Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
GUARULHOS – SP
0
SUMÁRIO
2
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
Fonte: pixabay.com
A ação de planejar está presente nos mais variados âmbitos de nossa vida, até
mesmo em ações como a de dispor momentos para enumerarmos nossas ações diárias
(p. ex., ir ao mercado, buscar os filhos na escola). No campo educacional, há uma série
de críticas quanto ao que se idealiza nos atos envolvendo planejamento e à falta de foco
para a realidade concreta da prática docente, que desconsidera o contexto em que o
aluno está inserido (LIMA, 2018).
De todo modo, desde muito tempo, há registros que comprovam que já havia a
preocupação de se pensar em estratégias educacionais com a finalidade de adaptar-se
aos objetivos almejados em diferentes épocas, relacionando-os a fatores históricos,
sociais e econômicos. De acordo com Coombs (1981 p. 10), o planejamento educacional:
4
Segundo Calazans, Garcia e Kuenzer (1990), ao conceituar planejamento
educacional, pode-se afirmar que se trata de um ato de intervenção técnica e política.
Em virtude de a educação estar inserida em um processo social, é preciso considerar os
contextos políticos e econômicos e os modos como eles se relacionam, se influenciam e
se afetam mutuamente. Assim, de acordo com Baía Horta (1991, p. 195):
Agora que você conheceu algumas das vertentes que se relacionam a diferentes
conceitos de planejamentos educacionais, já parou para pensar em quais elementos são
fundamentais para que um projeto de educação seja efetivamente comprometido com
fundamentos democráticos? Algumas das ações que podem favorecer esse
planejamento são: presença da utilização de métodos pautados em uma construção
5
política, realizada por meio de diálogos, com foco no diagnóstico de quais objetivos são
prioritários para serem alcançados e quais problemas necessitam ser sanados;
levantamento de recursos necessários; construção de um currículo que promova uma
aprendizagem significativa. De acordo com Pinto (1994, p. 35), as seguintes dimensões
norteiam os princípios de um planejamento educacional:
6
Como é possível observar, construir um planejamento não é uma tarefa fácil de
ser realizada, apresentando-se como um desafio ao docente. Entretanto, “[...] o professor
não deve encarar o planejamento como uma tarefa burocrática, imposta pelas
secretarias, mero preenchimento de formulários para arquivo [...]” (ROJO, 2001, p. 315).
7
2 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E A PRÁXIS DOCENTE
8
Se, em diferentes ambientes de trabalho, a ação de planejar é recorrente, na
prática docente não é diferente, pois traçar metas e propor objetivos é inerente ao ser
humano, devendo, assim, ser uma prioridade no fazer pedagógico. Para Batista (2005,
p. 138):
9
adaptação feita das considerações de Vasconcellos (1995, p. 28, 30, 31), podem ser
identificadas três linhas de planejamento, apresentadas no Quadro 2.
Diante disso, muitos planejamentos caminham para uma busca pela perfeição de
técnicas e métodos, o que acaba por afastar os pressupostos básicos, como a formação
de sujeitos e de valores sociais que serão alcançados a médio e longo prazos. É preciso
atentar para o fato de que o planejamento não é exclusivo de uma ou outra vertente, e
sim coexiste com sua essência política, social, científica e técnica, e justamente o
caminhar dessas ações é que culminará em um modo eficiente de alcançar os objetivos
traçados (LUCKESI, 2011). Quando um plano educacional é construído levando em
consideração a realidade da instituição educacional, ele tem condições de ser analisado
após a sua implementação e revisto, de acordo com a necessidade, para alcançar
objetivos que, por ventura, tenham deixado de ser alcançados (LIBÂNEO, 1994).
Outro ponto a ser refletido é a respeito de que a construção de um planejamento
não deve partir de decisões individuais e isoladas, visto que “[...] as atividades individuais
e isoladas não são inócuas e não são suficientes para produzir resultados significativos
no coletivo. Tornam-se necessárias ações individuais e coletivas, ao mesmo tempo [...]”
(LUCKESI, 2011, p. 134). Por meio dessas ações, são construídos planejamentos que
agregam questões políticas expressas por meio do diálogo, fortalecendo a consciência
crítica e de poder no espaço escolar. Desse modo, faz-se possível um comprometimento
ideológico que atenda às seguintes funções:
12
A partir do momento em que se tem consciência de todos os seus fundamentos,
a incorporação do planejamento na práxis docente retrata que o ato educativo é
complexo, portanto, não cabe ser realizado de modo improvisado. A formação de
indivíduos para o pleno exercício da cidadania precisa estar em constante
acompanhamento das exigências do mundo contemporâneo, oportunizando que os
alunos sejam protagonistas e responsáveis pelo processo educativo. Por essa razão, não
cabe ao docente a ação de repetir receitas, e sim de promover uma aprendizagem que
aproxime os alunos de suas realidades, de modo que se sintam estimulados e desafiados
para o exercício da criatividade, autonomia e criticidade. Conforme afirma Behrens
(1996), planejar exige raciocínio lógico, sensibilidade, ética, diálogo e espírito de grupo.
Ao considerar todos esses pressupostos, ressalta-se que, sem um planejamento
comprometido, as ações dos docentes dificilmente resultarão no que se almejou alcançar.
Para isso, o planejamento deve ser um documento organizado coletivamente, com
participação de diferentes segmentos da comunidade escolar, tais como professores,
estudantes, responsáveis e comunidade em que a instituição está situada. Juntos, esses
segmentos irão definir as prioridades e necessidades, propondo as ações para se
alcançar os objetivos almejados. Cumprida essa etapa, toda a equipe deve, no momento
da implementação, comprometer-se com a sua prática, organizando a sua práxis em
torno da realidade em que está inserida, estando consciente de sua responsabilidade em
todo o processo de ensino e aprendizagem (LIMA, 2018).
Desse modo, por meio de um olhar ampliado, é possível refletir sobre a
importância de se considerar o ato de planejar com comprometimento ideológico e o
quanto se valer de pressupostos que fundamentam essa atividade refletirá
significativamente nos resultados que se almeja alcançar (LIMA, 2018).
4 A COMUNIDADE ESCOLAR
15
5 ESTRATÉGIAS PARA A APROXIMAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA
COMUNIDADE ESCOLAR
16
ainda em atividades culturais, de lazer e saúde envolvendo a escola e a
comunidade (MARINI, 2020, documento on-line).
18
projetos e discussões) até a exigência de melhorias na qualidade do ensino (TOLEDO,
2021).
A existência do Grêmio Estudantil nas unidades escolares encontra
embasamento na legislação brasileira. A Lei nº 7.398, promulgada em 4 de novembro de
1985, dispõe sobre a organização de entidades estudantis de 1º e 2º graus, assegurando
aos estudantes o direito de se organizar em Grêmios (BRASIL, 1985).
De acordo com a Lei (art. 1º, § 2º), a organização, o funcionamento e as
atividades dos Grêmios devem ser estabelecidos em seus estatutos, que deverão ser
aprovados em uma assembleia geral do corpo discente da unidade escolar convocada
para esse fim. Além disso, no § 3º do mesmo artigo da Lei, está posto que a aprovação
dos estatutos e a escolha dos dirigentes do Grêmio Estudantil deverão ser realizadas por
voto direto e secreto de cada estudante.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069 de 13 de julho de
1990 (BRASIL, 1990), em seu artigo 53, inciso IV, garante aos estudantes o direito de se
organizarem e participarem de entidades estudantis. O direito à criação do Grêmio
Estudantil também é assegurado pela LDB nº 9.394/96.
