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FUNDAMENTOS

DA ADMINISTRAÇÃO
FUNDAMENTOS
DA ADMINISTRAÇÃO
ÍNDICE
Fundamentos Organizacionais .................................................................................. 6
Cultura Organizacional .............................................................................................. 7
Poder Organizacional ................................................................................................ 8
Política Organizacional .............................................................................................. 9
Valores Organizacionais ............................................................................................ 9
Símbolos Organizacionais ......................................................................................... 9
Missão da Organização ............................................................................................. 9
Visão da Organização .............................................................................................. 10
Características Funcionais ...................................................................................... 12
Estruturas Organizacionais ..................................................................................... 14
Burocracia ............................................................................................................... 24
Estado, Mercado e Sociedade Civil ......................................................................... 25
Renovação Organizacional ...................................................................................... 35
Ética e Responsabilidade Social nas Organizações .................................................. 37
FUNDAMENTOS
DA ADMINISTRAÇÃO
Fundamentos Organizacionais
As organizações representam a forma de união de uma sociedade moderna. Todo
homem depende das organizações para sobreviver. Ele nasce, cresce, vive, aprende,
evolui e morre nos arranjos organizacionais. São exemplos de organizações as esco-
las, as igrejas, os hospitais, as prisões, as fábricas, as lojas etc.

Uma organização é um sistema de trabalho que transforma recursos em produtos e


serviços. É a união de pessoas para atingir um objetivo comum. Qualquer organização,
normalmente, possui objetivos e propósitos.

As organizações podem ter como objetivo o lucro, o desenvolvimento social, o desen-


volvimento tecnológico, a responsabilidade social, o desenvolvimento do mercado,
entre outros.

As organizações têm pelo menos um objetivo social:

• O compromisso com as pessoas que dela fazem parte, com a clientela, com o gover-
no, com a sociedade.

No entanto, existem algumas que, além de objetivo social, possuem o objetivo opera-
cional: o lucro. Caso a organização não tenha fins lucrativos, ela é considerada Entida-
de, e, caso vise ao lucro, é considerada Empresa.

Classificação das Empresas

Quanto à Finalidade

Empresas Extrativas: extraem e coletam os recursos naturais, sejam minerais,


vegetais ou animais;

Empresas Agropecuárias:

• Agrícolas: plantam, cultivam e colhem os diversos produtos agrícolas;


• Pecuárias: criam, reproduzem e exploram os derivados de animais bovinos,
equinos, suínos etc.

Empresas Industriais: realizam a transformação de bens, dando-lhes novas for-


mas.

Empresas Comerciais: são as empresas que compram e vendem mercadorias,

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comercializando bens - lojas, bares, magazines, butiques, feiras, farmácias, restauran-
tes, supermercados etc.

Empresas de Serviços:

• Financeiras: bancos, companhias de seguros, financiadoras etc;


• Transportes: aéreos, marítimos, rodoviários e ferroviários;
• Comunicações: rádio, televisão, imprensa, telégrafo etc;
• Diversos: hospitais, casas de saúde, hotelaria, turismo, serviços públicos etc.

Quanto ao Grau de Propriedade:

As empresas classificam-se em privadas, públicas e de economia mista.

• As empresas privadas são formadas por capital particular;


• As empresas públicas são formadas por capital público;
• As empresas de economia mista são formadas por capital público e capital
particular.

Nenhuma organização é igual à outra. Elas são diferentes e em cada uma delas os
seus funcionários devem possuir certas características de personalidade.

Para existirem, as organizações devem evoluir. Elas evoluem graças às mudanças tec-
nológicas, às regras do mercado, em função da qualidade, principalmente, em função
do cliente.

Cada organização é limitada por recursos escassos e por isso não pode tirar vantagens
de todas as oportunidades que surgem.

Cultura Organizacional
Cultura organizacional é um conjunto de crenças, hábitos, valores, tradições, relações
pessoais que se desenvolvem dentro de uma organização e que servem de referência
para o comportamento dos demais membros.

Toda organização desenvolve uma cultura. Cada cultura depende da aprendizagem


que os integrantes desenvolvem na solução de problemas, da adaptação do meio am-
biente e da convivência interna.

A cultura organizacional compreende normas de conduta, rituais e hábitos das pesso-


as de uma determinada organização.

Ela se divide em dois níveis:

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Nível externo ou aberto: aqueles componentes da cultura organizacional que são
percebidos facilmente e publicados para o mercado, a sociedade e os clientes. Com-
ponentes como as construções a organização, a maneira como as pessoas se vestem,
a linguagem utilizada, a disposição dos móveis, entre outros, são exemplos dos com-
ponentes externos da cultura organizacional.

Nível interno ou oculto: aqueles componentes da cultura organizacional invisível


ou cobertos. Estão ligados a aspectos afetivos e emocionais. Esses componentes são
mais difíceis de ser percebidos e compreendidos. Consequentemente, são os mais
difíceis de sofrer mudanças. Padrões de influência e de poder, normas dos grupos de
trabalho, atitudes das pessoas, valores e crenças são exemplos dos componentes
internos da cultura organizacional.

Poder Organizacional
O poder é a capacidade de influência que uma pessoa tem na conduta e no comporta-
mento de outra, de maneira que, sem o apoio dessa pessoa, nada se concretizaria.

Para entender a dinâmica do poder organizacional, é necessário compreender como


esse poder é demonstrado nas organizações.

DONNELLON (1999) identificou dois tipos de poder organizacional: o formal, baseado


na posição hierárquica que as pessoas ocupam nas organizações, e o informal, tendo
como referencial geral as características pessoais das pessoas. Entretanto, para en-
tender bem a dinâmica desses tipos de poder, o autor sugere uma subdivisão deles em
poder legítimo e poder ilegítimo.

A legitimidade do poder de uma pessoa origina-se de dois fatores: da qualificação des-


sa pessoa e do processo de escolha legítimo para que o funcionário possa ocupar um
cargo ou função. O poder ilegítimo decorre da não aceitação das pessoas dos fatores
que suportam a legitimidade do poder, ou seja, quando as pessoas não aceitam ou
legitimam a pessoas escolhida para ocupar um cargo ou função.

Outros autores sugerem que exista mais uma subdivisão nos tipos de poder: formal-le-
gítimo, formal-ilegítimo, informal-legítimo e informal-ilegítimo.

