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Ap apítulo oc
1 Descrev siopat manifestaç clínic tratament da
ateroscler oronariana.
2 Disc a siopat manifestaç clínic tratament da
o.
3 Aplic processo enf c estrutur par c de
pacient o.
4 Descrev siopat manifestaç clínic tratament do
infart árdio.
5 Aplic proc d enf c estrutur par c um
pacient or
6 Descrev procediment intervenç cor perc e
revascularizaç árdio.
7 Identi c c enfermagem pacient f submetido
procediment intervenç cor perc par o
tratament t oronária.
8 Aplic proc enf c estrutur par cuidados
t ur ardíaca.
Glossário
o: orácic árdio
cor perc (ACTP): de
intervenç perc art coronária
par r ater desobstr vaso melhor uxo
t oronária
ateroma: revestiment br compost c muscular lisas se
f sobr depósit lipídic v art pr par o
vaso estreitando- obstr ux também
a
aterosclerose: acúmulo depósit lipídic t br nas
par t terial
contratilidade: capacida músc cardíac encur r um
o
infart miocár (IAM): mort t cardíac c pela
xigenado
intervenç coro percutân (ICP): procediment cateter
po art cor div método é
empr téria
isquemia: xigenaç te
lipoprot (HDL): prot que
transpor colester at par excreç c uma
proporç prot lipoprot baixa
eit terial
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transpor colester at tecidos c compost proporção
prot lipoprot tem
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mort ardíaca: essaç ardíac etiva
revascularizaç miocárdio: procediment cirúrgic vaso
outr part c é enxer art cor ocluída,
abaix
síndr corona (SCA): si sint indic angina
instáv t árdio
síndr metabólica: conjunt a metabólicas incluindo
resist insulínic obesidade hipertensão aumen o
risc ardiovascular
stent: m meta propor suport estrutur par vaso
coronariano ev echamento
trombolítico: agent farmacológic r c sanguíneos;
alternativament o
troponina: biomarca músc cardíac su mediç c um
indic ardíaca
ATEROSCLEROSE CORONARIANA
A causa mais comum de doença cardiovascular nos EUA é a
aterosclerose, um acúmulo anormal de lipídios e tecido fibroso no
revestimento das paredes das artérias. Essas substâncias
bloqueiam e estreitam os vasos coronarianos, de modo que
reduzem o fluxo sanguíneo para o miocárdio. A aterosclerose
envolve uma resposta inflamatória repetitiva à lesão da parede da
artéria e a subsequente alteração nas propriedades estruturais e
bioquímicas das paredes arteriais. As novas informações que se
relacionam a desenvolvimento da aterosclerose aumentaram a
compreensão sobre o tratamento e a prevenção desse processo
progressivo e potencialmente fatal.
Fisiopatologia
A resposta inflamatória envolvida no desenvolvimento da
aterosclerose tem início com a lesão do endotélio vascular e
progride ao longo de muitos anos (McCance, Huether, Brashers, et
al., 2014). A lesão pode ser iniciada por tabagismo, hipertensão
arterial, hiperlipidemia e outros fatores. O endotélio é submetido a
alterações e interrompe a produção dos agentes antitrombóticos e
vasodilatadores normais. Na inflamação ocorre atração de células
inflamatórias, tais como monócitos (macrófagos). Os macrófagos
fagocitam os lipídios, transformando-se em “células espumosas”
que transportam os lipídios para dentro da parede arterial. Uma
parte dos lipídios é depositada sobre a parede arterial, formando
estrias gordurosas. Os macrófagos ativados também liberam
substâncias bioquímicas que podem lesionar ainda mais o
endotélio por meio da contribuição com a oxidação da lipoproteína
de baixa densidade (LDL). A LDL oxidada é tóxica para as células
endoteliais e abastece a progressão do processo aterosclerótico
(Grossman & Porth, 2014).
Após o transporte dos lipídios para dentro da parede arterial,
as células musculares lisas proliferam e formam um revestimento
fibroso sobre um centro preenchido por infiltrado lipídico e
inflamatório. Esses depósitos, denominados ateromas, ou placas,
projetam-se para o lúmen do vaso, estreitando-o e obstruindo o
fluxo sanguíneo (Figura 27.1). A placa pode ser estável ou
instável, dependendo do grau de inflamação e da espessura do
revestimento fibroso. Se o revestimento fibroso sobre a placa for
espesso e o acúmulo lipídico permanecer relativamente estável,
ele conseguirá resistir ao estresse do fluxo sanguíneo e da
movimentação do vaso. Se o revestimento for fino e a inflamação
estiver em andamento, a lesão se tornará o que se denomina
placa vulnerável. Neste ponto, o centro lipídico pode crescer,
causando a ruptura da placa fibrosa. Uma placa rompida atrai
plaquetas e causa a formação de um trombo. O trombo pode,
então, obstruir o fluxo sanguíneo, originando a síndrome
coronariana aguda (SCA), que pode resultar em infarto agudo do
miocárdio (IAM). Quando ocorre IAM, uma parte do músculo
cardíaco deixa de receber fluxo sanguíneo e torna-se necrótica.
A estrutura anatômica das artérias coronárias as torna
particularmente suscetíveis a aterosclerose. Conforme ilustrado na
Figura 27.2, as três artérias coronárias principais apresentam
diversos ramos. As lesões ateroscleróticas mais frequentemente
se formam onde os vasos se ramificam, sugerindo um
componente hemodinâmico, que favorece a sua formação
(Grossman & Porth, 2014). Embora a cardiopatia seja geralmente
causada pela aterosclerose das artérias coronárias, outros
fenômenos também podem diminuir o fluxo sanguíneo para o
coração. Exemplos incluem espasmo de uma artéria coronária e
hipotensão profunda.
Figura 27.1 A e B. A aterosclerose tem início quando monócitos e lipídios penetram na
íntima de um vaso lesionado. Células musculares lisas proliferam na parede do vaso (C),
contribuindo para o desenvolvimento de acúmulos lipídicos e ateroma (D). À medida que
a placa aumenta de volume, o calibre do vaso e o fluxo sanguíneo diminuem (E). A placa
pode se romper e pode haver a formação de um trombo, obstruindo o fluxo sanguíneo.
Manifestações clínicas
A DAC causa sintomas e complicações de acordo com a
localização e o grau de estreitamento do lúmen arterial, formação
de trombos e obstrução do fluxo sanguíneo para o miocárdio. Este
impedimento do fluxo sanguíneo normalmente é progressivo e
torna o aporte sanguíneo inadequado, privando as células
musculares cardíacas do oxigênio necessário para a sua
sobrevivência. A condição é conhecida como isquemia. A angina
de peito refere-se à dor torácica ocasionada pela isquemia do
miocárdio; é, habitualmente, causada por aterosclerose
coronariana significativa. Se a diminuição da irrigação sanguínea
for significativa e/ou de duração suficientemente longa, pode
resultar em lesão irreversível e morte das células miocárdicas. Ao
longo do tempo, o miocárdio irreversivelmente lesionado é
submetido à degeneração e é substituído por tecido fibrótico,
causando diversos graus de disfunção miocárdica. A lesão
miocárdica significativa pode resultar em débito cardíaco
persistentemente baixo e insuficiência cardíaca, na qual o coração
não consegue suportar as necessidades corporais de sangue. A
redução do aporte sanguíneo em decorrência de doença da artéria
coronária (DAC) pode resultar em morte súbita cardíaca (ver
discussão adicional sobre reanimação cardiopulmonar no Capítulo
29).
Figura 27.2 As artérias coronárias suprem o músculo cardíaco com sangue oxigenado,
ajustando o fluxo de acordo com as demandas metabólicas. A. Vista anterior do coração.
B. Vista posterior do coração.
A manifestação mais comum de isquemia do miocárdio
consiste em dor torácica. Entretanto, um estudo epidemiológico
clássico realizado em Framingham, Massachusetts, demonstrou
que aproximadamente 15% dos homens e das mulheres que
apresentaram eventos coronarianos, como angina instável, IAM ou
morte súbita cardíaca, estavam totalmente assintomáticos antes
do evento coronariano (Kannel, 1986). Pacientes com isquemia do
miocárdio procuram o pronto-socorro (PS) ou o ambulatório com
diversos sintomas além de dor torácica. Alguns se queixam de
desconforto epigástrico e dor que se irradia até a mandíbula ou o
braço esquerdo. Idosos e pessoas com diabetes melito ou
insuficiência cardíaca podem relatar dispneia. Observou-se que
muitas mulheres apresentam sintomas atípicos, incluindo
indigestão, náuseas, palpitações e dormência (Canto, Canto, &
Goldberg, 2014). Podem ocorrer sintomas prodrômicos (i. e.,
angina horas a dias antes do episódio agudo), ou um evento
cardíaco importante pode ser a primeira indicação de
aterosclerose coronariana.
Fatores de risco
Estudos epidemiológicos apontam para diversos fatores que
aumentam a probabilidade de desenvolvimento de cardiopatia. Os
principais fatores de risco estão listados no Boxe 27.1. Embora
muitas pessoas com DAC apresentem um ou mais fatores de
risco, algumas não apresentam fatores de risco clássicos.
Elevação do colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade
(LDL), também conhecido como mau colesterol, é um fator de
risco bem conhecido e o alvo principal da terapia para a redução
do colesterol. As pessoas que correm maior risco de apresentarem
um evento cardíaco são aquelas com DAC conhecida ou com
diabetes melito, doença arterial periférica, aneurisma da aorta
abdominal ou doença da artéria carótida. Considera-se que essas
últimas enfermidades tenham o risco equivalente ao da DAC,
tendo em vista que os pacientes que as apresentem correm o
mesmo risco de um evento cardíaco que os pacientes com DAC. A
probabilidade de apresentação de um evento cardíaco também é
afetada por fatores como idade, sexo, pressão arterial sistólica,
história de tabagismo, nível de colesterol total e nível de
lipoproteína de alta densidade (HDL), também conhecido como
bom colesterol. A Calculadora de Risco de Framingham é uma
ferramenta comumente utilizada para estimar o risco de
apresentação de um evento cardíaco nos 10 anos seguintes (Goff,
Lloyd-Jones, Bennett, et al., 2014). Esta ferramenta é projetada
para adultos de 20 anos de idade ou mais. O cálculo é realizado
com base nos dados de fatores de risco do indivíduo, incluindo
idade, sexo, colesterol total, HDL-colesterol, tabagismo, pressão
arterial sistólica e necessidade de medicamento anti-hipertensivo.
Boxe 7.1
Fatores e isco
A Mo D B E J Go Hear disease
strok sta updat A repor fr Americ Hear Association.
Circulation 133 e360.
Prevenção
Quatro fatores de risco modificáveis – anormalidades dos níveis
séricos de colesterol, tabagismo, hipertensão arterial e diabetes
melito – foram estabelecidos como fatores de risco para DAC e
suas complicações. Como resultado, recebem muita atenção em
programas de promoção da saúde.
A associação de um nível alto de colesterol sérico com cardiopatia
está bem estabelecida, e sabe-se que o mecanismo dos lipídios é
um importante fator de contribuição para o desenvolvimento de
cardiopatia. Os lipídios, que são insolúveis em água, são
encapsulados em lipoproteínas hidrossolúveis que possibilitam o
seu transporte para o sistema circulatório. As diversas
lipoproteínas são categorizadas por seu conteúdo proteico, que é
medido em densidade. A densidade aumenta à medida que
aumenta o número de proteínas. Quatro elementos do
metabolismo lipídico – colesterol total, LDL, HDL e triglicerídios –
sabidamente afetam o desenvolvimento de cardiopatia. O
colesterol é processado pelo sistema digestório em glóbulos de
lipoproteína denominados quilomícrons. Estes são novamente
processados pelo fígado em lipoproteínas (Figura 27.4). Trata-se
de um processo fisiológico necessário para a formação das
membranas celulares com base em lipoproteínas e outros
processos metabólicos importantes. Com a produção de LDL em
excesso, as partículas de LDL aderem aos receptores no endotélio
arterial. Os macrófagos então as fagocitam, contribuindo para a
formação de placas.
