Você está na página 1de 173

Objetivos de aprendizagem

Ap apítulo oc
1 Descrev siopat manifestaç clínic tratament da
ateroscler oronariana.
2 Disc a siopat manifestaç clínic tratament da
o.
3 Aplic processo enf c estrutur par c de
pacient o.
4 Descrev siopat manifestaç clínic tratament do
infart árdio.
5 Aplic proc d enf c estrutur par c um
pacient or
6 Descrev procediment intervenç cor perc e
revascularizaç árdio.
7 Identi c c enfermagem pacient f submetido
procediment intervenç cor perc par o
tratament t oronária.
8 Aplic proc enf c estrutur par cuidados
t ur ardíaca.

Glossário

o: orácic árdio
cor perc (ACTP): de
intervenç perc art coronária
par r ater desobstr vaso melhor uxo
t oronária
ateroma: revestiment br compost c muscular lisas se
f sobr depósit lipídic v art pr par o
vaso estreitando- obstr ux também
a
aterosclerose: acúmulo depósit lipídic t br nas
par t terial
contratilidade: capacida músc cardíac encur r um
o
infart miocár (IAM): mort t cardíac c pela
xigenado
intervenç coro percutân (ICP): procediment cateter
po art cor div método é
empr téria
isquemia: xigenaç te
lipoprot (HDL): prot que
transpor colester at par excreç c uma
proporç prot lipoprot baixa
eit terial
lipoprot (LDL): a prot que
transpor colester at tecidos c compost proporção
prot lipoprot tem
efeit terial
mort ardíaca: essaç ardíac etiva
revascularizaç miocárdio: procediment cirúrgic vaso
outr part c é enxer art cor ocluída,
abaix
síndr corona (SCA): si sint indic angina
instáv t árdio
síndr metabólica: conjunt a metabólicas incluindo
resist insulínic obesidade hipertensão aumen o
risc ardiovascular
stent: m meta propor suport estrutur par vaso
coronariano ev echamento
trombolítico: agent farmacológic r c sanguíneos;
alternativament o
troponina: biomarca músc cardíac su mediç c um
indic ardíaca

A doença cardiovascular é a causa principal de morte nos EUA


para homens mulheres de todos os grupos raciais (Mozaffarian,
Benjamin, Go, et al., 2016). As pesquisas relacionadas com a
identificação e o tratamento da doença cardiovascular incluem
todos os segmentos da população afetados por condições
cardíacas, incluindo mulheres, crianças e pessoas de diversos
antecedentes raciais e étnicos. Os resultados das pesquisas em
andamento são utilizados pelos enfermeiros para identificar
estratégias de prevenção e tratamento específicas nessas
populações.

DOENÇA DA ARTÉRIA CORONÁRIA


A doença da artéria coronária (DAC) é o tipo mais prevalente de
doença cardiovascular em adultos. Por este motivo, os
enfermeiros devem reconhecer as diversas manifestações das
condições arteriais coronarianas e os métodos com base em
evidências para a avaliação inicial, a prevenção e o tratamento
desses distúrbios.

ATEROSCLEROSE CORONARIANA
A causa mais comum de doença cardiovascular nos EUA é a
aterosclerose, um acúmulo anormal de lipídios e tecido fibroso no
revestimento das paredes das artérias. Essas substâncias
bloqueiam e estreitam os vasos coronarianos, de modo que
reduzem o fluxo sanguíneo para o miocárdio. A aterosclerose
envolve uma resposta inflamatória repetitiva à lesão da parede da
artéria e a subsequente alteração nas propriedades estruturais e
bioquímicas das paredes arteriais. As novas informações que se
relacionam a desenvolvimento da aterosclerose aumentaram a
compreensão sobre o tratamento e a prevenção desse processo
progressivo e potencialmente fatal.

Fisiopatologia
A resposta inflamatória envolvida no desenvolvimento da
aterosclerose tem início com a lesão do endotélio vascular e
progride ao longo de muitos anos (McCance, Huether, Brashers, et
al., 2014). A lesão pode ser iniciada por tabagismo, hipertensão
arterial, hiperlipidemia e outros fatores. O endotélio é submetido a
alterações e interrompe a produção dos agentes antitrombóticos e
vasodilatadores normais. Na inflamação ocorre atração de células
inflamatórias, tais como monócitos (macrófagos). Os macrófagos
fagocitam os lipídios, transformando-se em “células espumosas”
que transportam os lipídios para dentro da parede arterial. Uma
parte dos lipídios é depositada sobre a parede arterial, formando
estrias gordurosas. Os macrófagos ativados também liberam
substâncias bioquímicas que podem lesionar ainda mais o
endotélio por meio da contribuição com a oxidação da lipoproteína
de baixa densidade (LDL). A LDL oxidada é tóxica para as células
endoteliais e abastece a progressão do processo aterosclerótico
(Grossman & Porth, 2014).
Após o transporte dos lipídios para dentro da parede arterial,
as células musculares lisas proliferam e formam um revestimento
fibroso sobre um centro preenchido por infiltrado lipídico e
inflamatório. Esses depósitos, denominados ateromas, ou placas,
projetam-se para o lúmen do vaso, estreitando-o e obstruindo o
fluxo sanguíneo (Figura 27.1). A placa pode ser estável ou
instável, dependendo do grau de inflamação e da espessura do
revestimento fibroso. Se o revestimento fibroso sobre a placa for
espesso e o acúmulo lipídico permanecer relativamente estável,
ele conseguirá resistir ao estresse do fluxo sanguíneo e da
movimentação do vaso. Se o revestimento for fino e a inflamação
estiver em andamento, a lesão se tornará o que se denomina
placa vulnerável. Neste ponto, o centro lipídico pode crescer,
causando a ruptura da placa fibrosa. Uma placa rompida atrai
plaquetas e causa a formação de um trombo. O trombo pode,
então, obstruir o fluxo sanguíneo, originando a síndrome
coronariana aguda (SCA), que pode resultar em infarto agudo do
miocárdio (IAM). Quando ocorre IAM, uma parte do músculo
cardíaco deixa de receber fluxo sanguíneo e torna-se necrótica.
A estrutura anatômica das artérias coronárias as torna
particularmente suscetíveis a aterosclerose. Conforme ilustrado na
Figura 27.2, as três artérias coronárias principais apresentam
diversos ramos. As lesões ateroscleróticas mais frequentemente
se formam onde os vasos se ramificam, sugerindo um
componente hemodinâmico, que favorece a sua formação
(Grossman & Porth, 2014). Embora a cardiopatia seja geralmente
causada pela aterosclerose das artérias coronárias, outros
fenômenos também podem diminuir o fluxo sanguíneo para o
coração. Exemplos incluem espasmo de uma artéria coronária e
hipotensão profunda.
Figura 27.1 A e B. A aterosclerose tem início quando monócitos e lipídios penetram na
íntima de um vaso lesionado. Células musculares lisas proliferam na parede do vaso (C),
contribuindo para o desenvolvimento de acúmulos lipídicos e ateroma (D). À medida que
a placa aumenta de volume, o calibre do vaso e o fluxo sanguíneo diminuem (E). A placa
pode se romper e pode haver a formação de um trombo, obstruindo o fluxo sanguíneo.

Manifestações clínicas
A DAC causa sintomas e complicações de acordo com a
localização e o grau de estreitamento do lúmen arterial, formação
de trombos e obstrução do fluxo sanguíneo para o miocárdio. Este
impedimento do fluxo sanguíneo normalmente é progressivo e
torna o aporte sanguíneo inadequado, privando as células
musculares cardíacas do oxigênio necessário para a sua
sobrevivência. A condição é conhecida como isquemia. A angina
de peito refere-se à dor torácica ocasionada pela isquemia do
miocárdio; é, habitualmente, causada por aterosclerose
coronariana significativa. Se a diminuição da irrigação sanguínea
for significativa e/ou de duração suficientemente longa, pode
resultar em lesão irreversível e morte das células miocárdicas. Ao
longo do tempo, o miocárdio irreversivelmente lesionado é
submetido à degeneração e é substituído por tecido fibrótico,
causando diversos graus de disfunção miocárdica. A lesão
miocárdica significativa pode resultar em débito cardíaco
persistentemente baixo e insuficiência cardíaca, na qual o coração
não consegue suportar as necessidades corporais de sangue. A
redução do aporte sanguíneo em decorrência de doença da artéria
coronária (DAC) pode resultar em morte súbita cardíaca (ver
discussão adicional sobre reanimação cardiopulmonar no Capítulo
29).

Figura 27.2 As artérias coronárias suprem o músculo cardíaco com sangue oxigenado,
ajustando o fluxo de acordo com as demandas metabólicas. A. Vista anterior do coração.
B. Vista posterior do coração.
A manifestação mais comum de isquemia do miocárdio
consiste em dor torácica. Entretanto, um estudo epidemiológico
clássico realizado em Framingham, Massachusetts, demonstrou
que aproximadamente 15% dos homens e das mulheres que
apresentaram eventos coronarianos, como angina instável, IAM ou
morte súbita cardíaca, estavam totalmente assintomáticos antes
do evento coronariano (Kannel, 1986). Pacientes com isquemia do
miocárdio procuram o pronto-socorro (PS) ou o ambulatório com
diversos sintomas além de dor torácica. Alguns se queixam de
desconforto epigástrico e dor que se irradia até a mandíbula ou o
braço esquerdo. Idosos e pessoas com diabetes melito ou
insuficiência cardíaca podem relatar dispneia. Observou-se que
muitas mulheres apresentam sintomas atípicos, incluindo
indigestão, náuseas, palpitações e dormência (Canto, Canto, &
Goldberg, 2014). Podem ocorrer sintomas prodrômicos (i. e.,
angina horas a dias antes do episódio agudo), ou um evento
cardíaco importante pode ser a primeira indicação de
aterosclerose coronariana.

Fatores de risco
Estudos epidemiológicos apontam para diversos fatores que
aumentam a probabilidade de desenvolvimento de cardiopatia. Os
principais fatores de risco estão listados no Boxe 27.1. Embora
muitas pessoas com DAC apresentem um ou mais fatores de
risco, algumas não apresentam fatores de risco clássicos.
Elevação do colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade
(LDL), também conhecido como mau colesterol, é um fator de
risco bem conhecido e o alvo principal da terapia para a redução
do colesterol. As pessoas que correm maior risco de apresentarem
um evento cardíaco são aquelas com DAC conhecida ou com
diabetes melito, doença arterial periférica, aneurisma da aorta
abdominal ou doença da artéria carótida. Considera-se que essas
últimas enfermidades tenham o risco equivalente ao da DAC,
tendo em vista que os pacientes que as apresentem correm o
mesmo risco de um evento cardíaco que os pacientes com DAC. A
probabilidade de apresentação de um evento cardíaco também é
afetada por fatores como idade, sexo, pressão arterial sistólica,
história de tabagismo, nível de colesterol total e nível de
lipoproteína de alta densidade (HDL), também conhecido como
bom colesterol. A Calculadora de Risco de Framingham é uma
ferramenta comumente utilizada para estimar o risco de
apresentação de um evento cardíaco nos 10 anos seguintes (Goff,
Lloyd-Jones, Bennett, et al., 2014). Esta ferramenta é projetada
para adultos de 20 anos de idade ou mais. O cálculo é realizado
com base nos dados de fatores de risco do indivíduo, incluindo
idade, sexo, colesterol total, HDL-colesterol, tabagismo, pressão
arterial sistólica e necessidade de medicamento anti-hipertensivo.

Boxe 7.1

Fatores e isco

Doença da artéria coronária

fat risc modi cáv sobr tem


controle fat risc modi cáv sobr pode
exerc controle tant alteraç hábit quanto
medicamento fat d risc independentement em
conjunt c outr fator risco Quant fator risc uma pessoa
apresentar ser pr DA pacient risc são
ac r e clínico regular hábit saudáv para
oraç c tuit xt os).
Fatores e isco ão odi cáveis
Hist fa de DA (parent primeir gr c doenç cardiovascu aos
menos menos se
mulher)
Aument par par as
mulheres)
Gêner ( desenvolv DA precoc as
mulheres)
Raç cardiopa afro-americ em
caucasianos)

Fatores e isco odi cáveis


Hiperlipidemia
Tabagismo o
Hipert terial
Diabet o
Síndr a
Obesidade
Ina a

A Mo D B E J Go Hear disease
strok sta updat A repor fr Americ Hear Association.
Circulation 133 e360.

Além disso, um conjunto de anormalidades metabólicas,


conhecidas como síndrome metabólica, surgiu como fator de
risco importante para a doença cardiovascular (Kim, Park, & Kang,
2015). Um diagnóstico desta síndrome inclui três das condições a
seguir:
• Resistência insulínica (glicose plasmática em jejum superior a
100 mg/dℓ ou teste de tolerância à glicose anormal)
• Obesidade central (circunferência da cintura superior a 89 cm
em mulheres e superior a 102 cm em homens)
• Dislipidemia (triglicerídios > 150 mg/d ℓ , HDL < 50 mg/d ℓ em
mulheres, < 40 mg/dℓ em homens)
• Pressão arterial persistentemente superior a 130/85 mmHg
• Estado pró-inflamatório (níveis altos de proteína C reativa [PC-
R])
• Estado pró-trombótico (nível alto de fibrinogênio).
Muitas pessoas com diabetes melito do tipo 2 enquadram-se
neste quadro clínico. Teorias sugerem que, em pacientes obesos,
o tecido adiposo excessivo secreta mediadores que provocam
alterações metabólicas. Adipocinas (citocinas de tecido adiposo),
ácidos graxos livres e outras substâncias sabidamente modificam
a ação insulínica e contribuem para as alterações aterogênicas no
sistema cardiovascular (Figura 27.3).
A PC-R é, reconhecidamente, um marcador inflamatório de
risco cardiovascular, incluindo eventos coronarianos agudos e
acidente vascular encefálico (AVE). O fígado produz a PC-R em
resposta a um estímulo, tal como lesão tecidual, e diabéticos e
pessoas com probabilidade de sofrer um evento coronariano
agudo (Institute for Clinical Systems Improvement [ICSI], 2013a)
podem apresentar altos níveis dessa proteína. Para determinar o
risco cardiovascular geral, os profissionais de saúde podem
considerar os resultados do teste de proteína C reativa de alta
sensibilidade (hs-PC-R) em conjunto com outras ferramentas de
triagem, tais como medições dos níveis lipídicos.
Figura 27.3 Fisiopatologia da doença cardiovascular na síndrome metabólica. A
adiposidade central tem participação importante no desenvolvimento da síndrome
metabólica. Acredita-se que adipocinas liberadas das células de gordura junto com
outros hormônios e metabólitos contribuam para o desenvolvimento de anormalidades
metabólicas. O efeito final desses processos é a promoção da aterosclerose.

Prevenção
Quatro fatores de risco modificáveis – anormalidades dos níveis
séricos de colesterol, tabagismo, hipertensão arterial e diabetes
melito – foram estabelecidos como fatores de risco para DAC e
suas complicações. Como resultado, recebem muita atenção em
programas de promoção da saúde.
A associação de um nível alto de colesterol sérico com cardiopatia
está bem estabelecida, e sabe-se que o mecanismo dos lipídios é
um importante fator de contribuição para o desenvolvimento de
cardiopatia. Os lipídios, que são insolúveis em água, são
encapsulados em lipoproteínas hidrossolúveis que possibilitam o
seu transporte para o sistema circulatório. As diversas
lipoproteínas são categorizadas por seu conteúdo proteico, que é
medido em densidade. A densidade aumenta à medida que
aumenta o número de proteínas. Quatro elementos do
metabolismo lipídico – colesterol total, LDL, HDL e triglicerídios –
sabidamente afetam o desenvolvimento de cardiopatia. O
colesterol é processado pelo sistema digestório em glóbulos de
lipoproteína denominados quilomícrons. Estes são novamente
processados pelo fígado em lipoproteínas (Figura 27.4). Trata-se
de um processo fisiológico necessário para a formação das
membranas celulares com base em lipoproteínas e outros
processos metabólicos importantes. Com a produção de LDL em
excesso, as partículas de LDL aderem aos receptores no endotélio
arterial. Os macrófagos então as fagocitam, contribuindo para a
formação de placas.
O American College of Cardiology e a American Heart
Association (ACC/AHA) elaboraram diretrizes de prática clínica em
relação ao tratamento de hipercolesterolemia com a meta de
reduzir o risco cardiovascular em adultos com base nas
recomendações do Adult Treatment Panel (ATP IV) (Stone,
Robinson, Lichtenstein, et al., 2014). Essas diretrizes abordam a
prevenção primária (prevenção da ocorrência de DAC) e a
prevenção secundária (prevenção da progressão de DAC). Todos
os adultos com 20 anos de idade ou mais devem realizar um
lipidograma em jejum (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídios) no
mínimo uma vez a cada 5 anos, e com mais frequência se o
lipidograma for anormal. Pacientes que apresentaram um evento
agudo (p. ex., IAM), ou que se submeteram a uma intervenção
coronariana percutânea (ICP) ou cirurgia de revascularização do
miocárdio, precisam de avaliação do seu nível de LDL-colesterol
alguns meses após o evento ou procedimento, tendo em vista que
os níveis de LDL podem estar baixos imediatamente após o
evento agudo ou o procedimento. Depois disso, os lipídios devem
ser monitorados a cada 6 semanas até que o nível desejado seja
alcançado e, então, a cada 4 a 6 meses. Um perfil lipídico em
jejum deve demonstrar os valores a seguir (ICSI, 2013a):
• LDL-colesterol inferior a 100 mg/d ℓ (inferior a 70 mg/d ℓ para
pacientes de risco muito alto)
• Colesterol total inferior a 200 mg/dℓ
• HDL-colesterol superior a 40 mg/dℓ para homens e superior a
50 mg/dℓ para mulheres
• Triglicerídios inferiores a 150 mg/dℓ.
Figura 27.4 Lipoproteínas e o desenvolvimento de aterosclerose. À medida que o
colesterol e as gorduras saturadas alimentares são processados pelo sistema digestório,
os quilomícrons entram no sangue. Eles são degradados em remanescentes de
quilomícrons nos capilares e processados pelo fígado em lipoproteínas. As lipoproteínas
de baixa densidade (LDL) liberadas em excesso aderem aos receptores na parede
íntima. Os macrófagos também fagocitam LDL e as transportam para a parede dos
vasos, iniciando o processo de formação de placas. HDL, lipoproteínas de alta
densidade; VLDL, lipoproteínas de muito baixa densidade.

O LDL-colesterol é o alvo da terapia atual em virtude da sua


forte associação com o avanço da DAC. O nível de colesterol total
também é um claro prognosticador de eventos coronarianos. O
HDL-colesterol é conhecido como bom colesterol, tendo em vista
que transporta outras lipoproteínas, tais como LDL, para o fígado,
onde são degradadas e excretadas. Por isso, um nível de HDL-
colesterol alto é um forte fator de risco negativo para cardiopatia (i.
e., protege contra cardiopatias).
Os triglicerídios são compostos por ácidos graxos e são
transportados pelo sangue por uma lipoproteína. Embora um nível
de triglicerídios elevado (superior a 200 mg/d ℓ ) possa ser de
origem genética, também pode ser causado por obesidade,
sedentarismo, etilismo, dietas com alto teor de carboidratos,
diabetes melito, nefropatia e determinados medicamentos, tais
como anticoncepcionais orais e corticosteroides.

important relembr diferente colester c um


c fato risc par cardiopa HDL-colester “ colesterol” níveis
alt melhor LDL-colester “ colesterol” nív baixos
es.

■ Medidas alimentares
A Tabela 27.1 apresenta as recomendações de Alterações
Terapêuticas no Estilo de Vida (TLC; Therapeutic Lifestyle
Changes), uma dieta com baixo teor de gorduras saturadas e alto
teor de fibras solúveis (ICSI, 2013a). Estas recomendações gerais
podem precisar ser ajustadas para casos específicos de pacientes
com outras necessidades nutricionais, como os pacientes
diabéticos. Além disso, o encaminhamento para um nutricionista
ajuda o paciente a fazer a reorientação alimentar apropriada.
Outras recomendações incluem perda de peso corporal, abandono
do tabagismo e aumento das atividades físicas.

Tabela 27.1 Conteúdo nutricional da dieta de Alterações


Terapêuticas no Estilo de Vida (TLC).
Nutriente Ingestão ecomendada

Calorias totaisa Ingestão e gasto equilibrados para manter o peso desejável

Gorduras totais 25 a 35% das calorias totais

Gorduras saturadasb < 7% das calorias totais

Gorduras poli-insaturadas Até 10% das calorias totais

Gorduras monoinsaturadas Até 20% das calorias totais

Carboidratosc 50 a 60% das calorias totais

Fibras alimentares 20 a 30 g/dia

Proteína Aproximadamente 15% das calorias totais

Colesterol < 200 mg/dia


a
gast ener dev a físic moder (que
represen oximadament cal/dia).
b
á grax tr forma par processament (fabricação,
hidrogenaç v f efeit ácidos
grax tr similar gordur satur ( . elevaç lipoprot de
den reduç lipoprot ácidos
grax
c
carboidrat dev deriv predominantement aliment ric em
carboidrat complexos grãos especialment gr integrais fr e
vegetais.
A TL D Retir tlcdiet.org/tlc-diet-
regime/.
Também se relata que a dieta mediterrânea, que promove o
consumo de vegetais e peixe e restringe as carnes vermelhas,
reduz a taxa de mortalidade em virtude de doença cardiovascular
(Martinez-Gonzalez, Salas-Salvado, Estruch, et al., 2015).
Pessoas que adotam dietas vegetarianas estritas podem reduzir
significativamente os lipídios séricos, a glicose sérica, o índice de
massa corporal (IMC) e a pressão arterial. Entretanto, programas
alimentares muito intensivos como esses podem não ser
aceitáveis para todos os pacientes que precisam modificar os
fatores de risco.
Há muitos recursos disponíveis para auxiliar as pessoas a
controlar os seus níveis de colesterol. O National Heart, Lung, and
Blood Institute (NHLBI) e seu National Cholesterol Education
Program (NCEP), a AHA e a American Diabetes Association
(ADA), bem como grupos de apoio para DAC e fontes confiáveis
da Internet, são alguns exemplos dos recursos disponíveis. Livros
de culinária e receitas que contenham o conteúdo nutricional dos
alimentos podem ser incluídos como recursos para os pacientes.
O controle alimentar tem se tornado mais fácil, tendo em vista que
os fabricantes de alimentos são obrigados a fornecer os dados
nutricionais nos rótulos do produto. As informações importantes
para uma pessoa que tenta ingerir uma dieta saudável para o
coração são as seguintes: tamanho da porção (expressa em
medidas domésticas) e quantidade, por porção, de gorduras totais,
de gorduras saturadas e de gorduras trans, de colesterol e de
fibras.

■ Atividades físicas
O manejo de níveis elevados de triglicerídios concentra-se na
redução do peso e no aumento das atividades físicas. As
atividades físicas regulares e moderadas aumentam os níveis de
HDL e reduzem os níveis de triglicerídios, o que diminui a
incidência de eventos coronarianos e o risco de mortalidade geral.
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) (2015), o objetivo para a maioria dos adultos é a prática de
atividade aeróbica de intensidade moderada de pelo menos 150
minutos por semana ou atividade aeróbica de intensidade vigorosa
de, no mínimo, 75 minutos por semana, ou uma combinação
equivalente. Além disso, os adultos devem fazer atividades de
fortalecimento muscular em 2 ou mais dias da semana que
trabalhem todos os principais grupos musculares. O enfermeiro
auxilia o paciente a estabelecer metas realistas para as atividades
físicas. Os pacientes inativos podem iniciar com atividades que
durem 3 minutos; por exemplo, estacionar o carro mais longe do
local de destino para aumentar o tempo diário de caminhada. Os
pacientes devem ser instruídos a praticar uma ou mais atividade
que os interessem para manter a motivação. Além disso, devem
ser instruídos a se exercitarem até uma intensidade que não os
impeça de manter um diálogo; se não conseguirem conversar
enquanto se exercitam, devem reduzir a intensidade da atividade
ou praticar outra menos intensa. Em clima quente e úmido, os
pacientes devem se exercitar no início da manhã, ou em
ambientes internos, e vestir roupas largas. Em clima frio, eles
devem vestir roupas mais grossas e usar um gorro. Os pacientes
devem interromper qualquer atividade se tiverem dor torácica,
dispneia incomum, tontura, vertigem ou náuseas.