A organização estudantil é parte integrante da rede de atores envolvida com o
cotidiano da escola e comprometida com a sua melhoria. Como tal, o Grêmio é um
importante elemento para o estabelecimento de uma boa rede de relações com os demais
atores da comunidade escolar, favorecendo o engajamento de todos nas ações
desenvolvidas (TOLEDO, 2021).
20
Para que o PPP possa cumprir o seu papel, ele deve ser fruto de uma construção
coletiva, realizada por todos os atores do processo educativo, pressupondo uma gestão
democrática da escola (TOLEDO, 2021).
22
Com você pode perceber, o currículo não se limita a uma lista de conteúdos
transmitidos aos alunos. O currículo compreende uma construção de saberes,
relacionando fatores sociais, filosóficos, históricos e políticos. Nessa perspectiva, Paulo
Freire (1980, p. 39) afirma que:
[...] é preciso que a educação esteja em seu conteúdo, seus programas e seus
métodos, adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser
sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os
outros homens relações de reciprocidade.
23
Quando as ideias planejadas são registradas, passam a fazer parte do currículo,
que contempla de modo abrangente a previsão das atividades referentes a uma disciplina
ou campo de estudo ao longo de determinado período. Nas palavras de Vasconcellos
(1996, p. 119), o plano curricular “[...] é a sistematização da proposta geral de trabalho
do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade”.
Se esse plano é construído com compromisso e consciência de sua relevância, se torna
uma excelente ferramenta para a prática docente, favorecendo o crescimento profissional
do professor e as relações estabelecidas com seus alunos e os demais atores envolvidos
no processo.
Os currículos são obrigatórios nas escolas por força da lei, mas podem ter
diversas configurações. Alguns estão dispostos por disciplinas e/ou áreas do
conhecimento, mas há também aqueles organizados por unidades temáticas, por
exemplo. Além disso, os currículos variam quanto à organização do tempo — entre
bimestres, trimestres, semestres ou anos. Em relação aos elementos constituintes, nas
palavras de Gandin e Cruz (1995, p. 25), “[...] um plano será um instrumento de
construção da realidade se tiver três elementos: a definição do que se quer alcançar; a
indicação da distância a que se está desse ideal; a proposta para diminuir esta distância”.
Para ter uma dimensão ainda maior do processo que envolve o currículo e o
planejamento educacional, observe a seguir alguns procedimentos que fazem parte
desse processo (BORDENAVE; PEREIRA, 2005 apud RIBEIRO, 2010, p. 6–7):
24
das experiências que o aluno deve viver é importante para orientar o professor
na escolha de atividades de ensino.
7º Seleciona atividades de ensino. Uma vez que o professor saiba o tipo de
conhecimentos que o aluno deve assimilar e o tipo de situações que deve
experimentar, é natural que se preocupe por achar a melhor maneira de fornecer
oportunidades para que o aluno viva aquelas experiências. Isto ele consegue
escolhendo ou elaborando atividades de ensino tipo: palestras, a projeção de
visuais, a demonstração, cada tipo de experiência a ser vivida pelos alunos exige
uma combinação própria de situações. O professor não deve ficar preso a uma
curta lista de atividades possíveis.
8º Determina a forma de avaliar o domínio inteligente das operações pelos alunos
(realimentação). O ensino não consiste apenas na exposição do aluno a
conhecimentos e situações, mas também no controle da aprendizagem das
operações necessárias e na informação ao aluno de seu programa nesta
aprendizagem.
26
COERÊNCIA: as atividades planejadas devem manter perfeita coesão entre si
de modo que não se dispersem em distintas direções, de sua unidade e
correlação dependerá o alcance dos objetivos propostos. SEQUÊNCIA: deve
existir uma linha ininterrupta que integre gradualmente as distintas atividades
desde a primeira até a última de modo que nada fique jogado ao acaso.
FLEXIBILIDADE: é outro pré-requisito importante que permite a inserção sobre a
marcha de temas ocasionais, subtemas não previstos e questões que
enriqueçam os conteúdos por desenvolver, bem como permite alteração, de
acordo com as necessidades ou interesses dos alunos. PRECISÃO E
OBJETIVIDADE: os enunciados devem ser claros, precisos, objetivos e
sintaticamente impecáveis. As indicações não podem ser objetos de dupla
interpretação, as sugestões devem ser inequívocas (NERVI, 1967 apud GAMA;
FIGUEIREDO, [200-?], p. 7)
Mesmo que você saiba como elaborar um plano de trabalho docente, pode
encontrar algumas dificuldades para dar início a esse processo. Assim, o primeiro passo
é a construção coletiva do projeto político-pedagógico. Para isso, diferentes setores
envolvidos com a comunidade escolar devem discutir a respeito da realidade, das
necessidades e dos problemas que se almejam superar (LIMA, 2018).
27
A partir dessa análise, de acordo com Turra et al. (1995 apud ASSIS; BARROS;
CARDOSO, 2008, p. 3), se inicia a determinação “[...] dos objetivos, seleção e
organização de conteúdos, seleção e organização dos procedimentos de ensino, seleção
dos recursos e seleção dos procedimentos de avaliação”. Após essa etapa, é o momento
de se colocar o plano em atividade. Nessa implementação, é possível observar os
avanços e os pontos que podem ser aperfeiçoados, replanejando algumas ações.
Agora que você já conhece melhor a estrutura do plano de trabalho docente,
observe o Quadro 2 para ver as especificidades desse documento (LIMA, 2018).
28
Além de observar as especificidades mostradas no Quadro 2, você deve levar
em consideração que o plano de trabalho docente é passível de alteração ao longo do
período. As alterações devem ser baseadas nos resultados demonstrados no ensino–
aprendizagem (LIMA, 2018).
Como você deve ter notado, a construção do plano de trabalho docente é um
desafio que demanda momentos de reflexão e organização coletiva. Como em outras
profissões, à docência também cabe acompanhar os avanços tecnológicos e pautar suas
ações com o foco na inovação e na realidade sociocultural em que atua. A relevância
dessa construção, que culmina na aprendizagem dos alunos, está acima do uso de
técnicas, formulários e fichas preenchidas. A elaboração do plano de trabalho docente
envolve reflexão e planejamento. Assim, é possível prever o desenvolvimento e o
acompanhamento dinâmico e global do que se almeja alcançar na educação (LIMA,
2018).
29
7.2 Plano de aula
Fonte: Pixabay.com
30
acima de tudo, do que se refletiu sobre os acontecimentos experimentados. É nesse
sentido que o planejamento atua, ou seja, as reflexões sobre as ações podem pontuar os
acertos e eventuais fracassos. Quando esses momentos de ponderação não ocorrem, se
perdem elementos significativos para uma aprendizagem democrática.
Para compreender melhor os elementos que compõem um plano de aula,
observe o Quadro 3, a seguir (LIMA, 2018).