O American College of Cardiology e a American Heart
Association (ACC/AHA) elaboraram diretrizes de prática clínica em
relação ao tratamento de hipercolesterolemia com a meta de
reduzir o risco cardiovascular em adultos com base nas
recomendações do Adult Treatment Panel (ATP IV) (Stone,
Robinson, Lichtenstein, et al., 2014). Essas diretrizes abordam a
prevenção primária (prevenção da ocorrência de DAC) e a
prevenção secundária (prevenção da progressão de DAC). Todos
os adultos com 20 anos de idade ou mais devem realizar um
lipidograma em jejum (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídios) no
mínimo uma vez a cada 5 anos, e com mais frequência se o
lipidograma for anormal. Pacientes que apresentaram um evento
agudo (p. ex., IAM), ou que se submeteram a uma intervenção
coronariana percutânea (ICP) ou cirurgia de revascularização do
miocárdio, precisam de avaliação do seu nível de LDL-colesterol
alguns meses após o evento ou procedimento, tendo em vista que
os níveis de LDL podem estar baixos imediatamente após o
evento agudo ou o procedimento. Depois disso, os lipídios devem
ser monitorados a cada 6 semanas até que o nível desejado seja
alcançado e, então, a cada 4 a 6 meses. Um perfil lipídico em
jejum deve demonstrar os valores a seguir (ICSI, 2013a):
• LDL-colesterol inferior a 100 mg/d ℓ (inferior a 70 mg/d ℓ para
pacientes de risco muito alto)
• Colesterol total inferior a 200 mg/dℓ
• HDL-colesterol superior a 40 mg/dℓ para homens e superior a
50 mg/dℓ para mulheres
• Triglicerídios inferiores a 150 mg/dℓ.
Figura 27.4 Lipoproteínas e o desenvolvimento de aterosclerose. À medida que o
colesterol e as gorduras saturadas alimentares são processados pelo sistema digestório,
os quilomícrons entram no sangue. Eles são degradados em remanescentes de
quilomícrons nos capilares e processados pelo fígado em lipoproteínas. As lipoproteínas
de baixa densidade (LDL) liberadas em excesso aderem aos receptores na parede
íntima. Os macrófagos também fagocitam LDL e as transportam para a parede dos
vasos, iniciando o processo de formação de placas. HDL, lipoproteínas de alta
densidade; VLDL, lipoproteínas de muito baixa densidade.
■ Medidas alimentares
A Tabela 27.1 apresenta as recomendações de Alterações
Terapêuticas no Estilo de Vida (TLC; Therapeutic Lifestyle
Changes), uma dieta com baixo teor de gorduras saturadas e alto
teor de fibras solúveis (ICSI, 2013a). Estas recomendações gerais
podem precisar ser ajustadas para casos específicos de pacientes
com outras necessidades nutricionais, como os pacientes
diabéticos. Além disso, o encaminhamento para um nutricionista
ajuda o paciente a fazer a reorientação alimentar apropriada.
Outras recomendações incluem perda de peso corporal, abandono
do tabagismo e aumento das atividades físicas.
■ Atividades físicas
O manejo de níveis elevados de triglicerídios concentra-se na
redução do peso e no aumento das atividades físicas. As
atividades físicas regulares e moderadas aumentam os níveis de
HDL e reduzem os níveis de triglicerídios, o que diminui a
incidência de eventos coronarianos e o risco de mortalidade geral.
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) (2015), o objetivo para a maioria dos adultos é a prática de
atividade aeróbica de intensidade moderada de pelo menos 150
minutos por semana ou atividade aeróbica de intensidade vigorosa
de, no mínimo, 75 minutos por semana, ou uma combinação
equivalente. Além disso, os adultos devem fazer atividades de
fortalecimento muscular em 2 ou mais dias da semana que
trabalhem todos os principais grupos musculares. O enfermeiro
auxilia o paciente a estabelecer metas realistas para as atividades
físicas. Os pacientes inativos podem iniciar com atividades que
durem 3 minutos; por exemplo, estacionar o carro mais longe do
local de destino para aumentar o tempo diário de caminhada. Os
pacientes devem ser instruídos a praticar uma ou mais atividade
que os interessem para manter a motivação. Além disso, devem
ser instruídos a se exercitarem até uma intensidade que não os
impeça de manter um diálogo; se não conseguirem conversar
enquanto se exercitam, devem reduzir a intensidade da atividade
ou praticar outra menos intensa. Em clima quente e úmido, os
pacientes devem se exercitar no início da manhã, ou em
ambientes internos, e vestir roupas largas. Em clima frio, eles
devem vestir roupas mais grossas e usar um gorro. Os pacientes
devem interromper qualquer atividade se tiverem dor torácica,
dispneia incomum, tontura, vertigem ou náuseas.
■ Medicamentos
Se a dieta isoladamente não conseguir normalizar os níveis de
colesterol sérico, medicamentos podem apresentar um efeito
sinérgico com a dieta prescrita e o controle dos níveis de
colesterol (Tabela 27.2). Os medicamentos hipolipemiantes podem
reduzir a taxa de mortalidade por DAC em pacientes com níveis
elevados de lipídios e naqueles de risco com níveis normais de
lipídios (ICSI, 2013a). Os diversos tipos de agentes
hipolipemiantes afetam os componentes lipídicos de diferentes
maneiras. Sã eles: 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A (HMG-
CoA) (ou estatinas); ácidos fíbricos (ou fibratos); sequestradores
de ácidos biliares (ou resinas); inibidores da absorção de
colesterol; e etil ésteres de ácido ômega 3. Uma nova classe de
medicamentos hipolipemiantes conhecida como pró-proteína
convertase subtilisina/quexina do tipo 9 (PCSK9) foi recentemente
aprovada pela agência norte-americana Food and Drug
Administration (FDA).1 Por causa das evidências limitadas dos
estudos clínicos e de seu custo elevado, esses agentes PCSK9
são prescritos de modo restrito, mas podem ser considerados para
mais pacientes no futuro (White, 2015).
Sexo
A cardiopatia é, há muito tempo, reconhecida como causa de
morbidade e mortalidade em homens, mas nem sempre foi tão
rapidamente reconhecida em mulheres. Eventos cardiovasculares
nas mulheres ocorrem 10 anos, em média, após sua ocorrência
nos homens. A razão homem:mulher é de aproximadamente 3:2
(Amsterdam, Wenger, Brinidis, et al., 2014). As mulheres também
tendem a apresentar maior incidência de complicações em virtude
da DCV e taxa de mortalidade mais alta. Além disso, costumam
não reconhecer os sintomas de DAC tão cedo quanto os homens,
e esperam mais tempo para relatar e buscar assistência médica
(Canto et al., 2014).
Antigamente, acreditava-se que a diferença de idade entre as
mulheres e os homens recentemente diagnosticados com DAC
estivesse relacionada com o estrogênio. Atualmente, reconhece-
se que a menopausa é um pilar no processo de envelhecimento,
durante o qual os fatores de risco tendem a se acumular. A DCV
pode estar bem desenvolvida na ocasião da menopausa, apesar
dos supostos efeitos protetores do estrogênio (AHA, 2015).
Embora a hormonoterapia (antes denominada terapia de
reposição hormonal) para mulheres na menopausa já tenha sido
promovida como uma terapia preventiva para a DAC, as pesquisas
não confirmam que a hormonoterapia seja um meio efetivo de
prevenção. A hormonoterapia diminui os sintomas da menopausa
e o risco de fraturas ósseas relacionadas com osteoporose;
entretanto, também foi associada a aumento da incidência de
DAC, câncer de mama, trombose venosa profunda, AVE e embolia
pulmonar. As diretrizes atuais não recomendam a hormonoterapia
para a prevenção primária ou secundária de DAC (AHA, 2015)
(ver discussão adicional no Capítulo 25).
No passado, era menos provável que mulheres fossem
encaminhadas para procedimentos diagnósticos coronarianos, tais
como cateterismo cardíaco ou tratamento com intervenções
invasivas (p. ex., ICP). Entretanto, como resultado da melhor
orientação dos profissionais de saúde e do público em geral, as
diferenças de sexo atualmente exercem menos influência sobre o
diagnóstico e o tratamento (Canto et al., 2014).
Desfechos línicos e istórias e acientes: arl hapiro
Parte
ANGINA DE PEITO
A angina de peito é uma síndrome clínica, habitualmente
caracterizada por episódios ou paroxismos de dor ou pressão na
parte anterior do tórax. A causa é o fluxo sanguíneo coronariano
insuficiente, que resulta em diminuição do aporte de oxigênio
quando a demanda miocárdica por oxigênio aumenta em resposta
ao esforço físico ou estresse emocional. Em outras palavras, a
demanda de oxigênio excede o aporte.
Fisiopatologia
De modo geral, a angina é causada por doença aterosclerótica.
Quase invariavelmente, a angina está associada a significativa
obstrução de no mínimo uma artéria coronária principal.
Normalmente, o miocárdio extrai muito oxigênio da circulação
coronariana para atender as suas demandas contínuas. Quando a
demanda aumenta, o fluxo pelas artérias coronárias precisa ser
aumentado. Quando ocorre um bloqueio em uma artéria coronária,
o fluxo não pode ser aumentado, e resulta em isquemia. Os tipos
de angina estão listados no Boxe 27.2. Diversos fatores estão
associados à dor anginosa típica:
• Esforço físico, que precipita um episódio de angina ao
aumentar a demanda de oxigênio do miocárdio
• Exposição ao frio, que causa vasoconstrição e elevação da
pressão arterial, com aumento da demanda de oxigênio
• Ingestão de uma refeição pesada, que aumenta o fluxo
sanguíneo para a área mesentérica para a digestão, reduzindo,
assim, o aport de sangue disponível para o músculo cardíaco;
em um coração muito comprometido, o desvio de sangue para
a digestão pode ser suficiente para induzir a dor anginosa
Box
T
Manifestações clínicas
A isquemia do músculo cardíaco pode provocar dor ou outros
sintomas, que variam de indigestão leve a sensação de sufocação
ou peso na parte superior do tórax. A gravidade varia de
desconforto a dor agonizante. A dor pode ser acompanhada por
apreensão grave e sensação de morte iminente. Com frequência é
sentida profundamente no tórax, na área retroesternal.
Tipicamente, a dor ou o desconforto são mal localizados e podem
irradiar-se para o pescoço, a mandíbula, os ombros e as faces
internas da parte superior dos braços, geralmente do braço
esquerdo. O paciente costuma sentir pressão ou sufocação ou
estrangulamento persistente. Aquele com diabetes melito pode
não sentir dor intensa com a angina, tendo em vista que a
neuropatia diabética compromete a transmissão nociceptora,
reduzindo a percepção da dor (McCance et al., 2014).
A dor pode ser acompanhada de sensação de fraqueza ou
dormência nos braços, nos punhos e nas mãos, bem como
dispneia, palidez, diaforese, tontura ou vertigem, e náuseas e
vômito. Uma característica importante da angina é que ela cessa
com o repouso ou a administração de nitroglicerina. Em muitos
pacientes, os sintomas anginosos seguem um padrão estável e
previsível.
A angina instável é caracterizada por episódios que se tornam
mais frequentes e graves e que não são aliviados por meio de
repouso e administração de nitroglicerina. Os pacientes com
angina instável necessitam de intervenção clínica.
Manejo clínico
Os objetivos do manejo clínico da angina são diminuir a demanda
de oxigênio do miocárdio e aumentar o aporte de oxigênio.
