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Faculdade Integrada Cete – FIC

Matéria - Unidade de Terapia Intensiva

Profº Belarmino Junior

Paciente em UTI com COVID-19

Garanhuns, 08 de Junho de 2022


Alunos

Elizabeth Regina

Georgia Areias

Jheicyana Medeiros

Laryane Vitor

Leandra

Lucas Ferreira

Nadja Ferreira

Sabrina Eduarda

7º Período - Enfermagem “A”

Noite
RELATO DE CASO

Caso Clínico: MFL, 56 anos, sexo feminino, paciente atendida na unidade de emergência
apresentando dispneia forte, coriza, espirros, cefaleia, dificuldade para respirar e tosse produtiva há
10 dias. Exame físico: FR 20 rpm, Sat O2: 92%, PA 130x90mmH, Pulso 109, Temp 36,8 Cº. Anamnese:
paciente com histórico de HAS, sem histórico de tabagismo, nega alergias medicamentosas; paciente
consciente, orientada, eupneica, afebril ao toque, anicterica, cianotica; AR: MV presentes com
diminuição, creptos em base, ACV.

Terapia medicamentosa feita em urgência: oxigenoterapia, hidroclorotiazida 25mg e captopril


25mg.

Exames realizados: A paciente realizou o teste de RT-PCR e o Raio-X de tórax.

DETALHES DA EVOLUÇÃO DO CASO

Paciente foi estabilizada e encaminhada para enfermaria enquanto aguardava o resultado dos
exames, sendo monitorada e acompanhada pela equipe de enfermagem.

Após chegada dos exames, confirmou-se COVID com o RT-PCR e com o Raio-X do tórax foi levantada
uma suspeita clínica de Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) por Covid-19. Ainda na
enfermaria isolada (para pacientes com COVID) a paciente começou a ter um aumento na
dificuldade de respirar, bem como uma queda na Sat O2 para 89% e confusão/sonolência.
Com indicação médica a paciente foi levada a Unidade de Terapia Intensiva, para melhores cuidados
e resolução do seu estado atual.
ADMISSÃO DA PACIENTE NA UTI

Paciente: MFL Idade: 46 anos Sexo: Feminino

Diagnóstico: SDRA (Covid 19) Registro: 00354699

SSVV: P 109 ppm T 36,7 Cº FR 20 rpm FC 108 bpm PA 136x79 mmHg

Avaliação Neurológica: Tenso

- Aberta ocular: Estímulos verbais


- Resposta verbal: Confuso
- Resposta motora: Localiza dor

Glasglow: 11

Avaliação Respiratória: SPO2 - 89%

- Ritmo respiratório: Dispnéia

Avaliação Cardiovascular: Taquicárdica

- Pulso: 109 ppm

Avaliação Gastrointestinal/Geniturinária:

- Abdome: Plano
- Peristalse: Presente (após palpação)
- Dieta: SNE (boa aceitação da dieta)
- Diurese: SVD instalada no dia 05/06/2022 (Poliúria)
- Aspecto urina: Amarelo Concentrado

Sistema Músculo/Esquelético: Restrito ao leito

- Pele: Úmida
- Coloração: Cianose
- S/P de LPP
- Acesso vascular: AVC (Subclavia)
- Exames: Rotina (Hematologia e Bioquímica completa)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA ADMISSÃO

- Conectada a paciente em Monitor e Respirador com cateter nasal (como prescrito);

- Verificação dos SSVV, Glicemia, Gasometria e demais exames de rotina;

- Feita a introdução dos dispositivos de Sonda vesical de demora para eliminação de diurese e Sonda
nasoenteral para alimentação em bomba de infusão;

- Administrada todas as prescrições feitas pelo médico;

- Colocado o paciente em posição prona.

INTERCORRÊNCIAS

14:30h - Ao receber o resultado da gasometria foi visto que a paciente estava com Acidose
Respiratória, com os valores de PCO2> 40 mmHg; o HCO3− , ou seja hipercapnia. Acidose respiratória
que é o acúmulo de dióxido de carbono (CO 2) (hipercapnia) decorrente de diminuição de frequência
e/ou volume respiratório (hipoventilação). As causas de hipoventilação nesta paciente é pela SDRA
associada ao COVID-19. A resposta compensatória de curto prazo será inoperante devido ao
comprometimento pulmonar, sendo, portanto, dependente dos mecanismos compensatórios renais
de longo prazo. Esta resposta compensatória será feita mediante a retenção de HCO3 - e o aumento
da excreção de H+ . Nestes casos não é aconselhável fornecer bicarbonato exógeno, pois o mesmo
será excretado sem afetar a concentração final de HCO3 - sangüíneo. O tratamento deverá ser feito
com broncodilatadores e antibióticos, bem como a oxigenoterapia que já está sendo aplicada pelo
fisioterapeuta responsável, será apenas ajustada agora com o resultado a gasometria. Sabendo que
Elevações maiores de HCO3− implicam em alcalose metabólica primária; aumentos menores sugerem que
não houve tempo para compensação ou que há acidose metabólica primária coexistente. Será repetido o
exame após o inicio das intervenções e um período de observação.