31
32
A partir desses elementos, o docente pode construir o plano de aula levando em
consideração as suas próprias características (relacionadas à sua personalidade) e
também as características dos alunos, tais como as habilidades psicossociais e
cognitivas. Além disso, o plano permite ao docente refletir sobre as metodologias mais
adequadas para a disciplina, bem como sobre a realidade em que a comunidade escolar
está inserida. Assim, ele pode buscar um processo de ensino e aprendizagem realista e
significativo, aproveitando os recursos de que dispõe (MORETTO, 2007). Para a
elaboração do plano, você pode considerar as seguintes etapas:
TÍTULO IV
Da Organização da Educação Nacional
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em
regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando
os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e
supletiva em relação às demais instâncias educacionais (BRASIL, 1996,
documento on-line).
36
A partir dessas informações, identificamos que a BNCC tem por finalidade
delinear conhecimentos tidos como essenciais aos educandos em suas diferentes etapas
escolares, seguindo as previsões de documentos como a Constituição Federal de 1988
e a LDB 9394/96, que fazem menção à formulação de uma base comum de abrangência
nacional (LIMA, 2019).
Desse modo, a base iniciada com a educação infantil, tendo sua continuidade
pelas etapas fundamental e médio, formam um ciclo em que todo cidadão tem direito à
educação, que o Estado está incumbido de ofertar de modo qualitativo (LIMA, 2019).
38
[...] estabelecer, em colaboração com os Estados, Distrito Federal e os
Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino
fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos
mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum (BRASIL, 1996,
documento on-line).
Com isso, a partir da Lei 12796/13 (que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre
a formação dos profissionais da educação e dar outras providências), a educação
obrigatória e gratuita passou a compreender o direito público para a população com
idades dos 4 aos 17 anos, compreendendo todas as etapas de atendimento da educação
básica, incluindo direitos a transporte, alimentação, materiais didáticos, bem como ofertas
de programas suplementares (BRASIL, 2013b).
A partir das transformações em nossa história educacional, das concepções e
dos fins educacionais contemporâneas, observamos que essas políticas governamentais
e públicas representam um esforço de assegurar efetivamente o direito constitucional,
amparado por outros dispositivos legais, para o atendimento à população em seu
desenvolvimento pleno para o exercício da cidadania (LIMA, 2019).
39
8.3 Limites da organização da escola básica no Brasil
40
estratégias para a política educacional, com as principais metas voltadas para a garantia
de acesso à educação básica com qualidade, assim como os demais direitos
assegurados em nossa legislação. Já o segundo grupo visa a reduzir as desigualdades
resultantes da nossa trajetória social, histórica e educacional, além de propor ações para
valorizar a diversidade, fundamental para um ensino equitativo. O terceiro grupo de metas
está relacionado a ações que promovam a valorização dos profissionais da educação.
De acordo com este Plano Nacional de Educação, percebemos o quanto se foi
construído a partir do reconhecimento dos limites da organização da educação básica,
visando a superar dificuldades de variadas naturezas, estabelecendo as seguintes
diretrizes:
I - Erradicação do analfabetismo;
II - Universalização do atendimento escolar;
III - Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da
cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - Melhoria da qualidade da educação;
V - Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais
e éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII - Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às
necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - Valorização dos (as) profissionais da educação;
X - Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2014b, documento on-line).
41
concretizam na inequidade. Isso contradiz o princípio constitucional e afronta a
cidadania e os direitos humanos (BRASIL, 2015, online.)
9 COMPETÊNCIAS NA EDUCAÇÃO
10 CURRÍCULO E COMPETÊNCIAS
44
Ter transferibilidade criativa e não mecânica para diferentes contextos,
situações e problemas;
Ajudar os indivíduos a responder a uma série de demandas em diversos
contextos;
Ser importante não somente para os especialistas, mas também para os
indivíduos (SILVA, 2020).
45
Ser um cidadão em uma democracia sempre foi, e segue sendo, uma questão
complexa, pois exige que se opine sobre questões cada vez mais complicadas, que
passam por temas que variam de mudanças climáticas até o uso de células-tronco. Em
uma democracia autêntica, são necessários cidadãos cultos, cuja formação, em grande
parte, compete à escola (SACRISTÁN, 2013).
Sacristán et al. (2011) enfatizam que uma organização de aprendizagem por
competências tem o objetivo de consolidar o aprendizado, sendo uma forma de refutar
as aprendizagens academicistas, que são comuns nas práticas educacionais tradicionais,
em que não se agrega capacitação nenhuma ao sujeito, que, depois de memorizar o
conteúdo e ser avaliado, acaba esquecendo o que foi lido e supostamente ensinado.
Nesse sentido, deve-se focar na utilidade prática dos conteúdos trabalhados,
aproximando-se da realidade vivenciada na formação profissional, contexto no qual o
46
importante é dominar habilidades, capacidades e competências para qualificar a
formação. Nesse contexto, encontra-se a meta de toda a educação, em que o que for
aprendido deve ser usado como recurso ou capacitação para a realização de qualquer
função humana, não se ligando exclusivamente à questão manual, mas também a
conduta, comportamentos, relação com o outro, comunicação, etc. (SACRISTÁN et al.,
2011).
47
A grande quantidade de conteúdos acaba por saturar e tornar o aprendizado
mecânico, baseado na memorização, sem aplicação e real compreensão; dessa forma,
é necessário um planejamento de temas que permitam seu desenvolvimento em
profundidade, sem exacerbar a quantidade — mais é menos —, facilitando a busca,
seleção, organização, aplicação e valorização da informação, contribuindo também para
a construção do senso crítico do aprendiz (SACRISTÁN et al., 2011).
Segundo os autores, nesse sentido, também é fundamental fortalecer a
competência dos professores e das escolas no projeto real para adaptar o currículo, os
conteúdos e as atividades às necessidades e aos interesses dos estudantes e ao seu
ritmo de desenvolvimento e aprendizagem, assim como propor módulos interdisciplinares
ou multidisciplinares, previamente testados, que ajudem os professores a compreender
suas possibilidades e a evitar suas resistências, utilizando os conteúdos estudados na
parte e no todo, para entender os problemas e agir sobre eles, contextualizando os
conteúdos na vida cotidiana dos aprendizes (SILVA, 2020).
Finalmente, Sacristán et al. (2011) destacam que o currículo deve ser
desenvolvido e criado de maneira flexível e dinâmica, permitindo o surgimento do
“currículo emergente”, que facilite que cada aluno e/ou grupo, em qualquer momento e
apoiado em seus interesses e propósitos, apresente novas propostas de conteúdos,
problemas, informações e focos de interesse. O aprendiz deve ser colocado diante de
situações desafiadoras, que lhe permitam buscar conhecimento adequado e relevante
para a sua identificação, o seu entendimento e enfrentamento.
O objetivo prioritário da atividade escolar não deve ser como sempre foi, isto é,
baseado em acumulação de dados ou informações pelo estudante na sua memória a
curto prazo, para, então, reproduzi-los de forma fiel em uma prova. Pelo contrário, deve
possibilitar a construção de ideias, modelos mentais e teorias comparadas que permitam
ao aluno buscar, selecionar e utilizar o volume inesgotável de dados acumulados nas
48
redes de informação para interpretar e intervir da melhor maneira possível na realidade
(SACRISTÁN et al., 2011).
