraído, de forma que não o vi passar.

Respostas

01 02 03 04 05
b c a b a

Interjeição

É a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito ou apelos.

Locução Interjetiva

Locução Interjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma interjeição:

Exemplos:

 Muito bem!
 Que pena!
 Quem me dera!
 Puxa, que legal!

Classificação das Interjeições e Locuções Interjetivas

As interjeições e as locuções interjetivas são classificadas de acordo com o sentido que elas
expressam em determinado contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir
emoções variadas.

 Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu Deus!, Céus!


 Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!, Olha lá!

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 Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;
 Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
 Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem!
 Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!
 Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
 Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!
 Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, Chega!, Basta!
 Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
 Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!
 Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me dera!
 Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Passa!, Sai!, Roda!, Arreda!, Rua!, Cai fora!, Vaza!
 Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!, Muito obrigada!, Valeu!
 Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!
 Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh!
 Contrariedade: Droga!, Credo!
 Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Foi mal!
 Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
 Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim!
 Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué!
 Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Vamos!, Firme!, Força!
 Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!
 Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Calado!, Quieto!, Bico fechado!

Obs.: Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes são formadas por palavras de
outras classes gramaticais. Exemplo:

Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).

Exercícios

01 - Quais dos grupos de palavras são formados por interjeição:

a) Vida, Casa, Palavra, Cruzada

b) Documentar, Texto, Moscas! , Questione!

c) Ei!, Marta, Sai!, Entretanto

d) Oh!, Claro!, Oba!, Atenção!

e) Atenção!, A tensão, Rua Gaspar Dutra, Correr

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02 - Sabemos que cada classe de palavras exerce alguma função morfológica no interior dos
enunciados. Assim, podemos dizer que as interjeições têm a função de:

a) imitar os sons da realidade, como o latido de um cão, o barulho de uma porta sendo fechada,
um vidro quebrado, um telefone tocando.

b) exprimir, de forma instantânea e enfática, sentimentos, emoções e reações psicológicas por


meio dos sinais de pontuação, de gestos, bloqueios e efeitos sonoros. Exemplos: Psiu! Oh! Uau!

c) repetir os fonemas tônicos para que as palavras possam ser rimadas e dar sonoridade ao
texto.

d) enfatizar palavras e expressões a partir do uso exagerado de sinais de pontuação.

e) realçar a combinação fonética intencional por parte do autor para causar efeitos sensoriais
durante a leitura/declamação dos textos.

03 - “Nossa Senhora! Como você pôde fazer isso!” A locução interjetiva destacada expressa:

a) espanto

b) saudação

c) satisfação

d) desejo

04 – Marque a única alternativa que não é composta apenas por Interjeições ou Locuções
Interjetivas:

a) Uau! Psiu! Que horror!

b) Ai de mim! Ora bolas! Psiu!

c) Oh, céus! Alto lá! Quem me dera!

d) Au, au, au! Puxa vida! Alô!

e) Oba! Viva! Ufa!

05 - Qual dos sentidos das interjeições está correto?

a) Credo! – Repulsa

b) Vamos! – Dúvida

c) Puxa! – Intenção

e) Viva! – Alívio

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Respostas

01 02 03 04 05
d b a d a

Estrutura e formação de palavras

Estrutura das palavras

Ao estudar a estrutura das palavras, estamos penetrando seu íntimo e conhecendo as várias
partes que formam um todo acabado e repleto de significado. Uma palavra é formada por
unidades mínimas que possuem significado, que são chamadas elementos mórficos ou
morfemas.

Classificação dos Morfemas

Na estrutura e formação das palavras, existem diferentes elementos mórficos, com diferentes
significados:

 Raiz
 Radical
 Vogal temática
 Tema
 Afixos
 Desinências
 Vogal de ligação
 Consoante de ligação

Raiz

A raiz da palavra é o principal elemento de origem da palavra, ou seja, sua parte básica.

Ela abriga a significação do termo e pode sofrer alterações. As palavras que possuem a mesma
família etimológica contém a mesma raiz, por exemplo.

Carr - raiz nominal de carro

Noc - raiz nominal de nocivo

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Radical

O radical é o elemento base que serve de significado à palavra e que inclui a raiz. Ele não sofre
alterações, ou seja, permanece igual sempre, por exemplo:

Ferro e ferrugem

Floricultura e Florista

Lista de radicais latinos

 agri (agri = campo): agricultura;


 alter (alter = outro): alternativa;
 ambi (ambi = ambos): ambidestro;
 audio (audire = ouvir): auditório;
 beli (bellum = guerra): bélico;
 bi (bis = duas vezes): bisavó;
 cídio (cidio = matar): suicídio;
 clar (clarus = claro): claridade;
 cruci (crux = cruz): crucificar;
 curv (curvus = curvo): curvilíneo:
 duo (duo = dois): dueto;
 equi (aequus = igual): equilátero;
 escri (scríbere = escrever): escrita;
 lac (lactis = leite): lácteo;
 loco (locus = lugar): locomover;
 loquo (lóquor = fala): ventríloquo;
 ludo (ludis = jogo): lúdico;
 mort (mortis = morte): mortandade;
 oni (omni = todo): onipresente;
 ped (pedis = pé): pedal;
 pisci (piscis = peixe): piscicultura;
 quadru (quattuor = quatro): quádruplo;
 tri (tres = três): tripé;
 uni (unus = um): uniforme;
 verm (vermis = merme): vermicida.

Lista de radicais gregos

 aero (aér = ar): aeroporto;


 astro (áster = estrela): astronomia;
 biblio (bibl-íon = livro): biblioteca;
 bio (bi-os = vida): biografia;
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 cardio (kard-ia = coração): cardíaco;
 crono (chron-os = tempo): cronômetro;
 deca (deka = dez): década;
 derme (derm-a = pele): dermatologista;
 di (dis = dois): dissílabo;
 etno (ethn-os = raça): etnia;
 gastro (gáster = estômago): gástrico;
 hetero (héter-os = diferente): heterogêneo;
 hidro (hyd-ro = água): hidrografia;
 macro (makr-ós = grande): macróbio;
 micro (mikrós = pequeno): micróbio;
 mono (mónos = um): monólogo;
 neo (né-os = novo): neologismo;
 oftalmo (ophthálmos = olho): oftalmologia;
 poli (polys = muito): poligamia;
 pseudo (pseudos = falsidade): pseudônimo;
 psico (psiqué = alma): psicologia;
 tele (têle = longe): telefone;
 termo (termós = calor): termômetro;
 tri (triás = três): tríade;
 zoo (zô-on = animal): zoológico.

Vogal temática

As vogais temáticas ocorrem entre um radical e uma desinência. Ocorrendo em verbos, são
chamadas de vogais temáticas verbais. Ocorrendo em nomes, são chamadas de vogais
temáticas nominais.

Nos verbos, as vogais temáticas indicam a conjugação verbal:

 Vogal temática -a indica os verbos da 1.ª conjugação: falar.


 Vogal temática -e indica os verbos da 2.ª conjugação: entender.
 Vogal temática -i indica os verbos da 3.ª conjugação: dividir.

Nos nomes, as principais vogais temáticas são -a e -o, como em em livr-o e past-a. Os nomes
terminados em consoante, como par, possuem a vogal temática -e, que é recuperada no plural
(mar-e-s). Apenas as vogais finais átonas são vogais temáticas nominais. Os nomes terminados
em vogal tônica, como café, não possuem vogal temática.

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Tema

Tema é o nome dado à junção do radical com a vogal temática. Nas palavras em que não há
vogal temática, o tema e o radical estão representados no mesmo elemento.

Temas verbais:

 falar (fala-r);
 entender (entende-r);
 dividir (dividi-r).

Temas nominais:

 livros (livro-s);
 pastas (pasta-s).

Afixos

São morfemas que se colocam antes ou depois do radical alterando sua significação básica. São
divididos em prefixos e sufixos.

Os prefixos aparecerem antes do radical das palavras. Exemplos:

 desigual (des- + igual);


 infeliz (in- + feliz);
 refazer (re- + fazer).

Os sufixos aparecerem depois do radical das palavras. Exemplos:

Exemplos de sufixos:

 caprichar (capricho + -ar);


 normalmente (normal + -mente);
 lavável (lavar + -ável).

Desinências

As desinências são morfemas que indicam os tipos de flexão que uma palavra pode sofrer. Tal
como as vogais temáticas, as desinências são chamadas de nominais quando se referem a
nomes e de verbais quando se referem a verbos.
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As desinências nominais indicam a possibilidade de flexão em gênero (feminino e masculino) e
número (singular e plural):

 A desinência nominal -o indica o masculino: amigo (amig-o).


 A desinência nominal -a indica o feminino: amiga (amig-a).
 A desinência nominal -s indica o plural: amigos e amigas (amig-o-s e amig-a-s).

As desinências verbais indicam a possibilidade de flexão em modo (indicativo, subjuntivo e


imperativo), tempo (passado, presente e futuro), número (singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou
3.ª pessoa gramatical).

Desinências verbais modo temporais:

 As desinências -va e -ia indicam o pretérito imperfeito do indicativo: falava, corria.


 A desinência -ra indica o pretérito mais-que-perfeito do indicativo: falara.
 A desinência -ria indica o futuro do pretérito do indicativo: falaria.
 A desinência -sse indica o pretérito imperfeito do subjuntivo: falasse.

Desinências verbais número pessoais:

 A desinência -o indica a 1.ª pessoa do singular: falo.


 A desinência -s indica a 2.ª pessoa do singular: falas.
 A desinência -mos indica a 1.ª pessoa do plural: falamos.
 A desinência -m indica a 3.ª pessoa do plural: falam.

Vogal de ligação

As vogais de ligação são elementos incluídos nas palavras para facilitar a pronúncia. Por
exemplo: maresia, bananeira, gasômetro e parisiense.

Consoante de ligação

Da mesma maneira que as vogais de ligação, as consoantes de ligação são elementos incluídos
aos vocábulos que auxiliam na pronúncia. Por exemplo: cafeteira, cafezal e chaleira.

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Observação

Vogais e consoantes de ligação são também chamados de infixos.

Na estrutura de palavras, na junção dos morfemas, podem ocorrer omissões e alterações fônicas,
como:

 carteiro: cart(a) + eiro, com omissão da vogal a.


 cantávamos e cantáveis: alteração fônica de a para e por influência da vogal i.

Separação dos morfemas das palavras

A separação dos morfemas constituintes das palavras não é uma tarefa simples e linear, sendo
necessária a compreensão do significado dos diferentes morfemas que participam na estrutura e
formação de palavras.

Morfemas da palavra patinhos (pat-inh-o-s)

 pat (radical)
 inh (sufixo indicativo do diminutivo)
 o (desinência indicativa do masculino)
 s (desinência indicativa do plural)

Morfemas da palavra encontrávamos (encontr-á-va-mos)

 encontr (radical)
 á (vogal temática)
 va (desinência indicativa do modo e tempo verbal)
 mos (desinência indicativa da pessoa e número verbal)

cant-á-va-mos cant-á-sse-is
cant: radical cant: radical
-á-: vogal temática -á-: vogal temática
-va-: desinência modo-temporal (caracteriza o -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o
pretérito imperfeito do indicativo) pretérito imperfeito do subjuntivo)
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza -is: desinência número-pessoal (caracteriza a
a primeira pessoa do plural) segunda pessoa do plural)

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Exercícios

01 - Assinale a opção que não apresenta desinência de gênero.

a) divertida

b) respeitoso

c) fantasia

d) aborrecido

02 - Assinale a opção que apresenta desinência de número.

a) pires

b) todos

c) lápis

d) vírus

03 - Indique em qual opção há um erro na identificação do elemento mórfico.

a) chaleira: consoante de ligação.

b) lentamente: sufixo.

c) antiga: desinência indicativa do feminino.

d) purê: vogal temática.

04 - Na palavra “equilibristas” indique a ordem correta dos morfemas.

a) radical, sufixo, desinência de gênero, desinência de número

b) radical, prefixo, desinência de gênero, desinência de número

c) radical, sufixo, desinência de número

d) radical, prefixo, desinência de número

05 - Assinalar a alternativa correta. Na palavra “empedramento”.

a) o sufixo é ento

b) o prefixo é empe
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c) o tema é pedra

d) o radical é emped.

Respostas

01 02 03 04 05
c b d c c

Formação de Palavras

As palavras que compõem o léxico da língua são formadas principalmente por dois processos
morfológicos:

 Composição (justaposição e aglutinação)


 Derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria)

Processos de Composição

Haverá composição quando se juntarem dois ou mais radicais para formar nova palavra. Há dois
tipos de composição: justaposição e aglutinação.

a) Justaposição: ocorre composição por justaposição quando não há alteração das palavras
formadoras. Ocorre apenas a junção de duas ou mais palavras simples ou radicais, que mantêm
a mesma ortográfica e acentuação que apresentavam antes do processo de composição. Por
exemplo:

 arco-íris;
 beija-flor;
 guarda-chuva;
 segunda-feira;
 chapéu de chuva;
 fim de semana;
 girassol;
 paraquedas;
 passatempo;
 pontapé.

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Obs.: A maior parte das palavras compostas por justaposição estão ligadas com um hífen.
Contudo, é possível a escrita de palavras compostas por justaposição sem hífen ou apenas
escritas juntas.

b) Aglutinação: ocorre composição por aglutinação quando há alteração das palavras


formadoras. Ocorre a fusão de duas ou mais palavras simples ou radicais, havendo supressão de
fonemas. Os elementos formadores perdem, assim, a sua identidade ortográfica e fonológica
porque a nova palavra composta apresenta apenas um acento tônico. Por exemplo:

 aguardente (água + ardente);


 embora (em + boa + hora);
 planalto (plano + alto);
 vinagre (vinho + acre).

Processos de Derivação

Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva.
Os processos de derivação são:

a) Derivação prefixal: na derivação prefixal acrescenta-se um prefixo a uma palavra já existente.


Por exemplo:

 desnecessário (des- + necessário)


 contramão (contra- + mão)
 antebraço (ante- + braço)
 infeliz (in- + feliz)

b) Derivação sufixal: na derivação sufixal acrescenta-se um sufixo a uma palavra já existente.


Por exemplo:

 ciumento (ciúme + -ento)


 velozmente (veloz + -mente)
 orgulhoso (orgulho + -oso)
 namorico (namoro + ico)

c) Derivação Prefixal e Sufixal: a derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um


sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a
presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

 deslealmente (des: prefixo e mente: sufixo)


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 infelizmente (in: prefixo e mente: sufixo)

Obs.; Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras, desleal e
lealmente, assim como infeliz e felizmente.

d) Derivação parassintética: na derivação parassintética acrescenta-se simultaneamente um


sufixo e um prefixo a uma palavra já existente. Por exemplo:

 espairecer (es- + pairar + -ecer)


 esquentar (es- + quente + -ar)
 entediar (en- + tédio + -ar)
 desgelar (des- + gelo + -ar)

Obs.: Na derivação parassintética os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao
mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado. Por exemplo:

Anoitecer (a: prefixo e ecer: sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois
os afixos não podem se separar.

e) Derivação regressiva: na derivação regressiva, também chamada de formação deverbal,


ocorre redução da palavra primitiva e não acréscimo. Por exemplo:

 boteco (de botequim)


 dispensa (do verbo dispensar)
 bandeja (do verbo bandejar)
 remoinho (do verbo remoinhar)

f) Derivação imprópria: na derivação imprópria, atualmente chamada de conversão por algumas


gramáticas, não há alteração da palavra primitiva, que permanece igual. Há, contudo, mudança
de classe gramatical com consequente mudança de significado: verbos passam a substantivos,
adjetivos passam a advérbios, substantivos passam a adjetivos, etc. Por exemplo:

 jantar (verbo para substantivo)


 andar (verbo para substantivo)
 prodígio (substantivo para adjetivo)
 baixo (adjetivo para advérbio)

Outros processos de formação de palavras

Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de línguas diferentes. Por exemplo:

 automóvel (auto: grego; móvel: latim)


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 sociologia (socio: latim; logia: grego)
 sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

Abreviação vocabular: cujo traço peculiar manifesta-se por meio da eliminação de um segmento
de uma palavra no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas.
Por exemplo:

 metropolitano – metrô
 extraordinário – extra
 otorrinolaringologista – otorrino
 telefone – fone
 pneumático – pneu

Onomatopeia: consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza ou sons repetidos.
Por exemplo:

 zumzum
 cri-cri
 tique-taque
 pingue-pongue
 blá-blá-blá

Siglas: as siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras
que constitui um nome. Por exemplo:

 IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)


 IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano)

Obs.: As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não ser que haja mais de três
letras e a sigla seja pronunciável sílaba por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.

Neologismo: o neologismo é um processo de formação de palavras em que são criados novos


termos para suprir alguma lacuna de significação. Podemos citar como exemplo a palavra
"internetês", que se refere a linguagem da internet.

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Exercícios

01 - Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas por justaposição,


aglutinação e parassíntese:

a) varapau - girassol - enfaixar

b) pontapé - anoitecer - ajoelhar

c) maldizer - petróleo - embora

d) vaivém - pontiagudo - enfurece

e) penugem - plenilúnio - despedaça

02 - Assinale a alternativa em que a palavra não é formada por derivação regressiva:

a) comuna

b) âncora

c) boteco

d) corte

e) agito

03 - As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:

a) derivação

b) onomatopeia

c) hibridismo

d) composição

e) prefixação

04 - A palavra orgulhoso é formada por derivação.

a) prefixal;

b) sufixal;

c) regressiva;

d) parassintética;

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e) imprópria.

05 - A palavra "aguardente" formou-se por:

a) hibridismo

b) aglutinação

c) justaposição

d) parassíntese

d) parassíntese

Respostas

01 02 03 04 05
d b d b b

O Acordo Ortográfico e o uso dos prefixos

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em janeiro de 2009, o hífen é utilizado
quando o prefixo termina com a mesma letra que começa a segunda palavra ou quando a
segunda palavra começa com h.

Exemplos – Segunda palavra começa com a mesma letra:

 micro-organismo, micro-ondas, contra-ataque, contra-atacante, anti-inflamatório, sobre-


exaltar, sobre-erguer, extra-amazônico, extra-alcance.

Exemplos – Segunda palavra começa com h:

 micro-história, contra-habitual, anti-higiênico, sobre-humano, extra-humano, extra-


hospitalar.

Em todas as outras situações, o prefixo é escrito junto à palavra já existente, sem hífen.

Exemplos – sem hífen:

 microbiologista, micronutriente, anticoncepcional, contracheque, contraproposta,


sobrenome, sobrenatural, sobremesa, sobreaviso, extrajudicial, extragaláctico,
extranormal.
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Salienta-se que nas formações em que o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa
com as consoantes r ou s, estas consoantes deverão ser duplicadas.

Exemplos – Com consoantes r ou s duplicadas:

 microrregião, microssegundo, antissocial, antirrugas, contrassenso, contrarreforma.

Existem, contudo, casos específicos:

1) Nos prefixos sob- e sub-, além do h e do b, também é utilizado hífen quando a segunda
palavra começa pela letra r.

 Exemplos: sub-bibliotecário, sub-base, sub-região, sub-reino.

2) Com o prefixo co- apenas é utilizado o hífen quando a segunda palavra começa com h. Em
todas as outras situações, o prefixo é escrito junto à palavra já existente, mesmo quando a
segunda palavra começa com a mesma letra com que termina o prefixo.

 Exemplos: cooperar, coordenar, coadjuvar, coprodutor, copiloto,

Obs.: Essa regra não se aplica à palavra coabitar.

3) Com os prefixos pró-, pós- e pré- é utilizado o hífen quando os prefixos são tônicos e
autônomos da segunda palavra.

 Exemplos: pós-graduação, pré-fabricado, pró-vida.

Quando os prefixos pro-, pos- e pre- são átonos e não são autônomos da segunda palavra, não
se emprega o hífen. Ocorre a justaposição do prefixo com o outro elemento, ou seja, formam uma
só palavra.

 Exemplos: predeterminar, pospor, propor, prever.

4) Com os prefixos circum- e pan- é utilizado o hífen quando a segunda palavra começa por
vogal, m, n ou h.

 Exemplos: circum-navegação, pan-americano, circum-murado.

5) Com os prefixos ex-, vice-, vizo-, soto- e sota- é utilizado sempre o hífen.

 Exemplos: ex-diretor, vice-presidente, vizo-rei, soto-mestre.

