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forma específica de atividade, uma atitude ou disposição, uma área de vida rica
e abundante, a vida fora das horas de trabalho.
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Em Angola a Lei da Actividade de Jogos é apresentada no Diário da República
1ª série Nº 97 de Sexta-feira, 23 de Maio de 2014. A Legislação sobre as
actividades recreativas em Angola expressa “o direito social é um investimento,
assegurado pelo Estado, que visa reduzir progressivamente as desigualdades,
controlar os excessos dos interesses privados e dar oportunidade a todos de
acesso a determinados bens sociais indispensáveis a uma vida digna e a uma
participação cívica consciente”.
Segundo Gomes (2006) e Cury (2006, p. 22), refletem sobre o lazer como um
direito social, garantido em nossa constituição, desloca o foco de discussão
para as conquistas sociais que se vinculam a ele. E nesse sentido, estamos
falando da limitação da jornada de trabalho e do final de semana, férias e
feriados remunerados. De certa maneira, esses são os momentos
“consagrados” ao lazer no mundo.
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entrevistas ao Soba, aos encarregados de educação e as crianças. Os
resultados obtidos conduziram-nos a definir um grupo de insuficiências que
deram via a realização do presente estudo.
Insuficiências
Objecto do Estudo
A recreação física comunitária para as crianças de 8 à 10 anos da zona 4 do
Bairro Piloto do Cuito Bié.
Campo de acção
Atividades físico-recreativas para as crianças de 8 à 10 anos.
Objectivo Geral
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Elaborar um plano de atividades físico-recreativas para a ocupação do tempo
livre nas crianças de 8 aos 10 anos de idade da Zona 4 do Bairro Piloto de
Cuíto-Bié.
MÉTODOS CIENTÍFICOS
De nível teórico:
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Histórico-Lógico: utilizou-se para o estudo da evolução histórica da recreação
física comunitária e suas teorias.
De nível empírico:
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educação das mesmas crianças, que representam 29% e o soba da
comunidade.
Para a seleção das crianças, utilizou-se o tipo de amostragem probabilístico,
onde todos os representantes da amostra têm a mesma probabilidade de
participar e predominou o critério aleatório simples a qual fez-se mediante a
disponibilidade e interesse das crianças.
Já para os encarregados de educação das crianças, o tipo de amostragem é
não probabilístico, onde nem todos têm a mesma probabilidade de participar e
o critério de amostragem é não intencional.
Gráfico no 1
População e amostra
População e Amostra
29%
71%
Crianças Encarregados
Contributo prático
O contributo prático da presente investigação está baseado na proposta de
actividades físico-recreativas, a partir de gostos, preferências, interesses e
necessidades de recreação das crianças de 8 à 10 anos da zona 4 do Bairro
Piloto de Cuito-Bié, com o fim de ocupar o seu tempo livre de forma
espontânea, educativa e orientadora.
Estrutura do trabalho
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O presente trabalho está estruturado por uma introdução onde encontram os
seus elementos, como insuficiências, situação problemática, problema
científico, objecto do estudo, campo de acção, objectivo geral, perguntas e
tarefas científicas. Também apresenta-se o capítulo I onde referem-se os
fundamentos teóricos e se faz uma análise teórica dos diferentes autores
quanto as considerações aprofundadas referentes a recreação como fenómeno
sócio cultural e as atividades físico-recreativas e o capítulo II descreve os
resultados do diagnóstico e a proposta de actividades, conclusões e
recomendações.
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análise da comunidade, em especial com o advento da modernidade e o
surgimento das cidades.
Esta referência, embora acentua uma das facetas mais importante do conceito,
não revela os marcos objetivos que sustentam essa inter-relação estreita e
duradoura.
São muitos os autores que nesse empenho ressaltam rasgos específicos para
definir o termo comunidade, e ao se feitos do interesse da presente
investigação se podem mencionar, entre outros os seguintes: Rei (1989 p.78)
define a comunidade como um grupo social de qualquer tamanho cujos
membros residem numa localidade especifica, tem uma herança cultural e
histórica comum e compartilham características e interesses comuns”.