O poder formal-legítimo é aquele atribuído pelas organizações às pessoas e conside-


rado como adequado à percepção das outras pessoas. Já o poder formal-ilegítimo é
definido quando uma pessoa percebe o poder da organização, porém não é reconheci-
da pelas outras pessoas em face do processo de escolha.

O poder informal-legítimo é aquele que não é concedido pelas organizações às pesso-

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as, mas reconhecido pelas demais pessoas em face das características daquele que
exerce o poder. O informal-ilegítimo caracteriza-se pelo fato de não ser concedido pela
organização e não considerado adequado pelas pessoas sobre as quais é exercido.

Política Organizacional
Política organizacional é o conjunto de declarações escritas a respeito das intenções
da organização em relação a sua atuação externa e interna. As políticas são estabe-
lecidas de forma ampla e abrangente, não sendo detalhadas, podendo ser chamadas
também de “diretrizes organizacionais”.

As políticas organizacionais indicam a forma pela qual serão alcançados os objetivos


mais importantes da organização. Quando essas políticas são bem traçadas, inevita-
velmente os objetivos são atingidos.

Além disso, essas políticas orientam toda a organização tanto nas decisões mais im-
portantes quanto na formulação de objetivos, metas e normas da empresa.

Valores Organizacionais
Os valores fazem parte da cultura organizacional. Na verdade, eles fazem parte do nível
interno ou oculto da cultura organizacional.

São crenças, preconceitos, ideologias e todos os tipos de atitude e julgamento com-


partilhado pelos integrantes de uma organização.

Símbolos Organizacionais
Símbolos são comportamentos que transmitem mensagens e significados: cerimônias,
rituais, imagens, hábitos e linguagens.

Alguns exemplos de organizações que possuem muitos símbolos: as igrejas, os milita-


res e os tribunais.

Exemplos de símbolos organizacionais: a forma como os membros de uma organiza-


ção se comunicam, o modo como se vestem e os seus heróis.

Missão da Organização
A missão consiste na razão de existência da organização e na delimitação de suas ati-
vidades dentro do espaço que deseja ocupar em relação às oportunidades de negócio.

Ela compreende quais produtos e/ou serviços são ou serão oferecidos e para quais
clientes.

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Além de refletir as oportunidades, a missão da organização reflete as ameaças, os
valores e a sua vocação do negócio. Ela pode permanecer ou variar no tempo. As mu-
danças no ambiente frequentemente forçam a redefinição da missão da empresa.

Em síntese, a missão identifica a razão de ser da organização, isto é, o que ela repre-
senta. Tanto as organizações lucrativas como as não lucrativas precisam especificar
com muita clareza a sua missão.

Visão da Organização
É a habilidade para visualizar a organização como um todo, como um conjunto inte-
grado. É perceber como todas as funções da organização dependem uma da outra,
como se fossem a engrenagem de um motor. Qualquer alteração dessas funções pode
interferir nas demais funções. É perceber também como é o relacionamento da organi-
zação com o ambiente no qual está inserida.

A visão é a capacidade de enxergar a organização do seu ambiente interno e, principal-


mente, do seu ambiente externo, compreendendo todas as oportunidades e ameaças
que a rodeiam.

Vamos praticar?
Com base no conteúdo
aprendido. Vamos definir a
missão, visão e valores de
nossa empresa.

10 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 11
Características Funcionais
Forma Jurídica, Objetivo, Legalização.

Para desenvolver suas atividades, as empresas devem estar legalmente constituídas.


No atual sistema jurídico brasileiro, Código Civil de 11 de janeiro de 2003, existem as
figuras do empresário, do autônomo, das sociedades empresárias e das sociedades
simples.

Antes de iniciarmos o esclarecimento sobre a diferença entre a personalidade jurídica


dessas sociedades, é importante entender as diferenças entre pessoa física e pessoa
jurídica.

Pessoa física: qualquer individuo, ou seja, todas as pessoas reconheci-


das perante o estado, no que diz respeito aos seus direitos e obrigações.

Pessoa Jurídica: qualquer instituição legalmente constituída e registrada


perante o Estado. É a associação de duas ou mais pessoas numa entidade,
com direitos e deveres próprios e, portanto, distinto daqueles indivíduos que a
compõem.

Empresário

Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organi-


zada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (Artigo 966 do Código Civil).

Autônomo

Não existe, no novo Código Civil, uma definição do que venha a ser o autônomo. O
Artigo 966, porém, deixa subentendido que quem não é considerado empresário, mas
desenvolve atividades de forma individual, enquadra-se perfeitamente na figura de au-
tônomo.

O Parágrafo único do Artigo 966 do novo Código Civil diz:

Não se considera empresário: aquele que exerce profissão


intelectual, de natureza científica, literária, ou artística, mes-
mo se contar com auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício profissional constituir elemento de empresa.

Assim, autônomo é aquele que atua por conta própria, individualmente, sem sócio,
como os dentistas, os advogados, os médicos, os engenheiros etc.

12 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Sociedade

O novo Código Civil assim define sociedade:

Celebram contrato de sociedade as pessoas que recipro-


camente se obrigam a contribuir com bens ou serviços,
para exercício de atividade econômica (um ou mais negó-
cios determinados) e a partilha, entre si, dos resultados
(Art. 981 e Parágrafo único).

Portanto, sempre que duas pessoas ou mais se reunirem com o objetivo de juntas,
organizarem uma empresa para explorar uma atividade qualquer e partilhar seus resul-
tados, elas estarão constituindo uma sociedade.

Sociedade Empresária

Reunião de dois ou mais empresários para a exploração, em conjunto, de atividade(s)


econômica(s).

Sociedade Simples

Reunião de duas ou mais pessoas (pois, caso atuassem individualmente, seriam


consideradas autônomas) que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou
serviços para o exercício de atividade econômica e a partilha entre si dos resultados,
não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário.

Tipos de Sociedade

Ltda.: Sociedade limitada: forma jurídica mais utilizada no Brasil. É um tipo de socie-
dade que permite que a responsabilidade de alguns sócios seja limitada ao montante
de dinheiro que fornecem à sociedade. A sociedade limitada é dividida em cotas que
são definidas em um contrato social.

• Sociedade em Nome Coletivo; Tarefa para casa:


• Sociedade em Conta de Participação; Pesquise sobre esses
• Sociedade em Comandita Simples; tipos de sociedade, exem-
• Sociedade em Comandita por Ações; plifique e discutiremos na
• Sociedade Anônima; próxima aula.
• Sociedade Cooperativa.

