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A PRIMEIRA

DEFESA
Ana Martha Moreira

MÓDULO 4 - REMOVER
ALIMENTOS
Nos textos anteriores falamos sobre a
necessidade de remoção dos xenobióticos,
explicamos o que são e como removê-los. Agora,
iremos falar sobre a alimentação, lembra que eu
comecei logo na introdução do módulo falando
sobre como muitas vezes, a gente subestima o
básico, mas por que, que isso acontece?

Porque é necessária uma construção


demorada, ninguém começa construindo uma
casa colocando as lâmpadas e os azulejos, a
gente começa construindo a casa pela
fundação, pelo básico. Subestimar a importância
desse módulo e por consequência, a importância
de remover aquilo que irrita o trato digestivo, vai
atrasar o processo de cura e muitas vezes, fazer
com que alguns sintomas se tornem crônicos e de
difícil correção.

Quando falamos de uma dieta, em muitos casos


subestimamos o poder do alimento, tanto para
inflamar quanto para desinflamar, e a melhor
forma de desinflamar um organismo é não
inflamando. Então mais importante do que ervas,
temperos e afins, ou um alimento mágico para
curar essa inflamação crônica, a melhor solução é
evitar essa inflamação por meio da alimentação.
E QUANDO A GENTE FALA SOBRE ISSO,
MUITA GENTE PERGUNTA SOBRE O DIA DO
LIXO. “FINAL DE SEMANA ESTÁ LIBERADO?
EU PRECISO MESMO SER TÃO RADICAL
ASSIM, COM O CORTE DAS COMIDAS?”

Olha só, o final de semana corresponde a um quinto da sua


semana, quando você inclui a sexta à noite, reconhecida pelo
famoso happy hour, você já pega quase trinta por cento da
sua semana e isso não representa uma exceção, vinte e
cinco por cento é a regra. Isso só vai te trazer malefícios,
principalmente do ponto de vista psicológico, em que, você
acredita que está fazendo a dieta, mas na verdade ela é um
mecanismo de autossabotagem.

Quando falamos de remover algumas classes de alimentos


algumas pessoas sempre se assustam, porque a maioria dos
alimentos que a gente remove são os industrializados, que
infelizmente fazem parte do nosso dia a dia. Entretanto, a
remoção se faz necessária, é fundamental para você
descobrir exatamente o que está te causando esses
sintomas. Portanto, eu não tenho palavras para expressar
o quão importante e significativo é esse passo. Muitas
vezes a gente pensa que está errando lá na frente, como por
exemplo nos casos dos suplementos, ou medidas dos
remédios, quando na maioria das vezes o erro está
justamente em pular etapas do básico. É o açúcar que está
indo para o café, um pãozinho, ou então aquele biscoitinho
que vem com o café e você acaba comendo só um, afinal, só
um não vai estragar o resultado. Esse tipo de pensamento é
sabotador, fuja dessa mentalidade.
Uma coisa que eu quero ser bastante clara é:
Remover não é diminuir, muitas vezes as
pessoas diminuem o consumo, mas não
removem completamente e remover
significa zerar o consumo. Isso pode ser
doloroso, é difícil abrir mão de coisas que
fazem parte do nosso dia a dia, da nossa
rotina alimentar, então é necessário um
período de adaptação. E da mesma forma que
nesse período de adaptação, você pode
escorregar e comer um biscoitinho ou uma
bola de sorvete, isso não deve atuar como
motivo de condenação, para você desistir ou
achar que não consegue. Dizendo coisas
como: “Viu como eu não consigo? Então isso
nunca vai ser para mim” o outro é extremo é
“Um pouquinho não faz mal”.

Vamos fugir desses extremos, se por um


lado o feito é melhor do que o perfeito, você
fazer o que pode dentro das condições a
qual você está inserido, é melhor do que não
fazer nada. Você fazer o que consegue e usar
as suas ferramentas fazendo aquilo que
consegue é infinitamente melhor, do que não
fazer nada, então comece, faça, aja!
Andar pequemos passos, é melhor do que ficar
parado, se sentindo culpado e se menosprezando
por não conseguir, mas por outro lado também não
se engane: Remover é diferente de diminuir.