Clinicamente, tais objetivos são alcançados por meio de terapia
farmacológica e controle dos fatores de risco. Alternativamente,
procedimentos de reperfusão podem ser utilizados para restaurar
a irrigação sanguínea do miocárdio. Estes incluem procedimentos
de ICP (p. ex., angioplastia coronariana transluminal percutânea
[ACTP] e stents intracoronarianos) e revascularização do
miocárdio (ver adiante).
■ Nitroglicerina
Os nitratos são um tratamento padrão para a angina de peito. A
nitroglicerina é um vasodilatador potente, que melhora o fluxo
sanguíneo para o músculo cardíaco e alivia a dor. A nitroglicerina
dilata principalmente as veias e, em menor extensão, as artérias.
A dilatação das veias provoca acúmulo de sangue nas veias por
todo o corpo. Como resultado, menos sangue retorna para o
coração, e a pressão de preenchimento (pré-carga) é reduzida. Se
o paciente estiver hipovolêmico (não apresentar volume sanguíneo
circulante adequado), a diminuição na pressão de preenchimento
pode causar significativa redução no débito cardíaco e na pressão
arterial (Burchum & Rosenthal, 2016).
tratar angina.
Medicamentos Principais ndicações
Nitratos
Nitroglicerina Redução a curto e longo prazos do consumo de oxigênio miocárdico por meio de
vasodilatação seletiva
Antiplaquetários
Ácido acetilsalicílico
Prasugrel
Anticoagulantes
Enoxaparina
Dalteparina
A Amster E Wenger K Brindis al 2014
AHA/AC guideline f managemen patien non-ST-eleva acute
coronar omes Circulation 130 e426.
Farmacologia
Autoadministração de nitroglicerina
■ Bloqueadores beta-adrenérgicos
Os betabloqueadores como metoprolol reduzem o consumo de
oxigênio miocárdico por meio do bloqueio da estimulação
simpática beta-adrenérgica para o coração. O resultado consiste
em redução da frequência cardíaca, diminuição da velocidade de
condução dos impulsos pelo sistema de condução, diminuição da
pressão arterial e redução da contratilidade (força de contração)
miocárdica. Em virtude desses efeitos, os betabloqueadores
equilibram as demandas de oxigênio miocárdico e o volume de
oxigênio disponível. Isso auxilia no controle da dor torácica e
retarda o início da isquemia durante esforço ou exercícios físicos.
Os betabloqueadores reduzem a incidência de angina recidivante,
infarto e morte cardíaca. A dose pode ser titulada para alcançar a
frequência cardíaca em repouso de 50 a 60 bpm (Burchum &
Rosenthal, 2016).
Os efeitos colaterais cardíacos e as possíveis contraindicações
incluem hipotensão, bradicardia, bloqueio atrioventricular (BAV)
avançado e insuficiência cardíaca aguda. Se um betabloqueador
for administrado por via IV por causa de um evento cardíaco
agudo, o ECG, a pressão arterial e a frequência cardíaca são
monitorados cuidadosamente após a administração do
medicamento. Os efeitos colaterais incluem humor deprimido,
fadiga, diminuição da libido e tontura. Os pacientes em uso de
betabloqueadores são advertidos a não interromper o uso de
modo abrupto porque a angina pode piorar e pode ocorrer IAM. A
terapia com betabloqueadores deve ser diminuída gradualmente
ao longo de diversos dias antes da sua descontinuação. Os
pacientes com diabetes melito em uso de betabloqueadores são
instruídos a monitorar sua glicemia conforme prescrito, tendo em
vista que os betabloqueadores podem mascarar os sinais de
hipoglicemia. Os betabloqueadores que não são cardiosseletivos
também afetam os receptores beta-adrenérgicos nos bronquíolos,
causando broncoconstrição e, portanto, são contraindicados em
pacientes com distúrbios pulmonares crônicos significativos, como
asma.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Avaliação
O enfermeiro coleta informações a respeito dos sintomas e das
atividades do paciente, especialmente aqueles que precedem e
precipitam os ataques de angina de peito. As perguntas
apropriadas estão listadas no Boxe 27.4. As respostas a essas
perguntas formam a base para o planejamento de um programa
de tratamento e prevenção efetivos. Além de avaliar a angina de
peito ou seu equivalente, o enfermeiro também avalia os fatores
de risco do paciente quanto à DAC, a resposta do paciente à
angina, a compreensão do paciente e da família sobre o
diagnóstico e a adesão ao plano de tratamento atual.
Boxe 7.4
Avaliação
Avaliação da angina
te:
• “O loc ( sint prodrômic Voc consegue
apon
• “Voc t al?”
• “C oc ev
• oc tes?”
• “Voc c classi c esc c a
• “Q omeçou?”
• “Quant a?”
• “
• “
• “Voc t
Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nos dados da avaliação, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir os seguintes:
• Risco de diminuição da perfusão tissular cardíaca
Ansiedade relacionada com os sintomas cardíacos e com
•
possível morte
• Conhecimento deficiente a respeito da doença de base e dos
métodos para evitar complicações
• Não adesão, manejo ineficaz do esquema terapêutico
relacionado com a falha em aceitar as alterações necessárias
no estilo de vida.
Planejamento etas
As principais metas para o paciente incluem tratamento imediato
e apropriado quando a angina ocorre; prevenção da angina;
redução da ansiedade; conhecimento sobre o processo da
doença e compreensão sobre os cuidados prescritos; adesão ao
programa de cuidados pessoais; e ausência de complicações.
Intervenções e nfermagem
Tratament
Se o paciente relatar dor (ou se houver sugestão de isquemia
cardíaca pelos sintomas prodrômicos, que podem incluir
indigestão ou náuseas, sufocação, pesar, fraqueza ou dormência
nos membros superiores, dispneia ou tontura), o enfermeiro
adota medidas imediatas. O paciente que apresenta angina é
orientado a interromper todas as atividades e sentar ou repousar
no leito em uma posição de semi-Fowler para reduzir as
demandas de oxigênio do miocárdio isquêmico. O enfermeiro
avalia a angina do paciente, fazendo perguntas para determinar
se é a mesm que ele costuma apresentar. Uma alteração pode
indicar piora da doença ou uma causa diferente. O enfermeiro
então continua a avaliar o paciente, aferindo os sinais vitais e
observando os sinais de angústia respiratória. Se o paciente
estiver hospitalizado, geralmente é feito um ECG de 12
derivações à procura de alterações do segmento ST e da onda
T. Se o paciente for colocado sob monitoramento cardíaco, é
feito acompanhamento contínuo do segmento ST à procura de
alterações.
Administra-se nitroglicerina por via sublingual e avalia-se a
resposta do paciente (alívio da dor torácica e efeito sobre a
pressão arterial e a frequência cardíaca). Se a dor torácica não
for alterada ou diminuir, mas ainda persistir, a administração de
nitroglicerina é repetida por até três doses. A cada vez, avaliam-
se a pressão arterial, a frequência cardíaca e o segmento ST (se
o paciente estiver em um monitor com capacidade de
acompanhamento do segmento ST). O enfermeiro administra
terapia com oxigênio se a frequência respiratória do paciente
estiver aumentada ou se o nível de saturação de oxigênio estiver
diminuído. O oxigênio costuma ser administrado a 2 ℓ /min por
cânula nasal, mesmo se não houver evidências de
dessaturação, embora não haja evidências de efeito positivo
sobre o resultado do paciente. Se a dor for significativa e
continuar após essas intervenções, o paciente é reavaliado
quanto a IAM e pode ser transferido para uma unidade
intermediária (Amsterdam et al., 2014).
Redução da ansiedade
Os pacientes com angina geralmente temem a perda dos seus
papéis na sociedade e na família. Eles também podem temer
que a dor (ou os sintomas prodrômicos) possa provocar IAM ou
levar à morte. Investigar as implicações que o diagnóstico
apresenta par o paciente e fornecer informações a respeito da
doença, do seu tratamento e dos métodos para evitar a sua
progressão são intervenções de enfermagem importantes.
Diversos métodos de redução do estresse, tais como
imaginação guiada ou musicoterapia, devem ser explorados com
o paciente (Ackley & Ladwig, 2014). Abordar as necessidades
espirituais do paciente e da família também pode auxiliar a
acalmar as ansiedades e os temores.
Prevenção da dor
O enfermeiro revisa os achados da avaliação, identifica o nível
de atividade que causa a dor ou os sintomas prodrômicos do
paciente e planeja as atividades do paciente de acordo. Se o
paciente apresenta dor com frequência ou com atividade
mínima, o enfermeiro alterna as atividades com períodos de
repouso. Equilibrar as atividades e o repouso é um aspecto
importante do plano de instruções para o paciente e a família.
Reavaliação
Entre os resultados esperados estão:
1. O paciente relata que a dor é aliviada imediatamente.
a. Reconhece os sintomas.
b. Adota medidas imediatas.
c. O paciente busca assistência médica se a dor persistir ou
alterar-se em qualidade.
Boxe 7.5
Lista e eri cação o uidado omiciliar
AVDs t
Fisiopatologia
Na angina instável, ocorre redução do fluxo sanguíneo em uma
artéria coronária, geralmente em virtude de placa aterosclerótica.
Um coágulo começa a se formar sobre a lesão coronariana, mas a
artéria não é completamente ocluída. Esta é uma situação aguda,
que pode resultar em dor torácica e outros sintomas que podem
ser qualificados como angina pré-infarto, tendo em vista que o
paciente provavelmente sofrerá um IAM se não houver
intervenções imediatas.
Em um IAM, a ruptura da placa e a subsequente formação de
trombos resultam na oclusão completa da artéria, o que leva à
isquemia e à necrose do miocárdio suprido por aquela artéria. O
espasmo de uma artéria coronária, a diminuição do aporte de
oxigênio (p. ex., em virtude de perda sanguínea aguda, anemia ou
hipotensão) e o aumento da demanda de oxigênio (p. ex., em
virtude de frequência cardíaca rápida, tireotoxicose ou ingestão de
cocaína) são outras causas de IAM. Em cada caso, há um
profundo desequilíbrio entre o aporte e a demanda de oxigênio
miocárdico.
A área de infarto desenvolve-se ao longo de minutos a horas. À
medida que as células são privadas de oxigênio, a isquemia
desenvolve-se, ocorre a lesão celular, e a ausência de oxigênio
resulta em infarto, ou morte das células. A expressão “tempo é
músculo” reflete a urgência do tratamento apropriado para
melhorar os resultados do paciente. A cada 43 segundos,
aproximadamente, um norte-americano sofre um IAM (Mozaffarian
et al., 2016) e muitas dessas pessoas morrem em decorrência
desse evento cardiovascular.2 Reconhecimento e tratamento
precoces dos pacientes que sofreram um IAM melhoram suas
chances de sobrevida.
Diversas descrições são utilizadas para identificar um IAM: o
tipo (NSTEMI, STEMI), a localização da lesão na parede
ventricular (parede anterior, inferior, posterior ou lateral) e a
cronologia (agudo, em evolução ou antigo). A diferenciação entre
NSTEMI e STEMI é determinada por exames complementares e é
explicada posteriormente neste capítulo.
O ECG de 12 derivações identifica o tipo e a localização do
IAM, e outros indicadores ECG, tais como onda Q e história
patológica pregressa do paciente, identificam a ocasião.
Independentemente da localização, os objetivos da terapia clínica
são aliviar os sintomas, prevenir ou minimizar a morte tecidual
miocárdica e evitar as complicações. A fisiopatologia da DAC e os
fatores de risco envolvidos foram discutidos anteriormente neste
capítulo.
