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Capítulo

14.3 Artrite Séptica


Vladimir Cordeiro de Carvalho, Camilo Partezani Helito,
Arnaldo José Hernandez

Definição e Classificação infecção. Nos últimos anos, a incidência dessa doença vem
aumentando em virtude de um maior número de procedi-
A artrite séptica caracteriza-se por ser um processo inflama- mentos ortopédicos, da realização de procedimentos inva-
tório intra-articular que tem um microrganismo patogênico sivos, do envelhecimento da população e do aumento no
como causa presumida ou confirmada. Newman definiu uso de medicamentos imunossupressores.
critérios para que um caso de artrite séptica possa ser con- Apesar de poder acometer indivíduos de qualquer faixa
firmado e os dividiu em três grupos: etária, a artrite séptica normalmente acomete pacientes
• Grupo A – agente causador isolado da articulação; idosos e crianças. Cerca de um terço das pioartrites acomete
• Grupo B – agente causador isolado de outro local que crianças com menos de 2 anos. Existe uma ligeira predomi-
não a articulação; nância em indivíduos do sexo masculino.
• Grupo C – nenhum agente causador isolado, porém A maioria dos casos acomete os membros inferiores,
com evidência histológica ou radiográfica de infecção sendo o joelho a articulação mais atingida, com aproxima-
ou secreção purulenta advinda da articulação. damente 50% dos casos. Em seguida aparecem quadril,
ombro, tornozelo e punho.
Vias de Contaminação
As bactérias, assim como outros microrganismos, podem Fatores Predisponentes
atingir a articulação de diversas formas. Doenças que envolvem a articulação e que alteram sua
estrutura nativa são os fatores de risco mais importantes
Disseminação Hematogênica (Bacteremia) para o desenvolvimento de artrite séptica. Artrite reuma-
toide, artrite induzida por cristais e artropatia de Charcot
Esta é a forma mais frequente de invasão articular. A bac- estão entre essas patologias. Pacientes com artrite reuma-
téria atinge os capilares sinoviais pela corrente sanguínea, toide chegam a apresentar uma incidência 10 vezes maior
provindo de um foco infeccioso a distância, como otites, de artrite séptica do que a população normal.
amidalites, endocardites, infecções do trato urinário, entre Outros fatores importantes são diabetes, leucemia,
outros, ou ainda devido ao uso de drogas ilícitas por via alcoolismo, cirrose, doenças granulomatosas, câncer, hipo-
intravenosa. gamaglobulinemia, uso de drogas, uso crônico de corticoi-
A instalação ou não da infecção depende diretamente des, HIV, insuficiência renal e hemodiálise. Pacientes que
dos fatores locais da articulação e da defesa imunológica do fazem hemodiálise têm uma incidência aproximada de
hospedeiro, visto que nem todos os pacientes que apresen- pioartrite de 500 casos a cada 100 mil pacientes.
tam bacteremia evoluem com pioartrites.
Diagnóstico Diferencial
Inoculação Direta
Os diagnósticos diferenciais podem ser divididos em artrites
Os traumatismos perfurocortantes da articulação, assim induzidas por cristais (gota ou pseudogota), artrites infla­
como os procedimentos diagnósticos (punção articular) ou matórias (artrite reumatoide, lúpus, anemia falciforme,
terapêuticos (artroscopia, artrotomia), podem propiciar a espondiloartropatias), osteoartrose, doenças de depósito
introdução direta da bactéria na articulação. (amiloidose), necrose avascular, corpo estranho articular,
fratura, infecções sistêmicas (endocardite) e tumores (metás-
Contiguidade tase ou sinovite vilonodular). Desse modo, deve ser realizada
investigação criteriosa para confirmação diagnóstica.
A partir de um foco infeccioso adjacente, como infecção de
partes moles, celulites, abscessos ou osteomielite da metáfise,
as bactérias podem invadir a cápsula articular diretamente,
Quadro Clínico
chegando em alguns casos a criar trajetos fistulosos. As queixas clínicas e os achados de exame físico são pouco
específicos e podem estar presentes em outras causas de
Epidemiologia monoartrite, porém os achados mais comuns nos casos de
artrite séptica são dor, hiperemia, derrame articular e res-
A incidência de artrite séptica varia de 4 a 29 casos a cada trição de movimento na articulação acometida, e dor é a
100 mil pessoas por ano. Populações menos favorecidas queixa mais comum. Somente um terço dos pacientes tem
socioeconomicamente apresentam incidência maior de febre na apresentação do quadro.
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CAPÍTULO 14.3 Artrite Séptica 1537

