a. Pode ser feita em grupos de até dois integrantes;
b. Deve ser fundamentada com citações doutrinárias; c. Respeitem o número de linhas; d. Deve ser entregue, via plataforma Microsoft Teams, até as 23h59min59seg do dia 19/05/2023. Alunas: Cleidiane dos Santos Rosário e Cleise Da Silva Cardim
1. João, casado em regime de comunhão parcial de bens com Maria, recebe de
seu pai, mediante doação com clausula de incomunicabilidade, um apartamento localizado no bairro do Horto Florestal na cidade de Salvador/BA. Em evento festivo, o pai de João lhe entrega todos os documentos legalmente exigidos que comprovam a transcrição da doação no registro do imóvel. Diante disso, João e Maria passam a residir no referido apartamento. Três anos depois, Joaquina procura João, apresenta diversos documentos e afirma que o imóvel é dela, alegando que são falsos os documentos referentes a doação. Diante do ocorrido, João propõe, sem informar Maria, ação em que pede que seja declarada a autenticidade dos documentos que possui e a falsidade da documentação que alicerça a alegação de Joaquina. O magistrado da 20ª vara Cível de Salvador analisa a petição inicial e determina a citação de Joaquina. Na contestação, Joaquina alega que não houve o consentimento de Maria, razão pela qual deve ser o processo extinto sem resolução do mérito. Nesse contexto, responda: a) é necessária a autorização de Maria para o prosseguimento do feito? Resposta: Ocorre que, segundo o art. 73 do CPC existe a necessidade do consentimento do cônjuge para propor um ação que verse sobre bens imobiliários do casal, a menos que estejam casados sobre o regime de separação absoluta de bens, mas muito embora o CPC garanta a necessidade do consentimento de Maria, ainda assim, não há a necessidade de tal autorização para o prosseguimento do feito, pois no momento da doação do imóvel que João recebeu de seu pai, o mesmo concordou com a clausula de incomunicabilidade, que visa a proteção do bem contra o cônjuge do titular, sendo que isto independe do regime de bens do casamento ou da união estável. Sendo assim, com base no art. 1668, inciso I do CC, que versa sobre a incomunicabilidade já detalhada acima, não poderia Maria opinar dando consentimento sobre a ação movida por João.
b) Em hipótese, independente da resposta anterior, pode o consentimento ser
outorgado por Maria na própria ação proposta por João? (Valor: 2,0 pontos, sendo 1,0 pontos por acerto de cada alternativa). Limite de linhas: 25 linhas no total da resposta das duas alternativas. ANULADA Resposta: 2. É possível negócio jurídico com clausula “non petendo”? (2,0 pontos) Limite de linhas: 20 Resposta: Sendo a clausula non petendo a antiga promessa de não processar, é nulo o negócio jurídico com clausula non petendo, pois muito embora o art. 190 do CPC que formalizou o negócio jurídico processual, e trouxe certa flexibilidade procedimental ao processo, ainda assim não é admissível negócio jurídico que suprima o direito de ampla defesa garantido pelo art. 5º, inciso LV da Constituição Federal. 3. Com relação à legitimidade de parte, é admissível a legitimidade extraordinária com base negocial? Sim, não, justifique. (2,0 pontos) Limite de linhas: Resposta: Não é admissível com base negocial no contexto da legitimidade extraordinária pois, a legitimidade extraordinária é geralmente só é aceita em situações específicas, tais como quando uma associação ou um sindicato quer ir em busca ou defender alguns interesses coletivos ou quando um representante legal atua em nome de uma pessoa incapaz civilmente. Sendo assim, a legitimidade extraordinária é em uma relação legal, institucional ou de representação, e não em acordos negociais entre as partes. Neste sentido, quando se trata de acordos negociais, refere-se à possibilidade de uma parte atuar em uma demanda judicial em nome de outra parte, porém essa legitimação é limitada aos termos do acordo estabelecido pelas partes, ou seja, essa representação apenas será válida dentro dos limites do acordo e da relação contratual existente entre elas. Ressalta-se ainda que, nos casos de representação tendo como base os acordos, será a legitimidade ordinária e a extraordinária é só quando a demanda que envolver atuação em nome de terceiros com objetivo de interesses e defesa coletivos não pode ser estabelecida através de acordos negociais entre as partes e ainda requer uma base legal e ou institucional que a justifique. 20 4. As hipóteses de impedimento e de suspeição do juiz são taxativas ou exemplificativas? Admitem interpretação extensiva? Sim, não, justifique. (2,0 pontos) Limite de linhas: 20 ANULADA 5. É possível a migração do réu do polo passivo para o polo ativo? Sim, não, justifique. (2,0 pontos) Limite de linhas: 20 Resposta: Sim, é possível, inclusive há uma jurisprudência do STJ que diz que o deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do polo passivo para o ativo na Ação Civil Pública é possível quando presente o interesse público, a juízo do representante legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º , § 3º , da Lei 4.717 /1965. 6. Pergunta extra: Toda competência territorial é relativa? (1,0 pontos) limite de linhas: 10 Resposta: A competência territorial possui natureza relativa, logo não cabe ao juízo declinar nem declarar incompetência em razão do local, cabendo apenas as partes de forma voluntaria. Essa definição estar na sumula 33 do STJ: “2. A competência em razão do local (territorial) possui natureza relativa. Em razão disso, não cabe ao juízo pronunciar, de ofício, a sua incompetência, em conformidade com a Súmula nº 33 do Superior Tribunal de Justiça.”