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Estruturas Organizacionais
Conceito
A estrutura organizacional é a representação de como a organização está dividida
(órgãos), os níveis hierárquicos, as atribuições dos colaboradores, as relações formais
entre os níveis hierárquicos, as autoridades e responsabilidades e as formas como
esses níveis se comunicam.

O administrador deve conhecer a estrutura das organizações para o bom desempenho


da sua função.

As organizações estruturam-se de diferentes formas. Tais diferenças podem advir de


uma série de fatores como, por exemplo:

O porte: empresas grandes apresentam estruturas distintas de empresas


pequenas;

O ramo de atividade: empresas industriais possuem características


específicas, não encontradas em empresas comerciais ou de serviços;

O mercado consumidor: empresas que trabalham com variados tipos de


produto, portanto com diversos mercados, costumam ser diferentes daquelas
que atuam com um único produto;

O ambiente de atuação: empresas que atuam em mercados competitivos, ou


seja, com muitos concorrentes, costumam apresentar estrutura diferente de
empresas que atuam em mercados com poucos concorrentes.

A estrutura de uma empresa representa, na verdade, a forma como ela é organizada.


Por essa razão é que se denomina “estrutura organizacional”. Os tipos mais comuns
de estrutura organizacional são:

• Familiar ou personalizada: centralização de decisões em uma única pessoa


ou alguém de confiança;

• Burocrática: baseada em normas e regulamentos. Autonomia reduzida e


atenção voltada para as operações;

• Controle por resultado: descentralização de estruturas. Várias pessoas são


responsáveis por áreas específicas, com autonomia para tomar decisões.
Ênfase no mercado e nas ações de curto prazo. Objetivo centrado na busca de
resultados sempre melhores;

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• Controle ad hoc (“para isso” ou “para esse caso”): enfatizam a profissionali-
zação. A cultura do individualismo (cada pessoa conhece bem um assunto es-
pecífico) busca o consenso para o bem da organização.

Organizações Formais e Informais

A organização formal é aquela baseada em uma divisão de trabalho racional que es-
pecializa órgãos e pessoas em determinadas atividades. É a organização planejada,
sacramentada pela direção e informada para todos os funcionários. É aquela formaliza-
da oficialmente, que abrange as estruturas, as normas e os métodos de trabalho.

A organização informal é a rede de relacionamentos entre as pessoas que trabalham


na organização. Esses relacionamentos espontâneos se formam em função de inte-
resses comuns, gerando grupos informais na organização. Tais interesses podem ou
não estar relacionados com os interesses da organização.

Formatos Organizacionais Clássicos e Modernos

As organizações evoluíram ao longo do tempo, passando por três etapas (listadas


abaixo). Essa evolução foi necessária, uma vez, como a organização é um agrupa-
mento humano, o homem evoluiu e, consequentemente, as organizações sofreram o
impacto dessas transformações.

Organização Tradicional

Nesta primeira modelagem, a organização era um sistema fechado, ou seja, não intera-
gia com o ambiente. Ela era uma simples máquina, e as pessoas que trabalhavam nela
também eram consideradas máquinas.

A organização era extremamente formal, enfatizando as atividades, as normas, a divi-


são do trabalho e a hierarquia. Consequentemente, o ambiente era autoritário, assim
como o Exército e a Igreja. As pessoas trabalhavam com medo.

As tomadas de decisão eram profundamente individuais, num ato centralizado e isola-


do do chefe ou do dono da organização.

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Organização Moderna

Nesta segunda modelagem, a organização já é um sistema aberto, ou seja, começa a


interagir com seu ambiente (fornecedores, concorrentes, governo, clientes etc.).

Ela é vista como um agrupamento social, composta de uma organização formal e


informal, que valoriza o comportamento humano, os aspectos ligados à liderança e à
efetividade.

A organização adota características informais, enfatizando o comportamento humano


e a motivação. O ambiente organizacional é consultivo, gerando aceitação e não impo-
sição da autoridade.

As tomadas de decisão se dão por meio de um processo decisório, com a participação


de um maior número de pessoas que conhecem e entendem a organização.

Organização Contemporânea

Na última abordagem, a organização, além de ser um sistema aberto, é manipulada


por um mundo globalizado. Os fenômenos sociais, biológicos, psicológicos e ambien-
tais interferem fortemente nela.

A organização tem confiança nos seus empregados, que são chamados de “colabo-
radores”; estes participam efetivamente dos processos organizacionais. Esse tipo de
organização valoriza também a parceria com os fornecedores.

A organização dá ênfase ao cliente interno, ao cliente externo e ao não cliente. Ela pas-
sa a buscar o não cliente como forma de sobrevivência.

O ambiente organizacional é de troca de informação em que a hierarquia é substituída


por equipes auto gerenciais, criando uma autonomia com limites.

As tomadas de decisão se dão por meio de um processo grupal e participativo, dando


ênfase às negociações.

Estrutura Hierárquica

As estruturas hierárquicas são utilizadas para direcionar a realização dos produtos


organizacionais, minimizar as influências individuais sobre a organização e, finalmente,
demonstrar as relações de poder organizacional.

16 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Muitas empresas têm seu organograma – um gráfico que apresenta o esqueleto da
organização, no qual procuram retratar, sucintamente, como se constitui cada uma de
suas partes, qual a hierarquia e as inter-relações existentes entre essas partes e até
mesmo o limite das atribuições de cada um.

Organograma

O organograma deve ser traçado de


modo a facilitar a comunicação e o con- Organograma é um gráfico que representa a
organização formal, configurada na estrutura que
trole das atividades e evitar conflitos.
foi delineado pelo Regulamento da instituição.
Nele, são apresentados os diversos setores, suas
Ele é representado por retângulos e posições e respectivas interdependências, via
hierárquica, itinerário de comunicação, vincula-
linhas – os retângulos representam os ção e subordinação.
órgãos, e as linhas representam as vias
hierárquicas, as linhas de comunicação
formal, os grupos de autoridade, a subor-
dinação e a vinculação entre os órgãos.
O organograma clássico é o tipo mais completo e usual, que permite melhor entendi-
mento da representação orgânica de uma empresa. Demonstra os órgãos de decisão,
de assessoria, operacionais e o posicionamento hierárquico.

