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UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau

Disciplina: Teoria Geral do Direito Civil


Aluno: Osli Adriel de Melo Setúbal
Data: 02/10/2023

O que é repristinação?

Repristinação é quando uma lei volta a vigorar após a lei que revogou esta lei também
é revogada.
É muito comum, no ordenamento jurídico brasileiro, que muitas normas se coincidam
com o passar dos anos. Vão sendo produzido normas, às vezes sobre o mesmo assunto, que
passam a ser vigentes no nosso arcabouço legal.
Parece complicado, então vamos exemplificar para melhor compreensão do tema:
Consideremos a lei A, que é revogada pela lei B. Depois, surge a lei C, revogando a lei
B. Nesse caso, a norma A volta a valer, uma vez que a B também foi revogada?
Para essa questão, devemos ir até a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
que irá nos orientar. Vejamos o que ela diz em seu artigo 2°:
“Art. 2° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 1° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
§ 2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3° Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.”

Com isso nós vemos que, no direito brasileiro, não existe repristinação automática.
Ou seja, no nosso exemplo, a lei A só voltará a ter validade caso haja disposição expressa nesse
sentido.

Quando ocorre a repristinação?

Uma lei revogada só poderá ser válida se houver expressamente tal disposição. Como
parece complicado, vamos a um exemplo disso no nosso ordenamento jurídico.
Observemos o artigo 122 da Lei 8.213/91 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e outras providências.
“Art. 122. Ao segurado em gozo de aposentadoria especial, por idade ou por tempo de
serviço, que voltar a exercer atividade abrangida pelo Regime Geral de Previdência
Social, será facultado, em caso de acidente do trabalho que acarrete a invalidez, optar
pela transformação da aposentadoria comum em aposentadoria acidentária.
(Revogado pela Lei no 9.032, de 1995)
Art. 122. Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposentadoria, nas condições
legalmente previstas na data do cumprimento de todos os requisitos necessários à
obtenção do benefício, ao segurado que, tendo completado 35 anos de serviço, se
homem, ou trinta anos, se mulher, optou por permanecer em atividade.”
(Restabelecido com nova redação pela Lei no 9.528, de 1997)

Veja que, nesse caso, nós temos ao final a informação de que o artigo primeiramente foi
“revogado pela Lei no 9.032 de 1995”. Hoje, temos ao final que ele foi “restabelecido com nova
redação pela Lei no 9.528 de 1997”. Ou seja, primeiramente o artigo foi revogado, depois ele foi
restabelecido, mas só pôde “ressuscitar” no ordenamento porque houve uma lei estabelecendo isso.

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