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Exercícios

01 - Identifique a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as
novas regras:

a) anti-higiênico – antiinflamatório – antiácido – antioxidante – anti-colonial – antirradiação –


antissocial;

b) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial – anti- radiação – anti-


social;

c) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial – antirradiação –


antissocial;

d) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anticolonial – antirradiação –


antissocial;

e) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anti-colonial – antirradiação –


antissocial.

02 - Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando átonos, aglutinam-se
com o segundo elemento do termo composto. Marque a alternativa em que, segundo as novas
regras, há erro de ortografia:

a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;

b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;

c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;

d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;

e) preposto – procônsul – procriação – prolação.

03 - Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com
as novas regras:

a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia;

b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região;

c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho;

d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista;

e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem – contra-harmônico.

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04 - Assinale, nas séries que se seguem, aquela em que pelo menos uma palavra apresenta erro
de grafia:

a) hipermercado – intermunicipal – superproteção

b) anti-higiênico – coerdeiro – sobre-humano

c) super-homem – autoescola – infra-estrutura

d) infraestrutura – anteontem – autoestrada.

e) semiaberto – anteontem – autoestrada.

05 - Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao emprego do hífen.

a) Foi iniciada a campanha pró‐leite.

b) O ex‐aluno fez a sua autodefesa.

c) O contrarregra comeu um contra‐filé.

d) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.

e) O meia‐direita deu início ao contra‐ataque.

Respostas

01 02 03 04 05
c a b c c

Tabela da Estrutura de Palavras

Morfemas Caracterização Exemplos


Radical e raiz Parte fundamental da vender (vend- er)
palavra, que define o seu venda (vend- a)
significado principal. vendedor (vend- e dor)
Vogal temática Aparece entre o radical e uma -a: estudar (1.ª conjugação)
desinência. -e: atender (2.ª conjugação)
As vogais temáticas -i: assumir (3.ª conjugação)
Verbais definem a conjugação -a: casas (cas-a-s)
verbal. -o: carros (carr-o-s)
As vogais temáticas nominais -e: pares (par-e-s)
atuam também como
desinência de gênero.
Tema É a junção do radical com Temas verbais:
uma vogal temática estudar (estuda-r)

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atender (atende-r)
assumir (assumi-r)
Temas nominais:
casas (casa-s)
carros (carro-s)
pares (pare-s)
Desinências Indicam as flexões que uma -o = masculino
palavra pode apresentar: -a = feminino
em número; -s = plural
em gênero; -va = pretérito imperfeito do
em modo; indicativo
em tempo; -sse = pretérito imperfeito do
em número; subjuntivo
em pessoa. -mos = 1.ª pessoa do plural
-m = 3.ª pessoa do plural
Afixos São prefixos e sufixos que se Prefixos:
juntam a uma palavra para descontente (des- + contente)
formar uma nova palavra. impossível (im- + possível)
Prefixos = antes do radical Sufixos:
Sufixos = depois do radical cantar (canto + -ar)
somente (so + -mente)
Vogais e Estabelecem uma ligação -i-: parisiense (Paris-i-ense)
consoantes entre dois morfemas. -l-: chaleira (chá-l-eira)
de ligação Ocorrem por razões fonéticas,
não apresentando valor
significativo.

Tabela da Estrutura de Palavras

Processos de formação Caracterização Exemplos


Composição por aglutinação Há alteração das palavras aguardente
formadoras, que se fundem. (água + ardente)
vinagre (vinho + acre)
dessarte (dessa + arte)
Composição por justaposição Não há alteração das palavras beija-flor
formadoras, que apenas se segunda-feira
juntam. paraquedas
Derivação prefixal Acrescenta-se um prefixo a infiel (in- + fiel)
uma palavra já existente. reaver (re- + haver)
antemão (ante- + mão)
Derivação sufixal Acrescenta-se um sufixo a gentileza (gentil + -eza)
uma palavra já existente. chatice (chato + -ice)
tapar (tapa + -ar)
Derivação Prefixal e Sufixal Quando um prefixo e um deslealmente (des: prefixo e
sufixo são acrescentados à mente: sufixo)
palavra primitiva de forma infelizmente (in: prefixo e
independente, ou seja, mesmo mente: sufixo)
sem a presença de um dos
afixos a palavra continua
tendo significado.

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Derivação parassintética Acrescenta-se um sufixo e um envernizar
prefixo a uma palavra já (en- + verniz + -izar)
existente. apodrecer
(a- + podre + -ecer)
engordar
(en- + gordo + -ar)
Derivação regressiva Ocorre a redução da palavra amparo (de amparar)
Primitiva. sobra (de sobrar)
choro (de chorar)
Derivação imprópria Não há alteração da palavra jovem (de adjetivo para
primitiva. Há mudança de substantivo)
significado e de saber (de verbo para
classe gramatical. substantivo)

Sintaxe (frase, oração, período; termos essenciais, integrantes e acessórios da oração)

A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a função e a relação entre as palavras e as orações.

Enquanto a Morfologia se ocupa da análise individual de cada palavra, a Sintaxe se ocupa


detalhadamente do papel de cada elemento num enunciado linguístico, que só pode, portanto, ser
analisado no conjunto.

A Gramática Tradicional trabalha a Sintaxe sob a forma de “análise sintática”.

A análise sintática examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o


constituem e reconhece a função sintática dos termos de cada oração.

Frase

Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por
várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: ideias,
emoções, ordens e apelos.

Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o verbo ou seja frases constituídas
apenas por nomes, substantivo, adjetivo e pronome.

Exemplo: Cada louco com sua mania.

Chama-se frase verbal a frase construída com verbo.

Exemplo: Os casais saíram para jantar.

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Tipos de frases

A intencionalidade do discurso é manifestada através dos diferentes tipos de frases. Para tanto,
os sinais de pontuação que as acompanham auxiliam para expressar o sentido de cada uma
delas.

Frases declarativas

Uma frase declarativa tem como intenção dar uma informação ou constatar um fato. É pontuada
com ponto final e pode ser afirmativa ou negativa.

Frases declarativas afirmativas:

 Gosto de ler antes de dormir.


 Meu irmão foi à natação.
 A palestra começará na hora marcada.

Frases declarativas negativas:

 Não gosto de ler antes de dormir.


 Meu irmão nunca foi à natação.
 A palestra jamais começará na hora marcada.

Frases interrogativas

Numa frase interrogativa, o emissor faz uma pergunta ao interlocutor. Ocorrendo uma
interrogação direta, a frase deverá ser pontuada com ponto de interrogação. Ocorrendo uma
interrogação indireta, a frase deverá ser pontuada com ponto final.

Frases interrogativas diretas:

 Que horas são?


 Você viu meu irmão?
 Posso passar?

Frases interrogativas indiretas:

 Eu queria saber que horas são.


 Eu queria saber se você viu meu irmão.
 Gostaria de saber se posso passar.

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Frases imperativas

Uma frase imperativa tem como intenção dar ordens ou conselhos, bem como fazer pedidos,
havendo uma ação direta sobre o comportamento do interlocutor. Pode ser pontuada com ponto
de exclamação ou ponto final e pode ser afirmativa ou negativa.

Frases imperativas afirmativas:

 Pare com esse barulho imediatamente!


 Ajuda-me aqui, por favor.
 Fale com minha mulher, ela pode ajudá-la.

Frases imperativas negativas:

 Não seja paranoico, ninguém estava falando de você.


 Não empurre seu irmão!
 Não faça confusão.

Frases exclamativas

Numa frase exclamativa, o emissor exprime um estado emotivo, exteriorizando seus sentimentos.
É pontuada com ponto de exclamação.

 Que dia maravilhoso!


 Que bom que você chegou!
 Nossa, que horror!

Frases optativas

Uma frase optativa é utilizada para exprimir um desejo, uma vontade. Deverá ser pontuada com
ponto de exclamação.

 Deus te acompanhe!
 Bons ventos te levem!
 Tomara que tudo dê certo!

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Frases Imprecativas

Frase imprecativa expressa uma imprecação (lançar uma praga, maldição).

 Não conseguindo atingir seu intento, dirigiu maldições contra seu desafeto.
 Maldito seja quem encontrar você.

Oração

Oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. As


orações podem ou não ter sentido completo. As orações são a base para a construção dos
períodos, e são formadas por vários termos.

Os termos da oração dividem-se em:

 Termos essenciais da oração


 Termos integrantes da oração
 Termos acessórios da oração

Exercícios

01 - Aponte a alternativa cuja frase não seja oracional.

a) O mal com o bem se paga.

b) Devagar, travessia de pedestres.

c) Paulo deu gargalhadas.

d) Olhe como o céu está azul!

02 - Marque a alternativa que apresenta frase exclamativa:

a) Os casais saíram para jantar?

b) Bons ventos o levem!

c) Janine não foi na igreja.

d) Recebi o dinheiro.

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03 - Que tipo de frase é: "O Pedro vai para a escola."

a) Frase exclamativa.

b) Frase imperativa

c) Frase interrogativa.

d) Frase declarativa.

04 - Qual é o sinal de pontuação que falta para que a frase seja imperativa. "Ó João, vai para a
escola"

a) !

b) ?

c) .

d) :

05 - Que tipo de frase é: - "Pedro, vai para a escola."

a) Frase declarativa.

b) Frase interrogativa.

c) Frase imperativa.

d) Frase exclamativa.

Respostas

01 02 03 04 05
b b d c c

Termos essenciais da oração

O sujeito e o predicado são os termos essenciais de uma oração, ou seja, os dois grandes termos
nos quais as orações se subdividem.

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Sujeito

O sujeito é a parte da oração sobre a qual a restante oração se refere, ou seja, de quem ou do
que se fala.

Exemplos de sujeito

 O pai foi trabalhar.


 Nós queremos dormir agora.
 Alice e Mariana viajaram para o Chile.

Como identificar o sujeito?

O sujeito aparece, habitualmente, antes do predicado, sendo esta a ordem direta da oração. As
perguntas quem?, o quê? e quê? feitas antes do verbo, facilitam a identificação do sujeito.

Exemplo 1) Filipe conseguiu o primeiro lugar na competição.

Quem conseguiu?

Filipe = sujeito

Exemplo 2) O bolo de chocolate queimou no forno.

O quê queimou?

O bolo de chocolate = sujeito

O sujeito pode ser representado por substantivos, pronomes, numerais, expressões


substantivadas, orações subordinadas substantivas subjetivas, etc.

Posição do sujeito na oração

Apesar do sujeito aparecer maioritariamente antes do predicado, pode também aparecer numa
ordem inversa, ou seja, depois do predicado, bem como no meio do predicado, de forma
intercalada.

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Antes do predicado:

Esta remodelação custará muito dinheiro à empresa.

Depois do predicado:

Custará muito dinheiro à empresa esta remodelação.

Entre o predicado:

Muito dinheiro à empresa, esta remodelação custará.

Tipos de sujeito

Existem dois tipos principais de sujeito: o sujeito determinado e o sujeito indeterminado.

Sujeito determinado

O sujeito é determinado quando está precisamente identificado. Pode ser simples, composto ou
implícito.

Sujeito determinado simples

O sujeito é determinado simples quando apresenta apenas um núcleo relacionado com o verbo.

 A professora saiu da sala.


 Pedro esperou sua mãe na portaria.
 Os alunos estudaram para o teste.
 Elas gostam de sorvete de morango.

Sujeito determinado composto

O sujeito é determinado composto quando apresenta dois ou mais núcleos relacionados com o
verbo.
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 Eu e ela fomos ao cinema.
 Patrícia e Eduardo casaram-se ontem.
 Alimentação equilibrada e exercício físico são essenciais para uma vida saudável.
 Inglês e alemão são línguas que domino na perfeição.

Sujeito determinado implícito

O sujeito é determinado implícito quando pode ser facilmente identificado através da desinência
verbal ou por referência em outra oração, mesmo não aparecendo na oração de forma explícita.

 Fiz dieta durante três meses. (sujeito implícito: eu)


 Gostamos de acordar cedo e correr na praia. (sujeito implícito: nós)
 Pediram para você esperar. (sujeito implícito: eles)

Sujeito indeterminado

O sujeito é indeterminado quando não se consegue definir. Normalmente ocorre com:

Verbos na 3.ª pessoa do plural, sem qualquer referência anterior.

 Querem que eu mude de apartamento rapidamente.


 Pediram apoio financeiro para ajudar crianças órfãs.

Verbos na 3.ª pessoa do singular, com a partícula se, indeterminadora do sujeito.

 Gasta-se muito dinheiro nas festas de casamento.


 Precisa-se de ajuda!

Verbos conjugados no infinitivo impessoal.

 É essencial diminuir a desigualdade social.


 É insuportável estar na sua presença.

Oração sem sujeito ou sujeito inexistente

Orações sem sujeito são formadas com verbos impessoais, sempre conjugados na 3.ª pessoa do
singular, como:

Verbos que indicam fenômenos atmosférico e da natureza, como os verbos chover, nevar,
ventar, anoitecer, escurecer,…

 Todos os dias chove no fim da tarde.


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 Nos dias frios neva muito.
 Já anoiteceu!

O verbo fazer indicando tempo decorrido.

 Vai fazer cinco anos que visitei o Canadá.


 Faz três meses desde a última vez que te vi.
 Faz duas horas que estou esperando você!

O verbo haver com sentido de existir ou indicando tempo decorrido.

 Há pastéis de carne e de queijo.


 Havia várias crianças correndo no parque.
 Há três minutos você ainda não tinha chegado.

Núcleo do sujeito

O núcleo do sujeito representa o termo mais importante. Quando o sujeito é seguido de artigos,
por exemplo, o núcleo é apenas o substantivo que vem depois dele.

Assim, embora o artigo e o substantivo sejam o sujeito, o seu núcleo é aquilo que
semanticamente tem mais importância, por exemplo:

1) As meninas cantaram lindamente.

 sujeito: As meninas
 núcleo do sujeito: meninas

2) Os avós, os pais e seus filhos viviam na quinta.

 sujeito: Os avós, os pais e seus filhos


 núcleo do sujeito: avós, pais, filhos

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Resumindo:

Classificação dos Sujeitos

 Simples - tem um só núcleo, no singular ou plural: O cachorro tem uma casinha linda.
 Composto - apresenta mais de um núcleo: O garoto e a menina brincavam alegremente.
 Expresso - está explícito, enunciado: Eu trabalharei amanhã.
 Oculto (ou elíptico) - está implícito, não está expresso, funciona como algo que não está
claro, porém, no texto está o significado dele: Trabalharei amanhã. (se deduz “eu” a partir
da desinência do verbo).
 Agente - ação expressa pelo verbo da voz ativa: O garoto chutou a bola.
 Paciente - recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo passivo: A bola é chutada pelo
menino. Construíram-se açudes. (= Açudes foram construídos.)
 Agente e Paciente - quando o sujeito realiza a ação expressa por um verbo reflexivo e ele
mesmo sofre ou recebe os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho;
Regina trancou-se no quarto.
 Indeterminado - quando não se indica o agente da ação verbal: Atropelaram uma senhora
na esquina. (Quem atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.);
Come-se bem naquele restaurante (quem come).

Observações:

1) Não confunda sujeito indeterminado com sujeito oculto.

2) Sujeito formado por pronome indefinido não é indeterminado, mas expresso: Ninguém lhe
telefonou.

3) Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, sem


referência a qualquer agente já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com
admiração. “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça”.

4) Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo ativo na 3ª pessoa do singular,


acompanhado do pronome se. O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito.
Pode ser omitido junto de infinitivos. Exemplos:

 Aqui paga-se bem.


 Devagar se vai ao longe.
 Quando se é jovem, a vida é vigorosa.

5) O verbo no infinitivo impessoal, ocorre a indeterminação do sujeito. Exemplo: É legal assistir a


estes filmes clássicos.

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Exercícios

01 - Há sujeito indeterminado em:

a) Não deve haver problemas com a sua contratação.

b) Precisa-se de mais computadores no escritório.

c) Dê-se ciência às partes da decisão.

d) Alugam-se apartamentos.

e) É preciso entrar com novo recurso.

02 – Analise a frase: “Nunca me faltou ajuda nas dificuldades”.

Qual é o sujeito e o tipo de sujeito dessa oração?

a) Nunca / Sujeito simples.

b) Dificuldades / Sujeito simples.

c) Ajuda nas dificuldades / Sujeito composto.

d) Ajuda / Sujeito simples.

e) Sujeito indeterminado.

03 - Na oração “Trabalhar no Tribunal de Justiça é um grande desejo meu”:

a) O sujeito é “trabalhar”.

b) O sujeito é oculto: eu.

c) É uma oração sem sujeito.

d) O sujeito é indeterminado.

e) O sujeito é “Tribunal”.

04 - Assinale a alternativa onde o sujeito não foi corretamente grifado.

a) Um pressentimento terrível tomou conta de todos.

b) Nenhum colega meu esteve na festa.

c) De vez em quando, novos interessados se apresentavam.

d) Todas as cartas estavam sobre a mesa.


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e) Carolina chorava compulsivamente.

05 - Só num caso a oração é sem sujeito. Identifique-a:

a) Faltavam três dias para o batismo.

b) Houve por improcedente a reclamação do aluno.

c) Sobrou tempo suficiente para as comemorações.

d) Choveu intensamente nesse fim de semana.

e) Roubaram o carro do meu pai.

Respostas

01 02 03 04 05
b d a a d

Predicado

O predicado é a parte da oração que faz referência ao que acontece ao sujeito, ou seja, tudo
aquilo que não faz parte do sujeito é considerado predicado. É obrigatoriamente composto por um
verbo ou locução verbal.

Exemplos de predicado

 Mariana e Pedro foram ao cinema.


 Minha avó fez um bolo de laranja delicioso.
 Meus antigos vizinhos mudaram de casa na semana passada.

Tipos de predicado

O predicado pode ser classificado em predicado nominal, predicado verbal e predicado verbo-
nominal, conforme a classificação do seu núcleo.

Predicado nominal

O predicado nominal é um tipo de predicado que tem como núcleo um nome (substantivo ou
adjetivo).
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Além disso, ele indica estado ou qualidade de algo, sendo formado por um verbo de ligação e o
predicativo do sujeito.

Note que o predicativo do sujeito é sempre o núcleo do predicado nominal. Ele complementa e
atribui características ao sujeito da ação, sendo formado por um verbo de ligação (verbo não
nocional que indica estado).

Assim, o predicado nominal possui a seguinte estrutura:

sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito

Lembre-se que, ao lado do sujeito, o predicado é um dos termos essenciais da oração. Sua
função na frase é declarar algo sobre a ação do sujeito.

Exemplos

Confira abaixo algumas frases com predicado nominal.

Jéssica está feliz.

 Sujeito: Jéssica
 Predicado nominal: está feliz
 Núcleo do predicado: feliz

Pedro Henrique é competente.

 Sujeito: Pedro Henrique


 Predicado nominal: é competente
 Núcleo do predicado: competente

João parecia tenso.

 Sujeito: João
 Predicado nominal: parecia tenso
 Núcleo do predicado: tenso

Iara continua triste.

 Sujeito: Iara
 Predicado nominal: continua triste
 Núcleo do predicado: triste

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Predicativo do Sujeito

Predicativo do sujeito é o termo do predicado que tem a função de atribuir uma qualidade ao
sujeito.

Essa função é feita por meio de um verbo que pode ou não ser de ligação. Nesse caso, a função
do verbo é informar algo relacionado ao sujeito.

Exemplos

O papel do predicativo do sujeito numa sentença pode ser desempenhado por um adjetivo,
substantivo, numeral, advérbio ou pronome.

Para compreender melhor o conceito de predicativo do sujeito, veja os exemplos abaixo:

Exemplo 1

A modelo é desastrada.

 Sujeito = A modelo
 Verbo de Ligação = é
 Predicativo = desastrada

Exemplo 2

O sofá está sujo.

 Sujeito = o sofá
 Verbo de Ligação = está
 Predicativo = sujo

Exemplo 3

A engenheira corre feliz.

 Sujeito = a engenheira
 Verbo de ação = corre
 Predicativo = feliz

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Predicativo do Sujeito x Predicativo do Objeto

A função sintática do predicativo é indicar uma característica para o sujeito ou para o objeto,
complementando-o.

O predicativo do sujeito, juntamente com o predicativo do objeto, fazem parte do termo da oração
que denominamos predicativo.

Diferente do predicativo do sujeito, o predicativo do objeto é um termo que atribui uma


característica ao objeto.