Exemplo 1:

Nível dos órgãos

1º nível – órgãos deliberativos


2º nível – órgãos executivos
3º nível – órgãos técnicos
4º nível – órgãos operacionais

Exemplo 2:

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Funcionograma
O funcionograma deve respeitar as O funcionagrama é um gráfico que amplia as
partes setoriais de um orgonograma, tendo como
características estruturais do organo-
finalidade principal o detalhamento das atividades
grama, tornando claras as atividades e tarefas que compõem uma função da qual se
que o justificam e possibilitando co- originou um órgão no orgonograma.
nhecer a interdependência das partes
que compõem o organismo.

Exemplo 1:

Departamentalização

Departamentalização é a base pela qual os trabalhos são agrupados. É o nome dado à


especialização horizontal mediante a criação de departamentos para cuidar das ativi-
dades organizacionais. É decorrente da divisão do trabalho e da homogeneização das
atividades.

Trata-se de um processo que consiste em dividir o trabalho de acordo com as especifi-


cações existente e em agrupar atividades homogêneas ou afins.

O objetivo de se criar vários departamentos, cada um se responsabilizando por uma


área ou assunto específico, é fazer com que, por meio da descentralização das deci-
sões, cada parte possa se concentrar naquilo em que é melhor ou mais capaz. Isso
agiliza e permite executar com bastante precisão o processo de tomada de decisão,
trazendo também benefícios para a empresa como um todo.

Dependendo do tipo de atividade econômica desenvolvida pela empresa e de seu por-


te, há várias formas de divisão departamental.

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Critérios Básicos para a Departamentalização

Diferenciação – Este princípio estabelece que as atividades diferentes devem ficar em


departamentos separados. A diferenciação ocorre quando:

• O fator humano é diferente;


• A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes;
• Os ambientes externos são diferentes;
• Os objetivos e as estratégias são diferentes.

Integração – Este princípio estabelece que, quanto mais as atividades trabalham inte-
gradas, maior razão há para ficarem no mesmo departamento. Os fatores que levam à
integração são:

• Necessidade de coordenação;
• Economia de escala.

Tipos de Departamentalização

• Departamentalização funcional;
• Departamentalização por produto (ou serviço);
• Departamentalização por área de consumo ou cliente;
• Departamentalização territorial (ou geográfica);
• Departamentalização por projeto.

Departamentalização por Função

Departamentalização por função ocorre quando os grupos de atividades ou funções de


uma organização são reunidos em departamentos distintos, cada um sob uma direção
administrativa.

Exemplo:

Departamento de produção, compra, vendas, tesouraria, pessoal.

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Departamentalização por Produto

Comum nas indústrias, onde se agrupam as atividades de acordo com as fases de um


processo de produção. Também quando a produção é amplamente diversificada, divi-
dida em torno de produtos ou grupo de produtos.

Exemplo:

Indústria de produtos químicos com divisão em cosméticos e farmacêuticos.

Departamentalização por Área de Consumo

Voltada para o mercado consumidor diferenciado, esta empresa pode ser uma grande
casa de comércio que separa o atacado e o varejo em departamentos específicos.

20 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Várias outras formas de departamentalização são possíveis.  Muitas empresas apre-
sentam esse tipo de estrutura, principalmente aquelas de grande porte ou que atuam
em diversas áreas. As empresas podem também empregar formas de departamentali-
zação combinada utilizando mais de um critério de divisão departamental.

Exemplo:

Uma empresa com departamentalização geográfica pode adotar uma divisão departa-
mental por função para cada unidade regional.

Departamentalização Geográfica

Os departamentos são formados com base nas diversas regiões em que a empresa
atua sendo assim uma empresa que trabalhe em todo o Brasil pode fazer a departa-
mentalização pelas regiões do país. Por exemplo: Nordeste, Sul e Sudeste. Da mesma
forma uma empresa internacionalizada pode criar departamentos em cada um dos
países em que atua.

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Estrutura Matricial

A estrutura organizacional é caracterizada pela designação de especialistas que estão


alocados em departamentos funcionais específicos para trabalhar em uma ou mais
equipes interdisciplinares coordenadas por líderes de projetos.

A vantagem da estrutura matricial é a capacidade de facilitar a coordenação quando


uma organização possui múltiplas atividades complexas e interdependentes ou quan-
do uma organização se torna maior e sua capacidade de processamento de informa-
ção fica sobrecarregada.

Arquitetura Organizacional

A arquitetura de uma organização pode ser definida como sendo todos aqueles prin-
cípios e padrões de uma empresa que a orientam sobre quais atividades executar e
quais decisões tomar para que ela possa assim executar uma estratégia pré-estabele-
cida.  É preciso entender sobre o negócio da empresa o ramo em que atua o mercado
no qual se encontra ambiente externo seus processos sistemas de informação e ca-
pital humano ambiente interno aliando tudo isso as suas estratégias organizacionais
para atingir os objetivos desejados, resumindo é preciso alinhar a sua estratégia a todo
o seu contexto.

A estrutura de uma organização é resultado de um processo através do qual a autori-


dade é distribuída, ou seja as atividades são especificadas desde os níveis mais baixos
até a alta administração inserindo com isso um sistema de comunicação delineado que
permite as pessoas realizarem as atividades e exercer a autoridade que nos compete
para o atendimento dos objetivos organizacionais.

A arquitetura de uma empresa consiste em um modelo que pode ser usado para repre-
sentar seu completo ciclo de vida ao modo pode auxiliar no processo de planejamento
e análise da organização sem a arquitetura organizacional executivo de uma empresa
andam às cegas no tocante às decisões de caráter fundamental.

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Características de uma Organização que usa Arquitetura Organizacional

As organizações que praticam arquitetura organizacional praticam o Sete C’s:

• Confiança;
• Comprometimento;
• Co-criação;
• Conexão;
• Comunicação;
• Celebração e correção do curso;
• Clima bom.

Centralização e Descentralização

Centralização significa concentração do processo de decisão na cúpula da organização.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
CENTRALIZAÇÃO CENTRALIZAÇÃO

• Decisões são tomadas por quem • Decisões são distantes dos fatos
tem visão global da organização; locais;

• Os tomadores de decisão são pes- • Os tomadores de decisão têm pou-


soas bem treinadas, preparadas e co contato com as pessoas e situa-
que têm conhecimento; ções envolvidas;

• Consistência com os objetivos; • Linhas de comunicação provocam


demora e custo operacional;
• Eliminação de esforços duplicados;
• Distorção nas comunicações e
• Centralização de políticas de com- decisões.
pras e vendas.

