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ALEF CORREIA SOUZA

ANA CRISTINA MENEZES BEZERRA


LUANA ALMEIDA OLIVEIRA
NAYME SANTANA ARISTON SACRAMENTO
POLLYANNA CADIDÉ DE SOUZA
RAIANA MOREIRA SANTOS
STEPHANIE SANTOS RIBEIRO

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:


Revisão biográfica

SALVADOR
2023
ALEF CORREIA SOUZA
ANA CRISTINA MENEZES BEZERRA
LUANA ALMEIDA OLIVEIRA
NAYME SANTANA ARISTON SACRAMENTO
POLLYANNA CADIDÉ DE SOUZA
RAIANA MOREIRA SANTOS
STEPHANIE SANTOS RIBEIRO

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:


Revisão bibliográfica

Trabalho avaliativo para a disciplina de teoria


cognitiva, elaborados por graduandos em psicologia
como pré-requisito a obtenção de notas.
Supervisor: Claúdio Seal Carvalho

SALVADOR
2023
Sumário
INTRODUÇÃO...............................................................................................................4
METODOLOGIA............................................................................................................6
VISÃO COGNITIVA DO TEA......................................................................................7
MÉTODOS DE TRATAMENTO..................................................................................8
1. Psicoeducaçao...........................................................................................................9
- Desenvolvimento social e comunicação:........................................................................9
- Aprimorando o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas:........................10
- Diminuindo comportamentos que interferem no aprendizado e nas interações:..........10
- Ajudando famílias a lidar com o autismo:....................................................................11
- A importância do diagnóstico precoce:.........................................................................12
2. Técnicas de reestruturação cognitiva...................................................................13
3. Terapia racional emotiva.......................................................................................13
CONCLUSÃO................................................................................................................14
REFERÊNCIAS............................................................................................................15
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INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista sofre diversos preconceitos por ser entendido


como algo sem cura, porem isso não impede que a neuroplasticidade e práticas voltadas
a terapia comportamental gerem uma evolução significativa nas estereotipias do sujeito.
Nesse caso, podemos perceber que os prejulgamentos sociais e preconceitos vividos
diariamente podem ter um efeito capacitista que prejudica o sujeito com TEA. Sendo
assim, a padronização e classificações formuladas pelo DSM-5 e CID 11 expande a
perspectiva do transtorno levando em consideração as questões cognitivas e
comportamentais além das questões sociais.

Porém, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID) 11ª, o


transtorno do Espectro do Autismo é caracterizado por déficits persistentes na
capacidade de iniciar e manter a interação social recíproca e de comunicação social e
por uma série de restritos, repetitivos e padrões inflexíveis de comportamento e
interesses. O início da doença ocorre durante o período de desenvolvimento, geralmente
na primeira infância, mas os sintomas podem não se tornar manifestos plenamente até
mais tarde, quando as demandas sociais excedem as capacidades limitadas. Déficits são
suficientemente severos para causar prejuízo na vida pessoal, familiar, áreas sociais,
educacionais, ocupacionais ou outros importantes de funcionamento e são geralmente
uma característica generalizada do indivíduo de funcionamento observável em todos os
ambientes, embora possam variar de acordo com sociais, educacionais, ou outro
contexto. Ou seja , a generalização de sintomas e cuidados fazem com que as pessoas
que tem esses diagnósticos sejam reduzidas a eles, o que contribui para que não haja a
construção da individualidade do mesmo; além disto, a construção diagnostica na sua
maioria das vezes é realizada de forma errônea devido aos critérios diferenciais que não
são levados em consideração pelos profissionais , esses critérios estão presentes no
DSM-5 , que diz que as características clínicas individuais são registradas por meio do
uso de especificadores (com ou sem comprometimento intelectual concomitante; com
ou sem comprometimento da linguagem concomitante; associado a alguma condição
médica ou genética conhecida ou a fator ambiental), bem como especificadores que
descrevem os sintomas autistas (idade da primeira preocupação; com ou sem perda de
habilidades estabelecidas; gravidade). Tais especificadores oportunizam aos clínicos a
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individualização do diagnóstico e a comunicação de uma descrição clínica mais rica dos


indivíduos afetados.