Exemplo:

As professoras deixaram as crianças satisfeitas.

Objeto direto = as crianças

Predicativo do objeto = satisfeitas

Predicado verbal

O predicado verbal é um tipo de predicado que tem como núcleo um verbo ou uma locução
verbal que transmite a ideia de ação.

Vale lembrar que a locução verbal é a união de dois ou mais verbos, por exemplo: estamos
saindo.

Ao lado do sujeito, o predicado é um dos termos essenciais da oração, o qual declara suas ações,
concordando em número e pessoa.

Exemplos

Confira abaixo algumas frases com predicado verbal:

Maria Antônia chegou.

 Sujeito: Maria Antônia


 Predicado verbal: chegou
 Núcleo do predicado: chegou

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Sara correu a semana passada.

 Sujeito: Sara
 Predicado verbal: correu a semana passada
 Núcleo do predicado: correu

Eles caminharam muito hoje.

 Sujeito: Eles
 Predicado verbal: caminharam muito hoje
 Núcleo do predicado: caminharam

Joana comprou muitos sapatos ontem.

 Sujeito: Joana
 Predicado verbal: comprou muitos sapatos ontem
 Núcleo do predicado: comprou

Alexandre e Natália estão fazendo bolo.

 Sujeito: Alexandre e Natália


 Predicado verbal: estão fazendo bolo.
 Núcleo do predicado: estão fazendo

Observação

Diferente do predicado nominal, o verbal não possui um predicativo do sujeito, ou seja, um termo
que qualifica o sujeito da ação. Além disso, ele não apresenta um verbo de ligação (estado ou
qualidade) e sim, um verbo de ação (transitivo ou intransitivo).

Predicação Verbal é a forma de ligar o sujeito ao predicado da oração ou ao predicativo do


sujeito. No que respeita à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação.

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Exercícios

01 - Sobre a classificação do predicado, é incorreto afirmar:

a) Quando o núcleo do predicado for um nome (adjetivo ou substantivo), ele será chamado de
predicado nominal. O predicado nominal é composto por um verbo de ligação e um predicativo do
sujeito.

b) Quando o núcleo do predicado for um verbo, esse predicado será chamado de predicado
verbal.

c) O predicado verbo-nominal assim é chamado por ser resultado da fusão de um predicado


verbal com um predicado nominal.

d) No predicado verbo-nominal, o núcleo nominal apenas poderá ser representado pelo


predicativo do objeto.

02 - Assinale a sequência correta quanto à classificação dos predicados das orações a seguir:

I. Ela chegou da festa já era madrugada.

II. Os moradores estavam revoltados.

III. Ele encontrou os amigos no bar.

IV. Os estudantes protestaram nervosos contra a corrupção.

V. Ela ficou aflita com a sua demora.

a) verbo-nominal; nominal; nominal; verbal; predicativo do objeto.

b) verbal; nominal; verbal; verbo-nominal; nominal.

c) verbal; predicativo do objeto; nominal; nominal; verbo-nominal.

d) verbal; nominal; verbal; verbo-nominal; verbal.

03 - Analise as orações abaixo:

“O sol entra cada dia mais tarde, pálido, fraco, oblíquo.”

“O sol brilhou um pouquinho pela manhã”.

Pela ordem, os predicados das orações acima classificam-se como:


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a) nominal e verbo-nominal

b) verbal e nominal

c) verbal e verbo-nominal

d) verbo-nominal e nominal

e) verbo-nominal e verbal

04 - Analise as orações abaixo:

I. Paulo está adoentado.

II. Paulo está no hospital.

a) O predicado é verbal em I e II.

b) O predicado é nominal em I e II.

c) O predicado é verbo-nominal em I e II.

d) O predicado é verbal em I e nominal em II.

e) O predicado é nominal em I e verbal em II.

05 - Qual das orações abaixo possui um predicado verbo-nominal?

a) João anda irrequieto.

b) Marcela parece muito cansada pela manhã.

c) Andrey, desesperado, procurou seu relógio pela casa.

d) Raquel pratica muitos esportes em seu trabalho.

e) Estou muito cansada.

Respostas

01 02 03 04 05
d b e e c

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Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos são aqueles verbos que expressam sentido completo, sendo capazes
de constituir predicado sozinhos.

Exemplos:

 Escorreguei.
 Ela saiu.

Não quer dizer que a oração acabe sempre no verbo intransitivo. Ainda que não seja exigido,
após o verbo pode ser acrescentada mais alguma informação, tal como adjunto
adverbial ou predicativo do sujeito.

Exemplos:

 Escorreguei ali.
 Ela saiu desesperada.

Verbos Transitivos

Os verbos transitivos são aqueles verbos que não tem sentido sozinhos, por isso, precisam de
complementos.

Chama-se transitividade verbal a necessidade que um verbo tem de ser completado com algo.
Ele precisa transitar para o objeto, ou seja, ir em busca de algo que complete o seu sentido.

Exemplos:

 Relatei o ocorrido.
 Gosto de rock.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são aqueles cujo complemento não exige preposição.

Exemplos:

 Comprei jornais variados.


 Cantou músicas sertanejas.

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Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles cujo complemento exige preposição.

Exemplos:

 Este documentos pertencem ao cliente.


 Interessou-se pelos discos.

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles que precisam de dois complementos, um
sem e outro com preposição.

Exemplos:

 Comprei jornais variados naquela banca.


 Não existe nada entre nós.

Vamos aprofundar um pouco mais sobre Transitividade Verbal

A transitividade verbal indica a relação entre os verbos transitivos e os seus complementos. Isso
porque, sozinho, o verbo transitivo não tem sentido completo, o que significa que ele tem que
transitar para um elemento que o complete.

Exemplos:

 Entregaram a encomenda.
 Vendo quadros.
 Segure isto, por favor!

De acordo com o tipo de complemento os verbos são classificados da seguinte forma:

Verbo transitivo direto (VTD)

Verbo que não tem sentido completo e precisa de um complemento, geralmente introduzido sem
preposição, que conclua o quê ou quem. Esse complemento é chamado de objeto direto.
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Exemplos:

 A mesa 3 pediu a carne bem passada. (Pediu o quê? A carne.)


 Terminei a análise. (Terminei o quê? A análise)
 Agora sim, entendo meus pais.(Entende quem? Meus pais)

Verbo transitivo indireto (VTI)

Verbo que não tem sentido completo e precisa de um complemento que conclua com quem, de
quê ou de quem, em quê, para quê ou para quem, por quem. Acompanhado de preposição
obrigatória, o complemento desse tipo de verbo é chamado de objeto indireto.

Exemplos:

 Não acredito no que ele diz. (Não acredito em quê? No que ele diz)
 Esperei-lhe pacientemente. (Esperei por quem? Por ele/ela)
 Podemos ir com você? (Ir com quem? Com você)

Verbo transitivo direto e indireto (VTDI)

Também chamado de bitransitivo, é o verbo que não tem sentido completo e que precisa
de objeto direto e indireto.

Assim, o verbo transitivo direto e indireto precisa de dois complementos, um dos quais sem
preposição obrigatória (objeto direto) e outro que exige preposição (objeto indireto).

O objeto direto e indireto completa o verbo com a informação sobre o quê a quem.

Exemplos:

 Enviei os postais aos clientes. (Enviei o quê a quem? Os postais aos clientes)
 Agradeceu a oportunidade ao chefe. (Agradeceu o quê a quem? A oportunidade ao chefe)
 Expus minhas dificuldades ao professor. (Expus o quê a quem? Minhas dificuldades ao
professor)

Transitividade X Intransitividade verbal

Enquanto a transitividade do verbo indica a necessidade de completar o seu sentido com


complementos, a intransitividade verbal indica que os verbos têm sentido completo. Assim,
sozinhos, os verbos intransitivos conseguem transmitir a informação sobre o sujeito.

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Isso não quer dizer que uma oração cujo verbo seja intransitivo tenha obrigatoriamente que
acabar nesse verbo, mas se acabasse no verbo a oração seria compreensível.

É que muitas vezes, com os exemplos dados de verbos intransitivos, os alunos acabam
concluindo que não há mais nada depois dele, e quando há, descartam logo a possibilidade da
intransitividade.

Muito facilmente os alunos identificam "João nasceu", "A planta morreu", "Adormeci" como
intransitivos, mas se acrescentamos algo a mais, eles param e ficam pensando…

 João nasceu ontem.


 A planta morreu de sede.
 Adormeci cedo.

As informações que seguem os verbos intransitivos podem ser classificadas como adjunto
adverbial (é o caso de "ontem", "de sede" e "cedo" dos exemplos acima).

Verbos de Ligação

Os verbos de ligação ligam o sujeito às suas características (predicativo do sujeito). Eles


exprimem estado, mudança ou continuidade.

Diferentemente dos verbos intransitivos e os verbos transitivos, os verbos de ligação não


expressam ações.

Exemplos:

 Estou doente.
 Continuo resfriada.

Importante!

O mesmo verbo pode ser empregado com predicações verbais diferentes. Por isso, é importante
destacar que somente após analisar o contexto é possível classificar se o verbo presente na
oração é intransitivo, transitivo ou de ligação.

Exemplos:

 Ela fala demais. (Verbo Intransitivo)


 Ela fala várias línguas. (Verbo Transitivo)

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Predicado verbo-nominal

Ao mesmo tempo que indica ação do sujeito, esse tipo de predicado informa sua qualidade ou
estado, sendo constituído por dois núcleos: um nome e um verbo.

Nesse caso, há presença de predicativo do sujeito ou predicativo do objeto (complementa o


objeto direto ou indireto, atribuindo-lhes uma característica), por exemplo:

 Suzana chegou cansada. (núcleos: chegou, cansada)


 Terminaram satisfeitos o trabalho. (núcleos: terminaram, satisfeitos)
 Considerou a caminhada desagradável. (núcleos: considerou, desagradável)

Para identificar um predicado verbo-nominal, o verbo que indica ação está expresso na oração. O
verbo que indica estado ou qualidade, por sua vez, está oculto.

Exercícios

01 - Identifique a alternativa em que o verbo destacado não é de ligação:

a) A criança estava com fome.

b) Pedro parece adoentado.

c) Ele tem andado confuso.

d) Ficou em casa o dia todo.

e) A jovem continua sonhadora.

02 - No período: “Fui à escola, busquei minha irmã e, em seguida, entreguei os livros à Maria.”
os verbos em negrito são, respectivamente:

a) intransitivo; transitivo direto; transitivo direto e indireto.

b) transitivo indireto; transitivo direto; transitivo direto e indireto.

c) transitivo direto; transitivo indireto; intransitivo.

d) transitivo direto e indireto; intransitivo; transitivo direto.

e) intransitivo; transitivo direto; transitivo indireto.

03 - Em "E quando o brotinho lhe telefonou, dias depois, comunicando que estudava o
modernismo, e dentro do modernismo sua obra, para que o professor lhe sugerira contato

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pessoal com o autor, ficou assanhadíssimo e paternal a um tempo", os verbos assinalados são,
respectivamente:

a) transitivo direto, transitivo indireto, de ligação, transitivo direto e indireto

b) transitivo direto e indireto, transitivo direto, transitivo indireto, de ligação

c) transitivo indireto, transitivo direto e indireto, transitivo direto, de ligação

d) transitivo indireto, transitivo direto, transitivo direto e indireto, de ligação

e) transitivo indireto, transitivo direto e indireto, de ligação, transitivo direto

04 - Em “Se descobrissem a desmoralização que reina dentro de mim”, temos, respectivamente,


verbos:

a) transitivo direto e transitivo indireto.

b) transitivo direto e de ligação.

c) transitivo indireto e intransitivo.

d) transitivo direto e intransitivo.

e) intransitivo e intransitivo

05 - Indique a única frase que não tem verbo de ligação:

a) o sol estava muito quente;

b) nossa amizade continua firme;

c) suas palavras pareciam sinceras;

d) ele andava triste;

e) ele andava rapidamente.

Respostas

01 02 03 04 05
d b d d e

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Termos integrantes da oração

Complementam o sentido de certos verbos e nomes para que a oração fique completa, são
chamados de:

 Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);


 Complemento Nominal;
 Agente da Passiva.

Objeto direto

O objeto direto completa o sentido de um verbo transitivo direto, sem a presença obrigatória de
uma preposição. Indica o paciente da ação verbal, ou seja, o elemento que sofre a ação verbal.

Verbos transitivos diretos são verbos que necessitam de um complemento que conclua o seu
sentido, respondendo principalmente às perguntas o quê? ou quem?. Não necessitam de
preposição para estabelecer regência verbal.

Objetos diretos são representados principalmente por: substantivos, pronomes substantivos,


pronomes oblíquos átonos e orações subordinadas substantivas objetivas diretas.

Objeto direto representado por um substantivo:

 Mariana comeu o quibe.


 Mirim esperava a irmã.

Objeto direto representado por um pronome substantivo:

 Guarde isto com muito cuidado.


 Os pais fizeram tudo para a festa da filha.

Objeto direto representado por um pronome oblíquo átono (o, a, os, as, me, te, se, nos, vos):

 O primo deixou-a sozinha.


 Ela ama-o muito.

Objeto direto representado por uma oração subordinada substantiva objetiva direta:

 Quero que você seja meu marido.


 Os funcionários não sabiam que era dia de despedimentos.

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Objeto direto preposicionado

O objeto direto não exige preposição. Assim, embora a preposição não seja obrigatória, há casos
em que o objeto direto pode ser completado com preposição, com a finalidade de evitar
ambiguidades ou por uma questão estilística.

Exemplos:

 Ao ladrão a polícia apanhou.


 Pediram a mim e não a ti.
 Amar a Deus sobre todas as coisas.

Objeto direto pleonástico

Objeto direto pleonástico ocorre quando há uma repetição e intensificação do objeto direto, para
que seja mais expressivo, ou seja, quando o objeto direto se encontra no início da oração, sendo
repetido depois do verbo através de um pronome oblíquo átono.

 Aquela música, ouvi-a muito na minha juventude.


 Os presentes, a Marília recebeu-os.

Nota: Por vezes, verbos intransitivos podem aparecer com objetos diretos, atuando como verbos
transitivos diretos:

 Durante todo o tempo chorei lágrimas de felicidade.


 Ontem choveu uma chuva grossa e constante.

Objeto indireto

O Objeto Indireto é um complemento verbal obrigatoriamente acompanhado por preposição.


Ele tem como função completar o sentido dos verbos transitivos que por eles só não fornecem
informação completa.

Exemplos:

 Meu pai gosta de música clássica.


 O povo confiou no seu candidato.
 Desculpe, não posso ir à tua festa.
 Esta matéria interessa a todos.
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 Nossa próxima viagem será para a Ásia.

Enquanto os verbos transitivos indiretos exigem complemento com preposição, o objeto direto é
outro complemento verbal que, por sua vez, não exige preposição.

Exemplos:

 Escreveu diversos poemas.


 Tocou suas músicas preferidas.

O objeto indireto completa o sentido de um verbo transitivo indireto, com a presença obrigatória
de uma preposição. Indica o paciente da ação verbal, ou seja, o elemento ao qual se destina a
ação verbal.

Verbos transitivos indiretos são verbos que necessitam de um complemento que conclua o seu
sentido, respondendo principalmente às perguntas de quê?, para quê?, de quem?, para quem?,
em quem?, entre outras. Necessitam obrigatoriamente de preposição para estabelecer regência
verbal.

Objetos indiretos são representados principalmente por substantivos, pelos pronomes oblíquos
lhe e lhes e por orações subordinadas substantivas objetivas indiretas.

Objeto indireto representado por um substantivo:

 Eu duvidei da opinião do garoto.


 O aluno respondeu à pergunta da professora.

Objeto indireto representado por um pronome oblíquo:

 Enviei-lhes toda a correspondência.


 Afasta o cachorro de mim.

Objeto indireto representado por uma oração subordinada substantiva objetiva indireta:

 O diretor da empresa necessita de que todos os colaboradores estejam presentes na


reunião.
 A professora insistiu muito em que os alunos tivessem aulas de recuperação.

Objeto indireto pleonástico

Objeto indireto pleonástico ocorre quando há uma repetição e intensificação do objeto indireto,
para que seja mais expressivo, ou seja, quando o objeto indireto se encontra no início da oração,
sendo repetido depois do verbo através de um pronome oblíquo.
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 Aos meus filhos, dei-lhes muito carinho.
 Ao funcionário, pedi-lhe um esclarecimento.

Objeto indireto não preposicionado

Alguns objetos indiretos podem aparecer sem preposição, quando são representados por um
pronome oblíquo (me, te, lhe, nos, vos, lhes) ou pelo pronome reflexivo se. Isso ocorre porque
esses pronomes representam as construções: a mim, a ti, a ele, a nós, a vós, a eles e a si.

 O juiz declarou-me culpada.


 Teu pai deu-te uma palmada.

Objeto Indireto X Complemento Nominal

É igualmente importante não confundir o objeto indireto com o complemento nominal. A função do
objeto indireto é completar o sentido de um verbo (porque é um complemento verbal).

A função do complemento nominal, por sua vez, é completar o sentido um nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio).

Exemplos:

 Tenho receio de errar. (de errar = complemento nominal)


 Ele não acredita na sua competência. (na sua competência = objeto indireto)
 Seja obediente às regras. (às regras = complemento nominal)
 Eu confio em você. (em você = objeto indireto)

Objeto indireto X Adjunto adverbial

Para que não haja confusão entre o objeto indireto e adjunto adverbial, preste atenção:

 Se completar o sentido de um verbo, é objeto indireto.


 Se apresentar informação acessória a um verbo, sendo portanto dispensável, é adjunto
adverbial.

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Objeto Direto e Indireto

Há verbos que exigem dois complementos - um objeto direto e um objeto indireto - de modo
que são assim chamados de verbos transitivos diretos e indiretos.

Exemplos:

 Dei livros a todos. (livros = objeto direto; a todos = objeto indireto)


 Ofereci uma viagem aos meus pais. (uma viagem = objeto direto; aos meus pais = objeto
indireto)

Complemento Nominal

O Complemento Nominal é o termo integrante da oração utilizado para completar o sentido de um


nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Ele é seguido sempre de preposição.

Exemplos de complemento nominal

O complemento nominal pode ser representado por um substantivo, por um pronome, por um
numeral e por uma oração subordinada substantiva completiva nominal.

Exemplo de complemento nominal representado por um substantivo:

 Prédio: Já terminou a construção do prédio.


 Preços: Você já verificou o cálculo dos preços?

Exemplo de complemento nominal representado por um pronome:

 Você: Meu irmão tem saudade de você.


 Ela: O sonho dela é ser uma cantora famosa.

Exemplo de complemento nominal representado por um numeral:

 Ambos: É grandiosa a imaginação de ambos.


 Um: A hesitação de um pode motivar a hesitação de todos.

Exemplo de complemento nominal representado por uma oração subordinada substantiva


completiva nominal:

 Que...: Todos temos esperança de que a humanidade pare de destruir o planeta.


 Que...: Sinto necessidade de que você me deixe descansar um pouco.

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Observações

O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por


um nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de assaltos, a remessa de cartas,
útil ao homem, compositor de músicas, etc.

O complemento nominal é regido pelas mesmas preposições usadas no objeto indireto. Difere
deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
adjetivos) e alguns advérbios em –mente.

Os nomes que requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a verbos de mesmo


radical: amor ao próximo, amar o próximo ;perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente
aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.

Agente da Passiva

O agente da passiva é o termo que indica quem pratica a ação de uma oração na voz passiva. É
um termo preposicionado, sendo utilizada maioritariamente a preposição por ou as suas formas
contraídas (pelo, pela, pelos, pelas). O agente da passiva corresponde ao sujeito de uma oração
na voz ativa.

Um verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente da ação, ou seja, quando
o sujeito gramatical sofre a ação verbal praticada pelo agente da passiva.

Exemplos de agente da passiva:

 Este bolo foi feito pela minha mãe.


 Os erros foram corrigidos pelo revisor.
 As provas foram estruturadas por mim.

O agente da passiva é maioritariamente representado por um substantivo ou por um pronome.


Em algumas situações, pode ser omitido:

 A documentação foi enviada pela diretora. (substantivo)


 A documentação foi enviada por mim. (pronome)
 O prédio foi vandalizado. (omissão do agente da passiva)

Agente da passiva e a voz passiva analítica

A voz passiva analítica segue, quase sempre, a mesma estrutura:

sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da passiva.