Pérez (1998, p. x), “considera que é uma área territorial onde se assenta a
população, com um grau considerável de contato interpessoal e certa base de
coesão”. Sánchez (1999, p. x), diz o seguinte sobre a comunidade: “os
membros compartilham um espaço geográfico e isto tem um significado para
eles de determinado sentimento. Presença de um grupo consistente com pé
durabilidade no tempo, o qual garante uma convivência social formal e informal,
existem instituições ou serviços que identificam ao grupo humano de que se
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trate, assim como uma base material que possibilita o desenvolvimento, a
distribuição em prestação de serviços sociais aos membros da comunidade.
Enquanto que para Árias (1995, p. x), é “ um organismo social “.Os grupos
sociais constituem agrupamentos humanos que emergem dos processos de
diferenciação social que transcorrem no âmbito das relações sociais e que têm
como resultante a estrutura social específica existente na sociedade.
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membros compartilham um espaço que se reconhece nas mais diversas
definições que existem sobre a mesma.
Autores como Durkheim (1951 p. x); Follari, e Couve (1984 p. x), coincidem em
suas respectivas classificações de grupos sociais, ao considerar à comunidade
local e às “comunidades se formam sobre uma base territorial, ao povo ou
cidade”. Entretanto, existem outros argumentos que fundamentam tomar ao
grupo social como elemento de partida para uma definição de comunidade.
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Por isso, da perspectiva que vamos expondo, a comunidade é um grupo social
que compartilha espaço onde a participação e cooperação de seus membros
possibilita na eleição consciente de projetos de transformação dirigidos à
solução gradual e progressiva das contradições potenciadoras de seu auto
desenvolvimento. Nesta definição pode observar-se que o conceito expressa
uma qualidade do desenvolvimento do objeto concreto, quer dizer, estabelece
a premissa de que não todo grupo social que compartilha um espaço em um
âmbito urbano ou lugar específico pode ser considerado uma comunidade.
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As pessoas se conhecem, relacionam-se e se sentem parte de
uma grande família.
Os integrantes da comunidade conseguem fazer contratos de
convivência e promessas que na medida do possível todos põem
em prática.
Compartilham-se recursos comuns, existe a ajuda mútua e
sentem especial atenção pelos mais necessitados.
Todas as organizações sociais se unem com o fim de realizar
propósitos comuns.
Promove-se a diversão, a prevenção de riscos e as práticas de
medicina preventiva.
A todas as pessoas lhes brinda a oportunidade de um trabalho
significativo de cooperação dentro da comunidade.
Integram-se os grupos sociais que foram marginados.
Promove-se a educação permanente da comunidade, sobre tudo
da terceira idade.
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Vygotsky (1989) apud Martins, 1997, em sua teoria, reconhece que o
desenvolvimento humano se constrói a partir das relações sociais que as
pessoas estabelecem no decorrer de sua vida. Nesse sentido, as brincadeiras
proporcionam a convivência e, conviver implica em respeito e no
reconhecimento do próximo, do outro. A brincadeira e o jogo estabelecem
normas, limites, mas também proporcionam prazer, há derrotas e vitórias e, é
neste processo que a criança se constrói como ser social. O brincar está
ligeiramente relacionado ao desenvolvimento da perceção, da memória, da
afetividade, da imaginação, aprendizagem, linguagem, atenção, interesse, ou
seja, um leque enorme de características próprias dos seres humanos que no
decorrer do processamento da brincadeira são experimentadas.
A atividade recreativa é reconhecida como meio de fornecer à criança um
ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a
aprendizagem de várias habilidades, além de trabalhar estas habilidades na
criança, ajudará no desenvolvimento da criatividade, na inteligência verbal-
linguística, coordenação motora, dentre outras. Partindo da consideração de
que as atividades lúdicas podem contribuir para o desenvolvimento Intelectual
da criança, Platão ensinava matemática às crianças em forma de jogo e
preconizava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados por
jogos educativos (Aguiar, 1998, p.36).
Através das atividades recreativas as crianças consegue expressar seus
sentimentos em relação ao mundo social e transformar sua realidade que
muitas vezes é tortuosa devido aos problemas que trás consigo (Verderi,
1999).
Kishimoto (2002) ressalta que a atividade lúdica, devem ter o mesmo propósito:
o desenvolvimento integral da criança, promovendo assim uma proposta
pedagógica de jogos educativos, ou seja, jogos com a função de educar.
É importante ressaltar que o lúdico é de fundamental importância para o
desenvolvimento físico e mental da criança, auxiliando na construção do seu
conhecimento e na sua socialização, englobando aspetos cognitivos e afetivos.
