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Sumário:

Crimes contra a Pessoa --------------------------------------------------- 01

Crimes contra a Honra -------------------------------------------------- 03


Crimes contra o Patrimônio --------------------------------------------- 04
Crimes contra o Administração Pública -------------------------------- 07
Crimes contra a Dignidade Sexual -------------------------------------- 09

Concurso de Pessoas ------------------------------------------------------ 10


Concurso de Crimes -------------------------------------------------------- 10
Excludentes de Culpabilidade ---------------------------------------------- 11
Excludentes de Ilicitude --------------------------------------------------- 12
Classificação dos Crimes ------------------------------------------------- 13
Dolo e Culpa -------------------------------------------------------------- 14
Desistência Voluntária e outros ------------------------------------------- 14
Teoria do Erro ------------------------------------------------------------- 14
Reincidência ------------------------------------------------------------- 15
Extinção da Punibilidade ------------------------------------------------ 15
Lei de Drogas -------------------------------------------------------------- 17
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HOMICÍDIO QUALIFICADO
Crimes contra a Pessoa Hipóteses:
Pelos motivos: paga promessa de
recompensa, motivo torpe ou motivo fútil.
HOMICÍDIO SIMPLES
Meio empregado: Veneno, fogo, explosivo,
Conduta: Matar alguém.
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel e que possa resultar em perigo
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
comum.
Trata-se de causa de diminuição de pena.
Modo de execução: Traição, emboscada,
Não se comunica entre coautores.
dissimulação ou outro recurso que dificulte
Hipóteses: ou torne impossível a defesa da vítima.
Motivo de relevante valor social: O Por conexão: Para assegurar a execução, a
interesse é da coletividade. ocultação ou a impunidade ou a vantagem
Motivo de relevante valor moral: O interesse de outro crime.
é particular do agente. Pelo sexo da vítima: Contra mulher, por
Homicídio emocional: Domínio de violenta razões da condição do sexo feminino.
emoção, logo em seguida a injusta Contra integrantes do sistema prisional, da
provocação da vítima. Força Nacional de Segurança, cônjuge,
Atenção! Se for sob influência de violenta companheiro ou parente consanguíneo.
emoção, é atenuante. Contra menor de 14 anos.
Atenção! É possível a incidência destas
causas de diminuição em conjunto com Atenção! Majorantes do Feminicídio
alguma das qualificadoras, desde a (aumento de um terço até metade):
qualificadora não tenha natureza objetiva - Durante a gestação ou nos três primeiros
aquelas referentes ao meio ou modo de meses ao parto.
execução (ver ao lado). Contra pessoa menor de 14 anos, maior de
60 anos, com deficiência ou portadora de
doenças degenerativas que acarretam
condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental.
Na presença física ou virtual de
descendente ou de ascendente da vítima.
Em descumprimento das medidas protetivas
de urgência.

Atenção! No homicídio qualificado pela


tortura, a morte da vítima é provocada a
HOMICÍDIO CULPOSO título de dolo. Já na tortura qualificada pela
Ocorre quando o agente mata alguém por morte, a morte da vítima é provocada a
imprudência, negligência ou imperícia. título de culpa.
Causas de aumento do homicídio culposo: Atenção! As qualificadoras do motivo torpe
A pena será aumentada de 1/3 quando: e do feminicídio não são incompatíveis entre
a) houver inobservância de regra técnica si e não caracterizam bis is idem.
de profissão, arte ou ofício; Atenção! Quando o homicídio não ocorre
b) deixar o agente de prestar imediato por circunstâncias alheias à vontade do
socorro a vítima; agente, é homicídio tentado.
c) o autor não procurar diminuir as
consequências do seu ato;
d) o agente fugir para evitar prisão
em flagrante.

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Causas de aumento do homicídio doloso: Atenção! Em caso de erro sobre a pessoa


A pena será aumentada de 1/3 quando: (por exemplo, quando a mãe confunde o
a) ao tempo dos fatos, a vítima era menor próprio filho com outro bebê), ela deverá
de 14 anos, ou maior de 60 anos. ser punida por infanticídio, e não por
homicídio, pois deve ser considerada a
vítima pretendida, e não a efetivamente
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E
atingida.
AUXÍLIO AO SUICÍDIO
É crime formal, logo basta apenas o ato de ABORTO
induzir, instigar ou auxiliar para se Consentimento da gestante: Neste caso, é
consumar. punida a gestante e o terceiro que pratica
Se do ato resultar em morte, o autor o aborto, com penas diferentes.
responder na forma qualificada. Atenção! É inexistente o consentimento se a
Se do ato resultar lesão grave ou gestante não é maior de 14 anos, ou é
gravíssima, o autor responde na forma alienada ou débil mental, ou se o
qualificada. consentimento é obtido mediante fraude,
Se cometido contra menor de 14 anos ou grave ameaça ou violência.
deficiente mental, o autor responde por Aborto qualificado: Ocorre quando, em
homicídio. consequência do aborto ou dos meios
Se cometido contra menor de 14 a 18 anos empregados, a gestante sofre lesão
ou contra quem tem capacidade de corporal grave (aumento de 1/3) ou morre
resistência diminuída ou por motivo fútil, (penas duplicadas).
torpe, o autor responde por instigação, Não haverá crime quando o aborto for
induzimento e auxílio ao suicídio com causa praticado por médico quando:
de aumento, duplica a pena. a) não há outro meio de salvar a vida da
Se cometida através de redes sociais ou gestante (abordo necessário ou
transmissão em tempo real, a pena é em terapêutico). Não depende de
dobro. consentimento da gestante.
Se o autor for líder ou coordenador de b) a gravidez resulta de estupro e o aborto
grupo ou rede social, a pena é aumentada é consentido pela gestante ou, quando
em metade. incapaz, por seu representante legal
Atenção! A conduta de suicidar-se é (aborto sentimental ou humanitário).
atípica.
LESÃO CORPORAL
Consiste na ofensa a integridade ou a
saúde física de outrem.
Atenção! O dolo não poderá ser o de
causar a morte da vítima, hipótese em que o
agente será responsabilizada por
homicídio.
Ação penal: Na lesão corporal leve e na
INFANTICÍDIO
lesão corporal culposa, a ação penal é
É considerado crime-próprio, pois a lei pública condicionada à representação.
estabelece que este delito será praticado As demais espécies de lesões corporais
pela mãe da vítima. dolosas serão de ação penal pública
Atenção! É possível a coautoria e a incondicionada.
participação na prática do crime,
considerando que embora a condição de
mãe seja pessoal, esta circunstância é
elementar do delito, sendo comunicada com
os demais envolvidos.
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Atenção: A ação penal relativa ao crime de DIFAMAÇÃO