Manifestações clínicas
A dor torácica que ocorre subitamente e que continua, apesar do
repouso e dos medicamentos, é o sintoma da maioria dos
pacientes com SCA. Alguns desses pacientes apresentam
sintomas prodrômicos ou um diagnóstico prévio de DAC, mas
outros não relatam sintomas anteriores. Os pacientes podem
apresentar uma combinação de sintomas, incluindo dor torácica,
dispneia, indigestão, náuseas e ansiedade. Eles podem
apresentar pele fria, pálida e úmida. As frequências cardíaca e
respiratória podem estar mais rápidas do que o normal. Esses
sinais e sintomas, que são causados pela estimulação do sistema
nervoso simpático, podem ocorrer por apenas um breve período
ou podem persistir. Em muitos casos, os sinais e sintomas de IAM
não podem ser distinguidos daqueles da angina instável; daí a
evolução do termo síndrome coronariana aguda.
Boxe 7.6
Avaliação
t tomas:
Cardiovascular
• D desconfort torácic a r nitroglicerina;
palpitações cardíac podem B3 4 apareciment recent de
o
• P observ aument dist v infart agudo
ár ardíaca
• pre art elevada vir estimulaç simpática,
di vir redução contratilidade cardiogênico
iminent amentos
• trial
• A alteraç segment T EC revelar
taquicar adicar .
Respiratório
D ar estertor crepitant IA tiv causado
c orr .
Gastrintestinal
Náuseas ômito.
Geniturinário
ardiogênico.
Pele
F pega diaforétic aspect vir estimulaç simpática
ardiogênico.
Neurológico
Ansiedade inquietaç ver indic aument estimulação
simpátic diminuiç contra oxigenaç cerebrais mesmos
sint ardiogênico.
Psicológicos
T t te ado.
■ Troponina
A troponina, uma proteína encontrada nas células miocárdicas,
regula o processo contrátil miocárdico. Existem três isômeros da
troponina: C, I e T. As troponinas I e T são específicas para o
músculo cardíaco, e estes biomarcadores atualmente são
reconhecidos como marcadores confiáveis e críticos da lesão
miocárdica (Amsterdam et al., 2014). A elevação dos níveis
séricos de troponina é detectada em algumas horas durante um
IAM. Os níveis permanecem elevados por um longo período,
geralmente por até 2 semanas e, portanto, podem ser utilizados
para detectar a lesão miocárdica recente. Deve ser mencionado
que os níveis de troponina cardíaca elevam-se durante processos
inflamatórios e outras formas de tensão mecânica no miocárdio.
Esses incluem sepse, insuficiência cardíaca e insuficiência
respiratória (Liu, Shehu, Herrold, et al., 2015).
■ Mioglobina
A mioglobina é uma proteína heme que auxilia no transporte do
oxigênio. Assim como a enzima CK-MB, a mioglobina é
encontrada no músculo cardíaco e esquelético. O nível de
mioglobina começa a aumentar em 1 a 3 horas e chega ao pico
em 12 horas após o início dos sintomas. Um aumento na
hemoglobina não é muito específico de evento cardíaco agudo; no
entanto, resultados negativos podem ser utilizados para descartar
a possibilidade de IAM.
Manejo clínico
Os objetivos do manejo clínico são minimizar a lesão miocárdica,
preservar a função miocárdica e prevenir complicações. Tais
objetivos são facilitados pela utilização de diretrizes desenvolvidas
pelo American College of Cardiology (ACC) e pela AHA (Boxe
27.7).
Os objetivos para o tratamento dos pacientes com IAM podem
ser alcançados por meio de intervenções que restabelecem o fluxo
coronariano. A minimização da lesão miocárdica também é
alcançada com a redução da demanda de oxigênio miocárdico e
com o aumento do aporte de oxigênio com medicamentos,
administração de oxigênio e repouso no leito. A resolução da dor e
as alterações ao ECG indicam que a demanda e o aporte estão
equilibrados; também podem indicar reperfusão. A visualização do
fluxo sanguíneo através de um vaso aberto no laboratório de
cateterização é evidência de reperfusão.
Box
Diretriz atament t árdio
• S ânsit t
• Faz ocardiogr ações os
• Obt amostr séric laborat biomarcador cardíacos incluindo
troponina
• Obt omplementar ec o
• tervenç otina:
Suplementaç xigênio
Nitroglicerina
Mor na
Á etilsalicílico
Betabloqueador
onversor as
Anticoagulaç
Estatina
• Av t aç er eperfusão:
Intervenç or cutânea
Ter ombolític a)
• Con er onf ação:
H baix molecular bivalir ou
f
Clopidogrel
oprot
ant as
Prescriç
A Institut f Clinic Syst Improvemen 2013
AC f managemen ST-eleva myocar infarc A
repor Americ C Car Foundation/Americ Heart
Associa orc ractic uidelines.
Boxe 7.8
Farmacologia
Indicações
• D torácic c duraç minutos pela
nitroglicerina
• Elevaç segment mín derivaç visualiz a
oração
• Inf .
Contraindicações bsolutas
• Sangrament tivo
• D ament onhecido
• Hist t asc efálic ágico
• Hist ormaç tracranianos
• Cirur auma t ecente
• Hipert ontrolada
• Gestação.
Considerações e nfermagem
• M ez t cionada
• E tramusculares
• C at
• ac IV ant ter trombolític ( brinolític um
ac
• E on t vasivo
• Monitor elaç ensão
• Monitor c relaç reper resoluç alterações
t
• Veri c sint sangrament diminuiç valor de
hematócrit diminuiç pr arterial aument na
fr cardíac dr loc procedimentos
invasivos costas fraque muscular alteraç nív de
c efaleia
• Tra sangrament gr port descontinuaç terapia
trombolític ( brinolític quai anticoagulant aplic pressão
dir tamente
• Tra sangrament port aplicaç pressão
dir essív on orar.
Reabilitação cardíaca
Quando o paciente que sofreu um IAM está em condição estável,
é iniciado um programa de reabilitação ativa. A reabilitação
cardíaca é um importante programa de cuidados contínuos para
os pacientes com DAC, que tem por alvo a redução do risco por
meio do fornecimento de instruções ao paciente e à família,
oferecimento de apoio individual e em grupo, e encorajamento da
atividade física e do condicionamento físico. Os objetivos da
reabilitação para o paciente que sofreu IAM são prolongar a vida e
melhorar a qualidade de vida. Os objetivos imediatos são limitar os
efeitos e a progressão da aterosclerose, o retorno do paciente ao
trabalho e ao estilo de vida antes da doença, intensificar as
condições psicossocial e vocacional do paciente, e prevenir outro
evento cardíaco. Os programas de reabilitação cardíaca
aumentam a sobrevida, reduzem os eventos recidivantes e a
necessidade de procedimentos de intervenção e melhoram a
qualidade de vida (Amsterdam et al., 2014).
O condicionamento físico é alcançado gradualmente ao longo
do tempo. Muitas vezes, os pacientes o “excedem” como uma
tentativa de alcançar seus objetivos muito rapidamente. Os
pacientes são observados quanto a dor torácica, dispneia,
fraqueza, fadiga e palpitações e são orientados a interromper os
exercícios físicos se ocorrer qualquer um desses sintomas. Os
pacientes também podem ser monitorados em relação ao aumento
na frequência cardíaca acima da frequência cardíaca-alvo,
aumento na pressão arterial sistólica ou diastólica superior a 20
mmHg, diminuição na pressão arterial sistólica, início ou piora de
arritmias, ou alterações do segmento ST do ECG.
Os programas de reabilitação cardíaca são categorizados em
três fases (Fletcher, Ades, Kligfield, et al., 2013). A fase I tem início
com o diagnóstico de aterosclerose, que pode ocorrer quando o
paciente é hospitalizado por SCA. Em virtude das breves durações
da estadia hospitalar, a mobilização ocorre de modo precoce e as
instruções do paciente concentram-se nos fundamentos dos
cuidados pessoais, em vez da instituição de alterações
comportamentais para a redução do risco. As prioridades para a
instrução hospitalar incluem os sinais e sintomas que indicam a
necessidade de buscar assistência de emergência, o esquema
terapêutico, o equilíbrio de repouso-atividade e consultas de
acompanhamento com o profissional primário. Ao paciente é
informado que, embora a DAC seja uma doença vitalícia e que
deve ser tratada como tal, ele provavelmente poderá retomar uma
vida normal após um IAM. A quantidade e o tipo de atividade
recomendados na alta dependem da idade do paciente, da sua
condição antes do evento cardíaco, da extensão da doença, do
período de estadia hospitalar e do desenvolvimento de quaisquer
complicações.
A fase II ocorre após o paciente ter recebido alta. O paciente
comparece às sessões 3 vezes/semana por 4 a 6 semanas, mas
pode continuar por até 6 meses. O programa ambulatorial é
composto por treinamento com exercícios físicos supervisionado,
geralmente monitorado por ECG, que é individualizado. A cada
sessão, o paciente é avaliado quanto à eficácia do tratamento e à
sua adesão. Para prevenir complicações e outra hospitalização, a
equipe de reabilitação cardíaca alerta o profissional principal que
realizou o encaminhamento em relação a quaisquer problemas. A
reabilitação cardíaca de fase II também inclui sessões de
instruções para os pacientes e as famílias, que são fornecidas por
cardiologistas, fisiologistas de exercícios físicos, nutricionistas,
enfermeiros outros profissionais de saúde. Essas sessões
podem ocorrer fora de um ambiente tradicional de sala de aulas.
Por exemplo, um nutricionista pode levar um grupo de pacientes
até um mercado para as seleções de rótulos e carnes, ou até um
restaurante para discutir as ofertas do menu para uma dieta
saudável para o coração.
A fase III é um programa ambulatorial a longo prazo que se
concentra na manutenção da estabilidade cardiovascular e no
condicionamento a longo prazo. O paciente normalmente é
autodirecionado durante esta fase e não necessita de um
programa supervisionado, embora ele possa ser oferecido. Os
objetivos de cada fase são construídos sobre as conquistas da
fase anterior.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Avaliação
Um dos aspectos mais importantes dos cuidados do paciente
com SCA é a avaliação. Ela estabelece a condição basal do
paciente, identifica as necessidades do paciente e auxilia na
determinação da prioridade daquelas necessidades. A avaliação
sistemática inclui uma história cuidadosa, particularmente à
medida que ele se relaciona aos sintomas: dor ou desconforto
torácico, dificuldade respiratória (dispneia), palpitações, fadiga
incomum, desmaio (síncope), ou outros possíveis indicadores de
isquemia do miocárdio. Cada sintoma deve ser avaliado quanto
à ocasião, à duração e aos fatores que precipitam o sintoma e o
aliviam, e em comparação aos sintomas anteriores. Uma
avaliação física centrada é importante para detectar
complicações e qualquer alteração no estado do paciente. O
Boxe 27.6 identifica as avaliações importantes e os possíveis
achados.
Dois acessos IV são tipicamente inseridos para qualquer
paciente com SCA, para assegurar que esteja disponível um
acesso para a administração de medicamentos de emergência.
Os medicamentos são administrados por via IV para alcançar o
pronto início e possibilitar o ajuste rápido. Após a estabilização
da condição do paciente, os acessos IV podem ser trocados por
um fechamento com soro fisiológico para manter o acesso IV.
Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nas manifestações clínicas, na história e nos dados
da avaliação diagnóstica, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir:
• Dor aguda relacionada com o aumento da demanda de
oxigênio miocárdico e com a diminuição do aporte de
oxigênio miocárdico
• Risco de diminuição da perfusão tissular cardíaca
relacionado com a redução do fluxo sanguíneo coronariano
• Risco de desequilíbrio do volume de líquido
• Risco de perfusão tissular periférica ineficaz relacionada com
a diminuição do débito cardíaco em virtude de disfunção
ventricular esquerda
• Ansiedade relacionada ao evento cardíaco e à possível morte
• Conhecimento deficiente a respeito dos cuidados pessoais
pós-SCA.