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 23
Descentralização significa dispersão a desconcentração de poder e do processo
decisório para os diversos níveis da organização.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DESCENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

• As decisões são tomadas mais • Pode ocorrer falta de informação e


rapidamente; coordenação entre os departamen-
tos envolvidos;
• Quem toma as decisões têm co-
nhecimento e informação sobre a • Maior custo para selecionar e trei-
situação; nar administradores médios;

• Maior participação dos funcionários • Defesa dos departamentos no lu-


no processo decisório; gar da defesa organizacional;

• Treinamento para os funcionários • Políticas e procedimentos variam


do nível tático e operacional. entre os departamentos.

Burocracia

Modelo Burocrático de Weber

Ao analisar as funções e o exercício de poder na sociedade para criar um comporta-


mento social, o sociólogo alemão Max Weber desenvolveu o modelo chamado buro-
cracia.

Esse modelo surgiu:

• Tendo em vista a necessidade de um modelo de organização racional;


• Para evitar a liderança individual emocional e o carisma;
• Em razão do crescente tamanho e complexidade das empresas.

Ideias de Weber:

• Hierarquia - Cada unidade de trabalho de nível inferior está sob o controle e a subor-
dinação de outra de nível superior;

• Especialização -  Necessidade de aproveitamento de servidores especializados, se-


lecionados à base de mérito e da habilidade profissional que possuem para o desem-

24 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
penho de tarefas da instituição. Divisão do trabalho;

• Regras e regulamentos - Formas como os funcionários devem proceder no exer-


cício de suas atribuições. Utilizadas para conseguir uniformidade de procedimentos e
orientar a conduta de seus funcionários;

• Formalização das comunicações -  Todas as ações e procedimentos são feitos


para proporcionar comprovação e documentação adequadas, bem como assegurar a
interpretação unívoca das comunicações. Os exemplos são os formulários, os memo-
randos, as comunicações internas etc;

• Impessoalidade -  A distribuição das atividades é feita impessoalmente, ou seja, em


termos de cargos e funções, e não de pessoas envolvidas.  Não se consideram as pes-
soas como pessoas, mas como ocupantes de cargos e funções;

• Seleção e promoção de pessoal -  A escolha das pessoas se baseia no mérito e na


competência técnica e não nas preferências pessoais.

Estado, Mercado e Sociedade Civil


Estado

O Estado é uma instituição social organizada politicamente, socialmente e juridica-


mente.  Todo o Estado é formado por um conjunto de pessoas que ocupam um territó-
rio específico e vive sob o regime de uma lei máxima.  Essa lei máxima do Estado é a
Constituição, que deve ser obedecida pelo seu povo.

O Estado possui ainda um governo, que tem soberania reconhecida interna e externa-
mente.

A função do Estado é promover o bem-estar social.

Análise sobre o conceito de Estado


De acordo com o direito administrativo brasileiro e segundo MEIRELLES (1998), o
conceito de Estado pode assumir significados diversos, dependendo da forma como é
analisado.

Análise sociológica
Sociologicamente, o Estado é uma corporação territorial dotada de um poder de man-
do originário (JELLINEK, s.d.p).

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 25
Análise política
No âmbito político, podemos dizer que o Estado é uma comunidade de homens fixada
sobre um território, potestade superior de ação, de mando e de coerção (MALBERG,
2001).

Análise constitucional
Sob a abordagem constitucional, o Estado é tratado como uma pessoa jurídica territo-
rial soberana (BISCARETTI DI RUFFIA, 1984).

Desse modo, como dito, podemos verificar que três elementos legítimos inseparáveis
formam o Estado:

• O povo (componente humano);


• O território (base física);
• O governo soberano (elemento condutor, que exerce o poder absoluto emana-
do pelo povo).

Formatos organizacionais mais comuns no setor público

No Estado podem- se abstrair duas subdivisões importantes:

• Administração direta -  Formada pelos órgãos que desempenham funções e


executam serviços integrados à estrutura administrativa.

• Administração indireta -  Formada por entidades que atuam como órgãos


em áreas específicas na prestação dos serviços públicos.  Diferentemente dos ór-
gãos, elas são dotadas de personalidade jurídica própria, o que faz com que tenham
algumas características peculiares.  Elas se classificam em:  Autarquia, Empresa Públi-
ca, Sociedade de Economia Mista, Fundação Pública.

Teceremos, a seguir, alguns esclarecimentos básicos sobre personalidade jurídica,


descentralização, desconcentração, órgãos e entidades.

Personalidade jurídica

No âmbito do direito, existem as chamadas pessoas físicas e pessoas jurídicas.  Es-


tas são reconhecidas como pessoas em condição de serem sujeitos de direitos e são
identificadas ou se materializam nas figuras de sociedades, entidades, associações e
conjuntos patrimoniais.

26 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Descentralização
Quando se pensa em descentralização, deve-se ter em mente a ideia de transferência
de poder para a tomada de decisões.  A descentralização pode ser entendida como
uma distribuição de competências, em que se transferem poderes de decisão sobre
assuntos específicos a entidades dotadas de personalidade jurídica próprias.  Ao se
descentralizar, as partes afetadas, por não assumir em relações de subordinação entre
si, não estabelecem nenhum tipo de controle hierárquico.  No Brasil, a descentrali-
zação acontece com os entes da administração indireta:  Empresas Públicas, Autar-
quias, Fundações e Sociedades de Economia Mista.

Desconcentração
É a distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica.  Onde
houver desconcentração, haverá controle hierárquico, uma vez que desconcentração
implica a permanência de vínculos entre os órgãos envolvidos e não há transferência
de poder de decisão.  Administração pública desconcentração serviço público criando
órgãos que não possuem personalidade jurídica própria e que se encontram sujeitos
ao ente que os criou.

Órgãos
Assim como os órgãos no corpo humano, os órgãos na organização estatal são uni-
dades de ação com competências específicas.  Esse nome foi escolhido em razão da
gama de funções diferentes que cada órgão pode assumir.  Além de suas funções, os
órgãos utilizam cargos e agentes públicos para se estruturar e são adaptados aos Três
Poderes:  Legislativo, Executivo e Judiciário.

Entidades
As entidades são pessoas jurídicas, públicas ou privadas, classificadas de acordo
com a organização política e administrativa brasileira.  Classificam-se em:  Entidades
Estatais, Autarquias, Fundacionais, Empresariais, Paraestatais e Agências Regulado-
ras. Detalharemos, a seguir, as Estatais, as Paraestatais e as Agências Reguladoras.

