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Sumário

Anamnese e exame físico


Prontuário e Prescrições
Interpretação de exames
Procedimentos
Suporte de vida
Obstetrícia
Pediatria
Cirurgia
Ambulatório
Dicas para se destacar
1. Ao abordar um paciente, cumprimente-o com um aperto de mão e apresente-se pelo nome e função.
2. Converse com o paciente olhando nos olhos e sempre peça licença antes de examiná-lo, mantendo-o informado do
que irá fazer.
3. Anote e chame o paciente e acompanhantes pelo nome.
4. Construa uma relação de parceria com seu paciente e mantenha-o sempre informado sobre o estado de saúde e
tratamento.
5. Seja empático com o paciente expressando que compreende os sentimentos dele (frustração, raiva, medo, ansiedade
etc.).
6. Informe-se sobre os hobbies do paciente dentro e fora do hospital (Ex.: livros, filmes e músicas que vocês gostam em
comum).
7. Estude sobre a doença e o tratamento de seus pacientes.
8. Anote as pendências e os principais pontos do tratamento do seu paciente e corra atrás deles certificando-se que tudo
será feito o mais rápido possível.
9. Pondere a situação social do seu paciente ao tomar suas condutas.
10. Não utilize celular na presença do paciente.
11. Ao apresentar o caso para colegas/professores na presença do paciente, apresente-os a ele e tranquilize-o informando
que vão conversar usando termos médicos e em seguida você explicará para ele numa linguagem acessível.
12. Desenvolva uma postura exemplar e cuide de sua autoimagem entre pacientes, colegas e amigos.
13. Jamais discuta com um colega em público. Em caso de discordância, converse em particular com a pessoa.
14. Busque feedbacks do seu trabalho e faça periodicamente uma autorreflexão do que poderia desempenhar de forma
mais eficiente no seu atendimento médico.
15. Inspire-se no que existe de melhor dentro e fora do Brasil. Jamais veja com naturalidade exemplos de descaso,
maltrato e falta de assistência. Nossos pacientes merecem o melhor. Quem se habitua ao errado, fará eternamente
errado.
ANAMNESE E EXAME FÍSICO
Anamnese

1. Identificação: nome; idade; sexo; cor; estado civil; profissão; naturalidade; residência; religião.
2. Queixa principal: motivo que trouxe o paciente ao médico nas palavras dele; evitar escrever “rótulos diagnósticos’’.
3. História da doença atual: começar com uma pergunta aberta e depois focar para obter: início; duração; frequência; fatores precipitantes; sintomas
associados; fatores de melhora e piora; episódios prévios; progressão dos sintomas; situação no momento atual.
4. História médica passada: antecedentes fisiológicos: história obstétrica; gestação e nascimento; desenvolvimento neuropsicomotor; imunizações;
desenvolvimento sexual; história menstrual; métodos contraceptivos; história sexual e hábitos fisiológicos. Investigar doenças preexistentes do
paciente, que existiam antes da doença atual que motivou a consulta médica. Antecedentes patológicos: doenças comuns da infância e da vida
adulta; alergias; cirurgias prévias; traumatismos; transfusões sanguíneas; internações hospitalares eletivas ou emergenciais.
5. Histórico familiar: doenças e mortalidade de pais, irmãos e tios. Se falecidos: qual a causa da morte e a idade? Questionar: enxaqueca, diabetes,
tuberculose, hipertensão, câncer, doenças alérgicas, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, dislipidemias, úlceras pépticas e varizes.
Caráter hereditário ➡ Hemofilia, anemia falciforme, rins policísticos. Doenças mentais; sintomas em familiares também presentes na queixa atual do
paciente.
6. Histórico social: alimentação; habitação; ocupação atual e anterior; atividades físicas; condições socioeconômicas; condições culturais; vida
conjugal e familiar.
7. Medicações: nome, dose, frequência, duração, motivo, assiduidade à prescrição e disponibilidade para obtê-la.
8. Tabaco/Álcool/Drogas: tipo, quantidade, frequência, duração, reações e tratamento.
9. Revisão dos Sistemas:

Geral: febre; astenia; alterações do peso; sudorese; calafrios; cãibras.


Pele: alterações na pele, cabelo, unhas, coceiras, dor, nódulos; rashes.
Crânio/Face: dor; alterações dos movimentos; tumorações; pulsações anormais.
Olhos: dor ocular e cefaleia; sensação de corpo estranho; queimação ou ardência; lacrimejamento; sensação de olho seco;
xantopsia, iantopsia, cloropsia; diminuição ou perda da visão; diplopia; fotofobia; nistagmo; escotomas; secreção; alucinações
visuais.
Ouvidos: dor; otorragia; acuidade auditiva; zumbidos; vertigem.
Nariz e Cavidades paranasais: dor; espirros; obstrução nasal; epistaxe; dispneia; diminuição/aumento/alteração do olfato;
cacosmia; parosmia; alterações da fonação.
Boca, garganta e pescoço: sialose; halitose; dor; dor de garganta; disfagia; tosse; pigarro; alterações da voz; sangramento;
inchaço.
Parede torácica: dor; alterações no formato do tórax; dispneia.
Mamas: dor; nodulações; secreção mamilar.
Traqueia, Brônquios, Pulmões e Pleuras: dor; tosse; expectoração; hemoptise; vômica; dispneia; chieira; cornagem.
Diafragma e Mediastino: dor; soluço; dispneia.
Coração e grandes vasos: dor; palpitações; dispneia; tosse e expectoração; chieira; hemoptise; desmaio; alterações do
sono; cianose; edema; astenia.
Gastrointestinal: apetite; dor abdominal; náusea; vômito; indigestão; disfagia; icterícia; alterações nas fezes (frequência
aumentada/diminuída, consistência, cheiro, coloração, sangramento, muco).
Genitália feminina: alterações menstruais (frequência, duração, dor, intensidade do sangramento); prurido; fogacho;
complicações em gestações anteriores; abortos; menarca; data da última menstruação; método contraceptivo;
Genitália masculina: dor no pênis; dor e massas testiculares; hérnias.
Urinário: frequência; urgência urinária; poliúria; disúria; hematúria; noctúria; incontinência; cálculos renais; infecções.
Vascular: edema em pernas; claudicação; varizes; tromboses; embolias.
Musculoesquelético: fraqueza muscular; dor; inchaço nas articulações; limitação de movimento; instabilidade; hiperemia;
artrite; gota.
Neurológico: perda de sensibilidade; choques; tremores; fraqueza; paralisia; desmaio; convulsões.
Hematológico: anemia; sangramentos; petéquias; púrpuras; transfusões.
Endócrino: intolerância ao frio ou calor; sudorese; poliúria; polidipsia; polifagia.
Psiquiátricos: alterações de humor; ansiedade; depressão; tensão; alterações na memória.
Exame Físico
1. Ectoscopia: Estado geral e nutricional (bom/mau/regular). Orientação do paciente ao tempo e espaço. Colaboração ao exame médico
(ativo/irresponsivo, colaborativo/não-colaborativo). Padrão respiratório (com/sem sinais de desconforto respiratório). Mucosas (palidez/corado;
hidratado/desidratado; cianótico/acianótico; ictérico/anictérico). Fácies atípica/típica.
2. Sinais vitais: Pressão arterial; frequência cardíaca; frequência respiratória; temperatura axilar; peso; altura; índice de massa corporal (IMC).
3. Pele, mucosas e anexos: Coloração (cianose, icterícia); distribuição de pelos; unhas; turgor; textura; temperatura; umidade da pele (ressecamento,
oleosidade, sudorese).
4. Cabeça

Crânio: tamanho; presença de lesões e cistos; características dos cabelos; pontos dolorosos; tumorações.
Face: inspeção: alterações na coloração e tumores; palpação: avaliar dor e sensitividade bilateral.
Olhos: inspecionar os globos oculares, córnea, esclerótica; tamanho pupilas e sua reação a luz; inspecionar e palpar as
pálpebras; verificar a acuidade visual;
Fossas nasais: inspecionar a forma, o tamanho e a presença de inflamações.
Ouvido: inspecionar externamente (alteração de pele, massas e secreção); palpar ouvido externo e mastoide avaliando
presença de dor; examinar canal auditivo e membrana timpânica com otoscópio; avaliar audição com testes de Rinne e Weber
(diapasão).
Boca: inspecionar mucosa, dentes, úvula, amígdalas, língua (em cima, embaixo e lateral). Obs.: inspecionar com luz,
solicitando para abrir a boca, colocar a língua pra fora, falar “ahhh” e elevar a língua.

5. Pescoço

Inspeção: desvios de traqueia; contratura muscular.


Palpação: glândula tireoide (consistência e nodulações); linfonodos.

6. Cardiovascular

Manifestações comuns das doenças cardiovasculares: dispneia; fadiga; precordialgia; palpitações; desmaio; edema;
cianose. Importante avaliar: sinais vitais; nível de consciência; perfusão periférica; coloração das extremidades; estase de
jugular; edema; ascite.
Inspeção/palpação: localizar Ictus cordis (normal: 5º Espaço intercostal esquerdo na linha médio-clavicular. Cardiomegalias:
deslocado para baixo e para esquerda próximo à linha axilar). Buscar frêmitos, pulsações epigástrica, supraesternal e jugular.
Palpar pulsos.Obs.: pulso parvus tardus: baixa amplitude (estenose de valva aórtica); pulso em martelo d’água: grande
amplitude (insuficiência de valva aórtica).
Ausculta

Foco aórtico: 2º EIC direito na linha paraesternal direita.


Foco pulmonar: 2º EIC esquerdo na linha paraesternal esquerda.
Foco tricúspide: 4º ou 5º EIC esquerdo na linha paraesternal esquerda.
Foco mitral: 5º EIC esquerdo na linha hemiclavicular esquerda.

Bulhas cardíacas

B1: fechamento das valvas tricúspides e mitral (“TUM’’).


B2: fechamento das valvas pulmonar e aórtica (“TA’’).
B3: início da diástole; som auscultado imediatamente depois de B2.
B4: final da diástole; som de ‘’galope’’ auscultado imediatamente antes de B1.

B1 B2 B1 B2
Tum Ta Tum Ta

B1 B2 B3 B1 B2 B3
Tum Ta Tu Tum Ta Tu

B4 B1 B2 B4 B1 B2
Tu Tum Ta Tu Tum Ta

Sopros

Sistólico: estenose aórtica ou insuficiência mitral/tricúspide.


Diastólico: insuficiência aórtica ou estenose mitral/tricúspide.

Radiação do sopro

Axila: insuficiência de valva mitral.


Carótida: estenose de valva aórtica.

7. Respiratório

Inspeção: comparar ambos os lados do tórax analisando a forma (tórax em tonel, funil, peito de pombo (pectus carinatum) e
cifoescoliose torácica), tiragem intercostal e respiração paradoxal; determinar frequência e ritmo respiratório.
Palpação: traqueia: massas e desvios; tórax: amplitude dos movimentos.
Percussão: som claro pulmonar/maciço/timpânico.
Ausculta: ruídos respiratórios: murmúrio vesicular (bem distribuído/reduzido em algum segmento); ruídos adventícios: roncos,
sibilos, cornagem, atrito pleural e sons crepitantes.