lesão corporal resultante de violência Desonrar alguém espalhando informações
doméstica contra a mulher será pública inverídicas / ofensas à reputação.
incondicionada, mesmo se o delito for de É irrelevante se o fato é ou não verdadeiro.
natureza leve ou culposa. É UM FATO ESPECÍFICO, DETERMINADO.
Em caso de funcionário público, a ofensa
deve ser relativa ao exercício de suas
funções, caberá a Exceção de Verdade.
(honra objetiva)

INJÚRIA
Falar algo desonroso e que ofenda sua
dignidade.
NÃO É UM FATO ESPECÍFICO.
Atribuem-se qualidades negativas
Hipóteses de lesão corporal grave: Exemplo: Xingamentos
a) incapacidade para as ocupações (honra subjetiva)
habituais por mais de 30 dias;
b) perigo de vida;
c) debilidade permanente de membro,
sentido ou função;
d) aceleração de parto.
Hipóteses de lesão corporal gravíssima:
a) incapacidade permanente para o
trabalho;
b) enfermidade incurável;
c) perda ou inutilização do membro, sentido Injúria qualificado pelo preconceito: Ocorre
ou função; quando o criminoso , ao praticar o delito,
d) deformidade permanente; utiliza elementos de raça, cor, etnia,
e) aborto. religião, origem ou condição de pessoa
Lesão corporal seguida de morte: É crime idosa ou deficiente.
preterdoloso, em que há dolo na conduta Causas de aumento de pena:
antecedente (lesionar) e culpa no resultado a) crimes contra o Presidente da República
produzido (morte). O agente quer uma ou chefe de governo estrangeiro;
coisa e age para obtê-la, mas alcança b) crimes contra funcionário público, em
outra, não desejada. Não é possível a razão de suas funções;
tentativa, pois o resultado morte não é c) crime praticado na presença de várias
pretendido. pessoas ou por meio que facilite a
divulgação;
d) contra criança, adolescente, pessoa
Crimes contra a Honra maior de 60 anos ou pessoa com
deficiência (exceto na injúria, em que há
qualificado específica);
CALÚNIA e) crime cometido mediante paga ou
Acusar alguém publicamente de um crime, promessa de recompensa;
sabendo que a acusação é falsa. f) crime cometido ou divulgado em
Observação: Se o crime for comprovado, quaisquer modalidades das redes sociais da
isto é, se o agente demonstrar que não rede mundial de computadores.
mentiu, por meio da Exceção da Verdade,
poderá evitar a punição.
(honra objetiva)
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Não constituem injúria ou difamação:


a) a ofensa irrogada em juízo, na discussão Crimes contra o Patrimônio
da causa, pela parte ou por seu
procurador;
Atenção!
b) a opinião desfavorável da crítica
Escusa Absolutória
literária, artística ou científica, salvo
(Causa excludente de punibilidade)
quando inequívoca a intenção de injuriar
Estão isentos da pena:
ou difamar;
a) Cônjuge, na constância da sociedade
c) o conceito desfavorável emitido por
conjugal.
funcionário público, em apreciação ou
b) Ascendente ou descendente, civil ou
informação que preste no cumprimento de
natural.
dever do ofício.
Não será possível a aplicação:
Cabe retratação que implica isenção da a) Nos crimes de roubo ou extorsão, ou no
pena: Calúnia e Difamação. geral, quando haja emprego de grave
Cabe pedido de explicações: Calúnia, ameaça ou violência.
Difamação e Injúria. b) Ao estranho que participou do crime.
c) Se o crime é cometido contra pessoa com
PERSEGUIÇÃO idade superior ou igual a 60 anos.
Consiste em perseguir alguém, de forma
habitual. Deve ocorrer de forma reiterada, ROUBO
isto é, repetidas vezes. Pode ser praticado Roubo Próprio: A violência é aplicada
por qualquer meio. Não admite tentativa; antes ou durante a subtração.
Deve se dar no contexto de, no mínimo, uma Roubo Impróprio: A violência é aplicada
das seguintes condutas: depois da subtração.
a) ameaçando a integridade física ou Violência Própria: Emprego de força física
psicológica da vítima; contra a pessoa.
b) restringindo a capacidade de locomoção Violência Imprópria: O agente faz com que
da vítima; ou a vítima não possa oferecer resistência.
c) invadindo ou perturbando, de qualquer Súmula 582 do STJ: Consuma-se o crime de
forma, a esfera de liberdade da vítima. roubo com a inversão da posse do bem
A pena será aumentada de metade quando: mediante emprego de violência ou grave
a) praticado contra criança, adolescente ou ameaça, ainda que por breve tempo e em
idoso; seguida à perseguição imediata ao agente
b) praticado contra mulher, por razões da e recuperação da coisa roubada, sendo
condição do sexo feminino; prescindível a posse mansa e pacífica ou
c) mediante concurso de duas ou mais desvigiada.
pessoas, ou
d) com o emprego de arma.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A


MULHER
Consiste em causar dano emocional à
mulher que a prejudique e perturbe seu
pleno desenvolvimento ou que vise a
degradar ou a controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões.
É delito material, consuma-se com a
provocação do dano emocional à vítima,
que não consiste, necessariamente, em
efetiva lesão à saúde. Admite tentativa.

