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UNIVERSIDADE FEDERAL

DO
RIO DE JANEIRO
Departamento de Físico-Química (DFQ)

Termodinâmica Clássica

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Prof. Vinicius Ottonio Oliveira Gonçalves
1
Primeira lei de termodinâmica
✓ A energia interna de um sistema isolado é constante.

✓ A soma das variações de energia do sistema e das


vizinhanças é igual a zero

✓ A energia é uma propriedade tanto macroscópica quanto


molecular.

2
Primeira lei de termodinâmica
✓ A energia interna de um sistema isolado é constante.

✓ A soma das variações de energia do sistema e das


vizinhanças é igual a zero

✓ A energia é uma propriedade tanto macroscópica quanto


molecular.

✓ Qual o sentido espontâneo do processo? 3


Espontaneidade

4
Espontaneidade

• Processo espontâneo: pode ocorrer sem que seja necessária a


realização de trabalho para provocá-lo;

• Processo não-espontâneo: necessita que trabalho seja


realizado para que o processo seja realizado;

✓ Obs.: a espontaneidade de um processo não está relacionada


à sua velocidade.
5
Espontaneidade
• Um gás tende a preencher todo o volume de um recipiente;

6
Espontaneidade
• A bola tende a rolar de cima para baixo;

7
Espontaneidade
• Um corpo frio não pode transferir calor para um corpo mais
quente;

8
Espontaneidade
• Em cada pulo, a bola não sobe tão alto quanto no anterior, pois
há perdas inelásticas na colisão entre a bola e a superfície;

9
Espontaneidade

“É impossível para um sistema


sofrer um processo cíclico cujos
únicos efeitos sejam o fluxo de
calor que entra no sistema vindo
de um reservatório de calor e a
produção de uma quantidade
equivalente de trabalho pelo
sistema sobre as vizinhanças”

Enunciado de Kelvin-Plank

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Espontaneidade

“É impossível para um sistema


sofrer um processo cíclico cujos
únicos efeitos sejam o fluxo de
calor que entra no sistema vindo
de um reservatório de calor e a
produção de uma quantidade
equivalente de trabalho pelo
sistema sobre as vizinhanças”

Enunciado de Kelvin-Plank

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Segunda lei da termodinâmica

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Segunda lei da termodinâmica

• 2ª Lei da Termodinâmica: Entropia (S)

Sentido da mudança espontânea

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Segunda lei da termodinâmica

• 2ª Lei da Termodinâmica: Entropia (S)

Sentido da mudança espontânea

• Introduzida por Rudolf Clausius para avaliação do desempenho


de máquinas térmicas;

• A entropia, assim como a energia interna e entalpia, é uma


propriedade de estado. 14
Segunda lei da termodinâmica

S1 S1 = S 2
(1)

(2)
S2

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Segunda lei da termodinâmica

• A variação da entropia, dS, é definida como o calor absorvido em


um processo reversível pela temperatura, ou seja,.

dqrev
dS =
T
ou

T2
dqrev
S = 
T1
T

16
Processos reversíveis

17
Processo reversível

Definição

• Um processo é dito reversível se ele ocorre através de uma força


motriz infinitesimalmente pequena e o processo entra
imediatamente em equilíbrio;

• O sentido do processo reversível pode ser igualmente revertido


por uma força motriz no sentido contrário, não apresentam
direcionalidade.

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Processo reversível

Definição

• Um processo é dito reversível se ele ocorre através de uma força


motriz infinitesimalmente pequena e o processo entra
imediatamente em equilíbrio

• O sentido do processo reversível pode ser igualmente revertido


por uma força motriz no sentido contrário, não apresentam
direcionalidade.

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Processo reversível

Definição

• Um processo é dito reversível se, após ele ocorrer, possa


retornar ao seu estado inicial sem efeito líquido nas suas
vizinhanças.

• Processos reversíveis não consideram, obviamente,


irreversibilidades, como atrito.

20
Avaliando irreversibilidades com a entropia

21
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Irreversibilidades podem ser avaliadas pela entropia.


✓ Expansão adiabática de um gás

• Considerando, primeiramente, o processo adiabático e reversível:


T2
dqrev
S = S 2 − S1 =  dqrev = 0
T1
T

S = 0 S 2 = S1

• Observa-se que no processo adiabático reversível não ocorre


variação de entropia. 22
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Pelo balanço de energia para o sistema fechado:


U = q + W

U = Wrev = U 2 − U1

• Através da notação empregada, o processo sai do estado (1)


até um estado (2) através uma transformação reversível.

• Caso o processo fosse irreversível, o processo iria até o estado


(2) ?
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Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Pelo balanço de energia para o sistema fechado:


U = q + W

U = Wrev = U 2 − U1

• Através da notação empregada, o processo sai do estado (1)


até um estado (2) através uma transformação reversível?

• Caso o processo fosse irreversível, o processo iria até o estado


(2) ? Obviamente, não.
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Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Considerando que a transformação irreversível conduza o


processo até um estado (3):

U = Wirrev = U 3 − U1

• O trabalho de expansão de um processo irreversível é maior ou


menor que o trabalho de expansão de um processo reversível?