Pontos de Ausculta

Alterações Semiológicas

Murmúrio Frêmito Percussão Desvio de traqueia

Derrame pleural ⬇ ⬇ Maciço Para longe (se grande)

Atelectasia ⬇ ⬇ Maciço Para perto

Pneumotórax simples ⬇ ⬇ Hipertimpânico -

Pneumotórax hipertensivo ⬇ ⬇ Hipertimpânico Para longe

Consolidação ⬇ ⬇ Maciço -

8. Abdominal

Inspeção: forma (plano/globoso), cicatrizes, circulação colateral, estrias, varizes, pulsação, abaulamentos e hematomas
(Gray-Turner: flancos; Cullen: periumbilical).
Ausculta: ruídos hidroaéreos (presente/ausente/aumentado); sopros em focos arteriais (artéria aorta e renal).
Percussão: timpânico/submaciço/maciço; delimitação da macicez hepática.
Palpação: indolor/doloroso à palpação superficial e profunda; presença/ausência de visceromegalias; presença/ausência de
massas palpáveis; espaço de Traube livre (baço); ascite (sinal do piparote positivo/negativo); fígado (tamanho, superfície
(lisa/irregular), borda (fina/cortante/romba) consistência (mole/endurecida). Obs.: inicie a palpação pelo ponto mais distante da
dor referida pelo paciente.
Manobras e sinais

Murphy: tosse ou inspiração profunda durante palpação do quadrante superior direito ➡ Dor e
interrupção da inspiração (colecistite).
Blumberg: palpação do quadrante inferior direito no ponto de McBurney ➡ Dor durante a
descompressão (apendicite).
Rovsing: palpação do quadrante inferior esquerdo ➡ Dor referida em quadrante inferior direito
(apendicite).
Obturador: rotação interna da perna direita com o joelho flexionado. ➡ Dor referida em quadrante
inferior direito (apendicite).
Giordano: punho percussão lombar ➡ dor (pielonefrite).

Regiões do abdome:

1. Hipocôndrio esquerdo.
2. Flanco direito.
3. Mesogástrio.
4. Flanco esquerdo.
5. Fossa ilíaca direita.
6. Hipogástrio.
7. Fossa ilíaca esquerda.
8. Hipogástrio.
9. Fossa ilíaca esquerda.

10. Geniturinário

Genitália masculina

Inspeção: rash, úlcera, cicatriz, nódulo, induração, descarga, massa escrotal, hérnias, varicocele.
Palpação: bolsa escrotal (avaliar os testículos, tumorações, herniações e dor) e pênis (descarga
uretral e avaliação de fimose).

Genitália feminina

Inspeção: genitália externa, mucosa vaginal e cérvix; inspecionar presença de inflamação, descarga,
sangramento, vesículas, úlceras, secreções, nódulos e massas.
Exame especular: colo uterino.
Mamas: inspeção de alterações de pele, simetria, edemas, massas, descargas pilares. Palpar
gânglios supra e infraclaviculares.

11. Reto e ânus

Inspeção: integridade da pele, edema, ulcerações, hemorroidas, abcessos, fissuras e prolapsos.


Palpação: analisar o tônus do esfíncter, consistência da próstata, massas, presença de sangue nas fezes.

12. Músculo esquelético

Inspeção: simetria da coluna, pélvis, MMSS, MMII (comparar os 2 lados). Exame da marcha. Avaliar articulações (cor, edema
e mobilidade).
Palpação: força muscular.
Buscar por: atrofia muscular, fraqueza, redução da amplitude de movimento das articulações, instabilidade, hiperemia,
edema, desvio de coluna (cifose, lordose e escoliose) e alterações de marcha.

13. Vascular

Inspeção: edema (inchaço), empastamento (enrijecimento), varizes, turgência de jugular, ausência de pelos, hipercromias,
dermatite ocre, palidez, cianose.
Ausculta: sopros carotídeos e abdominal.
Palpação: massa abdominal pulsátil (aneurisma de aorta) e pulsos (normal (+++/3); diminuído (+/3); hiperpulsátil (++++/3).
Pulso central: carotídeo; pulsos periféricos: MMSS: axilar, braquial, radial e ulnar; MMII: femoral, poplíteo, tibial posterior e
pedioso.

14. Sistema neurológico

Status mental

Concentração: “soletre ‘MUNDO’ ao contrário”


Orientação: “qual seu nome? Que cidade estamos? Que dia é hoje?”
Memória recente: “repita comigo: vaso, carro e tijolo”. Prossiga com a consulta por 1 min e averigue
se o paciente ainda lembra o nome dos 3 objetos.
Memória pregressa: “Qual o nome dos últimos 3 presidentes do Brasil?”
Julgamento: “se essa sala estivesse pegando fogo, o que você faria?”

Nervos cranianos

I (olfato): identificar aroma em tubos de ensaio (café, cravo, etc.).


II (visão): avaliar 4 campos visuais (sup. e inf. direito; sup. e inf. esquerdo).
III, IV, VI (movimento dos olhos): pedir para seguir seu dedo com os olhos. Começar do centro e
mover para a direita em cima e em baixo, depois esquerda em cima e em baixo (formando um “H”).
V (sensação facial e mastigação): tocar bilateralmente a testa, a maxila e mandíbula perguntando
para o paciente se sente igualmente no lado esquerdo e direito.
VII (expressão facial): pedir o paciente pra sorrir, elevar sobrancelhas e fechar os olhos.
VIII (audição): testar capacidade do paciente de ouvir você esfregando seus dedos perto do ouvido
dele; teste de Rinne e Weber (diapasão);
IX, X (deglutição): pedir para engolir a saliva.
XI (nervo acessório): colocar a mão no ombro do paciente exercendo força para baixo e pedir para
ele elevar os ombros.
XII (hipoglosso): pedir para colocar a língua fora da boca.

Motricidade

Movimentos passivos: feitos por você no paciente; movimentos ativos: feitos pelo paciente. Flexão
e extensão dos MMSS (ombros, cotovelos, punhos) e MMII (joelho, calcanhar).
Mão: peça para afastar os dedos e fechar o polegar.
Graduação da força: (0) ausência de contração; (1) contração sem movimento; (2) movimenta contra
a gravidade; (3) movimenta contra a resistência do examinador com 1 dedo; (4) movimenta contra a
resistência do examinador com 2 dedos; (5) força muscular intacta.

Reflexos osteotendinosos
Testar: bicipital (C5-C6); braquiorradial (C5-C6-C7); tricipital (C7-C8); patelar (L3-L4); aquileu (S1-S2). Classificação utilizada:
0: abolido;
1: hipoativo;
2: normal;
3: hiper-reflexia;
4: hiperreflexia com clônus.
Sensitividade
Dolorosa (alfinete), tátil (algodão), térmica (algodão molhado no éter ou no álcool; tubo de ensaio quente e frio), vibratória
(diapasão) e proprioceptiva.
Cerebelo (equilíbrio e coordenação)
Avaliar a marcha; teste dedo-nariz (movimentos alternados lentos/rápidos com olhos abertos/fechados);
Coluna dorsal
Teste de Romberg (avaliar equilíbrio do paciente em pé com pernas unidas, braços/mãos juntos ao corpo e olhos fechados).
Propriocepção (posição articular)
Mostrar ao paciente a posição do dedo polegar do pé voltado para cima e para baixo; pedir para fechar os olhos; movimentar
o dedo para cima e para baixo aleatoriamente; perguntar qual o posicionamento do dedo.
Sinais de irritação meníngea

Rigidez de pescoço;
Kernig: paciente em decúbito dorsal com quadril e joelho flexionado; realizar manobra de extensão do
joelho ➡ dor referida em porção posterior da coxa.
Brudzinski: paciente em decúbito dorsal; realizar flexão do pescoço ➡ flexão involuntária do quadril e
joelhos.

15. Linfonodos:

Normal Infecção Maligno

Duro ou
Consistência Macio Macio
emborrachado

Doloroso a palpação Não Sim Não

Tamanho < 1cm > 1cm > 2cm

Mobilidade Móvel Móvel/fixo Fixo

Região Generalizado ou
Localização Localizado
inflamada supraclavicular

Valores de normalidade dos sinais vitais

Frequência cardíaca

Bebês 100-170

Crianças de 2 a 10 anos 70-120

Crianças > 10 anos e adultos 60-100

Frequência respiratória

0 anos 30-40

1-2 anos 25-30

2-8 anos 20-25

8-12 anos 18-20

Adultos 14-18
PRONTUÁRIO E PRESCRIÇÕES
Prontuário SOAP
(S) Subjetivo: queixas e outras informações fornecidas pelos pacientes, parentes ou acompanhantes.
(O) Objetivo: exame físico e os achados de exames complementares.
(A) Avaliação: conclusões sobre a situação do paciente, os pensamentos relativos ao diagnóstico e a resposta ao tratamento, tomando por base os achados
subjetivos e objetivos.
(P) Planos: exames a serem solicitados visando o diagnóstico, as razões para inclusão, modificação de doses ou retirada de itens da terapêutica e as informações
prestadas aos pacientes e familiares visando orientação e educação.

Roteiro de prescrição médica

Ordem dos itens listados na prescrição médica hospitalar:

16. Dieta
17. Hidratação (soro)
18. Medicações endovenosas
19. Medicações orais
20. Cuidados gerais
21. Observações específicas

Para lembrar: “como eu DEVO prescrever?”


(D) Dieta
(E) Endovenosos
(V) Via oral
(O) Outros cuidados e observações

Como prescrever medicamentos


D D VI - Droga, Dose, Via de administração e Intervalo.
Ex.: Dipirona, 500mg, VO, 6/6h.

FASTHUG - Paciente na UTI

(F) “Feeding” (alimentação);


(A) Analgesia;
(S) Sedação;
(T) Trombose (profilaxia de trombose venosa);
(H) “Head elevated” (manter repouso com decúbito elevado);
(U) Úlcera (profilaxia de úlcera de estresse);
(G) “Glucose control” (controlar hiper/hipoglicemia).