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O crime consuma independente da


obtenção da vantagem indevida.
Se em razão da violência a vítima sofrer
lesões corporais de natureza grave ou
resultar em morte, a extorsão será
qualificada.

Roubo x Extorsão
Hipóteses de Roubo Majorado: No Roubo, o comportamento da vítima é
a) Se há concurso de duas ou mais prescindível e o agente conseguirá
pessoas; subtrair a coisa, ainda que o ofendido não
b) Se a vítima está em serviço de realize qualquer conduta. Na Extorsão, o
transporte de valores e o agente conhece comportamento da vítima é imprescindível
tal circunstância; e o agente não conseguirá a indevida
c) Se a subtração for de veículo automotor vantagem econômica se o ofendido não
que venha a ser transportado para outro realizar a conduta.
Estado ou para o exterior;
d) Se o agente mantém a vítima em seu EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
poder, restringindo sua liberdade; QUALIFICADA
e) Se a subtração for de substâncias
Se o sequestro dura mais de 24 horas.
explosivas ou de acessórios que, conjunta
Se o sequestrado é menor de 18 anos ou
ou isoladamente, possibilitem sua
maior de 60 anos.
fabricação, montagem ou emprego;
Se o crime é cometido por bando ou
f) Se a violência é exercida com emprego
quadrilha.
de arma branca ou arma de fogo;
Se resultar em lesão corporal grave ou
g) Se há destruição ou rompimento de
morte.
obstáculo mediante emprego de explosivo
ou artefato que causa perigo;
Hipóteses de Roubo Qualificado: FURTO
Se dá violência resulta: Consiste na subtração de coisa alheia
a) Lesão corporal grave; móvel, podendo ser para si ou para
b) Morte. outrem.
Hipóteses de Furto Qualificado:
Atenção! O crime de Latrocínio (roubo a) Com destruição ou rompimento de
seguido de morte) se consuma com a morte obstáculo à subtração da coisa.
da vítima, ainda que o agente não consiga b) Com abuso de confiança, ou mediante
dela subtrair coisa alheia móvel. fraude, escalada ou destreza (Obs.: a
destreza deve ser eficaz).
EXTORSÃO c) Com emprego de chave falsa.
Consiste na conduta de constranger d) Mediante concurso de duas ou mais
alguém, mediante violência ou grave pessoas.
ameaça, e com o intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa.

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Hipótese de Furto com Aumento de Pena:


a) O agente prática o crime durante o Estelionato X Furto mediante

repouso noturno.
Fraude:
Requisitos do Furto Privilegiado:
a) Criminoso primário; No

Estelionato, a fraude serve para a


b) Coisa furtada de pequeno valor; vítima, ludibriada pelo autor, adote
Súmula 511 do STJ: É possível que o furto determinada conduta ou entregue
seja privilegiado-qualificado, desde que a determinado bem com espontaneidade. No
qualificadora seja de natureza objetiva. Furto mediante Fraude, o autor utiliza-se
da fraude para diminuir a vigilância da
vítima sobre determinado bem, para em
seguida, contra a sua vontade, subtraí-la
ESTELIONATO para si.
A conduta consiste na junção destes
requisitos: RECEPTAÇÃO
a) Obtenção de vantagem ilícita; Consiste em adquirir, receber, transportar,
b) Causar prejuízo a outrem; conduzir ou ocultar, em proveito próprio
c) Uso de meio ardil ou artimanha; e ou alheio, coisa que saber ser produto de
d) Enganar alguém ou levá-la ao erro. crime (receptação própria), ou influir para
Hipóteses em que será permitida a que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
tentativa: ou oculte (receptação imprópria).
a) o agente emprega o meio fraudulento, Receptação qualificada: Está relacionada
mas não consegue enganar a vítima; ao exercício de atividade comercial ou
b) o agente emprega o meio fraudulento, industrial, se equiparando, qualquer forma
engana a vítima, mas não consegue obter de comércio irregular, até mesmo o
a vantagem; exercido em residência.
c) o agente emprega o meio fraudulento, Atenção! Na receptação qualificada, o
engana a vítima, obtém a vantagem, mas agente "deveria saber" que trata-se de
não causa prejuízo patrimonial ao proveito de crime, ou seja, aqui existe o
ofendido. dolo eventual. Por outro lado, na
A pena será aumentada de 1/3 se: receptação simples, o agente "sabe".
a) o crime for cometido em detrimento de Receptação culposa: Ocorre quando o
entidade de direito público ou de instituto agente adquire ou recebe coisa que, por
de economia popular, assistência social ou sua natureza ou pela desproporção entre
beneficência. o valor e preço ou pela condição de quem
A pena será aumentada de 1/3 ao dobro se: a oferece, deve presumir-se obtida por
a) o crime for praticado contra idoso ou meio criminoso.
vulnerável, considerando a relevância do
resultado gravoso. Receptação x Favorecimento

Ação penal: Real


Será de ação penal pública condicionada
a representação, salvo s a vítima for a Na Receptação, o agente adquire ou
Administração Pública, direta ou indireta; oculta a coisa produto do crime em
criança ou adolescente; pessoa com benefício próprio ou de outrem (pessoa
deficiência mental; ou maior de 70 anos de diversa do autor do crime precedente). No
idade ou incapaz. Favorecimento Real, o agente oculta a
coisa em proveito do próprio autor do
crime antecedente.