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 Os exercícios foram realizados pelos alunos.
 Os candidatos serão entrevistados pelo diretor.

Na passagem da voz ativa para a voz passiva analítica, o sujeito da voz ativa se transforma em
agente da passiva.

Voz ativa: O arquiteto desenhou o esboço do edifício.

Sujeito: o arquiteto

Voz passiva analítica: O esboço do edifício foi desenhado pelo arquiteto.

Agente da passiva: o arquiteto

Agente da passiva e a voz passiva sintética

A voz passiva sintética segue, também, uma estrutura:

verbo transitivo + pronome se + sujeito paciente.

 Realizaram-se os exercícios.
 Entrevistaram-se os candidatos.

Na voz passiva sintética, o sujeito da voz ativa se transforma na partícula apassivadora se, não
havendo agente da passiva.

Voz ativa: O arquiteto desenhou o esboço do edifício.

Sujeito: o arquiteto

Voz passiva sintética: Desenhou-se o esboço do edifício.

Agente da passiva: inexistente

Transformação da voz ativa em voz passiva

Para transformar uma oração que está na voz ativa em uma oração cuja voz seja passiva, siga o
seguinte esquema:
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1. Transforme o sujeito em agente da passiva

2. Transforme o verbo em locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal no particípio)

Voz ativa:

Os ex-alunos homenagearam os professores aposentados.

 Sujeito: os ex-alunos
 Verbo transitivo: homenagearam
 Objeto direto: os professores aposentados

Voz passiva:

Os professores aposentados foram homenageados pelos ex-alunos.

 Sujeito: os professores aposentados


 Locução verbal: foram homenageados
 Agente da passiva: pelos ex-alunos

Repare que o objeto direto do exemplo 1 deu origem ao agente da passiva. Isso quer dizer que
apenas os verbos transitivos podem ser transformados para a voz passiva.

Exercícios

01 - Assinale a frase que contém agente da passiva:

a) Fiquei ouvindo aquilo por longo tempo.

b) Dei cinco reais pelo cachorrinho.

c) As colheitas foram levadas pela chuva.

d) Sempre saía a esmo pelos caminhos.

e) Agrada–me por todas as formas.

02 - Analise o pronome oblíquo nas orações e marque a sequência adequada: ( D ) para objeto
direto ( I ) para objeto indireto

1. ( ) Emprestei-lhe o dinheiro.

2. ( ) Espero-o na estação.
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3. ( ) Não nos viram na estação.

4. ( ) Isto nos pertence.

5. ( ) Eles me convidaram para festa.

a). I, D, D, I, D

b). I, D, I, D, I

c). D, D, D, I, I

d). I, I, D, D, D

e). D, I, D, I , D

03 - Assinale a alternativa em que a expressão grifada tem a função de complemento nominal:

a) A curiosidade do homem incentivava-o à pesquisa.

b) A cidade de Londres merece ser conhecida por todos.

c) O respeito ao próximo é dever de todos.

d) O pobre homem mendigava pela cidade.

e) O receio de errar, normalmente, dificulta o aprendizado das línguas.

04 - Assinale a alternativa cujo objeto não é pleonástico:

a) A casa, nós já reformamos.

b) Seus cavalos, ela os montava com frequência.

c) A mim, quem pode me ajudar?

d) O carro, já o revisamos.

e) A ele, não lhe devo nada.

05 - Assinale a frase em que ocorre objeto direto preposicionado:

a) Ainda não respondi à carta de Beatriz.

b) Muitos encontram a paz servindo o próximo.

c) Quem resiste a seus encantos?

d) Não se prenda a minúcias.


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e) Será que as barbas longas honram mais a quem as cultiva?

Respostas

01 02 03 04 05
c a c a e

Termos acessórios da oração

Os termos acessórios da oração são o vocativo, o aposto, o adjunto adverbial e o adjunto


adnominal, os quais que não são essenciais, no entanto, auxiliam no acréscimo de informação.

Em outras palavras, são termos que possuem uma função secundária na construção sintática das
orações, embora sejam indispensáveis nalguns casos.

Todos eles têm como função exprimir circunstâncias, caracterizar os seres e determinar os
substantivos. Vejamos abaixo cada um deles:

Adjunto adnominal

Termos que acompanham o substantivo tendo como função caracterizar, modificar, determinar ou
qualificar o nome. Os adjuntos adnominais podem ser: pronomes, numerais, artigos, adjetivos e
locuções adjetivas.

Exemplo:

 Os seus amigos foram divertidos comigo.


 Meu carro está muito longe.
 Vinte candidatos foram selecionados.
 Noites de verão são deliciosas!
 A menina era extremamente simpática.

Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é um termo acessório da oração, cuja função é modificar um verbo, um


adjetivo ou um advérbio, indicando uma circunstância: tempo, lugar, modo, intensidade, etc.

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O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, por uma locução adverbial ou por
uma oração subordinada adverbial. Pode aparecer no início, no meio ou no fim das frases, sendo
separado por vírgulas em algumas situações.

Classificação dos adjuntos adverbiais

Os adjuntos adverbiais são classificados conforme a circunstância que exprimem. Existem, assim,
diversos tipos de adjuntos adverbiais.

Adjunto adverbial de afirmação

 sim;
 com certeza;
 claro que sim;
 sem dúvida;
 de fato,
 deveras;
 certamente;
 realmente;
 …

Exemplo: Pode, com certeza, contar com minha ajuda.

Adjunto adverbial de modo

 bem;
 mal;
 melhor;
 pior;
 igual;
 diferente;
 intensamente;
 lentamente;
 devagar;
 depressa;
 carinhosamente;
 educadamente;
 tranquilamente;
 à pressa;
 a custo;
 em silêncio;

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 …

Exemplo: Comeu o pastel lentamente, saboreando cada dentada.

Adjunto adverbial de negação

 não;
 nunca;
 jamais;
 em hipótese alguma;
 de modo algum;
 de forma alguma;
 …

Exemplo: Jamais poderá contar com minha ajuda.

Adjunto adverbial de causa

 porque;
 por causa de;
 devido a;
 por;
 pois;
 …

Exemplo: Cheguei atrasado por causa da chuva.

Adjunto adverbial de lugar

 aqui;
 ali;
 lá;
 acolá;
 abaixo;
 acima;
 em cima;
 embaixo;
 atrás;
 dentro;
 fora;
 em;
 longe;
 perto;

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 ao lado;
 à direita;
 à esquerda;

Exemplo: Eles deixaram as mochilas ali.

Adjunto adverbial de tempo

 hoje;
 amanhã;
 ontem;
 cedo;
 tarde;
 agora;
 ainda;
 em breve;
 logo;
 durante;
 à noite;
 de manhã;
 de vez em quando;
 …

Exemplo: Amanhã, começarei a trabalhar em um novo escritório.

Adjunto adverbial de intensidade

 muito;
 pouco;
 demais;
 bastante;
 mais;
 menos;
 tão;
 quão;
 intensamente;
 extremamente;

Exemplo: Esta situação é muito complicada!

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Adjunto adverbial de companhia

 junto com;
 com;
 na companhia de;
 …

Exemplo: Vou ao supermercado com minha avó.

Adjunto adverbial de dúvida

 talvez;
 acaso;
 porventura;
 quiçá;
 provavelmente;
 quem sabe;
 se possível;
 …

Exemplo: Talvez eu acabe o trabalho ainda hoje.

Adjunto adverbial de concessão

 todavia;
 contudo;
 muito embora;
 apesar disso;
 ainda que;
 se bem que;
 …

Exemplo: Apesar do frio, foi um passeio muito agradável.

Adjunto adverbial de instrumento

 de faca;
 com uma tesoura;
 com a pá;
 com uma ferramenta;
 a caneta;
 …

Exemplo: O jardineiro abriu o buraco com a pá.

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Adjunto adverbial de meio

 pelo correio;
 de ônibus;
 de carro;
 de moto;
 de trem;
 a pé;
 …

Exemplo: Viajaram de trem pela Europa.

Adjunto adverbial de condição

 se;
 caso;
 senão;
 …

Exemplo: Caso ninguém concorde, teremos de pensar em outra hipótese.

Adjunto adverbial de finalidade

 para que;
 para;
 por;
 a fim de;
 …

Exemplo: Ele estudou muito para passar de ano.

Adjunto adverbial de assunto

 de;
 sobre;
 a respeito de;
 …

Exemplo: Não discuto com ninguém sobre política e futebol.

Adjunto adverbial de direção

 para cima;
 para baixo;
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 abaixo;
 …

Exemplo: O bebê já consegue atirar a bola para cima.

Adjunto adverbial de exclusão

 menos;
 com exceção de;
 exceto;
 …

Exemplo: Todos votaram favoravelmente, menos o diretor.

Adjunto adverbial de frequência

 diariamente;
 frequentemente;
 mensalmente;
 sempre;
 todos os dias;
 …

Exemplo: Meu irmão vai à academia todos os dias.

Adjunto adverbial de matéria

 de;
 com;
 a partir de;
 …

Exemplo: Estes objetos são feitos de porcelana.

Adjunto adverbial de conformidade

 conforme;
 de acordo;
 segundo;
 …

Exemplo: Os funcionários agiram conforme o combinado.

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Observação: Existem diversas classificações para os adjuntos adverbias e alguns podem
encaixar, simultaneamente, em várias classificações. Assim, é essencial que se faça a análise do
adjunto adverbial mediante o contexto da frase.

Adjunto adnominal X adjunto adverbial

É importante não confundir o adjunto adnominal com o adjunto adverbial.

Enquanto o adjunto adnominal confere características e atributos a um substantivo, o adjunto


adverbial indica uma circunstância, modificando um verbo, um advérbio ou um adjetivo.

Exemplos:

Rapidamente, o envergonhado aluno saiu.

 Adjuntos adnominais: o e envergonhado


 Adjunto adverbial: rapidamente

Aquela menina responsável chegou cedo.

 Adjunto adverbial: cedo


 Adjuntos adnominais: aquela e responsável

Complemento Nominal X Adjunto Adnominal

É importante não confundir o complemento nominal com o adjunto adnominal.

Enquanto o complemento nominal tem a função de completar um nome, o adjunto adnominal


caracteriza um substantivo. O adjunto adnominal é um termo acessório da oração.

Exemplos:

 Detesto a demora do ônibus. (do ônibus = complemento nominal)


 Ainda não comprei os presentes de Natal. (de Natal = adjunto adnominal)

O Completo Nominal, ao contrário do Adjunto Adnominal, complementa adjetivos e advérbios.

Exemplos:

 Estavam radiantes com as suas notas. (com as suas notas = complemento nominal do
adjetivo radiantes)
Música alta faz mal aos ouvidos. (aos ouvidos = complemento nominal do advérbio mal)

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Agora, veja como eles funcionam depois de substantivos:

Se tiver sentido passivo é complemento nominal, mas se tiver sentido ativo é adjunto
adnominal.

Exemplos:

 A crítica do autor foi cruel. (sentido ativo, logo adjunto adnominal)


 A crítica ao autor foi cruel. (sentido passivo, logo complemento nominal)

Resumindo:

Para que não haja confusão entre o complemento nominal e adjunto adnominal, atente na
seguinte distinção:

 Se estiver ligado a um adjetivo ou advérbio, sendo sempre precedido de uma preposição, é


complemento nominal.
 Se estiver ligado a um substantivo concreto, podendo ser ou não precedido de uma
preposição, é adjunto adnominal.
 Se estiver ligado a um substantivo abstrato por qualquer preposição que não seja a
preposição de, é complemento nominal.

Assim, a única construção que pode criar dúvida na distinção entre complemento nominal e
adjunto adnominal é: substantivo abstrato + preposição de + substantivo.

Então…

 Se o termo em questão, antes da nominalização do verbo era sujeito, apresentando um


valor agente, é adjunto adnominal.
 Se o termo em questão, antes da nominalização do verbo era um complemento verbal,
apresentando um valor paciente, é complemento nominal.

Complemento nominal:

 Não entendi a explicação da matéria.

Da matéria é complemento nominal porque a matéria foi explicada.

Adjunto adnominal:

 Não entendi a explicação do professor.

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Do professor é adjunto adnominal porque o professor explicou.

Além disso…

 Se completar obrigatoriamente o sentido de um nome, é complemento nominal.


 Se apresentar informação acessória a um nome, sendo portanto dispensável, é adjunto
adnominal.

Complemento nominal:

 Finalmente estou livre de obrigações.

De obrigações é complemento nominal porque quem está livre está livre de alguma coisa, sendo
obrigatória a presença do complemento.

Adjunto adnominal:

 Isto são brincadeiras de irmãos.

De irmãos é adjunto adnominal porque de irmãos é uma informação acessória, não sendo
indispensável para a compreensão do substantivo brincadeiras.

Complemento Nominal X Complemento Verbal

Os complementos nominais vêm sempre seguidos de preposição, tal como o objeto indireto (este,
um complemento verbal).

Assim, é importante não confundir esses dois termos. Enquanto a função do complemento
nominal é completar o sentido de um nome, a função do objeto indireto é completar o sentido de
um verbo (porque é um complemento verbal).

Exemplos:

 As crianças têm medo do escuro. (do escuro = complemento nominal)


 Já dei o presente ao meu pai. (ao meu pai = objeto indireto)
 Esteja atento ao telefone. (ao telefone = complemento nominal)
 Já falo com você. (com você = objeto indireto)

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Aposto

Aposto é um termo ou expressão que associa a um nome anterior, e explica ou esclarece o


sentido desse nome. Geralmente, separado dos outros termos da oração por dois pontos,
travessão e vírgula.

Exemplos:

 Luís de Camões, importante poeta português, escreveu poemas sobre os


descobrimentos portugueses.
 Aquelas duas meninas – a Camila e a Tatiana – ficaram ajudando no fim da festa.
 A professora mais antiga da escola, D. Cristina é respeitada por todos.
 Visitei a cidade de Salvador e adorei!
 Apenas tenho um único objetivo de vida: ser muito feliz!

Tipos de aposto

Existem sete tipos distintos de aposto.

Aposto explicativo

O aposto explicativo serve para explicar ou esclarecer um termo da oração. Na frase, aparece
destacado por vírgulas, parênteses ou travessões.

 Júlia, a melhor aluna da turma, passou de ano com notas altíssimas.


 D. Alice, a vizinha do terceiro andar, está vendendo seu apartamento.

Aposto enumerativo

O aposto enumerativo serve para enumerar partes constituintes de um termo da oração. Na frase,
aparece separado por dois pontos ou travessão e vírgulas.

 Já viajei por vários países: Brasil, Argentina, Colômbia, Equador e México.


 Em nossos funcionários, valorizamos principalmente três características: dedicação,
honestidade e persistência.

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Aposto especificativo

O aposto especificativo serve para especificar ou individualizar um termo genérico da oração. Na


frase, não se encontra destacado por sinais de pontuação, estando ligado diretamente ao termo
que especifica ou através de uma preposição. Apostos especificativos são maioritariamente
nomes próprios.

 A rua Nossa Senhora de Copacabana é a próxima.


 O escritor Carlos Drummond de Andrade foi homenageado em nossa escola.

Aposto recapitulativo ou resumidor

O aposto recapitulativo ou resumidor serve para resumir numa só palavra vários termos da
oração.

 Prosperidade, segurança e alegria, isso é o que eu quero para minha família.


 Doces, salgados, bebidas e enfeites, tudo preparado para a festa.

Aposto distributivo

O aposto distributivo serve para distribuir informações de forma separada de termos da oração.

 Ambos são bons alunos, um no português e o outro na matemática.


 Meus filhos são diferentes: este é louro, aquele é moreno.

Aposto comparativo

O aposto comparativo serve para comparar um termo da oração com alguma coisa. Na frase,
aparece destacado entre vírgulas.

 Os olhos do gato, faróis na escuridão, percorriam a mata à procura de alimento.


 A criança, um pequeno general, mandava na mãe e no pai.

Aposto de oração

O aposto de oração, também chamado de oração subordinada substantiva apositiva,


ocorre quando uma oração apresenta valor apositivo e se encontra sintaticamente dependente de
outra.
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 Maria não soube responder nem a metade das perguntas do exame, sinal de fraco
estudo e preparação.
 Pedro disse que não quer mais trabalhar, fato que me deixou um pouco preocupada.

Observações

1) O núcleo do aposto pode ser expresso por um substantivo ou por um pronome substantivo.
Exemplo: Os responsáveis pelo projeto, tu e a arquiteta, não podem se ausentar.

2) O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases seguintes, por exemplo, não há
aposto, mas predicativo do sujeito. Exemplo:

 Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.


 As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de cores.

3) Os apostos, em geral, têm pausas, indicadas, na escrita, por vírgulas, dois pontos ou
travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos:

 O romance Tróia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc.
 “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (Graciliano Ramos)

4) O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às vezes, está elíptico. Exemplos:

 Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.


 Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da alma humana.

5) O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:

 Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de tempestade iminente.


 O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.

6) Um aposto refere a outro aposto, às vezes:

 “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do velho coronel Tavares, senhor
de engenho.” (Ledo Ivo)

7) O aposto pode vir antecedido das expressões explicativas, ou da preposição acidental como:

 Dois países sul-americanos, isto é, a Colômbia e o Chile, não são banhados pelo mar.

8) O aposto que se refere a objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial vem
precedido de preposição:

 O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.


 “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das coisas.” (Raquel Jardim)

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Vocativo

O vocativo é um chamamento, uma invocação ou um apelo. É usado numa situação de


comunicação, quando o falante se dirige ao ouvinte, ou seja, quando quem fala chama, nomeia
ou invoca a pessoa com quem está falando. Geralmente o vocativo é separado por vírgulas.

O vocativo pode aparecer no início, no meio ou no fim das frases, mas não possui qualquer
relação sintática com os outros termos da oração. É um termo independente, não pertencendo
nem ao sujeito, nem ao predicado.

Exemplos

 Filho, estou aqui te esperando!


 Ó Pedro, você pode parar com esse barulho todo?
 Espera, meu amor, que eu estou chegando!
 Venha, Felipe, está na hora de dormir.
 Não coma tão depressa, menina!
 Você viu a confusão no recreio, professora?
 Ah, filha! Que birra desnecessária!
 Crianças!
 Rodrigo!

Vocativo X Aposto

O vocativo é frequentemente confundido com o aposto. Contudo, enquanto o vocativo é um termo


independente que não estabelece qualquer tipo de relação sintática com outros termos da oração,
o aposto estabelece uma função sintática com outro termo da oração, relacionando-se com ele.

Exercícios

01 - Assinale a única alternativa que possui um aposto enumerativo:

a) Iracema, virgem dos lábios de mel, é a visão do índio pelo Romantismo.

b) Pop, sertanejo e rock, esses estilos são muito tocados na rádio da cidade.

c) Goiânia, capital de Goiás, é uma cidade linda.

d) Reeducação alimentar, exercícios físicos e determinação, todos esses fatores são essenciais
para a perda de peso.

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e) Três coisas são fundamentais para o sucesso: organização, disciplina e compromisso.

02 - A única alternativa que possui um adjunto adnominal destacado é:

a) O primeiro beijo é inesquecível.

b) Viajarei para o Havaí, paraíso dos deuses.

c) Nunca ouvi essa música.

d) Quebrei o vidro com uma pedra.

03 - Assinale a alternativa em que o trecho grifado traz uso de um adjunto adverbial de tempo:

a) “A proposta do Instituto Lado a Lado pela Vida, que coordena a ação (…)”

b) “Nas redes sociais, a campanha vai tratar da saúde integral do homem (…)”

c) “Com apoio do Senado Federal, o evento vai reunir profissionais de saúde (…)”

d) “Durante todo o mês de novembro, serão realizadas atividades de orientação sobre o câncer
de próstata (…)

04 – Analise a frase abaixo:

Crianças, saiam já da chuva!

Qual é a função do termo em destaque?

a) sujeito.

b) aposto.

c) adjunto adverbial.

d) adjunto adnominal.

e) vocativo.

05 - Sobre o vocativo, é correto afirmar:

a) Termo utilizado para explicar, enumerar, resumir ou especificar outro termo, como um
substantivo, pronome, etc., ou outra oração, podendo aparecer antes ou depois do termo ao qual
se refere na frase.

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b) Palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, etc., além de
também poder agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento.

c) Termo que serve para chamar ou interpelar um interlocutor e não possui relação sintática com
outro termo da oração, sendo assim, não pertence nem ao sujeito nem ao predicado.

d) Palavra invariável que acompanha o nome, qualificando-o. Pode ser usada no lugar de um
nome ou referir-se a ele.