Exames de Imagem Antibioticoterapia


Não existe nenhum exame de imagem que possa confirmar Praticamente qualquer microrganismo patogênico pode
o diagnóstico da artrite séptica aguda. Radiografias simples causar infecção intra-articular, seja ele bactéria, fungo ou
podem identificar pequenas fraturas, condrocalcinose, artri- micobactéria. De maneira didática, dividimos as pioartrites
tes inflamatórias e servem para a busca de diagnósticos bacterianas em artrites gonocócicas e não gonocócicas. As
diferenciais. A ultrassonografia pode ser útil para confirmar pioartrites causadas por micobactérias e fungos serão trata-
a presença de derrame articular, principalmente em arti­ das separadamente.
culações mais profundas como o quadril, além de poder
guiar uma eventual punção articular. A ressonância mag-
nética (RM) só fornece sinais indiretos de infecção, como Artrites Gonocócicas
erosões ósseas e edema na medular óssea. Em pacientes adolescentes e adultos jovens, sexualmente
ativos, especialmente naqueles com menos de 30 anos de
Exames Laboratoriais idade, a Neisseria gonorrhoeae é um importante agente
Na investigação de um paciente com suspeita clínica de causador de pioartrite. Em geral, a infecção articular
artrite séptica, é importante solicitar exames laboratoriais ocorre após um quadro de bacteremia oculta, secundária
que possam direcionar para um diagnóstico definitivo. a um foco de infecção na mucosa uretral, vaginal ou da
O aumento na contagem de leucócitos no hemograma e orofaringe. O tratamento de escolha é ceftriaxone 1 g/dia,
a elevação de provas inflamatórias, como proteína C reativa endovenoso ou intramuscular, por um tempo mínimo de
(PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS), são 7 dias. Para pacientes alérgicos a cefalosporinas, a cipro-
exames inespecíficos e podem apenas sugerir o diagnóstico floxacina é uma boa opção terapêutica, porém o aumento
de pioartrite. A principal utilidade desses exames é o moni- da resistência de N. gonorrhoeae a essa droga tem sido
toramento da resposta terapêutica dos casos. descrito. Pacientes em fases iniciais da artrite, com pouco
A hemocultura periférica deve ser solicitada para todos derrame articular e secreção purulenta, podem ser tratados
os casos suspeitos. A positividade da cultura sanguínea varia conservadoramente com antibióticos endovenosos, obser-
de 25% a 70%, porém apresenta alta especificidade. vando-se a necessidade de drenagem cirúrgica conforme a
evolução clínica.
Análise do Líquido Sinovial
Quando da suspeita de uma infecção intra-articular, é fun- Artrites Não Gonocócicas
damental a coleta do líquido sinovial para análise. A O uso de antimicrobianos no tratamento das pioartrites
punção deve ser realizada em ambiente adequado e com nunca deve ser realizado de maneira isolada. A remoção
técnicas assépticas rigorosas, de preferência antes do início cirúrgica adequada de todo material purulento da articula-
de antibioticoterapia. ção acometida é de fundamental importância para reduzir
Nos casos de artrite séptica, espera-se encontrar líquido a quantidade de inóculo bacteriano e permitir a ação ótima
sinovial turvo e com grumos. O aspecto normal do líquido dos antibióticos. A análise do material desbridado permite
é amarelado, translúcido e viscoso.
ainda guiar o tratamento antibacteriano através da colora-
Na análise do líquido é fundamental solicitar contagem
ção de Gram e do resultado das culturas bacterianas.
de células brancas com diferencial de neutrófilos, coloração
Por ser uma doença de rápida evolução, o tratamento
de Gram e cultura com antibiograma.
empírico das pioartrites deve ser iniciado assim que o diag-
Normalmente, uma contagem de leucócitos maior que
nóstico for feito, a fim de diminuir as sequelas articulares
50 mil sugere processo infeccioso. Diferencial de neutrófilo
decorrentes da infecção. A escolha do antibiótico inicial
maior que 80% também tem correlação com infecção.
deve se basear na cobertura do agente infeccioso mais
Contagem de glicose abaixo de 50% do nível sanguíneo,
provável, a depender das condições clínicas e dos antece-
medida no mesmo momento da punção articular, pode
dentes mórbidos de cada paciente. Em todas as situações,
sugerir infecção. Aumento dos níveis de proteína e desidro-
porém, o diagnóstico etiológico deve ser tentado, com
genase lática (DHL) podem estar presentes, mas não são
coleta de culturas do material intra-articular e hemocultu-
específicos do processo infeccioso.
ras. Com base nessa lógica, duas formas de abordagem
A coloração de Gram pode ser útil na suspeita diagnós-
inicial são válidas:
tica, embora tenha positividade em torno de 50%. A não
1. Nas situações em que é possível obter rapidamente
visualização de bactérias no Gram não descarta o diagnós-
uma amostra de material intra-articular para cultura e
tico de artrite séptica.
análise com a coloração de Gram, esse resultado
O mesmo é válido para a cultura do líquido sinovial.
deverá guiar a escolha do antimicrobiano (Fig. 14.3.1).
Sua positividade gira em torno de 70%, com valores ainda
Posteriormente, a articulação acometida deve ser ade-
mais baixos caso o paciente tenha utilizado antibióticos
quadamente drenada e o antimicrobiano ajustado de
antes da coleta.
acordo com o resultado das culturas.
2. Nos serviços de saúde em que há dificuldades para
Tratamento obtenção rápida de material intra-articular, os antece-
O tratamento das artrites sépticas consiste basicamente na dentes mórbidos do paciente devem ser avaliados para
drenagem cirúrgica efetiva da articulação e na antibiotico- a escolha do tratamento empírico inicial (Tabela
terapia sistêmica adequada. 14.3.1).