Inclusive existem coisas que eu vou citar que a gente


precisa remover nessa primeira etapa e que são
dificílimas! Como o açúcar, eu entendo
completamente a dificuldade de remover o açúcar,
porque é um item associado a uma dependência
química, psicológica e social. Então, eu entendo
muito a dificuldade e entendo muito o passo a passo.
Algumas pessoas funcionam muito bem puxando o
band-aid de uma só vez, ou seja, decidindo retirar
completamente o açúcar, enquanto outras
funcionam com a adaptação do paladar, diminuindo
pouco a pouco. Por isso, veja como isso funciona
para você! O importante é não parar e sim
prosseguir.
Logo, durante essa parte que falarei sobre a
alimentação nós não podemos pender para nenhum
extremo, ambos são igualmente prejudiciais, você ter
a noção que comer açúcar não faz bem para o
intestino, mas ao mesmo tempo ter a noção de que
você possui as suas limitações e está tudo bem, é o
necessário. Não se engane, só tente melhorar um
pouco a cada dia, tendo em mente que culpa não
faz parte do nosso vocabulário, ela apenas nos
engessa e nos faz maldizer, nos levando para o
fundo do poço, então nunca coma para ter culpa, isso
não pode fazer parte do nosso dia a dia. A comida
deve ser fonte de prazer, fonte de você olhar para o
alimento e saber que está alimentando o seu corpo e
a sua alma.

Nós não precisamos ser escravos de nenhum tipo


de alimento e isso é uma noção muito importante.
A escravidão é isso: Você não ter a opção e ser
obrigado a comer um doce, porque não consegue
dizer não. Você poder dizer não é libertador, isso
não é restrição, a verdadeira restrição é você não
conseguir dizer não, isso sim é uma prisão. Porque
você não tem escolha, agora ter a possibilidade de
escolher entre o sim e o não isso é libertação. Você
saber reconhecer os seus sinais de fome e só comer
quando sentem a mesma e não quando existe uma
convenção social de que você deve comer naquele
horário, entenderam a diferença?
As vezes a gente precisa tirar o nosso olhar do
que é obrigação, d que é o sofrimento, do que é
restrição e é chato. A questão é você tirar seu
olhar disso e colocar que a comida a partir de
agora não vai ser mais fonte de sofrimento
para você. Ela vai ser fonte de saúde e
libertação.

O que te motiva? Você precisa trazer a sua


mente, o que te motiva a dizer não para
determinado alimento, então lembre-se do
mal estar quando você come, lembre-se da
prisão de ventre ou então da diarreia quando
você come, do desconforto, de você não ser
dono da sua mente, porque você sente cansaço,
dores e falta de disposição. Lembre-se de tudo
isso e anote para não esquecer e toda vez que
você tiver na encruzilhada, entre comer alguma
coisa ou se manter na dieta, você lembrara
disso. E decidirá que não vai comer porque está
escolhendo o seu bem estar, a sua saúde e a
sua vitalidade. E isso para mim é mais
importante do que um prazer fugaz de três
segundos, em que eu coloco algo na minha
boca.
A gente tem que aprender que essas escolhas
possuem um motivo muito maior, seja evitar a
dor do desconforto, seja vitalidade de você
correr atrás do seus filhos, ou seja disposição
para trabalhar, coloque esses motivos em um
papel, lembre-se deles todos os dias e faça
disso um combustível da sua motivação. Se um
dia você cair em uma exceção não se culpe, não
se condene, pense no “daqui para sempre”. É
sempre assim que devemos pensar e vamos
caminhando, caminhar é muito mais importante
do que correr, abra a sua cabeça, a sua mente
para novos sabores e para reconquistar a
conquista dos sabores da comida sem aquele
excesso de açúcar que estamos rodeados por
todos os lados.
Estamos falando hoje sobre a alimentação e
mais especificamente sobre quais itens devem
sair dos nossos cardápios e o primeiro não
poderia ser diferente: É o açúcar. E com
certeza vai ser o item mais difícil, eu digo isso,
porque para mim também foi.

