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DOURADOS - MS
2018
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DOURADOS – MS
2018
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SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................................4
2. Fundamentação teórica................................................................................................4
a) Caracterização do local de Estágo..........................................................................
b) Políticas que orientam a Unidade Básica de Saúde da Família...........................
c) Dificuldades enfrentadas para adentrar ao serviço..............................................
1. Relato semanal da ida ao serviço de saúde..............................................................
2. Avaliação individual do primeiro semestre de estágio...............................................
a) Natália......................................................................................................................
b) Nicolle.....................................................................................................................
3. Referências...................................................................................................................
4. Anexo 1: Atividades complementares ao estágio........................................................
5. Anexo 2: Ficha de Horas..............................................................................................
a) Natália...............................................................................................
b) Nicolle...............................................................................................
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1. Introdução
Este texto se refere ao relatório final de estágio obrigatório supervisionado das
acadêmicas do último ano de Psicologia da Universidade Federal da Grande Dourados, em
Psicologia Social, Saúde Pública e Coletiva. Foi realizado com as equipes de Estratégia de
Saúde da Família (ESF) 50 e 54, na Unidade Básica de Saúde (UBS) – Altos do Indaiá,
localizada na cidade de Dourados – Mato Grosso do Sul.
O período do estágio foi de março a dezembro de 2018, sendo o início da atuação na
UBS apenas em junho. Dessa forma, esse relatório tem o intuito de caracterizar o local de
estágio, apontando as dificuldades encontradas e todo o aprendizado adquirido por meio da
experiência de trabalho supervisionado.
2. Fundamentação Teórica
A Reforma Sanitária brasileira foi o marco do processo de democratização da saúde no
país. O movimento sanitário iniciou-se em meados de 1970 mediante a crises que ocorriam no
Brasil, como a luta contra a ditadura militar (Dimenstein, 2012; Hupsel, 2017). Uma das
garantias buscadas pela Reforma era o acesso universal ao serviço de saúde, pois no contexto
vivido na época só quem pagava a Previdência Social tinha acesso aos serviços, havendo
“uma mercantilização da saúde e ao aumento do uso de medicamentos” (Hupsel, 2017).
As políticas públicas de saúde nos anos 1970, a diminuição da clientela devido ao
empobrecimento da população, a redefinição da função social do psicólogo na sociedade e a
psicologização e difusão da psicanálise contribuíram para inserção da psicologia nos serviços
de saúde (Dimenstein, 2998; Lima, 2005). O trabalho realizado pelo psicólogo na saúde
pública deve contemplar os princípios do SUS: integralidade, universalidade e equidade
(Benevides, 2005); e as intervenções, pautadas nos determinantes biopsicossociais tem um
papel importante no cuidado, autonomia e responsabilização para com os usuários, a família e
a comunidade (Almeida, 2001).
E na atenção básica
a) Caracterização do local de estágio
Possui três equipes de saúde da família; como funciona uma ESF;
b) Políticas que orientam a Unidade Básica de Saúde da Família
PNAB, humanizaSUS atenção básica,
c) Dificuldades enfrentadas para adentrar ao serviço
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prefeitura está sem o equipamento e não assinou contrato com nenhuma empresa. Havia uma
empresa conveniada à prefeitura que realizava o serviço, mas houve desvio de verba e o
contrato foi cancelado. Depois da visita, fomos conversar com o enfermeiro chefe da nossa
equipe sobre a demanda de saúde mental da unidade e ele sugeriu que nós fizéssemos o
levantamento com os agentes comunitários e que poderíamos montar um grupo com essas
pessoas. Além disso, perguntamos como funciona o encaminhamento da UBS para os CAPS
da cidade e ele nos contou os impasses que muitas vezes impedem os usuários de chegarem
no outro serviço.
Quarto dia de estágio...
No quinto dia de estágio o enfermeiro também não estava presente. Percebemos que
quando o enfermeiro está ausente, os outros funcionários da equipe não sabem onde nos
colocar para atuar e nós ficamos sem saber muito o que fazer. Então demos continuidade no
levantamento dos usuários que tomam medicamento psiquiátrico. Conversamos com outro
agente de saúde sobre a demanda de saúde mental dos usuários e ele nos entregou os
envelopes com o número da família e dentro desses envelopes continham os prontuários de
cada membro da família. Os diagnósticos encontrados por nós entre esses usuários foram
síndrome de pânico, transtorno bipolar I, esquizofrenia e Alzheimer.
No sexto dia de estágio o enfermeiro estava de volta e nós fomos fazer visita com outro
agente comunitário. Antes de sairmos para a visita, conversamos com uma auxiliar de
enfermagem sobre a horta que a UBS tem. Ela nos contou que várias pessoas cuidam da horta
e que está com um projeto para colocar os alcoolistas para cuidarem (com o intuito de motiva-
los). O projeto ainda não saiu do papel porque ela quer que alguém corrija (isso foi o que
entendemos) para levar na secretaria municipal de saúde. Depois fomos conhecer a “micro”
área do agente e ele nos conta que está com 933 pessoas cadastradas (sendo que o máximo é
900). Sobre a demanda de saúde mental, ele relata que apenas um usuário faz uso de
medicamentos psiquiátricos.
Até o momento da escrita desse relatório foram essas as experiências que tivemos no
estágio.
O estágio do último ano gerou expectativas em mim que, inicialmente, foram abaladas
pelo atraso do início das idas ao serviço de saúde – motivo descrito no item 2b. Mas assim
que iniciou, um questionamento me vem à cabeça cada vez que entro na UBS: qual o lugar da
psicologia na atenção básica? Nas supervisões e nos textos que li, aprendi que são muitas as
possibilidades e os desafios de atuação da psicologia na atenção básica, e isso colaborou para
que eu me sentisse um pouco perdida por não saber o que fazer nem como me inserir no
campo.
A orientação da supervisora foi conhecer os usuários. E é óbvio que, levando em
consideração os objetivos da atenção básica, era isso que deveria ser feito. E temos feito aos
poucos, acompanhando os agentes comunitários de saúde, conhecendo as realidades dos
usuários deste serviço. Então começo a refletir sobre o papel da psicologia na vida dessas
pessoas.
Em relação ao serviço, percebo que os trabalhadores também ficam meio perdidos com
a nossa presença, mesmo que em anos anteriores estagiários de psicologia já tenham
frequentado o local. Os agentes comunitários que acompanhamos nos perguntam se temos
uma meta de visitas para cumprir; outro quer saber o que o psicólogo faz (no sentido geral da
profissão); outros trabalhadores, para os quais não fomos apresentadas, perguntam quem
somos e se somos do PMAQ. E nós respondemos que somos estagiárias e estamos ali para
atender as demandas de saúde mental da UBS e estamos conhecendo os usuários através de
visitas domiciliares. E eu avalio esse trabalho como o começo de uma experiência que quero
levar para minha vida.
Esse foi apenas o primeiro semestre. Minhas expectativas para o próximo são de que
nós possamos fazer algo que fique marcado na história da UBSF-Altos do Indaiá, algo que
faça sentido e produza saúde.
5. Referências
BENEVIDES, R. A Psicologia e o Sistema Único de Saúde: Quais interfaces? Psicologia e
Sociedade, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 21-25, 2005.