Com isso, se faz necessário que ocorra um psicodiagnóstico adequado, onde o


profissional leve em consideração investigar os sintomas, para que sejam eliminadas
quaisquer outras hipóteses através de aplicação de testes ou avaliação comportamentais,
cognitivas e motoras que o mesmo venha a apresentar nas sessões. Ainda mais que os
encaminhamentos de tratamentos nesses casos, geralmente estão relacionados a terapia
ABA, já que é conhecida como a mais eficaz por muitos profissionais; desconsiderando
qualquer outra possibilidade de tratamento como a terapia ocupacional, a
psicoeducaçao, o modelo ABC, reestruturação cognitiva e entre outros.

Desse modo, se compreende que ao investigar os sintomas, é questionado pelos


responsáveis a causa do transtorno, que está ligada à algumas anormalidades em
algumas partes do cérebro que não forma definidas e que possuem origem genética, ou
também por problemas ocorridos durante a gestação ou até mesmo na hora do parto,
além de que, também foi descartada a hipótese da causa do autismo ser por conta de
uma possível rejeição materna ( Mello, 2007,p ), já que o espectro não é algo que pode
ser desenvolvido com o tempo, mais sim manifestado desde cedo e acentuado ao longo
do desenvolvimento, ainda mais , que é chamado de espectro, por se referir a uma gama
de características individuais e singulares de cada indivíduo, que podem ser de forma
conjunta ou isolada, em menor ou maior grau em relação as demais características.

Desta forma, a cognição é a parte mais importante do transtorno autista , por ser
a que mais sofre alteração e dificuldades , por ser uma função executiva da
aprendizagem, responsável por manter um controle inibitório, autorregulação, memória
de trabalho, autocontrole e flexibilidade cognitiva, que são as partes que os indivíduos
não adquirem com facilidade, por não ter suas informação processadas da forma
esperada , o que acaba afetando o desenvolvimento de habilidades que estão
relacionadas a nossa autonomia, como por exemplo, memória, percepção, atenção, entre
outras. Por fim, essas dificuldades cognitivas podem ser estimuladas e realizadas em
ambientes que vise ajudar o indivíduo a se adaptar ao comportamento, comunicação,
dinâmica e a interação social necessária para frequenta-los, o que contribui para que a
TCC procure fornecer meios de estimular essa cognição.
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METODOLOGIA

Ao analisarmos o Transtorno do Espectro Autista sobre a visão da Teoria


Cognitiva-Comportamental e suas práticas e teorias utilizadas, podemos afirmar que a
metodologia de estudo utilizada condiz com os princípios éticos e científicos que
englobam uma revisão bibliográfica exploratória, documental e descritiva, com objetivo
qualitativo, utilizando como principal contribuição as de Gil (2002).

Através de uma pesquisa bibliográfica consiste em explorar informações já


elaboradas e previamente comprovadas obtidas a partir de livros e artigos científicos de
fontes verificadas e confiáveis. Assim os livros e artigos científicos apresentam um
papel fundamental como fontes bibliográficas, fornecendo ao pesquisador uma visão
abrangente através de relatos de autores sobre diversas situações já investigadas ou
vivenciadas. Nesse contexto, a pesquisa bibliográfica permite um analise da TEA sobre
a visão da teoria cognitiva.

Para a elaboração do trabalho, foi realizado através das bases de dados SciELO e
google acadêmico a pesquisa de artigos, utilizando descritivos como: “a visão cognitiva
do TEA”, “teoria cognitiva comportamental” e “transtorno do espectro autista”, onde
foram encontrados 7 artigos que constituíram este trabalho. Sendo assim, a metodologia
tem um papel fundamental na análise de qualquer pesquisa e teoria, somente através de
uma metodologia bem-feita que é possível ter um trabalho bem fundamentado e
pesquisado para entender toda a completude do TEA e de seus tratamentos e métodos
mais eficazes sobre a visão da teoria cognitiva-comportamental.
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VISÃO COGNITIVA DO TEA

