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PERGUNTAS E RESPOSTAS #1

1. Onde posso ver algo sobre dor ciática?

É um assunto melhor abordado em consultas. Ensino exercícios e massagem


que pode ser feita por familiares para trazer alívio imediato, além de toda a
componente alimentar que ajuda a reduzir a inflamação e dor.

2. Sal com ou sem iodo?

A grande maioria de pessoas hoje em dia beneficia mais do sal iodado em


pequenas quantidades porque os défices de iodo são uns dos mais frequentes.
Naturalmente o mesmo pode ser obtido de outras formas – através do
consumo de algas marinhas, como por exemplo a kelp, que é uma excelente
fonte natural de iodo. O ideal é optar sempre por fontes naturais ricas em iodo,
em vez de suplementar com a substância isolada.

3. Quais são as ervas medicinais mais úteis para recuperar a saúde?

Tudo vai depender dos problemas de saúde de cada um. É preciso usar as
plantas medicinais com responsabilidade, conhecimento e de forma consciente.
Plantas que podem ser extremamente benéficas para algumas pessoas podem
fazer mal a outras e até agravar problemas existentes. Não se deve generalizar
e pensar que tudo o que vem da natureza é inofensivo para todos.

4. Como atingir a calma e serenidade através do veganismo?

O estado em que se encontra o fígado, vesícula e intestinos está diretamente


associado à calma que conseguimos (ou não) sentir. Excluir todos os produtos
animais da alimentação reduz a quantidade de toxinas e resíduos metabólicos
que ficam a apodrecer literalmente durante dias nos intestinos. Quanto menos
tóxicos por dentro, mais calmos nos sentimos de forma automática. Contudo, a
meu ver é muito reducionista olhar para o veganismo apenas como uma forma
de comer. Dificilmente vamos atingir a calma e serenidade se nos focarmos
unicamente no que comemos. O estado de calma e paz interior têm muito a ver
com o que expressamos e suprimimos, com respeito e amor por nós próprios,
pelas outras pessoas, animais e por tudo o que nos rodeia. Incorporar práticas
como a meditação, técnicas de respiração e uma maior expressão emocional
faz maravilhas para nos ajudar a aumentar o equilíbrio, e para nos sentir mais
calmos e em paz.

5 A bebé deixou de beber o meu leite – o que faço?

Se realmente já foram feitas todas as tentativas de continuar a amamentá-la e


mesmo assim ela continua a recusar o leite materno, resta a opção da
suplementação. Visto que se trata de uma bebé com mais de 12 meses,
pessoalmente não me preocupava muito e passava para a suplementação com
leite vegetal. Ela já tem idade para obter o resto dos nutrientes através da
alimentação.

6 Estou gradualmente a deixar de usar praticamente toda a maquilhagem,


perfumes, loções, etc. Mas nessa fase intermédia há alguma marca de
produtos (principalmente para a pele do corpo) que recomendes? No
Outono/Inverno tenho a pele mais seca e gostava de usar algo, que não
seja óleo de coco, não me dou bem com óleos no corpo, no geral.

Quanto menos produtos e cosméticos se usam, mais feliz, jovem e


desobstruída é a nossa pele e organismo no geral. Tal como ao regar uma
planta essa água entra para dentro da terra e chega até a raiz da planta, o
mesmo acontece quando colocamos produtos na pele. Influenciamos não só a
pele, mas o estado de todos os outros sistemas. Quanto mais tóxicos os
produtos, pior para nós. Para a fase de transição recomendo os cremes e
loções corporais da marca Everyone. Vais encontra-la ao pesquisar por
“Everyone lotion”, “Everyone soap”, “Everyone baby lotion”, etc. (à venda na
Amazon.es)
7 Na alimentação das crianças, as gorduras devem estar presentes todos
os dias? Nem sempre sei em que altura do dia dá-las e de que forma
combinar…
Todos os dias. Na alimentação das crianças pequenas eu incluo gorduras em
pelo menos duas refeições principais. É importante ter um bom equilíbrio entre
ácidos gordos Ómega-3, 6 e 9. Os abacates, sementes de cânhamo, linhaça
moída, sésamo são excelentes, mesmo na primeira infância.

