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HELENA SILVA SOUZA

JULIANA BISPO

APRIMORAMENTO DE HABILIDADES I

Pós-Operatório De Cirurgia Cardíaca

Ceres
2024
Caso Clinico

M.M.C., 70 anos, sexo feminino, casada, com antecedentes


pessoais de Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus Insulinodependente,
Dislipidemia, Obesidade e Osteoporose. É tabagista (1 maço de
cigarros/dia). Há 1 dia deu entrada na instituição via SAMU pelo Pronto
Socorro com quadro de dor torácica anginosa e rebaixamento do nível de
consciência. Devido ECG e troponinas sugestivas de IAM, a paciente foi
submetida a um CATE de emergência que confirmou oclusão de
coronárias em 4 seguimentos, todos com oclusão superior a 80%, sendo
recomendada a Revascularização do miocárdio. Paciente foi encaminhada
ao Centro Cirúrgico e após 6h de cirurgia foi admitida na UTI.

Neurológico: Paciente em sedoanalgesia com Fentanil® e


Dormonid® em curso por Bomba de Infusão (BI), com escore de
RASS – 3. Pupilas isocóricas e fotorreagentes.
Respiratório: Intubação orotraqueal (IOT) em Ventilação
Mecânica (VM) no modo pressão controlada (PC), PEEP = 8,
Pressão Controlada (PC) = 12, FR = 16, Fração Inspiratória de
Oxigênio (FIO2 = 30%), sem assincronias. Uso de sistema fechado
de aspiração. Murmúrios vesiculares (MV) presentes e diminuídos
globalmente com roncos grossos em base esquerda do pulmão.
Cardiológico: Em uso de monitor multiparamétrico, Bulhas
regulares normofonéticas em 2 tempos sem sopros (BRNF 2T
s/sopros), em uso de drogas vasoativas (Noradrenalina,
Dobutamina, Amiodarona) em curso por BI, Pressão Arterial
Invasiva (PAI) = 142/70 mmHg, FC = 92 bpm, sem arritmias
detectadas.
Gastrointestinal: Em dieta zero. Abdome globoso, Ruídos
Hidroaéreos presentes (RHA+) difusamente.
Geniturinário: Diurese por SVD com débito de 600 ml,
evacuações ausentes em fralda. Balanço Hídrico negativo no CC.
Pele e Anexos: Curativo em Feridas Operatórias nas áreas
mediastinal e do MIE (local de retirada do enxerto da veia safena).
Hipocorada (2/4+), acianótica, com edema em MMII (2/4+),
Tempo de Enchimento Capilar (TEC) > 3 segundos. Eritema não
branqueável em área do calcâneo esquerdo.
Dispositivos: Em uso de CVC em veia jugular interna direita com
curativo transparente datado; Dreno de tórax em área mediastinal
com débito sanguinolento de 100 mL.
SSVV Adicionais: Glicemia = 384 mg/dL; Temperatura = 35,5°C.
Alergias: Dipirona – Confirmada pelos registros da instituição.

O pós-operatório de cirurgia cardíaca refere-se ao período


imediatamente após uma cirurgia cardíaca, como a revascularização do
miocárdio, realizada para tratar doenças cardiovasculares como a
oclusão de coronárias. A principal indicação para este tipo de cirurgia
é o infarto agudo do miocárdio (IAM), que ocorre quando um ou mais
vasos sanguíneos do coração estão bloqueados, impedindo o fluxo
sanguíneo e a oxigênio para o músculo cardíaco. Outras restrições
podem incluir angina instável, insuficiência cardíaca congestiva e
doença valvular cardíaca.
As principais complicações esperadas no pós-operatório de cirurgia
cardíaca incluem:
Arritmias, que podem ser causadas por alterações no sistema de
condução elétrica do coração ou por lesões no músculo cardíaco
durante uma cirurgia.
Insuficiência cardíaca, que pode ocorrer devido a lesão do músculo
cardíaco durante uma cirurgia ou devido à falta de fluxo sanguíneo
adequado ao coração.
Infecção, que pode ocorrer em qualquer ponto da cirurgia, incluindo o
local do procedimento cirúrgico, o peito, como incisões e os cateteres.
Coágulos sanguíneos, que podem se formar em qualquer ponto do corpo
e viagens para outras partes do corpo, causando embolia pulmonar ou
acidente vascular cerebral.
Insuficiência renal aguda, que pode ser causada por falta de fluxo
sanguíneo adequado aos enxágues ou por lesão renal durante uma
cirurgia.
Diagnóstico NANDA para o caso clínico pós-operatório de cirurgia
cardíaca na UTI:

1.1. Risco de Infecção: O paciente apresenta feridas operatórias, uso de


dispositivos invasivos, e diurese por sondagem vesical, aumentando o
risco de infecção.
1.2. Hiperglicemia: Paciente apresenta glicemia elevada (384 mg/dL),
diminuindo descompensação do diabetes mellitus insulinodependente.
1.3. Risco de Hipotermia: Paciente apresenta temperatura corporal abaixo
do normal (35,5 oC), aumentando o risco de hipotermia.
1.4. Déficit de Oxigenação: O paciente está em ventilação mecânica com
PEEP, pressão controlada e fração inspiratória de oxigênio, reduzindo
dificuldade respiratória.
1.5. Risco de Hipervolemia: Paciente apresenta balanço hídrico negativo
no cateter central, diminuindo risco de hipervolemia.
1.6. Risco de Hipovolemia: Paciente apresenta subsídio de diurese por
sondagem vesical, diminuindo risco de hipovolemia.
1.7. Risco de Hemorragia: O paciente apresenta dreno de débito com
subsídio sangüíneo, diminuindo risco de hemorragia.
1.8. Risco de Fibrilação Ventricular: Paciente está em uso de drogas
vasoativas, incluindo amiodarona, diminuindo risco de fibrilação
ventricular.
1.9. Risco de Insuficiência Cardíaca: Paciente apresenta uso de drogas
vasoativas e pressão arterial invasiva, diminuindo risco de
insuficiência cardíaca.
1.10. Risco de Tromboembolismo Pulmonar: O paciente apresenta
redução da mobilidade devido à cirurgia e à ventilação mecânica,
aumentando o risco de tromboembolismo pulmonar.
1.11. Risco de Insuficiência Renal Aguda: Um paciente apresenta
subsídio de diurese por sondagem vesical, diminuindo risco de
insuficiência renal aguda.
1.12. Risco de Alteração do Sistema Imunológico: O paciente
apresenta diabetes mellitus insulinodependente, aumentando o risco de
alteração do sistema imunológico.
1.13. Risco de Rigidez Muscular e Espasmos: O paciente está em
ventilação mecânica, aumentando o risco de tensão muscular e
espasmos.
1.14. Risco de Distúrbios do Sono: O paciente está em ventilação
mecânica e sedoanalgesia, aumentando o risco de distúrbios do sono.
1.15. Risco de Distúrbios da Nutrição: Paciente está em dieta zero,
aumentando o risco de distúrbios da nutrição.
Recomendações:
2. Monitore a glicose plasmática e atualize a insulina subcutânea para manter
a glicemia dentro dos parâmetros normais.
2.1. Monitore a temperatura corporal e mantenha o paciente em ambiente
aquecido para prevenir a hipotermia.
2.2. Monitore a ventilação mecânica e ajuste as configurações de acordo
com a necessidade clínica.
2.3. Monitore o balanço hídrico e ajuste a terapia intravenosa para manter
a hidratação adequada.
2.4. Monitore a diurese e ajuste a terapia intravenosa para manter a diurese
adequada.
2.5. Monitore a coagulação sanguínea e ajuste a terapia anticoagulante para
prevenir o tromboembolismo.
2.6. Monitore a função renal e ajuste a terapia intravenosa para prevenir
insuficiência renal aguda.
2.7. Monitorar a função cardíaca e ajustar a terapia vasoativa para manter
a pressão arterial e a frequência cardíaca adequadas.
2.8. Monitore a mobilidade do paciente e ajuste uma terapia de mobilização
para prevenir lesões musculares e espasmos.
2.9. Monitore a qualidade do sono do paciente e ajuste a terapia de
sedoanalgesia para prevenir distúrbios do sono.
2.10. Monitore a nutrição do paciente e ajuste a terapia nutricional para
prevenir distúrbios nutricionais.