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1538 SeÇÃO 14 Infecções Osteoarticulares

Antibiótico parenteral

Gram com resultado positivo

Sim Não

Aguardar cultura
Cocos Gram + Bacilos Gram –

Escolha do antibiótico baseado


Oxacilina
nas comorbidades do paciente

Cefalosporinas de 3a geração.
Associar aminoglicosídeos se
possibilidade de pseudomonas

Figura 14.3.1. Antibioticoterapia empírica de acordo com a coloração de Gram.

Tabela 14.3.1 Antibioticoterapia Empírica de Acordo com os Antecedentes Mórbidos


Antibiótico de Escolha
Sem fatores de risco para organismos atípicos Oxacilina EV (2 g 6×/d).
Se houver alergia à penicilina, usar clindamicina (600 mg 4×/d)
Risco de sepse por Gram-negativo (idosos, ITUs de repetição, Acrescentar cefalosporina de terceira geração (p. ex.,
cirurgia abdominal recente) ceftriaxone 1 g EV 2×/d).
Discutir estratégia para pacientes alérgicos com infectologista
Risco de MRSA (colonização prévia, internação recente, morador de Vancomicina associada a cefalosporina de terceira geração
casa de repouso, cateter central ou outro fator de risco)
Suspeita de gonococo ou meningococo Ceftriaxone 1 g EV 2×/d
Usuário de drogas endovenosas Discutir com infectologista
Paciente em UTI ou com colonização conhecida de outros órgãos ou Discutir com infectologista
tecidos (p. ex., fibrose cística)
A escolha do antibiótico poderá ser modificada após resultado da coloração de Gram ou cultura
EV: endovenoso; ITU: infecção de trato urinário; MRSA: meticilina-resistente Staphylococcus aureus.

Quando a coloração de Gram evidencia um coco Gram-­ suspeita de S. aureus resistente à meticilina (MRSA), seu
positivo ou nos pacientes jovens sem comorbidades e sem tratamento deve ser modificado se as culturas mostrarem a
internações recentes, recomendamos o tratamento com sensibilidade deste agente à oxacilina devido ao maior
oxacilina 2 g EV a cada 4 h. Nos pacientes idosos, com poder bactericida dessa droga.
infecções urinárias de repetição ou cirurgia abdominal
recente, deve-se adicionar uma cefalosporina de terceira Artrite Fúngica
geração ao tratamento. Recomendamos ceftriaxone 1 g EV
a cada 12 h. Embora possa ocorrer em indivíduos imunocompetentes, a
Nos casos de pacientes com infecção pós-operatória, o artrite fúngica é uma doença essencialmente relacionada a
tratamento empírico deve ser baseado na microbiota hos- condições de imunossupressão. Nos indivíduos imunocom-
pitalar de cada local, porém com cobertura ampla para petentes, os agentes mais comuns são fungos endêmicos,
bacilos Gram-negativos e Staphylococcus aureus resistentes como Sporothrix schenckii, Paracoccidioides brasiliensis e
à oxacilina. Uma abordagem empírica recomendada é a Blastomyces dermatitidis. Nos pacientes imunossuprimidos,
associação de vancomicina, 1 g EV a cada 12 h e ajuste a espécie mais frequentemente isolada é a Candida albicans,
conforme nível sérico, com amicacina, 500 mg EV a cada porém outras espécies de Candida também podem estar
12 h, até o resultado de culturas. envolvidas.
Em todas as situações, o esquema antimicrobiano empre- O tratamento da pioartrite por Candida albicans deve
gado empiricamente deve ser ajustado após os resultados ser feito com fluconazol, 400 mg/d por 6 semanas. Outras
das culturas microbiológicas, tanto para ampliação do espécies de Candida têm sensibilidade reduzida ao fluco-
espectro de ação quanto para redução dele. Por exemplo, se nazol, e, via de regra, não devem ser tratadas com essa
um paciente é tratado inicialmente com vancomicina por droga.