O lúdico também é um importante instrumento pedagógico que tem o poder de
melhorar a autoestima e aumentar os conhecimentos da criança, quando
utilizados com objetivos definidos.
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A brincadeira é um dos instrumentos de trabalho indispensável para o
educador na tarefa de mediar à educação de seus alunos e no propósito de
buscar o desenvolvimento integral da criança. A brincadeira e o lúdico,
intermediados pelo professor, oportuniza a criança explorar, aprender
linguagens, solucionar problemas e enriquecer o imaginário. Como aponta
Kishimoto (2002, p.144), “O ato lúdico representa um primeiro nível de
construção do conhecimento, o nível do pensamento intuitivo, ainda nebuloso,
mas que já aponta uma direção”.
Diante do acima exposto, segundo os autores pesquisados, esse é um período
fundamental para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. O presente
estudo buscou compreender o universo lúdico, no qual a criança se comunica
consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece
relações sociais, constrói conhecimentos, se desenvolvendo integralmente e os
benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem das crianças.
Utilizando a recreação, método que inclui os jogos e brincadeiras, de forma a
favorecer o aprender brincando junto a crianças, compromisso com o
desenvolvimento integral do educando. (Santos e Sousa; s.d) o que a rodeia,
faz relações com o mundo, e, “vive” no faz de conta com o mundo adulto
(Bettelhein, 1988 apud Alves; (Bianchin, 2010, p. 282-287).
Diante dessas experiências as crianças vão desenvolvendo a afetividade,
começam a conviver e se relacionar com os outros, e, é nesse momento
também, que elas aprendem as regras e os limites.
A partir do momento em que a criança aprende a respeitar regras no jogo,
naturalmente o relacionamento com os outros, melhora. Durante o jogo,
mediante a observação de regras, as crianças vão exercitando o raciocínio e
começam a se posicionar estrategicamente diante das ações e atividades a
serem desenvolvidas. As atividades lúdicas proporcionam também a resolução
de problemas, fazendo com que a criança pense no que deve ser realizado
durante a atividade, sendo estimulada a procurar alternativas e saídas diante
de obstáculos. Assim, ela vai aguçando sua inteligência.
Isso acontece porque o pensamento da criança evolui a partir de suas ações.
Assim, por meio do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar
hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. Os jogos não são
apenas uma forma de divertimento: são meios que contribuem e enriquecem o
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desenvolvimento intelectual. Para manter seu equilíbrio com o mundo, a
criança precisa brincar, criar e inventar. Com jogos e brincadeiras, a criança
desenvolve o seu raciocínio e conduz o seu conhecimento de forma
descontraída e espontânea: no jogar, ela constrói um espaço de
experimentação, de transição entre o mundo interno e externo (Alves; Bianchin,
2010, p.285).
Características pró eminentes de recreação
1.Espontaneidade
Essas atividades são realizadas voluntária e naturalmente. Ao desenvolvê-los,
eles não seguem nenhum tipo de esquema ou padrão.
Eles não surgem como um produto de comportamentos compulsivos, uma vez
que promovem a liberdade e o livre arbítrio.
2.Sentido universal
Atividades recreativas são interpretadas igualmente em todo o mundo. Se o
objetivo principal é o estímulo emocional e atitudinal do indivíduo.
Todos têm o direito de a cessar, portanto, sua privação não deve ser permitidas
e qualquer conceito ou pretexto.
3.Uso do tempo livre
Geralmente se desenvolve durante os tempos de lazer. Estes são usados para
o cultivo de habilidades estimulantes para o indivíduo, que proporcionam
felicidade e diversão.
Durante a prática de recreação, todas as obrigações e responsabilidades do
trabalho são reservadas para a livre execução da atividade escolhida.
4.Criação e expressão
Nesse período, o indivíduo tem a possibilidade de se expressar de diferentes
maneiras, cultivando talentos que complementam seu estilo de vida.
É uma oportunidade ideal para deixar a imaginação voar e desenvolver
qualquer tipo de criação original.
5.Concentração e dedicação
Apesar de ser livre e espontâneo, para que os resultados sejam efetivos e
positivos, é necessário que o indivíduo invista uma dose importante de
disciplina. Estar focado durante o desenvolvimento da atividade aumenta a
chance de sucesso.