■ Medicamentos
Se a dieta isoladamente não conseguir normalizar os níveis de
colesterol sérico, medicamentos podem apresentar um efeito
sinérgico com a dieta prescrita e o controle dos níveis de
colesterol (Tabela 27.2). Os medicamentos hipolipemiantes podem
reduzir a taxa de mortalidade por DAC em pacientes com níveis
elevados de lipídios e naqueles de risco com níveis normais de
lipídios (ICSI, 2013a). Os diversos tipos de agentes
hipolipemiantes afetam os componentes lipídicos de diferentes
maneiras. Sã eles: 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A (HMG-
CoA) (ou estatinas); ácidos fíbricos (ou fibratos); sequestradores
de ácidos biliares (ou resinas); inibidores da absorção de
colesterol; e etil ésteres de ácido ômega 3. Uma nova classe de
medicamentos hipolipemiantes conhecida como pró-proteína
convertase subtilisina/quexina do tipo 9 (PCSK9) foi recentemente
aprovada pela agência norte-americana Food and Drug
Administration (FDA).1 Por causa das evidências limitadas dos
estudos clínicos e de seu custo elevado, esses agentes PCSK9
são prescritos de modo restrito, mas podem ser considerados para
mais pacientes no futuro (White, 2015).

O tabagismo contribui para o desenvolvimento e a gravidade da


DAC de, no mínimo, três maneiras:
• O ácido nicotínico no tabaco ocasiona a liberação de
catecolaminas, que elevam a frequência cardíaca e a pressão
arterial (McCance et al., 2014). O ácido nicotínico também
pode causar constrição das artérias coronárias. Esses efeitos
provocam aumento do risco de DAC e morte súbita cardíaca
• O tabagismo pode aumentar a oxidação de LDL, lesionando o
endotélio vascular (Grossman & Porth, 2014). Isso aumenta a
adesão plaquetária e a probabilidade de formação de trombos
• A inalação da fumaça aumenta o nível sérico de monóxido de
carbono e diminui o aporte de oxigênio para o miocárdio
(Grossman & Porth, 2014). A hemoglobina, o componente de
transporte do oxigênio do sangue, combina-se mais
prontamente com o monóxido de carbono do que com o
oxigênio. Pode resultar em isquemia e redução da
contratilidade do miocárdio.

Tabela 27.2 Medicamentos comumente prescritos que

afetam o metabolismo lipoproteico.


Medicamentos Efeitos erapêuticos Considerações

Inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas)

Atorvastatina ↓ Colesterol total Frequentemente administrados como terapia inicial para


níveis de colesterol e LDL signi cativamente elevados
Sinvastatina ↓ LDL
Mialgia e artralgia são efeitos adversos comuns
↑ HDL
Miopatia e possível rabdomiólise são potenciais efeitos
↓ TG
sérios
Inibem as enzimas envolvidas na
Monitorar as provas de função hepática
síntese lipídica (HMG-CoA)
Contraindicados em caso de hepatopatia
Efeitos favoráveis sobre o
endotélio vascular, incluindo Veri car quanto a interações medicamentosas
efeitos anti-in amatórios e
A indicação para o uso atualmente inclui SCA e AVE
antitrombóticos
Administrar à noite

Ácidos fíbricos ( bratos)

Feno brato ↑ HDL Os efeitos adversos incluem diarreia, atulência, erupção


cutânea, mialgia
Gen brozila ↓ TG
Os efeitos adversos sérios incluem pancreatite,
↓ Síntese de TG e outros lipídios
hepatotoxicidade e rabdomiólise

Contraindicados em nefropatia e hepatopatia graves

Usar com cautela em pacientes que também estejam


recebendo estatinas

Sequestradores de ácidos biliares

Colestiramina ↓ LDL Utilizados com mais frequência como terapia auxiliar,


quando as estatinas isoladamente não são efetivas no
Colestipol Discreto ↑ HDL
controle dos níveis lipídicos
Oxidam o colesterol em ácidos
Os efeitos colaterais incluem constipação intestinal, dor
biliares, que diminuem a
abdominal, hemorragia digestiva
absorção de gorduras
Podem diminuir a absorção de outros fármacos

Administrados antes das refeições

Inibidor da absorção de colesterol

Ezetimiba ↓ LDL Mais bem tolerado do que os sequestradores de ácidos


biliares
Inibe a absorção de colesterol no Utilizado em combinação com outros agentes, tais como
intestino delgado estatinas

Os efeitos colaterais incluem dor abdominal, artralgia,


mialgia

Contraindicados em caso de hepatopatia

Etil ésteres de ácido ômega 3

Cápsulas de óleo de ↓ TG Podem ser utilizados isoladamente ou em combinação


peixe com outros agentes
Inibem a produção de TG no
fígado Os efeitos colaterais incluem desconforto GI, perversão do
paladar, erupção cutânea e dorsalgia

HMG-C 3-hidro c ↓ diminuição ↑ aument LDL,


lipoprot lipoprot dens TG,
triglic SC síndr cor gastrintestinal AVE acidente
vasc efálico.
A Institut f
Clinic Syst Improvemen Lipid
adults Retir de:
www.guideline.gov/content.aspx?id=47783&search=lipid+management+in+adult.

Uma pessoa com maior risco de cardiopatia é estimulada a


interromper o consumo de tabaco por quaisquer meios possíveis:
programas educacionais, aconselhamento, mensagens de
motivação e reforço consistentes, grupos de apoio e
medicamentos. Algumas pessoas consideraram úteis as terapias
complementares (p. ex., acupuntura, imaginação guiada, hipnose).
Aquelas que param de fumar reduzem o risco de cardiopatia no
primeiro ano, e o risco continua a declinar, desde que elas se
abstenham do tabagismo (Office of the U.S. Surgeon General,
2014).
O uso de medicamentos como adesivos de nicotina, vareniclina
ou bupropiona pode ajudar no abandono do tabagismo (FDA,
2015). Produtos que contenham nicotina apresentam alguns dos
mesmos efeitos do tabagismo: liberação de catecolaminas
(elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial) e aumento
da adesão plaquetária. Esses medicamentos devem ser utilizados
por um curto período e nas mais baixas doses efetivas.
Acredita-se que a exposição à fumaça de outros fumantes
(tabagismo passivo ou secundário) cause doença cardiovascular
em não fumantes. Estima-se que o tabagismo passivo também
aumente o risco de AVE em 20 a 30% (Office of the U.S. Surgeon
General, 2014). Acredita-se que outros derivados do tabaco, tais
como cigarros eletrônicos e narguilé, também provoquem
doenças, mas há pouca pesquisa sobre os efeitos desses
métodos alternativos de tabagismo. Há preocupação, porque
esses produtos expõem as pessoas ao tabaco e suas toxinas,
portanto, também implicam risco de doença pulmonar, câncer e
doença cardiovascular (American Society of Clinical Oncology,
2016).

A hipertensão arterial é definida como a pressão arterial (PA) que


repetidamente excede 140/90 mmHg nas aferições. O risco de
doença cardiovascular aumenta à medida que os níveis de
pressão arterial se elevam, e as diretrizes atuais sustentam o
tratamento da hipertensão arterial. A meta é manter os níveis
tensionais sistêmicos abaixo de 150/90 mmHg no caso de
pessoas com 60 anos de idade ou mais e abaixo de 140/90 mmHg
nas outras pessoas (James, Oparil, Carter, et al., 2014). A
elevação da pressão arterial de longa duração pode resultar em
aumento da rigidez das paredes dos vasos, provocando lesão do
vaso e consequente resposta inflamatória na íntima. Assim, os
mediadores inflamatórios levam à liberação de fatores de
promoção do crescimento, que causam hipertrofia do vaso e hiper-
responsividade. Essas alterações resultam na aceleração e no
agravamento da aterosclerose. A hipertensão arterial também
aumenta o esforço do ventrículo esquerdo, que deve bombear
com mais forç para ejetar o sangue para as artérias. Ao longo do
tempo, a elevação do esforço provoca o aumento do volume e da
espessura do coração (i. e., hipertrofia) e, finalmente, pode levar à
insuficiência cardíaca.
A detecção precoce da hipertensão arterial e a adesão a um
esquema terapêutico podem prevenir as consequências sérias
associadas à elevação da pressão arterial não tratada, incluindo
DAC. Um estudo recente confirmou que o manejo intensivo da
hipertensão arterial reduz o risco de eventos cardiovasculares,
inclusive IAM e AVE, e de morte (Wright, Williamson, & Whelton et
al., 2015). Para uma discussão mais detalhada sobre hipertensão,
ver Capítulo 31.

O diabetes melito sabidamente acelera o desenvolvimento de


cardiopatia. A hiperglicemia promove dislipidemia, aumento da
agregação plaquetária e alteração da função eritrocitária, que
podem levar à formação de trombos. Essas alterações
metabólicas podem comprometer a vasodilatação dependente das
células endoteliais e a função dos músculos lisos, que promovem
o desenvolvimento da aterosclerose. O tratamento com insulina,
metformina e outras intervenções terapêuticas que reduzem os
níveis de glicose plasmática pode melhorar a função endotelial e
os resultados do paciente. Ver mais sobre o diabetes melito no
Capítulo 51.

Sexo
A cardiopatia é, há muito tempo, reconhecida como causa de
morbidade e mortalidade em homens, mas nem sempre foi tão
rapidamente reconhecida em mulheres. Eventos cardiovasculares
nas mulheres ocorrem 10 anos, em média, após sua ocorrência
nos homens. A razão homem:mulher é de aproximadamente 3:2
(Amsterdam, Wenger, Brinidis, et al., 2014). As mulheres também
tendem a apresentar maior incidência de complicações em virtude
da DCV e taxa de mortalidade mais alta. Além disso, costumam
não reconhecer os sintomas de DAC tão cedo quanto os homens,
e esperam mais tempo para relatar e buscar assistência médica
(Canto et al., 2014).
Antigamente, acreditava-se que a diferença de idade entre as
mulheres e os homens recentemente diagnosticados com DAC
estivesse relacionada com o estrogênio. Atualmente, reconhece-
se que a menopausa é um pilar no processo de envelhecimento,
durante o qual os fatores de risco tendem a se acumular. A DCV
pode estar bem desenvolvida na ocasião da menopausa, apesar
dos supostos efeitos protetores do estrogênio (AHA, 2015).
Embora a hormonoterapia (antes denominada terapia de
reposição hormonal) para mulheres na menopausa já tenha sido
promovida como uma terapia preventiva para a DAC, as pesquisas
não confirmam que a hormonoterapia seja um meio efetivo de
prevenção. A hormonoterapia diminui os sintomas da menopausa
e o risco de fraturas ósseas relacionadas com osteoporose;
entretanto, também foi associada a aumento da incidência de
DAC, câncer de mama, trombose venosa profunda, AVE e embolia
pulmonar. As diretrizes atuais não recomendam a hormonoterapia
para a prevenção primária ou secundária de DAC (AHA, 2015)
(ver discussão adicional no Capítulo 25).
No passado, era menos provável que mulheres fossem
encaminhadas para procedimentos diagnósticos coronarianos, tais
como cateterismo cardíaco ou tratamento com intervenções
invasivas (p. ex., ICP). Entretanto, como resultado da melhor
orientação dos profissionais de saúde e do público em geral, as
diferenças de sexo atualmente exercem menos influência sobre o
diagnóstico e o tratamento (Canto et al., 2014).
Desfechos línicos e istórias e acientes: arl hapiro
Parte

C Shapiro apresen hist doenç cardiovascular


aterosclerótic rec diagnóstic hipert art hiperlipidemia
durant a c rotineir c seu médico E apresen sobrepeso 10
cigarr p inf empr estressante Q pergun o
enfermeir faz est paciente par elaboraç de
orientaç Q tópic important c informaç pod ser
apresen on C .)

ANGINA DE PEITO
A angina de peito é uma síndrome clínica, habitualmente
caracterizada por episódios ou paroxismos de dor ou pressão na
parte anterior do tórax. A causa é o fluxo sanguíneo coronariano
insuficiente, que resulta em diminuição do aporte de oxigênio
quando a demanda miocárdica por oxigênio aumenta em resposta
ao esforço físico ou estresse emocional. Em outras palavras, a
demanda de oxigênio excede o aporte.

Fisiopatologia
De modo geral, a angina é causada por doença aterosclerótica.
Quase invariavelmente, a angina está associada a significativa
obstrução de no mínimo uma artéria coronária principal.
Normalmente, o miocárdio extrai muito oxigênio da circulação
coronariana para atender as suas demandas contínuas. Quando a
demanda aumenta, o fluxo pelas artérias coronárias precisa ser
aumentado. Quando ocorre um bloqueio em uma artéria coronária,
o fluxo não pode ser aumentado, e resulta em isquemia. Os tipos
de angina estão listados no Boxe 27.2. Diversos fatores estão
associados à dor anginosa típica:
• Esforço físico, que precipita um episódio de angina ao
aumentar a demanda de oxigênio do miocárdio
• Exposição ao frio, que causa vasoconstrição e elevação da
pressão arterial, com aumento da demanda de oxigênio
• Ingestão de uma refeição pesada, que aumenta o fluxo
sanguíneo para a área mesentérica para a digestão, reduzindo,
assim, o aport de sangue disponível para o músculo cardíaco;
em um coração muito comprometido, o desvio de sangue para
a digestão pode ser suficiente para induzir a dor anginosa

Box
T

• estável: previsív consistent ocorr esforç é


oglicerina
• instável pré-infarto angina
crescente o sint aumen fr int ser
oglicerina
• táv efratária: orácic apacitant ave
• variante Prinzmetal em
r c elevaç reversív segment ST acr seja
c t oronária
• I exist objetiv como
alteraç eletrocardiográ c um prov esforç pacient não
rela .

• Estresse ou qualquer situação que provoque emoção, que


cause a liberação de catecolaminas, aumentando a pressão
arterial, a frequência cardíaca e o esforço miocárdico.
A angina instável não apresenta correlação significativa com
esses fatores. Ela pode ocorrer em repouso. Ver mais sobre
angina instável na seção Síndrome coronariana aguda e infarto
agudo do miocárdio.

Manifestações clínicas
A isquemia do músculo cardíaco pode provocar dor ou outros
sintomas, que variam de indigestão leve a sensação de sufocação
ou peso na parte superior do tórax. A gravidade varia de
desconforto a dor agonizante. A dor pode ser acompanhada por
apreensão grave e sensação de morte iminente. Com frequência é
sentida profundamente no tórax, na área retroesternal.
Tipicamente, a dor ou o desconforto são mal localizados e podem
irradiar-se para o pescoço, a mandíbula, os ombros e as faces
internas da parte superior dos braços, geralmente do braço
esquerdo. O paciente costuma sentir pressão ou sufocação ou
estrangulamento persistente. Aquele com diabetes melito pode
não sentir dor intensa com a angina, tendo em vista que a
neuropatia diabética compromete a transmissão nociceptora,
reduzindo a percepção da dor (McCance et al., 2014).
A dor pode ser acompanhada de sensação de fraqueza ou
dormência nos braços, nos punhos e nas mãos, bem como
dispneia, palidez, diaforese, tontura ou vertigem, e náuseas e
vômito. Uma característica importante da angina é que ela cessa
com o repouso ou a administração de nitroglicerina. Em muitos
pacientes, os sintomas anginosos seguem um padrão estável e
previsível.
A angina instável é caracterizada por episódios que se tornam
mais frequentes e graves e que não são aliviados por meio de
repouso e administração de nitroglicerina. Os pacientes com
angina instável necessitam de intervenção clínica.

O idoso com angina pode não exibir um perfil de dor típico em


virtude da diminuição da transmissão da dor que pode ocorrer com
o envelhecimento. Com frequência, o sintoma inicial em idosos é a
dispneia. Às vezes não há sintomas (DAC “silenciosa”), tornando o
reconhecimento e o diagnóstico um desafio clínico. Os pacientes
idosos podem ser encorajados a reconhecer seu sintoma similar à
dor torácica (p. ex., fraqueza) como uma indicação de que devem
repousar ou administrar os medicamentos prescritos. Provas de
esforço farmacológico e cateterismo cardíaco podem ser utilizados
para diagnosticar a DAC em pacientes mais idosos. Os
medicamentos prescritos para angina são administrados com
cautela em pacientes idosos, tendo em vista que estão associados
a maior risco de reações adversas (Burchum & Rosenthal, 2016).
Procedimentos invasivos (p. ex., ICP), antes tidos como de alto
risco em idosos, podem ser considerados; quando tais
procedimentos são realizados, muitos pacientes se beneficiam de
alívio dos sintomas e de sobrevida mais longa (Shan, Saxena, &
McMahon, 2014).

Avaliação e achados diagnósticos


O diagnóstico da angina tem início com a história do paciente
relacionada com as manifestações clínicas de isquemia. Um
eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações pode revelar
alterações indicativas de isquemia, tais como inversão da onda T,
elevação do segmento ST ou desenvolvimento de uma onda Q
anormal (Grossman & Porth, 2014). São realizados estudos
laboratoriais; estes, em geral, incluem biomarcadores cardíacos
para descartar SCA (ver a seção Síndrome coronariana aguda e
infarto agudo do miocárdio). O paciente pode ser submetido a uma
prova de esforço com exercícios físicos ou fármacos, na qual o
coração é monitorado continuadamente por um ECG e/ou
ecocardiograma. O paciente também pode ser encaminhado para
cintigrafia ou procedimento invasivo (p. ex., cateterismo cardíaco,
angiografia coronariana).

Manejo clínico
Os objetivos do manejo clínico da angina são diminuir a demanda
de oxigênio do miocárdio e aumentar o aporte de oxigênio.
Clinicamente, tais objetivos são alcançados por meio de terapia
farmacológica e controle dos fatores de risco. Alternativamente,
procedimentos de reperfusão podem ser utilizados para restaurar
a irrigação sanguínea do miocárdio. Estes incluem procedimentos
de ICP (p. ex., angioplastia coronariana transluminal percutânea
[ACTP] e stents intracoronarianos) e revascularização do
miocárdio (ver adiante).

A Tabela 27.3 resume a terapia medicamentosa.

■ Nitroglicerina
Os nitratos são um tratamento padrão para a angina de peito. A
nitroglicerina é um vasodilatador potente, que melhora o fluxo
sanguíneo para o músculo cardíaco e alivia a dor. A nitroglicerina
dilata principalmente as veias e, em menor extensão, as artérias.
A dilatação das veias provoca acúmulo de sangue nas veias por
todo o corpo. Como resultado, menos sangue retorna para o
coração, e a pressão de preenchimento (pré-carga) é reduzida. Se
o paciente estiver hipovolêmico (não apresentar volume sanguíneo
circulante adequado), a diminuição na pressão de preenchimento
pode causar significativa redução no débito cardíaco e na pressão
arterial (Burchum & Rosenthal, 2016).

Tabela 27.3 Resumo dos medicamentos utilizados para

tratar angina.
Medicamentos Principais ndicações

Nitratos

Nitroglicerina Redução a curto e longo prazos do consumo de oxigênio miocárdico por meio de
vasodilatação seletiva

Bloqueadores beta-adrenérgicos (betabloqueadores)

Metoprolol Redução do consumo de oxigênio miocárdico por meio do bloqueio da estimulação


beta-adrenérgica do coração
Atenolol

Antagonistas do íon cálcio (bloqueadores dos canais de cálcio)

Anlodipino Efeitos inotrópicos negativos; indicados para pacientes não responsivos a


betabloqueadores; utilizados como tratamento primário para o vasospasmo
Diltiazem

Antiplaquetários

Ácido acetilsalicílico

Clopidogrel Prevenção da agregação plaquetária

Prasugrel

Anticoagulantes

Heparina (não fracionada) Prevenção da formação de trombos

Heparinas de baixo peso


molecular:

Enoxaparina

Dalteparina
A Amster E Wenger K Brindis al 2014
AHA/AC guideline f managemen patien non-ST-eleva acute
coronar omes Circulation 130 e426.

Os nitratos também relaxam o leito arteriolar sistêmico,


reduzindo a pressão arterial e diminuindo a pós-carga. Esses
efeitos diminuem as exigências de oxigênio miocárdico,
ocasionando um equilíbrio mais favorável entre o aporte e a
demanda.
A nitroglicerina pode ser administrada por meio de diversas
vias: comprimido ou spray sublingual, cápsula oral, agente tópico e
por via intravenosa (IV). A nitroglicerina sublingual, em geral, é
colocada sob a língua ou na bolsa bucal e alivia de modo ideal a
dor da isquemia em 3 minutos. No Boxe 27.3 são apresentadas
mais informações sobre a autoadministração da nitroglicerina
sublingual. Formulações orais e adesivos tópicos são utilizados
para proporcionar efeitos prolongados. Um esquema no qual
adesivos são aplicados pela manhã e removidos ao dormir
possibilita um período sem nitrato para evitar o desenvolvimento
de tolerância.
Uma infusão IV contínua ou intermitente de nitroglicerina pode
ser administrada para o paciente hospitalizado com sinais e
sintomas recidivantes de isquemia ou após um procedimento de
revascularização. A velocidade da infusão é titulada conforme o
nível de dor e a pressão arterial do paciente. Habitualmente,
nitroglicerina não é administrada se a pressão arterial sistólica for
inferior a 90 mmHg. Em geral, após um período assintomático, a
nitroglicerina pode ser transferida para uma formulação oral ou
tópica em 24 horas. Um efeito adverso comum da nitroglicerina é a
cefaleia, que pode limitar a utilização deste fármaco em alguns
pacientes.
Boxe 7.3

Farmacologia

Autoadministração de nitroglicerina

maioria pacient c angin peit autoadministr nitroglicerina


conf necessário important enf referidos c é
instruç pacient respeit d medicament c administrá-lo A
nitroglic esen spray.
• Orien pacient assegur boc est esteja
imóv saliv n at c nitroglicerina
dissolvido S f int pacient comprimido
entr t eler ç
• Ac pacient transpor medicament t ocasiões,
c precaução Entretanto t nitroglic muito
instável dev transpor segur recipient (p.
e frasc vidr escur c nunc dev ser
remo o
• Explic nitroglic volá inativ calor umidade ar e
tempo Instr pacient renov supriment nitroglic cada 6
meses
• Inf pacient medicament dev administr ant de
a provoc dor T a
nitroglic aumen toler exer físic estr quando
administr pro látic ( e. ant ativida produzem
c r exercíci físicos esc praticar
a se administr ant desenvolvimento

• Rec pacient observ quant t demor at que a


nitroglic alivie desconforto Inf pacient persistir
administraç tr compr interv 5
minutos viç
• Disc possív efeit colater nitroglic rubor,
c tejante ardia
• Ac pacient sen minut administr a
nitroglic ope.

A Bur J Rosenthal D Lehne’ pharmacolog for


n are t ouis lsevier.

■ Bloqueadores beta-adrenérgicos
Os betabloqueadores como metoprolol reduzem o consumo de
oxigênio miocárdico por meio do bloqueio da estimulação
simpática beta-adrenérgica para o coração. O resultado consiste
em redução da frequência cardíaca, diminuição da velocidade de
condução dos impulsos pelo sistema de condução, diminuição da
pressão arterial e redução da contratilidade (força de contração)
miocárdica. Em virtude desses efeitos, os betabloqueadores
equilibram as demandas de oxigênio miocárdico e o volume de
oxigênio disponível. Isso auxilia no controle da dor torácica e
retarda o início da isquemia durante esforço ou exercícios físicos.
Os betabloqueadores reduzem a incidência de angina recidivante,
infarto e morte cardíaca. A dose pode ser titulada para alcançar a
frequência cardíaca em repouso de 50 a 60 bpm (Burchum &
Rosenthal, 2016).
Os efeitos colaterais cardíacos e as possíveis contraindicações
incluem hipotensão, bradicardia, bloqueio atrioventricular (BAV)
avançado e insuficiência cardíaca aguda. Se um betabloqueador
for administrado por via IV por causa de um evento cardíaco
agudo, o ECG, a pressão arterial e a frequência cardíaca são
monitorados cuidadosamente após a administração do
medicamento. Os efeitos colaterais incluem humor deprimido,
fadiga, diminuição da libido e tontura. Os pacientes em uso de
betabloqueadores são advertidos a não interromper o uso de
modo abrupto porque a angina pode piorar e pode ocorrer IAM. A
terapia com betabloqueadores deve ser diminuída gradualmente
ao longo de diversos dias antes da sua descontinuação. Os
pacientes com diabetes melito em uso de betabloqueadores são
instruídos a monitorar sua glicemia conforme prescrito, tendo em
vista que os betabloqueadores podem mascarar os sinais de
hipoglicemia. Os betabloqueadores que não são cardiosseletivos
também afetam os receptores beta-adrenérgicos nos bronquíolos,
causando broncoconstrição e, portanto, são contraindicados em
pacientes com distúrbios pulmonares crônicos significativos, como
asma.

