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MINOLOGI
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CRI
MINOLOGI
A
CRIMINOLOGIA

CRIMINOLOGIA

Professor: Fernando Soubhia


Monitora: Clara Alexandrina
Aula: Vitimologia

- Etiologia da vitimização, suas consequências e tratamento dispensado pelo sistema de


justiça;

- Descobrimentos dos elementos psíquicos do complexo criminógeno existente na dupla


penal (relação entre vítima e ofensor), isto é, o potencial de receptividade vitimal;

- Influências sociais no processo de vitimização;

- Comportamento da vítima denunciante enquanto agente de controle social criminal


(cifra oculta);

- Análise da vitimização sem intervenção de um terceiro;

- Danos sofridos pela vítima do crime e mecanismos de reparação;

- Programas de prevenção do crime dirigidos a determinadas vítimas;

- Assistência e proteção das vítimas;

- Como a mídia lida com as vítimas de crimes;

Vítima

Idade de ouro: compreendida entre os primórdios da civilização até o fim da alta idade
média. A vítima era a protagonista da resposta penal, exercendo, por vezes,
pessoalmente, a punição. Ausência de proporcionalidade.

Neutralização do poder da vítima: com a monopolização do exercício do poder punitivo


pelo Estado, a vítima deixa de ter poder sobre a reação. A pena passa a ser uma garantia
da ordem coletiva e não da vítima.

Revalorização da Papel da vítima: ao longo dos últimos séculos, com ênfase no segundo
pós-guerra do século XX, o interesse vitimológico ressurge;

Arcabouço teórico; estudos sobre bystanders; movimento feminista.

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CRIMINOLOGIA
Conceito de Vítima

- Quanto ao agente de vitimização:

a) Conceito amplo: todos aqueles que sofrem danos físicos, mentais ou econômicos,
mas sem a exigência desse dano ser causado a partir de um ilícito penal

b) Conceito restrito: pessoa alvo de uma conduta criminosa que sofre, direta ou

indiretamente, danos físicos, mentais ou econômicos

- Quanto à pessoa:

a) Originário: Apenas pessoas físicas componentes da dupla-penal;

b) Contemporâneo: Pessoas físicas e jurídicas, além da própria sociedade, Estado,


comunidade internacional, etc.

Vitimização Difusa e a desmaterialização da vítima

Na vitimização difusa, em razão da natureza do bem jurídico tutelado, não há vitima


determinada para o crime;

Fenômeno típico de sociedades pós industriais;

Falta de transmissão da consciência da gravidade do delito.

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CRIMINOLOGIA

Vitimologia Clássica/Etiológica/Positivista

Demonstração da existência de uma interação recíproca entre delinquente e vítima –


dupla penal;

- A vítima deixa de ser um sujeito passivo para ser um sujeito ativo na ocorrência do
delito, influindo para sua ocorrência;

- Etiologia do delito deixa de ser um estudo exclusivo do delinquente;

- Potencial de receptividade vítima: elementos psíquicos do “complexo criminógeno”


existente na dupla penal, que determina a aproximação entre a vítima e o criminoso e
as chances de vitimização.

Noção ampla de vítima, ampliando o objeto da vitimologia e postulando que o ideal da


vitimologia deveria ser a diminuição da vitimização em todas as áreas.

Hans Von Hentig (1887 - 1934)

“A vítima modela, configura, esculpe seu próprio autor e molda seu crime.
Silenciosamente, mais ou menos inconscientemente, ela dá seu consentimento,
coopera em sua execução, conspira ou provoca o crime”

Isolado:

Vivem na solidão e acabam se colocando em situações de risco.

Depressivo:

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CRIMINOLOGIA
Depressão pode ocasionar a vitimização do indivíduo, pois poderá levar a pessoa à sua
autodestruição. Além disso, seu estado mental fragilizado faz com que eles não
reconheçam o perigo.

Reincidente

Pessoa já foi vítima de um determinado delito, mas mesmo após ter passado por tal
episódio, não passa a tomar qualquer tipo de precaução para que não volte a ser
vitimizada.

Propensa

Pessoas que possuem uma tendência natural de se tornarem vítimas. Isso pode decorrer
da personalidade deprimida, desenfreada, libertina ou aflita da pessoa.

Vítima isolada

Vive na solidão, não se relacionando com outras pessoas, colocando-se em situações de


risco.

Vítima por proximidade

a) proximidade espacial: que se torna vítima pelo fato de estar em proximidade


excessiva do autor do delito em um determinado local;

b) proximidade familiar: núcleo familiar;

c) proximidade profissional: atividades profissionais que requerem um estreitamento


maior no relacionamento profissional

Vítima com ânimo de lucro

Pela cobiça, acaba sendo ludibriada pelos estelionatários;

Vítima com ânsia de viver

Ocorre com o indivíduo que, com o fundamento de não ter aproveitado sua vida até o
presente momento de uma forma mais eficaz, passa a experimentar situações de
aventuras até então não vividas que o colocam em situações de risco ou perigo.

Vítima agressiva

A vítima se torna agressiva em decorrência da agressão que sofre

Vítima sem valor

Em decorrência de seus atos não recomendáveis praticados perante a sociedade, acaba


sendo indesejada ou repudiada no meio social em que vive.

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CRIMINOLOGIA
Vítima pelo estado emocional

Sentimentos de obcecação, medo, ódio ou vingança que vem a sentir por outras
pessoas.

Vítima por mudança da fase de existência

Poderá se tornar vítima em conseqüência de alguma mudança comportamental;

Vítima perversa

Enquadram-se nesta modalidade de vítimas os psicopatas, pessoas que não possuem


limite algum de respeito em relação às outras, tratando-as de um modo como se fossem
objetos que podem ser manipulados.