8 Li o teu post sobre as quantidades de comida e fez-me muito sentido…


Como garantir que não comemos a mais, principalmente à noite?
Todos temos mecanismos de fome e saciedade e todos conhecemos a
sensação de peso que fica depois de comer a mais. Passa por ter alguma
disciplina e treinar o corpo a parar antes de atingir esse estado de
enfartamento. Isso é facilmente alcançado se comermos de forma consciente.
Ajuda imenso comer sem televisão ligada; mastigar mais devagar; desfrutar da
comida; prestar atenção à forma como nos sentimos; pousar os talheres de vez
em quando em vez de engolir tudo. O nosso cérebro precisa de cerca de 10
minutos para receber o sinal que o organismo já está saciado. Se quase nem
mastigamos, comemos depressa e estamos distraídos com televisão ou
telemóvel, vamos comer garantidamente mais do que necessitamos e não
vamos digerir os alimentos tão bem.
Também ajuda usar sempre o mesmo prato e saber que a quantidade que
devemos comer não deve ultrapassar a capacidade daquele prato.

9 Embora sinta muitas melhorias desde a última consulta que tive


juntamente com o meu namorado, sinto que falamos línguas diferentes,
daí grande parte dos nossos desentendimentos. Sei que já trabalhaste
com casais e desculpa se foge muito aos temas do grupo, mas o que
pode ser feito para melhorar a comunicação do casal?
A comunicação do casal trabalha-se falando e partilhando. Implica dar
prioridade ao tempo do casal; falar todos os dias e acima de tudo, nunca, mas
nunca tentar evitar discussões, suprimindo o que se sente. Tudo o que as
pessoas costumam “engolir” e suprimir para evitar discussões vai
garantidamente vir à superfície em discussões futuras ou continuar a
amargurar a vida do casal de forma indireta. Pessoas que suprimem emoções
tornam-se amargas, explodem com frequência, ficam tristes sem saber o
porquê…tudo isso influencia a dinâmica do casal. Falar é absolutamente
obrigatório. Perceber como é que as ações de um se refletem na forma como o
outro se sente também. É um trabalho a dois que implica dedicação e muita
conversa – é a única forma eficaz que eu conheço.

10 O que pensas sobre os castigos na educação das crianças? Ou


melhor, precisamos dos castigos para ensinar a distinguir o “certo” do
“errado”?
Depende da definição de castigo de cada um. Eu não acredito em bater, em
gritar nem em “time out”, porque acho que a violência ou isolar a criança numa
esquina do quarto, pondo-a a olhar para a parede não ensinam nada. Acredito
em transmitir a ideia desde muito cedo que cada ação tem uma consequência.
Acredito que tem muito mais efeito explicar ou até mesmo ignorar um
comportamento (por exemplo quando fazem birra e esperneiam sem razão
aparente) do que bater. Assim que a birra passa, acho que é preciso adaptar a
linguagem à idade da criança, explicar porque é que o que fez não foi
apropriado e mostrar qual é a melhor forma de obter o que quer.

11 Qual é o melhor segredo anti envelhecimento prematuro que


conheces? Muita Vitamina C (internamente e em séruns), colagénio vegetal e
ácido hialurónico, suplementos de sílica e bambu; minerais alcalinos e
alimentação predominantemente crua.