Entidades estatais (entes Federados)

• União;
• Estados-membros;
• Municípios;
• Distrito Federal.

Entidades paraestatais

As entidades paraestatais são caracterizadas como representantes do terceiro se-

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 27
tor, que não compõem a administração direta e indireta.  Podem ser subdivididas em
dois segmentos:

• Entes de cooperação os serviços sociais autônomos -  São entre colaboradores


com Estado, porém sem nenhuma relação hierárquica.  São criados ou autorizados
por lei para prestar serviços de interesse e utilidade pública.  Por exemplo:  SESI, SE-
NAC, SENAI.

• Organizações sociais e OSCIP (organização da sociedade civil de interesse


público) -  Essas entidades não realizam suas atribuições visando lucro; pelo contrá-
rio, elas se dispõem a desempenhar serviços, não exclusivos do Estado, com o objeti-
vo de promover o bem-estar social.  Leis que foram criadas para a fiscalização e incen-
tivo a essas organizações sociais – Lei nº 9.637/1998 e Lei nº 9.790/1999.

Agências reguladoras

As agências reguladoras foram criadas após a privatização de alguns serviços, os


quais foram transferidos, total ou parcialmente, às empresas privadas, por meio de
concessões, permissões e autorizações, como o caso das telecomunicações.  Tais
agências, caracterizados como autarquias especiais, integram a administração indire-
ta do governo federal brasileiro e vincula-se aos ministérios em função de sua área de
atuação.  Seus diretores são indicados pelo Presidente da República, com aprovação
prévia do Senado.

Exemplos:

• Agência Nacional de Energia Elétrica-  ANEEL (vinculado ao Ministério de Minas e


Energia);
• Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL (vinculado ao Ministério das Co-
municações);
• Agência Nacional de petróleo - ANP (vinculado ao Ministério das Minas e Energia);
• Agência Nacional de saúde suplementar - ANS (vinculado ao Ministério da Saúde);
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (vinculado ao Ministério da Saúde);
• Agência Nacional das Águas - ANA (vinculado ao Ministério do Meio Ambiente);
• Agência Nacional de transportes terrestres - ANTT (vinculado ao Ministério dos
Transportes);
• Agência Nacional de Transportes aquaviários - ANPAQ (vinculado ao Ministério dos
Transportes);
• Agência Nacional do cinema - ANCINE (vinculado ao Ministério de Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior).

28 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Administração direta
Administração direta e o conjunto de órgãos integrados na estrutura da chefia do exe-
cutivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da mesma chefia.

Caracterizada pela existência de controle hierárquico, a administração direta possui


ampla gama de atribuições distribuídas entre os diversos órgãos que a compõem em
âmbito federal, estadual e municipal.

Estrutura básica Federal


A estrutura básica Federal compõe-se de:  Presidência da República (chefiada pelo
Presidente da República) e Ministérios (Ministério da Fazenda, Ministério da Educa-
ção, Ministério da Saúde, Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, Ministério das
Minas e Energias etc.).

Estrutura básica Estadual


A estrutura básica Estadual compõe-se de:  chefia do executivo estadual (represen-
tada pelo Governador de Estado) e Secretarias Auxiliares (Secretaria de Estado de
Saúde, Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e De-
senvolvimento Sustentável, Secretaria de Estado de Transportes e Obras, Secretaria
de Estado da Educação, Secretaria de Estado da Fazenda etc.)

Estrutura básica Municipal


A estrutura básica Municipal compõe-se de:  Chefia do Executivo Municipal (coordena-
da pelo Prefeito) e Secretarias Municipais (sobre coordenação dos respectivos Secre-
tários). *1

Administração indireta
Conforme dito, a administração indireta é formada por entidades de personalidade
jurídicas com atribuições bem específicas. Elas detêm direitos e encargos próprios,
sendo ainda submetidas a um controle administrativo.  Vejamos, a seguir, as entidades
da administração indireta.

Autarquias
A expressão autarquia quer dizer “poder próprio”.  No Brasil, as autarquias tomaram
forma a partir da década de 1920 e 1930.  Atualmente são regidas pelos ordenamentos
definidos no Decreto-Lei nº 200/1967:

Autarquia é um serviço autônomo, criado por lei, com personalidade


jurídica, patrimônio e receita própria, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada (Brasil,1967).

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 29
Exemplos:

• Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);


• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);
• Banco Central (BC);
• Universidade do Estado de São Paulo (USP).

Autarquias especiais
Referem-se as formas institucionais das Universidades públicas, as quais possuem
as seguintes características:  autonomia didático-científica, administrativa, de gestão
financeira e patrimonial, bem como normas e regras detalhadas em um estatuto e regi-
mento interno.

Estatais
As empresas públicas e sociedades de economia mista representam as Estatais.  Cria-
das nas décadas de 1960 e 1970, elas foram propostas com o objetivo de dar maior
agilidade às atividades da administração pública, garantindo maior eficiência e efi-
cácia na prestação de serviços.  O campo de atuação das estatais abrange, com
maior frequência, as seguintes áreas:  Petróleo, Bancos, Energia Elétrica, Ferro-
via, Água, Gás, Transportes Urbanos, Processamento de Dados e Habitações Popula-
res.

Exemplos:

Empresas públicas:

• Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT));


• Empresa Brasileira de infraestrutura aeroportuária (INFRAERO);
• Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

Sociedade de economia mista:


• Banco do Brasil;
• Petrobras.

Fundações públicas

O termo advém do Direito Civil, que define fundação como um patrimônio personaliza-
do para determinada finalidade:

30 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Fundação é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-
do, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização Legislativa, para
o desenvolvimento de atividades Que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio pró-
prio gerido pelos respectivos órgãos de direção e funcionamento custeado
por recursos da união e de outras fontes (BRASIL, 1967)

Exemplos:

• Fundação João Pinheiro (FJP);


• Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes);
• Universidade de Brasília (UnB).

Mercado

O mercado é um mecanismo de realização de trocas.  Ele permite as pessoas realizar


trocas, normalmente reguladas pela teoria da oferta e da demanda.
O mercado caracteriza-se por um grupo de compradores e vendedores, reais e po-
tenciais, de determinado produto, serviço ou conjunto de produtos e serviços.  Essas
pessoas têm necessidades ou desejos de seus produtos ou serviços.
Assim, o mercado existe quando compradores que pretendem trocar dinheiro por bens
e serviços estão em contatos com esses mesmos bens e serviços.  Não há necessi-
dade de haver um local físico correspondente a um mercado,  embora originalmente o
termo se refira a um local aberto ao público onde produtos e serviços são comercializa-
dos.