Vítima alcoólatra

Vítima Depressiva

Autodestruição.

Vítima voluntária

Por não oporem resistência à violência sofrida, acabam permitindo que o autor do delito
o realize sem qualquer tipo de obstáculo.

Vítima indefesa

Sob o pretexto de que a persecução judicial lhes causaria maiores danos do que o
próprio sofrimento resultante da ação criminosa, acabam deixando de processar o autor
do delito.

Vítima falsa

Pessoas que, por sua livre e espontânea vontade se auto vitimam para que possam se
valer de benefícios.

Vítima imune

Pessoas que, em decorrência de seu cargo, função, ou algum tipo de prestígio na


sociedade em que vive acham que não estão sujeitas a qualquer tipo de ação delituosa
que possa transformá-las em vítimas.

Vítima reincidente

Pessoa já foi vítima de um determinado delito, mas mesmo após ter passado por tal
episódio, não passa a tomar qualquer tipo de precaução para que não volte a ser
vitimizada.

Vítima que se converte em autor

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CRIMINOLOGIA
A vítima que era atacada pelo autor da agressão se prepara para o contra-ataque.

Vítima propensa

Pessoas que possuem uma tendência natural de se tornarem vítimas. Isso pode decorrer
da personalidade deprimida, desenfreada, libertina ou aflita da pessoa.

Vítima resistente

Disposição da vítima em lutar com o autor.

Vítima da natureza

Vítimas em decorrência de fenômenos da natureza

Benjamim Mendelsohn

→ Classificação com base no nível de culpa da vítima:

Vítima Totalmente Inocente (Vítima ideal): não concorre de forma alguma para o
evento;

Vítima por Ignorância (Vítima de menor culpabilidade): menos culpada que o


delinquente, mas imprudente ou negligente;

Vítima tão culpada quanto o delinquente (Vítima Voluntária): dá causa ao resultado


(p.ex. eutanásia);

Vítima Mais culpada que o delinquente (Vítima por provocação): aquela que provoca o
delinquente;

Vítima como única culpada (vítima agressora / simulada / imaginária / pseudovítima):


pessoa que se coloca em situação de completo risco.

Vitimologia Radical

Ruptura com a vitimologia “positivista”;

A vitimização não é mais percebida em uma dimensão individual, mas como um fato
que só pode ser analisado a partir das relações de poder estabelecidas na sociedade;

Transição da micro-vitimologia para macro;

Preocupação com desigualdades estruturais e como estas podem moldar a distribuição


da vitimização na sociedade.

Seletividade e Vitimização

O risco de vitimização não é igualmente distribuído.

Vitimo-Dogmática Alemã

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CRIMINOLOGIA
Reconhecimento do co-protagonismo da vítima no crime e seu reflexo na calibragem do
nível de responsabilidade do autor.

Moderada:

Comportamento da vítima só pode repercutir no processo de dosimetria de pena (W.H.)

Radical:

Se a vítima expõe seu bem jurídico a perigo de tal forma que “abandona” sua proteção,
não haverá fundamento para aplicação da pena (B.S.)

- Para o STF, o comportamento da vítima só pode ser valorado positivamente para o


acusado (vertente moderada mitigada).

Vitimologia Processual

Análise do impacto da reação social sobre a pessoa da vítima, bem como sobre seu
comportamento enquanto vítima-denunciante.

Vitimização Secundária (vitimização processual, sobrevitimização ou revitimização):

Um derivativo das relações existentes entre as vítimas primárias e o Estado no exercício


do controle formal;

Lei 14.245/22 e Lei 14.321/22 (Violência Institucional).

Injustiça Epistêmica

Miranda Fricker: situações em que uma pessoa é genuinamente renegada na qualidade


de sujeito epistêmico.

Vitimização v. Dados Oficiais

Cifra Negra: Consequência do “efeito funil”. É a diferença entre crimes ocorridos e


crimes registrados pelas polícia;

Cifra Cinza: diferença entre crimes registrados pela polícia e crimes onde houve a
persecução penal efetiva do responsável;

Cifra Dourada: diferença entre crimes de colarinho branco ocorridos e crimes


registrados pela polícia;

Cifra Amarela: diferença entre crimes violentos praticados pelo Estado contra seus
cidadãos e registrados pela polícia;

Cifra Verde: diferença entre crimes ambientais registrados pela polícia.

VITIMIZAÇÃO

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CRIMINOLOGIA
VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA

Vitimização decorrente do próprio fato crime e nos resultados que este irá gerar. Reflete
tanto as experiências pessoais e os mais variados reflexos produzidos pelo delito

- Direta – quando atinge a própria pessoa alvo da conduta

- Indireta – quando atinge pessoas alheias à conduta

VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA

(vitimização processual, sobrevitimização ou revitimização) Um derivativo das relações


existentes entre as vítimas primárias e o Estado no exercício do controle formal. Da
perspectiva do infrator - trata-se do sofrimento excessivo e desnecessário durante o
cumprimento da reprimenda.

VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA

Da perspectiva da vítima do delito - trata-se do constrangimento em decorrência do


crime perante a sociedade.

VITIMIZAÇÃO QUATERNÁRIA

É o medo de se converter em vítima – manifestação da vitimização subjetiva – que se


internaliza pela falsa percepção da realidade a partir das informações levantadas pela
mídia.

Vitimização:

Risco de Vitimização:

Fatores de risco;

Grau de vulnerabilidade.

Medo de Vitimização

Influência midiática;

Experiências passadas.

Autovitimização

A auto-denominação de uma pessoa ou instituição no papel de vítima ou pessoa


perseguida para anular críticas, opiniões ou objeções

Heterovitimização

“Autorecriminação da vítima”, que se culpa pela ocorrência do delito.

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supremotv.com.br

tvsupremo

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