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Fisiopatologia Clínica em Neurologia

NEUROPATIAS PERIFÉRICAS

Profa. Dra. Manuella da Luz Barros


DEFINIÇÃO
 Doenças que acometem o sistema nervoso
periférico, ou seja, os nervos periféricos
(espinhais) e raízes nervosas (raízes dos nervos
espinhais).
TIPOS DE FIBRAS NERVOSAS
 Motoras
 Sensitivas
 Autonômicas
LESÕES NAS FIBRAS NERVOSAS
• Fraqueza
Motoras • Atrofia
(fibras • Cãimbras
• Fasciculações
grossas) • Alteração dos ROT (Reflexos OsteoTendíneos)

• Fibras grossas:
Fibras finas:
• Vibração
Sensitivas • Tato e Pressão
• Temperatura
• Dor
• Propriocepção

• Hipotensão postural
Autonômicas • Disfunção erétil
• Gastroparesia (“empachamento”)
(fibras finas) • Alterações da motilidade intestinal
CLASSIFICAÇÃO
Polineuropatia

Mononeuropatia
Neuropatias
Mononeuropatia
Múltipla

Radiculopatia
CLASSIFICAÇÃO
Polineuropatia

Mononeuropatia
Neuropatias
Mononeuropatia
Múltipla

Radiculopatia
POLINEUROPATIA
 Definição: vários nervos periféricos acometidos de
forma homogênea e a manifestação clínica ocorre nos
territórios dos nervos afetados.
CAUSAS
 Causas mais comuns:
 Diabetes
 Álcool
 HIV

 Causas raras:
 Charcot-Marie-Tooth (neuropatia hereditária)
CLASSIFICAÇÃO
Polineuropatia

Mononeuropatia
Neuropatias
Mononeuropatia
Múltipla

Radiculopatia
MONONEUROPATIA
 Definição: acometimento de um único nervo periférico
e a manifestação clínica ocorre no território do nervo
afetado.
MONONEUROPATIAS: CAUSAS

 Traumáticas

 Compressivas
MONONEUROPATIAS

Nervo Mediano

Mononeuropatias Nervo Ulnar

Nervo Radial
NERVO MEDIANO
 A compressão costuma ocorrer no túnel do carpo:
Síndrome do túnel do carpo.
CAUSAS
 Gravidez
 Hipotereoidismo

 Diabetes

 Acromegalia

 Doença renal
QUADRO CLÍNICO
 Normalmente é misto: sensório-motor
 Dor e parestesias
 Nos casos mais avançados, fraqueza e atrofia dos
músculos tenares;
 Falta de coordenação para manipular e segurar objetos;
 Deformidade em hiperextensão das articulações
metacarpofalangianas dos dedos indicador e médio.

Mão em
benção
SINAIS CLÍNICOS

Sinal de Tinel Manobra de Phalen


NERVO ULNAR
 Compressão na altura do cotovelo ou punho
 Comum em ciclistas

 Pode ocorrer compressão no Túnel cubital ou no


Túnel de Guyon
QUADRO CLÍNICO
 Sensório-motor
 Mão em garra
 Hipoestesia ou anestesia da borda ulnar da mão:
palma e dorso.
 Diminuição em média de 50% da força de preensão;
também há dificuldade de realizar pinça.
Mão em
guarra
NERVO RADIAL
 Compressão na altura da axila
 Pacientes que utilizam muletas

 Conhecida como Síndrome ou Paralisia do sábado


à noite
QUADRO CLÍNICO
 Predominantemente motor
 Hipo ou anestesia no dorso da mão: 3 primeiros dedos
(exceto extremidades)
 Paralisia da musculatura extensora do punho e polegar
 Grande dificuldade para realizar a preensão de objetos
 Mão caída
Mão
caída
MONONEUROPATIAS

“Punho caído” “Mão em benção” “Mão em garra”


– nervo radial – nervo mediano – nervo ulnar
CLASSIFICAÇÃO
Polineuropatia

Mononeuropatia
Neuropatias
Mononeuropatia
Múltipla

Radiculopatia
MONONEUROPATIA MÚLTIPLA
 Definição: acometimento de múltiplos nervos não
contíguos e o quadro clínico depende dos nervos
afetados e seus territórios.
CAUSAS
 Diabetes
 Vasculites
 Hanseníase
 Amiloidose
 Linfoma/leucemia
 Artrite reumatóide
 Lúpus
CLASSIFICAÇÃO
Polineuropatia