■ Bloqueadores dos canais de cálcio


Os bloqueadores dos canais de cálcio exercem vários efeitos
sobre o miocárdio isquêmico. Esses agentes diminuem a
automaticidade do nó sinoatrial e a condução do nó
atrioventricular, resultando em redução da frequência cardíaca e
da força da contração miocárdica (efeito inotrópico negativo). Tais
efeitos diminuem o esforço cardíaco. Os bloqueadores dos canais
de cálcio também aumentam o aporte de oxigênio miocárdico por
meio da dilatação da parede de músculo liso das arteríolas
coronarianas; diminuem a demanda de oxigênio miocárdico por
meio da redução da pressão arterial sistêmica e do esforço do
ventrículo esquerdo (Burchum & Rosenthal, 2016).
Os bloqueadores dos canais de cálcio mais prescritos são
anlodipino e diltiazem. Além da sua utilização para tratar a angina,
são comumente prescritos para hipertensão arterial. Pode ocorrer
hipotensão após a administração de quaisquer dos bloqueadores
dos canais de cálcio, sobretudo quando administrados por via IV.
Outros efeitos colaterais podem incluir BAV, bradicardia e
constipação intestinal.

■ Agentes antiplaquetários e anticoagulantes


Os antiplaquetários são administrados para prevenir a agregação
plaquetária e a trombose subsequente, que impedem o fluxo
sanguíneo pelas artérias coronárias.

O ácido acetilsalicílico previne a agregação plaquetária e reduz a


incidência de IAM e morte em pacientes com DAC (Bobadilla,
2016). Deve-se administrar uma dose de 162 a 325 mg de ácido
acetilsalicílico ao paciente com diagnóstico recente de angina e,
então, mudar para 81 a 325 mg/dia. Os pacientes devem ser
aconselhados a continuar o ácido acetilsalicílico mesmo se
administrarem concomitantemente outros analgésicos, tais como
paracetamol. Tendo em vista que o ácido acetilsalicílico pode
causar desconforto e sangramento gastrintestinal, a utilização de
bloqueadores de histamina-2 (H2) (p. ex., famotidina) ou inibidores
da bomba de prótons (p. ex., omeprazol) deve ser considerada
concomitantemente à continuação da terapia com ácido
acetilsalicílico (Burchum & Rosenthal, 2016).
Esses medicamentos atuam sobre vias diferentes do ácido
acetilsalicílico para bloquear a ativação plaquetária. Contudo, ao
contrário do ácido acetilsalicílico, esses agentes podem demorar
alguns dias para alcançar o efeito antiplaquetário. O clopidogrel é
comumente prescrito junto com o ácido acetilsalicílico para
pacientes de alto risco para IAM. Agentes mais recentes, como
prasugrel, podem ser prescritos em vez de clopidogrel durante
eventos e intervenções coronarianos (Schnapf, 2013). Ambos
apresentam o risco de hemorragia digestiva e sangramento de
outros locais.

A heparina IV não fracionada evita a formação de novos coágulos


sanguíneos (ou seja, é um anticoagulante). O tratamento de
pacientes com angina instável com heparina reduz a ocorrência de
IAM. Se os sinais e sintomas do paciente indicarem um risco
significativo para um evento cardíaco, o paciente é hospitalizado e
pode receber um bolus IV de heparina e ser iniciado em uma
infusão contínua. A dose de heparina administrada tem por base
os resultados do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa).
A terapia com heparina normalmente é considerada terapêutica
quando o TTPa é de 2 a 2,5 vezes o valor normal do TTPa.
Uma injeção subcutânea de heparina de baixo peso molecular
(HBPM; enoxaparina ou dalteparina) pode ser utilizada em vez de
heparina não fracionada IV para tratar pacientes com angina
instável ou IAM sem elevação do segmento ST (NSTEMI)
(Amsterdam et al., 2014). A HBPM proporciona anticoagulação
efetiva e estável, possivelmente reduzindo o risco de eventos
isquêmicos de rebote, e eliminando a necessidade de
monitoramento dos resultados do TTPa. As HBPM podem ser
benéficas antes e durante as ICP, bem como para SCA.
Tendo em vista que a heparina não fracionada e a HBPM
aumentam o risco de sangramentos, o paciente é monitorado em
relação a sinais e sintomas de sangramento externo e interno, tais
como hipotensão, aumento da frequência cardíaca e diminuição
de hemoglobina sérica e do hematócrito. O paciente que recebe
heparina é colocado em precauções contra sangramento, que
incluem:
• Comprimir o local de qualquer punção por agulha por mais
tempo que o habitual
• Evitar injeções intramusculares (IM)
• Evitar a lesão tecidual e a formação de hematomas em virtude
de traumatismo ou do uso de dispositivos de constrição (p. ex.,
uso contínuo de braçadeira de esfigmomanômetro).
Diminuição da contagem de plaquetas ou sinais de trombose
podem indicar trombocitopenia induzida por heparina (TIH), uma
reação à heparina mediada por anticorpos que pode resultar em
trombose. Os pacientes que receberam heparina nos últimos 3
meses e aqueles que estavam recebendo heparina não fracionada
por 5 a 10 dias correm alto risco para TIH (Greinacher, 2015) (ver
mais sobre TIH no Capítulo 33).

A administração por via intravenosa de agentes de glicoproteína


(GP) IIb/IIIa, tais como abciximabe ou eptifibatida, é indicada para
pacientes hospitalizados com angina instável e como terapia
auxiliar para ICP. Esses agentes previnem a agregação
plaquetária por meio do bloqueio dos receptores de GP IIb/IIIa nas
plaquetas, prevenindo a adesão do fibrinogênio e de outros fatores
que realizam a ligação cruzada das plaquetas entre si e, assim,
formam coágulos intracoronarianos (Urden, Stacy, & Lough, 2014).
Assim como com a heparina, o sangramento é o principal efeito
colateral, e devem ser iniciadas precauções contra sangramentos.
A terapia com oxigênio costuma ser instituída no início da dor
torácica como uma tentativa de aumentar o aporte de oxigênio
para o miocárdio e para aliviar a dor. A eficácia terapêutica do
oxigênio é determinada pela observação da frequência e do ritmo
respiratórios e da cor da pele e das mucosas. A saturação de
oxigênio sanguíneo é monitorada por meio de oximetria de pulso;
o nível normal de saturação de oxigênio (SpO2) é superior a 95%
em ar ambiente (Urden et al., 2014).

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Paciente om ngina e eito

Avaliação
O enfermeiro coleta informações a respeito dos sintomas e das
atividades do paciente, especialmente aqueles que precedem e
precipitam os ataques de angina de peito. As perguntas
apropriadas estão listadas no Boxe 27.4. As respostas a essas
perguntas formam a base para o planejamento de um programa
de tratamento e prevenção efetivos. Além de avaliar a angina de
peito ou seu equivalente, o enfermeiro também avalia os fatores
de risco do paciente quanto à DAC, a resposta do paciente à
angina, a compreensão do paciente e da família sobre o
diagnóstico e a adesão ao plano de tratamento atual.

Boxe 7.4
Avaliação

Avaliação da angina

te:
• “O loc ( sint prodrômic Voc consegue
apon
• “Voc t al?”
• “C oc ev
• oc tes?”
• “Voc c classi c esc c a

• “Q omeçou?”
• “Quant a?”
• “
• “
• “Voc t

Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nos dados da avaliação, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir os seguintes:
• Risco de diminuição da perfusão tissular cardíaca
Ansiedade relacionada com os sintomas cardíacos e com

possível morte
• Conhecimento deficiente a respeito da doença de base e dos
métodos para evitar complicações
• Não adesão, manejo ineficaz do esquema terapêutico
relacionado com a falha em aceitar as alterações necessárias
no estilo de vida.

Problemas colaborativos/potenciais complicações


As complicações potenciais podem incluir as seguintes:
• SCA e/ou IAM (descritos posteriormente neste capítulo)
• Arritmias e parada cardíaca (ver Capítulos 26 e 29)
• Insuficiência cardíaca (ver Capítulo 29)
• Choque cardiogênico (ver Capítulo 14).

Planejamento etas
As principais metas para o paciente incluem tratamento imediato
e apropriado quando a angina ocorre; prevenção da angina;
redução da ansiedade; conhecimento sobre o processo da
doença e compreensão sobre os cuidados prescritos; adesão ao
programa de cuidados pessoais; e ausência de complicações.

Intervenções e nfermagem
Tratament
Se o paciente relatar dor (ou se houver sugestão de isquemia
cardíaca pelos sintomas prodrômicos, que podem incluir
indigestão ou náuseas, sufocação, pesar, fraqueza ou dormência
nos membros superiores, dispneia ou tontura), o enfermeiro
adota medidas imediatas. O paciente que apresenta angina é
orientado a interromper todas as atividades e sentar ou repousar
no leito em uma posição de semi-Fowler para reduzir as
demandas de oxigênio do miocárdio isquêmico. O enfermeiro
avalia a angina do paciente, fazendo perguntas para determinar
se é a mesm que ele costuma apresentar. Uma alteração pode
indicar piora da doença ou uma causa diferente. O enfermeiro
então continua a avaliar o paciente, aferindo os sinais vitais e
observando os sinais de angústia respiratória. Se o paciente
estiver hospitalizado, geralmente é feito um ECG de 12
derivações à procura de alterações do segmento ST e da onda
T. Se o paciente for colocado sob monitoramento cardíaco, é
feito acompanhamento contínuo do segmento ST à procura de
alterações.
Administra-se nitroglicerina por via sublingual e avalia-se a
resposta do paciente (alívio da dor torácica e efeito sobre a
pressão arterial e a frequência cardíaca). Se a dor torácica não
for alterada ou diminuir, mas ainda persistir, a administração de
nitroglicerina é repetida por até três doses. A cada vez, avaliam-
se a pressão arterial, a frequência cardíaca e o segmento ST (se
o paciente estiver em um monitor com capacidade de
acompanhamento do segmento ST). O enfermeiro administra
terapia com oxigênio se a frequência respiratória do paciente
estiver aumentada ou se o nível de saturação de oxigênio estiver
diminuído. O oxigênio costuma ser administrado a 2 ℓ /min por
cânula nasal, mesmo se não houver evidências de
dessaturação, embora não haja evidências de efeito positivo
sobre o resultado do paciente. Se a dor for significativa e
continuar após essas intervenções, o paciente é reavaliado
quanto a IAM e pode ser transferido para uma unidade
intermediária (Amsterdam et al., 2014).

Redução da ansiedade
Os pacientes com angina geralmente temem a perda dos seus
papéis na sociedade e na família. Eles também podem temer
que a dor (ou os sintomas prodrômicos) possa provocar IAM ou
levar à morte. Investigar as implicações que o diagnóstico
apresenta par o paciente e fornecer informações a respeito da
doença, do seu tratamento e dos métodos para evitar a sua
progressão são intervenções de enfermagem importantes.
Diversos métodos de redução do estresse, tais como
imaginação guiada ou musicoterapia, devem ser explorados com
o paciente (Ackley & Ladwig, 2014). Abordar as necessidades
espirituais do paciente e da família também pode auxiliar a
acalmar as ansiedades e os temores.

Prevenção da dor
O enfermeiro revisa os achados da avaliação, identifica o nível
de atividade que causa a dor ou os sintomas prodrômicos do
paciente e planeja as atividades do paciente de acordo. Se o
paciente apresenta dor com frequência ou com atividade
mínima, o enfermeiro alterna as atividades com períodos de
repouso. Equilibrar as atividades e o repouso é um aspecto
importante do plano de instruções para o paciente e a família.

Promoção de cuidados domiciliar, comunitário e de transição

Orientação do paciente sobre autocuidados. O


programa para a orientação do paciente com angina é planejado
de modo que o paciente e a família compreendam a doença,
identifiquem os sintomas de isquemia do miocárdio, declarem as
medidas a serem adotadas quando os sintomas se
desenvolvem, e discutam os métodos para prevenir a dor
torácica e o avanço da DAC. Os objetivos são reduzir a
frequência e a intensidade dos ataques anginosos, adiar a
progressão da doença de base, se possível, e prevenir
complicações. Os fatores resumidos no Boxe 27.5 são
importantes na orientação ao paciente com angina de peito.
O programa de autocuidado é preparado em colaboração
com o pacient e a família ou amigos. As atividades devem ser
planejadas para minimizar a ocorrência de episódios anginosos.
O paciente precisa compreender que qualquer dor não aliviada
em 15 minutos pelos métodos habituais, incluindo nitroglicerina
(ver Boxe 27.3), deve ser tratada no PS mais próximo; o
paciente deve ligar para o número de emergência.
Cuidados contínuos e de transição. Os pacientes com
incapacidades funcionais ou necessidades especiais podem
receber cuidados domiciliares, comunitários ou de transição por
um enfermeiro, quando apropriado. Um enfermeiro de cuidados
domiciliares ou de transição auxilia o paciente com a
programação e a manutenção de consultas de
acompanhamento. O paciente pode necessitar de lembretes a
respeito do monitoramento de acompanhamento, incluindo
exames laboratoriais periódicos. Além disso, o enfermeiro de
cuidados domiciliares pode monitorar a adesão do paciente às
restrições alimentares e aos medicamentos antianginosos
prescritos, incluindo nitroglicerina. Se o paciente apresentar
sintomas anginosos graves, o enfermeiro pode avaliar o
ambiente domiciliar e recomendar modificações que diminuam a
ocorrência de episódios anginosos. Por exemplo, se um paciente
não puder subir escadas sem apresentar isquemia, o enfermeiro
de cuidados domiciliares pode auxiliá-lo a planejar atividades
diárias que minimizem a subida de escadas.

Reavaliação
Entre os resultados esperados estão:
1. O paciente relata que a dor é aliviada imediatamente.
a. Reconhece os sintomas.
b. Adota medidas imediatas.
c. O paciente busca assistência médica se a dor persistir ou
alterar-se em qualidade.

Boxe 7.5
Lista e eri cação o uidado omiciliar

Manejo da angina de peito

A concluír orientações pacient c ser capazes


de:
• Declar o impacto peit aspect siológico AVDs nas
AIVDs elacionament
• Declar mudanç (p e a físic no
ambient t
• S um c baix t gordur saturadas alt t bras
e ado alórica
• a pr de
r interc c a regular provoquem
desconfort orácico
• S xer escrito
Reconhec extr temperatur (sobr podem
angin portanto deve exer físic em
temperatur xtremas
• Indic nome dose efeit colaterais fr hor uso
amentos
• Administr medicamentos acetilsalicílic e
betabloqueadores onf escrito
• T sempr c nitroglic t oc declar e
c ti c eit olaterais
• E utilizaç medicament sem
prescriç médic (p e anorexígenos descongestionant que
aumen fr cardíac pr art antes
conv o
• U rec apr par suport durant ocasiões
emocionalment estressant (p e conselheiro enfermeiro clérigo,
médico)
• A
tabagis aumen fr cardíac pr art níveis
séric arbono)
• Alcanç t t
• Alcanç t a
• Inf onta gun omplicações
Rela t t
Det hor da c acompanhament dos
exames
• Identi c nec promoçã (p e reduç peso
corporal cessaç tabagismo contr estr prevenç de
doenç

AVDs t

2. O paciente relata diminuição da ansiedade.


a. Expressa aceitação do diagnóstico.
b. Expressa controle sobre as escolhas no esquema clínico.
c. Não exibe sinais e sintomas que indiquem alto nível de
ansiedade.
3. O paciente compreende os modos de evitar complicações e
não as apresenta.
a. Descreve o processo da angina.
b. Explica os motivos para as medidas para evitar
complicações.
c. Exibe ECG estável.
d. Não apresenta sinais e sintomas de IAM.
4. O paciente adere ao programa de cuidados pessoais.
a. Administra os medicamentos conforme prescrito.
b. Mantém as consultas de cuidados de saúde.
c. Implementa o plano para reduzir os fatores de risco.

SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

E INFART AGUD D MIOCÁRDIO


A síndrome coronariana aguda (SCA) é uma situação de
emergência caracterizada por início agudo de isquemia do
miocárdio, que resulta em morte miocárdica (ou seja, IAM) se as
intervenções definitivas não ocorrerem imediatamente. (Embora os
termos oclusão coronariana e infarto do miocárdio sejam
empregados como sinônimos, o termo preferido é infarto do
miocárdio.) O espectro da SCA inclui a angina instável, o NSTEMI
e o infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST
(STEMI).

Fisiopatologia
Na angina instável, ocorre redução do fluxo sanguíneo em uma
artéria coronária, geralmente em virtude de placa aterosclerótica.
Um coágulo começa a se formar sobre a lesão coronariana, mas a
artéria não é completamente ocluída. Esta é uma situação aguda,
que pode resultar em dor torácica e outros sintomas que podem
ser qualificados como angina pré-infarto, tendo em vista que o
paciente provavelmente sofrerá um IAM se não houver
intervenções imediatas.
Em um IAM, a ruptura da placa e a subsequente formação de
trombos resultam na oclusão completa da artéria, o que leva à
isquemia e à necrose do miocárdio suprido por aquela artéria. O
espasmo de uma artéria coronária, a diminuição do aporte de
oxigênio (p. ex., em virtude de perda sanguínea aguda, anemia ou
hipotensão) e o aumento da demanda de oxigênio (p. ex., em
virtude de frequência cardíaca rápida, tireotoxicose ou ingestão de
cocaína) são outras causas de IAM. Em cada caso, há um
profundo desequilíbrio entre o aporte e a demanda de oxigênio
miocárdico.
A área de infarto desenvolve-se ao longo de minutos a horas. À
medida que as células são privadas de oxigênio, a isquemia
desenvolve-se, ocorre a lesão celular, e a ausência de oxigênio
resulta em infarto, ou morte das células. A expressão “tempo é
músculo” reflete a urgência do tratamento apropriado para
melhorar os resultados do paciente. A cada 43 segundos,
aproximadamente, um norte-americano sofre um IAM (Mozaffarian
et al., 2016) e muitas dessas pessoas morrem em decorrência
desse evento cardiovascular.2 Reconhecimento e tratamento
precoces dos pacientes que sofreram um IAM melhoram suas
chances de sobrevida.
Diversas descrições são utilizadas para identificar um IAM: o
tipo (NSTEMI, STEMI), a localização da lesão na parede
ventricular (parede anterior, inferior, posterior ou lateral) e a
cronologia (agudo, em evolução ou antigo). A diferenciação entre
NSTEMI e STEMI é determinada por exames complementares e é
explicada posteriormente neste capítulo.
O ECG de 12 derivações identifica o tipo e a localização do
IAM, e outros indicadores ECG, tais como onda Q e história
patológica pregressa do paciente, identificam a ocasião.
Independentemente da localização, os objetivos da terapia clínica
são aliviar os sintomas, prevenir ou minimizar a morte tecidual
miocárdica e evitar as complicações. A fisiopatologia da DAC e os
fatores de risco envolvidos foram discutidos anteriormente neste
capítulo.

Manifestações clínicas
A dor torácica que ocorre subitamente e que continua, apesar do
repouso e dos medicamentos, é o sintoma da maioria dos
pacientes com SCA. Alguns desses pacientes apresentam
sintomas prodrômicos ou um diagnóstico prévio de DAC, mas
outros não relatam sintomas anteriores. Os pacientes podem
apresentar uma combinação de sintomas, incluindo dor torácica,
dispneia, indigestão, náuseas e ansiedade. Eles podem
apresentar pele fria, pálida e úmida. As frequências cardíaca e
respiratória podem estar mais rápidas do que o normal. Esses
sinais e sintomas, que são causados pela estimulação do sistema
nervoso simpático, podem ocorrer por apenas um breve período
ou podem persistir. Em muitos casos, os sinais e sintomas de IAM
não podem ser distinguidos daqueles da angina instável; daí a
evolução do termo síndrome coronariana aguda.

Avaliação e achados diagnósticos


O diagnóstico de SCA geralmente tem por base os sintomas
iniciais (Boxe 27.6); o ECG de 12 derivações e exames
laboratoriais (p. ex., biomarcadores cardíacos seriados) são
realizados para esclarecer se o paciente apresenta angina
instável, NSTEMI ou STEMI (Amsterdam et al., 2014). O
prognóstico depende da gravidade da obstrução da artéria
coronária e da existência e da extensão da lesão miocárdica. O
exame físico sempre é realizado, mas, isoladamente, não confirma
o diagnóstico.

Boxe 7.6

Avaliação

Avaliação da síndrome coronariana aguda ou infarto agudo do


miocárdio

t tomas:

Cardiovascular
• D desconfort torácic a r nitroglicerina;
palpitações cardíac podem B3 4 apareciment recent de
o
• P observ aument dist v infart agudo
ár ardíaca
• pre art elevada vir estimulaç simpática,
di vir redução contratilidade cardiogênico
iminent amentos
• trial
• A alteraç segment T EC revelar
taquicar adicar .

Respiratório
D ar estertor crepitant IA tiv causado
c orr .

Gastrintestinal
Náuseas ômito.

Geniturinário
ardiogênico.

Pele
F pega diaforétic aspect vir estimulaç simpática
ardiogênico.

Neurológico
Ansiedade inquietaç ver indic aument estimulação
simpátic diminuiç contra oxigenaç cerebrais mesmos
sint ardiogênico.

Psicológicos
T t te ado.

A história do paciente inclui a descrição do sintoma inicial (p. ex.,


dor), a história patológica pregressa de cardiopatia e outras
condições e a história familiar de cardiopatia. A história também
deve incluir informações a respeito dos fatores de risco do
paciente para cardiopatia.
O ECG de 12 derivações fornece informações que auxiliam no
descarte ou no diagnóstico de IAM. Deve ser obtido em 10
minutos a partir do momento em que um paciente relata dor ou
chega ao PS. Durante o monitoramento das alterações seriadas
no ECG, é possível identificar e monitorar a localização, a
evolução e a resolução de IAM.
As alterações no ECG que ocorrem no IAM são observadas
nas derivações que indicam a superfície do coração envolvida. As
alterações no ECG esperadas são inversão da onda T, elevação
do segmento ST e desenvolvimento de onda Q anormal (Figura
27.5). Tendo em vista que o infarto evolui ao longo do tempo, o
traçado do ECG também se modifica com o passar do tempo. Os
primeiros sinais ECG de um IAM costumam ser observados na
onda T e no segmento ST (Amsterdam et al., 2014). À medida que
a área de lesão se torna isquêmica, a repolarização miocárdica é
alterada e adiada, causando inversão da onda T. A lesão
miocárdica também causa alterações no segmento ST. O
segmento ST normalmente é plano no ECG. As células
miocárdicas lesionadas despolarizam normalmente, mas
repolarizam mais rapidamente do que as células normais,
causando a elevação do segmento ST em no mínimo 1 mm acima
da linha isoelétrica (a área entre a onda T e a próxima onda P é
utilizada como a referência para a linha isoelétrica). Esta alteração
é medida 0,06 a 0,08 segundo após o término do complexo QRS –
um ponto denominado ponto J (Urden et al., 2014) (Figura 27.6).
Uma elevação no segmento ST em duas derivações contíguas é
um indicador diagnóstico importante de IAM (i. e., STEMI).
Figura 27.5 Efeitos da isquemia, da lesão e do infarto em um registro de
eletrocardiograma. A isquemia causa inversão da onda T em virtude da alteração da
repolarização. A lesão do músculo cardíaco causa elevação do segmento ST.
Posteriormente, a onda Q se desenvolve em virtude da ausência da corrente de
despolarização do tecido necrótico e das correntes oponentes de outras partes do
coração.
Figura 27.6 Utilização do ECG para diagnosticar o infarto agudo do miocárdio (IAM). (A
elevação do segmento ST é medida 0,06 a 0,08 segundo após o ponto J. Uma elevação
superior a 1 mm em derivações contíguas é indicativa de IAM.)

O aspecto das ondas Q anormais é outro sinal de IAM. As


ondas desenvolvem-se em 1 a 3 dias, tendo em vista que não
há corrente de despolarização conduzida a partir do tecido
necrótico (Urden et al., 2014). Onda Q nova e significativa
apresenta duração igual ou superior a 0,04 segundo e 25% da
profundidade da onda R. Um IAM também provoca diminuição da
altura da onda R. Durante um IAM geralmente ocorrem alterações
isquêmicas. Uma onda Q anormal pode estar presente sem
alterações no segmento ST e na onda T, o que indica um infarto
do miocárdio antigo, não agudo. Para alguns pacientes, não existe
elevação persistente do ST nem outras alterações no ECG;
portanto, um NSTEMI é diagnosticado por meio de níveis séricos
de biomarcadores cardíacos.
Com a utilização das informações apresentadas, os pacientes
são diagnosticados com uma das seguintes formas de SCA:
• Angina instável: o paciente apresenta manifestações clínicas
de isquemia coronariana, mas o ECG e os biomarcadores
cardíacos não demonstram evidências de IAM
• STEMI: o paciente apresenta evidências no ECG de IAM com
alterações características em duas derivações contíguas em
um ECG de 12 derivações. Neste tipo de IAM, há lesão
significativa do miocárdio
• NSTEMI: o paciente apresenta elevação dos biomarcadores
cardíacos (p. ex., troponina), mas não há evidências definitivas
no ECG de IAM. Neste tipo de IAM, pode haver menos lesão
no miocárdio.
Durante a recuperação de um IAM, o segmento ST com
frequência é o primeiro indicador no ECG a se normalizar. As
alterações da onda Q geralmente são permanentes. Um STEMI
antigo é, habitualmente, indicado por uma onda Q anormal ou
diminuição da altura da onda R sem alterações no segmento ST e
na onda T.