Respostas

01 02 03 04 05
e a d e c

Período

O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, pode ser
simples ou composto.

 Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta.
Exemplo: Já chegamos. Preciso disto.
 Período Composto - apresenta duas ou mais orações. Exemplo: Conversamos quando
eu voltar. O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado.

Classificação do Período Composto

Há três tipos de período composto: por coordenação, por subordinação e por coordenação e
subordinação ao mesmo tempo (também chamada de período misto).

Período Composto por Coordenação

Período Composto por Coordenação é aquele cujas orações não dependem sintaticamente umas
das outras porque são independentes.

Exemplos:

 Gritou com o irmão/ e correu para o quarto.


 Descansei,/ fui à praia/ e visitei lugares maravilhosos.

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As orações coordenadas podem ser:

 Sindéticas - é utilizada conjunção.


 Assindéticas – não é utilizada conjunção.

Exemplos:

 Não coma bolo quente;/ ficará com dores de barriga. (Oração Coordenada Assindética)
 Vou sair/ e já volto! (Oração Coordenada Sindética)

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

As orações coordenadas sindéticas podem ser de 5 tipos:

1) Aditiva - expressam ideia de soma. As conjunções mais frequentes são: e, bem como, como
também, mas ainda, mas também.

Exemplos:

 Gosto de cinema, bem como de teatro.


 Conheceu a Europa, como também a Ásia.

2) Adversativa - expressam ideia de adversidade, oposição. As conjunções mais frequentes são:


contudo, entretanto, mas, no entanto, porém, todavia.

Exemplos:

 Vou caminhar hoje, contudo só posso depois do jantar.


 O jantar estava delicioso, mas deveria ter reduzido o sal.

3) Alternativa - expressam ideia de alternância, escolha. As conjunções mais frequentes são:


já...já, ou, ora…ora, ou…ou, quer ...quer, seja… seja.

Exemplos:

 Ora está bem, ora não está.


 Assistirei um filme ou lerei um livro.

4) Conclusiva - expressam ideia de conclusão. As conjunções mais frequentes são: assim,


então, logo, pois, por isso, portanto.
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Exemplos:

 Faço tudo o que tenho de fazer pela manhã, pois fico com a tarde toda livre.
 Ela tirou péssimas notas, por isso, não viajará nas férias.

5) Explicativa - expressam ideia de explicação, justificação. As conjunções mais frequentes são:


pois, porque, que.

Exemplos:

 Não fui te visitar porque não sabia que você já tinha chegado de viagem.
 Foi recompensado, pois foi bom aluno.

Exercícios

01 - Dentre os períodos transcritos abaixo, um é composto por coordenação e contém uma


oração coordenada sindética adversativa. Assinalar a alternativa correspondente a esse período.

a) A frustração cresce e a desesperança não cede.

b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a auto absolvição?

c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir.

d) Sejamos francos.

e) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo
extremamente representativos como população.

02 - Assinale a opção em que o período não é construído de orações coordenadas.

a) “Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma
criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial”.

b) “Não sou poeta e estou sem assunto”.

c) “Ao fundo do botequim, um casal de pretos acaba de sentar-se numa das últimas mesas de
mármore ao longo da parede de espelhos”.

d) “O pai se mune de uma caixa de fósforo, e espera”.

e) “A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo”.

03 - Em relação à classificação das orações coordenadas sindéticas destacadas, assinale a


alternativa incorreta.
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a) Ela não só foi a primeira, mas também foi a mais aplaudida. (aditiva)

b) Fale agora ou permanecerá calado para sempre. (conclusiva)

c) Eu queria convencê-lo, mas os argumentos não foram suficientes. (adversativa)

d) Cumprimente-o, pois hoje venceu mais uma etapa de sua vida. (explicativa)

04 - Assinale a alternativa que contém uma coordenativa conclusiva:

a) Sérgio foi bom filho; logo será um bom pai.

b) Os meninos ora brigavam, ora brincavam.

c) Jaime trabalha depressa, contudo produz pouco.

d) Os cães mordem, não por maldade, mas por precisarem viver.

e) Adão comeu a maçã, e nossos dentes até hoje doem.

05 - Leia os enunciados a seguir:

I. Minha irmã saiu, mas voltará logo.

II. Acordei tarde, portanto chegarei atrasado.

III. A vida era proveitosa e divertida.

IV. Não anda nem deixa os outros passarem.

V. Ora deitava ora levantava.

Assinale a sequência correta, em relação às conjunções destacadas nas orações lidas.

a) I. adversativa; II. conclusiva; III. aditiva; IV. aditiva; V. alternativa.

b) I. alternativa; II. conclusiva; III. aditiva; IV. conclusiva; V. alternativa.

c) I. adversativa; II. adversativa; III. aditiva; IV. aditiva; V. alternativa.

d) I. adversativa; II. conclusiva; III. aditiva; IV. aditiva; V. conclusiva.

Respostas

01 02 03 04 05
e c b a a

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Período Composto por Subordinação

Nos períodos compostos por subordinação, uma das orações é sintaticamente dependente da
outra, sem a qual o seu sentido fica incompleto. Assim, não podem ser entendidas
separadamente.

As orações subordinadas estão divididas em substantivas, adjetivas e adverbiais, conforme a


função sintática que possuem na oração.

Orações subordinadas substantivas

Orações subordinadas substantivas são orações que exercem as funções de sujeito, objeto
direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto, tendo a mesma função
que um substantivo na estrutura frásica.

As orações subordinadas substantivas começam, maioritariamente, com as conjunções


integrantes que e se. São classificadas conforme a função sintática que exercem na oração.

1) Oração subordinada substantiva subjetiva

Exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.

 É necessário que você se apresente ao serviço amanhã.


 Foi anunciado que Pedro é o vencedor do concurso.

2) Oração subordinada substantiva objetiva direta

Exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.

 Quero que você seja meu marido.


 Os funcionários não sabiam que era dia de despedimentos.

3) Oração subordinada substantiva objetiva indireta

Exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal, sendo sempre iniciada por uma
preposição.

 O diretor da empresa necessita de que todos os colaboradores estejam presentes na


reunião.
 A professora insistiu muito em que os alunos tivessem aulas de recuperação.

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4) Oração subordinada substantiva completiva nominal

Exerce a função de complemento nominal, completando o sentido de um nome pertencente à


oração principal. É sempre iniciada por uma preposição.

 Todos temos esperança de que a humanidade pare de destruir o planeta.


 Sinto necessidade de que você me deixe descansar um pouco.

5) Oração subordinada substantiva predicativa

Exerce a função de predicativo do sujeito do verbo da oração principal. Aparece sempre depois
do verbo ser.

 O bom é que ela sempre foi bem comportada.


 A dúvida era se seriam necessários mais ajudantes.

6) Oração subordinada substantiva apositiva

Exerce a função de aposto de qualquer termo da oração principal.

 Helena apenas desejava uma coisa: que fosse muito feliz com sua família.
 Pedi um favor a meus amigos: que esperassem por mim.

Orações subordinadas adjetivas

Orações subordinadas adjetivas são orações que exercem a função de adjunto adnominal de
um termo da oração principal, tendo a mesma função que um adjetivo na estrutura frásica.

As orações subordinadas adjetivas começam, maioritariamente, com o pronome relativo que. São
classificadas conforme a sua capacidade de ampliar ou reduzir o sentido do nome a que se
refere.

1) Oração subordinada adjetiva explicativa

Acrescenta uma informação acessória, ampliando ou esclarecendo um detalhe de um conceito


que já se encontra definido. Aparece sempre separada por vírgulas e pode ser retirada da frase
sem que haja alteração do sentido da mesma.

 O leão, que é um animal selvagem, atacou o domador.


 A professora Ana Luísa, que é a professora mais nova da escola, não veio trabalhar
hoje.

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2) Oração subordinada adjetiva restritiva

Especifica o sentido do nome a que se refere, restringindo seu significado a um ser único,
definido por ele. Não existe marca de pausa, como vírgulas, entre este tipo de oração e a oração
principal. São indispensáveis para a compreensão da frase.

 Ele é um dos poucos diretores que é apreciado por todos os funcionários.


 Toda comida que é fresca é mais saborosa.

Orações subordinadas adverbiais

Orações subordinadas adverbiais são orações que exercem a função de adjunto adverbial do
verbo da oração principal, tendo a mesma função que um advérbio na estrutura frásica.

As orações subordinadas adverbiais acrescentam à oração circunstâncias de tempo, modo, fim,


causa, consequência, condição,…, sendo iniciadas por conjunções ou locuções conjuntivas.

São classificadas conforme a circunstância que expressam. Existem, assim, diversos tipos de
orações subordinadas adverbiais:

1) Oração subordinada adverbial causal

Apresenta a causa do acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas seguintes
conjunções e locuções causais: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que,
por isso que, como, como que, visto como,…

 Não vou trabalhar hoje porque vou ao médico.


 Já que está calor, vamos tomar banho de piscina.

2) Oração subordinada adverbial consecutiva

Apresenta a consequência do acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas


seguintes conjunções e locuções consecutivas: que, tanto que, tão que, tal que, tamanho que, de
forma que, de modo que, de sorte que, de tal forma que,…

 As pessoas da torcida gritaram tanto que ficaram roucas.


 Mariana desistiu de ser perfeita, de modo que acabou sendo feliz.

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3) Oração subordinada adverbial final

Apresenta o fim ou finalidade do acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas
seguintes conjunções e locuções finais: a fim de que, para que, que,…

 Todos se esforçaram para que tudo desse certo.


 A aluna estudou durante muitas horas a fim de que não reprovasse.

4) Oração subordinada adverbial temporal

Apresenta uma circunstância de tempo ao acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada
pelas seguintes conjunções e locuções temporais: quando, enquanto, agora que, logo que, desde
que, assim que, tanto que, apenas, antes que, até que, sempre que, depois que, cada vez que,
mal,…

 Quando ouço esta música, penso em você.


 Mal entrei no banho, o telefone tocou.

5) Oração subordinada adverbial condicional

Apresenta uma condição para a realização ou não do acontecimento da oração principal. Pode
ser iniciada pelas seguintes conjunções e locuções condicionais: se, salvo se, desde que, exceto
se, caso, desde, contando que, sem que, a menos que, uma vez que, sempre que, a não ser
que,…

 Se ele cumprir sua parte do acordo, poderemos seguir conforme planejado.


 Caso você não saia de casa, passo por lá para te ver.

6) Oração subordinada adverbial concessiva

Apresenta uma concessão ao acontecimento da oração principal, ou seja, apresenta uma ideia de
contraste e contradição. Pode ser iniciada pelas seguintes conjunções e locuções concessivas:
embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais
que, por pouco que, por muito que,…

 Embora seja de risco, concordo com a realização do negócio.


 Farei o que acho correto, mesmo que você seja contra.

7) Oração subordinada adverbial comparativa

Apresenta uma comparação com o acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas
seguintes conjunções e locuções comparativas: como, mais do que, menos do que, assim como,
bem como, que nem, tanto quanto,…

 É tão desgastante correr atrás como ficar esperando.


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 Meu pai age como já agia meu avô.

8) Oração subordinada adverbial conformativa

Apresenta uma ideia de conformidade, de concordância e regra em relação ao acontecimento da


oração principal. Pode ser iniciada pelas seguintes conjunções e locuções conformativas:
conforme, como, consoante, segundo,…

 Faço rabanadas conforme minha avó me ensinou.


 O campeonato será disputado segundo as regras estabelecidas pelo comitê.

9) Oração subordinada adverbial proporcional

Apresenta uma ideia de proporcionalidade com o acontecimento da oração principal. Pode ser
iniciada pelas seguintes conjunções e locuções proporcionais: à proporção que, à medida que, ao
passo que, quanto mais… mais, quanto menos… menos, quanto maior… maior, quanto maior…
menor,…

 Quanto mais independente a filha ficava, mais sozinha a mãe se sentia.


 Ele melhorava sua forma física à medida que treinava.

Exercícios

01 - Assinale a única alternativa que possui uma oração subordinada adjetiva restritiva:

a) Meu pai, que sempre me apoiou, merece todo meu amor.

b) As crianças que não ganharam presente choraram muito.

c) O livro, que conquistou o país todo, tornou-se um best-seller.

d) As pessoas, que visitavam a cidade, hospedaram-se no famoso hotel Copacabana Palace.

e) As flores, que são colhidas ao amanhecer, compõem o famoso perfume francês.

02 - Assinale a opção em que está incorreta a classificação da oração grifada:

a) A estrela brilhava no eterno azul como uma vela. (subordinada adverbial comparativa)

b) A Lua dizia que a claridade do Sol resumia toda a luz. (subordinada substantiva objetiva direta)

c) Como estava enfarado de sua enorme e desmedida umbela, o Sol invejava o vaga-lume.

(subordinada adverbial causal)

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d) A Lua admirava a auréola de nume que o sol ostentava. (subordinada adjetiva restritiva)

e) Enquanto bailava no ar, o inquieto vaga-lume fitava com ciúme da estrela. (subordinada
adverbial proporcional)

03 - Temos uma oração subordinada adverbial concessiva em:

a) Se eu tivesse dinheiro, compraria hoje um carro.

b) Fizemos a consulta, conforme a solicitação dos auditores.

c) Enquanto a mídia entrevistava o especialista, os telespectadores assistiam impávidos.

d) O especialista não concordará com sua opinião, por mais que você insista.

04 - Na frase: “Suponho que nunca teria visto um homem”, a subordinada é:

a) substantiva objetiva direta

b) substantiva completiva nominal

c) substantiva predicativa

d) substantiva apositiva

e) substantiva subjetiva

05 - "Os homens sempre se esquecem de que somos todos mortais." A oração destacada é:

a) substantiva completiva nominal

b) substantiva objetiva indireta

c) substantiva predicativa

d) substantiva objetiva direta

e) substantiva subjetiva

Respostas

01 02 03 04 05
b e d a b

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Orações reduzidas

Orações reduzidas são aquelas que não são introduzidas por conjunções e que possuem verbos
nas suas formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.

São, assim, diferentes das orações desenvolvidas, que são introduzidas por um pronome ou
conjunção e que são formadas por um verbo no indicativo ou no subjuntivo.

Orações reduzidas de infinitivo

No infinitivo impessoal, os verbos da 1.ª conjugação terminam em -ar, os da 2.ª conjugação


terminam em -er e os da 3.ª conjugação terminam em -ir. Nas orações reduzidas, os verbos
podem aparecer também no infinitivo pessoal, sendo flexionados em número e pessoa.

As orações reduzidas de infinitivo podem ser ou não iniciadas por uma preposição.

Oração subordinada substantiva subjetiva

 Reduzida: É essencial comparecer no evento.


 Desenvolvida: É essencial que você compareça no evento.

Oração subordinada substantiva objetiva direta

 Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova.


 Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia de prova.

Oração subordinada substantiva objetiva indireta

 Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma dieta.


 Desenvolvida: O médico insistiu em que nós fizéssemos uma dieta.

Oração subordinada substantiva completiva nominal

 Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o emprego.


 Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consigam o emprego.

Oração subordinada substantiva predicativa

 Reduzida: O melhor é ser sempre feliz!


 Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!

Oração subordinada substantiva apositiva

 Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o meu próprio caminho.


 Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu encontre o meu próprio caminho.

Oração subordinada adverbial causal

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 Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá atenção!
 Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém dá atenção!

Oração subordinada adverbial condicional

 Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos ao cinema.


 Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não iremos ao cinema.

Oração subordinada adverbial concessiva

 Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito na sua honestidade.


 Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre você, eu acredito na sua honestidade.

Oração subordinada adverbial temporal

 Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido assaltada.


 Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha sido assaltada.

Oração subordinada adverbial final

 Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e esquecer o assunto.


 Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar, decidi ceder e esquecer o assunto.

Oração subordinada adverbial consecutiva

 Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar tudo.


 Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que vomitou tudo.

Oração subordinada adjetiva

 Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do palco, era a minha filha.


 Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no meio do palco, era a minha filha.

Orações reduzidas de gerúndio

No gerúndio, os verbos da 1.ª conjugação terminam em -ando, os da 2.ª conjugação terminam em


-endo e os da 3.ª conjugação terminam em -indo.

Oração subordinada adverbial causal

 Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou confusão.


 Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou confusão.

Oração subordinada adverbial condicional

 Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.


 Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.

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Oração subordinada adverbial concessiva

 Reduzida: Respeitando o combinado, outros acordos serão necessários.


 Desenvolvida: Ainda que respeitem o combinado, outros acordos serão necessários.

Oração subordinada adverbial temporal

 Reduzida: Chegando à entrada do prédio, ele ligou-me.


 Desenvolvida: Quando chegou à entrada do prédio, ele ligou-me.

Oração subordinada adjetiva

 Reduzida: Vi cinco atletas da seleção correndo no calçadão.


 Desenvolvida: Vi cinco atletas da seleção que corriam no calçadão.

Orações reduzidas de particípio

No particípio regular, os verbos da 1.ª conjugação terminam em -ado e os verbos da 2.ª e da 3.ª
conjugação terminam em -ido. Caso os verbos possuam particípio irregular, estes terminam
habitualmente em -to ou -do.

Oração subordinada adverbial causal

 Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação.


 Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou resolver a situação.

Oração subordinada adverbial condicional

 Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer como entender


 Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa, poderá fazer como entender

Oração subordinada adverbial concessiva

 Reduzida: Resolvido este problema, outras dificuldades virão.


 Desenvolvida: Mesmo que resolvam este problema, outras dificuldades virão.

Oração subordinada adverbial temporal

 Reduzida: Chegada a casa, o telefone tocou.


 Desenvolvida: Assim que cheguei a casa, o telefone tocou.

Oração subordinada adjetiva

 Reduzida: Já foi usado o material comprado por mim.


 Desenvolvida: Já foi usado o material que eu comprei.

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Exercícios

01 - Marque a alternativa onde se encontra a oração reduzida de infinitivo, substantiva objetiva


direta:

a) Tenho esperança de seres aprovado.

b) Ao chegar, o candidato foi ovacionado.

c) Nada me impedirá de ir embora.

d) Recomendo-te seres paciente.

e) n.d.a

02 - No texto: "Um se encarrega de comprar camarões", a oração destacada é uma:

a) subordinada substantiva completiva nominal, reduzida de gerúndio

b) subordinada substantiva objetiva direta, reduzida de infinitivo

c) subordinada substantiva subjetiva, reduzida de gerúndio

d) subordinada substantiva objetiva indireta, reduzida de infinitivo

e) subordinada substantiva apositiva, reduzida de infinitivo

03 - Todas as orações destacadas nos itens abaixo são subordinadas reduzidas. Assinale o item
cuja oração destacada se classifica como subordinada reduzida de particípio adverbial
condicional:

a) “Feita a partilha, o Leão tomou a palavra”.

b) “Armado com tais provas, até que eu o enfrentaria.”

c) “A tropa, acampada às margens do Iguaçu, foi surpreendida”.

d) “Ernestina estava certa de ser sua amiga.”

e) “Transposto o rio, seguimos viagem”.

04 - No período: "É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a


estandardização e o consumismo", a oração grifada é:

a) subordinada adverbial causal, reduzida de particípio

b) subordinada objetiva direta, reduzida de infinitivo

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c) subordinada objetiva direta, reduzida de particípio

d) subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo

e) subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo

05 - Assinale a única alternativa que não apresenta oração adjetiva reduzida.

a) A estrada a ser construída pelo governo terá 500 km de extensão.

b) O menino trouxe a gaiola, feita na véspera pelo pai.

c) Incubiram-me de apascentar um rebanho de ovelhas.

d) Ouvimos a voz da araponga cortando o silêncio da mata.

e) Ernesto não era homem de levar desaforo para casa.

Respostas

01 02 03 04 05
d d b d c

Concordância nominal e verbal

Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade estabelecida


entre cada componente da oração.

Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, a concordância


nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras:

 concordância verbal = sujeito e verbo


 concordância nominal = classes de palavras

Exemplo: Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos.

Na oração acima, temos esses dois tipos de concordância:

Ao concordar o sujeito (nós) com o verbo (estudaremos), estamos diante de um caso de


concordância verbal.

Já, quando os substantivos (regras e exemplos) concordam com o adjetivo (complicados),


estamos diante de um caso de concordância nominal.

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Concordância Nominal

Concordância nominal é a relação que se estabelece entre as classes de palavras (nomes).