Precauções de Isolamento

Varicela, Zóster Exantema vesicular


disseminado*

Rubéola, Exantema maculopapular com febre e


Sarampo coriza

Tuberculose Tosse, febre, infiltrado pulmonar em


paciente com HIV
• Lavagem das mãos
• Quarto privativo Febre
Aerossóis
• Máscara N95 para profissionais de saúde Mialgia
SARS, ou gripe
• Máscara convencional para paciente durante transportes aviaria Anosmia
Disgeusia

Febre
Mialgia
COVID-19
Anosmia
Disgeusia

• Lavagem das mãos Doença


meningocócica Meningite, exantema com petéquias e febre.
Gotículas • Quarto privativo
• Uso de máscaras convencionais (profissional de saúde e paciente em
transporte) Coqueluche Tosse persistente paroxística ou severa

Contato • Lavagem das mãos Vírus / bactérias Diarreia infecciosa aguda em pacientes
entéricas incontinentes ou usando fralda
• Uso de luva e avental
• Quarto privativo ou distanciamento de leitos de pelo menos 1 metro
• Equipamentos de avaliação clínica (termômetro, estetoscópio, etc.) de uso
exclusivo do paciente e higienizadosPrecauções
após o uso. de Isolamento
* Varicela, Zóster requer dois tipos de isolamento.
** Clostridium difficille requer lavagem das mãos com água e sabão. Clostridium Diarreia de adulto com história de uso
difficille** recente de antibiótico

Varicela, Zóster
Exantema vesicular
disseminado*

Vírus Sincicial
Infecção respiratória em lactentes e
Respiratório ou crianças jovens
Parainfluenza

Bactéria Colonização/ infecção por bactéria


multirresistente
multirresistente
• Abscessos ou feridas com drenagem

Antimicrobianos

Medicamento Apresentação Posologia

Amoxicilina Caps VO 500mg 500mg de 8/8h

Penicilina G Framp IM 600.000 / 1.200.000UI dose única (Streptococcus grupo A); 2.400.000UI dose única (sífilis primária)
Benzatina 1.200.000

Moxifloxacino Comp 400mg 400mg 1x/dia


VO

Moxifloxacino Sol EV 400mg / 250mL 400mg 1x/dia

Levofloxacino Comp 500mg / 750mg 500 a 750mg 1x/dia


VO

Ciprofloxacino Comp 500mg 250 a 500mg de12/12h (ITR); 250mg 1x/dia ou de 12/12h (ITU não complicada); 250 a 500mg de 12/12h (ITU
VO complicada)

Framp Ataque de 1200mg de 12/12h +


Teicoplanina 200mg / 400mg
EV manutenção de 400mg 1x/dia

Gentamicina Amp EV 80mg 3mg/kg/dia divididas em 3 tomadas

15mg/kg 1x/dia ou 7,5mg/kg de


Amicacina Amp EV 100mg / 500mg
12/12h ou 5mg/kg de 8/8h

Linezolida Sol EV 600mg / 300mL 600mg de 12/12h

Piperacilina +
Amp EV 2,25g / 4,5g 4,5g de 8/8h ou de 6/6h
Tazobactam

Ceftriaxona Fr amp 1g 1g de 12/12h


EV

Fr amp 1g de 12/12h (infecções leves a


Cefepima 1g / 2g
EV moderadas); 2g de 12/12h (infecções graves)

Ceftazidima Fr amp 1g 1 a 2g de 12/12h ou de8/8h


EV

Ampicilina Caps VO 500mg 500mg de 6/6h

Oxacilina Fr amp 500mg 250 a 500mg de6/6 ou de 4/4h (infecções leves); 1g de6/6 ou de 4/4h (infecções graves)
EV

Meropenem Fr amp 500mg /1g 500mg a 1g de 8/8h; 2g de 8/8h (meningite/fibrose cística)


EV

Azitromicina Comp 500mg 500mg 1x/dia


VO

Azitromicina Fr amp 500mg 500mg 1x/dia


EV

Eritromicina Comp 500mg 500mg de 12/12h


VO

Metronidazol Comp 250mg / 400mg 250mg de 8/8h (giardíase); 500mg de 6/6h (amebíase); 400mgde 8/8h (anaeróbios)
VO
Medicamento Apresentação Posologia

Metronidazol Sol EV 500mg / 100mL 500mg de 8/8h

Daptomicina Fr amp 500mg 4 a 6mg/kg de peso 1x/dia


EV

Cefalotina Fr amp 1g 2g de 6/6h


EV

Cefazolina Fr amp 1g 1g de 12/12h


EV

Cefalexina Caps VO 500mg 500mg de 12/12h

Ceftarolina Fr amp 600mg 600mg de 12/12h


EV

Vancomicina Fr amp 500mg 500mg de 6/6h


EV

Ampicilina Fr amp 1,5g / 3g 1,5 a 3gde 8/8h ou de 6/6h


+Sulbactam EV

Amoxicilina+ Comp
625mg / 1g 625mg de 8/8h ou 1g de 12/12h
Clavulanato VO

Penicilina V Comp 500.000 UI 500.000UI de8/8h ou de6/6h


VO

Fr amp 1.000.000 /
Penicilina Cristalina Varia de acordo com a infecção
EV 5.000.000UI

Penicilina G Fr amp 400.000UI 600.000 a 1.200.000UI por dia


Procaína EV

Anti-hipertensivos

Medicamento Apresentação Posologia

Losartana Comp VO 50 / 100mg 50 a 100mg 1x/dia

Valsartana Comp VO 80 / 160 / 320mg 80 a 320mg 1x/dia

Olmesartana Comp VO 20 / 40mg 20 a 40mg 1x/dia

Captopril Comp VO 12,5 / 25 / 50mg 25 a 50mgde 12/12h

Enalapril Comp VO 5 / 10 / 20mg 10 a 20mg 1x/dia

Ramipril Comp VO 2,5 / 5mg 2,5 a 5mg 1x/dia

Espironolactona Comp VO 25 / 50mg 25 a 50mg 1x/dia ou de 12/12h

Furosemida Comp VO 40mg 20 a 40mg 1x/dia ou de 12/12h

Hidroclorotiazida Comp VO 25 / 50mg 25 a 50mg 1x/dia ou de 12/12h

Indapamida Comp VO 1,5 / 2,5mg 1,5 a 2,5mg 1x/dia

Clortalidona Comp VO 12,5 / 25 / 50mg 12,5 a 50mg 1x/dia

Metoprolol Comp VO 25 / 50 / 100mg 25 a 200mg 1x/dia

Carvedilol Comp VO 3,125 / 6,25 / 12,5mg 12,5 a 25mg 1x/dia ou de 12/12h

Bisoprolol Comp VO 1,25 / 2,5 / 5 / 10mg 5 a 10mg 1x/dia

Nebivolol Comp VO 5mg 5mg 1x/dia

Pindolol Comp VO 5 / 10mg 5 a 10mg de 12/12h ou de 8/8h

Clonidina Comp VO 100 / 150 / 200mcg 100 a 200mcg de 12/12h ou de 8/8h

Isossorbida Comp VO 10 / 20 / 40mg 10 a 40mgde 12/12h ou de8/8h

Hidralazina Comp VO 25 / 50mg 25 a 50mgde 12/12h


Medicamento Apresentação Posologia

Anlodipino Comp VO 5 / 10mg 5 a 10mg 1x/dia

Nifedipino Caps VO 10 / 20mg 10 a 20mgde 8/8h

Metildopa Comp VO 250 / 500mg 250 a 500mg de 12/12h ou de 8/8h

Antiácidos

Medicamento Apresentação Posologia

Hidróxido de Mg Susp VO 85,5mg/mL 5 a 15mL (até 45mL / dia)

Hidróxido de Al Susp VO 61,5mg/mL 10 a 20mL de 4/4h ou de 2/2h

Ranitidina Comp VO 150 / 300mg 150 a 300mg de12/12h

Omeprazol Caps VO 20 / 40mg 20 a 40mg 1x/dia

Pantoprazol Comp VO 20 / 40mg 20 a 40mg 1x/dia

Esomeprazol Comp VO 20 / 40mg 20 a 40mg 1x/dia

Antieméticos

Medicamento Apresentação Posologia

Metoclopramida Comp VO 10mg 10mg de 8/8h

Bromoprida Comp VO 10mg 10mg de 8/8h

Dimenidrinato Comp VO 100mg 100mg de 8/8h a 6/6h

Ondansetrona Comp VO 4 / 8mg 4 a 8mg de 8/8h

Anti-histamínicos

Medicamento Apresentação Posologia

Prometazina Comp VO 25mg 25mg de 12/12h, 8/8h ou 6/6h

Fexofenadina Comp VO 60 / 120 / 180mg 60mg de 12/12h; 120 a 180mg 1x/dia

Dexclorfeniramina Comp VO 2mg 2mg de 8/8h ou de 6/6h

Ebastina Comp VO 10mg 10 a 20mg 1x/dia

Analgésicos

Medicamento Apresentação Posologia

Dipirona Comp VO 500mg / 1g 500 a 1000mga cada 4/6h

Paracetamol Comp VO 500mg / 750mg 500 a 1000mga cada 4/6h

Diclofenaco Comp VO 50mg 50 a 100mg a cada 6/8h

Nimesulida Comp VO 100mg 50 a 100mg a cada 12h

Codeína Comp VO 30mg 15 a 60 mg a cada 4/6h

Tramadol Comp VO 50/100mg 50 a 100mg a cada 4/6h

Tipos de receita médica

Amarela (A1, A2 e A3): medicamentos opioides e anfetaminas. Impressas e fornecidas ao médico pela vigilância sanitária.
Azul (B1 e B2): medicamentos psicotrópicos. Drogas inibidoras do apetite, sedativos diazepínicos e barbitúricos.
Branca (C1, C2, C3, C4, C5): medicamentos antibióticos, anticonvulsivantes não barbitúricos e não sedativos, antidepressivos, antipsicóticos,
antiparkinsonianos.
Programa farmácia popular: alguns medicamentos para hipertensão, diabetes, asma, anticoncepção, osteoporose e Parkinson. Disponíveis
gratuitamente ou com copagamento nas farmácias conveniadas à rede do Programa Saúde Não tem Preço.

Declaração de óbito
Parte I: o médico deve declarar a causa básica do óbito em último lugar (parte I - linha d), estabelecendo uma sequência, de baixo para cima, até a
causa terminal ou imediata (parte I - linha a);
Parte II: declarar outras condições mórbidas preexistentes e sem relação direta com a morte (que não entraram na sequência causal declarada na
parte I);
Obs.: causa básica da morte e a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte, ou as
circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal;
Anote apenas um diagnóstico por linha;
Ao lado de cada causa, preencha a duração de tempo aproximado da doença (do diagnóstico até a morte).

Exemplo preenchido

Principais abreviaturas
ABD: abdome
ACM: a critério médico
BEG: bom estado geral
BPM: batimentos por minuto
BRNF em 2T: bulhas rítmicas normofonéticas em 2 tempos
Bx: biópsia
CA: câncer
CCIH: comissão de controle de infecção hospitalar
CD: conduta
DEA: desfibrilador externo automático
CH: concentrado de hemácias
DIH: dia de internação hospitalar
DM: diabetes mellitus
DUM: data da última menstruação
DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica
EF: exame físico
FAB: ferimento por arma branca
FAF: ferimento por arma de fogo
FAV: fístula arteriovenosa
FC: frequência cardíaca
FCC: ferimento corto-contuso
FR: frequência respiratória
Fx: fratura
GI: gastrointestinal
HAS: hipertensão arterial sistêmica
HD: hipótese diagnóstica
HDA: hemorragia digestiva alta
HDB: hemorragia digestiva baixa
HMC: hemocultura
IAM: infarto agudo do miocárdio
ID: intradérmica
IG: idade gestacional
IM: intramuscular
IN: intranasal
IOT: intubação orotraqueal
LCR: líquido cefalorraquidiano
LOTE: lúcido, orientado no tempo e espaço
MMSS: membros superiores
MMII: membros inferiores
MSD: membro superior direito
MVBD: murmúrio vesicular bem distribuído
NBZ: nebulização
NDN: nada digno de nota
NPT: nutrição parenteral total R
NM: ressonância magnética
PA: pressão arterial
PA: panículo adiposo
PAF: perfuração por arma de fogo
PAM: pressão arterial média
PCR: parada cardiorrespiratória
PCR: proteína C Reativa
PEG: péssimo estado geral
PIC: pressão intracraniana
PS: pronto-socorro
PO: pós-operatório
POI: pós-operatório imediato
POT: pós-operatório tardio
PVC: pressão venosa central
RA: ruídos adventícios
RCP: ressuscitação cardiopulmonar
RHA: ruídos hidroaéreos
RX: radiografia
SC: subcutânea
SF: solução fisiológica
SG: solução glicosada
SIC: segundo informações coletadas
SL: sublingual
SNC: sistema nervoso central
SNE: sonda nasoenteral
SNG: sonda nasogástrica
SSVV: sinais vitais
SO: sala operatória
SVA: sonda vesical de alívio
SVD: sonda vesical de demora
Tbg: tabagista
TC: tomografia computadorizada
TCE: traumatismo cranioencefálico
TEP: tromboembolismo pulmonar
TVP: trombose venosa profunda
TQM: traqueostomia
Tx: transplante
TTRN: taquipneia transitória do recém nascido
VAS: vias aéreas superiores
VE: ventilação espontânea
VMG: visceromegalia
VO: via oral
VR: via retal
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
Eletrocardiograma

1. Frequência (analisar DII longo)


1500 ÷ Nº de milímetros entre dois QRS.