O ecocardiograma é utilizado para avaliar a função ventricular.


Pode ser utilizado para auxiliar no diagnóstico de um IAM,
especialmente quando o ECG não é diagnóstico. O
ecocardiograma detecta movimentação da parede hipocinética e
acinética e pode determinar a fração de ejeção (ver Capítulo 25).

As enzimas e os biomarcadores cardíacos, que incluem troponina,


creatinoquinase (CK) e mioglobina, são utilizados para
diagnosticar um IAM. Os biomarcadores cardíacos podem ser
analisados rapidamente, o que acelera um diagnóstico preciso.
Estes exames se baseiam na liberação de conteúdo celular para a
circulação quando as células miocárdicas morrem. A Figura 27.7
demonstra os períodos de tempo das enzimas e dos
biomarcadores cardíacos.

■ Troponina
A troponina, uma proteína encontrada nas células miocárdicas,
regula o processo contrátil miocárdico. Existem três isômeros da
troponina: C, I e T. As troponinas I e T são específicas para o
músculo cardíaco, e estes biomarcadores atualmente são
reconhecidos como marcadores confiáveis e críticos da lesão
miocárdica (Amsterdam et al., 2014). A elevação dos níveis
séricos de troponina é detectada em algumas horas durante um
IAM. Os níveis permanecem elevados por um longo período,
geralmente por até 2 semanas e, portanto, podem ser utilizados
para detectar a lesão miocárdica recente. Deve ser mencionado
que os níveis de troponina cardíaca elevam-se durante processos
inflamatórios e outras formas de tensão mecânica no miocárdio.
Esses incluem sepse, insuficiência cardíaca e insuficiência
respiratória (Liu, Shehu, Herrold, et al., 2015).

Figura 27.7 Elevação do pico e duração de enzimas e biomarcadores séricos após o


infarto agudo do miocárdio. (De Morton, P. G., & Fontaine, D. K. (2013). Critical care
nursing (10th ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins.

■ Creatinoquinase e suas isoenzimas


Existem três isoenzimas da CK: CK-MM (músculo esquelético),
CK-MB (músculo cardíaco) e CK-BB (tecido cerebral). A CK-MB é
a isoenzima específica cardíaca; é encontrada principalmente nas
células cardíacas e, portanto, aumenta quando há lesão nessas
células. A elevação dos níveis de CK-MB é um indicador de IAM; o
nível começa a aumentar em algumas horas e alcança seu
máximo em 24 horas após um infarto.

■ Mioglobina
A mioglobina é uma proteína heme que auxilia no transporte do
oxigênio. Assim como a enzima CK-MB, a mioglobina é
encontrada no músculo cardíaco e esquelético. O nível de
mioglobina começa a aumentar em 1 a 3 horas e chega ao pico
em 12 horas após o início dos sintomas. Um aumento na
hemoglobina não é muito específico de evento cardíaco agudo; no
entanto, resultados negativos podem ser utilizados para descartar
a possibilidade de IAM.

Manejo clínico
Os objetivos do manejo clínico são minimizar a lesão miocárdica,
preservar a função miocárdica e prevenir complicações. Tais
objetivos são facilitados pela utilização de diretrizes desenvolvidas
pelo American College of Cardiology (ACC) e pela AHA (Boxe
27.7).
Os objetivos para o tratamento dos pacientes com IAM podem
ser alcançados por meio de intervenções que restabelecem o fluxo
coronariano. A minimização da lesão miocárdica também é
alcançada com a redução da demanda de oxigênio miocárdico e
com o aumento do aporte de oxigênio com medicamentos,
administração de oxigênio e repouso no leito. A resolução da dor e
as alterações ao ECG indicam que a demanda e o aporte estão
equilibrados; também podem indicar reperfusão. A visualização do
fluxo sanguíneo através de um vaso aberto no laboratório de
cateterização é evidência de reperfusão.

O paciente com suspeita de IAM deve receber imediatamente


suplementação de oxigênio, ácido acetilsalicílico, nitroglicerina e
morfina. A morfina é o fármaco de escolha para a redução da dor
e da ansiedade. Ela também reduz a pré-carga e a pós-carga,
diminuindo o esforço do coração. A resposta à morfina é
monitorada cuidadosamente para a avaliação em relação à
hipotensão ou à diminuição da frequência respiratória. Também
pode ser utilizado um betabloqueador se ocorrerem arritmias. Se
um betabloqueador não for necessário no período de manejo
inicial, deve ser introduzido em 24 horas após a hospitalização,
assim que a hemodinâmica tiver estabilizado e for confirmado que
o paciente não apresenta contraindicações (Amsterdam et al.,
2014). Também pode ser prescrita heparina não fracionada ou
HBPM juntamente com agentes de inibição plaquetária para
prevenir a formação adicional de coágulos.

Box
Diretriz atament t árdio

• S ânsit t
• Faz ocardiogr ações os
• Obt amostr séric laborat biomarcador cardíacos incluindo
troponina
• Obt omplementar ec o
• tervenç otina:
Suplementaç xigênio
Nitroglicerina
Mor na
Á etilsalicílico
Betabloqueador
onversor as
Anticoagulaç
Estatina
• Av t aç er eperfusão:
Intervenç or cutânea
Ter ombolític a)
• Con er onf ação:
H baix molecular bivalir ou
f
Clopidogrel
oprot
ant as
Prescriç
A Institut f Clinic Syst Improvemen 2013
AC f managemen ST-eleva myocar infarc A
repor Americ C Car Foundation/Americ Heart
Associa orc ractic uidelines.

O paciente com STEMI é levado diretamente para o laboratório de


cateterismo cardíaco para uma ICP imediata (se houver
laboratório de cateterismo cardíaco na instituição). O
procedimento é utilizado para abrir a artéria coronária ocluída e
promover a reperfusão para a área que foi privada de oxigênio.
Foram relatados resultados superiores com a utilização da ICP, em
comparação aos agentes trombolíticos (Amsterdam et al., 2014)
(também denominados agentes fibrinolíticos); ver a seção
Trombolíticos (fibrinolíticos). A ICP inicial pode ser eficaz em
pacientes de todas as idades, incluindo aqueles com mais de 75
anos (Brenes-Salazar & Forman, 2014). O procedimento trata a
lesão aterosclerótica de base. Tendo em vista que a duração da
privação de oxigênio determina a quantidade de células
miocárdicas que morrem, o tempo desde a chegada do paciente
no PS até o momento em que a ICP é realizada deve ser inferior a
60 minutos. Isso é geralmente denominado tempo da porta até o
balão. Um laboratório de cateterismo cardíaco e equipes devem
estar disponíveis se uma ICP de emergência precisar ser realizada
neste curto período. Os cuidados de enfermagem relacionados
com a ICP serão apresentados posteriormente neste capítulo.

A terapia trombolítica (fibrinolítica) é iniciada quando a ICP


primária não está disponível ou quando o tempo de transporte até
um hospital capacitado para a ICP é muito longo. Esses agentes
são administrados por via intravenosa de acordo com um
protocolo específico (Boxe 27.8). Os agentes trombolíticos
(fibrinolíticos) utilizados com mais frequência são alteplase,
reteplase e tenecteplase. A finalidade dos trombolíticos
(fibrinolíticos) é dissolver (i. e., lisar) o trombo em uma artéria
coronária (trombólise), possibilitando que o sangue flua
novamente pela artéria coronária (reperfusão), minimizando o
tamanho do infarto e preservando a função ventricular. Contudo,
embora os trombolíticos (fibrinolíticos) possam dissolver o trombo,
não afetam a lesão aterosclerótica de base. O paciente pode ser
encaminhado para um cateterismo cardíaco e outros
procedimentos invasivos após a utilização da terapia trombolítica
(fibrinolítica). Os trombolíticos (fibrinolíticos) não devem ser
utilizados se o paciente estiver em sangramento ou apresentar um
distúrbio de sangramento. Eles devem ser administrados em 30
minutos da apresentação no hospital (ICSI, 2013b). Este é
geralmente chamado de período da porta até a agulha.

Boxe 7.8
Farmacologia

Administração de terapia trombolítica ( brinolítica)

Indicações
• D torácic c duraç minutos pela
nitroglicerina
• Elevaç segment mín derivaç visualiz a
oração
• Inf .

Contraindicações bsolutas
• Sangrament tivo
• D ament onhecido
• Hist t asc efálic ágico
• Hist ormaç tracranianos
• Cirur auma t ecente
• Hipert ontrolada
• Gestação.

Considerações e nfermagem
• M ez t cionada
• E tramusculares
• C at
• ac IV ant ter trombolític ( brinolític um
ac
• E on t vasivo
• Monitor elaç ensão
• Monitor c relaç reper resoluç alterações
t
• Veri c sint sangrament diminuiç valor de
hematócrit diminuiç pr arterial aument na
fr cardíac dr loc procedimentos
invasivos costas fraque muscular alteraç nív de
c efaleia
• Tra sangrament gr port descontinuaç terapia
trombolític ( brinolític quai anticoagulant aplic pressão
dir tamente
• Tra sangrament port aplicaç pressão
dir essív on orar.

A Ur D Stacy K L M.E Critic car nursing


t ouis lsevier.

Após ICP ou terapia trombolítica (fibrinolítica), é indicado


monitoramento cardíaco contínuo, preferencialmente em uma
unidade coronariana (UTI cardíaca). A continuação do manejo
farmacológico inclui ácido acetilsalicílico, um betabloqueador e um
inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA). Os
inibidores da ECA previnem a conversão da angiotensina I em
angiotensina II. Na ausência da angiotensina II, a pressão arterial
diminui e os rins excretam sódio e líquido (diurese), diminuindo a
demanda de oxigênio do coração. A utilização de inibidores da
ECA em pacientes após o IAM diminui as taxas de mortalidade e
previne o remodelamento das células miocárdicas que está
associado ao início da insuficiência cardíaca. A pressão arterial, o
débito urinário e os níveis séricos de sódio, potássio e creatinina
precisam ser cuidadosamente monitorados. Se um inibidor da
ECA não for adequado, deve ser prescrito um bloqueador de
receptores de angiotensina (BRA) (Amsterdam et al., 2014).
Terapia de substituição da nicotina e aconselhamento sobre a
cessação do tabagismo também devem ser iniciados para os
fumantes.

Reabilitação cardíaca
Quando o paciente que sofreu um IAM está em condição estável,
é iniciado um programa de reabilitação ativa. A reabilitação
cardíaca é um importante programa de cuidados contínuos para
os pacientes com DAC, que tem por alvo a redução do risco por
meio do fornecimento de instruções ao paciente e à família,
oferecimento de apoio individual e em grupo, e encorajamento da
atividade física e do condicionamento físico. Os objetivos da
reabilitação para o paciente que sofreu IAM são prolongar a vida e
melhorar a qualidade de vida. Os objetivos imediatos são limitar os
efeitos e a progressão da aterosclerose, o retorno do paciente ao
trabalho e ao estilo de vida antes da doença, intensificar as
condições psicossocial e vocacional do paciente, e prevenir outro
evento cardíaco. Os programas de reabilitação cardíaca
aumentam a sobrevida, reduzem os eventos recidivantes e a
necessidade de procedimentos de intervenção e melhoram a
qualidade de vida (Amsterdam et al., 2014).
O condicionamento físico é alcançado gradualmente ao longo
do tempo. Muitas vezes, os pacientes o “excedem” como uma
tentativa de alcançar seus objetivos muito rapidamente. Os
pacientes são observados quanto a dor torácica, dispneia,
fraqueza, fadiga e palpitações e são orientados a interromper os
exercícios físicos se ocorrer qualquer um desses sintomas. Os
pacientes também podem ser monitorados em relação ao aumento
na frequência cardíaca acima da frequência cardíaca-alvo,
aumento na pressão arterial sistólica ou diastólica superior a 20
mmHg, diminuição na pressão arterial sistólica, início ou piora de
arritmias, ou alterações do segmento ST do ECG.
Os programas de reabilitação cardíaca são categorizados em
três fases (Fletcher, Ades, Kligfield, et al., 2013). A fase I tem início
com o diagnóstico de aterosclerose, que pode ocorrer quando o
paciente é hospitalizado por SCA. Em virtude das breves durações
da estadia hospitalar, a mobilização ocorre de modo precoce e as
instruções do paciente concentram-se nos fundamentos dos
cuidados pessoais, em vez da instituição de alterações
comportamentais para a redução do risco. As prioridades para a
instrução hospitalar incluem os sinais e sintomas que indicam a
necessidade de buscar assistência de emergência, o esquema
terapêutico, o equilíbrio de repouso-atividade e consultas de
acompanhamento com o profissional primário. Ao paciente é
informado que, embora a DAC seja uma doença vitalícia e que
deve ser tratada como tal, ele provavelmente poderá retomar uma
vida normal após um IAM. A quantidade e o tipo de atividade
recomendados na alta dependem da idade do paciente, da sua
condição antes do evento cardíaco, da extensão da doença, do
período de estadia hospitalar e do desenvolvimento de quaisquer
complicações.
A fase II ocorre após o paciente ter recebido alta. O paciente
comparece às sessões 3 vezes/semana por 4 a 6 semanas, mas
pode continuar por até 6 meses. O programa ambulatorial é
composto por treinamento com exercícios físicos supervisionado,
geralmente monitorado por ECG, que é individualizado. A cada
sessão, o paciente é avaliado quanto à eficácia do tratamento e à
sua adesão. Para prevenir complicações e outra hospitalização, a
equipe de reabilitação cardíaca alerta o profissional principal que
realizou o encaminhamento em relação a quaisquer problemas. A
reabilitação cardíaca de fase II também inclui sessões de
instruções para os pacientes e as famílias, que são fornecidas por
cardiologistas, fisiologistas de exercícios físicos, nutricionistas,
enfermeiros outros profissionais de saúde. Essas sessões
podem ocorrer fora de um ambiente tradicional de sala de aulas.
Por exemplo, um nutricionista pode levar um grupo de pacientes
até um mercado para as seleções de rótulos e carnes, ou até um
restaurante para discutir as ofertas do menu para uma dieta
saudável para o coração.
A fase III é um programa ambulatorial a longo prazo que se
concentra na manutenção da estabilidade cardiovascular e no
condicionamento a longo prazo. O paciente normalmente é
autodirecionado durante esta fase e não necessita de um
programa supervisionado, embora ele possa ser oferecido. Os
objetivos de cada fase são construídos sobre as conquistas da
fase anterior.

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Paciente om índrome oronariana guda

Avaliação
Um dos aspectos mais importantes dos cuidados do paciente
com SCA é a avaliação. Ela estabelece a condição basal do
paciente, identifica as necessidades do paciente e auxilia na
determinação da prioridade daquelas necessidades. A avaliação
sistemática inclui uma história cuidadosa, particularmente à
medida que ele se relaciona aos sintomas: dor ou desconforto
torácico, dificuldade respiratória (dispneia), palpitações, fadiga
incomum, desmaio (síncope), ou outros possíveis indicadores de
isquemia do miocárdio. Cada sintoma deve ser avaliado quanto
à ocasião, à duração e aos fatores que precipitam o sintoma e o
aliviam, e em comparação aos sintomas anteriores. Uma
avaliação física centrada é importante para detectar
complicações e qualquer alteração no estado do paciente. O
Boxe 27.6 identifica as avaliações importantes e os possíveis
achados.
Dois acessos IV são tipicamente inseridos para qualquer
paciente com SCA, para assegurar que esteja disponível um
acesso para a administração de medicamentos de emergência.
Os medicamentos são administrados por via IV para alcançar o
pronto início e possibilitar o ajuste rápido. Após a estabilização
da condição do paciente, os acessos IV podem ser trocados por
um fechamento com soro fisiológico para manter o acesso IV.

Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nas manifestações clínicas, na história e nos dados
da avaliação diagnóstica, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir:
• Dor aguda relacionada com o aumento da demanda de
oxigênio miocárdico e com a diminuição do aporte de
oxigênio miocárdico
• Risco de diminuição da perfusão tissular cardíaca
relacionado com a redução do fluxo sanguíneo coronariano
• Risco de desequilíbrio do volume de líquido
• Risco de perfusão tissular periférica ineficaz relacionada com
a diminuição do débito cardíaco em virtude de disfunção
ventricular esquerda
• Ansiedade relacionada ao evento cardíaco e à possível morte
• Conhecimento deficiente a respeito dos cuidados pessoais
pós-SCA.
Problemas colaborativos/potenciais complicações
As complicações potenciais podem incluir as seguintes:
• Edema pulmonar agudo (ver Capítulo 29)
• Insuficiência cardíaca (ver Capítulo 29)
• Choque cardiogênico (ver Capítulo 14)
• Arritmias e parada cardíaca (ver Capítulos 26 e 29)
• Efusão pericárdica e tamponamento cardíaco (ver Capítulo
29).

Planejamento etas
As principais metas para o paciente incluem o alívio da dor ou
dos sinais isquêmicos (p. ex., alterações do segmento ST) e dos
sintomas, prevenção da lesão miocárdica, manutenção da
função respiratória efetiva, manutenção ou conquista da
perfusão tissular adequada, redução da ansiedade, adesão ao
programa de cuidados pessoais e reconhecimento inicial das
complicações. Os cuidados do paciente com SCA que apresenta
IAM não complicado estão resumidos no Plano de Cuidado de
Enfermagem (Boxe 27.9).

Boxe 7.9

Plano e uidado e nfermagem

Cuidados do paciente com infarto agudo do miocárdio não


complicado
DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de diminuição da perfusão tissular cardíaca relacionado com a redução do
uxo sanguíneo coronariano.
OBJETIVO: alívio de dor/desconforto torácico.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Inicialmente, avaliar, 1. Estes dados auxiliam na • Relata o início do alívio do


documentar e relatar ao determinação da causa e do desconforto torácico e dos
médico o seguinte: efeito do desconforto torácico e sintomas
fornecem uma avaliação basal à
• Aparenta estar confortável e
qual os sintomas pós-terapia
está sem dor e outros sinais ou
possam ser comparados.
sintomas
• A frequência respiratória, a
a. A descrição do paciente do a. Existem muitas condições
frequência cardíaca e a pressão
desconforto torácico, associadas ao desconforto
arterial retornam ao nível pré-
incluindo localização, torácico. Há achados
desconforto
intensidade, irradiação, clínicos característicos de
duração e fatores que o dor isquêmica e sintomas. • Pele quente e seca
afetam; outros sintomas • Débito cardíaco adequado,
como náuseas, diaforese, conforme evidenciado por:
ou queixas de fadiga
incomum. Eletrocardiograma (ECG)
estável/com melhora

b. O efeito da isquemia b. O infarto agudo do Frequência e ritmo


coronariana sobre a miocárdio (IAM) diminui a cardíaco
perfusão para o coração contratilidade do miocárdio
Pressão arterial
(p. ex., alteração na e a complacência
pressão arterial, ritmo ventricular e pode produzir Estado mental
cardíaco), para o cérebro arritmias. O débito cardíaco
Débito urinário
(p. ex., alterações no nível é reduzido, resultando em
de consciência), para os pressão arterial menor e Ureia sérica (BUN) e
rins (p. ex., diminuição no diminuição da perfusão dos creatinina sérica
débito urinário) e para a órgãos.
Cor e temperatura da pele
pele (p. ex., cor,
temperatura). • Nenhum efeito adverso em
virtude dos medicamentos

2. Obter um registro de ECG de 12 2. Um ECG durante os sintomas


derivações durante os eventos pode ser útil no diagnóstico da
sintomáticos, conforme isquemia.
prescrito, para avaliar quanto à
isquemia.
3. Administrar oxigênio conforme 3. A terapia com oxigênio aumenta
prescrito. o aporte de oxigênio para o
miocárdio.

4. Administrar a terapia 4. A terapia medicamentosa


medicamentosa conforme (nitroglicerina, mor na,
prescrito, e avaliar a resposta betabloqueador, ácido
do paciente continuadamente. acetilsalicílico) é a primeira linha
de defesa na preservação do
tecido miocárdico.

5. Assegurar o repouso físico: 5. O repouso físico reduz o


cabeceira do leito elevada para consumo de oxigênio
promover o conforto; dieta miocárdico. O temor e a
conforme tolerado; utilização ansiedade precipitam a resposta
de cadeira higiênica; utilização ao estresse; isso resulta em
de laxante para evitar o esforço aumento dos níveis de
com a defecação. Proporcionar catecolaminas endógenas, que
um ambiente tranquilo e aumentam o consumo de
acalmar os temores e a oxigênio miocárdico.
ansiedade com delicadeza e
solidariedade. Individualizar a
visitação com base na resposta
do paciente.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de débito cardíaco diminuído relacionado com insu ciência ventricular
esquerda.
OBJETIVO: ausência de angústia respiratória.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Inicialmente, a cada 4 h, e com 1. Estes dados são úteis no • Sem dispneia em repouso ou
o desconforto torácico ou diagnóstico da insu ciência aos esforços, ortopneia ou
sintomas, avaliar, documentar ventricular esquerda. Os sons dispneia noturna paroxística
e relatar ao médico sons cardíacos consequentes ao
• Frequência respiratória < 20
cardíacos anormais (galope por enchimento diastólico (B3 e B4)
incursões/min com atividade
B3 e B4 ou novo sopro), ruídos resultam da diminuição da
física e 16 respirações/min com
respiratórios anormais complacência ventricular
repouso
(sobretudo estertores esquerda associada ao IAM. A
crepitantes), diminuição da disfunção dos músculos • Cor e temperatura da pele
oxigenação e intolerância às papilares (em virtude do infarto normais
atividades. do músculo papilar) pode • SpO2, PaO2 e PaCO2 nos limites
resultar em regurgitação mitral normais
e redução do volume sistólico. A
ausculta de estertores • Frequência cardíaca < 100
crepitantes (geralmente nas bpm e > 60 bpm, com pressão
bases dos pulmões) pode indicar arterial nos limites normais do
congestão pulmonar em virtude paciente
do aumento das pressões do
• Radiogra a de tórax inalterada
lado esquerdo do coração. A
associação dos sintomas e das • Aparenta estar confortável e
atividades pode ser utilizada descansado
como um guia para a prescrição
de atividades e como base para
as instruções do paciente.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de perfusão tissular periférica ine caz relacionada com o débito cardíaco
diminuído.
OBJETIVO: manutenção/conquista da perfusão tissular adequada.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Inicialmente, a cada 4 h, em 1. Estes dados são úteis na • Pressão arterial na variação


caso de desconforto torácico, determinação de débito cardíaco normal do paciente
avaliar, documentar e relatar baixo.
• Idealmente, é mantido o ritmo
ao médico o seguinte:
sinusal normal sem arritmia,
a. Hipotensão. ou o ritmo basal do paciente é
mantido entre 60 e 100 bpm
b. Taquicardia e outra
sem arritmia adicional
arritmia.
• A atividade prescrita é bem
c. Intolerância às atividades. tolerada
d. Alterações do estado • Permanece alerta e orientado e
mental (utilizar a sem alteração cognitiva ou
contribuição da família). comportamental

e. Redução do débito • Aparenta estar confortável


urinário (< 0,5 mℓ/kg/h).
• Débito urinário > 0,5 mℓ/kg/h
f. Extremidades frias, • Extremidades quentes e secas,
úmidas e cianóticas, cor normal
diminuição dos pulsos
periféricos,
prolongamento do
enchimento capilar.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: ansiedade relacionada com evento cardíaco.


OBJETIVO: redução da ansiedade.
Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Avaliar, documentar e relatar 1. Estes dados fornecem • Relata menos ansiedade


ao médico o nível de ansiedade informações a respeito do bem-
• O paciente e a família discutem
e os mecanismos de estar psicológico. As causas da
suas ansiedades e temores a
enfrentamento do paciente e ansiedade são variáveis e
respeito da doença e da morte
da família. individuais e podem incluir
doença aguda, hospitalização, • O paciente e a família
dor, ruptura das atividades da aparentam estar menos
vida diária no domicílio e no ansiosos
trabalho, alterações no papel e • Aparenta estar repousado,
na autoimagem em virtude da frequência respiratória < 16
doença e preocupações incursões/min, frequência
nanceiras. Tendo em vista que cardíaca < 100 bpm sem
familiares ansiosos podem batimentos ectópicos, pressão
in uenciar o paciente, o arterial nos limites normais do
enfermeiro também deve paciente, pele quente e seca
identi car estratégias para
• Participa ativamente em um
reduzir os temores e a ansiedade
programa de reabilitação
da família.
progressiva
• Pratica técnicas para a redução
do estresse

2. Avaliar a necessidade de 2. Se um paciente encontrar apoio


aconselhamento espiritual e em uma religião, o
encaminhar, conforme aconselhamento espiritual pode
apropriado. auxiliar na redução da
ansiedade e do temor.

