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Se, em uma solução, existe um íon a determinada

concentração, e a esta solução, adiciona-se outro íon capaz de formar


um composto pouco solúvel com o primeiro, haverá a precipitação
desde que a concentração do íon em solução multiplicada pela
concentração do íon adicionado resultar em um valor numérico
superior ao Kps do composto em questão.

CxAy xC+ + yA-

Kps = [C+]x . [A-]y

PRODUTO IÔNICO (PI)

Onde:

PI = Kps Vdiss = Vppt solução saturada

PI < Kps Vdiss > Vppt solução não saturada

PI > Kps Vdiss < Vppt solução supersaturada


(saturada com ppt)

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Exemplo 1) A mistura de Pb(NO3)2 0,1 M + NaCl 0,1 M em volumes
iguais, ocorrerá a precipitação?
Onde Kps PbCl2 = 2,4 . 10-4

Pb(NO3)2 + 2NaCl PbCl2  + 2NaNO3

[Pb2+] = 0,05 M PI = [Pb2+] . [Cl-]2


[Cl-] = 0,05 M PI = (0,05) . (0,05)2
PI = 1,25 . 10-4
PI < Kps (não precipita)

Exemplo 2) A mistura de Pb(NO3)2 0,1 M + NaCl 1 M em volumes


iguais, ocorrerá a precipitação?
Onde Kps PbCl2 = 2,4 . 10-4

[Pb2+] = 0,05 M PI = [Pb2+] . [Cl-]2


[Cl-] = 0,5 M PI = (0,05) . (0,5)2
PI = 1,25 . 10-2
PI > Kps (precipita)

Exemplo 3) A mistura de 25 mL de NaI 1,4 . 10-9 M + 35 mL AgNO3


7,9 . 10-7 M, ocorrerá a precipitação?
Onde Kps AgI = 8,5 . 10-17
NaI + AgNO3 NaNO3 + AgI 

Diluições: Ca . Va = Cd . Vd
PI = [Ag+] . [I-]
[I-] = 1,4 .10-9 . 25 = Cd . 60
[I-] -10
= 5,8 . 10 M PI = 4,6 . 10-7 . 5,8 . 10-10
PI = 2,7 . 10-16
[Ag+] = 7,9 . 10-7 . 35 = Cd . 60 PI > Kps (precipita)
[Ag+] = 4,6 . 10-7 M

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Exemplo 4) A constante do produto de solubilidade do BaF2 é de 1,7 .
10-6 . Faça um gráfico que relacione o limite de solubilidade dos íons
em solução em diferentes proporções.

Kps = [Ba2+] . [F-]2

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PRECIPITAÇÃO FRACIONADA:
A precipitação dos íons de uma mistura, acontece de um
modo fracionado, efetuando-se a precipitação de diferentes eletrólitos
pouco solúveis pela mesma ordem em que são atingidos os seus Kps (s),
quando a concentração dos íons do reagente precipitante se eleva.

Exemplo: Em uma mistura de KCl + K2CrO4 cujas concentrações são


0,1 M. Se adicionarmos AgNO3, qual dos sólidos precipita em primeiro
lugar?
Ag+ + Cl- AgCl Kps AgCl = 1,6 . 10-10
2Ag+ + CrO4-2 Ag2CrO4 Kps Ag2CrO4 = 9,0 . 10-12

Conc limite de Ag+:


[Ag+]  Kps AgCl = [Ag+] . [Cl-]
Kps AgCl
[Ag+] =
[Cl-]
1,6 . 10-10
[Ag+] =  1,6 . 10-9 M
0,1

[Ag+]  Kps Ag2CrO4 = [Ag+]2 . [CrO4-]

[Ag+]2 = Kps Ag2CrO4


[CrO4-]

[Ag+] = 9,0 . 10-12  9,5 . 10-6 M


0,1

Conforme o calculado, o sal que precipita primeiro é o


AgCl, pois precisa de uma quantidade menor de Ag+.

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ESTRUTURA MORFOLÓGICA DOS PRECIPITADOS

A precipitação é provavelmente o método prático mais usado


em análise qualitativa. Pode ser utilizada como teste para um íon
específico ou com o intuito de separação.
A facilidade com que o precipitado pode ser filtrado e
lavado, depende principalmente da sua estrutura morfológica, ou seja, a
forma e o tamanho de seus cristais.
De fato, quanto maiores forem os cristais, mais facilmente
poderão ser filtrados; a forma também é importante, onde estruturas
simples como cubos, octaedros ou agulhas, são fáceis de lavá-las após a
filtração. Cristais com estruturas mais complexas, com protuberâncias e
reentrâncias, reterão mais a água mãe (solução que dá origem ao ppt).
O tamanho dos cristais formados, depende de dois fatores:

Taxa de Nucleação:
Definida pelo número de núcleos formados por unidade de
tempo. Se a taxa de nucleação for elevada, um grande número de
cristais será formado, porém nenhum deles crescerá muito.
A taxa de nucleação depende do grau de supersaturação da
solução.
A experiência demonstra que a formação de cristais
realmente ocorre quando a concentração do soluto é muito superior a da
solução saturada.
Quanto maior o grau de supersaturação, maior será a
probabilidade de formação de novos núcleos, portanto, maior a taxa de
nucleação.

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Taxa de Crescimento do Cristal:
A taxa de crescimento do cristal depende também do grau de
supersaturação. É aconselhável, entretanto, criar condições para que a
supersaturação seja moderada, permitindo apenas a formação de um
número relativamente reduzido de núcleos, os quais possam, por sua
vez, crescer para formar grandes cristais.

Processo de Envelhecimento ou Maturação


Pode ser acelerado, quando mantem-se tais misturas sob
temperaturas elevadas (banho-maria). Após o envelhecimento o ppt é
mais fácil de filtrar e lavar, é por isso que este é um estágio incluido em
métodos de análise gravimétrica.
Obs.: As vezes o ppt passa a ficar resistente a agentes (ácidos e bases),
que antes da maturação ele não era.

Pureza dos Precipitados


A contaminação de um precipitado por substâncias
normalmente solúveis na água-mãe é denominada co-precipitação. Isto
ocorre pela adsorção de partículas estranhas na superfície do cristal em
crescimento, e também pela oclusão de partículas estranhas durante o
processo de crescimento do cristal.
CRESCIMENTO
cristal (ppt) partículas estranhas DO CRISTAL

Exemplo de ADSORÇÃO Exemplo de OCLUSÃO

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ESTADO COLOIDAL:

Al(OH)3

+ NaOH Luz
Al3+ Luz

pH < 7,0 pH > 7,0 Efeito TYNDAL


Dispersão da luz
Solução branca
(reflexão das partículas)
Turva

As verdadeiras soluções, isto é, aquelas com partículas de


dimensões moleculares, NÃO APRESENTAM O EFEITO TYNDAL.

O estado coloidal da matéria é definido por uma certa


grandeza de suas partículas. As propriedades coloidais são geralmente
evidenciadas em substâncias cujas partículas variam entre 0,2 m e 5,0
m. O papel de filtro comum retém partículas até um diâmetro de 10 –
20 m.

Soluções coloidais, não são soluções verdadeiras; um exame


mais aprofundado mostra que elas não são homogêneas (suspensão).
Sua filtração pode ser feita por ultrafiltração ou diálise.

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