A teoria cognitiva comportamental (TCC), proposta por Aaron Beck iniciada na


década de 60, tem como princípio a ideia de que nossos comportamentos e nossas
emoções tem origem na cognição, que se desenvolve de acordo com história do
indivíduo através de suas interações com as pessoas e com ambiente ao seu redor, o qual
leva ao aparecimento de emoções e através dela a uma aprendizagem no que diz
respeito a capacidade da mente humana em utilizar ou não certos comportamentos como
resposta a um estímulo , e a consequência desta resposta faz com que os mesmos sejam
repetidos ou não. Visto que o conceito de aprendizagem que a teoria cognitiva traz
consigo e o mesmo conceito proposto por lev Vygotsky (1984) que diz que a
aprendizagem que desperta os processos internos do desenvolvimento e que não fosse
pela interação com os demais, bem como o contato com o ambiente cultural a mesma
não poderia ocorrer, ou seja é preciso que haja o estabelecimento dessa aprendizagem
para que a cognição seja realizada de forma adequada. Porém, a teoria sociocultural de
Vygotsky é complementada por Beck, já que o desenvolvimento dessa aprendizagem
pode ser usado para alterar certos comportamentos que possam estar causando
sofrimento a um indivíduo, ou até mesmo estimula-los em pessoas com algum tipo de
déficit ou síndrome neuronal, como no caso de pessoas que estão inseridas no
Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Devido a isto, a teoria cognitiva – comportamental (TCC) tem uma visão mais
ampla a respeito dos aspectos cognitivos que não foram desenvolvidos no transtorno do
espectro do autista (TEA) por conta da não aquisição da aprendizagem; com isso
pontua-se três pontos importantes, também conhecidos como tríade de dificuldades do
TEA: social, linguagem e comportamento. O primeiro é os problemas sociais, que está
relacionado as expressões não verbais como gestos e expressões faciais dificultam a
interação com outras pessoas; o segundo os problemas comunicativos como a fala ser
mais lenta e repetitiva o que dificulta o desenvolvimento de uma conversa e
comunicação; e o terceiro é os problemas comportamentais que estão relacionados a não
flexibilidade para mudança na rotina, são repetitivos nos movimentos e muito apegados
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a objetos. Em razão desses fatores, se observar-se que as funções psicológicas


superiores são apresentadas com grandes empecilhos nesses indivíduos, mas que podem
ser estabelecidas de forma mais concreta no seu cotidiano, já que para a TCC esses
aspectos são mutáveis e flexíveis para que sejam adquiridos.

Levando em consideração todos esses fatores, se faz necessário o uso de técnicas


educativas bem estruturadas com objetivo de propiciar o desenvolvimento adequado e
compatível dos pacientes com transtorno do espectro autista. Na abordagem da TCC o
trabalho terapêutico nos fornece o entendimento de que é possível alterar os meios de
comportamentos inadequados com técnicas e conceitos aplicados tanto na abordagem
cognitiva quanto na comportamental, ambas trabalhadas para os tratamentos de diversos
transtornos, inclusive do espectro do autista. Essas técnicas ajudam nesse
desenvolvimento, levando em consideração os processos individuas de cada um,
favorecendo adaptações que vão ajudar na interação e no desenvolvimento cognitivos
do autista.

MÉTODOS DE TRATAMENTO

O transtorno do espectro autista carrega muitos estereótipos e preconceitos que são


provenientes das manifestações dos seus sintomas. Devido a isto há uma carência
quando se abordar sobre os suportes necessários para que haja uma melhorar nos
aspectos emocionais, sociais e cognitivo que facilitara que o mesmo se adapte aos
diversos contextos que está inserido; mas apesar disso, há profissionais que utilizam no
seu percurso teórico e prático métodos de tratamentos que tem como enfoque fornece o
suporte necessário através do que o indivíduo trás no seu discurso durante o
atendimento , para que assim identifique o método mais eficaz para o mesmo .

Com isso, os psicólogos cognitivos comportamentais perceberam que a terapia


aba que é o meio de tratamento mais indicado nesses casos, não era adaptativa e
diversificado, o que os fez tomar como ponto de partida para desenvolver tratamentos
que integrasse esses indivíduos sem os separar da sua subjetividade. Bem como, se criou
a terapia ocupacional que tem ênfase na abordagem da terapia cognitivo
comportamental que visa contribuir para a melhoria da qualidade de vida, seja no
ambiente escolar ou no ambiente familiar, auxiliando no diagnóstico e construindo
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intervenções voltadas para as especificidades do sujeito (GONÇALVES et al. 2019).