Sociedade civil

A organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) é uma qualificação de-


corrente da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999.

Pela interpretação da lei citada, podemos dizer que OSCIP’s são organizações não
governamentais (ONGs), ou seja, entendemos que há um entendimento social de
que ONGs são entidades às quais as pessoas se vinculam por identificação pessoal
qual causa que elas promovem.

Essas entidades, por natureza, não têm finalidade lucrativa, mas uma finalidade
maior, genericamente filantrópica, humanitária, de defesa de interesses que costumam
ser de toda a população e que, historicamente, deveriam ser objeto de atividade do
poder público.  Destinam-se a atividade de caráter eminentemente público, sendo a
parcela da sociedade civil, como um todo, que se organiza na defesa de seus interes-
ses coletivos.

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 31
As ONGs normalmente exercem alguma função pública, Isto é, embora não pertençam
ao Estado, ofertam serviços sociais, de caráter assistencial, que atendem a um conjun-
to da sociedade maior que apenas aos fundadores e/ou administradores da organiza-
ção.  Assim, a esfera de sua atuação é a esfera pública, embora não estatal.

Todavia, nem todas as ONGs tem uma função direcionada a promoção do bem-estar
social (educacionais, de tratamento médico, de caridade aos pobres, científicas, cultu-
rais etc.)  e apresentam diferentes graus de institucionalização.

Há ONGs cuja função é única e exclusivamente atender aos interesses do seu grupo
fundador e/ ou administrador, como alguns sindicatos, cooperativas, associações de
seguro mútuo, etc.  Elas se caracterizam, normalmente, por serem organizações cons-
tituídas para fins não econômicos e finalidade não lucrativa, em grande medida com
trabalho voluntário, e, na maioria das vezes, dependente financeiramente de doações
privadas e estatais.  Nada impede, contudo, que tenham fins econômicos ou atividades
de cunho econômico, mas cumprir saber distingui-las das sociedades comerciais, cuja
característica é ter atividade econômica, produzir lucro e dividi-lo entre os sócios. Por
isso, em sua maior parte, sua natureza é civil.

Juntando-se as peças desse quebra-cabeça, temos que ONGs são, em geral:

• Associações civis;
• Sem fins lucrativos;
• De direito privado;
• De interesse público.

Empreendedorismo

Definição

Empreendedorismo quer dizer pelo menos três coisas:


• A capacidade individual de empreender
É a capacidade de tomar a iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no
sentido de encontrar a solução para problemas econômicos ou sociais, pesso-
ais ou de outros, por meio de empreendimentos.

• O processo de iniciar e gerir empreendimentos


É o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas
com a criação, implantação e gestão de novas empresas organizações.

• O movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor


É um movimento social para a criação de emprego e renda, que recebe o in-

32 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
centivo dos governos de instituições de diferentes tipos.

O empreendedorismo como forma de iniciar e gerir empreendimentos

Etapas do processo empreendedor

• O despertar da motivação para a criação do próprio negócio;


• Desenvolvimento da ideia ou processo visionário;
• Validação da ideia;
• Definição da escala de operação e identificação dos recursos necessários;
• Elaboração do Plano de Negócio, que apresenta a formatação do empreendimento
para sua organização interna e externa;
• Operacionalização do Plano de Negócio, dando-se início à empresa;
• Consolidação e sobrevivência.

Os Dez Mandamentos do Empreendedorismo

1. Assumir riscos
Esta é a primeira, e uma das maiores qualidades do verdadeiro empreendedor. Arris-
car conscientemente é ter coragem de enfrentar desafios, de tentar um novo empreen-
dimento, de buscar, por si só, os melhores caminhos. É ter autodeterminação.
Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso saber lidar com eles.

2. Identificar oportunidades

Ficar atento e perceber, no momento certo, as oportunidades que o mercado oferece,


e reunir as condições propícias para a realização de um bom negócio é outra marca
importante do empresário bem sucedido.
Esse empresário é o indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas
chances melhoram quando o seu conhecimento aumenta.

3. Conhecimento

Quanto maior for o domínio de um empresário sobre o ramo de negócio, maior é a sua
chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações
obtidas em publicações especializadas, em centros de ensino, ou mesmo de “dicas”
de pessoas que montaram empreendimento semelhantes.

4. Organização

Ter capacidade de utilizar recursos humanos, materiais (financeiros e tecnológicos) de


forma racional. Resumindo: ter senso de organização.

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 33
É bom não se esquecer de que, na maioria das vezes, a desorganização (principalmen-
te no início do empreendimento) compromete seu funcionamento e desempenho.

5. Tomar decisões

O sucesso de um empreendimento, muitas vezes, está relacionado com a capacidade


de decidir corretamente.
Tomar decisões acertadas é um processo que exige o levantamento de informações,
análise fria da situação, avaliação das alternativas e escolha da solução mais adequa-
da.
O verdadeiro empreendedor é capaz de tomar decisões corretas na hora certa.

6. Liderança

Liderar é saber definir objetivos, orientar tarefas, combinar métodos, estimular as pes-
soas no rumo das metas traçadas e favorecer relações equilibradas dentro da equipe
de trabalho, em torno do empreendimento. Dentro e fora da empresa, o homem de ne-
gócios faz contatos, seja com clientes, seja com fornecedores, seja com empregados.
A liderança tem de ser uma qualidade sempre presente.

7. Dinamismo

Um empreendedor de sucesso nunca se acomoda, para não perder a capacidade de


fazer com que simples ideias se concretizem em negócios efetivos. Manter-se sempre
dinâmico e cultivar certo inconformismo diante da rotina é um dos seus dilemas preferi-
dos.

8. Independência

Determinar os próprios passos, abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão, enfim,
buscar a independência é meta importante para o sucesso.
O empreendedor deve ser livre, evitando protecionismos que, mais tarde, possam se
tornar obstáculos aos negócios. Só assim surge a força necessária para fazer valer
seus direitos de cidadão - empresário.

9. Otimismo

Esta é uma característica das pessoas que enxergam sucesso, em vez de imaginar o
fracasso. Capaz de enfrentar obstáculos, o empresário de sucesso sabe olhar além e
acima das dificuldades.