E eu devo dizer que a necessidade que a gente


sente de comer açúcar, é real, o vício nesse
circuito de dopamina e sensação de prazer
relacionados aos alimentos ricos em açúcares
é real.

Então não desanimem, eu sei que vai ser


difícil! Mas é alcançável!
O açúcar e quando eu falo de açúcar, não
existe um açúcar melhor e outro pior.
Quando eu falo sobre açúcar, eu falo sobre
aquele que é demerara, orgânico, cristal,
refinado, mascavo, de beterraba, de caldas
de frutas concentradas, tudo isso é açúcar!
Eles são adicionados a produtos
industrializados e estes afirmam nas
embalagens que não há adição de açúcar,
mas na verdade, eles concentram, por
exemplo, o suco de fruta, que continua
sendo açúcar. É muito comum
percebermos isso nas leituras dos rótulos.
Ou seja, afirmam que não há açúcar, mas
na verdade há, sendo o tipo de suco de
fruta mais comumente utilizado para
adoçar os alimentos, o da maçã.

O açúcar é um dos grandes responsáveis


pela disbiose, que é aquela alteração da
microbiota natural, da família de bactérias
que mora no nosso intestino. O primeiro
ponto a ser observado é que, comemos
muito mais açúcar do que necessitamos.
Quando a gente vê a história do açúcar, podemos
observar que ele era vendido a peso de ouro, de
modo que, poucas pessoas comiam. Hoje comemos
em quantidades muito maiores, mesmo sem
perceber, como ocorre no caso, em que o açúcar
vem escondido nos alimentos industrializados, ou
seja, até alimentos salgados, como molhos prontos,
tem a adição de xaropes, que nada mais são do que
açúcar, do pior tipo, que é o xarope de milho
altamente concentrado em frutose e que está
relacionado ao aumento da resistência insulínica e
de casos de esteatose hepática não alcoólica. Hoje
uma das principais causas de pessoas na fila de
transplante hepático não é mais a bebida, mas sim,
a esteatose hepática não alcoólica, causada pelo
excesso de consumo desse xarope altamente
concentrando em frutose.

Então o açúcar causa essa disbiose, alterando a


nossa flora bacteriana normal e isso leva ao
aumento dos fatores inflamatórios, que vão
atingir praticamente todos os órgãos.
Surge então o questionamento: Como se
livrar do vício do açúcar? Basta trocar por
adoçante?

O ideal seria a gente conseguir desmamar do


gosto doce, em quinze dias as nossas papilas
gustativas se renovam e a gente diminui muito
a necessidade de adoçar tudo. Entretanto,
hoje em dia, tudo que comemos que é
adoçado, por isso, nos perdemos o gosto
pelo azedo, pelo amargo e perdemos o gosto
pelo sal.

Pois quando você vai ver os produtos


industrializados, mesmo os salgados possuem
a adição de açúcar. Porque ele realça o sabor,
além de ser barato e ajudar na conservação
desses alimentos industrializados. Ele
também é hiperexcitável na nossa boca, então
tendemos a comer mais, dando aquela
sensação de que, quanto mais você come,
mais você quer comer. Logo, então acaba
consumindo grandes quantidades de
determinados tipos de alimento, devido ao
açúcar.
O açúcar na verdade é um saborizante, dá sabor,
mas não traz consigo nenhuma carga de nutrição.
E quando eu falo isso, eu falo com relação a todos
os açúcares que foram citados, não adianta ser
orgânico, ou em calda de qualquer coisa.

Açúcar é açúcar e traz consigo os malefícios dos


excessos do consumo.

A dieta de remoção dura de três a quatro


semanas, então a gente vai fazer de pelo menos
vinte um a vinte e oito dias. É muito pouco tempo,
então perseverem em retirar esse excesso de
doce, vindo da adição de açúcar de forma
desnecessária nos alimentos.

Como se livrar da necessidade de comer o doce?