17h - Após os Téc. de Enfermagem estarem fazendo a mudança de decúbito da paciente juntamente com
o fisioterapeuta que estava acompanhando a evolução há hipoventilação, a paciente teve uma PCR. A
partir disso foi dado inicio o protocolo para ressuscitação.

Iniciamos RCP e fornecemos o oxigênio com a bolsa-máscara -> A paciente estava em Assistolia, então foi
introduzido Epinefrina IV 0,01 mg/kg -> Continuamos mais 1 ciclo de 2 minutos de RCP -> Após nova
avaliação a paciente teve RCE e começaram os cuidados pós-PCR.

Para os cuidados pós-PCR começamos a verificar e estabilizar os SSVV, colhemos novos parâmetros para
determinação do nível de consciência/capacidade de proteção da via aérea e oxigenação; Reavaliar os
determinantes 5H5T; Avaliação laboratorial, incluindo eletrólitos, gasometria com lactato e troponina;
Monitoramento cardíaco; Resposta inflamatória sistêmica.
DISTÚRBIO HIDRO-ELETROLITICO

Resultado dos exames laboratoriais: pH= 7,45; pO2 = 55; pCO2 = 61; HCO3 - = 26,5; BE = +1 9

([K+ ] > 5,5 mEq/L) -> Esse é o valor referente ao distúrbio Hidroeletrolítrico da paciente, associado a
hipercalemia que já está instalada. 3 fatores podem aumentar esse distúrbio: diminuição da
excreção renal, aumento da disponibilidade e redistribuição do K+ para o meio extracelular. No caso
dessa paciente, o aumento da disponibilidade e a redistribuição do K+ são as situações que mais se
aplicam. O tratamento é dividido em três partes: antagonizar os efeitos tóxicos do K + sobre o
potencial de membrana (infusão de gluconato de cálcio), redistribuir o K+ para o meio intracelular
(glicoinsulinoterapia e uso de ß2-agonistas inalatórios) e promover sua excreção renal e
gastrointestinal (diuréticos de alça e tiazídicos e resina sulfonato polistireno de sódio), sendo que a
primeira medida é evitar qualquer ingestão de potássio. A acidose respiratória reflete um pH < 7,35
e uma retenção de CO2. A resposta renal (presente apenas em processos crônicos) é reabsorver
HCO3 – e secretar H+ . 1 Ela pode ser causada por qualquer distúrbio agudo ou crônico das vias
aéreas, aparelho neuromuscular torácico ou pulmões, sendo o suporte ventilatório o melhor
tratamento de acidoses respiratórias agudas e crônicas.

CUIDADOS DE DE ENFERMAGEM

Paciente MFL, 56 anos internada na UTI Covid | SDRA, consciente, parcialmente orientada,
taquicardica, dispnéica, em cateter nasal a 4L mmHg (SPO2 92%), hipertensa, normocorada,
hemodinamicamente instável, dieta por SNE com boa aceitação, diurese (+) por SDV, evacuação (-),
mantendo AVC em subclávia D (sem sinais flogisticos). Segue medicada com prescrição médica e
sobre os cuidados da equipe.

- Monitorar níveis de gasometria arterial em busca de redução do nível do pH, conforme apropriado;

- Manter acesso IV permeável;

- Monitorar ingestão e eliminação;

- Posicionar o paciente para facilitar a ventilação (prona);

- Monitorar determinantes de fornecimento de oxigênio aos tecidos (níveis de PaO2, SaO2,


hemoglobina e débito cardíaco);

- Monitorar desequilíbrios eletrolíticos associados à acidose metabólica (hiercalemia);

- Administrar os medicamentos alcalinos prescritos (p. ex., bicarbonato de sódio) com base nos
resultados da gasometria arterial, conforme apropriado;

- Evitar a administração de medicamentos que causem redução do nível de HCO3 (p. ex., soluções
com cloreto e resinas de troca de ânions) conforme apropriado;
- Prevenir complicações decorrentes de administração excessiva de HCO3 (p. ex., alcalose
metabólica, hipernatremia, sobrecarga de volume, distribuição diminuída de oxigênio, menor
contratibilidade cardíaca e produção aumentada de ácido láctico);

- Administrar insulina e hidratação com líquidos (isotônicos e hipotônicos) para cetoacidose


diabética ocasionando acidose metabólica, conforme apropriado;

- Oferecer medidas de conforto para tratar dos efeitos gastrointestinais da acidose metabólica;

- Encorajar dieta com baixo teor de carboidrato para reduzir a produção de CO2 (p. ex.,
administração de hiperalimentação e nutrição parenteral total), conforme apropriado;

- Higiene oral;

- Higiene corporal;

- Balanço Hídrico;

- Comunicar anormalidades;

- Exames de rotina;

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