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APROPRIAÇÃO INDÉBITA d) Peculato-culposo: o funcionário público


Atenção! Na apropriação é necessário que deixa de observar o dever de zelo inerente
exista a posse justa antes da intenção de ao cargo e, em virtude disso, possibilita a
subtraí-la para si. prática de delito por terceiro.
Atenção! No peculato culposo, se o agente
Entendimentos sumulados: reparar o dano antes da sentença
O foro competente para o processo e irrecorrível, a punibilidade será extinta e
julgamento dos crimes de estelionato, sob nenhum efeito penal subsiste, Contudo, se
a modalidade da emissão dolosa de a reparação for posterior, será aplicada a
cheque sem provisão de fundos, é o local pena do delito reduzida pela metade.
onde se deu a recusa do pagamento pelo Atenção! Se um particular participa do
sacado. delito, será responsabilizada pelo crime,
A competência para processo e julgamento caso saiba da condição de funcionário
do Latrocínio é do juiz singular, e não do público.
tribunal do júri.
Compete ao juízo do local da obtenção da
vantagem ilícita processar e julgar o crime
de estelionato cometido mediante
falsificação de cheque.
A utilização de papel moeda
grosseiramente falsificado configura, em
tese, o crime de estelionato, da
competência da Justiça Estadual.
Sistema de vigilância ou segurança não
torna crime impossível à configuração do
furto. CONCUSSÃO
Consiste na conduta, realizada pelo
funcionário público, de exigir vantagem
Crimes contra a indevida ao particular.

Administração Pública
Atenção! Se a vítima cede a exigência e
entrega a vantagem indevida, ela não será
responsabilizada por corrupção ativa, pois
PECULATO assim agiu em razão de ter sido
Modalidades: constrangida pelo funcionário público.
a) Peculato-apropriação: o funcionário
público se apropria de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem posse tem razão do
cargo, em proveito próprio ou alheio.
b) Peculato-desvio: o funcionário não se
apropria, mas dá destinação diversa da
que deveria à coisa móvel, pública ou
particular, em proveito próprio ou alheio.
c) Peculato-furto: o funcionário não detém
a coisa móvel, não tendo como dela se
apropriar ou desviar, mas consegue
subtraí-la, em razão da facilidade
proporcionada pelo cargo;

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CORRUPÇÃO PASSIVA DESCAMINHO


Pode ocorrer quando o funcionário Consiste no comportamento fraudulento
público: visando o não pagamento de direito ou
a) solicita vantagem indevida; imposto devido pela entrada, pela saída,
b) recebe vantagem indevida; ou pelo consumo de mercadora. Admite
c) aceita promessa de vantagem. tentativa.
Aumento de pena: Se o funcionário, em Súmula 599 do STJ: O princípio da
consequência da vantagem ou promessa, insignificância é inaplicável aos crimes
retarda ou deixa de praticar qualquer ato contra a administração.
de ofício ou o prática infringindo dever Admite o princípio da insignificância
funcional, a pena deve ser aumentada de quando o montante não ultrapassar os R$
1/3. 20.000,00, nos crimes de descaminho.

Atenção! Quem oferece e promete para CONTRABANDO


determiná-lo a praticar, omitir ou retardar Consiste na conduta de importar,
ato de ofício, responde por corrupção introduzir, ou exportar, fazer com que saia
ativa. A promessa não pode ser posterior a do território nacional, mercadoria
prática, pois assim não configura o crime. proibida. Admite tentativa.
Não admite forma culposa.
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
Atenção! Tanto os crimes de concussão e Consiste em dar causa à instauração de
corrupção passiva: inquérito policial, de procedimento
a) São formais, sendo desnecessário o investigatório criminal, de processo
efetivo recebimento da vantagem para judicial, de processo administrativo
consumação. disciplinar, de inquérito civil ou de ação de
b) Admite tentativa, desde que viável o improbidade administrativa contra alguém,
fracionamento da execução. imputando-lhe crime, infração ético-
c) Podem sr praticados fora da função ou disciplinar ou ato ímprobo de que sabe ser
antes de assumi-la. inocente.
d) A vantagem não precisa Atenção! Pressupõe que o agente tenha
ser, necessariamente, certeza da inocência do acusado, e mesmo
econômica. assim, o denuncie.

PREVARICAÇÃO COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE


Retardar ou deixar de praticar ato de CONTRAVENÇÃO
ofício ou praticar contra a disposição Consiste em provocar a ação de
expressa em lei, em razão de um interesse autoridade, comunicando-lhe a ocorrência
ou sentimento pessoal (exemplo: uma de crime ou de contravenção que sabe não
amizade). se ter verificado.

FAVORECIMENTO PESSOAL
Corrupção passiva privilegiada
Consiste em auxiliar a subtrair-se à ação
x Prevaricação de autoridade pública autor de crime a
Na Corrupção passiva privilegiada, o crime que é cominada pena de reclusão.
é praticado por ceder o funcionário Exemplo: Aquele que coloca o condenado
público, a pedido ou influência de outrem. no carro e o leva para outro país
Na Prevaricação, o delito é motivado por para que ele escape de ser
satisfação de interesse ou sentimento preso, comete este delito.
pessoal.

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FAVORECIMENTO REAL Atenção! Não é necessário que haja


Consiste em prestar a criminoso, fora dos violência ou grave ameaça.
casos de coautoria ou de receptação, Súmula 593 do STJ: O crime de estupro de
auxílio destinado a tornar seguro o vulnerável se configura com a conjunção
proveito do crime anterior, praticado por carnal ou prática de ato libidinoso com
terceiro. Se o agente atuar com a intenção menor de 14 anos, sendo irrelevante
de lucro, estará praticando receptação. eventual consentimento da vítima para a
prática do ato, sua experiência sexual
anterior ou existência de relacionamento
Crimes contra a amoroso com o agente.

Dignidade Sexual
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
Atenção! A Ação Penal será Pública
Ocorre quando o agente tem conjunção
Incondicionada.
carnal com a vítima, mediante fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre
ESTUPRO
manifestação de vontade da vítima.
Consiste em constranger a vítima,
Atenção! A vítima tem uma falsa percepção
mediante violência ou grave ameaça, a:
da realidade e, por isso, o seu
a) ter conjunção carnal (cópula vagínica);
consentimento para a prática do ato
b) praticar ato libidinoso diverso;
sexual é viciado.
c) permitir que com ela se pratique ato
libidinoso diverso.
ASSÉDIO SEXUAL
Hipóteses de estupro qualificado:
Consiste na conduta em que o superior
a) se dá conduta resulta em lesão corporal
hierárquico ou pessoa dotada de
grave ou se a vítima é menor de 18 ou
ascendência inerente ao exercício de
maior de 14 anos; ou
emprego, cargo ou função, constrange o
b) se dá conduta resulta morte.
subalterno a satisfazer seus desejos
Atenção a essas situações:
sexuais, valendo-se da posição de
a) a vítima falece em razão da violência
superioridade em relação à vítima.
empregada no estupro = o agente
responde por estupro qualificado.
b) o agente mata a vítima após a prática
do estupro = o agente responde por
estupro em concurso material com o
estupro qualificado.

ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Ocorre quando o agente tem conjunção
carnal ou pratica outro ato libidinoso com:
a) menor de 14 anos; ou
b) alguém que, por enfermidade ou
deficiência, não tem o necessário IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
discernimento para a prática do ato; ou
Consiste no ato de praticar ato libidinoso,
c) ou que por qualquer outra causa, não
na presença de alguém, sem sua
pode oferecer resistência.
autorização e com a intenção de satisfazer
lascívia própria ou de outrem.

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Concurso de Pessoas Concurso de Crimes


Requisitos do Concurso de Pessoas Concurso Material
1.Pluralidade de agentes Requisitos:
2.Relevância causal da conduta Pluralidade de condutas
3.Vínculo subjetivo Pluralidade de crimes
4.Unidade da infração penal Sistema Adotado:
5.Fato punível Cúmulo material
Aumento:
a) Participação de Menor Importância:
As penas são somadas
É aquela considerada secundária, que
embora tenha concorrido para o crime, Concurso Formal Próprio (Perfeito)
não foi decisiva para a realização do Requisitos:
mesmo. Unidade de condutas
Neste caso, a pena pode ser Pluralidade de crimes
diminuída. (dolo + culpa ou culpa + culpa)
b) Cooperação Dolosamente Distinta: Sistema adotado:
Consiste na divergência de vontade do Exasperação
partícipe e a conduta realizada pelo autor. (aplica a maior das penas e exaspera)
Assim, ocorre um desvio subjetivo, porque Aumento:
o partícipe pretende um crime menos 1/6 até 1/2
grave do que aquele que o autor pratica Concurso Formal Impróprio (Imperfeito)
efetivamente. Requisitos:
Se algum dos concorrentes quis participar Unidade de condutas
de crime menos grave, ser-lhe-à aplicada Pluralidade de crimes
a pena deste. Essa pena será aumentada Desígnios autônomos
até a metade, na hipótese de ter sido (Dolo em todos os resultados)
previsível o resultado mais grave. Sistema adotado:
Cúmulo material
Atenção! Somente é autor aquele que Aumento:
pratica a conduta típica inscrita na lei, ou As penas são somadas
seja, aquele que pratica efetivamente o
delito, aquele que executa o verbo. Já o Crime Continuado (Genérico)
partícipe, é aquele que pratica as ações Requisitos:
foram do tipo, mas que de alguma forma, Pluralidade de condutas
concorrem para a produção do resultado, Pluralidade de crimes
ou seja, auxilia na prática do delito, porém Elo de continuidade
faz isso sem executar o verbo do tipo Sem violência
penal. Sistema adotado:
Exasperação
(aplica a maior das penas exaspera)
Aumento:
1/6 até 1/2

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Crime Continuado (Específico) C) Embriaguez Acidental Completa


Requisitos: Art. 28, II, do Código Penal: É isento de
Pluralidade de condutas pena o agente que, por embriaguez
Pluralidade de crimes completa proveniente de caso fortuito ou
Elo de continuidade força maior, era ao tempo da ação ou
Sem violência omissão, inteiramente incapaz de entender
Sistema adotado: o caráter ilícito do fato ou de determinar-
Exasperação se de acordo com esse entendimento.
(aplica a maior das penas exaspera) A pena pode ser reduzida de 1 a 2/3, se o
Aumento: agente por embriaguez proveniente de
1/6 até 3x caso fortuito ou força maior, não possuía
ao tempo da ação ou omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito
Excludentes de Culpabilidade do fato ou determinar-se de acordo com
esse entendimento.
Observação! Embriaguez Preordenada é se
Causas:
embriagar para cometer o crime. Nesse
A) Doença Mental: caso, existe uma agravante genérica.
Art. 26 do Código Penal: É isento de pena o Observação! Embriaguez Voluntária ou
agente que, por doença mental, Culposa: Não há exclusão da
desenvolvimento mental incompleto ou imputabilidade do agente.
retardado, era no tempo da ação ou
omissão, inteiramente incapaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento.
A pena pode ser reduzida de 1 a 2/3, se o
agente em razão de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, não era
inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. D) Erro de Proibição Inevitável:
O Código Penal adota o critério Art. 21 do Código Penal: O agente possui a
biopsicológico. consciência do fato praticado, mas não da
ilicitude desse fato.
Se for inevitável/escusável, exclui a
culpabilidade, ou seja, isenta da pena.

E) Coação Moral Irresistível:


Requisitos:
1.Ameaça do coator, ou seja, promessa de
mal grave e iminente.
B) Menoridade 2.Inevitabilidade do perigo na posição em
Art. 27 do Código Penal: Os menores de 18 que se encontra coagido.
anos são penalmente imputáveis, ficando 3.Caráter irresistível da ameaça.
sujeitos as normas estabelecidas na 4.Presença de ao menos três
legislação especial. pessoas envolvidas.
Neste caso, o Código Penal adota o critério Só é punível o autor da
biológico. coação.