Essa necessidade pode surgir devido a diversos


fatores, pode ser sede, então você deve ingerir
mais água, chás, como o de camomila e o de erva
doce, óbvio que tudo isso, sem adoçar. Você
também pode fazer uso do paladar amargo, com
por exemplo um café sem açúcar. Por meio
desses pequenos hábitos, você consegue dar uma
diminuída nessa vontade do doce, utilizando
tanto o gosto amargo, quanto o azedo.
Você pode misturar na água um pouco de limão e
sal e criando estratégias para driblar a vontade
de comer doce e claro você pode pôr exemplo
partir para coisas que são naturalmente mais
doces, por exemplo, ao tomar o café você pode
adicionar uma lasca de coco para amenizar um
pouco da amargura dessa bebida. O café
especialmente foi muito difícil para mim, então
eu entendo toda essa dificuldade de remoção.

Mas o açúcar deve ser uma das primeiras


coisas que a gente tira da nossa rotina, você
vai ver que depois de duas a três semanas você
acostuma o paladar a sentir o sabor mais
natural das coisas e isso é libertado.

Você conseguir tomar um limão espremido em


uma água, sem necessidade de adoçar,
conseguir, tomar alguma coisa como o maracujá
sem adoçar é libertador.

Então o primeiro alimento a ser retirado é o


açúcar.
Estamos falando sobre a importância de
remover alguns alimentos que são altamente
inflamatórios ou que modificam de alguma
forma a nossa flora bacteriana normal.

O primeiro alimento da lista foi o açúcar, que é


com certeza um dos grandes vilões da nossa
dieta e agora eu vou falar sobre uma outra
classe alimentícia que também é altamente
alergênica. Seja por motivo da proteína ser de
difícil digestão, já que, algumas proteínas são
altamente estimulantes das nossas respostas
imunes, seja porque os carboidratos também
são complexos e de difícil digestão, além da
contaminação ambiental, ou seja, é o combo
completo: A proteína é de difícil digestão, o
carboidrato também, gerando um aumento
dos gases abdominais e daquela sensação de
comer e estufar a barriga, além disso, também
são alimentos que são fáceis de ter
contaminação por fungos, seja por conta de
estocagem, tempo de prateleira ou umidade
natural, sendo altamente deletérias para o
nosso trato digestivo e para a nossa saúde
geral.
Você já imaginou que classe
de alimentos é essa?

Pois é, são os grãos!


Eu gostaria de falar primeiro sobre qual é a
diferença entre os cereais e as leguminosas.
Tanto os cereais, quanto os legumes são
sementes, são grãos, porém, os cereais vem
em espiga, então há a espiga de milho, trigo e
afins, enquanto as leguminosas vem por
meio da vagem, como o amendoim e o feijão,
que também podem ser para algumas
pessoas de difícil digestão, além de tantas
outras leguminosas.
Então hoje eu irei falar sobre essa classe
enorme de alimentos que é composta pelos
grãos, sejam eles de cereais, ou de
leguminosas.

Primeiro eu gostaria de falar que, essa classe de


grãos tem um problema tanto na parte da
digestão proteica, visto que, amendoim, trigo e
soja tem uma fração proteica que tem uma
capacidade de estímulo muito intensa ao nosso
sistema imune, principalmente se o nosso
intestino não estiver integro. Tanto, devido ao
fator de possuir carboidratos complexos, os
grãos como o feijão são ricos em fibras, que não
são digeridas pelo nosso trato digestivo e por
isso são digeridas pelas bactérias. Porém,
quando nós temos um excesso de bactérias, esse
excesso de fermentação gerará gases e
estufamento, aquela barriga de seu boneco, da
escolinha do Professor Raimundo.
É uma classe que tem muitos alimentos que
podem ser saudáveis, como a lentilha e o
grão de bico, entretanto, é necessário
nesses primeiros dias, evitar o consumo
principalmente dos ditos integrais.

E quando eu falo desses grãos, eu também


falo dos industrializados feitos por eles,
porque hoje em dia ninguém come trigo puro
por exemplo, contudo, quando você vai
observar os alimentos industrializados a
grande maioria é feita por esses farináceos.
Esses cereais são transformados em farinhas
e são a base da alimentação ocidental, a
nossa base alimentar!

Então falar assim: “O mundo ocidental está


sofrendo com obesidade, doenças
autoimunes, com sintomas do aparelho
digestivo, com refluxo...”.