É o que faz com que substantivos concordem com pronomes, numerais e adjetivos, entre outros.

Exemplo:

 Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca.

Neste caso, pronome, numeral e adjetivo concordam com o substantivo "obras". "Estas" e não
"estes" obras, pronome que está no plural, já que a oração refere que são três e não apenas uma
obra maravilhosa.

E por que "maravilhosas" e não "maravilhoso"? Porque o substantivo está no plural e é feminino,
ou seja, tudo muito bem combinado.

Regras de Concordância Nominal

1. Adjetivo e um substantivo

O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo.

Exemplo:

 Que pintura bonita!

1.1. Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais
próximo.

Exemplo:

 Que bonita pintura e poema!

Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural.

Exemplo:

 Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes Roberto Carlos
e Erasmo Carlos em homenagem à Caetano Veloso.

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1.2. Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve
concordar com aquele que está mais próximo ou com todos eles.

Exemplos:

 Que pintura e poema bonito!


 Que poema e pintura bonita!
 Que pintura e poema bonitos!
 Que poema e pintura bonitos!

2. Substantivo e mais do que um adjetivo

Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser
feita das seguintes formas:

2.1. Colocando o artigo antes do último adjetivo.

Exemplo:

 Adoro a comida italiana e a chinesa.

2.2. Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural.

Exemplo:

 Adoro as comidas italiana e chinesa.

3. Números ordinais

3.1. Nos casos em que há número ordinais antes do substantivo, o substantivo pode ser usado
tanto no singular como no plural.

Exemplos:

 A segunda e a terceira casa.


 A segunda e a terceira casas.

3.2. Nos casos em que há número ordinais depois do substantivo, o substantivo deve ser
usado no plural.

Exemplo:

 As casas segunda e terceira.


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4. Expressões

4.1. Anexo

A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo.

Exemplos:

 Segue anexo o recibo.


 Segue anexa a fatura.

Mas, a expressão "em anexo" não varia.

Exemplo:

 Segue em anexo a fatura.

4.2. Bastante(s)

4.2.1. Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve concordar em gênero e
número com o substantivo.

Exemplo:

 Recebemos bastantes telefonemas.

4.2.2. Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia.

Exemplo:

 Eles cantam bastante bem.

4.3. Meio

4.3.1. Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em gênero e número
com o substantivo.

Exemplos:

 Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo.


 Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.

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4.3.2. Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia.

Exemplo:

 Ele é meio maluco.


 Ela é meio maluca.

4.4. Menos

A palavra "menos" não varia.

Exemplos:

 Hoje, tenho menos alunos.


 Hoje, tenho menos alunas.

4.5. É proibido, é bom, é necessário

4.5.1. As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser que sejam
acompanhadas por determinantes que as modifiquem.

Exemplos:

 É proibido entrada.
 É proibida a entrada.
 Verdura é bom.
 A verdura é boa.
 Paciência é necessário.
 A paciência é necessária.

Exercícios

01 - Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços:

A entrada para o cinema foi______, mas o filme e o desenho_______ compensaram, pois saímos
todos_______.

a) caro – apresentado – alegre

b) cara – apresentado - alegre

c) caro – apresentados – alegres

d) cara – apresentados – alegres


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e) cara – apresentados – alegre.

02 - Considerando a concordância nominal, assinale a frase correta:

a) Ela mesmo confirmou a realização do encontro.

b) Foi muito criticado pelos jornais a reedição da obra.

c) Ela ficou meia preocupada com a notícia.

d) Muito obrigada, querido, falou-me emocionada.

e) Anexos, remeto-lhes nossas últimas fotografias.

03 - Estão corretas as concordâncias nominais, exceto:

a) A sala e os quartos estavam desarrumados.

b) Perdi a primeira e a segunda aulas.

c) Visitei uma exposição de esculturas e quadros raras.

d) Discutimos um e outro caso inexplicáveis.

04 - Assinale a alternativa que indique a ordem que preenche corretamente as lacunas:

I. Justiça entre os homens é ______.

II. __________ entrada de estranhos.

III. Cerveja é ____________.

a) necessário – proibido – gostoso.

b) necessária – proibida – gostosa.

c) necessário – proibida – gostoso.

d) necessária – proibido – gostosa.

e) necessários – proibida – gostoso.

05 - Há concordância nominal inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas;

b) clima e terra desconhecidos;


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c) terras e clima desconhecidas;

d) terras e clima desconhecido;

e) terras e clima desconhecidos.

Respostas

01 02 03 04 05
d d c a c

Concordância Verbal

Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo. Isso quer
dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também deve estar; quando o sujeito estiver
no plural, o verbo também estará.

Exemplos:

 Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.


 Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.
 Cristina e Eva entraram no hospital.

Parece simples, mas há várias situações que provocam dúvidas não só nos alunos, mas em
qualquer falante da língua portuguesa. Vamos a elas!

Regras para sujeito simples

1. Sujeito coletivo

Nesta situação, o verbo fica sempre no singular.

Exemplo:

 A multidão ultrapassou o limite.

Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no
plural.

Exemplo:

 A multidão de fãs ultrapassou o limite.


 A multidão de fãs ultrapassaram o limite.

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2. Coletivos partitivos

O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de",
"a maior parte de", "grande número de".

Exemplo:

 Grande número dos presentes se retirou.


 Grande número dos presentes se retiraram.

3. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de"

Nestes casos, o verbo concorda com o numeral.

Exemplo:

 Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.


 Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.

Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural.

Exemplo:

 Mais de uma professora se abraçaram.

4. Nomes próprios

Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos.

Exemplo:

 Os Estados Unidos influenciam o mundo.


 Estados Unidos influencia o mundo.

5. Pronome relativo "que"

O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”.

Exemplo:

 Fui eu que levei.


 Foste tu que levaste.
 Foi ele que levou.

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6. Pronome relativo "quem"

O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o
antecedente do pronome "quem".

Exemplo:

 Fui eu quem afirmou.


 Fui eu quem afirmei.

7. Expressão "um dos que"

Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular como no plural.

Exemplo:

 Ele foi um dos que mais contribuiu.


 Ele foi um dos que mais contribuíram.

Regras para sujeito composto

1. Sujeitos formados por sinônimos

O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com o núcleo mais
próximo.

Exemplo:

 Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.


 Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.

2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração

Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como também pode
concordar com o núcleo mais próximo.

Exemplo:

 Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.


 Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.

3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes

Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade.

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 Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite.

(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem
prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos".

 Jair e eu conseguimos comprar um apartamento.

(eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade.
No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".

4. Sujeitos ligados por "ou"

Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo
a todos os elementos do sujeito.

Exemplo:

 Doces ou chocolate desagradam ao menino.

Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento.

Exemplo:

 A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.

Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no
singular.

Exemplo:

 Laís ou Elisa ganhará mais tempo.

5. Sujeitos ligados por "nem"

Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural.

Exemplo:

 Nem chuva nem frio são bem recebidos.

6. Sujeitos ligados por "com"

Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural.

Exemplo:

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 O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.

Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o
segmento "com" é grafado entre vírgulas:

Exemplo:

 O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.

7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como"

Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.

Exemplo:

 Tanto Rafael como Marina participaram da mostra.


 Tanto Rafael como Marina participou da mostra.

8. Partícula "se"

No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado
na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo:

 Confia-se em todos.

No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado
concordando com o sujeito da oração.

Exemplo:

 Construiu-se uma igreja.


 Construíram-se novas igrejas.

9. Verbos impessoais

Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo:

 Havia muitos copos naquela mesa.


 Houve dois meses sem mudanças.

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10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um"

Neste caso, o verbo fica no singular.

Exemplo:

 Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.

11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como"

O verbo é conjugado no plural.

Exemplo:

 O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.

12. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de"

Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no
singular.

Exemplo:

 Três vezes é muito.

13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s)

O verbo sempre concorda com o sujeito.

Exemplos:

 Deu uma hora que espero.


 Soaram duas horas.

14. Indicações de datas

O verbo deve concordar com a indicação numérica da data.

Exemplo:

 Hoje são 2 de maio.

Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia.

Exemplo:

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 Hoje é dia 2 de maio.

15. Verbos no infinitivo

15.1 Infinitivo impessoal

Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações:

a) quando têm valor de substantivo.

Exemplo: Comer é o melhor que há.

b) quando têm valor imperativo.

Exemplo: Vá dormir!

c) quando são os verbos principais de uma locução verbal.

Exemplo: Íamos sair quando você chegou.

d) quando são regidos por preposição.

Exemplo: Começamos a cantar.

15.2 Infinitivo pessoal

Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-
los.

Exemplo:

 Comprei a pizza para eles comerem.

Exercícios

01 - Assinale a concordância verbal errada:

a) Já é uma hora da tarde, e ele ainda não chegou.

b) Fazia três anos que ele viajara para Belém.

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c) Na reunião só havia cinco representantes do Sindicato.

d) Deve existir pelo menos mais de três documentos guardados.

e) Qual dos três cientistas ganhará o prêmio este ano?

02 - Quanto ao uso dos verbos "haver" e "existir", assinale a alternativa correta.

a) Mas devem haver aqueles que a enxergam com otimismo.

b) Mas deve haver aqueles que a enxergam com otimismo.

c) Mas deve existir aqueles que a enxergam com otimismo.

d) Mas devem existirem aqueles que a enxergam com otimismo.

e) Mas devem haverem aqueles que a enxergam com otimismo.

03 - Sobre as características da concordância verbal, é incorreto afirmar:

a) Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos. Ocorre quando o verbo


flexiona-se para concordar com o seu sujeito.

b) Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar
no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente
gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural,
apesar de terem forma de singular ou vice-versa.

c) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Exemplo: Cerca de cem pessoas foram detidas na manifestação contra o aumento da tarifa do
ônibus.

d) Quando a expressão "mais de um” associar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural
não é obrigatório. Exemplo: Mais de um manifestante ofendeu-se na tumultuada discussão de
ontem. (ofenderam um ao outro).

04 - A concordância verbal está de acordo com a norma padrão em:

a) Cada um dos curadores foram responsáveis por um tema.

b) Muitos cartões vem decorados com guirlandas de flores.

c) A maior parte dos cartões expostos encantou os visitantes.

d) Está acontecendo diversos eventos sobre meios de comunicação na cidade.

e) Haviam poucos estudantes interessados em meios de comunicação do passado.

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05 - A frase cuja concordância verbal está de acordo com as normas gramaticais é:

a) Se houvesse mais homens honestos, não existiriam tantas brigas por justiça.

b) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia.

c) É precaríssima as condições do prédio.

d) Não veio daí os males sofridos pela sociedade brasileira.

e) Houveram dificuldades para eu assumir o cargo.

Respostas

01 02 03 04 05
d b d c a

Regência nominal e verbal

Regência é a relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus
complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não
ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

A regência pode ser classificada em regência verbal ou regência nominal, conforme a natureza do
termo regente:

 Na regência verbal o termo regente é um verbo;


 Na regência nominal o termo regente é um nome.

O termo regente depende do termo regido. O sentido do termo regente permanece incompleto
sem a presença do termo regido.

Regência verbal:

 Termo regente: verbo


 Termos regidos: objeto direto e objeto indireto

Regência nominal:

 Termo regente: nome


 Termo regido: complemento nominal

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Regência nominal

Regência nominal é a relação que um nome estabelece com o seu complemento através de
uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio.

O complemento, chamado de complemento nominal, completa o significado do nome, que teria o


seu sentido incompleto sem esse complemento.

Exemplos de regência nominal

 Infelizmente, uma boa educação ainda não é acessível a todos.


 Meu namorado sempre foi amoroso com meu filho.
 Ele parece estar descontente com a vida.
 Por favor, tenha respeito por mim!

Preposições usadas na regência nominal

Para estabelecer regência nominal, as preposições mais utilizadas são:

a, de, com, em, para, por.

Regência nominal com a preposição A

 acessível a;
 agradável a;
 alheio a;
 análogo a;
 anterior a;
 apto a;
 atento a;
 avesso a;
 cego a;
 cheiro a;
 comum a;
 contrário a;
 desatento a;
 equivalente a;
 estranho a;
 favorável a;
 fiel a;
 grato a;
 horror a;
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 idêntico a;
 inacessível a;
 indiferente a;
 inerente a;
 necessário a;
 nocivo a;
 oposto a;
 perpendicular a;
 posterior a;
 prestes a;
 surdo a;
 visível a.

Regência nominal com a preposição DE

 amante de;
 amigo de;
 ávido de;
 capaz de;
 cheio de;
 cobiçoso de;
 contemporâneo de;
 desejoso de;
 diferente de;
 difícil de;
 digno de;
 dotado de;
 fácil de;
 impossível de;
 incapaz de;
 inimigo de;
 livre de;
 longe de;
 louco de;
 maior de;
 natural de;
 obrigação de;
 orgulhoso de;
 passível de;
 possível de;
 sedento de;
 seguro de;
 sonho de.

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Regência nominal com a preposição COM

 amoroso com;
 aparentado com;
 caritativo com;
 compatível com;
 cruel com;
 cuidadoso com;
 descontente com;
 furioso com;
 impaciente com;
 intolerante com;
 liberal com;
 solícito com.

Regência nominal com a preposição EM

 doutor em;
 exato em;
 firme em;
 hábil em;
 incessante em;
 indeciso em;
 interesse em;
 lento em;
 morador em;
 negligente em;
 parco em;
 perito em;
 primeiro em;
 versado em.

Regência nominal com a preposição PARA

 apto para;
 bastante para;
 bom para;
 essencial para;
 impróprio para;
 inútil para;
 mau para;
 pronto para;
 próprio para.

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Regência nominal com a preposição POR

 admiração por;
 ansioso por;
 devoção por;
 respeito por;
 responsável por.

Exercícios

01 - Indique onde há erro de regência nominal:

a) Ele é muito apegado em bens materiais.

b) Estamos fartos de tantas promessas.

c) Ela era suspeita de ter assaltado a loja.

d) Ele era intransigente nesse ponto do regulamento.

e) A confiança dos soldados no chefe era inabalável.

02 - As palavras ansioso, contemporâneo e misericordioso regem, respectivamente, as


preposições:

a) a – em – de – para.

b) de – a – de.

c) por – de – com.

d) de – com – para com.

e) com – a – a

03 - Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência nominal correta. Assinale-a:

a) Ele não é digno a ser seu amigo.

b) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.

c) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição.

d) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.

e) O sol é indispensável da saúde.

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04 - A regência nominal está conforme a norma culta em:

a) O filho tornou-se um profissional apto para exercer ao cargo de diretor.

b) A estrangeira mostrava muita devoção a pesquisa do HIV, naquele hospital.

c) A população simpatizava-se com as propostas apresentadas pelo Governo.

d) O homem deve obediência aos princípios harmônicos que a natureza lhe oferece.

05 - Aponte a alternativa incorreta quanto à regência nominal:

a) Este caso é análogo ao que foi discutido ontem.

b) É preferível remodelar o antigo projeto a contratar um novo projeto.

c) Foi reintegrado no Ministério que ocupava.

d) Pretendemos estar presentes na reunião.

e) Sua situação profissional é caracterizada pelo interesse de projetar-se a qualquer custo.

Respostas

01 02 03 04 05
a c c d d

Regência verbal

Regência verbal é a relação que existe entre um verbo e o termo da oração que o complementa.

Exemplo de regência verbal:

 Ele não se lembrou do nosso acordo.

O verbo é o termo regente.

O objeto indireto é o termo regido.

A preposição de estabelece a regência entre o termo regente (verbo) e o termo regido


(complemento verbal).

O que é o termo regente?

Na regência verbal, o termo regente é sempre o verbo.

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O que é o termo regido?

O termo regido é o complemento verbal. Pode ser o objeto direto ou o objeto indireto, bem como
o adjunto adverbial.

Regência verbal sem preposição

Os verbos transitivos diretos estabelecem regência com o objeto direto sem a presença
obrigatória de uma preposição.

Regência verbal com verbos transitivos diretos (sem preposição):

 Mariana comeu o quibe.


 Mirim esperava a irmã.

O objeto direto responde principalmente às perguntas o quê? ou quem?.

Regência verbal com preposição

Os verbos transitivos indiretos estabelecem regência com o objeto indireto com a presença
obrigatória de uma preposição.

Regência verbal com verbos transitivos indiretos (com preposição):

 Eu duvidei da opinião do garoto.


 O aluno respondeu à pergunta da professora.

O objeto indireto responde principalmente às perguntas de quê? para quê? de quem? para
quem? em quem?, entre outras.

Exemplos de verbos que exigem preposição para regência verbal

Verbos chegar, ir e voltar

Quando indicam destino ou direção = ir a, ir de, ir para, voltar a, voltar de, voltar para, chegar
a, chegar de, chegar para.

Exemplos:

 Fui à feira comprar melancia.


 Voltei para Pernambuco.
 Cheguei da escola ao meio-dia.

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Verbo comparecer

Quando indica local = comparecer a ou comparecer em.

Exemplo:

 Compareci ao escritório no domingo para resolver um problema.


 Compareci no escritório no domingo para resolver um problema.

Verbo assistir

Quando significa ver ou presenciar = assistir a.

Exemplo:

 Meus vizinhos assistiram ao acidente e ficaram muito perturbados.

Verbo aspirar

Quando significa desejar, pretender ou ambicionar = aspirar a.

Exemplo:

 Mariana aspira ao papel principal naquela peça.

Verbo visar

Quando significa desejar, pretender ou ambicionar = visar a.

Exemplo:

 Mariana visa ao papel principal naquela peça.

Verbos esquecer-se e lembrar-se

Quando são verbos pronominais = esquecer-se de e lembrar-se de.

Exemplos:

 Não me esqueci de seu aniversário.


 Não me lembrei de seu aniversário.

Verbo preferir

Quando se prefere algo a alguma coisa = preferir a.

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Exemplo:

 Eu prefiro suco de melão a suco de laranja.

Verbos implicar e simpatizar

Quando se referem a simpatizar ou antipatizar com alguém, bem como incomodar = implicar
com e simpatizar com.

Exemplos:

 Pare de implicar com meu filho!


 Nunca simpatizei com ela.

Verbo querer

Quando tem sentido de estimar ou de querer bem = querer a.

Exemplo:

 Quero muito a minha filha.

Verbo obedecer

Quando se obedece a alguém ou a alguma coisa = obedecer a.

Exemplo:

 Aquele aluno nunca obedece à professora.

Verbo responder

Quando se responde a alguém ou a alguma coisa = responde a.

Exemplo:

 Pedro não soube responder ao que lhe foi perguntado.

Verbo agradar

Quando significa contentar ou satisfazer = agradar a.

Exemplo:

 O serviço realizado agradou ao diretor da empresa.

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Verbos avisar, comunicar, advertir, prevenir,…

Com sentido de informar com antecedência = avisar a, comunicar a, advertir a, prevenir a,…

Exemplos:

 Avisei ao diretor que os funcionários estão descontentes.


 Comuniquei ao diretor que os funcionários estão descontentes.
 Adverti ao diretor que os funcionários estão descontentes.
 Preveni ao diretor que os funcionários estão descontentes.

Verbo perdoar

Quando se perdoa a uma pessoa, não uma coisa = perdoar a.

Exemplo:

 Nunca perdoarei a minha mãe por me ter abandonado.

Verbo pagar

Quando se paga a uma pessoa, não uma coisa = pagar a.

Exemplo:

 Pagou ao empregado o que lhe devia, antes de o despedir.

Verbos morar e residir

Quando indica local = morar em e residir em.

Exemplos:

 Meu irmão mora em Londres há três anos.


 Meu irmão reside em Londres há três anos.

Verbo proceder

Com sentido de realizar ou dar início = proceder a.

Exemplo:

 Procederemos à destruição das peças defeituosas.

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Atenção!

Existem vários verbos que têm um sentido quando exigem preposição e outro sentido quando não
exigem preposição.

Verbo querer

Com sentido de desejar = transitivo direto = regência sem preposição.

Exemplo:

 Eu quero uns patins novos.

Com sentido de gostar e querer bem = transitivo indireto = regência com preposição.

Exemplo:

 Eu quero a meu irmão.

Outros verbos que exigem preposição para regência verbal

Para estabelecer regência verbal, as preposições mais utilizadas são: a, de, com, em, para, por,
sobre.

Regência verbal com a preposição A:

 deitar-se a;
 habituar-se a;
 imputar a;
 obrigar a;
 pertencer a;
 referir-se a;
 sobreviver a;
 sujeitar-se a;
 vedar a.