Wrev  Wirrev

Wrev = U 2 − U1 Wirrev = U 3 − U1

25
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Avaliando:
Wrev  Wirrev Trabalho de expansão (−)

Wrev = U 2 − U1 Wirrev = U 3 − U1

Mais negativo
U3  U 2

U = f (T )

T3  T2

26
Avaliando irreversibilidades com a entropia

S 2−1 = S 2 − S1 = 0 Necessita-se de um processo reversível


P S3−1 = S3 − S1 = ? (1)

S3−1 = ( S 2−1 )rev + ( S3− 2 )rev


í vel
s
ever
R
í vel
(2) ers
v
Irre

(3)

T
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Avaliando irreversibilidades com a entropia

S 2−1 = S 2 − S1 = 0 Necessita-se de um processo reversível


P S3−1 = S3 − S1 = ? (1)

S3−1 = ( S 2−1 )rev + ( S3− 2 )rev


í vel
s
ever
R
í vel
(2) ers
v
Irre
Energia que o sistema necessitaria
para ir ao estado (3)
(3)

T
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Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Considerando que ocorra transferência de energia do estado


(2) ao estado (3) por transferência de calor:

T3 T3
dqrev 3− 2 C p dT
S3− 2 = S3 − S 2 =  = 0
T2
T T2
T

29
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Considerando que ocorra transferência de energia do estado


(2) ao estado (3) por transferência de calor:

T3 T3
dqrev 3− 2 C p dT
S3− 2 = S3 − S 2 =  = 0
T2
T T2
T

30
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Considerando que ocorra transferência de energia do estado


(2) ao estado (3) por transferência de calor:

T3 T3
dqrev 3− 2 C p dT
S3− 2 = S3 − S 2 =  = 0
T2
T T2
T

✓ Conclui-se que S3 > S2 = S1, ou seja, a entropia, para o


processo irreversível, aumentou.

S 2−1 = 0 S3−1  0
Reversível Irreversível
31
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• O balanço de entropia é dado por:

Suniverso = Svizinhanças + S sistema

dqrev
Suniverso = + S sistema
T vizinhanças

Suniverso = S sistema

S reversível = 0 Sirreversível  0

32
Segunda lei da termodinâmica

• Diferentemente da energia interna e entalpia:

U vizinhanças = U sistema U vizinhanças + U sistema = 0

H vizinhanças = H sistema H vizinhanças + H sistema = 0

• O balanço de entropia é dado por:

Svizinhanças + S sistema = Suniverso

Suniverso  0
33
e se fosse uma compressão adiabática?

34
Avaliando irreversibilidades com a entropia

• Avaliando:
Wrev  Wirrev Trabalho de compressão (+)

Wrev = U 2 − U1 Wirrev = U 3 − U1

U3  U 2
Mais positivo
U = f (T )

T3  T2

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Avaliando irreversibilidades com a entropia
S 2−1 = S 2 − S1 = 0 (2)
(3)
P S3−1 = S3 − S1 = ?
S3−1 = ( S 2−1 )rev + ( S3− 2 )rev

l
ve
rsí

el
ve

sív
Re

er
ev
Irr
Energia que o sistema necessitaria
para ir ao estado (3)

(1)

T
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Desigualdade de Clausius

37
Variação de entropia em processos

• Desigualdade de Clausius:

Tf
dq
dS  
Ti
T

Tf Tf
dqrev dqrev
dS = 
Ti
T
dS  
Ti
T
Processo reversível Processo irreversível

38
Variações de entropia em processos específicos

39
Variações de entropia em processos específicos

• Aquecimento/Resfriamento;

• Transições de fase;

Entre outros...
• Expansão/Compressão;

• Reações químicas;

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Aquecimento/Resfriamento

41
Aquecimento/Resfriamento

• Pode ser avaliada a pressão constante ou a volume constante:

dqrev
dS =
T
✓ Pressão constante:
Tf
C p dT
S = 
Ti
T
✓ Volume constante:
Tf
CV dT
S = 
Ti
T
42
Transição de fase

43
Transição de fase

• Uma substância, ao mudar de fase, tem suas moléculas


rearranjadas. Portanto, tem-se uma ordem/desordem gerada.

dqrev
dS =
T

H TRS
S = TRS
T

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Expansão/compressão isotérmica reversível

45
Expansão/compressão isotérmica reversível

• Expansão/compressão isotérmica reversível de um gás


perfeito:
U = q + W = 0 ou dq = −dW
nRT
dq = PdV P=
V
nRT
dq = dV
V
• Pela definição da variação de entropia:
dqrev V2
dS = S = nR ln
T V1
46
Reação química

47
Reação química
• Para uma reação química:

S º R =  vi S º i Produtos
− vi S º i Reagentes

S º i (T0 ) = ?