Muito disso se deve ao fato de que a nossa


base alimentar é constituída de cereais,
comemos isso no café da manhã, almoço,
lanche e janta. Isso não está dando certo
mais!
Aveia, trigo, centeio e milho são cereais, enquanto os
feijões, soja e amendoim se encaixam na
classificação de leguminosas, é basicamente isso. A
única exceção é o arroz, pois, ele costuma ser bem
tolerado quando é polido, pois, ele vai ser um
carboidrato de facílima absorção. Então quando as
pessoas me perguntam se podem comer o arroz eu
digo que sim, já que, algumas pessoas o toleram
muito bem. Claro que a sua base não deve ser o
arroz, porque nutricionalmente ele não é rico, e a
nossa dieta deve ser rica em nutrientes para nos
nutrir, porém, dentro dessa classe ele é uma das
únicas exceções.

Então farinhas, farináceos, em geral devem sair da


nossa dieta, pelo menos nesses primeiros vinte e um
a vinte e oito dias, retirem as farinhas e não comam
nada que seja feito com elas.

“E no caso da farinha como a de quinoa e outras


mais “saudáveis” que a de trigo?”

CORTE! Nessa fase iremos cortar todos os cereais e


leguminosas. Fique atento aos industrializados,
mesmo que você não coma soja, ela está no shoyu, e
serve como proteína para diversos alimentos, então
leia rótulos e fique atento!
Para facilitar, simplesmente não coma
nada com rótulos nesses primeiros vinte
e um a vinte e oito dias e coma comida de
verdade. Evite o que tem embalagem,
pois, a maior parte dos alimentos que
está inserido em uma embalagem e
possui alto tempo de prateleira, vai ter
o açúcar, ou vai ter algum dos cereais,
como o milho, trigo ou a aveia, que para o
intestino não é a melhor opção.

Devemos cortar tudo que vem com esses


alimentos na fase de remover. É óbvio
que depois disso não é que você vai poder
comer tudo de uma vez ou voltar a ter a
alimentação que você tinha antes, mas a
reintrodução é um outro módulo a parte.
Continuando a falar do processo de remoção, o
qual é imprescindível para o sucesso desse
processo, chegamos à classe dos lácteos e seus
derivados, que também entram na dieta de
remoção.

Por que?

Porque a caseína que é a proteína presente no


quadro do leite, tem uma fração de difícil digestão
e não só a proteína, mas também, o carboidrato
presente no leite, que é a famosa lactose. A maior
parte das pessoas que possui algum problema
intestinal, também sofrem com a famosa
intolerância a lactose. A lactose acaba virando uma
comida, um substrato, um alimento para as
bactérias que estarão crescendo e se multiplicando
de forma desordenado no intestino.

Então, o leite vai ter um problema com a fração


proteica, que é principalmente a caseína do coalho
e também vamos ter um problema com a fração do
carboidrato, que é a lactose. Veja bem, não adianta
tomar ou comer produtos sem lactose, eu estou
falando aqui também que, há um problema com a
proteína, que é a caseína. A questão é não
consumir leites, lácteos e derivados por um
período de 21 a 28 dias, ou seja, de 3 a 4 semanas.
Não adianta ser um produto isento de
lactose, pois, novamente não consumir é
diferente de reduzir, não adianta só reduzir o
consumo, é necessário remover! As grandes
armadilhas quando a gente fala do leite são:
Consumir produtos isentos de lactose,
achando que está tirando o leite da dieta,
quando a lactose é só um dos problemas. O
maior problema nem chega a ser esse, mas
sim a fração de proteína do coalho, que é a
caseína.

Para você ter uma noção de comparação, o


queijo possui uma concentração do coalho,
que é feita a partir do coalho do leite, então
quando eu tenho 100 gramas de leite eu tenho
uma concentração de caseína, que é a fração
proteica, muito maior do que a presente no
leite. A questão aqui é reduzir o processo de
inflamação! Eu quero remover o que está
inflamando ou irritando, nesse primeiro
momento, para diminuir e tratar esse processo
de inflamação, dessa chuva de citocinas
inflamatórias que está ocorrendo, dessa
alimentação bacteriana desordenada, dessa
multiplicação desordenada.
Eu preciso remover! Não adianta reduzir o
consumo, eu preciso remover, não buscando
atalhos como os produtos sem lactose,
porque esses também fazem mal. É preciso
retirar o leite e seus derivados da
alimentação, incluindo queijos, iogurtes,
quefir de leite e todas as outras variações
que são a base de leite.