Sendo assim, o tratamento na terapia cognitiva comportamental a que segue critérios
semelhantes na sua eficácia como a psicoeducaçao, a terapia racional emotiva e a
técnicas de reestruturação cognitiva através do questionamento socrático.

1. Psicoeducaçao

Sendo assim, a psicoeducaçao trabalha com planejamento da estrutura de um


tratamento que deve ser posto em fases, de acordo com as diferentes etapas da vida do
paciente e do grau de necessidade de cada caso; pois, se o paciente for uma criança,
aspectos como a fala/ linguagem, as interações sociais devem ser tratadas com
prioridade, assim como o suporte familiar, já com jovens os alvos seriam as habilidades
sociais e sexualidade. Percebendo essa diferença de tratamento com o decorrer da idade,
a psicoeducaçao visa estimular o desenvolvimento social e a comunicação; aprimorar a
capacidade intelectual para solucionar problemas; diminuir comportamentos que
interfiram no aprendizado e no acesso as comunicações sociais via interações e
experiências do cotidiano; por fim, auxiliar as famílias.

- Desenvolvimento social e comunicação:

Aqueles pacientes com grande déficit de comunicação e linguagem é requerido


que o terapeuta construa ou indique novas formas do paciente se comunicar com as
pessoas. Algumas técnicas são construídas com base em comunicação via figuras,
conhecida com TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related
Communication Handicapped Children) que possam ter significantes para que o
paciente possa transmitir suas vontades, seus desejos e também para os pais coibirem
comportamentos que não sejam adequados para um bom convívio social. O sistema de
figuram exigem menos habilidades cognitivas portanto, há uma melhor memorização do
paciente e melhor compreensão sobre o que ele quer expressar, estimula a linguagem e
o aprendizado.

A falta da capacidade de expressão que os indivíduos do espectro de nível


moderado ao mais severo passam, geram mais desconforto e estresse do paciente por
não conseguir se fazer entender, gerando mais comportamentos agressivos e
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pensamentos disruptivos que causam maior isolamentos do paciente, além disso, essa
forma de se comunicar pode estimular a capacidade de fala da criança ou do jovem com
TEA, emitindo assim sons espontaneamente que mostram progresso no seu caso em
particular. Outra técnica que pode ser aplicada é a de colocar em exposição algum
objeto ou alimento que o paciente mais aprecie, em um recipiente transparente e longe
do alcance, para que o paciente possa apontar e estimular a capacidade de expressão.
Um ponto importante para se lidar com pacientes dentro do TEA é que não devemos dar
instruções muito complexas, portanto deve-se ser objetivo no que se propões sem
figuras de linguagem ou metáforas para que haja entendimento e melhor progresso no
tratamento.

- Aprimorando o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas:

Os sinais do déficit cujos sintomas estão dentro do espectro, apresentam-se aos


primeiros dois ou três anos de vida. A criança geralmente não tem interesse por muitas
coisas, sejam situações ou objetos, enfileiram objetos e não brincam de outra forma com
seus brinquedos, não interagem com as pessoas entre outros sintomas. Sendo assim, o
diagnóstico precoce é extremamente necessário para que as medidas tratadas sejam o
mais rapidamente aplicado para que coincida com o desenvolvimento físico e cognitivo
da criança. Educação escolar é recomendada já nessas situações, visto que são no
ambiente escolar que somos estimulados a desenvolver linguagem, comunicação e de
onde se iniciam as interações sociais. Todo este processo que acelera o crescimento
cognitivo infantil, molda comportamentos e gera aprendizado pelas experiências e
sensações. Entretanto toda esta situação deve estar agindo de forma integrada entre pais,
escola, professores e terapeutas. Todos munidos com instruções de como proceder ao
lidar com a criança dentro do TEA para que não haja estresse excessivo,
comportamentos agressivos que possam regredir o progresso do tratamento e, portanto,
aumentar o isolamento social e, consequentemente diminuir o desenvolvimento
cognitivo da criança.