12 Sinto que neste momento estou a passar por fase de compulsão


alimentar. Na semana passada andei louca com o pão, esta semana nem
lhe toquei, pois ninguém comprou, felizmente. Porém, continuo a sentir
fome, apesar de comer sempre boas quantidades de comida, a meu ver,
até demais. Será que devo parar com o JI? Por exemplo, ao fim de
semana não costumo fazer, estando em casa, acabo sempre por comer
mais cedo. Já comi uvas por volta das 8h30, mas voltei a comer mais
agora. E ao almoço claro que irei voltar a comer mais fruta.....enfim..não
está fácil. Tenho comido também coisas cozinhadas + salada ao jantar, ou
com abacate ou com azeite, caso não tenha abacate e tenho bebido
bastante sumo de cenoura.
Não recomendo o jejum intermitente a pessoas que lidam com compulsão
alimentar, porque fazer jejum pode inclusivamente acentuar a compulsão a
seguir. Primeiro seria importante regular o comportamento alimentar normal, e
só numa fase posterior implementar o jejum de forma correta. O importante
para evitar a compulsão não é tanto a quantidade de comida que se come, mas
sim, o equilíbrio nutricional. Uma alimentação nutricionalmente densa, com
boas quantidades de proteínas, carboidratos, gorduras e rica em minerais
reduz muito a probabilidade de ter compulsão alimentar. Algo deve estar a
faltar na alimentação (ou no equilíbrio emocional) para despoletar esse
comportamento.

13 Neste momento para além de andar com pouco apetite e na maioria


das vezes comer por ser hora de comer, sinto que os batidos da tarde em
que misturo fruta ácida ou semi ácida com algas, maca e folhas verdes de
espinafres, salsa e cidreira fresca, me faz ficar com inchaço, gás e azia😢 o
que será que estou a fazer de errado?
Nem todas as pessoas respondem de igual forma a determinadas combinações
alimentares. Se o próprio corpo está a indicar que as combinações feitas
causam inchaço e gás, é preciso não ignorar esse sinal e simplificar as
combinações. Eu começava por reduzir a variedade de fruta e folhas que estão
a ser misturadas. Menos ingredientes facilitam sempre a digestão.

14 Qual é o benefício de juntar vegetais cozidos com crus? Quando como


cozidos, primeiro como crus e depois os cozidos, faço mal? Porquê?
O benefício dos alimentos crus são as enzimas e maior conteúdo de vitaminas,
minerais e até de alguns macronutrientes. No momento em que começamos a
cozinhar, tirando muito poucas exceções, tornamos a comida menos nutritiva e
mais pobre em enzimas. Uma alimentação pobre em enzimas é uma
alimentação que (regra geral) será mais difícil de digerir e que vai contribuir
muito mais rapidamente para o envelhecimento prematuro, porque assim o
nosso corpo é obrigado a desgastar as suas próprias reservas limitadas. A
vantagem de ter sempre vegetais crus em qualquer refeição com cozinhados é
precisamente essa – facilitamos a digestão e prevenimos o envelhecimento e
desgaste prematuro de órgãos.
15 Tenho questões relacionadas com vários membros da minha família.
São bastantes perguntas...Que tipo de consulta devo marcar?
Consulta por e-mail ou por Skype

16 Como deixar que as expectativas dos outros sobre nós nos deixem de
fazer sentir um peso enorme nos ombros?
Primeiro é preciso saber distinguir algo muito básico: “O que é que os outros
esperam de mim?” de “O que é que eu quero fazer na realidade?” Por incrível
que pareça, algumas pessoas vivem de tal forma para agradar os outros, que
chega um ponto em que realmente fundem essas duas coisas e já deixam de
saber o que querem. Passam a sentir um mal-estar inexplicável, sem saber o
porquê. Isso é muito típico em quem vive segundo as expectativas dos outros,
ignorando as suas próprias vontades. Depois de distinguir o que eu quero do
que os outros esperam de mim é preciso verbalizar isso mesmo: “Eu sei que tu
esperas isso de mim, mas na realidade não é o que eu quero. O que eu quero
é _____” Convém compreender que algumas expectativas (especialmente de
familiares) partem das suas próprias frustrações – já que eles tinham esse
sonho e não conseguiram fazer, querem a todo o custo o mesmo para nós.
Noutras situações as pessoas simplesmente decidiram que têm o direito de
planear a nossa vida – muitas vezes porque nós próprios lhes demos esse
poder durante anos. Chega o momento de deixar bem claro qual é a nossa
vontade e qual é a ideia ou plano que temos da nossa vida e futuro. E
independentemente da reação dos outros e da forma como possam fazer-nos
sentir, no meio de todo esse processo é importante não nos esquecer do valor
que temos. Nunca podemos permitir que as expectativas dos outros nos façam
sentir inferiores ao que somos. O nosso valor pessoal não se define por aí.

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