6.Carácter caridoso
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Sua inclusão na rotina das pessoas, representa uma grande contribuição para
seu bem-estar emocional. Estudos mostram que o impacto positivo na saúde
mental e sua grande importância para o desenvolvimento cognitivo e criativo.
De qualquer ponto de vista que a recreação é analisada, ela possui elementos
construtivos do ponto de vista psicológico.
7.Benefícios financeiros
O desenvolvimento de habilidades durante o tempo de lazer, dá ao indivíduo a
oportunidade de cultivar talentos alternativos dos quais eles podem obter
benefícios económicos alternadamente.
8.Prazer e satisfação
Através do prazer, a pessoa experimenta a aquisição de valores que traduzem
como satisfação pessoal. A sensação de recompensa é imediata, uma vez que
o indivíduo pode experimentar em tempo real os benefícios da participação em
atividades recreativas.
9.Integração
Geralmente eles podem ser praticados em grupo, o que incentiva a integração
social do indivíduo com seu ambiente.
Estes podem ser praticados tanto em ambientes internos quanto externos,
permitindo a conexão como ambiente natural e seu ambiente
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A recreação consiste em promover experiências com forte aspecto lúdico, que
estimulem as atividades físicas e o desenvolvimento psicomotor.
(cit. Dallabona & Mendes, 2004) defendem a ideia de que o brincar é uma
atividade que contribui positivamente para o desenvolvimento da criança. Este
pode ser linguístico, social, cognitivo, motor, físico, sensorial e afetivo.
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a “recreação”, compreendendo-a como a “recriação” que inclui o divertimento,
mas não de uma forma alienada e dominadora e sim numa perspectiva de
educação inovadora, que possibilite a criação, a recriação e, também, o
divertimento.
Segundo Brêtas (1997), recreação pode ser entendida como o criar, o recrear e
o recriar-se, que está intimamente atrelado à ação do homem sobre o mundo.
Constitui-se, assim, num espaço privilegiado para a construção coletiva de
novos conhecimentos e, ainda, em possibilidade de influenciar educadores
mais comprometidos com as mudanças necessárias para o surgimento de uma
sociedade pautada em valores mais humanos.
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É importante salientar que ainda existe pouco material escrito sobre essa
concepção de recreação, ou seja, a produção sobre esse tema ainda se tem
restringido a um rol de atividades que devem ser seguidas, e não como um
repertório de vivências críticas e criativas, que deve ser usado com
sensibilidade e com as adaptações que se fizerem necessárias para os
diferentes sujeitos e os grupos sociais envolvidos. (Silva, et al. 2011)
Conceito de lazer
Vários autores (Requixa, 1977; Marcellino, 1996; Bramante, 1998) afirmam ser
a obra de Ferreira (1959), “Lazer operário: um estudo da organização social
das cidades”, um marco inicial da preocupação com essas questões em nosso
país. O autor realizou uma pesquisa com trabalhadores assalariados da cidade
de Salvador (BA), destacando a importância e os benefícios das atividades de
lazer para a vida das pessoas, mas difunde uma perspetiva de lazer
compensatória.
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No estudo realizado por Ferreira (1959), percebe-se novamente a ideia de que
lazer é um tempo, e de que a recreação está relacionada às atividades nelas
desenvolvidas. A recreação representava a possibilidade de organização
racional do lazer, sendo capaz de auxiliar na manutenção do equilíbrio da
sociedade diante dos grandes problemas apresentados pelas mudanças
decorrentes da industrialização e do crescimento desordenado das cidades.
De acordo com Sant’anna (1994), essa produção sobre o lazer dos anos 70
auxiliou no desenvolvimento de novos instrumentos, mais precisos e
diversificados, de descrição, avaliação, cálculo e organização dos “usos do
tempo livre”, e é nela que se evidenciam esforços mais amplos para
transformar o nosso meio sociocultural. Emergem livros, artigos científicos,
dissertação e teses, bem como se avolumam relatórios de observações das
técnicas empregadas e dos resultados obtidos na aplicação dos programas de
lazer, que, inicialmente, podem parecer um saber homogêneo isento de
contradições, mas que, no fundo, perpetuavam uma série de problemas e de
desigualdades sociais. O conceito de lazer amplamente difundido foi o proposto
por Dumazedier (1979, p.12); apesar de sua importância para a área,
apresenta uma série de questões que necessitavam ser repensadas. O autor
nos fala que:
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Dumazedier (1979) ainda apresenta um grupo de características que são
fundamentais para caracterização do lazer:
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trabalhos de Marcellino (1983;1987;1990) para o avanço nas discussões do
lazer a partir de uma abordagem crítica, fundamentando um grande número de
trabalhos que vêm sendo realizados na atualidade. O autor tem auxiliado
sobremaneira na construção do campo de estudos do lazer no Brasil,
destacando-se, dentre a sua obra, como as mais relevantes: “Lazer e
humanização”, de 1983; “Lazer e educação”, de 1987; “Pedagogia da
animação”, de 1990; “Lazer: formação e atuação profissional”, de 1995, e
“Estudos do lazer: uma introdução”, de 1996.