Problemas colaborativos/potenciais complicações
As complicações potenciais podem incluir as seguintes:
• Edema pulmonar agudo (ver Capítulo 29)
• Insuficiência cardíaca (ver Capítulo 29)
• Choque cardiogênico (ver Capítulo 14)
• Arritmias e parada cardíaca (ver Capítulos 26 e 29)
• Efusão pericárdica e tamponamento cardíaco (ver Capítulo
29).
Planejamento etas
As principais metas para o paciente incluem o alívio da dor ou
dos sinais isquêmicos (p. ex., alterações do segmento ST) e dos
sintomas, prevenção da lesão miocárdica, manutenção da
função respiratória efetiva, manutenção ou conquista da
perfusão tissular adequada, redução da ansiedade, adesão ao
programa de cuidados pessoais e reconhecimento inicial das
complicações. Os cuidados do paciente com SCA que apresenta
IAM não complicado estão resumidos no Plano de Cuidado de
Enfermagem (Boxe 27.9).
Boxe 7.9
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de débito cardíaco diminuído relacionado com insu ciência ventricular
esquerda.
OBJETIVO: ausência de angústia respiratória.
1. Inicialmente, a cada 4 h, e com 1. Estes dados são úteis no • Sem dispneia em repouso ou
o desconforto torácico ou diagnóstico da insu ciência aos esforços, ortopneia ou
sintomas, avaliar, documentar ventricular esquerda. Os sons dispneia noturna paroxística
e relatar ao médico sons cardíacos consequentes ao
• Frequência respiratória < 20
cardíacos anormais (galope por enchimento diastólico (B3 e B4)
incursões/min com atividade
B3 e B4 ou novo sopro), ruídos resultam da diminuição da
física e 16 respirações/min com
respiratórios anormais complacência ventricular
repouso
(sobretudo estertores esquerda associada ao IAM. A
crepitantes), diminuição da disfunção dos músculos • Cor e temperatura da pele
oxigenação e intolerância às papilares (em virtude do infarto normais
atividades. do músculo papilar) pode • SpO2, PaO2 e PaCO2 nos limites
resultar em regurgitação mitral normais
e redução do volume sistólico. A
ausculta de estertores • Frequência cardíaca < 100
crepitantes (geralmente nas bpm e > 60 bpm, com pressão
bases dos pulmões) pode indicar arterial nos limites normais do
congestão pulmonar em virtude paciente
do aumento das pressões do
• Radiogra a de tórax inalterada
lado esquerdo do coração. A
associação dos sintomas e das • Aparenta estar confortável e
atividades pode ser utilizada descansado
como um guia para a prescrição
de atividades e como base para
as instruções do paciente.
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de perfusão tissular periférica ine caz relacionada com o débito cardíaco
diminuído.
OBJETIVO: manutenção/conquista da perfusão tissular adequada.
Intervenções e nfermagem
A t
Equilibrar o aporte de oxigênio miocárdico com a demanda (p.
ex., conforme evidenciado pelo alívio da dor torácica) é a
prioridade máxima nos cuidados dos pacientes com uma SCA.
Embora a administração dos medicamentos, conforme descrito
anteriormente, seja necessária para alcançar este objetivo, as
intervenções de enfermagem também são importantes. A
colaboração entre o paciente, o enfermeiro e o médico é
essencial na avaliação da resposta do paciente à terapia e na
alteração das intervenções de acordo.
O oxigênio deve ser administrado juntamente com a terapia
medicamentosa para auxiliar no alívio dos sintomas. A
administração de oxigênio eleva o nível circulante de oxigênio
para reduzir a dor associada aos baixos níveis de oxigênio
miocárdico. A via de administração (habitualmente por cânula
nasal) e a velocidade do fluxo de oxigênio são documentadas.
Uma velocidade de fluxo de 2 a 4 ℓ/min costuma ser adequada
para manter os níveis de saturação de oxigênio de pelo menos
95%, exceto se houver doença pulmonar crônica.
Os sinais vitais são avaliados com frequência, desde que o
paciente estej apresentando dor e outros sinais ou sintomas de
isquemia aguda. O repouso físico no leito com a cabeceira do
leito elevada ou em uma cadeira de apoio auxilia na diminuição
do desconfort torácico e da dispneia. A elevação da cabeça e
do dorso é benéfica pelos seguintes motivos:
• O volume corrente melhora em virtude da redução da
pressão do conteúdo abdominal sobre o diafragma e da
melhor expansão pulmonar
• A drenagem dos lobos pulmonares superiores melhora
• O retorno venoso para o coração (pré-carga) diminui,
reduzindo o esforço do coração.
A dor associada a IAM reflete um desequilíbrio no aporte e
na demanda de oxigênio miocárdico ou perfusão tissular
miocárdica ineficaz. A dor também resulta em aumentos em
frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial. O
alívio imediato da dor auxilia no restabelecimento deste
equilíbrio, diminuindo, assim, o esforço do coração e
minimizando a lesão do miocárdio. O alívio da dor também
auxilia na redução do nível de ansiedade do paciente, que, por
sua vez, reduz a resposta simpática ao estresse, levando a uma
diminuição no esforço do coração já estressado.
Redução da ansiedade
O alívio da ansiedade e a diminuição do temor são funções de
enfermagem importantes que reduzem a resposta simpática ao
estresse. Menos estimulação simpática diminui o esforço do
coração, que pode aliviar a dor e outros sinais e sintomas de
isquemia.
O desenvolvimento de uma relação de confiança e afetuosa
com o paciente é crítico para a redução da ansiedade. O
fornecimento de informações ao paciente e à família de modo
honesto e de suporte encoraja o paciente a ser um parceiro nos
cuidados e auxilia muito no desenvolvimento de uma relação
positiva. Outras intervenções que podem ser utilizadas para
reduzir a ansiedade incluem assegurar um ambiente silencioso,
prevenir interrupções que perturbem o sono e fornecer apoio
espiritual consistente com as crenças do paciente. O enfermeiro
oferece oportunidades para que o paciente compartilhe as
preocupações e os temores mantendo a sua privacidade. Uma
atmosfera de aceitação auxilia o paciente a saber que essas
preocupações e temores são realistas e normais. Terapias
alternativas, como a assistida por animais, auxiliam
determinados pacientes a relaxar e reduzir a ansiedade (Sehr,
Eisele-Hlubocky, Junker, et al., 2013). Muitos hospitais
desenvolveram procedimentos de controle de infecções e
segurança relativos aos animais, àqueles que os manuseiam e
aos pacientes elegíveis para a terapia com animais.
Boxe 7.10
Promoção a aúde
Manejo os intomas
pacient dev apr reconhec apr para
sintom recidivantes Assegur pacient como
r
• par assist emergênc pr torácic ( os
sint prodrômic f minut três
c oglic terv os
• Conta médic c ocorr desmaio bradicar ou
taquicar ornozelos.
Reavaliação
Entre os resultados esperados do paciente estão:
1. Alívio da angina.
2. Condições cardíacas e respiratórias estáveis.
3. Perfusão tissular adequada.
4. Diminuição da ansiedade.
5. Adesão a um programa de cuidados pessoais.
6. Ausência de complicações.
INTERVENÇÕE CORONARIANAS
PERCUTÂNEAS
Tipos de procedimentos
Os procedimentos de intervenção invasivos para tratar a DAC
incluem ACTP e implantação de stent intracoronariano. Estes
procedimentos são classificados como intervenções
coronarianas percutâneas (ICP), porque são realizados através
de uma punção da pele, em vez de uma incisão cirúrgica.
Complicações
As complicações que podem ocorrer durante um procedimento de
ICP incluem dissecação, perfuração, fechamento abrupto ou
vasospasmo da artéria coronária. As complicações adicionais
incluem IAM, arritmias sérias (p. ex., taquicardia ventricular) e
parada cardíaca. Algumas dessas complicações podem necessitar
de tratamento cirúrgico de emergência. As complicações após o
procedimento podem incluir fechamento abrupto da artéria
coronária e uma diversidade de complicações vasculares, tais
como sangramento no local de inserção, sangramento
retroperitoneal, hematoma e oclusão arterial (Douglas &
Applegate, 2013). Além disso, existe risco de lesão renal aguda
em virtude do agente de contraste utilizado durante o
procedimento (Tabela 27.4).
Cuidados pós-procedimento
Os cuidados do paciente são similares aos de um cateterismo
cardíaco diagnóstico (ver Capítulo 25). Os pacientes que ainda
não estão hospitalizados são admitidos no dia da ICP. Aqueles
sem complicações vão para casa no dia seguinte. Quando a ICP é
realizada como emergência para tratar a SCA, os pacientes
tipicamente são encaminhados para uma unidade de cuidados
críticos e permanecem no hospital por alguns poucos dias.
Durante a ICP, os pacientes recebem heparina IV ou um inibidor
de trombina (p. ex., bivalirudina) e são monitorados
cuidadosamente em relação aos sinais de sangramento. Os
pacientes também podem receber um agente de GP IIb/IIIa (p. ex.,
eptifibatida) por algumas horas após a ICP para prevenir a
agregação plaquetária e a formação de trombos na artéria
coronária (Amsterdam et al., 2014). A hemostasia é alcançada, e
as bainhas femorais podem ser removidas ao término do
procedimento por meio de um dispositivo de fechamento vascular
(p. ex., Angio-Seal™, VasoSeal®) ou um dispositivo que sutura os
vasos. A hemostasia após a remoção da bainha também pode ser
alcançada por meio de pressão manual direta, um dispositivo de
compressão mecânica (p. ex., grampo em formato de C), ou um
dispositivo de compressão pneumática (p. ex., FemoStop™).
Hematoma Dor nas costas, no anco ou Extravasamento arterial de Noti car o médico
retroperitoneal abdominal sangue para dentro do
Interromper os
espaço retroperitoneal
Hipotensão anticoagulantes
Formação de fístula Edema no local de acesso Traumatismo do vaso Noti car o médico
arteriovenosa vascular durante o procedimento
Antecipar a intervenção
Massa pulsátil e audível
Lesão renal aguda Débito urinário diminuído Agente de contraste Monitorar o débito urinário,
nefrotóxico BUN, creatinina,
Elevação de BUN, creatinina
eletrólitos
sérica
Fornecer a hidratação
adequada
Administrar agentes
protetores renais
(acetilcisteína) antes e
após o procedimento,
conforme prescrito
EC ocardiogr trav a.
A Ur D Stacy K L M.E Critic car nursing (7th
ed t ouis lsevier.
PROCEDIMENT CIRÚRGIC |
REVASCULARIZAÇÃ DA ARTÉRIA
CORONÁRIA
Os avanços no diagnóstico, no manejo clínico e nas técnicas
cirúrgicas e anestésicas, bem como os cuidados fornecidos nas
unidades de cuidados críticos e cirúrgicas, os cuidados
domiciliares e os programas de reabilitação continuaram a fazer
da cirurgia uma opção de tratamento efetiva para os pacientes
com DAC. A DAC tem sido tratada por meio de revascularização
miocárdica desde os anos 1960, e as técnicas de revascularização
do miocárdio mais comuns são realizadas por mais de 40 anos. A
revascularização do miocárdio (colocação de enxertos nas
artérias coronárias) é um procedimento cirúrgico no qual uma veia
ou uma artéria é enxertada em uma artéria coronária ocluída, de
modo que o fluxo sanguíneo possa fluir para além da oclusão.
As principais indicações para a revascularização do miocárdio
são:
• Alívio da angina que não pode ser controlada com
medicamento ou ICP
• Tratamento de estenose de artéria coronária principal esquerda
ou de várias artérias coronárias
• Prevenção e tratamento de IAM, arritmias ou insuficiência
cardíaca
• Tratamento de complicações em virtude de uma ICP
malsucedida.
