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Parâmetros de referência:
Condição corporal - escala de 1 a 5;
Frequência cardíaca - 60 a 80 bpm (adultos) e 100 a 120 bpm (vitelos);
Frequência respiratória - 10 a 30 rpm (adultos) e 24 a 36 rpm (vitelos);
Temperatura - 38,5ºC (adultos) e 39ºC (vitelos);
TRC - inferior a 2 segundos.
Exame clínico
O exame clínico é um conjunto de fatores e procedimentos que visam apontar possíveis diagnósticos
diferenciais para um ou mais animais de uma exploração que se encontram enfermos.
O primeiro fator é o estímulo iatrotrópico. Enquanto isso já é feita a identificação mais detalhada do(s)
paciente(s), como brinco ou tatuagem de identificação, raça, sexo, idade, pelagem, peso estimado, cor,
cicatrizes ou marcas e linha de produção (Jackson, 2002).
Depois passa-se para o histórico da doença, que compreende a identificação dos animais afetados dentro do
rebanho, a morbilidade e mortalidade (se houver). O ideal é fazer perguntas abertas ao proprietário sobre
quando notou as mudanças de comportamento, ingestão de comida e água e consequentemente produção de
fezes e urina ou qualquer anormalidade que tenha notado recentemente (Radostitis, 2017).
Prossegue-se então para os fatores de risco como programa de vacinação do rebanho, controle parasitário e
biossegurança. Além disto, deve-se questionar o proprietário referente a situações passadas bem como os
tratamentos utilizados e a sua incidência (Jackson, 2002).
Ao examinar o ambiente, deve-se reparar se o animal é mantido em exploração intensiva ou extensiva, onde
o ambiente fechado pode trazer riscos como humidade, temperaturas inadequadas, camas de má qualidade,
enquanto ambientes livres podem conter substâncias tóxicas, parasitas, entre outros. Deve-se avaliar também
a qualidade e quantidade do alimento fornecido, a qualidade e disponibilidade da água (ad libitum) (Jackson
2002).
O exame do animal à distância é muito útil para avaliar o estado do mesmo, já que permite observar sua
postura, marcha, condição corporal, respiração, interação com outros animais do rebanho, presença de
ectoparasitas, estado da pele, cornos e cascos, etc (Jackson, 2002).
O exame físico deve ser realizado preferencialmente com o animal em contenção física, para a segurança do
mesmo e do médico veterinário (Jackson, 2002).
Sistema Linfático
Os linfonodos devem ser comparados de tamanho e consistência com o seu contra-lateral;
A linfadenomegália pode ocorrer devido à uma infeção, inflamação ou neoplasia;
Os linfonodos mais facilmente palpáveis são: submandibulares, parótidos, retrofaríngeos, pré-
escapulares e supra-mamários (Jackson, 2002).
Sistema Cardiovascular
Anatomicamente o coração está situado entre a 3ª e a 6ª costela;
Avalia-se a frequência, a intensidade e ritmo, assim como o pulso arterial;
Alteração na frequência: bradicardia, taquicardia;
Alteração no ritmo: arritmia;
Alteração na intensidade: em caso de diminuição - hipovolemia; em caso de aumento - excitação.
A cor das mucosas deve ser vista, tendo normalmente uma cor rosada;
Se estiverem com uma cor rosa pink muito forte (quase roxas) significa que estão cianóticas -
insuficiência cardíaca ou doença respiratória grave;
Mucosas muito pálidas indicam má perfusão periférica dos tecidos e uma provável anemia;
Caso estejam amareladas quer dizer que estão ictéricas.
É muito importante avaliar as veias jugulares de ambos os lados;
O fluxo da veia jugular indica a eficácia do sistema cardiovascular em relação ao retorno venoso;
Distensão da jugular pode ser sinal de IC direita;
Uma outra questão é a presença de pulso na jugular - no terço mais distal do pescoço do bovino é
normal e está associado à sístole; mas se houver pulso próximo à mandíbula isto pode ser um
sinal de falha da valva tricúspide.
Sistema Respiratório
O pulmão dos bovinos é o mais "completo" que tem, sendo multilobado;
Do lado direito:
No lobo direito - porção cranial (onde também está o brônquio traqueal) e porção caudal;
Lobo médio;
Lobo caudal.
Do lado esquerdo:
No lobo esquerdo:
Porção cranial e porção caudal;
Lobo Caudal.
Lobo acessório.
É muito importante observar:
A frequência;
Aumento da frequência - taquipneia;
Diminuição da frequência - bradipneia;
Ausência de respiração - apneia;
Aumento da frequência e amplitude - hiperpneia.
O ritmo;
A atividade respiratória;
Eupneia (normal);
Dispneia (com dificuldade);
Dispneia ao inspirar - vias respiratórias superiores;
Dispneia ao expirar - vias respiratórias inferiores.
O tipo respiratório;
Costal - quando há dor abdominal (peritonite e dilatação ruminal);
Abdominal - quando há dor torácica (trauma na costela e pleurite).
Presença de tosse;
Se é produtiva ou não.
No exame físico:
Deve-se procurar por corrimentos nasais;
Há o seroso, o mucoso, o purulento, o hemorrágico e as suas associações;
Realizar auscultação na traqueia e tórax;
Sons anormais que podem ser percebidos:
Crepitações - sinal de edema pulmonar;
Sibilos - sinal de bronquite, bronquiolite e doença pulmonar obstrutiva crónica (Feitosa,
2014).
Sistema Gastrointestinal
Geralmente problemas do TGI são secundários a de outros sistemas, o que enfatiza a importância de
um exame minucioso;
No exame à distância deve-se estar atento:
Sinais de dor abdominal;
Distensão abdominal;
Assimetria da silhueta abdominal;
Observar as fezes (ou a ausência de fezes);
Cor, consistência…
No exame físico:
Observar desidratação (acidose), perfusão periférica (extremidades ficam frias em situações de
colapso circulatório ou distúrbios metabólicos como hipocalcemia);
Avaliar motilidade do rúmen
Atonia ruminal - redução ou ausência de mobilidade do rúmen.