Estado Neurológico - Espera-se que o paciente mantenha um estado


neurológico estável, com pontuação RASS de 3 e pupilas reativas.
Estado Respiratório - Espera-se que o paciente mantenha estado
respiratório estável, com uso de intubação e suporte ventilatório, e
ausência de problemas de sincronia.
Estado Cardiovascular - Espera-se que o paciente mantenha estado
cardiovascular estável, com uso de drogas vasoativas e ausência de
arritmias.
Estado Gastrointestinal - Espera-se que o paciente mantenha um
estado gastrointestinal estável, com ausência de dor abdominal e
presença de ruídos hidroaéreos.
Equilíbrio hidroeletrolítico - Espera-se que o paciente mantenha um
equilíbrio hidroeletrolítico estável, com o uso de fluidos intravenosos
e monitoramento da ingestão e débito.
Integridade da Pele - Espera-se que o paciente mantenha a
integridade da pele, com uso de curativos e monitoramento de sinais
de infecção.
Controle de Temperatura - Espera-se que o paciente mantenha a
temperatura estável, com uso de dispositivos de aquecimento e
monitoramento da temperatura.
Manejo da Dor – Espera-se que o paciente sinta dor mínima, com uso
de medicamentos analgésicos e intervenções não farmacológicas.
Mobilidade - Espera-se que o paciente mantenha a mobilidade, com
uso de fisioterapia e intervenções de reabilitação.
Estado Nutricional - Espera-se que o paciente mantenha estado
nutricional estável, com uso de nutrição enteral ou parenteral conforme
necessidade.
Estado Emocional - Espera-se que o paciente mantenha um estado
emocional estável, com o uso de intervenções de apoio e comunicação.
Conforto - Espera-se que o paciente experimente um alto nível de
conforto, com o uso de intervenções de suporte e controle da dor.
Educação do Paciente - Espera-se que o paciente receba educação
adequada sobre sua condição e plano de tratamento, com o uso de
intervenções de ensino e recursos do paciente.

NIC:
Monitoramento Neurológico Contínuo: Manter monitoramento
regular dos sinais vitais, incluindo a frequência cardíaca, respiratória e
pressão arterial, bem como a oxigenação. Além disso, realizar
avaliações frequentes do estado de consciência, respostas motoras e
pupilares.
Controle da Dor e Sedação: Assegurar que a administração de
fentanil e dormonid esteja adequada para o controle da dor e sedação
do paciente. Monitorar os níveis de sedação e ajustar a infusão
conforme necessário para evitar sub ou super sedação.
Prevenção de Lesões: Implementar medidas para prevenir lesões,
como posicionamento adequado para evitar úlceras por pressão e
quedas. Isso é especialmente importante considerando o estado de
sedação do paciente.
Manutenção da Via Aérea: Assegurar a permeabilidade das vias
aéreas, monitorando continuamente a respiração do paciente e
intervindo prontamente em caso de qualquer sinal de
comprometimento da via aérea.
Avaliação da Pupila: Monitorar de forma regular o tamanho e a
reatividade das pupilas para detectar possíveis alterações que possam
indicar problemas neurológicos agudos.
Manutenção da Hidratação e Nutrição: Garantir a administração
adequada de fluidos e nutrição, seja por via oral, enteral ou parenteral,
conforme indicado para o estado clínico do paciente.
Promoção do Repouso e Conforto: Proporcionar um ambiente
tranquilo e confortável para facilitar o repouso e recuperação do
paciente, reduzindo estímulos externos que possam aumentar a
ansiedade ou desconforto.
Comunicação Efetiva: Manter uma comunicação clara e efetiva com
a equipe multidisciplinar, incluindo médicos, terapeutas e outros
profissionais de saúde, para garantir um plano de cuidados abrangente
e coordenado para o paciente.