Regência verbal com a preposição DE:

 constar de;
 excluir de;
 libertar de;

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 matizar de;
 morrer de;
 precaver-se de;
 tremer de;
 vangloriar-se de;
 vingar-se de.

Regência verbal com a preposição COM:

 comungar com;
 encontrar-se com;
 guarnecer com;
 indignar-se com;
 parecer com;
 sonhar com;
 tapar com;
 uniformizar com;
 zangar-se com.

Regência verbal com a preposição EM:

 apoiar-se em;
 avaliar em;
 concentrar em;
 continuar em;
 incorrer em;
 participar em;
 teimar em;
 transformar em;
 viciar-se em.

Regência verbal com a preposição PARA:

 convidar para;
 convocar para;
 desafiar para;
 ensaiar para;
 esforçar-se para;
 habilitar para;
 propender para.

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Regência verbal com a preposição POR:

 ansiar por;
 apaixonar-se por;
 chorar por;
 começar por;
 interessar-se por;
 orar por;
 regular-se por;
 rogar por;
 trocar por.

Regência verbal com a preposição SOBRE:

 alertar sobre;
 cair sobre;
 meditar sobre;
 prevalecer sobre;
 recair sobre.

Contração e combinação de preposições

Na regência verbal, as preposições podem aparecer de forma contraída ou combinada com


artigos e pronomes:

 a+a=à
 a + o = ao
 a + aquele = àquele
 a + onde = aonde
 de + o = do
 de + uma = duma
 de + isto = disto
 em + as = nas
 em + um = num
 em + essa = nessa
 por + o = pelo
 por + as = pelas

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Exercícios

01 - Assinale a alternativa incorreta quanto à regência verbal:

a) Ele custará muito para me entender.

b) Hei de querer-lhe como se fosse minha filha.

c) Em todos os recantos do sítio, as crianças sentem-se felizes, porque aspiram o ar puro.

d) O presidente assiste em Brasília há quatro anos.

e) Chamei-lhe sábio, pois sempre soube decifrar os enigmas da vida.

02 - Assinale a única alternativa incorreta quanto à regência do verbo.

a) Perdoou nosso atraso no imposto.

b) Lembrou ao amigo que já era tarde.

c) Moraram na rua da Paz.

d) Meu amigo perdoou ao pai.

e) Lembrou de todos os momentos felizes.

03 - Há erro de regência verbal, de acordo com a norma culta, em:

a) O informante não precisou do dinheiro ganho.

b) Eles se referiram sobre o outro governo.

c) Todos preferiram o elogio à censura.

d) Eis o ponto de que discordo.

e) Seu telefone não atende às chamadas.

04 - Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma culta da
língua:

a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável.

b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte de cana.

c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.

d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.

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e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.

05 - Assinale a alternativa em que a regência verbal está correta:

a) Prefiro mais a cidade que o campo.

b) Chegamos finalmente em Santo André.

c) Esta é a cidade que mais gosto.

d) Assisti ao concerto de que você tanto gostou.

e) Ainda não paguei o médico

Respostas

01 02 03 04 05
a e b d d

Crase

Crase é a fusão da preposição a com o artigo definido feminino a(s), ou da preposição a com o a
inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo, ou ainda da preposição a com
um pronome demonstrativo a(s), ou então da preposição a com o a inicial do pronome relativo a
qual (as quais).

Essa fusão de duas vogais idênticas, graficamente representada por um a com acento grave (à),
dá-se o nome de crase. Veremos, a seguir, as principais regras.

Ocorre crase

1) Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que


pedem a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem
algo se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…

 Aquele aluno nunca está atento à aula.


 Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
 Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
 É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
 As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.

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2) Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à
noite, à direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira
de, à exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à proporção que,…

 Ligo-te hoje à noite.


 Ele está completamente à parte do grupo.
 A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
 Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.

Observação: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra
feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira de.

 Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)


 Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)

3) Antes da indicação exata e determinada de horas:

 Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.


 Chegaremos a Brasília às 22h.
 A missa começará à meia-noite.

Observação: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.

 Estou esperando você desde as seis horas.


 Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.

4) Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão de


clareza na leitura:

 Vou lavar a mão na pia.


 Vou lavar à mão a roupa delicada.
 Ele pôs a venda nos olhos.
 Ele pôs à venda o carro.
 Ela trancou a chave na gaveta.
 Ela trancou à chave a porta.
 Estudei a distância.
 Estudei à distância.

Não ocorre crase

1) Antes de substantivos masculinos:

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 Gosto de andar a pé.
 Este passeio será feito a cavalo.
 Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
 Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.

2) Antes de verbos:

 Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.


 Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
 O arquiteto está começando a renovar essa casa.
 Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.

3) Antes da maior parte dos pronomes:

 Desejamos a todos um bom fim de semana.


 Você já pediu ajuda a alguém?
 Dei todos os meus carrinhos a ele.
 Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.

Observação: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.

 Não entregamos o trabalho à mesma professora.


 Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
 Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
 Esta é a reportagem à qual me referi.

4) Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:

 Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.


 Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
 Preciso conversar com você face a face.
 Por favor, permaneçam lado a lado.

5) Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:

 Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.


 A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
 As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.

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Observação: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo
definido as, ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.

 Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.


 A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
 As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.

6) Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):

 O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.


 O hotel fica a dois quilômetros daqui.
 O motorista conduzia a 180 km/h.

A crase é facultativa

1) Antes de pronomes possessivos:

 Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.


 Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.

2) Antes de nomes próprios femininos:

 Enviei cartas a Heloísa.


 Enviei cartas à Heloísa.

Observação: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres


porque nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.

 Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.


 A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.

3) Depois da preposição até antecedendo substantivos femininos:

 Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.


 Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.

Casos específicos para o uso da crase

Em algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:

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Antes de nomes de localidades

Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que admitam a anteposição do artigo a
quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de verificar se há anteposição do artigo a é
substituir a preposição a pelas preposições de ou em.

 Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à


 Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
 Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na

Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração com
a preposição a, ficando à:

 Vim da Bahia.
 Estou na Bahia.
 Vou à Bahia no próximo mês.

Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não
haverá contração com a preposição a, permanecendo a:

 Vim de Brasília.
 Estou em Brasília.
 Vou a Brasília no próximo mês.

Observação: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.

 Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.


 Regressei à Curitiba de minha infância.

Antes da palavra terra

Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se esta estiver
determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.

 Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)


 O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
 Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)

Antes da palavra casa

Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um adjunto adnominal. Sem a
determinação de um adjunto adnominal não há crase.

 Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)

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 Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)

Crase com a Palavra Distância

Se a palavra distância estiver especificada ou determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:

 Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada)


 Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:

 Os militares ficaram a distância.


 Gostava de fotografar a distância.
 Ensinou a distância.

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:

 Gostava de fotografar à distância.


 Ensinou à distância.
 Dizem que aquele médico cura à distância.

Crase com o Pronome Demonstrativo (a)

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” também pode ser detectada através da
substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:

 Minha revolta é ligada à do meu país.


 Meu luto é ligado ao do meu país.
 As orações são semelhantes às de antes.
 Os exemplos são semelhantes aos de antes.

Crase com os Pronomes Relativos (A Qual, As Quais)

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo
que rege esses pronomes exigir a preposição a, haverá crase.

É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido
feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

 A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.


 O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Página 411 de 439
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. Veja outros exemplos:

 São normas às quais todos os alunos devem obedecer.


 Esta foi a conclusão à qual ele chegou.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos (Aquele (s), Aquela (s), Aquilo)

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição “a”. Por
exemplo:

 Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou
alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.

Observe este outro exemplo:

 Aluguei aquela casa.

O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre
nesse caso.

Resumindo

1) A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição
a com o artigo definido feminino a (a + a = à).

 Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)


 Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)

2) Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com
os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:

a + aquele = àquele;

a + aquela = àquela;

a + aquilo = àquilo.

 Fui àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)


 Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
 Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)

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Dica para o uso da crase

Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é substituir o
substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não a presença da
preposição a contraindo com o artigo definido a.

 Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à


 Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao

Dúvida no uso da crase: “Vou à praia” ou “Vou a praia”?

Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de praia por parque.

Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vou ao parque” ou “Vou o parque”?

Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vou ao parque”, com a contração ao.

Assim, a forma correta também será “Vou à praia”, com a contração à.

Dúvida no uso da crase: “Vale à pena” ou “Vale a pena”?

Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de pena por sacrifício.

Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vale ao sacrifício” ou “Vale o


sacrifício”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vale o sacrifício”, sem a contração ao.
Assim, a forma correta também será “Vale a pena”, sem a contração à.

Importante

Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto uso da crase
depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade de análise do
enunciado frásico, sendo importante compreender que não ocorre crase se houver apenas a
preposição a, ou apenas o artigo definido a ou apenas o pronome demonstrativo a.

Para que haja crase, é preciso que haja uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem
contração, formando crase.

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Exercícios

01 - Assinale a frase onde a crase foi empregada incorretamente:

Iremos à fazenda amanhã

A professora fez críticas à algumas alunas.

Ela está à espera de vocês.

Vou à biblioteca depois da aula.

02 - Marque a alternativa em que a crase (ou falta dela) está aplicada incorretamente:

a) Eles ficaram à ver navios.

b) Aquele casal queria uma cerimônia à moda antiga.

c) Não estava me referindo a senhora.

d) O carro estava à distância de cinco metros.

e) Todas as frases estão corretas.

03 - O uso da crase opcional está corretamente aplicado na seguinte alternativa:

a) Contei à Mariana que visitei minha avó.

b) Minha mãe foi até à padaria.

c) Estava devendo dinheiro à minha irmã.

d) Todas as alternativas estão corretas.

04 - Em alguns nomes de lugares femininos não é correto utilizar a crase. Assinale a alternativa
em que ocorre esse uso incorreto:

a) Marta foi à Itália.

b) Joana foi à Bahia.

c) Jonas foi à Argentina.

d) Marcos foi à Londres.

e) Não há alternativa incorreta.

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05 - Opção que preenche corretamente as lacunas:

O gerente dirigiu-se _____ sua sala e pôs-se ______ falar _____ todas as pessoas convocadas.

a) à - à - à

b) a - à – à

c) à - a – a

d) a - a – à

e) à - a - à

Respostas

01 02 03 04 05
b a d d c

Colocação pronominal

A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a,
lhe, nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração:

 Próclise - o pronome é colocado antes do verbo.


 Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo.
 Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo.

Uso da Próclise

Próclise é a colocação do pronome antes do verbo. Existem mais dois tipos de posição:
Mesóclise (pronome no meio do verbo) e Ênclise (pronome depois do verbo).

Exemplos:

 Não me diga que não vem! (Próclise)


 Dizer-te-ia se fosse. (Mesóclise)
 Gostaria de dizer-te algo. (Ênclise)

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Quando Usar a Próclise

 Em orações negativas. Exemplo: Ninguém a vai visitar...


 Com pronomes relativos, indefinidos ou demonstrativos. Exemplo: Alguns funcionários
o mantém informado.
 Com verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais. Exemplo: Certamente
nos disseram a verdade.
 Em orações exclamativas e em orações que exprimam desejo. Exemplo: Era bom que
nos dissessem a verdade!
 Em orações com conjunções subordinativas. Exemplo: Para me contar é que
conheciam os fatos.
 Com verbo no gerúndio regido da preposição em. Exemplo: Em se aproximando,
perguntou o meu nome.
 Em orações interrogativas. Exemplo: Quem te disse?

Quando não Usar a Próclise

Nas situações em que se requer a ênclise:

 Verbo no imperativo afirmativo. Exemplo: Atenda-lhe os pedidos.


 Verbo no infinitivo impessoal. Exemplo: Quero salvar-te desse tormento.
 Verbo inicia a oração. Exemplo: Disse-te, mas não escutaste.
 Verbo no gerúndio. Exemplo: Adormeço contando-lhe as histórias dos piratas.

Uso da Mesóclise

Mesóclise é a colocação do pronome no meio do verbo. Ela somente é possível de uma forma:
com verbos no futuro do presente (esforçar-me-ei) ou no futuro do pretérito (esforçar-me-ia).

Exemplos:

 Desenhar-te-ei nos meus sonhos.


 Orgulhar-me-ei dos meus alunos.
 Orgulhar-me-ia dos meus alunos.

A Mesóclise é encontrada apenas em obras literárias ou quando se quer, propositalmente, dar um


tom cerimonioso ao discurso. Aqui você tira todas as suas dúvidas quanto ao uso da Mesóclise.

A mesóclise deve ser usada em duas situações:

1. Orações em que o verbo esteja no futuro do presente. Exemplo: Ouvir-te-ei sempre que
quiseres.
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2. Orações em que o verbo esteja no futuro do pretérito. Exemplo: Pentear-te-ia com
paciência.

Mesóclise ou Próclise?

A mesóclise somente pode ser usada com os verbos no futuro do presente ou no futuro do
pretérito, porém, esses verbos podem ser usados também com a próclise. Isso acontece quando
há alguma regra que justifique o uso da próclise. Existindo, a próclise terá preferência, por isso, é
tão raro encontrarmos a mesóclise cotidianamente.

Uso da Ênclise

Ênclise é a colocação do pronome depois do verbo.

Exemplos:

 Depois de terminar, chamem-nos.


 Telefonei-lhe na hora combinada.
 O seu maior sonho é casar-se.

Usa-se a ênclise:

 Quando o verbo inicia a oração. Exemplo: Fez-me um favor. Só isso!


 Com verbo no imperativo afirmativo. Exemplo: Quando eu avisar, retirem-lhe da sala.
 Com verbo no infinitivo impessoal. Exemplo: Prometo amar-te.
 Com verbo no gerúndio. Exemplo: Vive castigando-lhe sem motivos aparentes.

Observação

A Ênclise somente é usada quando o uso da Próclise ou da Mesóclise não são possíveis.

Quando os verbos são antecedidos por advérbios, usamos a próclise. Todavia, se há vírgula
depois do advérbio, deve ser usada a ênclise, uma vez que nesse caso o advérbio deixa de atrair
o pronome.

Exemplos:

 Talvez me diga algo amanhã.


 Talvez, direi-te quando decidir.

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Exercícios

01 - Assinale a alternativa que apresenta um erro de colocação pronominal:

a) Alguns alunos fizeram a lição, outros se fizeram de desentendidos.

b) Contar-lhe-emos toda a verdade sobre o assunto.

c) Me perdi porque anotei seu endereço de maneira errada!

d) Por favor, peça-lhe que venha ao meu escritório.

e) Nunca se queixou dos problemas, era resignado e otimista.

02 – Assinale a alternativa correta quanto à colocação do pronome.

a) Preciso vê-lo, me disse o rapaz.

b) Este é um trabalho que absorve-me muito.

c) Em tratando-se frutas, prefiro as cítricas.

d) Tudo se resolve com o tempo.

03 - Assinale a frase com erro de colocação pronominal:

a) Tudo se acaba com a morte, menos a saudade.

b) Com muito prazer, se soubesse, explicaria-lhe tudo.

c) João tem-se interessado por suas novas atividades.

d) Ele estava preparando-se para o vestibular de Direito.

04 - Há um erro de colocação pronominal em:

a) Sempre a quis como namorada.

a) Os soldados não lhe obedeceram às ordens.

c) Todos me disseram o mesmo.

d) Recusei a ideia que apresentaram-me.

05 - Assinale a frase com ERRO de colocação pronominal:

a) Tudo me era completamente indiferente.


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b) Ela não me deixou concluir a frase.

c) Este casamento não deve realizar-se.

d) Ninguém havia lembrado-me de fazer as.reservas.

e) Que Deus te acompanhe por toda a vida.

Respostas

01 02 03 04 05
c d b d d

Coesão

Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal


definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão
entrelaçados, um dando continuidade ao outro.

Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos.

Observe a coesão presente no texto a seguir:

“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do


país, porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária
pretende assentar milhares de sem-terra.”

As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto, podemos dizer que elas são
responsáveis pela coesão do texto.

Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os principais são:

1) Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-
relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns
advérbios e locuções adverbiais.

Veja algumas palavras e expressões de transição e seus respectivos sentidos:

 inicialmente (começo, introdução)


 primeiramente (começo, introdução)
 primeiramente (começo, introdução)
 antes de tudo (começo, introdução)
 desde já (começo, introdução)

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 além disso (continuação)
 do mesmo modo (continuação)
 acresce que (continuação)
 ainda por cima (continuação)
 bem como (continuação)
 outrossim (continuação)
 enfim (conclusão)
 dessa forma (conclusão)
 em suma (conclusão)
 nesse sentido (conclusão)
 portanto (conclusão)
 afinal (conclusão)
 logo após (tempo)
 ocasionalmente (tempo)
 posteriormente (tempo)
 atualmente (tempo)
 enquanto isso (tempo)
 imediatamente (tempo)
 não raro (tempo)
 concomitantemente (tempo)
 igualmente (semelhança, conformidade)
 segundo (semelhança, conformidade)
 conforme (semelhança, conformidade)
 assim também (semelhança, conformidade)
 de acordo com (semelhança, conformidade)
 daí (causa e consequência)
 por isso (causa e consequência)
 de fato (causa e consequência)
 em virtude de (causa e consequência)
 assim (causa e consequência)
 naturalmente (causa e consequência)
 então (exemplificação, esclarecimento)
 por exemplo (exemplificação, esclarecimento)
 isto é (exemplificação, esclarecimento)
 a saber (exemplificação, esclarecimento)
 em outras palavras (exemplificação, esclarecimento)
 ou seja (exemplificação, esclarecimento)
 quer dizer (exemplificação, esclarecimento)
 rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).

Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso cotidiano. Assim sendo, quem a pratica
possui uma melhor qualidade de vida.

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2) Coesão por referência: existem palavras que têm a função de fazer referência, são elas:

 pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...


 pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
 pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
 pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...
 pronomes relativos: que, o qual, onde...
 advérbios de lugar: aqui, aí, lá...

Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal resultado demonstra que ela se
esforçou bastante para alcançar o objetivo que tanto almejava.

3) Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos,
períodos ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando
a repetição no corpo do texto.

Exemplo:

 Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;


 Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;
 João Paulo II: Sua Santidade;
 Vênus: A Deusa da Beleza.

Exemplo: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. Não é por acaso que o "Poeta
dos Escravos" é considerado o mais importante da geração a qual representou.

Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados agrupados em conjuntos.

Outros tipos de coesão

Os tipos de coesão são importantes para encadear argumentos de maneira lógica . Quando bem
empregados, contribuem para a coesão global do texto. Veremos mais alguns:

Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que isso
comprometa a clareza de ideias da oração: Por exemplo:

 Maria faz o almoço e ao mesmo tempo conversa ao telefone com a amiga.

Em vez de:

 Maria faz o almoço e ao mesmo tempo Maria conversa ao telefone com a amiga.
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Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto
através do emprego adequado de conjunções: Por exemplo:

 Como não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti ao espetáculo pela
televisão.

Coesão lexical: ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou


heterônimos. Observe o exemplo:

Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia 21 de


junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio maior de
nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Coerência

Quando você se propõe a escrever um texto, certamente se lembra de quem vai ler, não é
verdade? Provavelmente, você também se lembra de que alguns cuidados devem ser tomados
para que o leitor compreenda o texto. Nessa tentativa de fazer-se compreendido, você estabelece
alguns padrões mentais que diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido,
certo?

Pois bem, intuitivamente, você está seguindo um princípio básico para uma boa redação,
chamado de coerência textual. Você pode até não conhecer a exata definição desse elemento
da linguística textual, mas possivelmente evita construções ininteligíveis em sua redação e
recorre aos seus conhecimentos sociocognitivos.

A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, próprio daquilo que tem nexo, conexão,
portanto, podemos associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à articulação
das ideias. Por serem os sentidos elementos subjetivos, podemos dizer que a coerência não
pode ser delimitada, pois o leitor é o responsável pela constituição dos significados do texto.

A coerência é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que está escrito
dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um mesmo
texto pode apresentar múltiplas interpretações.

Quando lemos um texto, estamos ao mesmo tempo construindo sua interpretação, e fazer isso de
maneira eficiente está relacionado com os conhecimentos que já possuímos.

Como vamos entender um texto que trate de química nuclear se não soubermos o que são os
elementos da tabela periódica? Como entender um texto que fale sobre coerência se não
soubermos o básico sobre a interpretação de textos?