- Diminuindo comportamentos que interferem no aprendizado e nas interações:


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Um ponto importante de atenção que se deve ter em relação ao paciente com o


Transtorno do espectro Autista (TEA) é que em algumas situações eles apresentarão
comportamento desafiadores, comportamentos agressivos e autodestrutivos
(machucarem a si mesmos). A um primeiro momento pode-se causar uma preocupação
ou até mesmo embaraço se tais comportamentos foram expostos em público. Mas, para
além do comportamento em si é preciso estar atento ao que motivou essa reação.
Pessoas dentro do TEA, a depender do nível de evolução, tem a sua linguagem como
ponto não desenvolvido e, portanto, não conseguem expressar o que querem ou o que
não querem. E quando isso acontece a primeira reação é a agressividade ou
comportamento autodestrutivo. É importante estar atento ao que pode ter motivado tal
situação, se é o ambiente em que ele está, se é algo que ele não gosta de fazer ou de
comer etc. O importante é manter-se em equilíbrio emocional porquê uma resposta
emocional agressiva do genitor pode causar uma resposta agressiva maior do paciente
que não sabe como expressar suas emoções, principalmente as de raiva e frustração.
Para indivíduos em tratamento pode acarretar em regressão do processo de comunicação
e linguagem e de interação social, por isso, que a construção de uma nova linguagem,
como a de figuras, auxiliam numa melhor expressão dos desejos do paciente e da
coação de comportamentos não desejáveis, pelos pais. Visto que a estimulação da
linguagem, da comunicação, de se fazer entendido é um dos fatores que reduz a
ansiedade e do sofrimento do paciente e dos seus genitores.

- Ajudando famílias a lidar com o autismo:

O apoio dos pais, munidos de técnicas para lidar com seus filhos dentro do
espectro, assim como de familiares auxiliam muito no desenvolvimento da criança, do
adolescente ou do jovem. Saber lidar com suas emoções, suas frustrações assim como
dos seus filhos são passos importantes para que o processo de desenvolvimento
cognitivo do paciente com TEA tenha sucesso. Porém, o caminho não é fácil ainda mais
ao se lidar com aqueles pacientes de níveis severos do TEA, principalmente as mães.

Já que as mães de pacientes com autismo acabam carregando sobre si uma


sobrecarga de trabalho o que aumenta os níveis de estresse desta mulher que muitas
vezes deixam seu trabalho para se dedicar exclusivamente aos cuidados do seu filho(a),
vivendo situações de isolamento social quando não há uma rede apoio que a acuda em
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momentos de necessidade, sendo necessário que haja acompanhamento também do


terapeuta às famílias dos pacientes do TEA, com o objetivo de orienta-los com técnicas
que possam gerar melhor aproveitamento no tratamento do paciente, conscientizando
sobre a importância da divisão de papéis dentro da família para que não haja sobrecarga
a essas mães. Com isso, os maridos podem aprender a lidar com possíveis crises do
paciente, aconselhando-os a sempre manterem a calma e a entender que a frustração que
sentem é algo normal, mas que precisam ajudar a matriarca que muitas vezes carregam
todo a responsabilidade do bem estar da família para si. Realizar um controle quanto as
expectativas dentre os membros da família em relação ao tratamento do paciente e dar
informações sobre o espectro autista, como funciona, como lidar.

- A importância do diagnóstico precoce:

As técnicas de tratamento do Transtorno do Espectro autista do tipo


psicoeducativo necessitam se basear no grau de desenvolvimento do paciente, no seu
estágio de vida e para que o melhor tratamento seja realizado é preciso que haja o
diagnóstico logo nos primeiros anos de vida, para que assim possam se adotar
estratégias para que o paciente desenvolva sua capacidade de linguagem sem muito
atraso e suas capacidades de interação a habilidade sociais possam ser melhor
aprimoradas. Porém, o diagnóstico preciso não é uma tarefa simples para o profissional
terapeuta. Sintomas do espectro autista podem se confundir com sintomas do déficit de
aprendizado prejuízo da linguagem.