48
Terceira lei da termodinâmica

49
Terceira lei da termodinâmica

• Observa-se que todas as substâncias, ao se aproximarem do


zero absoluto (0 K), tendem a possuírem valores muito
próximas de entropia;

50
Terceira lei da termodinâmica

• Observa-se que todas as substâncias, ao se aproximarem do


zero absoluto (0 K), tendem a possuírem valores muito
próximas de entropia;

✓ Isto ocorre porque, próximo de 0 K, as moléculas, átomos e


íons tendem a ter seu movimento cessado e se distribuem
uniformemente, como em um cristal perfeito;

✓ Tais observadores foram postuladas por Nernst, dado origem


a terceira lei da termodinâmica; 51
Terceira lei da termodinâmica

• Portanto,

“As entropias de todas as substâncias perfeitamente cristalinas


são as mesmas em T = 0 K”

• Em outras palavras,

lim = 0
T →0 K

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Terceira lei da termodinâmica

• Por exemplo, considerando uma substância que encontra-se na


fase vapor:

H fusão
T fusão
Cps
S (T ) = S ( 0 K ) +  dT +
0K
T T fusão
H vaporização
Tvaporização T
Cpl CpV
+ 
T fusão
T
dT +
Tvaporização
+ 
Tvaporização
T
dT

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Terceira lei da termodinâmica

• Por exemplo, considerando uma substância que encontra-se na


fase vapor:

H fusão
T fusão
Cps
S (T ) = S ( 0 K ) +  dT +
0K
T T fusão
H vaporização
Tvaporização T
Cpl CpV
+ 
T fusão
T
dT +
Tvaporização
+ 
Tvaporização
T
dT

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Terceira lei da termodinâmica

• Por exemplo, considerando uma substância que encontra-se na


fase vapor:

H fusão
T fusão
Cps
S (T ) = S ( 0 K ) +  dT +
0K
T T fusão
H vaporização
Tvaporização T
Cpl CpV
+ 
T fusão
T
dT +
Tvaporização
+ 
Tvaporização
T
dT

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Terceira lei da termodinâmica

• Por exemplo, considerando uma substância que encontra-se na


fase vapor:

H fusão
T fusão
Cps
S (T ) = S ( 0 K ) +  dT +
0K
T T fusão
H vaporização
Tvaporização T
Cpl CpV
+ 
T fusão
T
dT +
Tvaporização
+ 
Tvaporização
T
dT

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Terceira lei da termodinâmica

• Por exemplo, considerando uma substância que encontra-se na


fase vapor:

H fusão
T fusão
Cps
S (T ) = S ( 0 K ) +  dT +
0K
T T fusão
H vaporização
Tvaporização T
Cpl CpV
+ 
T fusão
T
dT +
Tvaporização
+ 
Tvaporização
T
dT

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Terceira lei da termodinâmica

• Por exemplo, considerando uma substância que encontra-se na


fase vapor:

H fusão
T fusão
Cps
S (T ) = S ( 0 K ) +  dT +
0K
T T fusão
H vaporização
Tvaporização T
Cpl CpV
+ 
T fusão
T
dT +
Tvaporização
+ 
Tvaporização
T
dT

58
Ciclo de Carnot

59
Ciclo de Carnot

• O Ciclo de Carnot é um ciclo termodinâmica que consiste no


seguinte arranjo:

✓ 1-2. Expansão isotérmica


✓ 2-3. Expansão adiabática
✓ 3-4. Compressão isotérmica
✓ 4-1.Compressão adiabática

• Todos os processos são reversíveis


60
Ciclo de Carnot

• O Ciclo de Carnot é um ciclo termodinâmica que consiste no


seguinte arranjo:

✓ 1-2. Expansão isotérmica


✓ 2-3. Expansão adiabática
✓ 3-4. Compressão isotérmica
✓ 4-1.Compressão adiabática

• Todos os processos são reversíveis


61
Ciclo de Carnot

• O Ciclo de Carnot é um ciclo termodinâmica que consiste no


seguinte arranjo:

✓ 1-2. Expansão isotérmica


✓ 2-3. Expansão adiabática
✓ 3-4. Compressão isotérmica
✓ 4-1.Compressão adiabática

• Todos os processos são reversíveis


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Ciclo de Carnot

63
Ciclo de Carnot

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Ciclo de Carnot

• O Ciclo de Carnot é um ciclo termodinâmica que consiste no


seguinte arranjo:
Processo 1 → Processo 2 → Processo 3 → Processo 4
2 3 4 1
dq rev dq rev dq rev dq rev
1 T 2 T 3 T 4 T
Expansão Expansão Compressão Compressão
isotérmica adiabática isotérmica adiabática
S sist = 0 qH qC qH qC qH TH
Sviz = + =− =−
Sviz = Sviz ,2−1 + Sviz ,4−3 TH TC TH TC qC TC
Ciclo de Carnot

Trabalho líquido W
Fonte quente = =
Calor gasto qH
qH W = qH − qC

W qH − qC qH TH
= =−
qH qC TC
qC
qC TC
Fonte fria  = 1−  = 1−
qH TH

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Ciclo de Carnot

• Ciclo real:

S sist = 0

Sviz  0
Ciclo de Carnot

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