2. Ritmo
Onda P positiva precedendo QRS em D1, D2 e AVF?
Sim ➡ Sinusal

3. Onda P (despolarização atrial)


Analisar V1 e DII;
Largura <3 mm / Altura <2,5 mm;
Sobrecarga atrial esquerda - Índice de Morris
Fase negativa em V1 superior a 1 quadradinho de duração e amplitude.

4. Intervalo PR (início da onda P até início do QRS)


Normal: 0,12-0,20ms (3-5mm);
BAV 1º grau: alargamento do PR rítmico >5mm;
BAV 2º grau mobitz 1: alargamento gradual de PR até ciclo sem QRS;
BAV 2º grau – mobitz 2: ausência de alargamento gradual com presença alguns ciclos sem QRS;
BAV 3º grau ou total: dissociação entre onda P e complexo QRS (onda P entrando e saindo do QRS).

5. QRS (despolarização ventricular)


Eixo (aplicar rosa dos ventos)
1º passo: D1 no ECG é positivo ou negativo?
2º passo: AVF no ECG é positivo ou negativo?
3º passo: qual a derivação (periféricas) isodifásica.

Onda Q patológica (zona eletricamente inativa)


Critério: largura > 1mm ou > 1/3 do QRS *em 2 derivações contíguas.

Bloqueio de ramo (QRS>120 ms ou 3mm)


BRdireito: avaliar morfologia específica (onda S empastada em D1, AVL, V5 e V6 e presença de RsR’ em V1 com R’
espessado);
BResquerdo: avaliar morfologia específica (ausência de onda Q e ondas R alargadas com entalhes médio-terminais
D1, AVL, V5 e V6).

Sobrecarga ventricular direita


Amplitude (altura) R de V1> 5mm (sem BRD).

Sobrecarga ventricular esquerda


Sokolow-lyon: SV1 + RV5 ou RV6 (normal: <35mm ou <40 em homens jovens);
Cornell: RaVL + SV3 (normal: <20 mulheres e <28 homens).

6. Seguimento ST (comparar com nível do segmento PR)


Supra: aclive >1 mm / Infra: declive > 1 mm;
*em 2 derivações contíguas. Em V1 e V2 aceita-se até 2mm.

7. Onda T (repolarização ventricular)


Avaliar inversão: confirmada se presente em 2 derivações contíguas.
Obs.¹: derivações periféricas: D1, D2, D3, AVF, AVR e AVL.
Obs.²: BRE: não laudar supraST, infraST, inversão de T ou Solokow-lyon. BRD: não laudar sobrecarga de VD, InfraST e inversão de
onda T.

Padrões eletrocardiográficos

Taquicardia sinusal

Taquicardia nodal
Flutter atrial

Flutter ventricular

Fibrilação atrial

Fibrilação ventricular

Taquicardia ventricular

Infarto agudo do miocárdio

Derivação alterada Parede ventricular Artéria(s)

V1-V4 Anterior Descendente anterior

V1-V6, D1, aVL Anterior extenso Descendente anterior

D2, D3 e aVF Inferior Coronária direita ou circunflexa

V7 e V8 (ou infra de ST em parede anterior com imagem em espelho) Posterior Coronária direita ou circunflexa

V3R e V4R Ventrículo direito Coronária direita


D1 e aVL Lateral alto Circunflexa

Gasometria

1. Alcalose ou acidose?
Acidose: pH < 7,35
Alcalose: pH > 7,45

2. Origem (respiratória vs. metabólica)


Metabólica: distúrbio no bicarbonato (HCO3).
Acidose metabólica: HCO3 < 22 mEq/L
Alcalose metabólica: HCO3 > 26 mEq/L
Pulo do gato: bicarbonato deixa o sangue alcalino.
Respiratória: distúrbio na pressão parcial do CO2 no sangue (PaCO2). Acidose respiratória: PaCO2 > 45mmHg
Alcalose respiratória: PaCO2 < 35 mmHg
Pulo do gato: CO2 dissolvido no sangue gera H+, que acidifica o sangue.

3. Analisar se está ocorrendo compensação pulmonar


Aplique a fórmula:

Obs.: compensação imediata (pulmão): alteração da frequência respiratória para aumentar ou reduzir a quantidade de CO2 no sangue. Aumento da
frequência respiratória alcaliniza o sangue, reduzindo o CO2 dissolvido nele; compensação tardia (rim, após 48h): o rim controla a quantidade de H+ e
bicarbonato excretada na urina.
Possíveis situações:
Compensado: PaCO2 esperada = PaCO2 do paciente. Pulmão ventilando em concordância pra equilibrar o distúrbio;

Distúrbio misto:
PaCO2 esperada > PaCO2 do paciente: Algo está causando hiperventilação pulmonar ➡ acidose respiratória;
PaCO2 esperada < PaCO2 do paciente: Algo está causando hiperventilação pulmonar ➡ alcalose respiratória.

4. Identificar a causa do distúrbio gasométrico


Acidose metabólica
Calcule o ânion gap (diferença entre cátions (sódio) e ânions (bicarbonato e cloro) presentes no sangue.

Ânion gap normal (8-12): hiperalimentação; diarreia; acetazolamida; soro fisiológico 0,9%; espironolactona; doença de Addison; acidose
tubular renal.
Ânion gap aumentado (>12): metanol; uremia; cetoacidose diabética; etileno glicol; salicilatos (fase tardia); acidose láctica.

Acidose respiratória (hipoventilação)


Obstrução de vias aéreas; doença pulmonar aguda ou crônica; opioides; sedativos; fraqueza da musculatura respiratória.
Alcalose metabólica
Diuréticos de alça; vômitos; antiácidos; hiperaldosteronismo.
Alcalose respiratória (hiperventilação)
Histeria; hipoxemia; salicilato (fase inicial); tumores; embolia pulmonar.

“ABCDE” Radiografia de tórax


(A) Air ways (vias aéreas): traqueia (posição central? Desvio?) e brônquios.
(B) Breathing (respiração): parênquima pulmonar (infiltrado, cavidade, massa pulmonar? Trama vascular?); espaços pleurais (derrame pleural? Pneumotórax?).
(C) Coração: mediastino (ar ou líquido deslocando estruturas mediastinais? Sinal da silhueta?); grandes vasos.
(D) Diafragma: músculo diafragma (elevação do diafragma? Pneumoperitônio? Lesões esplênicas, pancreáticas, renais, hepáticas?); bolha gástrica.
(E) Esqueleto: clavículas; escápula; costelas; junção esternomanubrial e corpo do esterno.
(F) “Fat” (partes moles): enfisema subcutâneo; descontinuidade ou interrupção de planos teciduais.
(G) Drenos e cateteres: dispositivos de monitoração.

Sumário de urina
Unidade Formadora de Colônias (UFC): > 105UFC/mm³ ➡ infecção.

Nitrito

Presente: bactérias produtoras de nitrato redutase: E. coli, Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Citrobacter, Pseudomonas;
Ausente: bactérias não produtoras de nitrato reductase: Staphylococcus, Streptococcus, Haemophilus.

Esterase Leucocitária: presença de leucócitos na urina (piúria).

Proteinúria

1 + (30 mg/dL); 2 + (100 mg/dL)


3 + (300 mg/dL) 4 + (≥ 1g/dL).

Glicose

Presente: paciente com glicemia > 180mg/dL;


Ausente: glicemia < 180mg/dL.
Microscopia

Leucócitos: normal < 2-5 células/hpf. Acima disso, pensar em: infecção, inflamação ou contaminação;
Eritrócitos: normal <2 células/hpf. Hematúria microscópica se > 3 células/hpf em 2 ou 3 amostras urinárias.

Exames laboratoriais
Sangue:

Hemoglobina: 12-17g/dL
Hematócrito: 36-50%
VCM: 80-100 fL
HCM: 28-32 pg
CHCM: 32-35g/dL
RDW: 10-14%
Plaquetometria: 150-400 x 10³/mm³
Leucócitos totais: 5-11 x10³/mm³
Basófilos: 0-1%
Eosinófilos: 1-5%
Mielócitos: 0%
Metamielócitos: 0%
Bastões: 0%
Segmentados: 45-70%
Linfócitos: 20-45%
Monócitos: 4-10%
Sódio: 135-145 mEq/L
Potássio: 3,5-4,5 mEq/L
Cálcio: 8,5-10 mg/dL
Cálcio iônico: 2,24- 2,46 mmol/L
Fósforo: 2,5-4,3 mg/dL
Magnésio: 1,5-2,5 mg/dL
Cloro: 102-109 mmol/L
Bicarbonato: 22-26 mEq/L
pCO2: 25-45mmHg
pO2: >60mmHg
• pH: 7,35-7,45
Lactato: 0,5-1,6 mmol/L
Osmolaridade: 280-295mmol/L
Creatinina: <1,5mg/dL
Ureia: 10-50mg/dL
Amilase: 28-100U/L
Lipase: <60U/L
AST: 12-38U/L
ALT: 7-41U/L
Fosfatase Alcalina: 30 -120U/L
Gama-GT: 1-94U/L
Bilirrubinas totais: 0,3-1,3mg/dL
Bilirrubina direta: 0,1-0,4mg/dL
Bilirrubina indireta: 0,2-0,9mg/dL
Proteínas totais: 6,5-8,1g/dL
Albumina: 3,5-5,0g/dL
CK-MB: <25U/I
CK-MB massa: <3,6 ng/mL
Troponina: <0,5ng/mL
Mioglobina: <90mcg/L
Vitamina B12: 174- 878 pg/mL
Vitamina A: 360 - 1200 ug/L
Ferro sérico: 40- 160 ug/dL
Ferritina:
Mulheres: 6-159 mg/mL
Homens: 28- 397 mg/mL
Saturação de Oxigênio: 95- 100%
Ácido fólico: 3-17 mg/mL
Glicemia: 70-100 mg/dL
Triglicerídeos: <150 mg/dL
Colesterol total: < 200 mg/dL
HDL: >35 mg/dL
LDL: <130 mg/dL

Urina:

pH: 4,5-7,5
Glicose: nenhum
Proteína: nenhum
Leucócitos: <10.000 células/mL
Hemácias: <10.000 células/mL
Densidade: 1,005 a 1,030
Ácido úrico:
Mulheres: 3,5-7,2 mg/dL
Homens: 2,6-6,0 mg/dL
Cristais: 1-2 por campo
UFC: < 100.000 colônias

Função tireoidiana:

TSH: adulto: 0,5-5,0 mU/L


Tiroxina (T4): 0,7- 2,0 ng/dL
T4 livre:
Adulto: 5,4-11,5 mcg/dL
Criança: 6,4-13,3 mcg/dL
Triiodotironina (T3): 75- 200ng/dL

* Valores podem variar de acordo com o laboratório.