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CAPÍTULO 14.3 Artrite Séptica 1539

Artrite por Micobactéria Prognóstico


O acometimento articular por Mycobacterium tuberculosis é Antes da era dos antibióticos, a mortalidade por artrite
um evento raro e intimamente ligado a alguma condição de séptica chegava a até dois terços dos pacientes acometidos.
imunossupressão. A infecção pelo HIV-AIDS e o uso de Hoje em dia, varia de 10% a 20% dependendo da idade,
imunossupressores são as principais causas. A prevalência presença de patologias renais e cardíacas associadas e imu-
dessa infecção tem aumentado nos últimos anos, acompa- nossupressão. Pacientes com idade acima de 65 anos e
nhando o aumento da incidência dos casos de HIV-AIDS. infecção no ombro, cotovelo e em múltiplos sítios têm taxa
O tratamento preconizado é o mesmo utilizado para os de mortalidade mais elevada.
pacientes com tuberculose pulmonar, com ou sem imunos- Em relação às complicações locais, o prejuízo da função
supressão associada: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e articular pode chegar até a 40% e osteomielite em aproxi-
etambutol por 2 meses, seguido de rifampicina e isoniazida madamente 8% dos casos.
por mais 4 meses, completando 6 meses de tratamento total.
O acometimento articular por outras espécies de mico-
bactéria se dá, em geral, por inoculação direta do agente na
Pioartrites Pós-artroscópicas
articulação através de material contaminado ou secundário A incidência de infecções pós-artroscópicas reportada na
a traumas de alta complexidade. literatura varia de 0,01% a 0,48%, e após reconstruções
Devido ao preparo inadequado dos aparelhos utilizados do ligamento cruzado anterior varia de 0,14% a 1,7%.
para os procedimentos endoscópicos em geral e de outros Segundo as “Diretrizes para prevenção de infecção do sítio
materiais envolvidos nesse procedimento, o Brasil experi- cirúrgico”, de 1999, para uma infecção ser considerada
mentou um surto de infecções por micobactérias de cresci- pós-operatória ela deve ocorrer dentro de 30 dias em casos
mento rápido sem precedentes no período de 2003 a 2009, de cirurgias sem implantes ou até 1 ano nos casos em que
com 2.520 casos de infecção por tal agente relacionados a houve implantes.
videolaparoscopias, artroscopias, implantes mamários e Entre os fatores de risco, alguns são relacionados ao
procedimentos estéticos faciais e corporais. As artroscopias paciente, como imunodeficiências e tabagismo, e outros à
foram responsáveis por 5% de todos os casos. As espécies equipe cirúrgica, como higienização incorreta das mãos,
de micobactérias de crescimento rápido mais frequente- paramentação inadequada da equipe e esterilização inefe-
mente identificadas no surto foram M. massiliense, M. abs- tiva do material que será utilizado.
cessus, M. fortuitum e M. chelonae. Na suspeita de infecção, a investigação diagnóstica deve
A análise dos fatores relacionados ao surto levou a uma acontecer da mesma forma que nos casos sem cirurgia prévia,
nova Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência com exames laboratoriais e análise do líquido sinovial. O
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), no 8 de 2009, Staphylococcus aureus também é a bactéria mais prevalente
com o objetivo de conter o surto através de mudanças no nesse tipo de infecção, seguido pelo S. epidermidis.
processo de desinfecção dos aparelhos proibindo a imersão O tratamento deve ser realizado com drenagem articular
em saneantes, uso de ciclo FLASH das autoclaves rotinei- e antibioticoterapia empírica, com base nas bactérias mais
ramente, bem como alterações nos fluxos dos materiais prevalentes de acordo com a flora de cada hospital, e depois
consignados, seu preparo e esterilização. guiada pelo antibiograma. Em algumas situações, devido à
Com essas medidas, houve redução significativa do ocorrência de sinovite intensa e presença de grumos, são
número de casos em todo o país. necessários mais de um procedimento para limpeza da
O tratamento varia de acordo com a espécie, já que os articulação.
testes de sensibilidade são de difícil interpretação pela falta
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em relação ao outro, embora em nosso meio o tratamento Clerc O, Prod’hom G, Greub G, Zanetti G, Senn L. Adult native septic
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dade e recuperação mais rápida do que as drenagens abertas, Coakley G, Mathews C, Field M, Jones A, Kingsley G, Walker D, Phillips
porém em situações como falha da drenagem artroscópica, M, Bradish C, McLachlan A, Mohammed R, Weston V; British Society
destruição articular por doença preexistente ou osteomie- for Rheumatology Standards, Guidelines and Audit Working Group.
lite associada a drenagem aberta deve ser o procedimento BSR & BHPR, BOA, RCGP and BSAC guidelines for management of
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