Veja, a seguir, alguns princípios e dicas que podem nortear as práticas
pedagógicas para o desenvolvimento do currículo com base em competências
(SACRISTÁN et al., 2011).
Segundo Sacristán et al. (2011), por meio desses princípios, podem ser
desenvolvidas infinitas possibilidades pedagógicas de encontrar temas que busquem o
desenvolvimento de competências.
49
Madelaine Walker (2007 apud SACRISTÁN et al., 2011) também define algumas
prioridades educacionais e destaca, como você confere a seguir, qualidades humanas
fundamentais como objetivos últimos da prática educacional.
50
Assim, no contexto do uso das competências no desenvolvimento do currículo,
dentro das dimensões práticas do ensinar e aprender, deve-se estimular nos alunos o
princípio do “aprender fazendo” (learning by doing), transformando a aprendizagem em
um processo ativo de indagação, pesquisa e intervenção na prática (SILVA, 2020).
A aprendizagem, para ser significativa, deve ser estabelecida nas práticas da
vida real, em que os conceitos, ideias e princípios se tornam funcionais e são,
consequentemente, recursos estimáveis para o aluno. Ainda é necessário propor
atividades e recursos que estimulem a metacognição como um meio para desenvolver a
capacidade de autonomia e autorregulação da aprendizagem, isto é, aprender como
aprende, conhecendo as próprias fraquezas em cada âmbito do saber e do fazer
(SACRISTÁN et al., 2011).
51
comportamentos e capacidades para agir de maneiras desejadas e definida por outros,
acontece a redução da autenticidade e da indeterminação da ação humana.
As competências se identificam por si mesmas independentemente do processo
de aprendizagem ou dos conteúdos que o condicionam, pois, no contexto exterior e real,
esse conteúdo situado é parte da competência, e não algo separado dela (SACRISTÁN
et al., 2011).
Segundo Sacristán et al. (2011), outro ponto muito relevante quando se fala nas
limitações encontradas na organização curricular por competências se refere à
abordagem das competências principais a partir da perspectiva das disciplinas
acadêmicas e da abordagem com enfoque multidisciplinar, pois ambas têm dificuldade
de levar a uma base de trabalho amplo e conceitual — é ingênuo pensar que esses duas
propostas unidas levem a uma formação coerente, já que também é preciso manter um
diálogo entre prática, conhecimento e decisões políticas curriculares de forma
permanente.
Os países em que a implantação das competências alcançou maior
desenvolvimento e eficácia acabaram gerando complicados sistemas orientados a
normatização e certificação, bem como a formação; por isso, deve-se considerar que a
normalização deve ter como propósito formular normas de competência, acordadas entre
sindicatos, empresários e outros atores vinculados a um determinado setor produtivo e
cuja utilização posterior seja voluntária, não podendo ser um procedimento elitista,
corporativo ou de decisões aristocrática — essas normas precisam ser permanentemente
atualizadas e constituir referência básica dos sistemas de competências (SACRISTÁN et
al., 2011).
52
12 POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS
Para começar, você deve entender o que é uma política pública e quais são as
suas finalidades. Em síntese, uma política pública visa ao atendimento de alguma
demanda social existente. Assim, ela consiste em uma ou mais ações propostas pelo
Estado, que procura cumprir as suas atribuições perante a sociedade. Ou seja, para
administrar ou realizar a gestão nacional de todas as áreas, a União procura criar ações,
planos e programas a fim de organizar e conduzir os segmentos que estruturam o País,
e um desses segmentos é a educação. Veja o que Souza (2003, documento on-line)
comenta sobre a área das políticas públicas:
53
Estado. Esses marcos legais têm como base principal a Constituição Federal de 1988 e
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN, Lei nº. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996).
A Constituição Federal de 1988 é a lei máxima do Brasil e ocupa o primeiro lugar
na hierarquia das leis nacionais. Portanto, todas as áreas que produzirem políticas
públicas, incluindo a educacional, não poderão deixar de considerar os preceitos
estabelecidos na Constituição Federal. No Capítulo III, Seção I — Da Educação, há várias
menções ao direito social do cidadão brasileiro à educação. O art. 205 estabelece que
“[...] a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”
(BRASIL, 1988, documento on-line).
Além de estabelecer o direito à educação, citando as finalidades da educação
escolar e os agentes envolvidos na sua garantia (Estado, família e sociedade como um
todo), a Constituição Federal estabelece, no art. 22, inciso XXIV, como uma das
competências privativas da União legislar sobre as “[...] diretrizes e bases da educação
nacional” (BRASIL, 1988, documento on-line). Para atender a essa atribuição,
impulsionada pelo sentimento de redemocratização e de busca por uma condição de
cidadania mais consistente no Brasil, foi formulada a LDBN, homologada em 1996
(BRASIL, 1996). Essa lei continua em vigência até hoje, sendo um documento vivo,
constantemente atualizado por novas emendas constitucionais, leis e resoluções
pertinentes ao campo educacional.
Assim, as políticas públicas educacionais brasileiras seguem os preceitos
existentes na Constituição Federal e na LDBN. As políticas educacionais costumam ser
formuladas pelos órgãos da administração direta do Ministério da Educação (MEC), que
envolvem as suas secretarias:
55
13 HIERARQUIA E ORGANIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
56
Para entender melhor como funciona a hierarquia existente nas legislações da
área da educação, acompanhe o exemplo a seguir. Um município brasileiro possui seu
respectivo Plano Municipal de Educação e sua Secretaria de Educação, bem como um
Conselho Municipal de Educação (CME) atuante e composto de forma participativa e
democrática. Esse CME, composto por vários representantes da sociedade civil e da
esfera administrativa municipal, resolve, por meio de análises e deliberações, tornar
obrigatória em seu município a educação infantil a partir dos 3 anos de idade. Essa
decisão é ilegal, pois contraria as determinações da Constituição Federal, que, em seu
art. 208, alterado pela Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009,
estabelece o ensino escolar obrigatório dos 4 aos 17 anos de idade para todo o sistema
educacional brasileiro (BRASIL, 1988; 2009).
Outro exemplo seria o de um diretor de escola que resolve que a instituição de
ensino que dirige vai ter somente 180 dias letivos em seu calendário. Essa é uma atitude
equivocada e ilegítima, pois o calendário escolar já está regulamentado pelo art. 24,
inciso I, da LDBN (alterado pela Lei nº. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017) (BRASIL,
1988; 2017). Tal artigo define que o ano escolar tem 800 horas distribuídas em, no
mínimo, 200 dias letivos. Assim, cabe aos gestores das escolas cumprir tal determinação,
podendo ampliá-la, se for o caso, mas não diminuir a programação.
A hierarquia existente entre as legislações e os entes federativos colabora para
que se organize de forma mais eficiente o trabalho a ser desenvolvido nas instituições de
ensino de todo o País. Como você pode imaginar, isso contribui para que os princípios
da gestão pública sejam postos em prática também no setor educacional. Os princípios
constitucionais da gestão pública, que se aplicam a todos aqueles que administram algum
órgão público, em qualquer segmento de atuação, são os seguintes:
Legalidade;
Impessoalidade;
Moralidade;
Publicidade;
Eficiência (BES, 2019).