PROCEDIMENTOS
Acesso venoso periférico

Veias utilizadas para coleta no membro superior

Obs.: de preferência veias da extremidade superior, pois afetam menos a mobilidade e causam menos flebite.

Técnica

1. Posicionar o torniquete 8-10cm do local de punção. Pedir para paciente abrir e fechar a mão.
2. Selecionar e friccionar o local com antisséptico (Clorexidina 2% ou Álcool 70%).
3. Estabilizar a veia com a mão não dominante realizando uma tração da pele distalmente ao sítio escolhido.
4. Manusear o cateter com a mão dominante e bisel voltado para cima; avançar por 1 ou 2 mm. Angulação: 10-30º - veias superficiais; 30-45º - veias
profundas.
5. Estabilizar a agulha e avançar o cateter.
6. Retirar o torniquete.
7. Comprimir o cateter sobre a pele e remover a agulha. Acoplar seringa para fazer a coleta caso queira amostra sanguínea.
8. Acoplar equipo e observar perviedade através do gotejamento.
9. Fixar cateter e anotar data e horário.

Retirada: desacoplar o equipo, remover fita adesiva de fixação, retirar o cateter. Pressionar o local por 5 minutos. Posicionar algodão ou gaze no local e pedir para o
paciente segurar por mais 10 minutos, prevenindo formação de hematoma.

Acesso Venoso Central


Técnica

Posicione o paciente: trendelenburg; coxim no ombro; cabeça lateralizada.


Localize a região da punção: Veia Jugular Interna: ápice do triângulo das inserções do músculo esternocleidomastóideo; veia subclávia: ponto médio
do terço médio da clavícula.
Realize degermação da área; posicione os campos cirúrgicos; troque de luvas e coloque o avental cirúrgico.
Bloqueio anestésico na pele e subcutâneo do local da punção.
Direção da punção: veia jugular interna: inclinação de 30º em direção ao mamilo do lado puncionado; veia subclávia: pressionar com polegar o local
da punção e direcioná-la para o manúbrio esternal com indicador.
Efetuar aspiração contínua e leve até observar refluxo de sangue vermelho-escuro (venoso).
Desconectar a seringa ocluindo orifício externo da agulha com o polegar, evitando embolia gasosa.
Insira o fio guia pelo orifício da agulha.
Remova a agulha enquanto você segura o fio-guia no lugar.
Incisão com bisturi ao lado do fio guia (1 mm).
Aplique o dilatador, pelo fio-guia.
Insira o cateter.
Remova o fio-guia e acople o equipo.
Teste a perviedade do cateter.
Fixe o cateter na pele com 2 pontos de sutura simples.
Curativo oclusivo com gaze e esparadrapo.
Afastar possibilidade de pneumotórax: ausculte o pulmão e solicite radiografia de tórax.

Drenagem torácica

Técnica

Posicionar o paciente: decúbito dorsal, com o braço (ipsilateral ao hemitórax que será drenado) em abdução e cotovelo em flexão sob a cabeça.
Sítio de incisão: 5° EIC entre a linha axilar anterior e média.
Degermação e antissepsia do paciente.
Preparar o tubo com a fixação de uma pinça Rochester na porção inicial do dreno e a outra 4 cm distantes à última fenestração.
Anestesiar, com agulha a 90°, o periósteo das duas costelas imediatamente acima e abaixo do 5° EIC, além de planos musculares, subcutâneo e
pele.
Realizar incisão de 2-3 cm paralela ao espaço intercostal imediatamente acima da costela.
Divulsionar os tecidos, com uma pinça hemostática média curva, até alcançar a pleura parietal.
Perfurar a pleura com a pinça e realizar exploração digital.
Inserir o tubo com auxílio das pinças Rochester através da incisão na direção apico-superior (hemotórax) ou apico-anterior (pneumotórax).
Observar retorno de sangue ou condensação do dreno; conectar o tubo ao sistema de drenagem fechado; retirar a pinça que está a 4 cm da última
fenestração.
Fixação do dreno: ponto em U-horizontal + nó do cirurgião + três bailarinas + três seminós.
Cobrir o local com curativo oclusivo e solicitar radiografia de tórax.
IOT Assistida por drogas

Materiais: Laringoscópio testado + lâmina; cânula de intubação adequada (7,5-8 para mulheres, 8-9 para homens); material de aspiração; seringa de 20mL para
insuflar o cuff; fonte de oxigênio + AMBU/Ventilação mecânica; material de fixação da cânula; estetoscópio para checar a posição do tubo; drogas a serem usadas no
procedimento.

Técnica dos ”7Ps”

Preparação
Separar e testar os materiais que serão utilizados incluindo meio alternativo em caso de falha do procedimento; monitorização cardíaca e oximetria de
pulso; acesso venoso calibroso.
Pré-oxigenação
Oxigênio a 100% por 3-5 minutos através de máscara facial.
Pré-tratamento
Lidocaína (1,5 mg/kg) ou Fentanil (1-3 mcg/kg).
Paralisia com indução
Agentes indutores: Etomidato, Quetamina, Midazolam ou Propofol.
Bloqueadores neuromusculares: Succinilcolina ou Rocurônio.
Proteção e posicionamento
Hiperextensão da cabeça (se não houver risco); colocação do coxim na região occipital; realizar a pressão cricoide.
Posicionamento do tubo
Introduzir a lâmina do laringoscópio no lado direito da boca do paciente, deslocando a língua para a esquerda até que ela se insira na valécula.
Exposição da glote e visualização das cordas vocais e passagem do tubo endotraqueal. Conectar e insuflar dispositivo bolsa-máscara-balão para
observar se há expansão torácica simétrica. Auscultar o epigástrio, hemitórax esquerdo e direito. Capnografia e posterior radiografia de tórax deve ser
usados para confirmar o procedimento;
Pós-intubação
Fixação do tubo traqueal. Além disso, realizar oxigenação e manter monitorização.

Cricotireoidostomia por punção

Técnica

1. Paciente em decúbito dorsal com exposição do pescoço e extensão cervical (se não for politraumatizado).
2. Realizar a pré-oxigenação do paciente.
3. Degermação, antissepsia do paciente e colocação dos campos cirúrgicos.
4. Imobilizar a cartilagem tireoide com 1º e 3º dedos da mão não dominante deixando o 2º dedo livre para localizar a membrana cricotireóidea.
5. Com a mão dominante, inserir o jelco conectado à seringa, diretamente sobre a membrana cricotireóidea, em ângulo de 45° caudalmente, aplicando
pressão negativa na seringa (puxando o êmbolo), aspirando à medida que a agulha avança. Bolhas de ar, no soro, confirmam o espaço intratraqueal.

6. Avançar o cateter e retirar a agulha.


7. Conectar a um equipamento de ventilação positiva com oxigênio: pode-se ocluir o orifício do tubo de oxigênio com o polegar por 1 segundo e
liberando-o por 4 seg.
8. Avaliar a ventilação por movimentos torácicos, ausculta pulmonar e oximetria de pulso. Colocar capnógrafo, se possível.
9. Iniciar o estabelecimento de uma via aérea definitiva.

Cricotireoidostomia cirúrgica
Técnica

1. Palpar a chanfradura da tireoide, o espaço cricotireóideo e o manúbrio esternal para orientação.


2. Montar o equipamento necessário.
3. Preparar a área a ser operada e aplicar anestesia local se o doente estiver consciente.
4. Estabilizar a cartilagem tireoide com a mão esquerda e manter a estabilização até que a traqueia seja entubada.
5. Fazer a incisão transversal na pele sobre a membrana cricotireóidea e proceder a uma incisão transversal cuidadosa.
6. Local da incisão

7. Inserir uma pinça hemostática ou um afastador traqueal dentro da incisão e girá-lo 90 graus para abrir a via aérea;
8. Inserir um tubo endotraqueal ou um tubo de traqueostomia de tamanho apropriado, com balão, através da incisão da membrana cricotireóidea,
direcionando o tubo distalmente para dentro da traqueia;
9. Insuflar o balão e ventilar o paciente;
10. Observar as insuflações pulmonares e auscultar o tórax para verificar a ventilação;
11. Fixar o tubo endotraqueal.
SUPORTE DE VIDA
Suporte básico de vida

Passo 1: Avaliação
Responsividade + Pulso carotídeo + Respiração
(Simultaneamente)
Pedir ajuda
(carrinho parada + ajuda médica)

Passo 2: RCP
Ciclos de:
30 compressões (freq. 100-120/min – profundidade 5-6 cm)
Troca as funções a cada 5 ciclos ou 2 minutos

Uso do D.E.A.
Abrir / Ligar
Colar as pás
Ouvir o comando do D.E.A.
Durante a análise ➡ Afastar
Choque?

Sim Não
AFASTAR! Reiniciar RCP
Chocar! Nova análise após 2 min
Reiniciar RCP
Nova análise após 2 min

Passo 1 Passo 2 Passo 3

Suporte avançado de vida


Obs.: RCE, retorno de circulação espontânea.
Fonte: American Heart Association. Adult Cardiac Arrest Algorithm – 2018 Update.
RCP

Compressões fortes (5cm) e rápidas (≥ 100/min) com retorno completo do tórax.


Minimize interrupções das compressões.
Evite ventilação excessiva.
Rodízio de socorrista a cada 2min.
Relação compressão-ventilação 30:2 (se via aérea não avançada).
Capnografia contínua.
Melhorar qualidade da RCP se: ETCO2 <10mmHg (capnografia) ou PA diastólica <20mmHg (em monitorização de PA invasiva).

Desfibrilação

Bifásico: recomendação do fabricante (120-200 J) ou carga máxima;


Monofásico: 360 J.

Medicamentos (IV/IO)

Amiodarona: 1a dose: 300mg bolus; 2ª dose: 150mg;


Lidocaína: 1a dose: 1-1.5mg/kg; 2ª dose: 0.5-0.75mg/kg.

Via aérea avançada

Dispositivo supraglótico ou entubação traqueal;


8-10 ventilações por minuto (simultâneo as compressões);
Capnografia para confirmar posicionamento do tubo.

Retorno de circulação espontânea (RCE)

Pulso e PA;
Elevação sustentada de PETCO2 ≥40mmHg;
Ondas de PA espontâneas em monitorização de PA invasiva.

Causas reversíveis

Hipovolemia;
Hipóxia;
H+ (acidose);
Hipo/hipercalemia (potássio);
Hipotermia;
Tensão por pneumotórax;
Tamponamento cardíaco;
Toxinas;
Trombose pulmonar;
Trombose coronariana.
OBSTETRÍCIA
Cálculo idade gestacional (IG)
1º passo: data da última menstruação (DUM) ou USG obstétrico.
2º passo: encontrar total de dias até a data atual.
3º passo: dividir por 7 (resultado = total de semanas).

Data provável do parto (DPP)

1º passo: dia da última menstruação (DUM).