Repensando esse tema numa visão crítica, Marcellino (1987) situa o lazer
como esfera da vida gerada historicamente, da qual emergem valores
questionadores da sociedade como um todo, e que também pode exercer
influências na estrutura social vigente. O autor afirma que o lazer é a
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Ainda sobre o conceito de lazer, Mascarenhas (2001, p. 92), fundamentado no
pensamento Marxista, afirma que “o lazer se constitui como um fenómeno
tipicamente moderno, resultante das tensões entre capital e trabalho, que se
materializa como um tempo e espaço de vivências lúdicas, lugar de
organização da cultura, perpassando por relações de hegemonia”.
Marcarenhas (2006) afirma ainda que o lazer é a forma dominante de
apropriação do tempo livre na sociedade contemporânea, considerado como
expressão de determinações económicas, políticas, sociais e culturais
produzidas pelo modo de produção capitalista.
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O conceito apresentado por Marcellino aponta a cultura como um elemento
central na discussão do lazer. No entanto, o autor afirma que é preciso romper
com a compreensão restrita que se tem de cultura, relacionando-a
principalmente às artes e espetáculos e ao volume de conhecimento adquirido
pelos sujeitos.
Marcellino (2008) apresenta ainda 4 pontos que devem ser considerados para
a caracterização do lazer:
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As atividades recreativas para a idade infantil, distinguem-se dos jogos por
terem regras simples e flexíveis, não se necessitando de quadras, tabuleiros,
instruções, treinamento, peças ou dispositivos especiais para delas se
participar. Numa das vezes, devido à sua simplicidade, brincadeiras são feitas
por crianças. Somente umas poucas, como a mímica, são, ocasionalmente,
feitas, também, por adolescentes ou adultos. A brincadeira de criança, por ser
livre de regras e objetivos pré-estabelecidos, é solta e despreocupada, o que
proporciona uma certa liberdade.
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estabelecem ações de trabalho que repercutem nos programas educativos. Os
jogos recreativos são todos aqueles que brindam satisfação imediata, é uma
ação livre executada, situada fora da vida corrente, que se realiza dentro de um
determinado tempo e espaço, podendo absorver por completo ao jogador por
sua alta carga emotiva.
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suportem à ocupação do tempo livre e o incrementoda qualidade de vida
destes habitantes.
Também demonstraram que as poucas atividades recreativas que se
desenvolvem na comunidade não se tomam em conta os gostos, preferências,
idades, sexo, tradições, entre outros aspectos que requerem de um diagnóstico
para satisfazer as necessidades recreativas da população, assim como a
limitação de recursos materiais e pessoal qualificado para obter tais fins, o que
pode ser resolvido na própria comunidade e minimizar sortes insatisfações.
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Os jogos se desenvolvem em torno de habilidades manipulativas e jogos
de identificação.
Definem-se os grupos de amigas e começam a emergir lideranças.
Existência de condutas pró social e apoiadas no altruísmo.
As normas sociais são seguidas de uma forma um tanto rígida.
Auto valoração relacionada com a execução e suas condutas com
respeito às normas sociais.
É necessário que possa mostrar suas habilidades especiais e realizar
atividades em grupo, como jogos e dramatizações, mas respeite a opção
ocasional da criança de trabalhar individualmente.
Por outra parte as crianças de oito a dez anos devem realizar atividades
que exijam maior coordenação para o trabalho em grupo, a cooperação
e a generosidade., e permitam à criança gastar suas energias e a
desenvolver determinadas habilidades.
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ser que tenha um melhor amigo. Cria menos conflitos em brincadeiras
de equipa.
Está começando a querer ajustar-se e critica quem não o faz. Já inicia a
compreender regras, mas muitas vezes tenta mudá-las em seu
benefício.