57
Os princípios da administração pública estão previstos no art. 37 da Constituição
Federal e se aplicam aos servidores que atuam em órgãos da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios. O princípio da legalidade estabelece que os atos
realizados por um gestor público devem estar previstos em lei (BRASIL, 1988). Daí a
importância das políticas públicas para a área educacional, uma vez que os gestores da
escola dependem delas para atuar em várias dimensões do seu gerenciamento. O
princípio da impessoalidade existe para garantir que as relações desenvolvidas pelos
gestores e pelas pessoas que usufruem dos serviços prestados tenham uma finalidade
pública, coletiva e não pessoal ou com favorecimentos indevidos.
Por sua vez, o princípio da moralidade existe para que se busque nos atos
realizados um compromisso com a ética e com os bons costumes. A publicidade
estabelece o caráter da transparência tão necessária aos gestores públicos; nesse
sentido, os atos realizados devem ser sempre tornados públicos. E a eficiência exige do
gestor que cumpra com o máximo de competência, presteza e perfeição aquilo de que
está incumbido em seu cargo (BES, 2019).
Os princípios da gestão pública se aplicam também aos gestores educacionais,
em todas as esferas administrativas. Eles proporcionam, assim, uma melhor atuação em
busca do bem público e do atendimento das demandas sociais referentes à oferta de
uma educação de qualidade a todos os brasileiros. Além disso, para que possam atuar
dentro de suas instâncias, os gestores precisam respeitar as legislações existentes, como
você viu. Isso costuma ser realizado, na esfera educacional, a partir da relação
hierárquica e complementar das leis (BES, 2019).
Ou seja, um Conselho Municipal de Educação, ao ser acionado por uma
demanda gerada por um diretor de escola, vai reunir-se para deliberar sobre o caso. Vai
também consultar legislações, normas, programas e políticas educacionais já existentes
sobre o caso em questão em todas as demais esferas administrativas. Para isso, deve
partir das próprias normativas, das leis orgânicas municipais e das resoluções da
Secretaria Municipal de Educação. Também deve consultar o Conselho Estadual de
Educação e as suas normatizações, bem como o estabelecido pela Secretaria Estadual
de Educação, seguindo rumo a uma análise mais ampla de todas as políticas públicas
educacionais em vigor criadas pelo MEC. A ideia é que o Conselho produza o seu parecer
58
e resolva o impasse de uma forma que respeite a legislação. Perceba que nessa busca
muitas vezes são encontrados subsídios que resolvem o impasse e que produzem uma
resposta consistente em propostas anteriores de outro ente federativo (BES, 2019).
Essas relações de consulta e de complementaridade do trabalho de gestão
educacional se potencializam a partir de alguns órgãos colegiados. É o caso da União
Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed). Esses órgãos se reúnem sistematicamente para debater as
demandas educacionais em seus níveis de atuação e encontrar soluções conjuntas para
elas, bem como para trocar conhecimentos e boas práticas, tão importantes para a
educação (BES, 2019).
Como você pode verificar, a educação no Brasil é promovida a partir de um rol
de leis e normas que compõem as políticas públicas educacionais e que, por meio de sua
hierarquia, organizam o funcionamento das instituições de ensino que integram o sistema
educacional brasileiro. Dessa forma, cabe aos gestores escolares o preparo técnico e
profissional necessário para que se apropriem de tais políticas educacionais e da
legislação pertinente à sua área de atuação. A ideia é que os gestores cumpram com
eficiência as suas atribuições, como você vai ver na próxima seção (BES, 2019).
59
explorar essa relação entre a gestão educacional e as políticas públicas, que tal retomar
o conceito de gestão escolar? Veja o que afirma Lück (2009, p. 23):
61
Colombo (2004, p. 33) destaca que “[...] cabe também ao gestor educacional
determinar, de acordo com as competências das áreas e as respectivas equipes, os
limites de responsabilidades e autoridades, incentivando a cooperação entre os seus
membros e prevenindo possíveis conflitos interpessoais”. Dessa forma, para conduzir a
escola rumo aos seus objetivos — normalmente propostos no projeto político-pedagógico
e alinhados com as políticas públicas vigentes —, o gestor deve exercer a sua liderança
junto ao grupo, realizando a gestão de seu pessoal de forma participativa e promovendo
a colaboração de todos.
A fim de determinar, dirigir e controlar as competências inerentes à sua equipe,
o gestor deve conhecer muito bem as políticas públicas educacionais que cercam as
áreas de atuação de cada um. Por exemplo, como um diretor de escola da educação
básica pode verificar se o planejamento pedagógico das aulas está sendo realizado de
acordo se desconhece o que determina a BNCC? Ou ainda: como vai reportar-se ao
conselho tutelar quando necessário se os mecanismos de controle de frequência
utilizados em sala de aula não estiverem sendo aplicados corretamente pelos docentes?
Perceba como as ações da gestão estão cotidianamente ligadas aos aspectos das
políticas públicas e às suas normatizações (BES, 2019).
Você ainda deve considerar que a equipe gestora da escola costuma se organizar
a partir dos cargos de diretor, vice-diretor, supervisor/coordenador pedagógico e
orientador educacional. Todos devem se inteirar das políticas públicas educacionais
pertinentes às suas respectivas áreas de atuação. Dessa forma, estarão cumprindo o
princípio da eficiência em suas ações e a escola poderá atingir os seus objetivos
educacionais, ofertando uma aprendizagem de qualidade e significativa aos alunos que
a frequentam (BES, 2019).
62
As ações de planejamento podem ser consideradas a principal função da gestão
pública e se estendem também às questões financeiras a serem geridas pelo gestor da
escola. Isso fica evidente na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que
estabelece normas para a gestão fiscal das finanças públicas e comenta que “[...] a
responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se
previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas”
(BRASIL, 2000, documento on-line).
Dessa forma, o gestor escolar é o agente fiscal responsável pelo planejamento e
pela devida utilização dos recursos financeiros que chegam até a escola pelos inúmeros
programas e políticas públicas de financiamento da educação escolar. É o caso dos
recursos relativos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e de todos os demais programas
administrados pelo FNDE, como o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional de Apoio ao
Transporte Escolar (PNATE), o Caminho da Escola, entre outros (BES, 2019).
Outro importante aspecto a ser considerado na gestão de estabelecimentos de
ensino está posto desde a Constituição Federal de 1988 e é reforçado pela LDBN: a
gestão democrática. Esse é o modelo de gestão a ser utilizado nas escolas que compõem
o sistema educacional brasileiro. A LDBN explicita, em seu art. 3º, que “[...] o ensino será
ministrado com base nos seguintes princípios: [...] VIII — gestão democrática do ensino
público, na forma da Lei e da legislação dos sistemas de ensino” (BRASIL, 1996,
documento on-line).
63
Ao analisar a gestão democrática proposta, Libâneo (2004, p. 217) argumenta o
seguinte:
A gestão democrática é mais uma faceta entre tantas outras que se colocam ao
gestor da escola para que ele considere as mudanças do mundo contemporâneo, criando
espaços que oportunizem a participação da comunidade escolar na instituição de ensino.
A comunidade escolar é composta pelos alunos e os seus responsáveis, por docentes,
gestores escolares, demais funcionários da escola, pessoas e organizações que residem
ou atuam no entorno (BES, 2019).