Monitoramento Respiratório Contínuo: Manter um monitoramento


constante dos parâmetros respiratórios, incluindo frequência
respiratória, saturação de oxigênio, complacência pulmonar, pressão
inspiratória máxima e mínima, bem como a presença de assincronias
entre o paciente e o ventilador.
Ajuste dos Parâmetros Ventilatórios: Avaliar a necessidade de
ajustes nos parâmetros ventilatórios, como a pressão controlada,
PEEP, e a fração inspiratória de oxigênio (FIO2), com base na resposta
do paciente e nos objetivos terapêuticos.
Manutenção da Via Aérea e Aspiração: Realizar aspiração
endotraqueal conforme necessário para manter a permeabilidade das
vias aéreas e prevenir complicações associadas à acumulação de
secreções. O uso de sistema fechado de aspiração pode ajudar a
minimizar o risco de contaminação e trauma.
Avaliação da Ausculta Pulmonar: Realizar ausculta pulmonar
regularmente para avaliar a presença e a distribuição dos sons
respiratórios, identificando áreas de diminuição dos murmúrios
vesiculares e a presença de adventícios como roncos, que podem
indicar obstrução das vias aéreas ou acumulação de secreções.
Prevenção de Complicações Respiratórias: Implementar medidas
para prevenir complicações respiratórias, como pneumonia associada
à ventilação mecânica (PAVM), como posicionamento adequado do
paciente, mobilização precoce, higiene oral, e rotinas de aspiração
eficazes.
Educação e Suporte ao Paciente e Família: Fornecer orientações e
suporte à família e ao paciente sobre a ventilação mecânica, os
objetivos do tratamento e as possíveis complicações, além de
promover a participação ativa do paciente no seu cuidado sempre que
possível.
Monitoramento dos Gases Sanguíneos: Realizar monitoramento
regular dos gases sanguíneos arteriais para avaliar a eficácia da
ventilação e oxigenação, ajustando os parâmetros ventilatórios
conforme necessário para manter os valores dentro da faixa alvo.
Monitoramento Cardíaco Contínuo: Continuar o monitoramento
dos sinais vitais, incluindo a frequência cardíaca, pressão arterial,
oximetria de pulso e eletrocardiograma (ECG), para detectar qualquer
alteração na função cardíaca.
Monitoramento Hemodinâmico: Manter a vigilância da pressão
arterial invasiva (PAI) para avaliar a pressão arterial sistólica,
diastólica e média, garantindo que estejam dentro dos limites alvo para
o paciente.
Avaliação da Perfusão: Monitorar a perfusão periférica, avaliando a
temperatura da pele, a coloração, o enchimento capilar e a presença de
edema, para identificar qualquer sinal de má perfusão tecidual.
Administração de Drogas Vasoativas: Continuar a administração
das drogas vasoativas conforme prescrição médica, monitorando os
efeitos hemodinâmicos e os sinais de toxicidade ou intolerância.
Prevenção de Complicações Cardíacas: Implementar medidas para
prevenir complicações cardíacas, como a trombose venosa profunda
(TVP), embolia pulmonar (EP), arritmias cardíacas e insuficiência
cardíaca, incluindo mobilização precoce, uso de dispositivos de
compressão pneumática intermitente e profilaxia anticoagulante.
Educação ao Paciente e Família: Fornecer informações e orientações
sobre a condição cardíaca do paciente, incluindo a importância da
adesão ao tratamento, reconhecimento dos sinais de alerta e medidas
para prevenir complicações.
Monitoramento e Controle da Glicemia: Realizar monitoramento
regular da glicemia e implementar medidas para controlar os níveis de
glicose no sangue, incluindo administração de insulina conforme
necessário e ajustes na nutrição parenteral.
Referencias:

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1608122/mod_resource/content/1/I
nterven%C3%A7%C3%B5es_enf_NIC.pdf

https://www.podiatria.com.br/uploads/trabalho/149.pdf

https://www.scielo.br/j/rlae/a/XtgmBTmyvpmVz5jhNzfQYHS/

BULECHEK G.M., BUTCHER H.Q., DOCHTERMAN J.M.; Wagner, E. Classificação das


Intervenções de Enfermagem Nic/Nursing Interventions Classification (Nic). 6ª ed. Porto Alegre:
ELSEVIER; 2016.

MOORHEAD, S., JOHNSON M., MERIDEAN L., MAAS M.L., SWANSON, E.; Classificação
dos resultados de enfermagem Noc/Nursing outcomes classification (Noc). 5ª ed. Porto Alegre:
ELSEVIER; 2016.

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