A indicação de revascularização do miocárdio é determinada
por vários fatores, incluindo o número de artérias coronárias
obstruídas, o grau de disfunção ventricular esquerda, a ocorrência
de outros problemas de saúde, os sinais/sintomas do paciente e
qualquer tratamento anterior. Já foi constatado que a
revascularização cirúrgica do miocárdio e a intervenção
coronariana percutânea apresentam resultados semelhantes em
termos de desfechos como taxa de infarto do miocárdio, taxa de
mortalidade e melhora da angina pós-intervenção. Contudo, a
necessidade de uma segunda intervenção de reperfusão é
comprovadamente menor após a revascularização cirúrgica do
miocárdio em comparação com a intervenção coronariana
percutânea (Bravo, Rondon Clavo, Oliva, et al., 2014).
A revascularização do miocárdio é realizada com menos
frequência em mulheres (Ferrari, Abergel, Ford, et al., 2013). Em
comparação aos homens, as mulheres encaminhadas para esta
cirurgia tendem a ser idosas e apresentar mais comorbidades,
como diabetes melito. Além disso, elas correm maior risco de
complicações cirúrgicas e maior taxa de mortalidade (Pollock,
Hamman, Sass, et al., 2015). Embora algumas mulheres
apresentem bons resultados após a revascularização do
miocárdio, os homens costumam apresentar melhor taxa de
perviedade do enxerto e alívio dos sintomas.
Para que um paciente seja considerado para a
revascularização do miocárdio, as artérias coronárias a serem
revascularizadas devem apresentar oclusão de pelo menos 70%
(ou oclusão de pelo menos 50% na artéria coronária principal
esquerda) (Hillis, Smith, Anderson, et al., 2011). Se não houver
bloqueio significativo, o fluxo sanguíneo pela artéria competirá
com o fluxo pelo enxerto venoso ou arterial, e a circulação para a
área do miocárdio pode não melhorar. A artéria também precisa
estar pérvia além da área de bloqueio, ou o fluxo pelo enxerto será
impedido.
As diretrizes atuais recomendam que seja utilizada a artéria
mamária interna para a revascularização do miocárdio, se
possível. Estudos recentes demonstram aumento da sobrevida
quando são feitos enxertos bilaterais de artéria torácica (mamária)
interna (Yi, Shine, Rehman, et al., 2014). Os enxertos arteriais são
preferidos aos enxertos venosos, tendo em vista que não
desenvolvem alterações ateroscleróticas tão rapidamente e
permanecem pérvios por mais tempo. O cirurgião deixa a
extremidade proximal da artéria mamária intacta e destaca a
extremidade distal da artéria da parede torácica. Esta extremidade
da artéria em seguida é enxertada na artéria coronária distalmente
à oclusão. As artérias mamárias internas podem não ser longas o
suficiente para a utilização para diversos enxertos. Em virtude
disso, em muitas cirurgias de revascularização do miocárdio são
utilizados enxertos venosos e arteriais.
Uma veia comumente utilizada para a revascularização do
miocárdio é a veia safena magna, seguida pela veia safena parva
(Figura 27.9). A veia é removida da perna e enxertada na aorta
ascendente e na artéria coronária distalmente à lesão. Antes era
realizada uma incisão cutânea no comprimento do segmento
venoso, mas novas técnicas possibilitam pequenas incisões na
perna. Os métodos endovasculares de coleta venosa reduziram as
complicações, tais como infecção e deiscência do ferimento, que
estão associadas a incisões mais longas nas pernas (Raja &
Sarang, 2013). O edema de membros inferiores ainda é um efeito
adverso comum da remoção venosa. O grau de edema varia e
habitualmente diminui ao longo do tempo. A perviedade dos
enxertos venosos pode estar limitada. Em 5 a 10 anos, com
frequência, ocorrem alterações ateroscleróticas nos enxertos de
veia safena.
Complicações da cirurgia de
revascularização do miocárdio
A cirurgia de revascularização do miocárdio pode resultar em
complicações, tais como hemorragia, arritmias e IAM (Tabela
27.5). O paciente pode precisar de intervenções para mais de uma
complicação em uma ocasião. É necessária a colaboração entre
enfermeiros, médicos, farmacêuticos, terapeutas respiratórios e
nutricionistas para alcançar os resultados desejados do paciente.
Embora a maioria dos pacientes melhore sintomaticamente após a
cirurgia, a revascularização do miocárdio não é uma cura para
DAC, e angina, intolerância aos exercícios físicos ou outros
sintomas apresentados antes da cirurgia podem recidivar. Os
medicamentos exigidos antes da cirurgia podem não precisar ser
continuados. As modificações do estilo de vida recomendadas
antes da cirurgia permanecem importantes para tratar a DAC de
base e para a continuação da viabilidade dos enxertos
recentemente implantados.
Manejo de enfermagem
Hipovolemia (causa Perda efetiva de sangue e volume Hipotensão arterial, taquicardia, PVC e POAP baixas
mais comum de intravascular são observadas com frequência
diminuição do
Vasodilatação em virtude do É prescrita reposição de líquido. As soluções de
débito cardíaco
reaquecimento pós-operatório reposição incluem coloides (albumina),
após a cirurgia
concentrado de hemácias ou cristaloides (soro
cardíaca) Perda de líquido intravascular para os
siológico, Ringer com lactato)
espaços intersticiais, tendo em vista
que a cirurgia e a anestesia
aumentam a permeabilidade
capilar
Sobrecarga de líquido As soluções IV e os hemoderivados PVC e pressões na artéria pulmonar altas, bem
aumentam o volume circulante como estertores crepitantes, indicam sobrecarga
de líquido
Bradicardias Diminuição da frequência cardíaca em Muitas vezes são deixados, no período pós-
virtude do traumatismo cirúrgico e operatório, os de estimulação que podem ser
do edema que afetam o sistema de conectados a um marca-passo externo para
condução cardíaca aumentar a frequência cardíaca. Menos
comumente, atropina ou outros medicamentos
podem ser utilizados para aumentar a
frequência cardíaca
Insu ciência cardíaca A contratilidade miocárdica pode estar O enfermeiro detecta e relata sinais de insu ciência
diminuída no período cardíaca, incluindo hipotensão, qPVC, ↑ POAP,
perioperatório distensão venosa; respiração di cultada e
edema
IAM (pode ocorrer no Parte do músculo cardíaco morre; Avaliação cuidadosa para determinar o tipo de dor
período portanto, a contratilidade diminui. que o paciente está sentindo; suspeita-se de
intraoperatório ou O comprometimento da IAM se a PAM for baixa com pré-carga normal
pós-operatório) movimentação da parede
ECG e biomarcadores cardíacos seriados auxiliam na
ventricular diminui ainda mais o
obtenção do diagnóstico (as alterações podem
débito cardíaco. Os sintomas podem
ocorrer em virtude da intervenção cirúrgica)
ser mascarados pelo desconforto
cirúrgico pós-operatório ou pelo
esquema de anestesia-analgesia
Complicações pulmonares
Complicações neurológicas
Alterações Trombos e êmbolos podem causar Incapacidade física de seguir comandos simples em
neurológicas; infarto cerebral, e os sinais 6 h da recuperação da anestesia; hemiplegia ou
acidente vascular neurológicos podem se evidenciar outras alterações neurológicas podem indicar
encefálico quando o paciente se recupera da AVE
anestesia
Os pacientes idosos ou que apresentem
insu ciência renal ou hepática podem demorar
mais tempo para se recuperar da anestesia
Outras complicações
Insu ciência hepática A cirurgia e a anestesia estressam o A utilização de medicamentos metabolizados pelo
fígado. Mais comum em pacientes fígado deve ser minimizada
com cirrose, hepatite, ou
Os níveis de bilirrubina e albumina são
insu ciência cardíaca do lado
monitorados, e é fornecido suporte nutricional
direito prolongada
Infecção A cirurgia e a anestesia alteram o Monitorar quanto aos sinais de possível infecção:
sistema imune do paciente. temperatura corporal, contagem total e
Diversos dispositivos invasivos diferencial de leucócitos, locais de incisão e
utilizados para monitorar e punção, urina (limpidez, cor e odor), sons
amparar a recuperação do paciente respiratórios bilaterais, expectoração (cor, odor,
podem atuar como fonte de volume)
infecção
A terapia com antibióticos pode ser instituída ou
modi cada conforme necessário
■ Avaliação do paciente
Os pacientes com frequência são hospitalizados no dia do
procedimento. Portanto, a maior parte da avaliação pré-operatória
é concluída no consultório do médico e durante os exames pré-
hospitalização.
A equipe de enfermagem e médica obtém uma história e
realiza o exame físico. Os exames pré-operatórios são compostos
por uma radiografia torácica; ECG; exames laboratoriais, incluindo
estudos de coagulação; e tipificação sanguínea e reação cruzada.
A história pré-operatória e a avaliação de saúde devem ser
completas e bem documentadas, tendo em vista que fornecem a
base para a comparação pós-operatória. O enfermeiro avalia o
paciente em relação a distúrbios que possam complicar ou afetar a
evolução pós-operatória, tais como diabetes melito, hipertensão e
doença pulmonar.
A avaliação de saúde concentra-se na obtenção das
informações fisiológicas, psicológicas e sociais basais. O estado
cognitivo é cuidadosamente avaliado, tendo em vista que
pacientes com comprometimento cognitivo precisarão de mais
assistência após a cirurgia e podem necessitar de cuidados
subagudos antes de voltar para casa. Adultos mais velhos correm
risco elevado de apresentar desfechos cognitivos adversos após
cirurgia cardíaca (Bartels, McDonagh, Newman, et al., 2013). As
necessidades de aprendizado do paciente e da família são
identificadas abordadas. Especialmente importantes são o nível
funcional habitual, os mecanismos de enfrentamento e os
sistemas de suporte disponíveis do paciente. Estes afetam a
evolução pós-operatória, os planos da alta e a reabilitação do
paciente.
O sistema cardiovascular é determinado por meio da revisão
dos sintomas do paciente, incluindo experiências anteriores e
atuais com dor torácica, palpitações, dispneia, dor nas pernas que
ocorre com caminhadas (claudicação intermitente) e edema
periférico. Também é obtida a história do paciente de doenças
importantes, cirurgias anteriores, medicamentos e uso de drogas
ilícitas e fármacos sem prescrição médica, fitoterápicos, etilismo e
tabagismo. Atenção especial é dada para o controle da glicose
sérica em pacientes diabéticos, tendo em vista que há maior
incidência de complicações pós-operatórias quando o controle
glicêmico é insuficiente (Engoren, Schwann, & Habib, 2014).
A avaliação psicossocial e a análise das necessidades de
aprendizado do paciente e da família são também importantes. A
antecipação da cirurgia cardíaca é uma fonte de muito estresse
para o paciente e a família, e os pacientes com altos níveis de
ansiedade apresentam resultados mais desfavoráveis
(Feuchtinger, Burbaum, Heilmann, et al., 2013). Entretanto,
espera-se alguma ansiedade, e trabalhar tais preocupações pode
ajudar os pacientes a identificar prioridades e encontrar
estratégias de enfrentamento que os auxiliem a enfrentar a
ameaça da cirurgia. Podem ser feitas perguntas para obter as
seguintes informações:
• Conhecimento e compreensão sobre o procedimento cirúrgico,
a evolução pós-operatória e a recuperação
• Temores e preocupações a respeito da cirurgia e das futuras
condições de saúde
• Mecanismos de enfrentamento úteis para o paciente
• Sistemas de suporte disponíveis durante e após a hospita-
lização.
■ Orientações ao paciente
Boxe 7.11
c. Medir a drenagem torácica c. A perda sanguínea excessiva • Glicose sérica < 160 g/dℓ
pós-operatória; a cessão da da cavidade torácica pode
drenagem pode indicar causar hipovolemia.
dreno torácico dobrado ou
bloqueado. Assegurar a
permeabilidade e a
integridade do sistema de
drenagem.
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de confusão aguda relacionada com alteração do ciclo de sono-vigília,
comprometimento das funções metabólicas, uso de múltiplos medicamentos.