Outro importante aspecto da organização e do funcionamento da educação é a
atuação dos órgãos centrais de cada ente federativo em sua respectiva instância. Ou
seja, o MEC desenvolve atribuições pertinentes ao sistema de ensino federal e à
coordenação de todos os demais sistemas (estaduais, do Distrito Federal e municipais);
as Secretarias Estaduais de Educação atuam em seus respectivos territórios; e as
Secretarias Municipais de Educação atuam nos sistemas de ensino municipais. Esses
entes atuam de forma autônoma em seus sistemas, perseguindo o regime de
colaboração proposto constitucionalmente para a educação (BES, 2019).
Sobre esse aspecto, Cury (2002, documento on-line) reforça que a “[...]
Constituição Federal montou um sistema de repartição de competências e atribuições
legislativas entre os integrantes do sistema federativo, [...] reconhecendo a dignidade e a
autonomia próprias dos mesmos”. Por isso, é fundamental conhecer as atribuições e
competências das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação para entender um
pouco mais detalhadamente como elas operam na gestão das políticas públicas de seus
sistemas.
As Secretarias Municipais de Educação têm como finalidade a organização, a
manutenção e o funcionamento de seus sistemas de ensino. Tais sistemas
compreendem todas as instituições de ensino existentes em seu território, sejam elas
públicas ou privadas, da educação básica ou do ensino superior. Para realizar essas
64
atribuições, as Secretarias precisam integrar as suas próprias políticas educacionais às
do Estado e da União, respeitando os termos existentes na LDBN vigente (BES, 2019).
Ao se referirem à articulação e à importância das Secretarias de Educação
perante o sistema de ensino do município, Werle, Thum e Andrade (2008) apontam, entre
as atribuições de um município que assume a sua responsabilidade pela educação, a
criação de uma proposta pedagógica e o esforço de empreender um projeto de educação.
Nesse sentido, está em jogo “[...] a crença de que é possível articular a educação para
além da instabilidade de governos, de que é possível e necessário superar
procedimentos burocráticos e mecanicistas, que esvaziam o significado humano, político,
pedagógico e gratificante do esforço educativo” (WERLE; THUM; ANDRADE, 2008,
documento online).
Dessa forma, a Secretaria de Educação como instância de governo da educação
municipal pode perseguir um projeto educacional que envolva a participação dos demais
órgãos colegiados que atuam na área, como o Conselho Municipal de Educação, o
Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Conselho de Alimentação Escolar,
entre outros. A ideia é que tal projeto se perpetue para além dos mandatos eleitorais de
cada gestão e persiga e apoie as políticas de Estado da educação (BES, 2019).
Da mesma maneira ocorre nas instâncias estaduais, em que a Secretaria de
Educação se responsabiliza pelo acesso e pela permanência dos alunos em um ensino
de qualidade no âmbito de todo o território estadual. Isso implica um trabalho em parceria
com os sistemas municipais de educação. A Secretaria de Educação Estadual também
se responsabiliza pela coordenação da educação superior do estado em busca de
melhorias no desenvolvimento regional como um todo, define políticas educacionais para
o funcionamento de seus sistemas de ensino, bem como estabelece diretrizes e políticas
de manutenção e reformas das escolas públicas estaduais, entre outras atribuições. Veja
como a Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina ([2019], documento online)
define as suas atribuições:
65
Estado, compartilhando essa responsabilidade com o Conselho Estadual de
Educação, na forma da legislação em vigor.
Desde o início do século XX, já vinha sendo apontada pelos intelectuais da época
a necessidade da criação de um plano nacional de educação, de um sistema que
organizasse essa questão educacional para todo o território brasileiro. Um exemplo é
encontrado no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, em que são
criticadas as iniciativas educacionais dos primeiros anos republicanos, uma vez que se
apresentavam “[...] sem unidade de plano e sem espírito de continuidade, não lograram
ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das necessidades modernas e
das necessidades do país” (1932, p. 188). As necessidades modernas citadas estavam
relacionadas ao cenário de industrialização e urbanização que ocorria nas décadas de
40 e 50, que darão impulso para a criação da Lei nº 4.204/1961, conhecida como a
primeira Lei de Diretrizes da Educação Nacional. Essa lei ficou em tramitação no
Congresso Nacional desde 1948, devido a várias discordâncias sobre os objetivos do
ensino e a finalidade da escola. Os principais pontos divergentes versavam sobre uma
66
educação cristã nas escolas públicas e uma maior ou menor participação do Estado na
regulação dos assuntos de âmbito escolar.
O Brasil vivia neste período pré-LDB de 1961 uma adaptação a um sistema
político democrático, posterior ao período ditatorial anteriormente vivido com Getúlio
Vargas. A morosidade da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
segundo Montalvão (2010), também se relaciona com os riscos de se estender a
regulamentação do ensino para os estados e, assim, reforçar as oligarquias estatais ou
manter a regulamentação da educação plenamente atrelada ao Estado. Contudo, a LDB
de 1961 apresenta forte inspiração nos princípios da solidariedade humana e da
liberdade.
Analisaremos, agora, a estrutura do sistema de ensino proposta pela Lei nº 4.204:
68
A educação e o desenvolvimento se associam à necessidade de qualificação de
mão de obra urgente para um país que se encontra em processo de expansão industrial,
bem como se busca a formação de um cidadão com espírito cívico e consciente da
importância da ordem para o país, o que é feito a partir da inserção das disciplinas de
Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política do Brasil (OSPB) e Estudos de
Problemas Brasileiros (EPB) nos currículos (BES, 2019).
De acordo com Aranha (2004), as principais mudanças advindas com a Lei nº
5.692/71 foram:
69
Essas propostas de reforma educacional tiveram muitos problemas para sua
execução, relacionados a estruturas necessárias e recursos, restringindo- -se muito mais
aos aspectos empresariais e tecnocráticos do que visavam ao mercado de trabalho e não
aos aspectos pedagógicos. Aranha (2004, p. 216) acrescenta que neste período “[...] a
relação entre a escola e a comunidade reduz-se a captar mão de obra para o mercado e
à intenção de adaptar ao ensino o modelo da estrutura organizacional das empresas
burocratizadas e hierarquizadas”. A intenção de transformar todas as escolas de ensino
de 2º grau em escolas profissionalizantes também não se efetivou plenamente, uma vez
que “[...] não havia recursos materiais, financeiros e humanos para tanto” (CLARK;
NASCIMENTO; SILVA, 2006, p. 130). Dessa forma, permanece no período a dualidade
entre o ensino médio profissionalizante e aquele propedêutico, visando à preparação
para o ensino superior.
Ainda em relação às décadas de 60 e 70, cabe comentar que tivemos inúmeros
movimentos educacionais voltados para a educação de adultos, visando a alfabetizar
todo um contingente populacional analfabeto (BES, 2019).
70
16 CONCEITOS BÁSICOS PARA O ESTUDO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
EDUCACIONAIS
72
existem embates teóricos, filosóficos e ideológicos para a produção dos textos que as
irão compor e seus significados.
Os autores Bowe e Ball (1992) apontam três contextos que podem ser utilizados
para a análise de políticas educacionais:
74
a ser legitimadas, não é mesmo? Essa é uma análise possível de ser
realizada a partir deste contexto da prática que estamos estudando.