Seus principais interesses são o lar e a família. Demonstra afeto pelos
adultos e deseja agradar-lhes. Fica constrangida facilmente,
principalmente com os próprios erros.
Precisa aprender conceitos de forma concreta. Sua memória está
melhorando. Gosta de falar e faz muitas perguntas. Está aprendendo a
tomar decisões, mas muitas vezes se mostra indecisa. Sua capacidade
de concentração está aumentando. Gosta de ler, escrever, cantar, ouvir
histórias e participar de atividades de faz de-conta.
Interessa-se mais por atividades em grupo e por interagir com os
colegas, mas ainda é egocêntrica. Às vezes é dominadora, agressiva e
indelicada com as outras crianças. Suas amizades são instáveis.
Preocupa-se com o tratamento que lhe é dispensado e anseia pela
aprovação social.
Gosta de vangloriar-se entusiasma-se facilmente. Em algumas vezes,
age de forma tola e ri à toa. Por vezes é generosa, afetuosa e afável,
mas pode mudar de temperamento repentinamente.
Preocupa-se com o comportamento bom e ruim, particularmente no que
diz respeito aos familiares e amigos. Às vezes, culpa as pessoas pelos
seus erros.
Brinca em grupos com certa frequência, mas às vezes gosta de ficar
sozinha e brincar sossegada. Deseja ser como os colegas e ser aceite
por eles. É menos dominadora e menos determinada a fazer tudo a sua
maneira.
Gosta demais responsabilidade e independência. Preocupa-se muito
com a possibilidade de não fazer as coisas direito. Não gosta de críticas.
Mostra-se mais sensível a seus próprios sentimentos e aos alheios.
Tende a ser perfeccionista e a ter elevada autocrítica. Gosta de
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brincadeiras em grupo com regras simples. Prefere brincar com crianças
do mesmo sexo.
É mais propensa a cooperar e insiste menos em fazer tudo a seu modo.
Quer ter um melhor amigo. Apresenta acentuado senso de
independência, mas ao mesmo tempo se apoia nos adultos em busca de
orientação e segurança.
Em geral, é afetuosa, prestativa, alegre, extrovertida e curiosa, mas
também pode ser indelicada, egoísta, autoritária e exigente. É sensível a
críticas. Critica a si mesma e outras pessoas. Tem sentimentos de culpa
e vergonha.
Tem bom controlo do corpo. Interessa-se por desenvolver sua força,
velocidade e outras habilidades. Aprecia trabalhos manuais e artesanais
mais elaborados.
Tem a capacidade de conservar o interesse em assuntos ou atividades
por um período maior. Quer saber os fatos reais; não gosta muito da
fantasia. Gosta de memorizar. Tem interesses definidos e é curiosa.
Gosta de ler, escrever e manter registros. Demonstra interesse pela
comunidade e por outros povos e culturas. Gosta de aprender sobre o
passado e o presente. Gosta de colecionar objetos.
Em geral, encontra-se em uma fase de rápido crescimento. Aprecia
exportes que exijam força física, rapidez e habilidade. Há momentos em
que gosta de brincar, empurrar, brigar, esmurrar e de rir. É inquieta,
ativa e impaciente. Pode diferir de colegas da mesma idade quanto à
altura e ao grau de coordenação. Não gosta de ser tratada como
criança. Preocupa-se com a aparência física.
Gostam de ideias e conceitos abstratos. Chega a conclusões com base
em conhecimentos anteriores. Gosta de desafios mentais. É
determinada e racional. Aprecia a memorização. Gosta de traçar metas.
Pensa de forma mais lógica. Gosta de aprender. Tem boa capacidade
de concentração. Entende com mais precisão o significado das palavras
e é capaz de definir termos abstratos. Seu senso de humor pode parecer
ridículo aos adultos.
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É sociável e competitiva. É muito leal aos grupos a que pertence.
Interage com os colegas ora de forma positiva ora negativa. Suas
amizades são mais complexas e intensas. Confia nos melhores amigos.
Valoriza mais os padrões e opiniões dos amigos do que a dos adultos.
Às vezes, critica os julgamentos dos adultos e os sentimentos alheios.
Gosta de provocar e de participar de brincadeiras agressivas. Às vezes,
mostra-se indelicada e pouco disposta a cooperar, noutras situações, é
amigável e prestativa.