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F) Obediência Hieráquica:
Estado de Necessidade x

Há uma ordem não manifestamente ilegal


de superiro hierárquico. Legítima Defesa
Só é punível o autor da ordem. No Estado de Necessidade, a preservação
do interesse ameaçado se faz através do
ataque, isto é, da ação. Já na Legítima
Defesa, a preservação do interesse
ameaçado se faz através da defesa, isto é,
da reação.
Excludentes de Ilicitude No Estado de Necessidade, o bem jurídico
é exposto ao perigo. Na Legítima Defesa, o
bem jurídico é exposto à agressão.
A) Legítima Defesa:
É o ato de se defender de uma agressão
C) Estrito Cumprimento do Dever Legal:
injusta.
Critérios: Ocorre quando o agente cumpre um dever
1.Meios necessários: A vítima pode usar de legal dentro dos limites impostos pela Lei.
qualquer meio necessário/disponível para Exemplo: Policial que priva o fugitivo de
livrar-se da ameaça. sua liberdade ao prendê-lo por ordem
2.Moderação: A ração dv ser proporcional judicial.
à ameaça ou gravidade da agressão. Deverá o agente agir dentro dos limites de
3.Defesa própria ou de terceiros: Também seu dever, salvo quando inevitável.
há a previsão de ação para proteger outra Observação: Não é admitido em crime
pessoa que sofre ameaça. culposo, pois a Lei não ordenará o
Atenção! Considera-se legítima defesa, o cumprimento de uma postura resultante
agente de segurança pública que repele em imprudência, negligência ou imperícia.
agressão ou risco de agressão à vítima
D) Exercício Regular do Direito:
mantida refém durante a prática de
crimes. Exemplo: Defesa do patrimônio (cerca
elétrica), violência praticada nos limites
B) Estado de Necessidade: das regras do esporte (artes marciais),
Conduta lesiva praticada diante de uma dentre outros.
situação de perigo.
Essa conduta lesiva deve ser: Estrito Cumprimento do Dever

1.Inevitável
Legal x Exercício Regular do

2.Razoável
3.Em que o agente tenha conhecimento da Direito
situação justificante O Estrito Cumprimento do Dever Legal é
Essa situação de perigo deve ser: compulsório, o agente está obrigado
1.Atual (dever) de cumprir mandamento legal. Já o
2.Que ameace direito próprio ou alheio Exercício Regular do Direito é facultativo,
3.Não causada voluntariamente pelo o agente tem a opção entre exercer ou
agente não o direito existente.
4.Que o agente não tenha o dever legal de
se defender

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E) Consentimento do Ofendido: ii.De outra forma, assumiu a


Requisitos: responsabilidade de impedir o resultado.
1.Deve ser expresso, pouco importando a iii.Com o seu comportamento anterior,
sua forma (oral, escrita, solene ou não) criou o risco da ocorrência do resultado.
2.Não pode ter sido consentida por ação Exemplo: Mãe que não impede o padrasto
ou ameaça, nem de paga ou promessa de abusador.
recompensa. Há de ser livre.
3.É necessário ser moral e respeitar os Crime Próprio: Somente podem ser
bons costumes. praticados pelo sujeito ativo descrito no
4.Deve ser manifestado previamente à tipo.
consumação da infração penal. Exemplo: Peculato – exige do autor a
5.O ofendido deve ser plenamente capaz qualidade de funcionário público.
para consentir.
Exemplo: Realizar tatuagens corporais no Crime de Mão Própria: Além de exigir
corpo de terceiros, sem o consentimento determinada condição especial do sujeito
do ofendido, pratica lesões corporais. ativo, requer que este pratique
pessoalmente a conduta.
Exemplo: Falso testemunho.

Crime Progressivo: É aquele realizado


mediante um único ato ou atos que
compõe um único contexto. Em outras
palavras, ocorre quando o agente, para
alcançar um resultado mais grave, passa
por uma conduta inicial que produz um
Classificação dos Crimes evento menos grave.

Progressão Criminosa: É aquele realizado


Crime Omissivo Próprio: O tipo penal mediante dois atos, dois movimentos, ou
descreve uma conduta omissiva, ou seja, seja, quando o agente inicia um
um não fazer proibido. comportamento que configura um crime
Aqui existe um dever genérico de agir. menos grave, porém ainda dentro do
Não se admite tentativa. mesmo iter criminis resolve praticar uma
Exemplo: Omissão de socorro. infração mais grave, que pressupõe a
primeira.
Crime Omissivo Impróprio: O tipo penal
descreve uma conduta positiva, mas sua Crime Impossível: Não se pune a tentativa
execução se dá por omissão, nas hipóteses quando, por ineficácia absoluta do meio
em que o agente podia e devia agir para ou por absoluta impropriedade do objeto,
evitar o resultado. é impossível consumar-se o crime. É uma
Aqui existe um dever específico de agir. excludente de tipicidade.
Admite-se tentativa. Exemplo: Tentativa de homicídio por
O agente responde pelo resultado. envenenamento com aplicação de farinha
Art. 13 do Código Penal: A omissão é ao invés de veneno.
penalmente relevante quando o omitente Atenção! Se a ineficácia do meio for
devia podia agir para evitar o resultado. O relativa, a tentativa é punível.
dever de agir incube a quem:
i.Tenha por obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância.

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C) Arrependimento Posterior
Dolo e Culpa Ocorre após a consumação do crime, nos
delitos praticados sem violência ou grave
A) Dolo Direto ameaça.
Ocorre o dolo direto quando o agente O dano é reparado ou a coisa é restituída
prevê e quer o resultado. até o recebimento da denúncia por ato
voluntário.
B) Dolo Eventual Diminuição de 1/3 a 2/3 da pena.
Ocorre quando o agente prevê e assume o
risco do resultado. D) Tentativa
C) Culpa Consciente O delito não se consuma por
O agente prevê o resultado, mas não o circunstâncias alheias à vontade do
quer, nem assume o risco de produzi-lo, agente.
acreditando que irá evitá-lo ou que o Diminuição de 1/3 a 2/3 da pena.
resultado não ocorrerá.

D) Culpa Inconsciente
O agente não prevê o resultado que era
previsível.