3. Avaliar a necessidade de 3. O serviço social pode auxiliar


encaminhamento para serviço com os cuidados pós-
social. hospitalares e as preocupações
nanceiras.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: conhecimento de ciente a respeito dos cuidados pessoais pós-IAM.


OBJETIVO: aderir ao programa de cuidados domiciliares; escolher o estilo de vida compatível com as recomendações
saudáveis para o coração. Ver Boxe 27.10.

Intervenções e nfermagem
A t
Equilibrar o aporte de oxigênio miocárdico com a demanda (p.
ex., conforme evidenciado pelo alívio da dor torácica) é a
prioridade máxima nos cuidados dos pacientes com uma SCA.
Embora a administração dos medicamentos, conforme descrito
anteriormente, seja necessária para alcançar este objetivo, as
intervenções de enfermagem também são importantes. A
colaboração entre o paciente, o enfermeiro e o médico é
essencial na avaliação da resposta do paciente à terapia e na
alteração das intervenções de acordo.
O oxigênio deve ser administrado juntamente com a terapia
medicamentosa para auxiliar no alívio dos sintomas. A
administração de oxigênio eleva o nível circulante de oxigênio
para reduzir a dor associada aos baixos níveis de oxigênio
miocárdico. A via de administração (habitualmente por cânula
nasal) e a velocidade do fluxo de oxigênio são documentadas.
Uma velocidade de fluxo de 2 a 4 ℓ/min costuma ser adequada
para manter os níveis de saturação de oxigênio de pelo menos
95%, exceto se houver doença pulmonar crônica.
Os sinais vitais são avaliados com frequência, desde que o
paciente estej apresentando dor e outros sinais ou sintomas de
isquemia aguda. O repouso físico no leito com a cabeceira do
leito elevada ou em uma cadeira de apoio auxilia na diminuição
do desconfort torácico e da dispneia. A elevação da cabeça e
do dorso é benéfica pelos seguintes motivos:
• O volume corrente melhora em virtude da redução da
pressão do conteúdo abdominal sobre o diafragma e da
melhor expansão pulmonar
• A drenagem dos lobos pulmonares superiores melhora
• O retorno venoso para o coração (pré-carga) diminui,
reduzindo o esforço do coração.
A dor associada a IAM reflete um desequilíbrio no aporte e
na demanda de oxigênio miocárdico ou perfusão tissular
miocárdica ineficaz. A dor também resulta em aumentos em
frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial. O
alívio imediato da dor auxilia no restabelecimento deste
equilíbrio, diminuindo, assim, o esforço do coração e
minimizando a lesão do miocárdio. O alívio da dor também
auxilia na redução do nível de ansiedade do paciente, que, por
sua vez, reduz a resposta simpática ao estresse, levando a uma
diminuição no esforço do coração já estressado.

Melhora da função respiratória


A avaliação regular e cuidadosa da função respiratória detecta
os sinais iniciais de complicações pulmonares. O enfermeiro
monitora a volemia para prevenir a sobrecarga de líquido e
encoraja o paciente a respirar profundamente e mudar de
decúbito, geralmente para manter a ventilação efetiva por todo o
pulmão. A oximetria de pulso guia a utilização da terapia com
oxigênio.

Promoção da perfusão tissular adequada


O repouso no leito ou em cadeira durante a fase inicial do
tratamento auxilia na redução do consumo de oxigênio
miocárdico. Essa limitação da mobilidade deve permanecer até
que o paciente esteja sem dor e hemodinamicamente estável. A
temperatura da pele e os pulsos periféricos devem ser
verificados com frequência para monitorar a perfusão tissular.

Redução da ansiedade
O alívio da ansiedade e a diminuição do temor são funções de
enfermagem importantes que reduzem a resposta simpática ao
estresse. Menos estimulação simpática diminui o esforço do
coração, que pode aliviar a dor e outros sinais e sintomas de
isquemia.
O desenvolvimento de uma relação de confiança e afetuosa
com o paciente é crítico para a redução da ansiedade. O
fornecimento de informações ao paciente e à família de modo
honesto e de suporte encoraja o paciente a ser um parceiro nos
cuidados e auxilia muito no desenvolvimento de uma relação
positiva. Outras intervenções que podem ser utilizadas para
reduzir a ansiedade incluem assegurar um ambiente silencioso,
prevenir interrupções que perturbem o sono e fornecer apoio
espiritual consistente com as crenças do paciente. O enfermeiro
oferece oportunidades para que o paciente compartilhe as
preocupações e os temores mantendo a sua privacidade. Uma
atmosfera de aceitação auxilia o paciente a saber que essas
preocupações e temores são realistas e normais. Terapias
alternativas, como a assistida por animais, auxiliam
determinados pacientes a relaxar e reduzir a ansiedade (Sehr,
Eisele-Hlubocky, Junker, et al., 2013). Muitos hospitais
desenvolveram procedimentos de controle de infecções e
segurança relativos aos animais, àqueles que os manuseiam e
aos pacientes elegíveis para a terapia com animais.

Monitoramento e manejo de potenciais complicações


As complicações após um IAM são causadas pela lesão que
ocorre no miocárdio e no sistema de condução em virtude da
redução do fluxo sanguíneo coronariano. Tendo em vista que
essas complicações são potencialmente fatais, o cuidadoso
monitoramento e a identificação inicial de seus sinais e sintomas
são críticos (ver Boxe 27.9).
O enfermeiro monitora o paciente cuidadosamente em
relação a alterações na frequência e no ritmo cardíacos, sons
cardíacos, pressão arterial, dor torácica, estado respiratório,
débito urinário, cor e temperatura da pele, estado mental,
alterações no ECG e valores laboratoriais. Quaisquer alterações
na condição do paciente devem ser relatadas imediatamente ao
médico, e medidas de emergência devem ser instituídas quando
necessário.

Promoção de cuidados domiciliar, comunitário e de transição


Orientação do paciente sobre autocuidados. O modo
mais efetivo para aumentar a oportunidade de o paciente
implementar um esquema de cuidados pessoais após a alta é
identificar as prioridades do paciente, fornecer instruções
adequadas a respeito da vida saudável para o coração e facilitar
o envolvimento do paciente em um programa de reabilitação
cardíaca (Amsterdam et al., 2014). A participação do paciente no
desenvolvimento de um programa individualizado intensifica o
potencial de um plano de tratamento efetivo (Boxe 27.10).

Boxe 7.10

Promoção a aúde

Promoção da saúde após infarto agudo do miocárdio e outras


síndromes coronarianas agudas

Par este melhor pacient sofreu um


infart miocár (IA dev faz ajust para
promov saudáv par coração C mente enfermeir o
pacient elaboram progr par c resultados
desejados.

Realização e odi cações o stilo e ida urante


convalescença ura
adaptaç IA proc andament normalment requer
modi caç v nec instr pacient a
realizar aç
• E a pr torácic extr ou

• E xtr ontr ento


• Per ado
• C undário
• Desenvolv padr alimentaç saudáv par coração fazer
gr efeiç omer
• Modi c refeiç par alinhament Alteraç Terapêutic no
TLC ecomendadas
• A o t oterapia
• S recomendaç assegur pr art glicose
séric ontroladas
• Busc esse.

Adoção e rograma e tividades


A disso pacient dev empr progr estruturad de
a exer físic par reabilitaç prazo Ac os
pacient
• Envolv condicionament físic c aumento
gr n duraç a e int das
atividades
• Inscrev ogr eabilitaç ardíaca
• C diariamente aumen tempo conforme
prescrito
• Monitor ant a
• E xer tament efeição
• Alt a a c r nív é
ant onvalescença)
• Par progr exer físic desenvolva
ogr xer egular

Manejo os intomas
pacient dev apr reconhec apr para
sintom recidivantes Assegur pacient como
r
• par assist emergênc pr torácic ( os
sint prodrômic f minut três
c oglic terv os
• Conta médic c ocorr desmaio bradicar ou
taquicar ornozelos.

Cuidados contínuos e de transição. Dependendo da condição


do paciente e da disponibilidade de assistência familiar, pode ser
indicado o encaminhamento para o atendimento domiciliar,
comunitário ou de transição. O enfermeiro em visita domiciliar
pode auxiliar o paciente com a programação e a manutenção de
consultas de acompanhamento e com a adesão ao esquema
prescrito de reabilitação cardíaca. O paciente pode necessitar de
lembretes a respeito do monitoramento de acompanhamento,
incluindo exames laboratoriais periódicos, bem como avaliação
cardíaca contínua. Além disso, o enfermeiro de cuidados
domiciliares monitora a adesão do paciente às restrições
alimentares e aos medicamentos prescritos. Se o paciente
estiver recebendo oxigênio domiciliar, o enfermeiro assegura que
o paciente esteja utilizando o oxigênio conforme prescrito e que
as medidas de segurança domiciliar apropriadas sejam
mantidas. Se o paciente apresentar evidências de insuficiência
cardíaca secundária a um IAM, serão seguidas as diretrizes de
cuidados domiciliares adequados para o paciente com
insuficiência cardíaca (ver Capítulo 29).

Reavaliação
Entre os resultados esperados do paciente estão:
1. Alívio da angina.
2. Condições cardíacas e respiratórias estáveis.
3. Perfusão tissular adequada.
4. Diminuição da ansiedade.
5. Adesão a um programa de cuidados pessoais.
6. Ausência de complicações.

Procedimentos coronarianos invasivos


Os métodos de reperfusão do tecido miocárdio isquêmico quando
os pacientes não respondem aos métodos de manejo mais
conservadores incluem ICP e cirurgia de revascularização do
miocárdio, conforme observado anteriormente. As seções a seguir
discutem as indicações específicas de cada uma destas e o
manejo de enfermagem dos pacientes que estão realizando ICP
ou revascularização do miocárdio.

INTERVENÇÕE CORONARIANAS
PERCUTÂNEAS
Tipos de procedimentos
Os procedimentos de intervenção invasivos para tratar a DAC
incluem ACTP e implantação de stent intracoronariano. Estes
procedimentos são classificados como intervenções
coronarianas percutâneas (ICP), porque são realizados através
de uma punção da pele, em vez de uma incisão cirúrgica.

Na angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP),


um cateter com ponta com balão é utilizado para desobstruir
artérias coronárias ocluídas e resolver a isquemia. Ela é utilizada
em pacientes com angina e como uma intervenção para a SCA.
As intervenções com base em cateter também podem ser
utilizadas para desobstruir enxertos feitos nas artérias coronárias
(ver discussão posterior). A finalidade da ACTP é melhorar o fluxo
sanguíneo na artéria coronária por meio da compressão do
ateroma. O procedimento é realizado quando o cardiologista
intervencionista acredita que a ACTP possa melhorar o fluxo
sanguíneo para o miocárdio.
A ACTP é realizada no laboratório de cateterismo cardíaco.
São inseridos cateteres ocos, denominados bainhas, normalmente
na artéria femoral (e às vezes na artéria radial), proporcionando
uma condução para outros cateteres. Em seguida, os cateteres
são inseridos por meio da artéria femoral, para cima por meio da
aorta, e dentro das artérias coronárias. É realizada angiografia
com contraste para identificar a localização e a extensão do
bloqueio. Um cateter de dilatação com ponta com balão é inserido
pela bainha e posicionado sobre a lesão. O médico determina a
posição do cateter por meio do exame de marcadores no balão,
que podem ser visualizados com a fluoroscopia. Quando o cateter
está posicionado adequadamente, o balão é inflado com alta
pressão por diversos segundos e, em seguida, é desinflado. A
pressão comprime e com frequência “quebra” o ateroma (Figura
27.8). A média e a adventícia da artéria coronária também são
distendidas.
Diversas inflações com diferentes tamanhos de balão podem
ser necessárias para alcançar o objetivo, normalmente definido
como melhora no fluxo sanguíneo e estenose residual inferior a
30% (Urden et al., 2014). Outras medidas do sucesso da ACTP
são aumento no lúmen da artéria e ausência de traumatismo
arterial clinicamente óbvio. Tendo em vista que o fluxo sanguíneo
para a artéria coronária diminui enquanto o balão é insuflado, o
paciente pode se queixar de dor torácica e o ECG pode revelar
alterações do segmento ST. Stents intracoronarianos costumam
ser posicionados na íntima do vaso para manter a permeabilidade
da artéria após a retirada do balão.
Figura 27.8 Angioplastia coronariana transluminal percutânea. A. Um cateter com ponta
com balão é inserido na artéria coronária afetada e posicionado na área do ateroma
(placa). B. Em seguida, o balão é inflado e desinflado rapidamente com pressão
controlada. C. É inserido um stent para manter a patência da artéria, e o balão é
removido.

Após a ACTP, a área que foi tratada pode fechar-se parcial ou


completamente – um processo denominado reestenose. A íntima
da artéria coronária foi lesionada e responde com processo
inflamatório agudo. Este processo pode incluir a liberação de
mediadores, que levam a vasoconstrição, coagulação e formação
de tecido cicatricial. Um stent pode ser inserido para superar tais
riscos. Um stent é malha de metal que fornece suporte estrutural
para um vaso que corre risco de obstrução aguda. O stent é
inicialmente posicionado sobre o balão de angioplastia. Quando o
balão é insuflado, a malha expande e é pressionada contra a
parede do vaso, mantendo a artéria pérvia. O balão é retirado,
mas o stent é deixado permanentemente posicionado na artéria
(ver Figura 27.8). Finalmente, o endotélio recobre o stent e ele é
incorporado à parede do vaso. Os stents originais não contêm
medicamentos e são conhecidos como stents de metal puro.
Alguns stents são revestidos com medicamentos, tais como
sirolimo ou paclitaxel, que minimizam a formação de trombos ou
tecido cicatricial na lesão arterial coronariana. Esses stents de
eluição de fármaco aumentaram o sucesso das ICP (Palmerini,
Benedetto, Biondi-Zoccai, et al., 2015). Em virtude do risco de
formação de trombos no stent, o paciente recebe medicamentos
antiplaquetários, habitualmente ácido acetilsalicílico e clopidogrel.
O ácido acetilsalicílico deve ser usado continuamente, e
clopidogrel é mantido durante 1 ano após a colocação do stent
(Amsterdam et al., 2014).

Complicações
As complicações que podem ocorrer durante um procedimento de
ICP incluem dissecação, perfuração, fechamento abrupto ou
vasospasmo da artéria coronária. As complicações adicionais
incluem IAM, arritmias sérias (p. ex., taquicardia ventricular) e
parada cardíaca. Algumas dessas complicações podem necessitar
de tratamento cirúrgico de emergência. As complicações após o
procedimento podem incluir fechamento abrupto da artéria
coronária e uma diversidade de complicações vasculares, tais
como sangramento no local de inserção, sangramento
retroperitoneal, hematoma e oclusão arterial (Douglas &
Applegate, 2013). Além disso, existe risco de lesão renal aguda
em virtude do agente de contraste utilizado durante o
procedimento (Tabela 27.4).

Cuidados pós-procedimento
Os cuidados do paciente são similares aos de um cateterismo
cardíaco diagnóstico (ver Capítulo 25). Os pacientes que ainda
não estão hospitalizados são admitidos no dia da ICP. Aqueles
sem complicações vão para casa no dia seguinte. Quando a ICP é
realizada como emergência para tratar a SCA, os pacientes
tipicamente são encaminhados para uma unidade de cuidados
críticos e permanecem no hospital por alguns poucos dias.
Durante a ICP, os pacientes recebem heparina IV ou um inibidor
de trombina (p. ex., bivalirudina) e são monitorados
cuidadosamente em relação aos sinais de sangramento. Os
pacientes também podem receber um agente de GP IIb/IIIa (p. ex.,
eptifibatida) por algumas horas após a ICP para prevenir a
agregação plaquetária e a formação de trombos na artéria
coronária (Amsterdam et al., 2014). A hemostasia é alcançada, e
as bainhas femorais podem ser removidas ao término do
procedimento por meio de um dispositivo de fechamento vascular
(p. ex., Angio-Seal™, VasoSeal®) ou um dispositivo que sutura os
vasos. A hemostasia após a remoção da bainha também pode ser
alcançada por meio de pressão manual direta, um dispositivo de
compressão mecânica (p. ex., grampo em formato de C), ou um
dispositivo de compressão pneumática (p. ex., FemoStop™).

Tabela 27.4 Complicações após intervenções coronarianas


percutâneas.
Complicação Manifestações línicas Possíveis ausas Medidas e nfermagem

Isquemia do Dor torácica Trombose Administrar oxigênio e


miocárdio nitroglicerina
Alterações isquêmicas ao ECG Reestenose da artéria
coronária Obter um ECG de 12
Arritmias
derivações

Noti car o cardiologista

Sangramento e Continuação do sangramento Terapia anticoagulante Manter o paciente em


formação de a partir do local de acesso repouso no leito
Traumatismo vascular
hematomas vascular
Aplicar pressão manual sobre
Hemostasia inadequada
Edema no local o local de inserção da
Movimentação da perna bainha
Formação de massa rígida
Delinear o hematoma com
Dor com a movimentação da
uma caneca de marcação
perna
Noti car o médico se o
Possível hipotensão e
sangramento continuar
taquicardia

Hematoma Dor nas costas, no anco ou Extravasamento arterial de Noti car o médico
retroperitoneal abdominal sangue para dentro do
Interromper os
espaço retroperitoneal
Hipotensão anticoagulantes

Taquicardia Administrar soluções IV

Inquietação, agitação Antecipar os exames


diagnósticos (p. ex.,
exame por tomogra a
computadorizada)

Preparar o paciente para a


intervenção

Oclusão arterial Perda/enfraquecimento do Trombo ou êmbolo arterial Noti car o médico


pulso distal ao local de
Antecipar a intervenção
inserção da bainha

Extremidade fria, cianótica,


dolorosa

Formação de Edema no local de acesso Traumatismo do vaso Noti car o médico


pseudoaneurisma vascular durante o procedimento
Antecipar a intervenção
Massa pulsátil e audível

Formação de fístula Edema no local de acesso Traumatismo do vaso Noti car o médico
arteriovenosa vascular durante o procedimento
Antecipar a intervenção
Massa pulsátil e audível

Lesão renal aguda Débito urinário diminuído Agente de contraste Monitorar o débito urinário,
nefrotóxico BUN, creatinina,
Elevação de BUN, creatinina
eletrólitos
sérica
Fornecer a hidratação
adequada

Administrar agentes
protetores renais
(acetilcisteína) antes e
após o procedimento,
conforme prescrito

EC ocardiogr trav a.
A Ur D Stacy K L M.E Critic car nursing (7th
ed t ouis lsevier.

Os pacientes podem retornar para a unidade de enfermagem


com inserção das grandes bainhas de acesso vascular periférico.
As bainhas são removidas em seguida, após os estudos
hematológicos (p. ex., tempo de coagulação ativada) indicarem
que a heparina não está mais ativa e que o tempo de coagulação
está em uma variação aceitável. Isso normalmente demora
algumas horas, dependendo da quantidade de heparina
administrada durante o procedimento. O paciente deve
permanecer deitado no leito e manter a perna afetada esticada até
que as bainhas sejam removidas e mais algumas horas para
manter a hemostasia. Tendo em vista que a imobilidade e o
repouso no leito podem causar desconforto, o tratamento pode
incluir analgésicos e sedação. Intervenções não farmacológicas
incluem reposicionamento e aplicação de calor para dorsalgia. A
remoção da bainha e a aplicação de pressão sobre o local de
inserção no vaso podem causar a diminuição tanto da frequência
cardíaca quanto da pressão arterial (resposta vasovagal).
Normalmente administrada uma dose de atropina IV para tratar
essa resposta.
Alguns pacientes com lesões instáveis e de alto risco para
fechamento abrupto do vaso são reiniciados na heparina após a
remoção da bainha, ou recebem uma infusão IV de um inibidor de
GP IIb/IIIa. Esses pacientes são cuidadosamente monitorados e
podem apresentar um adiamento do período de recuperação.
Após a hemostasia ser alcançada, um curativo de pressão é
aplicado no local. Os pacientes retomam os cuidados pessoais e
deambulam sem assistência em algumas poucas horas após o
procedimento. A duração da imobilização depende do tamanho da
bainha inserida, do tipo de anticoagulante administrado, do
método de hemostasia, da condição do paciente e da preferência
do médico. No dia seguinte ao procedimento, o local é
inspecionado e o curativo é removido. O paciente é instruído a
monitorar o local em relação a sangramentos ou aparecimento de
massa rígida indicativa de hematoma.

PROCEDIMENT CIRÚRGIC |

REVASCULARIZAÇÃ DA ARTÉRIA
CORONÁRIA
Os avanços no diagnóstico, no manejo clínico e nas técnicas
cirúrgicas e anestésicas, bem como os cuidados fornecidos nas
unidades de cuidados críticos e cirúrgicas, os cuidados
domiciliares e os programas de reabilitação continuaram a fazer
da cirurgia uma opção de tratamento efetiva para os pacientes
com DAC. A DAC tem sido tratada por meio de revascularização
miocárdica desde os anos 1960, e as técnicas de revascularização
do miocárdio mais comuns são realizadas por mais de 40 anos. A
revascularização do miocárdio (colocação de enxertos nas
artérias coronárias) é um procedimento cirúrgico no qual uma veia
ou uma artéria é enxertada em uma artéria coronária ocluída, de
modo que o fluxo sanguíneo possa fluir para além da oclusão.
As principais indicações para a revascularização do miocárdio
são:
• Alívio da angina que não pode ser controlada com
medicamento ou ICP
• Tratamento de estenose de artéria coronária principal esquerda
ou de várias artérias coronárias
• Prevenção e tratamento de IAM, arritmias ou insuficiência
cardíaca
• Tratamento de complicações em virtude de uma ICP
malsucedida.
A indicação de revascularização do miocárdio é determinada
por vários fatores, incluindo o número de artérias coronárias
obstruídas, o grau de disfunção ventricular esquerda, a ocorrência
de outros problemas de saúde, os sinais/sintomas do paciente e
qualquer tratamento anterior. Já foi constatado que a
revascularização cirúrgica do miocárdio e a intervenção
coronariana percutânea apresentam resultados semelhantes em
termos de desfechos como taxa de infarto do miocárdio, taxa de
mortalidade e melhora da angina pós-intervenção. Contudo, a
necessidade de uma segunda intervenção de reperfusão é
comprovadamente menor após a revascularização cirúrgica do
miocárdio em comparação com a intervenção coronariana
percutânea (Bravo, Rondon Clavo, Oliva, et al., 2014).
A revascularização do miocárdio é realizada com menos
frequência em mulheres (Ferrari, Abergel, Ford, et al., 2013). Em
comparação aos homens, as mulheres encaminhadas para esta
cirurgia tendem a ser idosas e apresentar mais comorbidades,
como diabetes melito. Além disso, elas correm maior risco de
complicações cirúrgicas e maior taxa de mortalidade (Pollock,
Hamman, Sass, et al., 2015). Embora algumas mulheres
apresentem bons resultados após a revascularização do
miocárdio, os homens costumam apresentar melhor taxa de
perviedade do enxerto e alívio dos sintomas.
Para que um paciente seja considerado para a
revascularização do miocárdio, as artérias coronárias a serem
revascularizadas devem apresentar oclusão de pelo menos 70%
(ou oclusão de pelo menos 50% na artéria coronária principal
esquerda) (Hillis, Smith, Anderson, et al., 2011). Se não houver
bloqueio significativo, o fluxo sanguíneo pela artéria competirá
com o fluxo pelo enxerto venoso ou arterial, e a circulação para a
área do miocárdio pode não melhorar. A artéria também precisa
estar pérvia além da área de bloqueio, ou o fluxo pelo enxerto será
impedido.
As diretrizes atuais recomendam que seja utilizada a artéria
mamária interna para a revascularização do miocárdio, se
possível. Estudos recentes demonstram aumento da sobrevida
quando são feitos enxertos bilaterais de artéria torácica (mamária)
interna (Yi, Shine, Rehman, et al., 2014). Os enxertos arteriais são
preferidos aos enxertos venosos, tendo em vista que não
desenvolvem alterações ateroscleróticas tão rapidamente e
permanecem pérvios por mais tempo. O cirurgião deixa a
extremidade proximal da artéria mamária intacta e destaca a
extremidade distal da artéria da parede torácica. Esta extremidade
da artéria em seguida é enxertada na artéria coronária distalmente
à oclusão. As artérias mamárias internas podem não ser longas o
suficiente para a utilização para diversos enxertos. Em virtude
disso, em muitas cirurgias de revascularização do miocárdio são
utilizados enxertos venosos e arteriais.
Uma veia comumente utilizada para a revascularização do
miocárdio é a veia safena magna, seguida pela veia safena parva
(Figura 27.9). A veia é removida da perna e enxertada na aorta
ascendente e na artéria coronária distalmente à lesão. Antes era
realizada uma incisão cutânea no comprimento do segmento
venoso, mas novas técnicas possibilitam pequenas incisões na
perna. Os métodos endovasculares de coleta venosa reduziram as
complicações, tais como infecção e deiscência do ferimento, que
estão associadas a incisões mais longas nas pernas (Raja &
Sarang, 2013). O edema de membros inferiores ainda é um efeito
adverso comum da remoção venosa. O grau de edema varia e
habitualmente diminui ao longo do tempo. A perviedade dos
enxertos venosos pode estar limitada. Em 5 a 10 anos, com
frequência, ocorrem alterações ateroscleróticas nos enxertos de
veia safena.