“Ah, mas o iogurte não é saudável? Não é


fermentado?” Sim, o iogurte é saudável, ele
pode ser um alimento probiótico e inserido
em uma dieta de contexto saudável, mas
nesse momento que nós queremos reduzir a
inflamação e principalmente os casos que
tem constipação intestinal, nós temos que
retirar completamente o leite e seus
derivados, mesmo os ditos saudáveis.
Porque aí vamos reduzir esse processo
inflamatório e fazer a reintrodução gradual
após vinte e um dias.

A grande cilada é: Não adianta ser produto só


sem lactose, tem que ser produto sem leites
e lácteos.
A primeira reação, que é uma reação natural
das pessoas quando a gente fala : “Olha não
pode comer açúcar, trigo, milho, soja,
amendoim, feijões, lácteos, leites e derivados,
incluindo os sem lactose” A primeira reação
da pessoa é: “Meu Deus, o que eu posso
comer?”

E isso ocorre porque a base da dieta ocidental


padrão, é a base de cereais, porque veja bem,
quando falamos de trigo, milho e soja
praticamente abrangemos noventa por cento
dos alimentos de prateleira embalados no
supermercado, incluindo pão, macarrão,
broas, salgadinhos, docinhos, ou seja,
praticamente tudo aquilo que vem
embalado, é feito com esses três alimentos.

MEU DEUS, O
QUE EU POSSO
COMER?”
É NORMAL ESSA REAÇÃO DE
ESPANTO DAS PESSOAS E O
PENSAMENTO DE: “E AGORA, O
QUE VOU COMER?”

Muito bem, eu gostaria de falar sobre um


conceito que é chamado de rotação dietética,
mas o que é isso? Quando nós temos aquela
situação de intestino permeável, quanto mais
sintomático for e quanto mais desconforto
você sentir, é mais importante ter em mente
que as células intestinais estão abertas, tem
essa permeabilidade intestinal. E eu espero
que quem tenha chegado aqui, já tenha
compreendido esse conceito, e se você ainda
não compreendeu coloca pra mim nos
comentários do curso, porque eu vou fazer um
pequeno vídeo de glossário, falando desses
conceitos que são tão importantes para o
nosso entendimento. Quanto mais permeável e
afastadinha forem essas células e quanto mais
inflamação, maior a chance de você ficar mais
sensibilizado as frações proteicas, mal
digeridas dos alimentos.
É por isso que as vezes é importante esse
conceito de rotação alimentar, que
basicamente é você escolher alimentos para
comer durante o dia e ir rotacionando isso com
o passar dos dias, ou seja, ir selecionando
coisas diferentes que você vai comer e sempre
ir rotacionando os alimentos. Por exemplo, no
dia 1, você escolhe a proteína, que pode ser
frango, boi, porco ou peixe, tente evitar frutos do
mar, pois, também são mais pesados, devido a
fração proteica que é mais alergênica. Você
escolhe como proteica, por exemplo o peito
bovino e você pode fazer esse alimento de
diversas formas. E suponhamos que você fez um
peito assado, você vai escolher uma raiz para
acompanhar. No dia seguinte você troca a
proteína, por frango e assim sucessivamente,
ocorrendo o mesmo com as demais classes de
alimentos.

O importante é você evitar as comidas cruas,


ou seja, você realizar o cozimento do máximo
de alimentos possíveis e evitar repetir todos os
dias a mesma coisa. Quando mais repetido for a
sua dieta, maior a chance de você ter uma reação
a aquilo que você está comendo, ter uma
sensibilização a aquilo que está comendo.
Então para facilitar, tenha poucas opções naquele
dia e faça um cardápio, se prepare para comer aquilo
durante a semana. Você pode até fazer uma grande
quantidade e congelar uma parte, dividindo e
separando conforme os dias da semana. A intenção
é rotacionar a cada no mínimo dois ou três dias da
semana. Você coloca no seu calendário, por
exemplo, que toda segunda, quinta e domingo eu vou
comer abobrinha e assim realizando isso com todos
os alimentos.