Desistência Voluntária,
Arrependimento Eficaz e
Arrependimento Posterior Teoria do Erro
A) Desistência Voluntária
A) Erro de Tipo
O agente, voluntariamente, desiste de
O agente acredita que está fazendo algo,
prosseguir na execução ou impede que o
mas está fazendo outro, pois tem uma
resultado se produza.
visão distorcida da realidade.
Só responde pelos atos já praticados.
Falsa percepção da realidade.
Observação! Não se esgotaram os meios
Responde na modalidade dolosa.
executórios e a pessoa desiste
Inevitável: Isenta da pena.
voluntariamente de prosseguir, ou seja, no
Evitável: Responde por culpa, se haver
meio da prática.
previsão da conduta culposa.
B) Arrependimento Eficaz B) Erro de Proibição
Após serem executados todos os atos da O agente acredita que sua conduta é
execução, o agente se arrepende, lícita, porém ela é ilícita.
passando nesse momento, a buscar o Inevitável: Exclui a culpabilidade, isenta a
impedimento do evento. pena.
Evitável: Diminui a pena de 1/6 a 1/3.
Observação! O arrependimento deve ser
eficaz. Exemplo: Evitar o resultado morte. C) Erro sobre a Pessoa
Ocorre quando o agente se confunde
Em ambos os casos, não há tentativa, entre a vítima pretendida e quem foi
respondendo o agente pelos atos já efetivamente atingido.
praticados. O agente responde pelas características
da pessoa que pretendia atingir, e não da
pessoa atingida. 14
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d) Erro na Execução (aberratio ictus) Consequências da reincidência:


a) Torna mais gravoso o regime prisional
Ocorre quando o agente, por erro ou inicial;
acidente na execução, atinge pessoa b) É circunstância agravante;
diversa da pretendida. c) Pode impedir a substituição da pena;
Atenção! Não há uma confusão quanto à d) Dificulta a concessão do livramento
identidade da vítima, como no erro sobre a condicional;
pessoa. e) Pode impedir o sursis;
Atenção! Caso atinja apenas a pessoa f) Impede a concessão da transação penal
diversa da pretendida, será punido como e da suspensão condicional do processo;
se tivesse atingido a pessoa desejada. No g) Aumenta o prazo prescricional;
entanto, caso atinja a pessoa diversa e a h) É causa de interrupção da prescrição
vítima pretendida, o agente será punido executória
em concurso formal de crimes.

Extinção da Punibilidade
Reincidência Hipóteses:
a) Morte do agente: A morte do infrator
Situações: penal faz com que a punibilidade seja
a) O agente pratica crime (sentença extinta. Caso a morte ocorra após a
condenatória), no Brasil ou no exterior, e, condenação definitiva, alguns efeitos
posteriormente, este indivíduo pratica um extrapenais subsistem, como a obrigação
novo crime = há reincidência. de reparar o dano.
b) O agente pratica crime (sentença b) Nova lei que torna atípica a conduta: A
condenatória), no Brasil ou no exterior, e, punibilidade deve ser extinta quando a
posteriormente, este indivíduo pratica uma conduta deixar de ser típica por força de
contravenção, no Brasil = há reincidência. lei posterior revogadora (abolitio criminis).
c) O agente pratica contravenção No entanto, é importante se atentar que,
(sentença condenatória), no Brasil, e, se um dispositivo tratava sobre
posteriormente, este indivíduo pratica uma determinada conduta e, por lei
nova contravenção, no Brasil = há posterior, passa a ser tratado em outro
reincidência. dispositivo, não há abolitio criminis.
d) O agente pratica uma contravenção c) Anistia: Na anistia, a conduta
(sentença condenatória, no Brasil, e, permanece típica, mas a punibilidade é
posteriormente, este indivíduo pratica um extinta em relação ao beneficiado por ela.
crime = não há reincidência. Quanto à graça e ao indulto, estes
e) O agente pratica uma contravenção consistem em formas de perdão, de
(sentença condenatória), no exterior, e, indulgência. Enquanto a graça é o perdão
posteriormente, este indivíduo pratica um individual, o indulto é coletivo e alcança
crime ou uma nova contravenção = não há um grupo de condenados. Ambas as
reincidência. medidas são concedidas por decreto pelo
Presidente da República. Outrossim, a
Atenção! A reincidência está configurada anistia ocorre por lei do Congresso
quando praticada nova infração penal Nacional.
apenas nos 5 anos seguintes ao
cumprimento ou extinção da pena. Ao fim
do período, a primariedade é
restabelecida.

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d) Renúncia ao direito de queixa e o Observações sobre a prescrição!


perdão aceito, nos crimes de ação privada: a) prescrição da pretensão punitiva:
A decadência ocorre quando a vítima não ocorre quando o Ministério Público não
busca a punição do autor no prazo legal, oferece denúncia dentro do prazo
permanece inerte. Em relação à renúncia prescricional, e, em razão disso, o sujeito
ao direito de queixa, esta ocorre antes do não é condenado.
oferecimento da queixa-crime. por escolha b) prescrição da pretensão executória:
do ofendido. Caso a ação já esteja em ocorre quando o sujeito é condenado em
trâmite, a hipótese será de perdão, que sentença transitada em julgado, mas foge.
dependerá de aceitação do acusado. Diante dessa situação, se o Estado não o
Podem ser expressos ou tácitos. recapturar dentro do prazo legal para a
imposição da pena, haverá a prescrição
executória.
Crimes imprescritíveis:
a) racismo;
b) ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o
e) Retratação do agente, nos casos em que Estado Democrático.
a lei admite: Ocorre quando o agente volta Atenção! Os crimes hediondos não são
atrás e deixa de ser punido. Exemplo: Nos imprescritíveis.
delitos de calúnia difamação, quando o
ofensor, antes da sentença, se retrata
cabalmente.
f) Perdão judicial: Ocorre quando o juiz
deixa de aplicar a pena, nas hipóteses
previstas em lei, quando a punição for
desnecessária. Exemplo: Quando o pai
mata, culposamente, o próprio filho ao
manobrar o veículo. Em razão do Prazos prescricionais:
sofrimento resultante do homicídio a) Pena máxima superior a 12 anos =
culposo, não há motivo para puni-lo Prescreve em 20 anos.
penalmente, ocasião em que será aplicado b) Pena máxima superior a 8 anos e que
o perdão judicial. não ultrapassa 12 anos = Prescreve em 16
g) Prescrição, decadência e perempção: A anos.
perempção é um forma de punição imposta c) Pena máxima superior a 4 anos e que
ao querelante que deixa de promover o não ultrapassa 8 anos = Prescreve em 12
andamento ou comparecer a algum ato anos.
processual que deveria estar presente, na d) Pena máxima superior a 2 anos e que
ação penal privada. Quanto à decadência, não ultrapassa 4 anos = Prescreve em 8
esta ocorre quando, no prazo legal, o anos.
ofendido não oferece a queixa-crime e) Pena máxima igual ou superior a 1 ano e
(ação penal privada) ou a representação que não ultrapassa 2 anos = Prescreve em
(ação penal pública condicionada). Por 4 anos.
fim, a prescrição ocorre quando o Estado f) Pena máxima inferior a 1 ano = Prescreve
perde o direito de punir por não agir no em 3 anos.
prazo legalmente previsto. O prazo prescricional reduzirá da metade
se:
a) o criminoso era, ao tempo dos fatos,
menor de 21 anos (mas maior de 18 anos);
b) o criminoso é maior de 70 anos na data
da sentença.
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Tráfico ilícito de drogas:


Lei de Drogas Art. 33 da Lei de Drogas: Importar,
exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
Cultivo de plantas psicotrópicas: oferecer, ter em depósito, transportar,
Serão expropriadas e destinadas à trazer consigo, guardar, prescrever,
reforma agrária e a programas de ministrar, entregar a consumo ou fornecer
habitação popular, sem qualquer drogas, ainda que gratuitamente, sem
indenização ao proprietário e sem prejuízo autorização ou em desacordo com
de outras sanções previstas em lei, as determinação legal ou regulamentar:
propriedades rurais e urbanas de Pena: reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
qualquer região do país, onde forem anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
localizadas culturas ilegais de plantas 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
psicotrópicas ou a exploração de trabalho Atenção! A conduta "remeter" consuma-se
escravo. com o envio, sendo desnecessário que a
droga chegue ao destinatário.
Norma penal em branco heterogênea: Atenção! A conduta "adquirir" consuma-se
É quando o complemento advém de ato com a avença, sendo desnecessária a
administrativo. Por outro lado, a entrega ou até mesmo o pagamento do
homogênea é aquela que o complemento preço ajustado.
advém de outra lei. Deste modo, a Lei de Atenção! É crime equiparado a hediondo.
Drogas considera como drogas as Súmula 630 do STJ: A incidência da
substâncias entorpecentes psicotrópicas, atenuante da confissão espontânea no
precursoras e outras sob controle especial, crime de tráfico ilícito de entorpecentes
da Portaria SVS/MS nº 344 de 1998. Assim, exige o reconhecimento da traficância
verifica-se uma norma penal em branco pelo acusado, não bastando a mera
heterogênea. admissão da posse ou propriedade para
uso próprio.
Droga para consumo pessoal:
Art. 28 da Lei de Drogas: Quem adquirir, Cessão gratuita para consumo:
guardar, tiver em depósito, transportar ou Art. 33, § 3º, da Lei de Drogas: Oferecer
trouxer consigo, para consumo pessoal, droga, eventualmente e sem objetivo de
drogas sem autorização ou em desacordo lucro, a pessoa de seu relacionamento,
com determinação legal ou regulamentar para juntos a consumirem:
será submetido às seguintes penas: Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um)
I. advertência sobre os efeitos das drogas; ano, e pagamento de 700 (setecentos) a
II. prestação de serviços à comunidade; 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem
III. medida educativa de comparecimento a prejuízo das penas previstas no art. 28.
programa ou curso educativo. Atenção! É infração de menor potencial
ofensivo.
Atenção! No consumo pessoal, não se Atenção! É delito formal, ou seja, será
imporá prisão em flagrante.Quanto à consumado com o oferecimento,
competência, esta será do Juizado Especial independentemente do uso.
Criminal.
Atenção! Condenações anteriores pela
prática do delito do artigo 28 não geram
reincidência.

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@resumebiaoab

Tráfico privilegiado: Número de testemunhas na Lei de Drogas:


Art. 33, § 4º, da Lei de Drogas: Nos delitos Até 5 testemunhas.
definidos no caput e no § 1º deste artigo, Audiência de instrução e julgamento na
as penas poderão ser reduzidas de um Lei de Drogas: Após o interrogatório do
sexto a dois terços, desde que o agente acusado e a inquirição das testemunhas,
seja primário, de bons antecedentes, não será dada a palavra, sucessivamente, ao
se dedique às atividades criminosas nem representante do MP e ao defensor do
integre organização criminosa. acusado, para sustentação oral, pelo
Atenção! Não é crime equiparado a prazo de 20 minutos para cada um,
hediondo. podendo prorrogar por mais 10.

Associação para o tráfico:


Art. 35 da Lei de Drogas: Associarem-se
duas ou mais pessoas para o fim de
praticar, reiteradamente ou não, qualquer
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º , e 34 desta Lei:
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos,
e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200
(mil e duzentos) dias-multa.

Atenção! Afasta o tráfico privilegiado, pois


evidencia a dedicação do agente à
atividade criminosa.

Súmulas importantes:
Súmula 607 do STJ: A majorante do tráfico
transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei
nº 11.343/2006) configura-se com a prova
da destinação internacional das drogas,
ainda que não consumada a transposição
de fronteiras.
Súmula 587 do STJ: Para a incidência da
majorante prevista no artigo 40, V, da Lei
11.343/06, é desnecessária a efetiva
transposição de fronteiras entre estados
da federação, sendo suficiente a
demonstração inequívoca da intenção de
realizar o tráfico interestadual.

Prazo para conclusão do inquérito policial


na Lei de Drogas: 30 dias, se o réu estiver
preso, e de 90 dias, quando solto.
Prazo para denúncia na Lei de Drogas: O
Ministério Público tem até 10 dias para
oferecer denúncia, independente se estiver
preso ou solto.

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