Figura 27.9 As veias safenas magna e parva são comumente utilizadas em


procedimentos de revascularização do miocárdio.
Revascularização do miocárdio tradicional
Os procedimentos de revascularização do miocárdio são
realizados com o paciente sob anestesia geral. No procedimento
de revascularização do miocárdio tradicional, o cirurgião realiza
uma esternotomia mediana e conecta o paciente à máquina de
circulação extracorpórea. Em seguida, um vaso sanguíneo de
outra parte do corpo do paciente (p. ex., veia safena, artéria
mamária interna esquerda) é enxertado distalmente à lesão da
artéria coronária, desviando o fluxo da obstrução (Figura 27.10). O
aparelho de circulação extracorpórea é, em seguida,
descontinuado, são inseridos drenos torácicos e fios de regulação
do ritmo epicárdico, e a incisão é fechada. Em seguida o paciente
é admitido em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

Muitos procedimentos cirúrgicos cardíacos são possíveis em


virtude da circulação extracorpórea. O procedimento circula e
oxigena mecanicamente o sangue para o corpo enquanto o desvia
do coração e dos pulmões. A circulação extracorpórea mantém a
perfusão para os órgãos e os tecidos do corpo e possibilita que o
cirurgião conclua as anastomoses em um campo cirúrgico imóvel
e sem sangue.
A circulação extracorpórea é realizada por meio do
posicionamento de uma cânula no átrio direito, na veia cava ou na
veia femoral para retirar o sangue do corpo. A cânula é conectada
a tubos preenchidos com uma solução cristaloide isotônica. O
sangue venoso removido do corpo pela cânula é filtrado,
oxigenado, resfriado ou aquecido pela máquina, e em seguida
devolvido para o corpo. A cânula utilizada para devolver o sangue
oxigenado normalmente é inserida na aorta ascendente, ou pode
ser inserida na artéria femoral (Figura 27.11). O coração é parado
por meio da injeção de uma solução de cardioplegia com alto teor
de potássio nas artérias coronárias. O paciente recebe heparina
para prevenir a coagulação e a formação de trombos no circuito de
circulação extracorpórea quando o sangue entra em contato com
as superfícies dos tubos. Ao fim do procedimento, quando o
paciente é desconectado da máquina de circulação extracorpórea,
administra-se sulfato de protamina para reverter os efeitos da
heparina.

Figura 27.10 Cirurgias de revascularização do miocárdio. Um ou mais procedimentos


podem ser realizados com a utilização de diversas veias e artérias. A. Artéria mamária
interna esquerda, utilizada com frequência em virtude de sua longevidade funcional. B. A
veia safena também é utilizada como enxerto.

Durante o procedimento, é mantida a hipotermia em


temperatura de aproximadamente 28°C (Urden et al., 2014). O
sangue é resfriado durante a circulação extracorpórea e devolvido
para o corpo. O sangue resfriado diminui a taxa metabólica basal
do paciente, reduzindo, assim, a demanda de oxigênio. Além
disso, esse sangue normalmente apresenta maior viscosidade,
mas a solução cristaloide utilizada para preparar os tubos da
máquina de circulação extracorpórea dilui o sangue. Quando o
procedimento cirúrgico é concluído, o sangue é reaquecido à
medida que passa pelo circuito de circulação extracorpórea. O
débito urinário, a gasometria arterial, os eletrólitos e o
coagulograma são monitorados para avaliar as condições do
paciente durante a circulação extracorpórea.

Técnicas alternativas de revascularização


do miocárdio
Várias técnicas alternativas de revascularização do miocárdio já
foram desenvolvidas; elas podem apresentar menos complicações
para alguns grupos de pacientes. A cirurgia de revascularização
do miocárdio sem circulação extracorpórea (OPCAB; do inglês,
off-pump coronary artery bypass) te sido utilizada com sucesso
em muitos pacientes. A OPCAB envolve uma incisão de
esternotomia mediana padrão, mas a cirurgia é realizada sem
circulação extracorpórea. Um bloqueador beta-adrenérgico é
utilizado para diminuir a frequência cardíaca. O cirurgião também
utiliza um dispositivo de estabilização miocárdica para manter o
local imóvel para a anastomose do enxerto à artéria coronária,
enquanto o coração continua a contrair (Figura 27.12). Pesquisas
sugerem que a OPCAB esteja associada à redução da taxa de
morbidade pós-operatória a curto prazo, incluindo AVE e outras
complicações. Entretanto, na cirurgia de revascularização do
miocárdio com circulação extracorpórea, a taxa de perviedade do
enxerto é mais alta e a taxa de mortalidade a longo prazo pode ser
mais baixa (Kim, Yun, Lim, et al., 2014).
Figura 27.11 O sistema de circulação extracorpórea, em que são inseridas cânulas pelo
átrio direito até as veias cavas superior e inferior, para desviar o sangue do corpo para a
máquina. O sistema de bombeamento cria um vácuo, puxando o sangue para o
reservatório venoso. O sangue é depurado de bolhas de ar, coágulos e particulados pelo
filtro, e depois passa pelo oxigenador, liberando dióxido de carbono e obtendo oxigênio.
Em seguida, o sangue é puxado para a bomba e empurrado para fora do trocador de
calor, no qual a sua temperatura é regulada. O sangue é então devolvido para o corpo
por meio da aorta ascendente.

Também já foram desenvolvidas técnicas cirúrgicas


minimamente invasivas que eliminam a esternotomia mediana.
Tais técnicas endoscópicas utilizam incisões menores e um
sistema robótico para posicionar os enxertos de veia ou artéria. O
paciente é colocado em circulação extracorpórea por meio dos
vasos femorais. A cirurgia cardíaca minimamente invasiva está se
tornando uma alternativa de alta qualidade para a
revascularização cirúrgica do miocárdio convencional. Possibilitou
recuperação mais precoce dos pacientes, demandou menos
transfusões sanguíneas e resultou em menos infecções (Ruel,
Une, Bonatti, et al., 2013).
Figura 27.12 Dispositivo estabilizador para cirurgia de revascularização do miocárdio
sem circulação extracorpórea.

Complicações da cirurgia de
revascularização do miocárdio
A cirurgia de revascularização do miocárdio pode resultar em
complicações, tais como hemorragia, arritmias e IAM (Tabela
27.5). O paciente pode precisar de intervenções para mais de uma
complicação em uma ocasião. É necessária a colaboração entre
enfermeiros, médicos, farmacêuticos, terapeutas respiratórios e
nutricionistas para alcançar os resultados desejados do paciente.
Embora a maioria dos pacientes melhore sintomaticamente após a
cirurgia, a revascularização do miocárdio não é uma cura para
DAC, e angina, intolerância aos exercícios físicos ou outros
sintomas apresentados antes da cirurgia podem recidivar. Os
medicamentos exigidos antes da cirurgia podem não precisar ser
continuados. As modificações do estilo de vida recomendadas
antes da cirurgia permanecem importantes para tratar a DAC de
base e para a continuação da viabilidade dos enxertos
recentemente implantados.

Manejo de enfermagem

Pacientes de cirurgia cardíaca apresentam muitas das mesmas


necessidades e requerem os mesmos cuidados perioperatórios de
outros pacientes cirúrgicos (ver Capítulos 17 a 19), bem como
alguns especiais.

O manejo clínico pré-operatório abrangente evita complicações e


melhora desfechos. Isso é especialmente importante porque os
pacientes submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio
tendem a ser mais velhos e, com frequência, apresentam múltiplas
comorbidades. O uso de ácido acetilsalicílico, betabloqueadores e
estatinas durante o período pré-operatório, juntamente com a
avaliação dos níveis de hematócrito e glicose, está entre as
intervenções associadas a melhores desfechos (Chaisson,
Sanford, Boss, et al., 2014). O uso no pré-operatório de ácido
acetilsalicílico está associado à redução das taxas perioperatórias
de morbidade e mortalidade. Betabloqueadores, quando
administrados pelo menos 24 horas antes da revascularização
cirúrgica do miocárdio, reduzem a incidência de fibrilação atrial
pós-operatória. O uso perioperatório de estatinas
comprovadamente reduz as taxas pós-operatórias de IAM,
fibrilação atrial, disfunção neurológica, disfunção renal, infecção e
morte (Hillis et al., 2011).

Tabela 27.5 Complicações potenciais da cirurgia cardíaca.


Complicação Causa Avaliação anejo
Complicações cardíacas

Hipovolemia (causa Perda efetiva de sangue e volume Hipotensão arterial, taquicardia, PVC e POAP baixas
mais comum de intravascular são observadas com frequência
diminuição do
Vasodilatação em virtude do É prescrita reposição de líquido. As soluções de
débito cardíaco
reaquecimento pós-operatório reposição incluem coloides (albumina),
após a cirurgia
concentrado de hemácias ou cristaloides (soro
cardíaca) Perda de líquido intravascular para os
siológico, Ringer com lactato)
espaços intersticiais, tendo em vista
que a cirurgia e a anestesia
aumentam a permeabilidade
capilar

Sangramento A circulação extracorpórea causa A medição precisa do sangramento do ferimento e


persistente disfunção plaquetária, e a do sangue do dreno torácico é essencial. A
hipotermia modi ca os drenagem não deve exceder 200 ml/h durante
mecanismos de coagulação as primeiras 4 a 6 h. A drenagem deve diminuir
e cessar em alguns dias, enquanto progride de
O traumatismo cirúrgico faz com que
serossanguinolenta para serosa
os tecidos e os vasos sanguíneos
drenem um líquido sanguinolento Hemoglobina sérica, hematócrito e coagulograma
orientam a terapia
Terapia anticoagulante (heparina)
intraoperatória Administração de hemoderivados: concentrado de
hemácias, plasma fresco congelado,
A coagulopatia pós-operatória
concentrado de plaquetas, fator VII
também pode resultar de disfunção
recombinante
hepática e depleção dos
componentes da coagulação Pode ser administrado sulfato de protamina para
neutralizar a heparina não fracionada

Administração de acetato de desmopressina


(DDAVP) para intensi car a função plaquetária

Se o sangramento persistir, o paciente pode


retornar ao centro cirúrgico

Tamponamento Líquido e coágulos se acumulam no Os sinais e sintomas incluem hipotensão arterial,


cardíaco saco pericárdico e comprimem o taquicardia, diminuição do débito urinário e ↑
coração, evitando o enchimento dos PVC. O traçado da pressão arterial pode mostrar
ventrículos com sangue pulso paradoxal (diminuição de > 10 mmHg na
PA sistólica durante a inspiração)

O sistema de drenagem torácica é veri cado para


eliminar possíveis dobraduras ou obstruções nos
drenos
A radiogra a de tórax pode revelar alargamento do
mediastino

É necessário manejo clínico de emergência; pode


incluir o retorno para cirurgia

Sobrecarga de líquido As soluções IV e os hemoderivados PVC e pressões na artéria pulmonar altas, bem
aumentam o volume circulante como estertores crepitantes, indicam sobrecarga
de líquido

São prescritos diuréticos, e a velocidade da


administração de soluções IV é reduzida

Os tratamentos alternativos incluem técnicas de


substituição renal contínua e diálise

Hipotermia A baixa temperatura corporal leva a O paciente é reaquecido gradualmente após a


vasoconstrição, tremores e cirurgia, diminuindo a vasoconstrição
hipertensão arterial

Hipertensão arterial Resulta da vasoconstrição pós- Podem ser utilizados vasodilatadores


operatória. Pode distender as linhas (nitroglicerina, nitroprussiato) para tratar a
de sutura e causar sangramento hipertensão arterial. Administrar com cautela
pós-operatório. A condição costuma para evitar hipotensão
ser temporária

Taquiarritmias O aumento da frequência cardíaca é Se uma taquiarritmia for o problema principal, o


comum com as alterações ritmo cardíaco é avaliado e podem ser prescritos
perioperatórias do volume. medicamentos (p. ex., amiodarona, diltiazem).
Comumente ocorre brilação atrial Agentes antiarrítmicos (p. ex.,
rápida durante os primeiros dias de betabloqueadores) com frequência são
pós-operatório administrados antes da cirurgia de
revascularização miocárdica para minimizar o
risco

Pode ser realizada massagem carotídea por um


médico para auxiliar com o diagnóstico ou o
tratamento da arritmia

Cardioversão e des brilação são alternativas para as


taquiarritmias sintomáticas

Bradicardias Diminuição da frequência cardíaca em Muitas vezes são deixados, no período pós-
virtude do traumatismo cirúrgico e operatório, os de estimulação que podem ser
do edema que afetam o sistema de conectados a um marca-passo externo para
condução cardíaca aumentar a frequência cardíaca. Menos
comumente, atropina ou outros medicamentos
podem ser utilizados para aumentar a
frequência cardíaca

Insu ciência cardíaca A contratilidade miocárdica pode estar O enfermeiro detecta e relata sinais de insu ciência
diminuída no período cardíaca, incluindo hipotensão, qPVC, ↑ POAP,
perioperatório distensão venosa; respiração di cultada e
edema

O manejo clínico inclui diuréticos e agentes


inotrópicos IV

IAM (pode ocorrer no Parte do músculo cardíaco morre; Avaliação cuidadosa para determinar o tipo de dor
período portanto, a contratilidade diminui. que o paciente está sentindo; suspeita-se de
intraoperatório ou O comprometimento da IAM se a PAM for baixa com pré-carga normal
pós-operatório) movimentação da parede
ECG e biomarcadores cardíacos seriados auxiliam na
ventricular diminui ainda mais o
obtenção do diagnóstico (as alterações podem
débito cardíaco. Os sintomas podem
ocorrer em virtude da intervenção cirúrgica)
ser mascarados pelo desconforto
cirúrgico pós-operatório ou pelo
esquema de anestesia-analgesia

Complicações pulmonares

Comprometimento da Durante e após a analgesia, os As complicações pulmonares são detectadas


troca gasosa pacientes necessitam de assistência durante a avaliação dos sons cardíacos, níveis de
mecânica para respirar saturação de oxigênio, gasometria arterial e
leituras do respirador
Os agentes anestésicos estimulam a
produção de muco, e a dor da Períodos prolongados de ventilação mecânica
incisão torácica pode diminuir a podem ser necessários enquanto as
e cácia da ventilação complicações são tratadas

Potencial de atelectasia pós-operatória

Complicações neurológicas

Alterações Trombos e êmbolos podem causar Incapacidade física de seguir comandos simples em
neurológicas; infarto cerebral, e os sinais 6 h da recuperação da anestesia; hemiplegia ou
acidente vascular neurológicos podem se evidenciar outras alterações neurológicas podem indicar
encefálico quando o paciente se recupera da AVE
anestesia
Os pacientes idosos ou que apresentem
insu ciência renal ou hepática podem demorar
mais tempo para se recuperar da anestesia

Lesão renal e desequilíbrio eletrolítico


Lesão renal aguda Pode resultar da hipoperfusão dos rins Pode responder a diuréticos ou necessitar de terapia
ou da lesão dos túbulos renais por de substituição renal contínua ou diálise
fármacos nefrotóxicos
Líquidos, eletrólitos e débito urinário são
monitorados com frequência

Pode resultar em lesão renal crônica e necessitar de


diálise contínua

Desequilíbrio Desequilíbrios pós-operatórios de Monitorar os eletrólitos e os estudos metabólicos


eletrolítico potássio, magnésio, sódio, cálcio e básicos com frequência
glicose sérica estão relacionados
Implementar o tratamento para corrigir o
com perdas cirúrgicas, alterações
desequilíbrio eletrolítico imediatamente (ver
metabólicas e administração de
Boxe 27.11).
medicamentos e soluções IV

Outras complicações

Insu ciência hepática A cirurgia e a anestesia estressam o A utilização de medicamentos metabolizados pelo
fígado. Mais comum em pacientes fígado deve ser minimizada
com cirrose, hepatite, ou
Os níveis de bilirrubina e albumina são
insu ciência cardíaca do lado
monitorados, e é fornecido suporte nutricional
direito prolongada

Infecção A cirurgia e a anestesia alteram o Monitorar quanto aos sinais de possível infecção:
sistema imune do paciente. temperatura corporal, contagem total e
Diversos dispositivos invasivos diferencial de leucócitos, locais de incisão e
utilizados para monitorar e punção, urina (limpidez, cor e odor), sons
amparar a recuperação do paciente respiratórios bilaterais, expectoração (cor, odor,
podem atuar como fonte de volume)
infecção
A terapia com antibióticos pode ser instituída ou
modi cada conforme necessário

Os dispositivos invasivos são descontinuados assim


que deixam de ser necessários. Os protocolos
institucionais para a manutenção e a
substituição de acessos e dispositivos invasivos
são seguidos para minimizar o risco de infecção

PV pr v centr POAP pr art ↑,


aument IV intrav P press art PA pr art m AVE,
acident asc efálic t árdio.
A Ur D Stacy K L M.E Critic car nursing (7th
ed t ouis lsevier.

■ Avaliação do paciente
Os pacientes com frequência são hospitalizados no dia do
procedimento. Portanto, a maior parte da avaliação pré-operatória
é concluída no consultório do médico e durante os exames pré-
hospitalização.
A equipe de enfermagem e médica obtém uma história e
realiza o exame físico. Os exames pré-operatórios são compostos
por uma radiografia torácica; ECG; exames laboratoriais, incluindo
estudos de coagulação; e tipificação sanguínea e reação cruzada.
A história pré-operatória e a avaliação de saúde devem ser
completas e bem documentadas, tendo em vista que fornecem a
base para a comparação pós-operatória. O enfermeiro avalia o
paciente em relação a distúrbios que possam complicar ou afetar a
evolução pós-operatória, tais como diabetes melito, hipertensão e
doença pulmonar.
A avaliação de saúde concentra-se na obtenção das
informações fisiológicas, psicológicas e sociais basais. O estado
cognitivo é cuidadosamente avaliado, tendo em vista que
pacientes com comprometimento cognitivo precisarão de mais
assistência após a cirurgia e podem necessitar de cuidados
subagudos antes de voltar para casa. Adultos mais velhos correm
risco elevado de apresentar desfechos cognitivos adversos após
cirurgia cardíaca (Bartels, McDonagh, Newman, et al., 2013). As
necessidades de aprendizado do paciente e da família são
identificadas abordadas. Especialmente importantes são o nível
funcional habitual, os mecanismos de enfrentamento e os
sistemas de suporte disponíveis do paciente. Estes afetam a
evolução pós-operatória, os planos da alta e a reabilitação do
paciente.
O sistema cardiovascular é determinado por meio da revisão
dos sintomas do paciente, incluindo experiências anteriores e
atuais com dor torácica, palpitações, dispneia, dor nas pernas que
ocorre com caminhadas (claudicação intermitente) e edema
periférico. Também é obtida a história do paciente de doenças
importantes, cirurgias anteriores, medicamentos e uso de drogas
ilícitas e fármacos sem prescrição médica, fitoterápicos, etilismo e
tabagismo. Atenção especial é dada para o controle da glicose
sérica em pacientes diabéticos, tendo em vista que há maior
incidência de complicações pós-operatórias quando o controle
glicêmico é insuficiente (Engoren, Schwann, & Habib, 2014).
A avaliação psicossocial e a análise das necessidades de
aprendizado do paciente e da família são também importantes. A
antecipação da cirurgia cardíaca é uma fonte de muito estresse
para o paciente e a família, e os pacientes com altos níveis de
ansiedade apresentam resultados mais desfavoráveis
(Feuchtinger, Burbaum, Heilmann, et al., 2013). Entretanto,
espera-se alguma ansiedade, e trabalhar tais preocupações pode
ajudar os pacientes a identificar prioridades e encontrar
estratégias de enfrentamento que os auxiliem a enfrentar a
ameaça da cirurgia. Podem ser feitas perguntas para obter as
seguintes informações:
• Conhecimento e compreensão sobre o procedimento cirúrgico,
a evolução pós-operatória e a recuperação
• Temores e preocupações a respeito da cirurgia e das futuras
condições de saúde
• Mecanismos de enfrentamento úteis para o paciente
• Sistemas de suporte disponíveis durante e após a hospita-
lização.

■ Redução do temor e da ansiedade


O enfermeiro proporciona ao paciente e à família tempo e
oportunidade para expressar seus temores. Os tópicos de
preocupação podem ser dor, alterações na imagem corporal,
receio do desconhecido e temor de incapacidade funcional ou
morte. Pode ser útil descrever as sensações que o paciente pode
apresentar, incluindo sedação pré-operatória, anestesia cirúrgica e
manejo da dor pós-operatória. O enfermeiro reafirma ao paciente
que o temor da dor é normal, que será sentida alguma dor, que
serão fornecidos medicamentos para o alívio e que o paciente
será cuidadosamente monitorado. Além disso, o enfermeiro instrui
o paciente a solicitar medicamentos analgésicos antes que a dor
se torne grave. Se o paciente apresentar preocupações a respeito
da formação de cicatriz em virtude da cirurgia, o enfermeiro o
encoraja a discutir esta questão e corrige quaisquer concepções
errôneas. O paciente e a família podem desejar discutir os seus
temores sobre a morte do paciente. Após a expressão do temor, o
enfermeiro pode assegurar ao paciente e à família que este medo
é normal e explorar adicionalmente os seus sentimentos. Para os
pacientes com ansiedade ou temor extremos e para os quais o
apoio emocional e as instruções não obtiverem sucesso,
medicamentos ansiolíticos como o lorazepam podem ser úteis.

■ Monitoramento e manejo de potenciais complicações


Pode ocorrer angina em virtude do aumento do estresse e da
ansiedade relacionados com a cirurgia que se aproxima. O
paciente que desenvolve angina normalmente responde à terapia
típica para angina, mais comumente nitroglicerina. Alguns
pacientes necessitam de oxigênio e infusões de nitroglicerina IV.
Pacientes fisiologicamente instáveis podem necessitar de manejo
pré-operatório em uma unidade de cuidados críticos.

■ Orientações ao paciente

Antes da cirurgia, os pacientes e as suas famílias recebem


instruções específicas. Trata-se de informações sobre como o
paciente deve administrar ou interromper medicamentos
específicos, incluindo anticoagulantes, anti-hipertensivos e
hipoglicemiantes. O paciente é instruído a tomar banho de
chuveiro com uma solução antisséptica, como gliconato de
clorexidina. Quando for indicada, a retirada de pelos é feita com
um barbeador elétrico em vez de lâmina de barbear (Hillis et al.,
2011) (ver discussão adicional sobre o preparo pré-operatório no
Capítulo 17).
As instruções também incluem informações sobre a
hospitalização e a cirurgia. O enfermeiro informa o paciente e a
família a respeito dos equipamentos, drenos e acessos que
estarão presentes após a cirurgia e suas finalidades. Eles devem
esperar monitores, diversos acessos IV, drenos torácicos e um
cateter urinário. Explicar a finalidade e o tempo aproximado que
estes dispositivos estarão inseridos ajuda a tranquilizar o paciente.
A maioria dos pacientes permanece intubada ou em ventilação
mecânica por algumas horas após a cirurgia. É importante que os
pacientes saibam que isso os impedirá de falar, e o enfermeiro
deve tranquilizá-los de que a equipe será capaz de auxiliá-los com
outros meios de comunicação.
O enfermeiro deve ter cautela ao responder às perguntas do
paciente sobre os cuidados pós-operatórios e os procedimentos.
Após o enfermeiro explicar a respiração profunda e a tosse, a
utilização do espirômetro de incentivo, e os exercícios para os pés,
ele pratica esses procedimentos com o paciente. É discutido o
benefício da deambulação precoce e frequente. As perguntas da
família nesta ocasião normalmente se concentram na duração da
cirurgia, quem discutirá os resultados do procedimento com eles
após a cirurgia, onde esperar durante a cirurgia, os procedimentos
de visita na unidade de cuidados críticos, e como eles podem
amparar o paciente antes da cirurgia e na unidade de cuidados
críticos.