2º passo: somar 7 dias.
3º passo: somar 9 meses ou subtrair 3 meses.
Ex.: DUM :07/01 ➡ DPP: 14/10
UM: 10/11 ➡ DPP: 17/08

Hipertensão na gestação

Hipertensão crônica: níveis pressóricos elevados antes de 20 semanas de gestação, sem proteinúria.
Hipertensão gestacional (HG): PAS > = 140mmHg e/ou PAD > = 90mmHg; sem proteinúria após 20 semanas.
Pré-eclâmpsia (PE): HG e/ou proteinúria (> 300 mg / 24h), disfunção uteroplacentária, presença de disfunção de órgãos maternos.
PE superimposta: hipertensão essencial e/ou proteinúria, disfunção uteroplacentária, disfunção de órgãos maternos.
PE severa: PAS > = 160mmHg e/ou PAD > = 110mmHg + PE.
Eclâmpsia: PE severa + convulsões.
HELLP: PE severa + hemólise, elevação de enzimas hepáticas e baixo número de plaquetas.

Exames no pré-natal

Período Exames

Hemograma;
Tipagem sanguínea e fator Rh;
Coombs indireto (se for Rh negativo);
Glicemia em jejum;
1ª Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR Teste rápido diagnóstico anti-HIV;
consulta
Anti-HIV;
ou Toxoplasmose IgM e IgG;
1º Sorologia para hepatite B (HbsAg);
trimestre Urocultura + Urina tipo I (sumário de urina)
Ultrassonografia obstétrica;
Citopatológico de colo de útero (se for necessário)
Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica)
Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica).

2º Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia estiver acima de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realize este exame
trimestre preferencialmente entre a 24a e a 28a semana);
Coombs indireto (se for Rh negativo).

Hemograma;
Glicemia em jejum
Coombs indireto (se for Rh negativo);
VDRL;

trimestre Anti-HIV;
Sorologia para hepatite B (HbsAg);
Repita o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente
Urocultura + sumário de urina;
Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas de gestação).

Resultados e condutas

Exame Resultado Interpretação/conduta

85–119mg/dL Solicitar TTG de 24 a 28 semanas de gestação.


Glicemia em
jejum
>110mg/dL Repetir glicemia de jejum. Resultado do 2º exame >110mg/dL diagnostica diabetes gestacional

Jejum:
<110mg/dL Teste negativo.
2h: <140mg/dL
TTGO 75g (2h)
Jejum:
>110mg/dL 2h: DM gestacional.
>140mg/dL
Exame Resultado Interpretação/conduta

Ausência de
anemia Suplementação de ferro a partir da 20a semana: 1 drágea de sulfato ferroso/dia (200mg), corresponde a 40mg de ferro
elementar. Ingerir a medicação antes das refeições
Hb >11g/dL

Solicitar exame parasitológico de fezes etrate as parasitoses, se presentes;


Anemia leve-
Hemoglobina Tratar a anemia com 120-240mg de ferro elementar ao dia.
moderada
Repetir a dosagem de Hb entre 30-60dias e manter o tratamento até a Hb atingir 11g/dL. quando deverá
Hb 8-11g/dL ser iniciada a dose usual de suplementação (1 drágea ao dia, com 40mg de ferro elementar);
Repetir a dosagem no 3º trimestre.

Anemia grave
Referir a gestante ao pré-natal de alto risco.
Hb <8g/dL

Gestante Rh-
Tipagem Solicite o teste de Coombs indireto: negativo, repeti-lo a cada 4 semanas, a partir da 24ª semana; positivo, referir a
sanguínea Parceiro Rh+ gestante ao pré-natal de alto risco.
Rh desconhecido

Traços ➡ repita em 15 dias; caso se mantenha, referir gestante ao pré-natal de alto risco;
Proteinúria Traços + hipertensão/edema ➡ referir a gestante ao pré-natal de alto risco;
Maciça ➡ referir a gestante ao pré-natal de alto risco.

Puiria Bacteriúria Trate a gestante para infecção do trato urinário (ITU) empiricamente, até o resultado do antibiograma;
Leucocitária Solicite sumário de urina após o termino do tratamento
Sumário
Cultura positiva ITU de repetição ou refratária ao tratamento: ajustar medicação com base no antibiograma e referir a
de urina e gestante ao pré-natal de alto risco;
(> 10 col/mL)
urocultura Pielonefrite: referir a gestante ao hospital de referencia em intercorrências obstétricas.

Isolada: uma vez que tenha sido excluído sangramento genital, e necessário referir a gestante para
Hematúria consulta especializada;
Piúria associada: considerar ITU e referir a gestante para consulta especializada.

Cilindrúria Referir a gestante ao pré-natal de alto risco.

TR positivo Solicite VDRL e teste parceiros sexuais.


Teste rápido para
sífilis (triagem)
TR negativo Realize sorologia no 3º trimestre, no momento do parto e em caso de abortamento.

Trate a gestante e seu parceiro;


Sífilis primária: penicilina benzatina, dose única de 2.400.000 UI (1.200.000 em cada nádega);
Sífilis secundária ou latente recente (<1 ano): penicilina benzatina, 2.400.000 UI (1.200.000UI em cada
VDRL positivo nádega), em duas doses, com intervalo de uma semana;
Sorologia
Sífilis terciária ou latente tardia (>1 ano): penicilina benzatina, 3 aplicações de 2.400.000UI (1.200.000 UI
para sífilis em cada nádega), com intervalo de uma semana;
Realize exame mensal para controle de cura.

VDRL negativo Repita o exame no 3º trimestre, no momento do parto e em caso de abortamento.

Teste rápido TR positivo Encaminhar a gestante para pré-natal no serviço de atenção referência em DST/Aids.
diagnóstico para
HIV TR negativo Repetir a sorologiano 3º trimestre.

Positivo Encaminhar a gestante para pré-natal no serviço de atenção referência em DST/Aids.


Sorologia
para HIV
Negativo Repetir o exame no 3º trimestre.

Sorologia Positivo Encaminhe a gestante para pré-natal no serviço de atenção referência em hepatites.
para
hepatite B Teste negativo Vacinar a gestante caso ela não tenha sido vacinada anteriormente. Repetir sorologiano 3º semestre.

Aleitamento

Benefício Contraindicação
Benefício Contraindicação

Tuberculose ativa
Involução uterina HIV
Redução de sangramento pós-parto Lesões herpéticas ativas na
Mãe Retorno ao peso anterior mama
Redução do risco de câncer de mama e ovário Quimioterapia/radioterapia em
Ligação afetiva entre mãe e criança curso
Abuso de álcool

Aumento da imunidade
Melhora da motilidade gastrointestinal
Criança Prevenção de doenças infecciosas (otite média, gastroenteritis, doenças respiratórias e Galactosemia
do trato urinário)
Redução de risco de câncer infantil, diabetes tipo 1 e enterocolite necrotizante.

Partograma

Quando iniciar: fase ativa do parto (dilatação de 3cm, 3 contrações a cada 10 minutos e duração >40 segundos cada).
Avaliar/registrar

Intervalos de 1h: batimentos cardiofetais e as contrações uterinas; Intervalos de 2h: dilatação, tipo de apresentação (pélvica, cefálica, transversa),
descida e posição e condição da bolsa amniótica (íntegra ou rota. Se rota: avaliar coloração do líquido – claro, grumos, meconial);
Linha de alerta: traçada na posição de 1h após abrir o partograma;
Linha de ação: traçada na posição de 4h após a linha de alerta.

Exemplo de partograma:

Cardiotocografia (CTG)
Definição: exame de monitoramento de saúde fetal por meio do registro da frequência cardiofetal (FCF) e contratilidade uterina.
Indicação: 3º trimestre em gestantes com fatores de risco para prognóstico fetal adverso. Válido por 1 semana em condições maternas estáveis. Exceções:
diabéticas insulinodependentes e gravidez prolongada (realizar > 1 vez por semana).
Procedimento: posicionar 2 transdutores no abdome da gestante. Uma monitora contração uterina e o outro a FCF. Registro deve ser de no mínimo 20 min.

1. Contração uterina
Duração: No de quadrados horizontais (2 quadrados equivalem a 1 minuto). Frequência: No de contrações em 10min.
2. Linha de base da frequência cardíaca fetal (FCF):
Normal: 110-160bpm).
Taquicardia: hipóxia, corioamnionitis, hipertireoidismo, anemia fetal/materna, taquiarritmia. Bradicardia: gestação prolongada, apresentação occipital
posterior ou transversa, desproporção cefalopélvica. Bradicardia severa: < 80bpm por > 3min - hipóxia severa, prolapso de cordão umbilical,
compressão prolongada de cordão umbilical, convulsão materna, anestesia materna epidural/raquidiana.
3. Variabilidade
Variação para mais/menos da FCF em relação a linha de base (normal: 6-25bpm);
4. Acelerações
Elevação abrupta na FCF da linha de base > 15bpm por > 15 seg. Em fetos sadios, ela está relacionada à contração uterina;
5. Desacelerações
Redução abrupta da FCF da linha de base > 15bpm por > 15seg. em resposta a hipóxia.

Precoce: fisiológica. Resposta vagal à compressão da cabeça fetal pela contração uterina. Começa e
termina com a contração.

Tardia: insuficiência placentária. Começa no pico da contração uterina e termina depois do término da
contração.

Prologada: duração > 3min. Emergência obstétrica.


Variável: compressão do cordão umbilical. Duração variável e independente da contração uterina.

Obs.: considera-se a CTG normal quando ela não apresenta desacelerações ou a desaceleração é variável com < 30 segs. de duração.
PEDIATRIA
APGAR
Aplicado no 1º e 5º minuto de vida.
(A) Aparência
(0) Azul, pálido;
(1) Corpo rosado, extremidade azuis;
(2) Completamente rosado.
(P) Pulso
(0) Ausente;
(1) <100bpm;
(2) >100bpm.
(G) Gesticulação / irritabilidade reflexa
(0) Sem resposta;
(1) Faz caretas;
(2) Tosse, espirro ou choro.
(A) Atividade/tônus muscular
(0) Flácido;
(1) Algumas flexões nas extremidades;
(2) Movimento ativo.
(R) Respiração
(0) Ausente;
(1) Lenta;
(2) Boa, chorando.

Desenvolvimento neuropsicomotor

0 - 12 meses

Motor: desaparecimento dos reflexos primitivos: moro (3m); sucção (6m); palmar (6m); Babinski (12m). Postura: sustentar cabeça (1m); rolar e sentar
(6m); levantar (10m); andar (12 -18m). Mãos: passar objetos entre as mãos (6m); movimento de pinça (10m); apontar objetos (12m);
Social: sorriso social (2m); ansiedade a desconhecidos (6m); ansiedade de separação (9m);
Verbal/cognitivo: reagir a voz das pessoas (4m); nome e gestos (9m); permanência de objetos (9m); falar “mama/papa” (10m).

12 -36 meses

Motor: subir escada (18m); associar cubos: No de cubos é idade x 3 (1 ano ➡ associar 3 cubos; 2 anos ➡ 6 cubos; 3 anos ➡ 9 cubos); comer com
garfo/colher (20m); chutar bola (24m);
Social: brincar com outras crianças (24-36m); se distanciar e reaproximar da mãe (24m); formação da identidade de gênero (36m);
Verbal/cognitivo: 200 palavras em sentenças de 2 palavras (aos 2 anos).

Cálculo da venóclise

1º passo: calcular necessidade calórica diária pelo peso da criança (fórmula de Holliday–Segar).

< 10 kg ➡ 100kcal para cada kg;


10-20 kg ➡ 1.000kcal + 50 Kcal para cada kg acima de 10kg;
> 20kg ➡ 1500Kcal + 20kcal para cada kg acima de 20kg.

