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FARMACOLOGIA IV

Emergências
Hipertensivas
Amira Saleh, Kamilla Cardozo, Kênia Cordeiro e Mayke Hubner
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA

UMA EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA


VERDADEIRA É UMA AFECÇÃO
POTENCIALMENTE FATAL EM QUE
A ELEVAÇÃO INTENSA E AGUDA
DA PRESSÃO ARTERIAL ESTÁ
ASSOCIADA A LESÃO VASCULAR
AGUDA.

GOLAN. PRINCIPIOS DE FARMACOLOGIA, 2º ED.


Introdução
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição de alta
prevalência e, por isso, um problema de saúde pública

Órgãos-alvo:
Acidente vascular Hipertrofia ventricular Insuficiência
encefálico esquerda renal

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Definição

“Crise hipertensiva (CH) é uma situação caracterizada pela elevação


rápida e inapropriada, intensa e sintomática da pressão arterial,
com (emergência) ou sem (urgência) risco de deterioração rápida
dos órgãos-alvo da hipertensão arterial sistêmica (HAS).”

Fonte: YUGAR-TOLEDO, CONSENSO-MARTIN, VILELA-MARTIN, 2014

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Epidemiologia
Hipertensão Arterial Sistêmica no Brasil:
Prevalência de 24,4%;
44,5% sem tratamento;

Crise Hipertensiva:
27% das emergências clínicas;
Redução de mortalidade de 7% a 1% após uso de
antihipertensivos; Fonte: Sousa e Passarelli Júnior, 2014

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Diferencial em
relação às outras
condições de CH

Fonte: YUGAR-TOLEDO, CONSENSO-MARTIN, VILELA-MARTIN, 2014

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Emergências Urgências
Hipertensivas Hipertensivas

P.A. P.A.

Lesão aguda de órgão-alvo Lesão aguda de órgão-alvo

Risco iminente de morte Risco iminente de morte

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Manifestações Hemorragias da Retina;
Papiledema;

EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS Encefalopatia


Insuficiência Renal Aguda ( pode
Frequentemente associada a
insuficiencia ventricular ser superposta a ICR Crônica.
esquerda aguda
Apresentações clinicas das
emergências Hepertensivas

SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO


PAULO

Fonte: YUGAR-TOLEDO, CONSENSO-MARTIN, VILELA-MARTIN, 2014


TRATAMENTO DA EMERGÊNCIA
HIPERTENSIVA

RÁPIDA REDUÇÃO VASODILATADORES DIURÉTICOS ANTAGONISTA


DA PRESSÃO PARENTERAIS
ARTERIAL

Lesões em orgãos alvo NItroprossiato de sódio Furosemida Labetalol


Nitroglicerina

Titular cuidadosamente Hospitalização

Z I M C O ERM
E EHRUGBÊSN |CD
IAE SHI G
I PNE R
TTH EI N
NKS IV
NAG
Controle do episódio agudo

REDUÇÃO DA P.A. MAIOR PERÍODO DIMINUIR RISCO DIMINUIR


PARA FAIXA DE TEMPO DE PERFUSÃO EXTENÇÃO DA
NORMAL DOS ORGÃOS LESÃO VASCULAR
Cautela 12 a 24H CRÍTICOS

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Fármacos disponíveis no Brasil

Medicamentos Classe Dose Início de ação Duração da ação Indicações

Vasodilatador
arterial e venoso 0,25-10 µg/kg/min
Nitroprussiato de sódio Imediato 1-2 min Maioria das emergências Hipertensivas.
(estimula formação infusão EV continua
GMP cíclico).

Vasodilatador
arterial e venoso, 5- 15 mg/h infusão Insuficiência coronariana, insuficiência
Nitroglicerina 2-5 min 3-5 min
doador de óxido EV continua ventricular esquerda com EAP.
nítrico.

Vasodilatador de 10-20 mg IV ou 10-40 10-20 min EV 20-30


Hidralazina 3-12 hs Eclâmpsia ou iminência de eclampsia.
ação direta mg IM 6/6 h min IM

Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2018;28(3):254-9

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Fármacos disponíveis no Brasil
Medicamentos Classe Dose Início de ação Duração da ação Indicações

Ataque: 500 μg/kg


Infusão intermitente
Beta bloqueador Dissecção aguda de aorta (em
25-50 μg/kg/min  25
Esmolol seletivo de ação ultra 1-2 min 1-20 min combinação com NPS), hipertensão pós-
μg/kg/min cada 10-
rapida. operatória grave.
20 min. Máximo 300
μg/kg/min

Insuficiência ventricular esquerda com


Furosemida Diurético de alça 20-60 mg EV 2-5 min 30-90 min
EAP, situações de hipervolemia

5 mg IV (repetir Insuficiência coronariana, dissecção


Beta bloqueador
Metoprolol 10/10 min, se 5-10 min 3-4 h aguda de aorta (em combinação com
seletivo
necessário ate 20 mg) NPS).

Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2018;28(3):254-9

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Mecanismo de ação
Nitroprussiato de Sódio
É um potente vasodilatador arterial e venoso.
Metabolizado pelas células do músculo liso, liberando óxido nítrico, responsável:

Vasodilatação das
Age aumentando GMPc na célula muscular lisa; artérias e arteríolas
Gera relaxamento e vasodilatação.
Reduz pré e pós carga, melhorando assim a função do VE em pacientes com IC e
baixo débito.

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Mecanismo de ação

Furosemida
Diurético de alça com início de ação rápido e de curta duração;

Bloqueia o sistema cotransportador de Na+K+2Cl– localizado na membrana


celular luminal do ramo ascendente da alça de Henle;

A ação diurética resulta da inibição da reabsorção de cloreto de sódio neste


segmento da alça de Henle.

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Mecanismo de ação
Labetalol
Tem a capacidade de bloquear competitivamente a estimulação adrenérgica
dos β-receptores:

Dentro do miocárdio (β1-receptores) e dentro dos brônquios e do músculo


liso vascular (β2-receptores), e α1-receptores dentro do músculo liso
vascular.

Gerando da pressão arterial sistémica e resistência vascular sistémica, sem


substancial na FC em repouso, DC, ou volume de ejeção.

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Mecanismo de ação
Nitroglicerina

Vasodilatador com ação venosa, levando a redução da pré-carga e da pós-


carga ventricular..

Atua através da formação de óxido nítrico, que induzirá a vasodilatação de


arteríolas e veias por meio da geração de GMPc. O GMPc causa a
desfosforilação das cadeias leves da miosina, sequestro de Ca++ e o
relaxamento do músculo liso.

Associado ao nitroprussiato de sódio, proporciona diminuição da tensão na


parede da aorta, com isso, atenuando a progressão da delaminação da
parede da aorta.
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Referências Bibliográficas

YUGAR-TOLEDO, J.C; CONSENSO-MARTIN, L.N; VILELAMARTIN, J.F. Aspectos fisiopatológicos e clínicos das
emergências hipertensivas. Rev. Bras. Hipertens. Vol 21(3): 140-147, 2014.

SOUSA, M.G; PASSARELLI JÚNIOR, O. Emergências hipertensivas: epidemiologia, definição e


classificação. Rev. Bras. Hipertens. Vol 21(3): 134-139, 2014.

Golan, D.E., Tashjian, A.H., Armstrong, E.J., Armstrong, A.W. Princípios de Farmacologia: A Base
Fisiopatológica da Farmacoterapia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Crises HIpertensivas: DEfinindo a


Gravidade e o Tratamento 2018;28(3):254-9

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