Tem elevada autocrítica, mas se ressente de críticas que lhe são
dirigidas. Pode ser levada a crer que tudo o que faça é errado,
principalmente se for alvo constante de censuras. Tem preocupações e
temores no que tange à escola e aos amigos. É muito sensível,
principalmente em relação a si mesma. Tem dúvidas e inseguranças. Às
vezes, é melindrosa e irritadiça e exige ser tratada com justiça. É capaz
de portar-se com cortesia, seriedade, honestidade e sinceridade. Deseja
ser independente e ter responsabilidades.
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Bairro Piloto têm para a realização de atividades físico-Recreativas no seu dia-
a-dia assim como a dificuldade em impulsionar esses hábitos saudáveis.
Instrumento
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Para a identificação oficial do estado atual das atividades físico-recreativas
para a ocupação saudável do tempo livre das crianças de 8-10 anos da zona 4
do bairro piloto do Cuíto Bié.
Aplicou-se uma observação as crianças para saber o estado atual das
atividades físico-recreativas
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Aplicado o guia de entrevista com sete perguntas aos 27 encarregados de
educação, moradores da zona 4 do Bairro Piloto verificou-se o seguinte:
15% Sim
Não
85%
Gráfico no3
Sim
Não
100%
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crianças e que ajudam no fortalecimento fisiológico das crianças e alivia o
stress.
Gráfico no4
Local de actividades
11% Rua
26% Casa
Largo da solidariedade
Nada dizem
37%
26%
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Incentivar constantemente as crianças a prática de actividades físio-
recreativas;
Organizar espaços apropriados para que as crianças realizem as suas
actividades;
Construção de parques infantis.
Gráfico no5
32% Sim
Não
68%
Gráfico no6
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Onde praticam actividades físico-recreativas
Rua
31% 31% Quintal
Largo das escolas
Largo da Solidariedade
23% 15%
Gráfico no7
77%
Gráfico no8
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Os espaços são suficientes
Sim
42% Não
58%
Dessa questão 25 crianças correspondente a 38% afirmam que uma vez por
semana e os outros 40 crianças o correspondente a 62% afirmam que 5 vezes
por semana.
Gráfico no9
62%
Onde realizas essas actividades? A maioria das crianças afirmam que praticam
na rua, no quintal e no largo das escolas. Dos meninos que afirmam, que
precisam de um espaço brande e aberto, materiais como bolas, cordas, arcos,
garrafas, cisnas e um orientador.
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Gráfico no10
Outras actividades
29%
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Podem ser individuais ou em grupo, e estes últimos podem ser competitivos
ou colaborativos. Podem também ser espontâneos ou organizados.
São indispensáveis para uma vida saudável, uma vez que permitem a
redução do stress e o prazer da vida, pelo que fazem parte dos direitos
humanos fundamentais.
São classificadas da seguinte forma:
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adaptações de movimentos, ou exercícios menos complexos cujo objetivo é
propiciar ao participante prazer, satisfação e a diversão, fortalecendo a
motivação, a relação interpessoal, autoimagem e a autoestima. Através do
lazer as crianças podem construir um pensamento mais crítico com relação ao
ambiente, reflexão das situações vividas em sala, buscas por alternativas para
lidar com aquela determinada situação, descobertas de novas possibilidades e
na construção da personalidade.
As atividades lúdicas e recreativas são as principais ferramentas utilizadas pela
Educação Física para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem
para alunos da Educação Infantil.
De acordo com Corrêa (2020), nesse ponto é necessário que alunos aprendam
a perder, pois o sentimento da derrota faz parte da vida. Mas os jogos
competitivos têm grandes pontos positivos e podem ser focados para um bom
desenvolvimento e bem sucedidos. Um trabalho em equipe desenvolvido em
caráter cooperativo ou competitivo, traz consigo ferramentas importantíssimas
para os alunos e professores. As atividades em equipes possuem um papel
fundamental na formação das pessoas quanto cidadão, pois as vantagens ao
se trabalhar desta forma abrem um leque de saberes, deveres, respeito, tanto
para si quanto para o próximo, tudo aliado a cidadania, pois o saber respeitar é
algo benéfico e valoroso para a vida inteira.