2º passo: dividir necessidade calórica diária por 100 para encontrar o peso calórico do paciente.
3º passo: calcular necessidade diária de água, eletrólitos e glicose.
Para cada 1kg de peso calórico (100kcal de necessidade calórica), são necessários:

Água: 100mL
Sódio: 3mEq
Potássio: 2mEq
Glicose: 8g

Obs.: taxa hídrica diária máxima: 2400mL.


Ex .: criança com 16kg
(10kg × 100kcal = 1000kcal) + (6kg × 50kcal = 300kcal)
Resultado: 1300kcal/24h
Peso calórico = 1300kcal ÷ 100 = 13,0kg
13,0 × 100mL ➡ 1300mL de água
13,0 × 3mEq ➡ 39mEq de sódio
13,0 × 2mEq ➡ 26mEq de potássio
13,0 × 8g ➡ 104g de glicose
Principais soluções

Soluções Na+ Cl- K+ Ca++ Glicose Osm

SG 5% - - - - 20g 252

NaCl 0,9% 154 154 - - - 308

NaCl 3% 513 513 - - - 1025

Ringer lactato 130 109 4 3 - 275

Albumina 5% 130-160 130-160 - - - 308

Albumina 25% 130-160 130-160 - - - 1500

Obs.: valores em mEq/Litro (1000ml)

Principais aditivos

Aditivos Na+ Cl- K+ Ca++ Mg++ HCO3

NaCl 10% 1,7 1,7 - - -

NaCl 20% 3,4 3,4 - - - -

KCl 19,1% - 2,5 2,5 - - -

Gluconato de cálcio 10% - 4,8 - - - 4,8

CaCl2 10% - 13,6 - 13,6 - -

Sulfato de Mg 10% - - - - 8,1 -

Bicarbonato de sódio 10% 1,2 - - - 1,2

NH4Cl 20% - 3,75 - - - -

Obs.: valores em mEq/Mililitro (1ml)

Soluções isotônicas

Soluções padronizadas Na+ K+ Ca++

SG 5% 100mL

NaCl 20% 40mL 136 25 -

KCl 19,1% 10mL

SG 5% 250mL

NaCl 20% 10mL 136 25 -

KCl 19,1% 2,5mL

SG 5% 500mL

NaCl 20% 20mL 136 25 -

KCl 19,1% 5mL

SG 10% 1000mL

NaCl 20% 40mL 136 25 -

KCl 19,1% 10mL

Soro Fisiológico 0,9% 154 - -

Ringer Lactato 147 4 4

Ringer Simples 130 4 4

Obs..: valores em mEq/L

Bomba de infusão
1º passo: calcular volume hídrico em 24h.
2º passo: determinar taxa de hidratação que você quer administrar no paciente.
3º passo: calcular quantos mL/hora para programar a bomba de infusão: Volume total em mL ÷ 24ℎ .

Calendário vacinal brasileiro

Nascimento

BCG (dose única).


Hepatite B (uma dose).
2 meses

Penta/DTP (1ª dose).


VIP/VOP (1ª dose).
Pneumocócica 10V conjugada (1ª dose).
Rotavírus (1ª dose).

3 meses

Meningocócica C conjugada (1ª dose).


4 meses
Penta/DTP (2ª dose).
VIP/VOP (1ª dose).
Pneumocócica 10V conjugada (2ª dose).
Rotavírus (2ª dose).

5 meses

Meningocócica C conjugada (2ª dose).

6 meses

Penta/DTP (3ª dose).


VIP/VOP (3ª dose).

9 meses

Febre amarela (dose única).

12 meses

Pneumocócica 10V conjugada (reforço).


Meningocócica C conjugada (reforço).
Tríplice viral (1ª dose).

15 meses

Penta/DTP (1º reforço).


VIP/VOP (1º reforço).
Hepatite A (uma dose).

4 anos

Penta DTP (2º reforço).


VIP/VOP (2º reforço).
Adolescente (10-19 anos)
Hepatite B (3 doses – verificar situação vacinal).
Meningocócica C conjugada (1ª reforço ou dose única; 11-14 anos).
Febre amarela (dose única se não vacinado ou sem comprovante).

HPV (2 doses: 9-14anos; 11-14 anos).


Dupla Adulto (reforço a cada 10 anos).
CIRURGIA
Classificação de ASA

Mallampati

Classe 1 Classe 3

Visualiza-se toda a parede posterior da orofaringe, incluindo o polo inferior Visualiza-se a inserção da úvula e o palato mole. Não é possível evidenciar a parede
das tonsilas palatinas. posterior da orofaringe.

Classe 2 Classe 4

Visualiza-se parte da parede posterior da orofaringe. Visualiza-se somente parte do palato mole e o palato duro.

Exames pré-operatórios

Idade Homem Mulher

6m-40 anos Nenhum Ht, Teste de gravidez

40-50 anos ECG, Ht Ht

50-64 anos Ht, ECG Ht, ECG

65-74 anos Ht, ECG, Cr, Glicemia Ht ou Hb, ECG, Cr, Glicemia

> 74 anos Hb, Ht, ECG, Cr, Glicemia, Radiografia de tórax Hb, Ht, ECG, Cr, Glicemia, Radiografia de tórax

Paciente com comorbidades (qualquer idade)

Tabagismo (>20 cigarros/dia) Ht, Hb, Radiografia de tórax

Doença cardiovascular Ht, Hb, ECG, Radiografia de tórax

Doença pulmonar Radiografia de tórax, ECG

Diabetes mellitus Ht, Hb, ECG, Na, K, Glicemia, Cr

História de sangramento Ht, Hb, TP, KTTP, Plaquetas, Tempo de sangria

Doença hepática TP, KTTP, TGO, TGP, Fosfatase Alcalina

Doença renal Hb, eletrólitos, Cr, Ureia

Uso de diurético Eletrólitos


Hb, Hemoglobina; Ht, Hematócrito; Cr, Creatinina.

Anestésicos locais

Nome Dose máxima Duração

7,0mg/kg com epinefrina Média


Lidocaína (Xylocaine®)
(30-60min)
4,5mg/kg sem epinefrina

225mg sem epinefrina Longa


Bupivacaína (Marcaine®)
(120-240min)
175mg com epinefrina

Ropivacaína (Naropin®) 2-3mg/kg Longa

Obs.: evitar Bupivacaína em crianças menores de 12 anos.

Fatores de risco para infecção cirúrgica

Paciente:
Desnutrição, albumina baixa, obesidade.
Tratamento com corticoide, imunomoduladores, quimioterapia ou radioterapia.
Tabagismo, mal controle de diabetes, doença arterial periférica, insuficiência venosa.
Infecção ativa em outro local do corpo.
Idade avançada.

Procedimento:
Cirurgia de emergência ou oncológica;
Cirurgia aberta (vs. Laparoscópica);
Preparação inadequada do procedimento, antissepsia e assepsia.
Ausência de antibioticoprofilaxia (quando adequada).

Febre pós-operatória

Imediata (0-6 horas)


Trauma tecidual
Hemotransfusão
Hipertermia maligna

Aguda (24h até 1 semana)


Infecção nasocomial
Infecção de sitio cirúrgico
Embolia pulmonar; Trombose venosa profunda, Infarto agudo do miocárdio.

Subaguda (1 semana até 1 mês)


Infecção de sítio cirúrgico ou infecção do local de cateter
Clostridium difficille (colite pseudomembranosa)
Reação a medicações
Embolia pulmonar; trombose venosa profunda.

Tardia (>1 mês)


Infecção viral
Infecção de sitio operatório

Mesa cirúrgica

Diérese: bisturi, tesouras.


Preensão: pinças de dissecção anatômicas e dentes de rato.
Hemostasia: pinças Halstead, Kelly, Rochester, Kocher, Mixter, etc.
Afastadores: Doyen, Farabeuf, etc.
Especiais: instrumentais específicos pra cada cirurgia.
Síntese: porta-agulha e fios.

Escala de Glasgow

Ocular (1-4)
(4) Abre os olhos espontaneamente;
(3) Abre os olhos em resposta a um chamado;
(2) Abre os olhos em resposta a estímulo de dor;
(1) Não abre os olhos;
Não testável: olhos fechados devido a algum fator impossibilitante.

Verbal (1-5)
(5) Orientado, conversa normalmente;
(4) Confuso, desorientado;
(3) Pronuncia palavras desconexas;
(2) Emite sons incompreensíveis;
(1) Emudecido;
Não testável: não emite sons devido a algum fator impossibilitante.

Motora (1-6)
(6) Obedece a comandos;
(5) Localiza estímulos dolorosos;
(4) Reflexo de retirada de estímulos dolorosos;
(3) Flexão anormal a estímulos dolorosos;
(2) Extensão a estímulos dolorosos;
(1) Não se movimenta;
Não testável: não se movimenta devido a algum fator impossibilitante.

Reflexo Pupilar
Presente/normal nos dois olhos: 0
Ausente/alterado em um dos olhos: -1
Ausente/alterado nos dois olhos: -2
Obs.: Glasgow ≤8 é indicação de entubação.

Politrauma
(A) Vias aéreas (paciente consegue falar?) + proteção de coluna cervical.
(B) Respiração (padrão ventilatório / ausculta pulmonar).
(C) Circulação (pulso, PA, ausculta cardíaca) + controle de hemorragia.
(D) Neurológico (aplicar escala de Glasgow).
(E) Exposição + controle do ambiente (prevenir hipotermia!).

(A) Alergia.
(M) Medicações de uso habitual.
(P) Passado médico; prenhez.
(L) Líquidos e alimentos ingeridos recentemente.
(A) Ambiente e eventos relacionados ao trauma.
Choque hemorrágico

Classe I Classe II Classe III Classe IV

Perda volêmica <15% 15-30% 30-40% >40%

Perda volêmica <750ml 750-1500ml 1500-2000ml >2000ml

FC (/min) <100 >100 >120 >140

PA Normal Normal Hipotensão Hipotensão

Enchimento capilar Normal Reduzido Reduzido Reduzido

FR (/min) <20 20-30 30-40 >35

Diurese (ml/h) >30 20-30 5-20 Desprezível

Nível de Pouco Ansioso Confuso


Ansioso
consciência ansioso confuso letárgico

Cristaloide + Cristaloide +
Conduta Cristaloide Cristaloide
CH CH

CH, Concentrado de hemácias; FC, Frequência cardíaca; FR, Frequência respiratória.

Atendimento ao queimado

1. Aplicar o “ABCDE” e “AMPLA” do ATLS.


2. Avaliação da queimadura: classificação e extensão.

Classificação
1º grau: eritema;
2º grau: flictenas (bolhas), superficial (avermelhado) ou profunda (esbranquiçada);
3º grau: placa esbranquiçada ou enegrecida com textura de couro.
Calculo da superfície queimada: Aplicar “regra dos 9” para estimar a superfície corporal queimada.
3. Ressuscitação volêmica (fórmula de Parkland)

Solução Ringer lactato; metade do volume total calculado é administrada nas primeiras 8h. A outra metade é administrada 16h seguintes;
MONITORAR A DIURESE: adulto (0,5-1ml/Kg/h), criança (1-2ml/Kg/h).