O enfermeiro perioperatório realiza avaliações e prepara o


paciente conforme descrito nos Capítulos 17 e 18. Além de auxiliar
com o procedimento cirúrgico, os enfermeiros perioperatórios são
responsáveis pelo conforto e pela segurança do paciente.
Entre as possíveis complicações intraoperatórias estão débito
cardíaco diminuído, arritmias, hemorragia, IAM, falência de órgãos
em decorrência de choque e eventos tromboembólicos, inclusive
AVE (Urden et al., 2014). A avaliação de enfermagem
intraoperatória perspicaz é crítica para prevenir, detectar e iniciar
intervenções imediatas para essas complicações. Antes do
fechamento da incisão torácica, são inseridos drenos torácicos
para evacuar o ar e para a drenagem do mediastino e do tórax.
Eletrodos de marca-passo epicárdico temporário podem ser
implantados sobre a superfície do átrio direito e do ventrículo
direito. Estes eletrodos epicárdicos podem ser conectados a um
marca-passo externo se o paciente apresentar bradicardia
persistente no perioperatório (ver mais sobre marca-passos no
Capítulo 26).

Os cuidados pós-operatórios iniciais enfocam a conquista ou a


manutenção da estabilidade hemodinâmica e a recuperação da
anestesia geral. Os cuidados podem ser prestados na unidade de
cuidados pós-anestésicos (UCPA) ou UTI. O período pós-
operatório imediato para o paciente que foi submetido à cirurgia
cardíaca apresenta muitos desafios para a equipe de saúde. São
realizados todos os esforços para facilitar a transição do centro
cirúrgico para a UTI ou UCPA com risco mínimo. Informações
específicas a respeito do procedimento cirúrgico e dos fatores
importantes a respeito do manejo pós-operatório são comunicados
pela equipe cirúrgica e pela equipe anestésica para o enfermeiro
de cuidados críticos ou da UCPA, que em seguida assume a
responsabilidade pelos cuidados do paciente. A Figura 27.13
apresenta uma visão geral dos muitos aspectos dos cuidados para
o paciente submetido à cirurgia cardíaca.
Após a estabilização das condições cardíacas e respiratórias
do paciente, este é transferido para uma unidade intermediária
com telemetria. Os cuidados na UTI e na unidade intermediária
concentram-se no monitoramento cardiopulmonar, no manejo da
dor, no manejo do ferimento, na atividade progressiva e na
nutrição. As instruções a respeito dos medicamentos e da
modificação dos fatores de risco são enfatizadas.
Um plano típico de cuidados de enfermagem pós-operatórios é
apresentado no Boxe 27.11.

Figura 27.13 Os cuidados pós-operatórios do paciente de cirurgia cardíaca exigem que


o enfermeiro tenha competência na interpretação da hemodinâmica, correlacionando os
dados das avaliações físicas aos resultados laboratoriais, no sequenciamento das
intervenções e na avaliação do progresso em direção aos resultados desejados.

Boxe 7.11

Plano e uidado e nfermagem

Cuidados do paciente após a cirurgia cardíaca

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: débito cardíaco diminuído associado à perda sanguínea e ao comprometimento da


função do miocárdio.
OBJETIVO: restauração do débito cardíaco para manter a perfusão dos órgãos e dos tecidos.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Monitorar as condições 1. A e cácia do débito cardíaco é • Os parâmetros a seguir estão


cardiovasculares. Veri cação avaliada por monitoramento nas variações normais do
seriada da pressão arterial, de contínuo. paciente:
outros parâmetros
Pressão arterial
hemodinâmicos, e do ritmo e da
frequência cardíacos é feita, Pressão venosa central
registrada e correlacionada com (PVC)
a condição geral do paciente.
Pressões da artéria
a. Avaliar a pressão arterial a a. A pressão arterial é um dos pulmonar
cada 15 min até que esteja parâmetros siológicos mais
Pressão de oclusão da
estável; em seguida, importantes a serem
artéria pulmonar (POAP)
pressão arterial a cada 1 a 4 monitorados; a
h durante 24 h; em vasoconstrição após Sons cardíacos
seguida, a cada 8 a 12 h até circulação extracorpórea
Resistência vascular
a alta hospitalar. pode exigir tratamento com
pulmonar e sistêmica
um vasodilatador IV.
Débito e índice cardíacos
b. Auscultar os sons cardíacos b. A ausculta fornece
e o ritmo cardíaco. evidências de pericardite Pulsos periféricos
(atrito pericárdico), Frequência e ritmo
arritmias. cardíacos

c. Avaliar os pulsos arteriais c. A existência ou não dos Biomarcadores cardíacos


periféricos (podálico, tibial, pulsos arteriais e as
Débito urinário
radial). características dos mesmos
fornecem dados a respeito Cor da pele e das mucosas
do débito cardíaco, bem
Temperatura da pele
como de lesões obstrutivas.
• , 200 ml/h de drenagem por
d. Monitorar os parâmetros d. A elevação da PVC e da drenos torácicos durante as
hemodinâmicos para POAP pode indicar primeiras 4 a 6 h
avaliar o débito cardíaco, a insu ciência cardíaca
volemia e o tônus vascular. congestiva ou edema • Sinais vitais estáveis
pulmonar. Pressões baixas • PVC e outros parâmetros
podem indicar a hemodinâmicos nos limites
necessidade de reposição do normais
volume.
• Débito urinário nos limites
e. Observar quanto a e. As tendências são mais normais
tendências na importantes que as leituras • Cor da pele normal
hemodinâmica, e perceber isoladas. A ventilação
• Respiração tranquila, pulmões
que a ventilação mecânica mecânica aumenta a
limpos
modi ca a hemodinâmica. pressão intratorácica.
• Dor limitada à incisão

f. Monitorar o padrão do ECG f. Podem ocorrer arritmias


quanto a arritmias com isquemia coronariana,
cardíacas e alterações hipoxia, sangramento e
isquêmicas. distúrbios acidobásicos ou
eletrolíticos. Alterações do
segmento ST podem indicar
isquemia do miocárdio.
Captura do marca-passo e
medicamentos
antiarrítmicos são utilizados
para manter a frequência e
o ritmo cardíacos e para dar
suporte à pressão arterial.

g. Avaliar os resultados de g. Elevações podem indicar


biomarcadores cardíacos. infarto agudo do miocárdio.

h. Veri car primeiramente o h. O débito urinário < 0,5


débito urinário a cada 30 a mℓ/kg/h indica diminuição
60 min, depois em da perfusão renal e pode
associação com os sinais re etir diminuição do débito
vitais. cardíaco.

i. Observar a mucosa bucal, i. Escurecimento da pele e


os leitos ungueais, os cianose podem indicar
lábios, os lóbulos das diminuição do débito
orelhas e as extremidades. cardíaco.

j. Avaliar a pele; observar a j. Pele fria e úmida indica


temperatura e a cor. vasoconstrição e diminuição
do débito cardíaco.

2. Observar quanto ao 2. O sangramento pode resultar do


sangramento persistente: traumatismo cirúrgico dos
drenagem excessiva de sangue tecidos, anticoagulantes e
pelo dreno torácico; hipotensão; defeitos de coagulação.
PVC baixa; taquicardia. Preparar
para infundir hemoderivados,
soluções IV.

3. Observar quanto ao 3. O tamponamento cardíaco


tamponamento cardíaco: resulta do sangramento para o
hipotensão; elevação de PVC e saco pericárdico ou do acúmulo
POAP, pulso paradoxal; de líquido no saco pericárdico,
distensão da veia jugular; que comprime o coração e evita o
diminuição do débito urinário. enchimento adequado dos
Veri car se há diminuição do ventrículos. A diminuição da
volume de sangue no sistema de drenagem torácica pode indicar
coleta de drenagem torácica. que líquido e coágulos estão se
Preparar para reoperação. acumulando no saco pericárdico.

4. Observar se existem sinais de 4. A insu ciência cardíaca resulta da


insu ciência cardíaca. Preparar- diminuição da ação de
se para administrar diuréticos, bombeamento do coração; pode
agentes inotrópicos por via IV. causar perfusão de ciente para
os órgãos vitais.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: troca gasosa prejudicada relacionada com a cirurgia torácica.


OBJETIVO: troca gasosa adequada.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Manter a ventilação mecânica 1. O suporte ventilatório é utilizado • Vias respiratórias permeáveis


até que o paciente consiga para diminuir o esforço do
respirar independen-temente. coração, manter a ventilação • Gasometria arterial nos limites
efetiva e para acesso respiratório da normalidade
em caso de complicações.
• Tubo endotraqueal
2. Monitorar gasometria arterial, 2. A gasometria arterial e os corretamente posicionado,
volume corrente, pressão parâmetros do respirador conforme evidenciado por
inspiratória máxima e indicam a e cácia da ventilação radiogra a
parâmetros de extubação. mecânica e alterações que • Pulmões limpos bilateralmente
precisam ser realizadas para
• Respirador sincronizado com as
melhorar a troca gasosa.
incursões respiratórias do
3. Auscultar o tórax em relação aos 3. Estertores crepitantes indicam paciente
sons respiratórios. congestão pulmonar; sons • Pulmões limpos após
respiratórios diminuídos ou aspiração/tosse
ausentes podem indicar
• Leitos ungueais e mucosas
pneumotórax, hemotórax,
róseos
deslocamento do tubo.
• Acuidade mental consistente
4. Realizar sedação adequada do 4. A sedação auxilia o paciente a
com a dose recebida de
paciente, conforme prescrito, e tolerar o tubo endotraqueal e a
sedativos e analgésicos
monitorar a frequência e a lidar com a ventilação mecânica.
profundidade respiratórias. • Auto-orientação; consegue
responder sim ou não
adequadamente
• É possível o desmame bem-
sucedido da ventilação
mecânica

5. Aspirar as secreções 5. A retenção de secreções leva à


traqueobrônquicas conforme hipoxia e a possíveis infecções.
necessário, com a utilização de
técnica asséptica estrita.

6. Auxiliar na retirada e na 6. A extubação diminui o risco de


remoção do tubo endotraqueal. infecções pulmonares e
intensi ca a capacidade do
paciente de se comunicar.

7. Após a extubação, promover 7. Auxilia na manutenção de vias


respiração profunda, tosse e respiratórias patentes,
movimentação do corpo. prevenindo a atelectasia e
Encorajar a utilização de facilitando a expansão pulmonar.
espirômetro de incentivo e a
adesão aos tratamentos
respiratórios. Instruir a respeito
da imobilização da incisão com
um “travesseiro para tosse” para
diminuir o desconforto.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de desequilíbrio do volume de líquido e desequilíbrio eletrolítico relacionado


com as alterações no volume sanguíneo.
OBJETIVO: equilíbrio hídrico e eletrolítico.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Monitorar o equilíbrio 1. O volume sanguíneo circulante • Equilíbrio hídrico adequado


hidreletrolítico. adequado é necessário para a
• Parâmetros de avaliação
atividade celular ideal; pode
hemodinâmica negativos para
ocorrer desequilíbrio
sobrecarga de líquido ou
hidreletrolítico após a cirurgia.
hipovolemia
a. Documentar a. Fornece um método para • Pressão arterial normal com
adequadamente o determinar o equilíbrio alterações na posição
equilíbrio hídrico; registrar hídrico positivo ou negativo
• Ausência de arritmia
o volume urinário a cada 30 e as necessidades de líquido.
min a 4 h enquanto na UTI; • Peso estável
em seguida, a cada 8 a 12 h • pH do sangue arterial de 7,35 a
durante a hospitalização. 7,45
b. Avaliar pressão arterial, b. Fornece informações a • Potássio sérico de 3,5 a 5 mEq/ℓ
parâmetros respeito da hidratação. (3,5 a 5 mmol/ℓ)
hemodinâmicos, peso
• Magnésio sérico de 1,8 a 3,0
corporal, eletrólitos,
mg/dℓ (0,75 a 1,25 mmol/ℓ)
hematócrito, pressão
venosa jugular, sons • Sódio sérico de 135 a 145 mEq/l
respiratórios, débito uriná- (135 a 145 mmol/ℓ)
rio e drenagem do tubo • Cálcio sérico de 8,5 a 10,5
nasogástrico. mg/dℓ (2,1 a 2,6 mmol/ℓ)

c. Medir a drenagem torácica c. A perda sanguínea excessiva • Glicose sérica < 160 g/dℓ
pós-operatória; a cessão da da cavidade torácica pode
drenagem pode indicar causar hipovolemia.
dreno torácico dobrado ou
bloqueado. Assegurar a
permeabilidade e a
integridade do sistema de
drenagem.

d. Pesar diariamente e d. Indicador de equilíbrio


correlacionar com o hídrico.
equilíbrio hídrico.

2. Estar alerta para alterações dos 2. Uma concentração especí ca de


níveis de eletrólitos séricos. eletrólitos é necessária nos
líquidos corporais extracelulares
e intracelulares para manter a
vida.

a. Hipopotassemia (potássio a. Causas: ingestão


baixo) inadequada, diuréticos,
vômito, drenagem
Efeitos: arritmias:
nasogástrica excessiva,
extrassístoles ventriculares,
resposta ao estresse
taquicardia ventricular.
perioperatório.
Observar se há alterações
especí cas no ECG.
Administrar reposição de
potássio IV, conforme
prescrito.

b. Hiperpotassemia (potássio b. Causas: aumento da


alto) ingestão, hemólise em
virtude de circulação
Efeitos: alterações no ECG,
extracorpórea/dispositivos
ondas T apiculadas,
de assistência mecânica,
complexo QRS alargado,
acidose, insu ciência renal.
bradicardia. Estar
A resina se liga ao potássio e
preparado para administrar
promove a sua excreção
diurético ou uma resina de
intestinal. A insulina auxilia
troca iônica (sulfonato
as células com a absorção de
sódico de poliestireno); ou
glicose e potássio.
insulina e glicose IV.

c. Monitorar magnésio, sódio c. Níveis baixos de magnésio


e cálcio séricos. são associados a arritmias.
Níveis baixos de sódio são
associados a fraqueza e
manifestações neurológicas.
Níveis baixos de cálcio
podem levar a arritmias e
espasmos musculares.

d. Hiperglicemia (glicose d. Causas: resposta de estresse


sérica alta) à cirurgia. Afeta pacientes
com diabetes melito e
Efeitos: aumento do débito aqueles sem diabetes
urinário, sede, melito.
comprometimento da
cicatrização. Administrar
insulina, conforme
prescrito.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de confusão aguda relacionada com alteração do ciclo de sono-vigília,
comprometimento das funções metabólicas, uso de múltiplos medicamentos.
OBJETIVO: prevenção de confusão mental aguda/delirium pós-cardiotomia.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Utilizar medidas para prevenir o 1. Delirium pós-cardiotomia pode • Coopera com os procedimentos
delirium pós-cardiotomia: resultar de alteração do ciclo de
• Dorme por intervalos longos e
sono-vigília, comprometimento
a. Explicar todos os ininterruptos
das funções metabólicas e uso de
procedimentos e a
múltiplos medicamentos. • Orientado quanto à pessoa, ao
necessidade de cooperação do
Normalmente, os ciclos de sono local e ao tempo
paciente.
têm duração de no mínimo 50 • Não apresenta distorções
b. Planejar os cuidados de
min. O primeiro ciclo pode ter de perceptivas, alucinações,
enfermagem para
90 a 120 min de duração e, em desorientação, ideias delirantes
proporcionar períodos de sono
seguida, encurtar durante os
ininterrupto com o padrão de
ciclos sucessivos. A privação do
dia e noite normal do
sono ocorre quando os ciclos de
paciente.
sono são interrompidos ou são de
c. Promover a continuidade dos quantidade inadequada.
cuidados.
d. Orientar quanto ao tempo e
ao local com frequência.
Encorajar as visitas da família.
e. Avaliar quanto a
medicamentos que possam
contribuir para o delirium.

2. Observar se há distorções 2. O delirium pode indicar uma


perceptivas, alucinações, condição clínica séria, tal como
desorientação e ideias delirantes hipoxia, desequilíbrio
paranoicas. acidobásico, anormalidades
metabólicas e infarto cerebral.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: dor aguda relacionada com o traumatismo cirúrgico e a irritação pleural causada por
drenos torácicos.
OBJETIVO: alívio da dor.
Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Registrar a natureza, o tipo, a 1. A dor e a ansiedade aumentam a • Relata que a intensidade da dor
localização, a intensidade e a frequência de pulso, o consumo está diminuindo
duração da dor. de oxigênio e o esforço cardíaco.
• Diminuição da inquietação

2. Encorajar a administração do 2. A analgesia promove o repouso, • Sinais vitais estáveis


medicamento para a dor de diminui o consumo de oxigênio
• Participa em exercícios de
rotina durante as primeiras 24 a causado pela dor e auxilia o
respiração profunda e tosse
72 h e observar quanto aos paciente na realização de
efeitos colaterais de letargia, exercícios de respiração profunda • Verbaliza menos queixas de dor
hipotensão, taquicardia, e tosse; o medicamento para a a cada dia
depressão respiratória. dor é mais e caz quando • Posiciona-se sozinho; participa
administrado antes que a dor nas atividades dos cuidados
seja grave.
• Aumenta a atividade
gradualmente

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: risco de perfusão renal ine caz relacionada com a diminuição do débito cardíaco, a
hemólise ou a terapia medicamentosa com vasopressor.
OBJETIVO: manutenção da perfusão renal adequada.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Avaliar a função renal: 1. A lesão renal pode ser causada • Débito urinário consistente com
por perfusão de ciente, a ingestão de líquido; > 0,5
hemólise, débito cardíaco baixo, mℓ/kg/h
e utilização de agentes
• Gravidade especí ca urinária de
vasopressores para aumentar a
1,003 a 1,030
pressão arterial.
• Ureia sérica (BUN), creatinina e
eletrólitos nos limites normais

a. Avaliar o débito urinário a a. < 0,5 mℓ/kg/h indica


cada meia hora até 4 h nos diminuição da função renal.
cuidados críticos; em
seguida, a cada 8 a 12 h até
a alta hospitalar.

b. Monitorar e relatar os b. Estes testes indicam a


resultados laboratoriais: capacidade dos rins de
BUN, creatinina sérica, excretar produtos residuais.
eletrólitos séricos.

2. Preparar-se para administrar 2. Estes agentes promovem a


diuréticos de ação rápida ou função renal e aumentam o
fármacos inotrópicos (p. ex., débito cardíaco e o uxo
dobutamina). sanguíneo renal.

3. Preparar o paciente para a 3. Proporciona ao paciente a


diálise ou terapia de oportunidade de fazer perguntas
substituição renal contínua, se e se preparar para o
indicado. procedimento.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: termorregulação ine caz relacionada com infecção ou síndrome pós-
pericardiotomia.
OBJETIVO: manutenção da temperatura corporal normal.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Avaliar a temperatura a cada 1. Febre pode indicar processo • Temperatura corporal normal
hora. infeccioso ou in amatório.
• As incisões estão livres de
2. Utilizar técnica asséptica ao 2. Diminui o risco de infecção. infecções e estão cicatrizando
trocar os curativos, aspirar o • Ausência de sintomas de
tubo endotraqueal; manter os síndrome pós-pericardiotomia:
sistemas fechados para todos os febre, mal-estar, efusão
acessos IV e arteriais e para o pericárdica, frêmito de fricção
cateter urinário permanente. pericárdica, artralgia

3. Observar quanto aos sintomas 3. Ocorrem em aproximadamente


de síndrome pós- 10% dos pacientes após a
pericardiotomia. cirurgia cardíaca.

4. Coletar amostras para culturas e 4. Os antibióticos tratam a infecção


outros exames laboratoriais docu-mentada.
(hemograma, VHS); administrar
agentes antibióticos, conforme
prescrito.

5. Administrar agentes anti- 5. Os agentes anti-in amatórios


in amatórios, conforme aliviam os sintomas da
instruído. in amação.

DIAGNÓSTICO E NFERMAGEM: conhecimento de ciente a respeito das atividades de cuidados pessoais.


OBJETIVO: capacidade de realizar as atividades de cuidados pessoais.

Intervenções e nfermagem Justi cativa Resultados sperados

1. Desenvolver o plano de 1. Cada paciente apresenta • O paciente e os familiares


instruções para o paciente e a necessidades únicas. explicam e aderem ao esquema
terapêutico
família. Fornecer instruções O paciente e os familiares

especí cas quanto a: identi cam as alterações
necessárias no estilo de vida
• Dieta e pesagens diárias
• Apresenta cópia das instruções
• Progressão da atividade
da alta (no idioma primário do
• Exercícios físicos paciente e em nível de leitura
apropriado; apresenta um
• Exercícios de respiração
formato alternativo, se
profunda, tosse e expansão
indicado)
pulmonar

• Monitoramento da • Mantém as consultas de


temperatura e do pulso acompanhamento

• Esquema medicamentoso

• Cuidados da incisão

• Acesso ao sistema médico


de emergência

2. Fornecer instruções verbais e por 2. A repetição promove o


escrito; proporcionar diversas aprendizado ao possibilitar
sessões de instruções para o questionamentos e o
reforço e para responder esclarecimento de informações
perguntas. errôneas.

3. Envolver a família nas sessões de 3. Os familiares responsáveis pelos


instruções. cuidados domiciliares
normalmente estão ansiosos e
necessitam de tempo adequado
para o aprendizado.

4. Fornecer as informações de 4. Providências para os contatos


contato para o cirurgião e o com a equipe de saúde ajudam a
cardiologista e instruções sobre acalmar as ansiedades.
as visitas de acompanhamento
com o cirurgião.

5. Realizar os encaminhamentos 5. O aprendizado, a recuperação e


apropriados: instituição de as alterações no estilo de vida
cuidados domiciliares, programa continuam após a alta hospitalar.
de reabilitação cardíaca, grupos
de apoio comunitário.

■ Avaliação do paciente
Quando o paciente é internado na unidade de tratamento intensivo
ou no setor de recuperação pós-anestésica, as equipes médica e
de enfermagem realizam avaliações completas de todos os
sistemas a intervalos de pelo menos 4 horas. É necessário avaliar
os parâmetros a seguir:
Estado neurológico: nível de responsividade, tamanho das
pupilas e reação à luz, simetria facial, movimentação dos
membros e força de preensão.
Estado cardíaco: frequência e ritmo cardíacos, sons cardíacos,
estado do marca-passo, pressão arterial, pressão venosa central
(PVC); em pacientes selecionados, parâmetros hemodinâmicos:
pressão arterial pulmonar, pressão de oclusão da artéria pulmonar
(POAP), débito e índice cardíaco, resistência vascular sistêmica e
pulmonar, saturação venosa mista de oxigênio (Sv–O2). Um
cateter de artéria pulmonar é utilizado com frequência para
monitorar esses parâmetros. Uma opção seria calcular o
monitoramento minimamente invasivo do volume sistólico, a
resistência vascular sistêmica e o débito cardíaco por meio das
pressões obtidas no acesso arterial (p. ex., monitor Vigileo® com
sensor FloTrac™) (ver no Capítulo 25 uma descrição detalhada
sobre o monitoramento hemodinâmico).
Condições respiratórias: movimentação torácica, sons
respiratórios, configurações do ventilador (p. ex., frequência,
volume corrente, concentração de oxigênio, modo, tal como
assisto-controlado, pressão positiva expiratória final (PEEP),
suporte pressórico), frequência respiratória, pressão inspiratória
máxima, saturação de oxigênio percutânea (SpO2), dióxido de
carbono expirado (CO2), drenagem por dreno torácico pleural,
gasometria arterial (ver nos Capítulos 20 e 21 descrições
detalhadas da avaliação respiratória e do manejo ventilatório).
Estado vascular periférico: pulsos periféricos; coloração da
pele, dos leitos ungueais, das mucosas, dos lábios e dos lóbulos
das orelhas; temperatura da pele; edema; condição dos curativos
e dos acessos invasivos.
Função renal: débito urinário; creatinina sérica e eletrólitos.
Estado hidreletrolítico: equilíbrio hídrico cuidadoso, incluindo
todas as soluções IV e hemoderivados, produção de todos os
tubos de drenagem; indicadores clínicos e laboratoriais de
desequilíbrio.
Dor: natureza, tipo, localização e duração; apreensão; resposta
aos analgésicos.
A avaliação também inclui a verificação de todos os
equipamentos e dos drenos para assegurar que estejam
funcionando adequadamente; tubo endotraqueal, respirador,
monitor de CO2 expirado, monitor de SpO2, cateter de artéria
pulmonar, monitor de Sv–O2, acessos arteriais e IV, dispositivos de
infusão IV e equipos, monitor cardíaco, marca-passo, drenos
torácicos e sistema de drenagem urinária.
Quando o paciente readquire a consciência e progride pelo
período pós-operatório, o enfermeiro também avalia os
indicadores das condições psicológicas e emocionais. O paciente
pode apresentar comportamento que reflete negação ou
depressão ou apresentar delirium pós-operatório. Os sinais
característicos de delirium incluem ilusões perceptivas
temporárias, alucinações visuais e auditivas, desorientação e
ideias delirantes paranoicas. Os pacientes que apresentam
delirium após a cirurgia cardíaca têm desfechos piores que
pacientes semelhantes sem essa complicação (Mangusan,
Hooper, Denslow, et al., 2015).
As necessidades da família também precisam ser avaliadas. O
enfermeiro verifica como os familiares estão lidando com a
situação; determina as suas necessidades psicológicas,
emocionais e espirituais; e descobre se eles estão recebendo
informações adequadas a respeito da condição do paciente.
■ Monitoramento de complicações
O paciente é avaliado continuadamente em relação às
complicações iminentes (ver Tabela 27.5). O enfermeiro e a equipe
cirúrgica atuam em cooperação para prevenir complicações,
identificar os sinais e sintomas iniciais de complicações e instituir
medidas para reverter a sua progressão.