OBJETIVO: prevenção de confusão mental aguda/delirium pós-cardiotomia.
1. Utilizar medidas para prevenir o 1. Delirium pós-cardiotomia pode • Coopera com os procedimentos
delirium pós-cardiotomia: resultar de alteração do ciclo de
• Dorme por intervalos longos e
sono-vigília, comprometimento
a. Explicar todos os ininterruptos
das funções metabólicas e uso de
procedimentos e a
múltiplos medicamentos. • Orientado quanto à pessoa, ao
necessidade de cooperação do
Normalmente, os ciclos de sono local e ao tempo
paciente.
têm duração de no mínimo 50 • Não apresenta distorções
b. Planejar os cuidados de
min. O primeiro ciclo pode ter de perceptivas, alucinações,
enfermagem para
90 a 120 min de duração e, em desorientação, ideias delirantes
proporcionar períodos de sono
seguida, encurtar durante os
ininterrupto com o padrão de
ciclos sucessivos. A privação do
dia e noite normal do
sono ocorre quando os ciclos de
paciente.
sono são interrompidos ou são de
c. Promover a continuidade dos quantidade inadequada.
cuidados.
d. Orientar quanto ao tempo e
ao local com frequência.
Encorajar as visitas da família.
e. Avaliar quanto a
medicamentos que possam
contribuir para o delirium.
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: dor aguda relacionada com o traumatismo cirúrgico e a irritação pleural causada por
drenos torácicos.
OBJETIVO: alívio da dor.
Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados
1. Registrar a natureza, o tipo, a 1. A dor e a ansiedade aumentam a • Relata que a intensidade da dor
localização, a intensidade e a frequência de pulso, o consumo está diminuindo
duração da dor. de oxigênio e o esforço cardíaco.
• Diminuição da inquietação
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de perfusão renal ine caz relacionada com a diminuição do débito cardíaco, a
hemólise ou a terapia medicamentosa com vasopressor.
OBJETIVO: manutenção da perfusão renal adequada.
1. Avaliar a função renal: 1. A lesão renal pode ser causada • Débito urinário consistente com
por perfusão de ciente, a ingestão de líquido; > 0,5
hemólise, débito cardíaco baixo, mℓ/kg/h
e utilização de agentes
• Gravidade especí ca urinária de
vasopressores para aumentar a
1,003 a 1,030
pressão arterial.
• Ureia sérica (BUN), creatinina e
eletrólitos nos limites normais
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: termorregulação ine caz relacionada com infecção ou síndrome pós-
pericardiotomia.
OBJETIVO: manutenção da temperatura corporal normal.
1. Avaliar a temperatura a cada 1. Febre pode indicar processo • Temperatura corporal normal
hora. infeccioso ou in amatório.
• As incisões estão livres de
2. Utilizar técnica asséptica ao 2. Diminui o risco de infecção. infecções e estão cicatrizando
trocar os curativos, aspirar o • Ausência de sintomas de
tubo endotraqueal; manter os síndrome pós-pericardiotomia:
sistemas fechados para todos os febre, mal-estar, efusão
acessos IV e arteriais e para o pericárdica, frêmito de fricção
cateter urinário permanente. pericárdica, artralgia
• Esquema medicamentoso
• Cuidados da incisão
■ Avaliação do paciente
Quando o paciente é internado na unidade de tratamento intensivo
ou no setor de recuperação pós-anestésica, as equipes médica e
de enfermagem realizam avaliações completas de todos os
sistemas a intervalos de pelo menos 4 horas. É necessário avaliar
os parâmetros a seguir:
Estado neurológico: nível de responsividade, tamanho das
pupilas e reação à luz, simetria facial, movimentação dos
membros e força de preensão.
Estado cardíaco: frequência e ritmo cardíacos, sons cardíacos,
estado do marca-passo, pressão arterial, pressão venosa central
(PVC); em pacientes selecionados, parâmetros hemodinâmicos:
pressão arterial pulmonar, pressão de oclusão da artéria pulmonar
(POAP), débito e índice cardíaco, resistência vascular sistêmica e
pulmonar, saturação venosa mista de oxigênio (Sv–O2). Um
cateter de artéria pulmonar é utilizado com frequência para
monitorar esses parâmetros. Uma opção seria calcular o
monitoramento minimamente invasivo do volume sistólico, a
resistência vascular sistêmica e o débito cardíaco por meio das
pressões obtidas no acesso arterial (p. ex., monitor Vigileo® com
sensor FloTrac™) (ver no Capítulo 25 uma descrição detalhada
sobre o monitoramento hemodinâmico).
Condições respiratórias: movimentação torácica, sons
respiratórios, configurações do ventilador (p. ex., frequência,
volume corrente, concentração de oxigênio, modo, tal como
assisto-controlado, pressão positiva expiratória final (PEEP),
suporte pressórico), frequência respiratória, pressão inspiratória
máxima, saturação de oxigênio percutânea (SpO2), dióxido de
carbono expirado (CO2), drenagem por dreno torácico pleural,
gasometria arterial (ver nos Capítulos 20 e 21 descrições
detalhadas da avaliação respiratória e do manejo ventilatório).
Estado vascular periférico: pulsos periféricos; coloração da
pele, dos leitos ungueais, das mucosas, dos lábios e dos lóbulos
das orelhas; temperatura da pele; edema; condição dos curativos
e dos acessos invasivos.
Função renal: débito urinário; creatinina sérica e eletrólitos.
Estado hidreletrolítico: equilíbrio hídrico cuidadoso, incluindo
todas as soluções IV e hemoderivados, produção de todos os
tubos de drenagem; indicadores clínicos e laboratoriais de
desequilíbrio.
Dor: natureza, tipo, localização e duração; apreensão; resposta
aos analgésicos.
A avaliação também inclui a verificação de todos os
equipamentos e dos drenos para assegurar que estejam
funcionando adequadamente; tubo endotraqueal, respirador,
monitor de CO2 expirado, monitor de SpO2, cateter de artéria
pulmonar, monitor de Sv–O2, acessos arteriais e IV, dispositivos de
infusão IV e equipos, monitor cardíaco, marca-passo, drenos
torácicos e sistema de drenagem urinária.
Quando o paciente readquire a consciência e progride pelo
período pós-operatório, o enfermeiro também avalia os
indicadores das condições psicológicas e emocionais. O paciente
pode apresentar comportamento que reflete negação ou
depressão ou apresentar delirium pós-operatório. Os sinais
característicos de delirium incluem ilusões perceptivas
temporárias, alucinações visuais e auditivas, desorientação e
ideias delirantes paranoicas. Os pacientes que apresentam
delirium após a cirurgia cardíaca têm desfechos piores que
pacientes semelhantes sem essa complicação (Mangusan,
Hooper, Denslow, et al., 2015).
As necessidades da família também precisam ser avaliadas. O
enfermeiro verifica como os familiares estão lidando com a
situação; determina as suas necessidades psicológicas,
emocionais e espirituais; e descobre se eles estão recebendo
informações adequadas a respeito da condição do paciente.
■ Monitoramento de complicações
O paciente é avaliado continuadamente em relação às
complicações iminentes (ver Tabela 27.5). O enfermeiro e a equipe
cirúrgica atuam em cooperação para prevenir complicações,
identificar os sinais e sintomas iniciais de complicações e instituir
medidas para reverter a sua progressão.
Boxe 7.12
Per l e esquisa e nfermagem
Finalidade
Hiperglic ur ardíac ecç
cirúrgic esternal Toda protoc par controle
glic hiperglic hipoglic e
aument mortalidade Portanto recent ap o
contr moder glic cirur cardíac primeir propósit desse
fo mensuraç conheciment enf unidade
cu crític sobr contr glicêmic cirur cardíac ant de da
orientação propósit f av seguranç ef um
protoc c controle
glicêmic t ur ardíaca.
Metodologia
Iow Evidence Practic t Promot Qualit Car (Mod de
Iow prátic b par promov c qualidade)
fornec arcabouç par projeto pr enfermagem
completar par mensur conheciment controle
glicêmic ant instrução sobr nív de glicose
for c retrospectivament pacient cirurgia
cardíac d anest até anest Os
nív de glic for compar entr ant at a
instituiç nov protoc nov protoc identi cou
ℓ.
Achados
conheciment pr enf aument signi cativamente
orientação Is melhor escor avaliação escores
pré-test for (n = escores pós-test for de
n nív séric glic implementaç protocolo
f mg/dℓ A disso inci hipoglic c níveis
séric glic inferior mg/dℓ f signi cativament por esse
nov protocolo porcen nív glic inferiore 180
mg/dℓ
■ Alívio da dor
Os pacientes que se submeteram à cirurgia cardíaca podem
apresentar dor na área peri-incisional ou por todo o tórax, os
ombros e as costas. A dor resulta do traumatismo na parede
torácica e da irritação da pleura pelos drenos torácicos, bem como
da incisão dos locais de coleta do enxerto venoso ou arterial
periférico.
O enfermeiro avalia os pacientes em relação a indicadores
verbais e não verbais de dor e registra a natureza, o tipo, a
localização e a duração da dor. Para reduzir a intensidade da dor,
o enfermeiro encoraja o paciente a aceitar os medicamentos
regularmente. O acréscimo de analgésicos auxiliares (agentes
anti-inflamatórios, relaxantes musculares) aos opioides diminui a
quantidade de opioides necessária para o alívio da dor e aumenta
o conforto do paciente. Os pacientes relatam mais dor durante a
tosse, a movimentação para os lados e a mobilização. O suporte
físico da incisão com uma toalha de banho dobrada ou um
pequeno travesseiro durante a respiração profunda e a tosse
ajuda a minimizar a dor. O paciente deve ser capaz de participar
de exercícios respiratórios e aumentar progressivamente os
cuidados pessoais. O conforto do paciente melhora após a
remoção dos drenos torácicos.
A dor provoca angústia, que pode estimular o sistema nervoso
central a liberar catecolaminas, resultando em constrição das
arteríolas e aumento da frequência cardíaca. Isso pode causar
aumento da pós-carga e diminuição do débito cardíaco. Opioides
aliviam a dor e induzem sono e sensação de bem-estar, que
reduzem a taxa metabólica e as demandas de oxigênio. Após a
administração de opioides, é necessário documentar as
observações que indicam alívio da apreensão e da dor no
prontuário do paciente. O enfermeiro observa o paciente em
relação a quaisquer efeitos adversos dos opioides, incluindo
depressão respiratória, hipotensão, constipação intestinal, íleo
paralítico ou retenção urinária. Se ocorrer depressão respiratória,
pode ser necessária a administração de um antagonista de opioide
(p. ex., naloxona) (ver discussão adicional sobre intervenções não
farmacológicas para dor no Capítulo 12).
AVDs t
1 O lipidograma de um paciente de 68 anos de idade apresenta os seguintes resultados: colesterol total, 267 mg/dl;
LDL-colesterol, 177 mg/dl; HDL-colesterol, 38 mg/dl e triglicerídios, 459 mg/dl. Ele está solicitando mais informações
sobre hipercolesterolemia e como melhorar os resultados de seu lipidograma. Quais são os valores séricos normais do
colesterol em jejum? Quais modi cações do estilo de vida deste paciente poderiam ser feitas para melhorar seus níveis
séricos de colesterol? Quais medicamentos podem ser prescritos? Além do médico do paciente, que outros membros da
equipe de saúde devem participar do plano de tratamento?
2 Um homem de 80 anos de idade foi admitido com dor torácica no hospital em que você trabalha. Ele foi
descrito como estável durante o último plantão. Quando você começa sua avaliação, ele declara que a dor torácica
piorou e ele está dispneico. Com base nas diretrizes baseadas em evidências, quais seriam suas intervenções iniciais?