Vá anotando e realizando um diário alimentar, sobre


o que você está tendo de sintoma, se aquilo se
melhorando ou piorando. Dessa maneira, fica até
mais fácil controlar, pois, há um sistema de
administração e um controle sob o que você está
comendo.

Observe a sua tolerância em geral a frutas, algumas


são mais ricas em frutose do que outras, e com isso
quando há muita bactéria ou fungos no intestino, ao
ingerir essas frutas você estará favorecendo a
fermentação dessas coisas. Você tem que saber
onde está a sua sensibilidade pessoal, nesse
momento é importante você ter noção daquilo que te
faz mal quando você come, por isso é tão importante
a existência do diário alimentar e da rotação.
Os ajustes são muito pessoais, em geral as
frutas, os vegetais, as raízes e as carnes desde
os comumente comidos, como o boi, o frango e o
porco, até os menos comidos, como o carneiro e
a rã você pode ir ser introduzidos na sua rotina e
variando, porém, nesse momento é mais
importante se conhecer e saber o que dá certo
para você ou não.

Além disso, tente pelo menos incluir uma ou


duas vezes na semana as vísceras na sua rotina
alimentar e se você não gosta, comece por uma
que seja de fácil aceitação, como por exemplo a
moela do frango, que tem um gosto mais suave,
ou o coração de frango que a gente já está mais
acostumado a comer no dia a dia, e ir variando
as preparações.
No caso do fígado em que as pessoas
possuem uma resistência maior a
comer, devido ao gosto um pouco
amargo, algo que é normal, tente variar
e abrir a sua cabeça para os novos
sabores e novas experiências. Existem
várias receitas de fígado que são muito
boas, a forma que eu particularmente
mais gosto é quando eu esquento bem a
panela e adiciono um bacon, ou uma
coisa com um gostinho mais defumado,
frito e retiro o bacon. Deixo aquela
gordura e jogo o bife cortado fininho e
deixo na frigideira bem quente, podendo
finalizar com alho e cebola.
Agora vamos nos aprofundar
na área dos temperos. O que
posso usar para temperar a
minha comida?
Você pode usar a gordura presente naturalmente nos
alimentos, ela dá sabor, então você pode fazer caldos
com o frango e a pele, caldos com o pé da vaca, como
também com o de frango e usar esses caldos
enriquecidos para cozinhar os seus legumes. Depois de
cozidos você pode saltear eles no azeite e no sal,
usando temperos tanto frescos como o coentro, quanto
temperos secos e desidratados.

Evite usar temperos industrializados, como o Sazon,


porque eles são ricos em glutamatomonosódico, que é
um aditivo que também faz mal ao intestino. Você pode
usar temperos secos, ervas, chimichurri, além de tantos
outros que podem ser comprados em lojas de produtos
naturais. Nesse caso você pode usar e abusar da sua
imaginação, comam comidas gotosas, usem a gordura
natural dos alimentos e o sal. Além, de usarem
temperos frescos e desidratados, que pode fazer toda a
diferença no prato, evitem aquela comida sem gosto,
porque se você não colocar um gosto na sua comida, a
chance de você não conseguir manter a dieta é muito
grande.
Faça uma mescla, com ervas desidratadas e use isso
para poder dar um gostinho a mais e não se esqueça
do sal, que pode sim ser usado, não comam sem sal.
Normalmente o sal que a gente associa a algumas
doenças é o sal utilizado escondido em algumas
comidas industrializadas, mas o sal que você
tempera é mais saudável. Dê preferência para um sal
marinho, como o de Mossoró, não precisa ser o sal
rosa, ou alguma coisa muito cara. Tente utilizar
também o sal grosso moído ali na hora do uso,
batendo no liquidificador com ervas secas,
facilitando o dia de vocês.

Evite comer comidas sem gosto, porque no final das


contas você não consegue manter a dieta comendo
comidas sem gosto. Temperem com muito carinho!
Usem sal, temperos frescos e desidratados, vocês
não vão se arrepender!

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