34 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
10. Tino empresarial

O que muita gente acredita ser um “sexto sentido”, intuição, faro empresarial, típicos
de gente bem-sucedida nos negócios é, na verdade, na maioria das vezes, a soma de
todas as qualidades descritas aqui. Se o empreendedor reúne a maior parte dessas
características, ele terá grandes chances de obter êxito, conquistando o mercado ex-
terno, já que sabe que clientes, fornecedores e mesmo concorrentes só respeitam os
que se mostram à altura do desafio.

Renovação Organizacional
Fontes de incerteza

O ambiente de uma organização é composto de forças e instituições externas que po-


dem afetar diretamente o desempenho dessa organização.

Cada organização possui o ambiente específico. Todavia, em qualquer ambiente


organizacional, sempre há um grande fator de incerteza que caracteriza o mundo que a
maioria das empresas vivem hoje em dia. Contudo, essa incerteza ambiental pode ser
identificada como uma ameaça a eficácia de uma organização.
As principais fontes de incerteza ambiental são:

• Os clientes, uma vez que os gostos e as preferências variam constantemente sem


que as organizações tenham domínio sobre eles.

• Os concorrentes, que mudam suas estratégias, lançam produtos e oferecem meno-


res preços na tentativa de competir com outra empresa do mercado.

• Os fornecedores, que são a principal dependência das organizações, visto que


estas necessitam de matéria-prima, trabalho e capital para operar. Se a disponibilidade
desses recursos é restrita, a capacidade de operação da empresa é ameaçada.

• O governo, que gera a incerteza nas organizações em razão da mudança na legisla-


ção, na regulamentação e principalmente na instabilidade econômica e política.

• Com a tecnologia é o modo como uma organização transforma seus insumos em


produtos, a mudança nessa tecnologia pode gerar grandes transformações dentro da
organização, provocando significativas incertezas.

• Com a globalização, as empresas ficam mais vulneráveis ao mercado, já que atual-


mente não existe mais um mercado local, e sim um mercado global. Assim, os concor-
rentes, os fornecedores e os clientes podem estar em qualquer parte do mundo.

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 35
Mudança organizacional

No mundo atual, onde existe um mercado global com grandes fontes de incerteza, as
mudanças nas organizações são impostos da noite para o dia.

Contudo, a gestão da mudança organizacional é um desafio que está diante de toda a


organização. O modo como as organizações administram a mudança, ou deixam de
administrá-la, será o que distinguirá a vitória da derrota neste mundo cada vez mais
competitivo.

As organizações, porém, possuem resistência às mudanças. Essa resistência, muitas


vezes, é gerada pelos próprios colaboradores.

A resistência individual reside em características humanas básicas, como percep-


ções, personalidades e necessidades.

As resistências estão diretamente relacionadas a:

• Segurança: Pessoas com alta necessidade de segurança tendem a resistir à mu-


dança, porque ela ameaça seu sentimento de segurança, sua zona de conforto.

• Fatores econômicos: O medo de que as mudanças reduzam a nossa renda.


Esse fator é facilmente percebido quando a remuneração está estreitamente vinculada
à produtividade.

• Medo do desconhecido: As mudanças substituem o conhecido pelo desconhe-


cido, ou seja, a segurança pelo medo ou pela incerteza.

Novas organizações

Organização virtual

Organização virtual ou organização em rede ou, ainda, modular, é uma organização


pequena, de núcleo, que terceiriza as funções empresariais maiores.

A organização virtual é uma estrutura altamente centralizada, com pouca ou nenhu-


ma departamentalização e grande recurso à terceirização para muitas das principais
funções da organização. A sua vantagem é conferida a administração enorme flexibi-
lidade, facilitando o uso de recursos de outras organizações para a organização virtual
fazer mais com menos.

36 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Organização sem fronteiras

A organização sem fronteiras é aquela que procura eliminar a cadeia de comando, criar
margens ilimitadas de controle, substituir departamentos por equipes e minimizar ou-
tros limites verticais e horizontais.

Nessas organizações, o elo tecnológico é o que possibilita que as pessoas sejam livres
e ao mesmo tempo controladas pela empresa.

Seu principal atrativo é permitir que as grandes organizações se comportem como


pequenas, uma vez que se tornam mais íntimas dos clientes e reduzem as barreiras de
comunicação entre os níveis da organização e as unidades funcionais.

Ética e Responsabilidade Social nas Organizações


Ética

Para entender ética, é preciso, primeiramente, fazer uma distinção entre moral e ética.

• Moral é uma hierarquia de valores, como: O que é importante para mim? Qual o sen-
tido que dou a vida?

Essa hierarquia é determinante na conta da diária de pessoas e na busca de realiza-


ções.

Assim, a moral, sendo uma ordenação de valores, orienta o posicionamento que assu-
mimos em função das decisões que tomamos a cada instante de nossa vida.

• A ética, por sua vez, é ação. É a maneira de pôr em prática os valores morais. É a
forma de traduzir a moral em atos.

Daí, a prática de princípios éticos é bastante complexa, uma vez que a ética se exerce
no espaço que se situa entre o que “é” e o que “deveria ser”.

Se na nossa vida individual somos constantemente confrontados com dilemas éticos,


no mundo dos negócios e da administração, os desafios são ainda maiores. Razão
pela qual a ética organizacional deve ser trabalhada constantemente pelos gestores.

Ética e Responsabilidade Social

Como a ética é a maneira de pôr em prática nossa hierarquia de valores morais, o exer-

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 37
cício da Responsabilidade Social da empresa é fruto dessa prática.

A Responsabilidade Social se traduz por ações empresariais que possam contribuir


positivamente e de maneira ampla para a maioria da qualidade de vida da sociedade
em que a organização atua.

Define-se Responsabilidade Social como todo e qualquer ato das organizações, que
vai além do que a lei exige, e que possa contribuir positivamente, e de maneira ampla,
para melhoria da qualidade de vida da sociedade na qual a empresa está inserida.

As empresas começaram a se preocupar com a responsabilidade social por vários


motivos. Um deles é a sua imagem institucional. Outras empresas acreditam que a am-
pliação das suas relações com a sociedade já é um motivo importante para as ações
de Responsabilidade Social.

Finalmente, a Responsabilidade Social da empresa está intimamente ligada à visão de


ética que os administradores das organizações têm em relação à sociedade em que
são situados.

38 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
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octatreinamentos TreinamentosOcta

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