75
funcionamento fica prejudicado, não é mesmo? Referindo-se ao conceito de sistema
educacional, Saviani et al. (1996, p. 80) argumenta que “[...] sistema é a unidade de vários
elementos intencionalmente reunidos, de modo a formar um conjunto coerente e
operante”. Para que a educação brasileira seja operante e atinja os objetivos propostos
em nossa Constituição Federal de 1988, na nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional de 1996, e nas metas do Plano Nacional de Educação (2014-2024), é essencial
que exista um sistema nacional de educação. Este sistema educacional brasileiro é
composto pelos sistemas de ensino federal, estaduais (e do Distrito Federal) e municipais
(ver Figura 2).
76
[...] as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público
estadual e pelo Distrito Federal; as instituições de educação superior mantidas
pelo Poder Público municipal; as instituições de ensino fundamental e médio
criadas e mantidas pela iniciativa privada; os órgãos de educação estaduais e do
Distrito Federal, respectivamente (BRASIL, 1996, documento on-line).
77
Houve mudanças significativas na educação nacional a partir da LDB 9.394/1996,
entre elas o regime de colaboração entre União, estados e municípios que passa a vigorar
com o entendimento de que, para que se atinjam os objetivos educacionais, deve haver
o comprometimento desses diferentes entes federativos. São definidas como
incumbência primordial: da União, o ensino superior; dos Estados e do Distrito Federal,
o ensino médio; e dos municípios, o foco no ensino fundamental e na educação infantil
prioritariamente (BES, 2019).
Também são propostas de avaliações de larga escala para mensurar o
desempenho estudantil e, consequentemente, ter uma avaliação da qualidade das
escolas que compõe o sistema de ensino nacional. Estas medidas, hoje, são percebidas
por meio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e também do Censo
Escolar (BES, 2019).
A LDB 9.394/1996 traz em seu texto, no Art. 59º, uma referência aos alunos com
deficiências, propondo cuidados e adaptações em termos de currículos, técnicas,
avaliações, recursos e professores para atendimento especializado desse público em
78
particular. É importante salientar que, atualmente, os assuntos de Educação Especial são
tratados em uma perspectiva inclusiva (BES, 2019).
O Art. 67º da LDB 9.394/1996, cita que os professores devem ter “[...] V. período
reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho” (BRASIL,
1996, documento on-line). Ou seja, os sistemas de ensino tiveram que se adequar e
propor tempos de planejamento para que os professores pudessem preparar melhor suas
aulas dentro da carga horária de seus respectivos contratos de trabalho. Isso fez,
inclusive, que alguns municípios optassem por ceder este tempo de planejamento para
que pudesse ser realizado dentro ou fora da escola, a critério dos docentes.
Outro ponto proposto pela LDB 9.394/1996, ao constituir os sistemas de ensino,
é a busca e o reforço da gestão democrática no interior das escolas. Dessa forma, abrem-
se espaços para que a comunidade escolar participe da vida escolar, seja na elaboração
dos projetos políticos pedagógicos ou ainda em conselhos escolares ou associações de
pais e mestres. Cury (2007, p. 489) enfatiza a importância da gestão democrática ao
afirmar que “[...] é a forma dialogal, participativa com que a comunidade educacional se
capacita para levar a termo um projeto pedagógico de qualidade e da qual nasçam
‘cidadãos ativos’ participantes da sociedade como profissionais compromissados”.
Mais recentemente, o sistema educacional brasileiro recebeu um acréscimo
importante na sua normatização curricular visando à construção comum dos
conhecimentos nas instituições de ensino, que foi a elaboração da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), que propõe, segundo o texto introdutório da BNCC da educação
infantil e do ensino fundamental, ser “[...] um documento de caráter normativo que define
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.” (BRASIL,
2017, p. 9). Ou seja, está norteando aquilo que será desenvolvido no currículo, o que
será ensinado aos alunos na educação básica. A Base Nacional Comum Curricular vem
ao encontro do que é requerido no Plano Nacional de Educação (2014-20124) e na LDB
9.394/1996.
A BNCC tem como principal finalidade definir as “[...] aprendizagens essenciais
que todos os alunos devem desenvolver durante todas as etapas da educação básica”
(BNCC, 2017, p. 7). Para que essas aprendizagens sejam desenvolvidas nos estudantes,
79
a Base propõe o alcance de dez competências a todos os alunos da educação escolar
nacional. Competências estas que reúnem os conhecimentos históricos e culturais a
serem adquiridos, as habilidades que deverão ser desenvolvidas e as atitudes que se
requerem dos estudantes como resultado deste processo educacional.
Inúmeras foram as mudanças de ordem administrativa, operacional e pedagógica
que se estabeleceram a partir da Lei nº 4.394/1996 e que vieram a nortear o sistema
educacional brasileiro desde então. A partir desta LDB e do Plano Nacional de Educação
(2014-2024) e, mais recentemente da BNCC, são propostas inúmeras políticas públicas
educacionais no Brasil nas últimas décadas, visando a contemplar os objetivos
educacionais e as metas ali existentes (BES, 2019).
81
Entre os dias cinco e nove de março de 1990, a Unesco formulou, com a
participação de diversos países, tais como o Brasil, a declaração UNESCO- -ONU sobre
a educação, na Conferência Mundial sobre a Educação para Todos. O documento
formulado parte do princípio básico de que a educação é um direito assegurado a todos
os indivíduos, e apresenta temas tais como as necessidades básicas de aprendizagem,
por meio de propostas para uma educação que promova a equidade (UNESCO, 1998).
Outro organismo que exerce um papel de destaque é o Banco Mundial, uma corporação
financeira de abrangência nacional que visa a investir e a intervir em diferentes setores,
tais como o educacional.
A partir dessas propostas, muitas discussões e questionamentos são feitos em
relação aos princípios democráticos e participativos da gestão educacional assegurados
pela Constituição Federal, promulgada em 1988 (BRASIL, 1988). Temos de ter em vista
que nossa trajetória educacional foi construída por meio de muitas lutas e resistências,
não tendo sido alcançada plenamente, na prática, a qualidade e a igualdade de direitos
para toda a população. Por termos realidades distintas dos países que fazem uso de tais
programas e projetos e sermos submetidos a esses sistemas avaliativos, os resultados
apresentados sofrerão “interferências”, influenciando os sistemas organizacionais das
escolas brasileiras, bem como ações, estratégias e projetos pedagógicos desenvolvidos
no país (RODRIGUES, 2014).
Existem, igualmente, outros paradigmas relacionados ao governo educacional e
à globalização, envolvendo “convergência de políticas”, “transferência de políticas”
(DOLOWITZ et al., 2000) ou, ainda, “empréstimo de políticas” (HALPIN; TROYNA, 1995;
WHITTY; EDWARDS, 1998). Com todas essas movimentações, observamos que as
políticas educacionais específicas, que atendem efetivamente às nossas necessidades,
vão gradativamente desaparecendo e dando espaço a políticas voltadas para a lógica do
mercado e de setores privados. Nosso sistema educacional está vinculado a políticas
educativas pautadas em políticas econômicas. De acordo com Ball (2001, p. 101):
Para termos uma visão ainda mais global sobre a temática, observe o quadro a
seguir (Quadro 1), que apresenta aspectos mobilizadores e/ou mobilizados nos
movimentos de internacionalização da educação e do currículo (LIMA, 2019).