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Material: bola
Participantes: 30
Organização: divida o espaço ao meio, com corda ou rede, a uma altura de
1,60 cm, aproximadamente, e distribua a turma igualmente nos dois lados
Desenvolvimento: : um estudante de posse da bola lança a mesma para o
lado adversário com o braço acima da cabeça, imitando o saque por cima. Ao
ultrapassar a corda ou a rede, a recepção deve ser feita somente de manchete,
após a bola pingar uma vez no solo. E deverá dar três passes de manchetes
pingadas antes de passar a bola para o outro lado, que realiza o mesmo
procedimento. O grupo que errar propicia um ponto e a posse da bola para o
outro grupo sacar
Variante: pode-se diminuir ou aumentar o número de manchetes, bem como
trabalhar somente o toque-pingado ou os dois: toque e manchete pingados de
acordo com a possibilidade e evolução dos participantes
Classificação:
Pela sua localização: Interno/Externo
Pela intecidade: Média
Por suas características: Pré – desportivo
pág. 43
Desenvolvimento: o chefe passa a falar aleatoriamente: "Vivo" ou "Morto". No
caso de "vivo/sol" os participantes devem manter-se de pé. Quando ele gritar
"morto/chuva" os participantes devem abaixar-se, ficando acocorados. Isso
deve ser feito instantaneamente após o grito do chefe.
O chefe do jogo deve procurar fazer as crianças ficarem confusas, repetindo a
mesma ordem mais de uma vez, por exemplo:
"Morto", "Morto", "Morto", "Vivo".
Variante: Terra/Mar: no caso de Terra/Mar, a brincadeira funciona da mesma
forma, só que uma linha deve ser traçada no chão (faz-se isso com um giz ou
utilizando uma corda), então um lado é considerado a Terra e o outro é o Mar,
os participantes começam na terra, então o orador começa a gritar 'terra' ou
'mar', e os participantes ficam pulando de um lado pro outro da corda! Vale
lembrar que o grito pode ser 'repetido', por exemplo: "terra, mar, mar , terra,
terra, terra..."
Classificação:
Pela sua localização: Interno/Externo
Pela intecidade: Média
Por suas características: Pequeno
Nome: : ”Pinga-bola .
Objectivo: Uma ocupação saudavel
Material: bola
Participantes: 30
Organização: divida o espaço ao meio, com corda ou rede, a uma altura de
1,60 cm, aproximadamente, e distribua a turma igualmente nos dois lados
Desenvolvimento: : um estudante de posse da bola lança a mesma para o
lado adversário com o braço acima da cabeça, imitando o saque por cima. Ao
ultrapassar a corda ou a rede, a recepção deve ser feita somente de manchete,
após a bola pingar uma vez no solo. E deverá dar três passes de manchetes
pingadas antes de passar a bola para o outro lado, que realiza o mesmo
procedimento. O grupo que errar propicia um ponto e a posse da bola para o
outro grupo sacar
pág. 44
Variante: pode-se diminuir ou aumentar o número de manchetes, bem como
trabalhar somente o toque-pingado ou os dois: toque e manchete pingados de
acordo com a possibilidade e evolução dos participantes
Classificação:
Pela sua localização: Interno/Externo
Pela intecidade: Média
Por suas características: Pré – desportivo
pág. 45
Pela intecidade: Alta
Por suas características: Tradicional
pág. 46
CONCLUSÕES GERAIS
Depois de desenvolvida essa investigação de forma minunciosa chegou-se as
seguintes conclusões:
pág. 47
RECOMENDAÇÕES
Depois de desenvolvido esse trabalho investigativo recomenda-se o seguinte:
pág. 48
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pág. 49
Carazzato J.G. (1999). Atividade física na criança e no adolescente. In:
Ghorayeb N & Barros Neto T L O Exercício: preparação fisiológica, avaliação
médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu.
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Friedmann, A. B. (1996). Crescer e aprender – O resgate do jogo infantil. São
Paulo: ed. Moderna,
pág. 51
Lei da Actividade de Jogos - Lei n.º 5/16, de 17 de Maio
pág. 52
Melz J. I. e Varoto F. A. (2015). atividades recreativas na educação física
escolar: importância no desenvolvimento integral das crianças do 1º ciclo do
ensino fundamental. Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro, São Paulo,
Brasil
Parizková J. (1974). Particularities of lean body mass and fat development in
growing boys to their motor activity. Acta Paediatr. Belg.; suppl. 28:232-42.
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Tezani, T. C. R. (2006). O jogo e os processos de aprendizagem e
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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das Cidades. Salvador: Livraria Progresso
pág. 56