Mononeuropatia
Neuropatias
Mononeuropatia
Múltipla

Radiculopatia
RADICULOPATIA
 Definição: acometimento de raiz nervosa e o quadro
clínico manifesta-se em função dos dermátomos e
miótomos correspondentes.
TIPOS

 Motora
 Sensitiva
 Polirradiculopatia
CAUSAS
 Hérnia de disco (mais
comum)
 Doenças degenerativas
da coluna
 Espondilolistese
L4, L5
 Neoplasia e S1.

 Infecção
 Trauma
 Autoimunidade
Fisiopatologia Clínica em Neurologia

PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA

Profa. Dra. Manuella da Luz Barros


DEFINIÇÃO

Lesão neuronal periférica do nervo facial que gera fraqueza


ou paralisia de uma hemiface.
PFP X PARALISIA DE BELL

 PFP:causa definida, primária (maioria)


ou secundária.

 Paralisia de Bell: idiopática e aguda!


ETIOLOGIA
•Idiopática – Paralisia de Bell
• Infecciosa: infecções sistêmicas e infecções
locais (otite).
• Traumática – Fraturas, cirurgias.

• Congênita – Ausência de musculatura facial

• Metabólicas – Diabetes Mellitus

• Iatrogênicas – Trauma de parto

• Alérgica

• Autoimune (desordem imunológica: ex.


Miastenia Gravis e a Sarcoidose)
• Tumores, drogas...
“CAUSAS” PARALISIA DE BELL
 Associação da paralisia de Bell com a infecção pelo
vírus Herpes simples (VHS);

 Estudos laboratoriais e clínicos têm identificado


alguns dos fatores responsáveis pela reativação de
infecções pelo VHS:

 Radiação ultra-violeta, trauma local, coinfecções,


exposição ao frio (exposição brusca ao frio),
estresse, distúrbios do humor e estados de
imunossupressão.
SINAIS E SINTOMAS

 Início súbito (agudo)

 Plegia ou paresia

 Hipotonia e hiporreflexia

 Assimetria facial (desvio de Bell)

 Hemiface homolateral à lesão


SINAIS E SINTOMAS

 Diminuição/ausência da expressão facial

 Incapacidade de fechar o olho


comprometido (lagoftálmico; m. orbicular
dos olhos; reflexo córneopalpebral)

 Alteração do globo ocular: sobe na


tentativa de estimular a pálpebra a fechar
(sinal de Bell)

 Sulco nasogeniano fica apagado do lado


acometido
SINAIS E SINTOMAS

Comissura labial cai no lado acometido.

Boca e língua se desviam para o lado


sadio.

Apagamento dos sulcos no lado


acometido e acentuação no lado sadio.

Dificuldade para falar (disartria),


mastigar, assobiar e inflar a bochecha.

Sincinesia (reabilitação; FES)


SINAIS E SINTOMAS
Dor na região mastoide (dor retroauricular, 2-3 dias
antes da paralisia ou no momento de sua instalação)

Hiperacusia: som alto gera dor de ouvido

Diminuição das secreções salivares

Epífora (m. Horner; “crocodile tears”; mastigação)

Ageusia (paladar 2/3 anteriores da língua)

Xeroftalmia (ressecamento dos olhos)*


Sinal denigro Lagooftalmia Sinal de Bell
Lagoftálmico
DIAGNÓSTICO
 Paralisia facial de uma hemiface: investigar a
causa.

 Sinais/sintomas típicos (principal,


paresia/paralisia súbita de uma hemiface);
 Investigações químicas do sangue (bioquímicos);
 LCR;
 Raio-X; ressonância nuclear magnética;
 Eletroneuromiografia (eletroneuronografia)...
TRATAMENTO

 Causa!!!

 Glicocorticóides

 Antiretrovirais*

 Vitamina B12 (precursora da bainha de mielina)

 Cirurgia (raro: traumáticos, abcessos, etc)

 Fisioterapia

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