4. Indicações de internação hospitalar


Queimaduras de 2º grau atingindo >20% da superfície corporal em adultos ou >10% em crianças e idosos;
Queimaduras de 2º ou 3º grau em face, genitália, períneo e mãos/pés;
Queimaduras de 3º grau > 5% da superfície corporal;
Queimaduras circunferenciais;
Queimaduras elétricas ou químicas;
Queimaduras infeccionadas;
Lesão inalatória (queimadura de vias aéreas);
Condições clínicas e sociais desfavoráveis.
AMBULATÓRIO
Hipertensão
Diagnóstico:

*HAS, Hipertensão Arterial Sistêmica; RCV, Risco Cardiovascular; PA, Pressão Arterial; MAPA, Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial; MRPA, Monitorização
Residencial de Pressão Arterial.

Classificação

PA sistólica PA diastólica

Normal ≤120 ≤80

Pré-hipertensão 121-139 81-89

HAS estágio 1 140-159 90-99

HAS estágio 2 160-179 100-109

HAS estágio 3 ≥180 ≥110

PA: Pressão Arterial; HAS, Hipertensão Arterial Sistêmica

Fatores de risco cardiovascular:

Idade (homem > 55 e mulher > 65)


Tabagismo
Dislipidemia (Triglicérides > 150 mg/dL; LDL > 100 mg/dL; HDL < 40 mg/dL)
Diabetes
História familiar de doença cardiovascular prematura (Infarto agudo do miocárdio ou AVC pai/irmão < 55 ou mãe/irmã < 65 anos).

Exames de rotina:

Eletrocardiograma
Plasma: Glicemia de jejum; Colesterol total, HDL e triglicérides; Potássio;
Creatinina; Ácido úrico
Sumario de urina
Ritmo de filtração glomerular estimado
Obs.: LDL= colesterol total − (HDL + (triglicérides÷ 5))

Tratamento:
Metas:

Estágio 1 e 2, com risco cardiovascular baixo e moderado e HA estágio 3 ➡ < 140/90 mmHg
Estágio 1 e 2 com risco cardiovascular alto ➡ < 130/80 mmHg

Recomendações:

Modificações do estilo de vida (indicado a todos os hipertensos)

Peso: manter IMC < 25 antes dos 65 anos ou IMC < 27 após 65 anos
Circunferência abdominal: mulheres < 80 cm e homens e < 94 cm;
Dieta DASH
Restrição do consumo de sódio: até 2g de sódio, equivalente a 5g de cloreto de sódio.
Moderação no consumo de álcool: mulheres (ou pessoas de baixo peso) até 1 dose/dia e homens até 2 doses/dia.
Exercício: no mínimo 30 min/dia de atividade física moderada, de forma continua (1x30min) ou acumulada (2x15min ou
3x10min) em 5 a 7 dias da semana. Sugestões: andar, correr, nadar, dançar, etc. Atividade moderada é definida pela maior
intensidade pra sentir cansaço sem ficar ofegante (ainda conseguindo conversar).

Terapia farmacológica:

Estágio 1 e risco cardiovascular moderado ou baixo (aguardar 3-6 meses pelo efeito de modificações do estilo de vida);
PA 130-139/85-89 mmHg e doença cardiovascular preexistente ou alto risco cardiovascular.
*RCV, Risco Cardiovascular; MEV, modificações de estilo de vida; IECA, Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina; BRA, Bloqueador dos Receptores da
angiotensina II.

Diabetes Mellitus

Sintomas:

Polidipsia.
Polifagia.
Poliúria.
Perda de peso.

Indicação de rastreamento:

> 45 anos
IMC > 25
Hipertensos
Histórico familiar de diabetes.

Exames:

Glicemia aleatória:
≥ 200 mg/dL ➡ Diabetes
140-199 mg/dL ➡ Investigar
Glicemia em jejum:
≥ 125mg/dL ➡ Diabetes
100-124 mg/dL ➡ Pré-diabetes
< 100 ➡ Normal

Glicemia pós-prandial com 120 minutos (usar 75g de glicose):


≥ 200 ➡ Diabetes
140-200 ➡ Pré-diabetes
<140 ➡ Normal
HbA1c* (hemoglobila glicada):
≥ 6.5% ➡ Diabetes
5.8-6.4% ➡ Pré-diabetes
≤5.7% ➡ Normal
*informa a glicemia dos últimos 3 meses.
Conduta terapêutica inicial:

HbA1c < 7,5% ou Glicemia < 200 mg/dL ou sintomas leves: Modificações do estilo de vida (MEV) + Metformina.
HbA1c 7,5-9,0% ou Glicemia 200-299 mg/dL ou sintomas moderados: MEV + Metformina + 2ª medicação hipoglicemiante.
HbA1c > 9,0% ou Glicemia > 300 mg/dL ou sintomas significativos: MEV + Metformina + Insulina ou agonista do GLP1.
HbA1c < 9,0% ou Glicemia > 300 mg/dL + desidratação e /ou cetose: hospitalização para correção glicêmica (solução de insulina venosa),
reposição/correção hidroeletrolítica.

Obs.: Metformina é contraindicada em pacientes com doença renal crônica, insuficiência cardíaca, e doença hepática. Pioglitazona é contraindicada em pacientes
com insuficiência cardíaca.

Conduta ambulatorial

Consultas a cada 30-90 dias.


Glicemia capilar: 3 pré-prandiais e 3 pós-prandiais, nos três dias que antecederem a consulta médica.

Alvo terapêutico:

Glicemia de jejum < 100 mg/dL


Glicemia pós-prandial < 160 mg/dL
HbA1c (trimestral) < 7,0%

Monitorar:

Retinopatia: exame retinal anual;


Nefropatia: sumario de urina com microalbuminuria);
Neuropatia – Pés: teste do monofilamento.

Medicações Nomes Peso Hipoglicemia

Metformina Glifage Neutro Neutro

i- DPP 4 Nesina, Galvus, Januvia Neutro Neutro

a- GLP 1 Victosa, Trulicity Reduz Neutro

i- SGLT2 Forxiga, Jardiance Reduz Neutro

Glitasonas Stanglit, Actos Aumenta Neutro

Sulfonilureia Diamicron, Azukon Aumenta Aumenta

Insulinas Toujeo, Lantus, Tresiba Aumenta Aumenta

Anemia

Hiperbilirrubinemia
Câncer de pele
Queixas/alterações:

Feridas na pele que demoram mais de 4 semanas pra cicatrizar.


Sinais na pele que mudam de cor e tamanho.
Manchas que cocam, ardem, descamam ou sangram.

Recomendações/orientações gerais:

Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h.


Usar proteção adequada: bonés, chapéus de abas largas, óculos escuros, barraca e filtro solar (fator mínimo de proteção 15).
Monitorar aparecimento ou mudança no aspecto de manchas, sinais ou lesões na pele, especialmente áreas expostas ao sol.

Melanoma (ABCDE)

(A) Assimetria.
(B) Bordas irregulares.
(C) Cor (tons de preto escuro, múltiplas colorações).
(D) Diâmetro maior que 5mm.
(E) Evolução (mudanças rápidas de tamanho, forma e cor).

Carcinoma basocelular

Lesão (ferida ou nódulo) com bordas peroladas, róseas ou translúcidas que não cicatriza, podendo ulcerar e sangrar.

Carcinoma espinocelular
Mancha vermelha descamativa e sangrante formando uma ferida. Frequentemente oriunda de uma cicatriz prévia.

Úlceras

Arterial: ponta dos dedos dos pés. Paciente com doença arterial periférica (pele sem pelos, descamada e com ausência de pulsos).
Venosa: região do maléolo medial. Paciente com insuficiência venosa (pernas edemaciadas, endurecidas e com hiperpigmentação). Prevenção:
meias compressivas, elevação das pernas, e diuréticos.
Diabética: planta dos pés. Paciente diabético, com neuropatia periférica, perde a sensibilidade a pequenos tramas nos pés. Prevenção: controle
glicêmico, inspeção constante dos pés, calcados apropriados para diabéticos.
Por pressão: pontos de pele com proeminência óssea que sofrem pressão prolongada, levando a isquemia/necrose tecidual (paciente acamado,
cadeirante, maus tratos). Região sacral, trocanter. Prevenção: mudança de decúbito a cada 2 horas.

Regiões de Incidência das Úlceras por Pressão:


Princípios gerais para cuidados das feridas:

Debridamento do tecido desvitalizado.


Antibioticoterapia (caso infectado).
Manter a ferida limpa.
Table of Contents
Capa
Autores
Aviso
Sumário
Dicas para se destacar
Anamnese e exame físico
Anamnese
Exame Físico
Pontos de Ausculta
Alterações Semiológicas
Valores de normalidade dos sinais vitais
Prontuário e Prescrições
Prontuário SOAP
Roteiro de prescrição médica
Ordem dos itens listados na prescrição médica hospitalar:
Como prescrever medicamentos
FASTHUG - Paciente na UTI
Antimicrobianos
Anti-hipertensivos
Antiácidos
Antieméticos
Anti-histamínicos
Analgésicos
Tipos de receita médica
Declaração de óbito
Exemplo preenchido
Principais abreviaturas
Interpretação de exames
Eletrocardiograma
Padrões eletrocardiográficos
Infarto agudo do miocárdio
Gasometria
“ABCDE” Radiografia de tórax
Sumário de urina
Nitrito
Proteinúria
Glicose
Microscopia
Exames laboratoriais
Sangue:
Urina:
Função tireoidiana:
Procedimentos
Acesso venoso periférico
Veias utilizadas para coleta no membro superior
Técnica
Acesso Venoso Central
Técnica
Drenagem torácica
Técnica
IOT Assistida por drogas
Técnica dos ”7Ps”
Cricotireoidostomia por punção
Técnica
Cricotireoidostomia cirúrgica
Técnica
Suporte de vida
Suporte básico de vida
Suporte avançado de vida
RCP
Desfibrilação
Medicamentos (IV/IO)
Via aérea avançada
Retorno de circulação espontânea (RCE)
Causas reversíveis
Obstetrícia
Cálculo idade gestacional (IG)
Data provável do parto (DPP)
Hipertensão na gestação
Exames no pré-natal
Resultados e condutas
Aleitamento
Partograma
Exemplo de partograma:
Cardiotocografia (CTG)
Pediatria
APGAR
Desenvolvimento neuropsicomotor
0 - 12 meses
12 -36 meses
Cálculo da venóclise
Principais soluções
Principais aditivos
Soluções isotônicas
Bomba de infusão
Calendário vacinal brasileiro
Nascimento
2 meses
3 meses
5 meses
6 meses
9 meses
12 meses
15 meses
4 anos
Cirurgia
Classificação de ASA
Mallampati
Exames pré-operatórios
Anestésicos locais
Fatores de risco para infecção cirúrgica
Febre pós-operatória
Mesa cirúrgica
Escala de Glasgow
Ocular (1-4)
Verbal (1-5)
Motora (1-6)
Reflexo Pupilar
Politrauma
Atendimento ao queimado
Classificação
Ambulatório
Hipertensão
Diagnóstico:
Classificação
Fatores de risco cardiovascular:
Exames de rotina:
Metas:
Recomendações:
Diabetes Mellitus
Sintomas:
Indicação de rastreamento:
Exames:
Glicemia pós-prandial com 120 minutos (usar 75g de glicose):
HbA1c* (hemoglobila glicada):
Conduta terapêutica inicial:
Conduta ambulatorial
Alvo terapêutico:
Monitorar:
Anemia
Hiperbilirrubinemia
Câncer de pele
Melanoma (ABCDE)
Carcinoma basocelular
Carcinoma espinocelular
Úlceras
Regiões de Incidência das Úlceras por Pressão:

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