Quais exames complementares podem ser realizados? Quais tipos de intervenção estão disponíveis se for determinado
o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio?
3 Você está na unidade de tratamento intensivo cuidando de uma mulher de 75 anos de idade que foi
submetida à revascularização cirúrgica do miocárdio há 2 dias. Ela está puxando seus tubos torácicos e tentando sair
sozinha do leito. Você está preocupado com a possibilidade de delirium. Quais intervenções são suas prioridades para
manter essa paciente segura? Identi car quais parâmetros precisam ser avaliados imediatamente. Qual exame
complementar deve ser feito para descartar a possibilidade de condições siológicas? Quais medicamentos podem
estar contribuindo para o delirium desta paciente?
Referências bibliográficas
*Pesquisa em enfermagem.
**Referência clássica.
Livros
Ackley, B. J., & Ladwig, G. B. (2014). Nursing diagnosis handbook
(10th ed.). Maryland Heights, MO: Elsevier.
Burchum, J. R., & Rosenthal, L. D. (2016).Lehne’s pharmacology
for nursing care (9th ed.). St. Louis, MO: Elsevier.
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(9th ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins.
McCance, K. L., Huether, S. E., Brashers, V. L., et al. (2014).
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Recursos
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National Institutes of Health, National Heart, Lung, and Blood
Institute, www.nhlbi.nih.gov
Therapeutic Lifestyles Changes (TLC) Diet, TLCdiet.org
___________
1
N.R.T.: No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovou o medicamento biológico em 2016.
N.R.T.: As doenças cardiovasculares são a principal causa de
2
morte no mundo.
Vol.28,n.3,pp.77-79 (Set-Nov 2019) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR
LEILYANNE DE ARAÚJO MENDES OLIVEIRA1*, CAMILA ROCHA MARTINS², ANA VIRGÍNIA CAMPOS
FONTINELE3, CRISTIANA PACÍFICO OLIVEIRA4, MÁRCIA PINHEIRO DE ARAÚJO5, JOSENICE
MARQUES DE SOUZA6, RAVENA VAZ FEITOSA CASTELO BRANCO7, JANAINNA MARIA MAIA8,
MARIA LILLIENE CARDOZO DE MELO9
1. Enfermeira Obstetra pelo programa de residência em enfermagem obstétrica da Universidade Federal do Piauí; 2. Enfermeira, Especialista em Terapia
Intensiva pela Universidade Estadual do Piauí, e enfermeira Obstetra pelo programa de residência em enfermagem obstétrica da Universidade Federal
do Piauí; 3. Especialista em enfermagem obstétrica pela Universidade Federal do Piauí; 4. Enfermeira e Assistente Social, Especialista em Saúde da
Família pela Universidade Federal do Piauí, Especialista em Nefrologia Multidisciplinar pela Universidade Federal do Maranhão; 5. Enfermeira
Obstetra pelo programa de residência em enfermagem obstétrica da Universidade Federal do Piauí; 6. Enfermeira Especialista em Enfermagem
Obstétrica pela Universidade Federal do Piauí; 7. Enfermeira, especialista em UTI neonatal e Pediátrica e Mestranda em Ensino e Saúde pela
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. 8. Enfermeira, Especialista em Nefrologia pela UNIPOS. 9 Fisioterapeuta, Especialista em fisioterapia
neurológica funcional pelo Centro de Ensino Unificado de Teresina –CEUT e especialista em saúde da mulher.
* Rua Haiti, 515, Cidade Nova, Teresina, Piauí, Brasil. CEP: 64016-400. leimendes@hotmail.com
RESUMO 1. INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares possuem grande relevância
As doenças cardiovasculares possuem grande
nas taxas de mortalidade e aumento no número de
internações, essas doenças acometidas por diversos fatores relevância nas taxas de mortalidade e aumento no
devem ser tratadas imediatamente após o aparecimento número de internações, essas doenças acometidas por
dos primeiros sintomas. O presente estudo trata-se de uma diversos fatores devem ser tratadas imediatamente após
revisão de literatura. Como resultados encontramos 2 o aparecimento dos primeiros sintomas, portanto o papel
categoriais temáticas para melhor abordamos a discussão do enfermeiro nas unidades de urgência e emergência se
da literatura. O enfermeiro, por meio de seus cuidados, é resume em estar capacitados para diagnosticar
um profissional essencial na construção da conduta precocemente e prestar assistência de forma organizada,
adequada no cuidado com o paciente infartado. Conclui-se segura e de acordo com os protocolos para melhor
que a conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado
resultado na intervenção terapêutica1.
exige capacitação e competência técnica em relações de
sinais e sintomas para o infarto do miocárdio. Entende-se por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
uma lesão do músculo cardíaco, causado pela oferta
PALAVRAS-CHAVE: Infarto agudo do miocárdio, inadequada de oxigênio e nutrientes, levando a
cuidados de enfermagem, enfermeiro. obstrução do fluxo sanguíneo e consequentemente a
necrose da área afetada. A extensão da necrose depende
de fatores como o calibre da artéria acometida, tempo de
evolução da obstrução e desenvolvimento de circulação
ABSTRACT colateral 2.
Cardiovascular diseases have great relevance in mortality rates Os fatores que predispõem o IAM estão relacionados
and an increase in the number of hospitalizations. These à idade, colesterol alto, diabetes, tabagismo, obesidade e
diseases, which are affected by several factors, must be treated fatores hereditários. Os sinais e sintomas mais
immediately after the onset of the first symptoms. The present frequentes do IAM são: dor torácica persistente, de
study deals with a literature review. As results we find 2 início súbito e forte intensidade, localizada sobre a
thematic categories to better approach the literature discussion. região esternal com irradiação para o braço esquerdo e
The nurse, through his or her care, is an essential professional mandíbula. Esta dor pode vir acompanhada de sudorese,
in the construction of the proper conduct in the care of the
náusea, vômito, palidez, podendo ocorrer uma síncope3.
infarcted patient. It is concluded that the nurse's conduct
towards the infarcted patient requires training and technical A atuação do enfermeiro na assistência ao paciente
competence in relation to signs and symptoms for myocardial com suspeita de IAM o profissional deve promovendo
infarction. um plano de cuidado adequado para cada pessoa, se
preocupando com a reabilitação, mas sempre atuando
KEYWORDS: Acute myocardial infarction, nursing care, com humanização, lembrando-se do indivíduo como um
nurse.
ser que tem suas crenças e valores, favorecendo um
No presente estudo foi trabalhada a revisão narrativa PRAZERES et al10 2013 Texto Contexto
que consiste é um dos tipos de revisão de literatura, pela Enferm
possibilidade de acesso e desenvolvimento do problema SAMPAIO; MUSSI 2010 Rev Enferm UERJ
e seu gerenciamento, bem como para discutir o assunto 11
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 247
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
MEDLINE (n =951)
LILACS (n = 51)
CINAHL (n = 185)
Artigos sem resumo
TOTAL= 1187 disponível (n= 68)
Triagem
Figura 1. Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa.
Vitória (ES), Brasil, 2015.
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 249
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Medo/medo da morte 6
Náusea 6
Desconforto físico/Mal-estar 5
Azia/Eructação/Perda de apetite 4
Confusão/confusão mental 4
Vômito 4
Fraqueza 3
Eliminação urinária prejudicada/Hiperuricemia 2
Disfunção sexual 1
Insônia 1
Letargia 1
Percepção sensorial perturbada 1
Perfusão tissular ineficaz 1
Sensação de calor 1
Figura 3. Frequência absoluta dos sinais, sintomas e complicações do IAM encontrados na revisão
integrativa da literatura e agrupados segundo suas semelhanças clínicas. Vitória (ES), Brasil, 2015.
A dor no peito foi o sintoma mais frequente A insuficiência cardíaca é uma das
nos artigos desta revisão (75 vezes). Ela complicações mais frequentes pós IAM, sendo
também foi denominada de dor torácica, dor evidenciada 52 vezes nesta revisão. Em
precordial ou precordialgia. Descrita como relação ao surgimento da insuficiência
aperto, opressiva, com irradiação para os cardíaca e à gravidade funcional do IAM, vale
membros superiores, mandíbula, dorso ou ressaltar a elaboração da classificação clínica
epigástrio, sendo acompanhada, ou não, por de Thomas Killip III e John T. Kimball, que foi
dispneia (24 vezes), sudorese fria (sete divulgada inicialmente em 1967 com o
vezes), náuseas (seis vezes) e vômitos (quatro propósito de descrever os resultados do
vezes). Tal dor tem origem isquêmica e é tratamento de 250 pacientes com IAM
caracterizada pelo sinal de Levine (o paciente internados em uma unidade coronariana de
coloca sua mão espalmada sobre o centro do um hospital universitário dos Estados Unidos.
precórdio). O desconforto comum na dor é Foi apresentada com base nas evidências
retroesternal e de localização difusa. Mesmo clínicas de insuficiência cardíaca e do choque
sendo impossível caracterizar a parede cardiogênico. Dessa forma, relacionou-se a
miocárdica acometida pela isquemia tecidual gravidade funcional com a morbidade e
somente pela localização da dor e a sua mortalidade do IAM classificadas em: Killip I –
irradiação, já se verificou uma associação sem sinais de descompensação cardíaca; Killip
entre a dor epigástrica com o infarto na II – com estertores crepitantes pulmonares,
parede inferior miocárdica.132 presença de terceira bulha e pressão venosa
Os pacientes que apresentam o desconforto jugular elevada; Killip III – com edema agudo
torácico atípico que são similares às causas de de pulmão e Killip IV – com choque
origem musculoesquelética, postural ou cardiogênico ou hipotensão arterial e
pleurítica, geralmente, são os idosos, os vasoconstrição periférica.134-5
diabéticos e as mulheres. Os diabéticos podem A dispneia foi encontrada em 24 artigos
apresentar os seguintes sinais e sintomas desta revisão e significa “falta de fôlego”. É
atípicos: fraqueza generalizada, síncope, uma sensação subjetiva de desconforto
tonturas ou alteração no nível de consciência. respiratório que consiste em sensações
Algumas mulheres que apresentam síndrome qualitativamente distintas e que variam em
coronariana aguda descrevem um desconforto intensidade. Pode ser percebida de diferentes
torácico vago que pode desaparecer. Além maneiras como sensação de aperto no peito,
disso, manifestam com frequência: dispneia, sufocamento, falta de ar ou incapacidade de
fraqueza, fadiga incomum, sudorese fria, encher o pulmão de ar. Classifica-se como
tontura, náusea e vômitos e têm duas vezes leve, moderada, moderadamente intensa ou
mais probabilidade de vir a óbito e reinfartar intensa e é considerada um equivalente
nas primeiras semanas após o IAM em relação anginoso no que tange às manifestações da
aos homens. Entretanto, nem todos os isquemia miocárdica.136-8
indivíduos irão apresentar dor torácica como, Uma das causas da dispneia no IAM é a
por exemplo, alguns diabéticos (devido à disfunção ventricular esquerda, que pode ser
neuropatia sensitiva e autonômica), algumas evidenciada devido à presença de crepitações
mulheres e idosos.5 (ou estertores) pulmonares, mais comuns em
A mortalidade intra-hospitalar por doenças lobos dependentes (direito e bases do pulmão
cardiovasculares é maior entre doentes com esquerdo). A crepitação pulmonar é causada
diabetes mellitus tipo II conhecido e com pior por reinflação súbita de grupos de alvéolos e
controle glicêmico.133 aumento de fluido em pequenas vias aéreas. O
som é como “esmagamento de papel
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Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...
Submissão: 05/06/2017
Aceito: 13/11/2017
Publicado: 01/01/2018
Correspondência
Renata Soares Passinho
Universidade Federal do Sul da Bahia - Campus
Sosígenes Costa
BR 367, Km 31
CEP: 45810-000 − Porto Seguro (BA), Brasil
Português/Inglês
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