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Três princípios básicos são necessários para compreendermos melhor o que é coerência textual:

1) Princípio da Não Contradição: Um texto deve apresentar situações ou ideias lógicas que em
momento algum se contradigam;

2) Princípio da Não Tautologia: A tautologia nada mais é do que um vício de linguagem que
repete ideias com palavras diferentes ao longo do texto, o que compromete a transmissão da
informação;

3) Princípio da Relevância: Um texto com informações fragmentadas torna as ideias


incoerentes, ainda que cada fragmento apresente certa coerência individual. Se as ideias não
dialogam entre si, então elas são irrelevantes.

Tipos de coerência

A coerência textual é um elemento imprescindível para um bom texto. Ela está relacionada com
os sentidos da redação, ou seja, com os recursos que garantem à escrita maior inteligibilidade e
organização argumentativa. Um texto incoerente fica privado de significação, além de não cumprir
sua principal função: comunicar.

Assim como existem os tipos de coesão, existem também os tipos de coerência, que garantirão
a inteligibilidade, a organização e a não contradição das ideias e argumentos apresentados.
Compreender os seis tipos de coerência textual é fundamental para quem quer, através da
escrita, estabelecer uma interessante relação dialógica com o leitor.

Os tipos de coerência, quando empregados corretamente, sobretudo nos textos não literários,
colaboram para a construção da coerência global de um texto. São eles:

Coerência sintática

 Oração assim escreve uma coerência sintática, a ninguém ainda que conheça não.

Não entendeu nada? Pois é, ainda que não conheça a coerência sintática, ninguém escreve
uma oração assim. Esse é o princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos
da oração estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a
ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.

Coerência semântica

Quando falamos em semântica, estamos nos referindo ao desenvolvimento lógico das ideias, ou
seja, à construção de argumentos harmônicos e livres de contradições. A Semântica é a área da
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Linguística que estuda o significado das palavras, isto é, as relações entre os signos e os seus
referentes.

Coerência temática

Quando você recebe um determinado tema para discorrer sobre, você escolhe enunciados que
estejam de acordo com a proposta. Esse é o princípio da coerência temática, que privilegia
apenas ideias que sejam relevantes para o bom desenvolvimento do tema.

Coerência pragmática

Você sabe o que é pragmática? Trata-se da parte da Linguística que estuda o uso da linguagem
tendo em vista a relação entre os interlocutores e a influência do contexto comunicacional. Todos
os textos, sejam eles orais ou escritos, devem obedecer à coerência pragmática.

Quando você faz uma pergunta, por exemplo, a sequência de fala esperada é uma resposta.
Quando você faz um pedido, é pragmaticamente impossível que simultaneamente você dê uma
ordem. Quando essas expectativas são quebradas, temos um claro exemplo de incoerência
pragmática.

Coerência estilística

O estilo diz respeito à variedade linguística adotada em um texto. Se você optou pelo uso da
variedade padrão, é coerente que você a preserve em todo o texto. Não faz o menor sentido
começar uma redação utilizando uma linguagem culta e de repente alterar o estilo e empregar a
linguagem coloquial, não é mesmo?

Coerência genérica

Está relacionada à escolha adequada do gênero textual. Existe um gênero disponível para cada
ato de fala e escrita: por exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para
a venda, provavelmente ele optará pela linguagem utilizada nos classificados de um jornal. Se a
intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis.

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Diferença entre coesão e coerência

A coerência consiste na característica do que tem lógica e coesão, ou seja, quando um conjunto
de ideias apresenta uniformidade.

A coesão é justamente uma das ferramentas que garantem a coerência de texto, através do uso
dos elementos semânticos adequados para atingir esta finalidade.

Para que um texto seja considerado coerente, ele deve apresentar uma relação lógica e
harmônica entre suas ideias. Não basta que ele tenha coesão: é fundamental que as suas partes
também estejam conectadas no plano semântico, evitando assim deslocamentos de informações,
lapsos e excesso de ideias e argumentos incoerentes. É importante ressaltar que coerência e
coesão são dois elementos que devem caminhar lado a lado em um texto, pois enquanto um
deles ocupa-se com o plano da significação (coerência), outro trabalha auxiliando a estruturação
das ideias (coesão).

Resumindo

Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com
os quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via
gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão
lexical.

Coerência: é a rede de ligação entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades


sistematizadas numa adequada relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as
ideias.

Exercícios

01 - Sobre a coesão textual, estão corretas as seguintes proposições:

I. A coesão textual está relacionada com os componentes da superfície textual, ou seja, as


palavras e frases que compõem um texto. Esses componentes devem estar conectados entre si
em uma sequência linear por meio de dependências de ordem gramatical.

II. A coesão é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que está escrito
dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um mesmo
texto pode apresentar múltiplas interpretações.

III. Por meio do uso adequado dos conectivos e dos mecanismos de coesão, podemos evitar
erros que prejudicam a sintaxe e a construção de sentidos do texto.

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IV. A coesão obedece a três princípios: o princípio da não contradição; princípio da não tautologia
e o princípio da relevância.

V. Entre os mecanismos de coesão estão a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a


coesão lexical.

a) Apenas V está correta.

b) II e IV estão corretas.

c) I, III e V estão corretas.

d) I e III estão corretas.

e) II, IV e V estão corretas.

02 - Sobre a coerência textual, é incorreto afirmar:

a) A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, própria daquilo que tem nexo, conexão,
portanto, podemos associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à articulação das
ideias.

b) Por serem os sentidos elementos subjetivos, podemos dizer que a coerência não pode ser
delimitada, pois o leitor é o responsável pela constituição dos significados do texto.

c) A coerência é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que está escrito
dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um mesmo
texto pode apresentar múltiplas interpretações.

d) A não contradição, a não tautologia e o princípio da relevância são elementos básicos que
garantem a coerência textual.

e) A coerência textual dispensa o uso adequado dos conectivos, elementos que apenas
colaboram para a estruturação do texto sem apresentar relação direta com a semântica textual.

03 - Assinale a frase correta quanto às normas gramaticais do português padrão, à coesão textual
e à coerência.

a) Em Florianópolis, os salários são, em média, 50% menores do que os de Brasília, mas, apesar
do custo de vida ser menor.

b) O Chico Oliveira foi o único namorado que tive; eu conheci ele através da internet e logo fiquei
locamente apaixonada.

c) “O Estatuto da Cidade avançou com relação à CF, ao prever a obrigatoriedade do Plano Diretor
não-só para cidades com mais de vinte mil habitantes (art. 182, parágrafo 2º), como também em
outras hipóteses [...]”

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d) O MPE encaminhou um oficio à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Urbano solicitando informações sobre estágio que está o projeto e a execução do projeto, se
foram feitos EIA/RIMA, EIV e GDU da obra e se esta possui Licença Ambiental de Operação e se
foi realizada audiência pública para esclarecer à população sobre a obra.

e) A taxa de desemprego subiu para 9,4% em maio, a maior desde 1983, mas a perda de postos
de trabalho ficou em 345 mil, bem inferior ao esperado, de 520 mil vagas.

04 - Entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em
fazer teste de DNA. Assinale a alternativa cujo texto pode ser concluído coerentemente com essa
afirmação.

a) Sara Mendes deu início a um processo na justiça, para que Tiago Costa assuma a paternidade
de seu filho Cássio. Tiago não fez o exame de DNA, mas assume como muito provável ser ele o
pai do menino. Cássio alega que o exame não é conclusivo, pois entrou em vigor a lei que
converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA.

b) Adriano é um rapaz muito presunçoso e não admite que lhe cobrem nada. A namorada lhe
pediu um exame de DNA, para esclarecer a paternidade de Amanda, sua filha. Adriano disse que
não faria o exame. A namorada disse que toda essa presunção serviria para o juiz atestar a
paternidade, pois entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa
dos homens em fazer teste de DNA.

c) Carlos de Almeida responde processo na justiça por não querer reconhecer como seu o filho
de Diana Santos, sua exnamorada. Carlos se recusou a fazer o exame de DNA, o que permite ao
juiz lavrar a sentença que o indica como pai da criança, porque entrou em vigor a lei que
converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA.

d) Alessandro presume que Caio seja seu filho. Sugeriu a Telma um exame de DNA. Telma disse
não ser necessário, pois entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a
recusa dos homens em fazer teste de DNA.

e) Mário e Felipe são primos. Mário é extremamente vaidoso, pretensioso. Felipe é um rapaz
calmo e muito simples. Os dois namoraram Teresa na mesma época. Teresa teve uma filha e
entrou na justiça para exigir dos dois primos um exame de DNA. O juiz disse que não era
necessário, pois entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa
dos homens em fazer teste de DNA.

05 - A coesão textual é o conjunto de recursos linguísticos responsáveis pelas ligações que se


estabelecem, por exemplo, entre ideias distintas apresentadas em um período.

Assinale a opção que apresenta esse tipo de coesão:

a) Eles lançaram outro importante projeto.

b) Farei o que for possível para que tudo dê certo.

c) Todos os principais relatórios foram arquivados.


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d) Aquele aluno pediu uma explicação.

e) O médico disse a verdade.

Respostas

01 02 03 04 05
c e e c b

Pontuação

Os sinais de pontuação e os sinais gráficos auxiliares da escrita são usados na linguagem


escrita e servem para:

 Representar pausas, destaques, entonações e transmissão de sentimentos e intenções


existentes na linguagem oral, marcando o ritmo de um texto.
 Conferir à linguagem escrita uma maior clareza, coesão e coerência textual, de forma a
esclarecer sentidos ambíguos e promover a fácil leitura e compreensão do texto escrito.

Conheça todos os sinais de pontuação e os sinais gráficos de escrita:

Ponto final [.]

O ponto final é usado no final das frases declarativas e imperativas para marcar uma pausa total.

Exemplos de uso do ponto final:

 A Helena vai trazer o bolo da festa.


 As comemorações começarão amanhã.

O ponto final também serve para abreviar palavras:

 Av. (Avenida)
 V. Ex.ª (Vossa Excelência)
 p. (página)
 Dr. (doutor)

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Ponto de interrogação [?]

O ponto de interrogação é um sinal de pontuação usado apenas em frases interrogativas diretas.


É usado para indicar uma pergunta.

Exemplos de uso do ponto de interrogação:

 Que horas são?


 Você vem comigo?

Ponto de exclamação [!]

O ponto de exclamação é usado em frases exclamativas para indicar admiração, alegria, raiva,…
É também usado em frases imperativas para indicar uma ordem.

Exemplos de uso do ponto de exclamação:

 Parabéns!
 Já chega!

Vírgula [,]

A vírgula é usada para separar elementos. Separa alguns termos dentro de uma oração e separa
também orações dentro de um período.

Exemplos de uso da vírgula:

 Eu já comprei queijo, presunto, pão e refrigerante.


 Se seu pai chegar cedo, iremos ao shopping jantar.

Ponto e vírgula [;]

O ponto e vírgula (;) é usado para indicar uma pausa num período frásico que ainda não acabou,
sendo usado principalmente em itens enumerados, orações extensas, conjunções adversativas e
orações sindéticas.

Exemplos de uso do ponto e vírgula:

 As imposições feitas pelos trabalhadores foram: direito a pelo menos uma folga semanal
fixa; direito a duas horas para almoço; direito à formação anual.

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 Sempre te defendi e te apoiei; não esperava, portanto, que tu me enganasses dessa
forma.

Também utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:
Por exemplo:

 Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas:

I- O que dizer;

II- A quem dizer;

III- Como dizer;

IV- Por que dizer;

V- ...

Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações
coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

 “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era


pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite
crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os
lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de
Taunay)

Dois pontos [:]

Os dois pontos marcam uma pequena suspensão no ritmo de uma frase não concluída. É usado
para introduzir uma enumeração, o discurso direto, uma citação, um esclarecimento e um
exemplo, entre outros.

Exemplos de uso do dois pontos:

 Descartes declarou: “Penso, logo existo”.


 Você precisa comprar: tecidos de várias cores, linha prateada, tesoura para tecido e
agulhas resistentes.

Travessão [—]

O travessão é usado, principalmente, para introduzir uma fala no discurso direto. Pode ser usado
também para separar uma oração intercalada da oração principal.

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Exemplos de uso do travessão:

 — Você vem agora? — perguntou Paulo.


 — Não, apenas saio daqui a meia hora. — respondeu Patrícia.
 — Ok, eu espero!

Reticências [...]

As reticências são usadas, principalmente, para indicar uma suspensão ou interrupção na frase
ou na ação, que permanece inacabada ou se prolonga no tempo. Podem ser usadas também
para transmitir insegurança, dúvida, suspense,…

Exemplos de uso das reticências:

 Vou fazer diversas melhorias nesta casa: lixar e pintar paredes, trocar a canalização,
mudar o pavimento, reforçar estruturas, envernizar o corrimão das escadas,…
 Nada se resolvia e as horas iam passando…

Parênteses [( )]

Os parênteses são usados para introduzir uma informação acessória. Serve para isolar palavras,
frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o
travessão:

Exemplos de uso dos parênteses:

 Os artigos sofrem flexão em gênero (masculino e feminino) e em número (singular e


plural).
 Ele insistiu (mas ninguém acreditou) que foi considerado o melhor aluno da escola.
 Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922).
 "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois
duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça
Aranha)

Hífen [-]

O hífen indica, maioritariamente, união semântica entre duas palavras. Existem diversas regras
para o seu uso. É usado em variadas situações: substantivos compostos, palavras formadas por
derivação prefixal, locuções, colocação pronominal, divisão silábica, translineação e
encadeamentos vocabulares.

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Exemplos de uso do hífen:

 terça-feira;
 matéria-prima;
 bem-humorado;
 micro-ondas;
 Amo-te!

Barra oblíqua [/]

A barra oblíqua é usada tanto para separar, como para juntar conceitos relacionado. Pode ser
usada para separa tanto palavras, como números, em situações específicas.

Exemplos de uso da barra oblíqua:

 Você pode escolher carne e/ou peixe.


 Não ultrapasse 120km/h.
 07/07/2014

Aspas [“ ”]

As aspas são usadas para destacar uma parte do texto, como citações, transcrições, nomes de
obras literárias, palavras estrangeiras,…

Exemplos de uso das aspas:

 Você sabe quem disse: “Vim, vi e venci”?


 Estou lendo “Mar Morto”, de Jorge Amado.

Colchetes [ [ ] ]

Os colchetes são usados, principalmente, para indicar uma citação incompleta. São usados
também nas transcrições fonéticas.

Exemplos de uso dos colchetes:

 “[…] hei de espalhar meu canto / E rir meu riso e derramar meu pranto […]”
 Carro ['karu] e caro ['kaɾu].

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Chaves ou chavetas [{}]

As chaves ou chavetas são usadas para reunir diversos itens com relações entre si na formação
de um conjunto. No português, são usadas para representar morfemas. São também muito
usadas na matemática.

Exemplos de uso das chaves ou chavetas:

 O radical do verbo encontrar é {encontr-}.


 Múltiplos de 3: {0, 3, 6, 9, 15, 18, 21, 24,… }

Parênteses quebrados ou angulares [< >]

Os parênteses quebrados ou angulares são usados, principalmente, na representação dos


grafemas de uma palavra. São também utilizados em bibliografias, na indicação das fontes de
uma consulta na Internet.

Exemplos de uso dos parênteses quebrados ou angulares:

 O grafema < x > representa diversos fonemas.


 Aliteração, < http://www.normaculta.com.br/aliteracao/>, com acesso em 25 de julho de
2017

Asterisco [*]

O asterisco é usado, principalmente, para fazer a indicação de uma nota de rodapé ou remissão.

Exemplo de uso do asterisco:

 A população brasileira é de quase 191 milhões de habitantes*.


 *De acordo com o censo demográfico de 2010, realizado pelo IBGE.

Meia-risca ou meio-traço [–]

A meia-risca ou meio-traço une elementos que se encontram enumerados numa série, indicando
o intervalo que existe entre o primeiro e o último elemento.

Exemplos de uso da meia-risca ou meio-traço:

 1500-,-1550;

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 D–L.

Parágrafo [§]

Um parágrafo é uma unidade de sentido inserida dentro de um texto. Engloba um conjunto de


frases que se estruturam em torno de um grupo de ideias.

Num texto, os parágrafos identificam-se com um espaçamento na sua primeira linha, não sendo
usado o sinal gráfico de parágrafo. Este sinal tem pouco uso, sendo usado maioritariamente na
designação de artigos de leis.

Alínea [a)]

A alínea é uma forma de estruturação da informação. Através do seu uso, a informação fica divida
em subtópicos.

Exemplo de uso da alínea:

Os termos acessórios da oração são:

a) Adjunto adnominal;

b) Adjunto adverbial;

c) Aposto.

Vírgula

De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de


funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de
nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração,
não formam uma unidade sintática.

Por outro lado, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-
los por meio de vírgula.

Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar
primeiro os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:

a) Sujeito de Predicado;

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b) Objeto de Verbo;

c) Adjunto adnominal de nome;

d) Complemento nominal de nome;

e) Predicativo do objeto do objeto;

f) Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça
na ordem inversa).

Casos em que devemos utilizar a vírgula:

A vírgula no interior da oração

a) Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:

 Ana, traga os relatórios.


 O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.

b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:

 Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem.


 Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.

c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

 Quando chegar do trabalho, procurarei por você.


 Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.

d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração:

 Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários.


 Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.

e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas:

 Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.

f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas:

 Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado:

 A ele, nada mais abala.

h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas:

 Goiânia, 01 de novembro de 2016.

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i) Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos:

 É pau, é pedra, é o fim do caminho.

j) Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo:

 Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

1) Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

 Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.

2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma
ideia (polissíndeto):

 E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.

3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido
de adição (adversidade, consequência, por exemplo):

 Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.

A vírgula entre orações

A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:

a) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

 Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.

b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:

 Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado.


 Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.

c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente


se estiverem antepostas à oração principal:

 "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo
apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar)

d) Para separar as orações intercaladas:

 "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”


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e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

 Quando sai o resultado, ainda não sei.

Observação

Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.

Observe:

 Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango.


 Não gosto nem desgosto.
 Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás.

Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a
finalidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.

Observe:

 Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.

Exercícios

01 - Indique em qual frase o uso da vírgula está incorreto.

a) Paula Marques, a professora mais exigente da escola, foi homenageada pelos alunos.

b) Cansado da vida que tinha, Rodrigo decidiu que estava na hora de recomeçar.

c) D. Helena e Sr. Paulo, são os melhores funcionários da empresa.

d) Amanhã chegam meus primos preferidos, meus companheiros de infância, meus melhores
amigos.

02 - Indique a opção que apresenta erros de pontuação.

a) Você quer vir comigo ao parque?

b) Pare imediatamente com isso!

c) Quem sabe, um dia, você não aprende?

d) O estudante levava, o pão, na mochila.

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03 - Leia as proposições e responda à questão sobre pontuação:

I. Sinal de pontuação que deve ser empregado para separar os núcleos de um termo, para isolar
o aposto, para isolar o vocativo, para isolar adjuntos adverbiais deslocados, para indicar a elipse
do verbo e para isolar determinadas expressões explicativas.

II. Sinal de pontuação empregado entre orações coordenadas que já apresentam vírgulas, entre
orações coordenadas longas e entre itens de leis, decretos, regulamentos etc.

III. Sinal de pontuação empregado para iniciar uma enumeração, introduzir a fala de uma pessoa
e esclarecer ou concluir algo já explicitado.

IV. Sinal de pontuação empregado para indicar indecisão, surpresa ou dúvida na fala de uma
pessoa, indicar, em um diálogo, a interrupção de uma fala, sugerir ao leitor que complete um
raciocínio e indicar a exclusão de trechos de um texto.

a) vírgula – ponto e vírgula – dois-pontos – reticências

b) reticências – dois-pontos – ponto e vírgula – vírgula

c) vírgula – dois-pontos – ponto e vírgula - reticências

d) dois-pontos – reticências – vírgula – ponto e vírgula

04 - Assinale a sequência que indica as frases corretamente pontuadas:

I. A criança impaciente espera no consultório médico.

II. A criança, impaciente, espera no consultório médico.

III. A criança, impaciente espera, no consultório médico.

IV. Impaciente, a criança espera no consultório médico.

V. A criança espera impaciente, no consultório médico.

a) III e IV.

b) I, III e IV.

c) I, II e IV.

d) II e IV.

05 - Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.

a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem!

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b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da transação.

c) Maria, você trouxe os documentos?

d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema.

e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimentação estranha.

Respostas

01 02 03 04 05
c d a c c

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