86
87
A partir das informações do quadro, que mostram diferentes movimentos,
conceitos, contextos, perspectivas e expectativas relacionadas à internacionalização e
seus desdobramentos na educação básica, podemos ter uma visão aprofundada sobre
as transformações do cenário educacional. Como consequências desse processo, temos
a modificação de toda estrutura voltada para os métodos, os meios avaliativos, a seleção
de conteúdos curriculares, a formação de professores e os modelos de gestão (LIMA,
2019).
Sociedade civil constitui não somente uma relação inteiramente nova entre o
público e o privado, mas um reino privado inteiramente novo [...]. Ela gera uma
nova divisão do trabalho entre a esfera pública do Estado e a esfera privada da
propriedade capitalista e do imperativo de mercado, em que a apropriação,
exploração e dominação se desligam da autoridade pública e da
responsabilidade social – enquanto esses novos poderes privados dependem da
sustentação do estado por meio de um poder de imposição mais concentrado do
que qualquer outro que tenha existido anteriormente.
[...] também se inserem nesta lógica as políticas educacionais, que são políticas
públicas, na medida em que nascem da mesma matriz. No caso do Brasil, as
linhas que balizam as políticas educacionais estão colocadas em várias fontes
legais, das quais a primeira delas é dada pela Constituição Federal, na qual são
firmados os princípios gerais que devem ser levados em conta na organização
do sistema educacional. É importante levar em consideração que, num país
democrático como o nosso, as políticas públicas e, portanto, as educacionais,
procuram atender às demandas colocadas pelo conjunto da sociedade. Todavia,
é importante termos ciência de que essas demandas se caracterizam por
conflitos e interesses locais diversos: são o resultado do embate de forças, que
se transformam em leis, resultantes da interação de agentes de pressão que
disputam o Estado. Temos que considerar, ainda, que, hoje, vivemos numa
sociedade que está inserida em uma economia global, na qual as políticas
públicas nacionais, além de buscar responder às demandas locais, sofrem
89
influência de demandas internacionais, advindas do modelo vigente de política
econômica mundial.
90
A partir dessas considerações, observamos o quanto as políticas educacionais
passaram a diminuir as responsabilidades do Estado no que diz respeito aos
investimentos. Os resultados de avaliação e desempenho passaram a ser mais
enfatizados do que os processos pedagógicos (AZEVEDO, 2004).
Diante dessa realidade, segundo Santos (2001), não podemos negar a presença
da globalização e tampouco tentar restringir suas influências ao campo econômico.
Devemos nos esforçar para que suas consequências tragam melhorias para todas as
esferas sociais de forma inclusiva, para que os indivíduos sejam o centro, e não o
mercado. As necessidades individuais e coletivas devem ser atendidas, transformando a
competitividade em políticas solidárias. O Estado tem responsabilidade em todas essas
transformações, tendo como função promover uma política democrática e inclusiva frente
às exigências locais, nacionais e internacionais, assumindo o compromisso de assegurar
os direitos de todos os cidadãos.
91
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AMIN, A. Placing globalisation. Theory, Culture & Society, v. 14, n. 2, p. 123-137, 1997.
92
BALL, S. J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação.
Currículo sem Fronteiras, v. 1, n. 2, p. 99-116, jul. /dez. 2001.
BOWE, R.; BALL, S. Reforming education and changing schools: case studies in
policy sociology. London: Routledge, 1992.
93
BRASIL. Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º
ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente,
a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União
incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de
que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art.
208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar
a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica,
e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a
inserção neste dispositivo de inciso VI. 2009. Disponível em: . Acesso em: 10 dez. 2018.
94
BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação
- PNE e dá outras providências. 2014b. Disponível em: . Acesso em: 10 dez. 2018.
BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
ano 151, n. 120-A, seção 1, p. 1-7, 26 jun. 2014. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/
imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=26/06/2014&jornal=1000&pagina=1&totalArq
uivos=8. Acesso em: 6 abr. 2021.
BRASIL. Lei n. 7.398, de 4 de novembro de 1985. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
ano 123, n. 212, seção 1, p. 16113, 5 nov. 1985. Disponível em: https://www2.camara.leg.
br/legin/fed/lei/1980-1987/lei-7398-4-novembro-1985-367927-publicacaooriginal-1-pl.
html. Acesso em: 6 abr. 2021.
BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano
128, n. 135, seção 1, p. 13563-13577, 16 jul. 1990. Disponível em:
https://pesquisa.in.gov.
br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=16/07/1990&jornal=1&pagina=1&totalArqu
ivos=80. Acesso em: 1 abr. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
ano 134, n. 248, seção 1, p. 27833-27841, 23 dez. 1996. Disponível em: https://pesquisa.
in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=23/12/1996&jornal=1&pagina=1&tot
alArquivos=289. Acesso em: 1 abr. 2021.
95
BRASIL. Lei nº. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017.Altera as Leis nº. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e nº.
11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação,
a Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, aprovada peloDecreto-Lei nº. 5.452, de 1º
de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº. 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº.
11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de
Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União, 17 fev. 2017.
Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2017/Lei/L13415.htm. Acesso em: 10 jul. 2019.
CARNEIRO, M. A. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. 12. ed. Rio
de Janeiro: Vozes, 2006.
DOLOWITZ, D. P. et al. Policy transfer and british social policy: learning from the
USA? Buckingham: Open University Press, 2000.
GADOTTI, M. et al. Reinventando Paulo Freire na escola do século 21. São Paulo:
Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2008.LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez,
1994.
98
GANDIN, D.; CRUZ, C. H. C. Planejamento na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2009.
INSTITUTO SOU DA PAZ. Caderno Grêmio em Forma. 2. ed. São Paulo: Instituto Sou
da Paz, [2011]. Disponível em: http://soudapaz.org/o-que-
fazemos/desenvolver/prevencao- -da-violencia/violencia-nas-escolas/gremio-em-
forma/#documentos-1. Acesso em: 1 abr. 2021.
99
LIRA, M. N.; NEVES, E. T. B.; BEZERRA, M. A. O planejamento no processo de
ensino/aprendizagem: concepções e desafios. Revista Letras Raras, v. 4, ano 4, n. 1,
p. 231-244, 2015.
100
OLIVEIRA, A. F. Políticas públicas educacionais: conceito e contextualização numa
perspectiva didática. In: OLIVEIRA, A. F.; PIZZIO, A.; FRANÇA, G. Fronteiras da
educação: desigualdades, tecnologias e políticas. Goiás: Editora da PUC Goiás, 2010.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000
PONCE, A. Educação e luta de classes. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
101
SACRISTÁN, J. G. et al. Educar por competências: o que há de novo? Porto Alegre:
Artmed, 2011.
SÃO PAULO. Cartilha Conselho de Escola. São Paulo: Secretaria da Educação, 2014.
102
THIESEN, J. S. Internacionalização dos currículos na educação básica: concepções
e contextos thiesen. Revista e-Curriculum, v. 15, n. 4, p. 991-1017, out./dez. 2017.
103
WHITTY, G.; EDWARDS, T. School choices policies in England and the United
States: an exploration of their origins and significance. Comparative Education, v.
34, n. 2, p. 211-227, 1998.
104