Atualmente existem instrumentos que podem ser utilizados em crianças de


diferentes estágios de vida, que são validados no Brasil pelo conselho federal de
psicologia através do sistema SATPSI. O mais utilizado, porém, é o ‘checklist for
autism in toddlers (CHAT). Este teste é composto de itens que o terapeuta busca
identificar no paciente dos 18 aos 24 meses de vida se consiste com o diagnóstico do
Transtorno do espectro autista. E valido reforçar que o diagnóstico precoce favorece
maiores e melhores resultados quanto ao tratamento do paciente do TEA em relação ao
desenvolvimento da linguagem, das habilidades sociais e de comportamentos que não
prejudiquem suas experiências como indivíduo.
13

2. Técnicas de reestruturação cognitiva

Ainda assim , os tratamentos não se limitam a psicoeducaçao , pois há as


técnicas de reestruturação cognitiva o qual envolve também o questionamento
socráticos, são técnicas de aplicação exclusiva do terapeuta cognitivo comportamental
que conhece os processos e que de acordo com as metas objetivadas por ele (a) podem
mudar o direcionamento de acordo com necessidades que vierem a ser apresentadas ou
seja busca fazer o paciente confrontar seus pensamentos automáticos, pensamentos
disfuncionais, através disso o paciente tem seu nível de ansiedade reduzidos e assim se
obtenha um melhor progresso na adesão do tratamento; visto que pessoas no espectro
tem dificuldades de interagir , o que aumentar as chances de desenvolverem transtorno
de ansiedade generalizada e transtorno depressivo.

3. Terapia racional emotiva

O modelo ABC da terapia racional emotiva (TREC) desenvolvido por Albert


Ellis permite determinar experiencias ou eventos ativos (A) crenças individuais (B), que
por sua vez, geram consequências (C) emocionais, comportamentais e fisiológicas
(KNAPP; BECK; p. (55). 2008) ou seja é eficaz para o TEA, devido ao fato de que as
questões como: comunicação, comportamento, cognição e entre outros fatores se
formam a partir dessa estrutura de Ellis, já que os indivíduos têm que passarem por
situações que ativem a sua dificuldade para que assim gerem um pensamento
inadequado que pode acarretar uma ação; dado que, esse método permite que os
psicólogos auxiliem os pacientes a ter controle das suas emoções através da
identificação do seu desconforto. O que proporciona o estabelecimento da
14

individualidade no tratamento, pois os sintomas, graus, dificuldades apresentadas por


cada pessoa que tem esse diagnostico são diferentes.

No entanto, vale ressaltar que o transtorno autista não se deve atender sempre
com o manejo de exposição do paciente ao que apresentar relutância, mas sim seguir de
forma gradual ao que deve ser feito ou aprendido, porque só assim o mesmo irá
internalizar o comportamento adequado para cada situação que venha a vivenciar.

CONCLUSÃO

Após analisarmos criteriosamente as informações sobre o Transtorno do


Espectro Autista e suas dificuldades, podemos afirmar que a visão cognitiva do
transtorno se encaixa com as demandas cognitivas presentes no TEA, pois a terapia
cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem que foca justamente no tratamento
de muitos transtornos que afetam o comportamento e cognição do indivíduo, incluindo
nas primeiras fases do desenvolvimento infantil, mas também pode ser aplicado em
qualquer faixa etária.

Sendo assim, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) está se tornando uma


das principais fontes de atendimento e acompanhamento a indivíduos no espectro
autista, porém é necessário ter sempre em mente a devida capacitação, especialização e
experiência do psicólogo que conhecem a teoria e seus efeitos práticos, para assim,
poder atender corretamente seus pacientes, visto que cada indivíduo com TEA possui
demandas cognitivas e comportamentais diferentes e em diversos graus de atenção e
dificuldades. Sendo um bom exemplo a aplicação do RPD (registro de pensamentos
disfuncionais) e o modelo ABC da terapia racional emotiva (TREC) que ajuda ao
sujeito com TEA a determinar as situações e eventos que geram desconfortos ou
gatilhos e em como isso afeta o seu comportamento e emoções.

Em conclusão, podemos afirmar que os métodos adotados pela teoria cognitivo-


comportamental (TCC) em relação ao TEA têm diversos benefícios de curto e longo
prazo para o indivíduo com TEA, além de colaborar com a integração do sujeito a
sociedade e ajuda a reduzir os preconceitos e estigmas sociais enfrentados por esses
indivíduos, porem algumas pessoas com TEA podem optar por utilizar outras teorias
15

técnicas e ,sendo assim, a melhor terapia para um indivíduo com TEA é a que lhe gera
mais conforto e adaptação social e emotiva.

REFERÊNCIAS

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