Uma diminuição no débito cardíaco é sempre uma ameaça para o


paciente que realizou uma cirurgia cardíaca e pode apresentar
uma diversidade de causas. As alterações da pré-carga ocorrem
quando muito pouco volume de sangue retorna para o coração
como resultado de sangramento persistente e hipovolemia. O
sangramento pós-operatório excessivo pode levar a diminuição do
volume intravascular, hipotensão e débito cardíaco baixo.
Problemas de sangramento são comuns após a cirurgia cardíaca,
em virtude dos efeitos da circulação extracorpórea, do
traumatismo em virtude da cirurgia e da anticoagulação. A pré-
carga também pode diminuir se houver acúmulo de líquido e
sangue no pericárdio (tamponamento cardíaco), que impede o
preenchimento cardíaco. O débito cardíaco também é alterado se
muito volume retornar para o coração, causando sobrecarga de
líquido.
As alterações da pós-carga ocorrem quando as artérias são
constringidas como resultado da hipertensão ou hipotermia pós-
operatória, aumentando o esforço do coração. As alterações na
frequência cardíaca em virtude de bradicardia, taquicardia e
arritmias podem levar à diminuição do débito cardíaco, e a
contratilidade pode estar alterada com insuficiência cardíaca, IAM,
desequilíbrios eletrolíticos e hipoxia.
Pode ocorrer desequilíbrio hidreletrolítico após a cirurgia cardíaca.
A avaliação de enfermagem em relação a tais complicações inclui
o monitoramento do equilíbrio hídrico, do peso, dos parâmetros
hemodinâmicos, dos níveis de hematócrito, da distensão das veias
do pescoço, de edema, dos sons respiratórios (p. ex., estertores
crepitantes finos, respiração ruidosa) e dos níveis de eletrólitos. O
enfermeiro relata as alterações nos eletrólitos séricos
imediatamente, de modo que o tratamento possa ser instituído. De
especial importância são os níveis perigosamente altos ou baixos
de potássio, magnésio, sódio e cálcio. Elevações dos níveis de
glicose séric são comuns no período pós-operatório. A
administração de insulina IV é recomendada para pacientes com e
sem diabetes melito para alcançar o controle glicêmico necessário
para promover a cicatrização dos ferimentos, diminuir infecções e
melhorar os resultados da cirurgia (Engoren et al., 2014). Já foi
comprovado que a implementação de um protocolo de infusão de
insulina com a meta de controle moderado da glicemia é efetiva no
tratamento da hiperglicemia aguda após cirurgia cardíaca, ao
mesmo tempo que diminui a incidência de hipoglicemia
(Hargraves, 2014) (Boxe 27.12).

O comprometimento da troca gasosa é outra possível complicação


após a cirurgia cardíaca. Todos os tecidos corporais necessitam
de um aporte adequado de oxigênio para sobreviverem. Para isso,
após a cirurgia, um tubo endotraqueal com suporte ventilatório
pode ser utilizado por horas a dias. A ventilação assistida é
mantida até que os valores da gasometria do paciente sejam
aceitáveis e o paciente demonstre a capacidade de respirar
independentemente. Os pacientes que estão estáveis após a
cirurgia já podem ser extubados 2 a 4 horas após a cirurgia, o que
reduz o seu desconforto e a ansiedade e facilita a comunicação
paciente-enfermeiro.
Enquanto recebe ventilação mecânica, o paciente é
continuadamente avaliado em relação a sinais de
comprometimento da troca gasosa: inquietação, ansiedade,
cianose das mucosas e dos tecidos periféricos, taquicardia e “luta”
com o respirador. Os sons respiratórios são avaliados com
frequência para detectar congestão pulmonar e monitorar a
expansão pulmonar. Gasometria arterial, SpO2 e CO2 expiratório
são avaliados quanto à diminuição do oxigênio e ao aumento de
CO2. Após a extubação, intervenções pulmonares agressivas, tais
como movimentação para os lados, tosse, respiração profunda e
deambulação inicial são necessárias para prevenir atelectasia e
pneumonia.

Hipoperfusão ou microêmbolos durante ou após a cirurgia


cardíaca podem provocar lesão cerebral. A função cerebral
depende de aporte contínuo de sangue oxigenado. O cérebro não
apresenta a capacidade de armazenar oxigênio e deve contar com
a perfusão contínua adequada do coração. O enfermeiro observa
o paciente em relação a sinais e sintomas de hipoxia cerebral:
inquietação, confusão mental, dispneia, hipotensão e cianose.
Uma avaliação das condições neurológicas do paciente inclui nível
de consciência, resposta a comandos verbais e estímulos
dolorosos, tamanho e reação das pupilas à luz, simetria facial,
movimentação das extremidades e força das mãos. O enfermeiro
documenta qualquer alteração e relata os achados anormais ao
cirurgião, tendo em vista que podem sinalizar o início de uma
complicação, tal como um AVE.

Boxe 7.12
Per l e esquisa e nfermagem

Controle glicêmico em pacientes pós-cirurgia cardíaca

Hargraves J D (2 Glyc contr car surgery Implemen an


evidence protocol Americ Jour Critic Care 23(3),
250–258.

Finalidade
Hiperglic ur ardíac ecç
cirúrgic esternal Toda protoc par controle
glic hiperglic hipoglic e
aument mortalidade Portanto recent ap o
contr moder glic cirur cardíac primeir propósit desse
fo mensuraç conheciment enf unidade
cu crític sobr contr glicêmic cirur cardíac ant de da
orientação propósit f av seguranç ef um
protoc c controle
glicêmic t ur ardíaca.

Metodologia
Iow Evidence Practic t Promot Qualit Car (Mod de
Iow prátic b par promov c qualidade)
fornec arcabouç par projeto pr enfermagem
completar par mensur conheciment controle
glicêmic ant instrução sobr nív de glicose
for c retrospectivament pacient cirurgia
cardíac d anest até anest Os
nív de glic for compar entr ant at a
instituiç nov protoc nov protoc identi cou
ℓ.

Achados
conheciment pr enf aument signi cativamente
orientação Is melhor escor avaliação escores
pré-test for (n = escores pós-test for de
n nív séric glic implementaç protocolo
f mg/dℓ A disso inci hipoglic c níveis
séric glic inferior mg/dℓ f signi cativament por esse
nov protocolo porcen nív glic inferiore 180
mg/dℓ

Implicações ara nfermagem


conheciment pr enf sobr contr glicêmico
aumen enfermeir orien sobr melhores
evidências A disso pr enf implementam
protoc b dir para
contr êmic ado t am.

■ Manutenção do débito cardíaco


A avaliação das condições cardíacas do paciente deve ser
contínua e o enfermeiro monitora a eficácia do débito cardíaco por
meio de observações clínicas e medições de rotina: leituras
seriadas da pressão arterial, frequência cardíaca, PVC, pressão
arterial e pressões da artéria pulmonar.
A função renal está relacionada com a função cardíaca, tendo
em vista que a pressão arterial e o débito cardíaco direcionam a
filtração glomerular; portanto, o débito urinário é medido e
registrado. O débito urinário inferior a 0,5 m ℓ /kg/h indica
diminuição do débito cardíaco ou volume inadequado de líquido.
Os tecidos corporais dependem de um débito cardíaco
adequado para ter aporte contínuo de sangue oxigenado para
atender a alteração das demandas dos órgãos e dos sistemas
corporais. Tendo em vista que a mucosa bucal, os leitos ungueais,
os lábios e os lóbulos das orelhas são locais com leitos capilares
ricos, eles são observados em relação à cianose e ao
obscurecimento como possíveis sinais de redução do débito
cardíaco. A distensão das veias do pescoço quando a cabeceira
do leito está elevada em 30° ou mais pode sinalizar insuficiência
cardíaca do lado direito.
Podem ocorrer arritmias em virtude da diminuição da perfusão
para o miocárdio ou da sua irritação devido à cirurgia. As arritmias
mais comuns observadas durante o período pós-operatório são
fibrilação atrial, bradicardias, taquicardias e batimentos ectópicos
(Urden et al., 2014). É essencial a observação contínua do monitor
cardíaco quanto a arritmias.
O enfermeiro relata quaisquer sinais de diminuição do débito
cardíaco imediatamente. Os dados da avaliação são utilizados
para determinar a causa do problema. Após a obtenção de um
diagnóstico, o médico e o enfermeiro trabalham em cooperação
para restaurar o débito cardíaco e prevenir complicações
adicionais. Quando indicado, são prescritos hemoderivados,
líquidos e antiarrítmicos, diuréticos, vasodilatadores ou
vasopressores. Se forem necessárias intervenções adicionais,
como a inserção de uma bomba de balão intra-aórtico, o paciente
e a família são preparados para o procedimento.

■ Promoção da troca gasosa adequada


Para assegurar a troca gasosa adequada, a perviedade do tubo
endotraqueal é avaliada e mantida. O tubo deve ser fixado para
prevenir que escorregue para fora ou para baixo e para dentro do
brônquio principal direito. É necessário aspiração quando o
paciente apresentar estertores crepitantes ou tosse. As
determinações da gasometria arterial são comparadas aos dados
basais, e as alterações são relatadas para o médico
imediatamente.
Quando os parâmetros hemodinâmicos do paciente
estabilizarem, a posição corporal será alterada a cada 1 a 2 horas.
As alterações frequentes de decúbito do paciente proporcionam a
ventilação e a perfusão pulmonar ideais, possibilitando que os
pulmões expandam mais completamente.
Os resultados da avaliação física e da gasometria arterial
guiam o processo de desmame da ventilação mecânica. O
enfermeiro auxilia no processo de desmame e na remoção do tubo
endotraqueal. Após a extubação, o enfermeiro encoraja a
respiração profunda e a tosse a cada 1 a 2 horas, no mínimo, para
remover as secreções, abrir os sacos alveolares e promover a
ventilação efetiva. Ver mais sobre o desmame da ventilação
mecânica no Capítulo 21.

■ Manutenção do equilíbrio hidreletrolítico


Para promover o equilíbrio hidreletrolítico, o enfermeiro avalia
cuidadosamente o equilíbrio hídrico para determinar se é positivo
ou negativo. É necessário registrar todo o aporte de líquido,
incluindo soluções IV, por tubo nasogástrico, e oral, bem como
toda produção, incluindo urina, drenagem nasogástrica e
drenagem torácica.
Os parâmetros hemodinâmicos (p. ex., pressão arterial, PVC,
débito cardíaco) são correlacionados com o aporte, a produção e o
peso para determinar a adequação da hidratação e do débito
cardíaco. Os eletrólitos séricos são monitorados, e o paciente é
observado em relação aos sinais de desequilíbrio de potássio,
magnésio, sódio ou cálcio (ver Capítulo 13).
Os indícios de desidratação, sobrecarga de líquido ou
desequilíbrio eletrolítico são relatados imediatamente, e o médico
e o enfermeiro trabalham em cooperação para restaurar o
equilíbrio hidreletrolítico e monitorar a resposta do paciente às
terapias.

■ Minimização da confusão mental


Alguns pacientes exibem comportamentos anormais e confusão
mental aguda, que ocorrem com intensidade e duração variáveis.
O risco de delirium é alto em pacientes de cirurgia cardíaca e
aumenta com a idade dos pacientes (Mangusan et al., 2015). As
manifestações clínicas do delirium pós-operatório incluem
inquietação, agitação, alucinações visuais e auditivas e paranoia.
O delirium tipicamente ocorre após uma estadia de 2 a 5 dias em
uma UTI. Os pacientes são avaliados em relação a este problema
com ferramentas como Método de Avaliação da Confusão para
UTI (CAM-ICU) (Brooks, Spillane, Dick, et al., 2014) (ver discussão
sobre o CAM no Boxe 11.7). A escala CAM-ICU avalia quanto aos
principais indicadores de delirium, tais como pensamento
desorganizado e desatenção. Quando este teste é positivo, é
necessária avaliação adicional das condições fisiológicas e
psicológicas do paciente. As causas presumidas de delirium pós-
operatório incluem ansiedade, privação de sono, aumento do
aporte sensorial, medicamentos e problemas fisiológicos (p. ex.,
hipoxemia e desequilíbrio metabólico) (Mangusan et al., 2015). O
tratamento inclui a correção de problemas fisiológicos
identificados, tais como desequilíbrios metabólicos e eletrolíticos.
Também são utilizadas intervenções comportamentais (p. ex.,
reorientação frequente). Medicamentos sedativos como
haloperidol podem auxiliar a reduzir a agitação psicomotora. O
delirium com frequência é resolvido após o paciente ser transferido
da unidade; no entanto, pode estar associado a resultados
negativos, incluindo declínio cognitivo e funcional, internações
hospitalares mais longas e maior mortalidade (Mangusan et al.,
2015).
Para todos os pacientes no período pós-operatório, são
utilizadas medidas básicas de conforto juntamente com os
analgésicos sedativos prescritos para promover o repouso.
Acessos e drenos invasivos são retirados assim que possível. Os
cuidados do paciente são coordenados para proporcionar períodos
de repouso sem perturbações. À medida que a condição do
paciente estabiliza e ele é perturbado com menos frequência para
monitoramento e procedimentos terapêuticos, os períodos de
repouso podem ser prolongados. O sono ininterrupto é propiciado
tanto quanto possível, especialmente durante as horas de sono
normais do paciente.
Explicações cuidadosas sobre todos os procedimentos e o
papel do paciente na sua facilitação mantêm o paciente
positivamente envolvido durante todo o período pós-operatório. A
continuidade dos cuidados é desejável; um rosto familiar e uma
equipe de enfermagem com uma abordagem consistente auxiliam
o paciente a se sentir seguro. A família do paciente deve ser bem-
vinda à cabeceira do leito. Um plano de cuidados de enfermagem
bem projetado e individualizado pode auxiliar a equipe de
enfermagem na coordenação de seus esforços para o bem-estar
emocional do paciente.

■ Alívio da dor
Os pacientes que se submeteram à cirurgia cardíaca podem
apresentar dor na área peri-incisional ou por todo o tórax, os
ombros e as costas. A dor resulta do traumatismo na parede
torácica e da irritação da pleura pelos drenos torácicos, bem como
da incisão dos locais de coleta do enxerto venoso ou arterial
periférico.
O enfermeiro avalia os pacientes em relação a indicadores
verbais e não verbais de dor e registra a natureza, o tipo, a
localização e a duração da dor. Para reduzir a intensidade da dor,
o enfermeiro encoraja o paciente a aceitar os medicamentos
regularmente. O acréscimo de analgésicos auxiliares (agentes
anti-inflamatórios, relaxantes musculares) aos opioides diminui a
quantidade de opioides necessária para o alívio da dor e aumenta
o conforto do paciente. Os pacientes relatam mais dor durante a
tosse, a movimentação para os lados e a mobilização. O suporte
físico da incisão com uma toalha de banho dobrada ou um
pequeno travesseiro durante a respiração profunda e a tosse
ajuda a minimizar a dor. O paciente deve ser capaz de participar
de exercícios respiratórios e aumentar progressivamente os
cuidados pessoais. O conforto do paciente melhora após a
remoção dos drenos torácicos.
A dor provoca angústia, que pode estimular o sistema nervoso
central a liberar catecolaminas, resultando em constrição das
arteríolas e aumento da frequência cardíaca. Isso pode causar
aumento da pós-carga e diminuição do débito cardíaco. Opioides
aliviam a dor e induzem sono e sensação de bem-estar, que
reduzem a taxa metabólica e as demandas de oxigênio. Após a
administração de opioides, é necessário documentar as
observações que indicam alívio da apreensão e da dor no
prontuário do paciente. O enfermeiro observa o paciente em
relação a quaisquer efeitos adversos dos opioides, incluindo
depressão respiratória, hipotensão, constipação intestinal, íleo
paralítico ou retenção urinária. Se ocorrer depressão respiratória,
pode ser necessária a administração de um antagonista de opioide
(p. ex., naloxona) (ver discussão adicional sobre intervenções não
farmacológicas para dor no Capítulo 12).

■ Manutenção da perfusão tissular adequada


O enfermeiro palpa rotineiramente os pulsos periféricos (p. ex.,
podálico, tibial, femoral, radial, braquial) para avaliar quanto à
obstrução arterial. Se um pulso arterial não for palpado em algum
membro, a causa pode ser cateterismo prévio desse membro,
doença vascular periférica crônica ou obstrução tromboembólica.
O enfermeiro deve relatar imediatamente a ausência recentemente
identificada de qualquer pulso arterial.
Os eventos tromboembólicos podem resultar de lesão vascular,
deslocamento de um coágulo de uma valva lesionada,
afrouxamento de trombos murais ou problemas de coagulação. A
embolia gasosa pode resultar da circulação extracorpórea ou
canulação venosa central. Os sinais/sintomas de embolização
variam de acordo com o local. Os locais embólicos habituais são
pulmões, artérias coronárias, mesentério, baço, extremidades, rins
e cérebro. O paciente é observado quanto ao início do seguinte:
• Início agudo de dor torácica e angústia respiratória em virtude
de êmbolo pulmonar ou IAM
• Dor abdominal ou nas costas, como ocorre em êmbolos
mesentéricos
• Dor, desaparecimento de pulsos arteriais, embranquecimento,
dormência ou temperatura baixa em um membro
• Fraqueza de um lado e alterações pupilares, como ocorre no
AVE.
O enfermeiro relata imediatamente quaisquer dessas
manifestações.
Estase venosa, que pode causar tromboembolismo venoso (p.
ex., trombose venosa profunda, embolia pulmonar), pode ocorrer
após a cirurgia. Ela pode ser prevenida por meio da utilização das
medidas a seguir:
• Aplicar dispositivos de compressão pneumática sequencial,
conforme prescrito
• Desencorajar o cruzamento das pernas
• Evitar a elevação dos joelhos na cama
• Não colocar travesseiros no espaço poplíteo
• Iniciar exercícios passivos, seguidos por exercícios ativos para
promover a circulação e prevenir a estase venosa.
A perfusão renal inadequada pode ocorrer como uma
complicação da cirurgia cardíaca. Uma possível causa é o débito
cardíaco baixo. O traumatismo das células sanguíneas durante a
circulação extracorpórea pode causar hemólise dos eritrócitos, que
em seguida ocluem os glomérulos renais. A utilização de agentes
vasopressores para aumentar a pressão arterial pode resultar em
contração das arteríolas renais e redução do fluxo sanguíneo para
os rins.
O manejo de enfermagem inclui a medição precisa do débito
urinário. Um débito inferior a 0,5 mℓ/kg/h pode indicar hipovolemia
ou insuficiência renal. O médico pode prescrever soluções para
aumentar o débito cardíaco e o fluxo sanguíneo renal ou diuréticos
IV podem ser administrados para aumentar o débito urinário. O
enfermeiro precisa conhecer os valores da ureia sérica, creatinina
sérica, taxa de filtração glomerular e dos eletrólitos séricos do
paciente. O enfermeiro deve relatar os níveis anormais
imediatamente, tendo em vista que pode ser necessário ajustar os
líquidos e a dose ou o tipo de medicamento administrado. Se os
esforços para manter a perfusão renal não forem efetivos, o
paciente pode necessitar de terapia de substituição renal contínua
ou diálise (ver Capítulo 54).

■ Manutenção da temperatura corporal normal


Habitualmente os pacientes estão hipotérmicos quando admitidos
na UTI após o procedimento de cirurgia cardíaca. Tendo em vista
que a hipotermia induzida pela circulação extracorpórea e pela
anestesia reduz a temperatura central do paciente, o paciente
deve ser aquecido gradualmente até a temperatura normal. Isso é
parcialmente alcançado pelos processos metabólicos basais do
próprio paciente e, com frequência, com a assistência de sistemas
de cobertor com ar aquecido. Enquanto o paciente está
hipotérmico, são comuns tremor e hipertensão. Pode ser
necessária a redução da pressão arterial com um vasodilatador, tal
como nitroprusseto. Estes problemas se resolvem tipicamente à
medida que ocorre o aquecimento.
Após a cirurgia cardíaca, o paciente é de risco para o
desenvolvimento de elevação da temperatura corporal como
resultado da inflamação tecidual ou de infecção. A resposta
inflamatória/imune à cirurgia inclui a liberação de citocinas que
causam febre (Grossman & Porth, 2014). O aumento resultante da
taxa metabólica aumenta as demandas de oxigênio tecidual e o
esforço cardíaco. São administrados antipiréticos e aplicadas
outras medidas para reduzir a temperatura corporal.
Os locais comuns de infecção pós-operatória incluem pulmões,
trato urinário, incisões e cateteres intravasculares. São utilizados
cuidados meticulosos para prevenir a contaminação nos locais de
inserção de cateteres e drenos. É aplicada a técnica asséptica
durante a troca dos curativos e ao fornecer os cuidados do tubo
endotraqueal e dos cateteres. A remoção das secreções
pulmonares é alcançada por meio do reposicionamento frequente
do paciente, aspiração e fisioterapia torácica, bem como das
instruções e do encorajamento do paciente a respirar
profundamente e tossir. Todos os acessos e drenos invasivos são
descontinuados assim que possível após a cirurgia para evitar
infecção.
Pode ocorrer síndrome pós-pericardiotomia em pacientes que
são submetidos à cirurgia cardíaca. A síndrome é caracterizada
por febre, dor pericárdica, dor pleural, dispneia, efusão pericárdica,
atrito pericárdico e artralgia. Estes sinais e sintomas podem
ocorrer dias a semanas após a cirurgia, com frequência após o
paciente ter recebido alta hospitalar.
A síndrome pós-pericardiotomia tem de ser diferenciada de
outras complicações pós-operatórias (p. ex., infecção, dor na
incisão, IAM, êmbolo pulmonar, endocardite bacteriana,
pneumonia, atelectasia). O tratamento depende da gravidade dos
sinais e dos sintomas. Agentes anti-inflamatórios podem promover
melhora dos sinais/sintomas (Imazio, Brucato, Ferrazzi, et al.,
2014).

■ Promoção de cuidados domiciliar, comunitário e de transição

Dependendo do tipo de cirurgia e do progresso pós-operatório, o


paciente pod receber alta hospitalar 3 a 5 dias após a cirurgia.
Após a recuperação da cirurgia, os pacientes podem esperar
menos sintomas em virtude de DAC e melhora da qualidade de
vida. A cirurgia de revascularização do miocárdio
comprovadamente aumenta a expectativa de vida dos pacientes
de alto risco, incluindo aqueles com bloqueios da artéria principal
esquerda e disfunção ventricular esquerda com bloqueios de
diversos vasos (Hlatky, Boothroyd, Baker, et al., 2013).
Embora o paciente possa estar ansioso para voltar para casa,
o paciente e a família geralmente estão apreensivos a respeito
desta transição. Os familiares com frequência expressam o temor
de que não sejam capazes de cuidar do paciente no domicílio ou
de que não estejam preparados para lidar com as possíveis
complicações.
O enfermeiro auxilia o paciente e a família a estabelecer
objetivos realistas e alcançáveis. É desenvolvido um plano de
instruções que atenda às necessidades individuais do paciente
com o paciente e a família. São fornecidas instruções específicas
a respeito dos cuidados da incisão; sinais e sintomas de infecção;
dieta; progressão das atividades e dos exercícios; respiração
profunda, espirometria de incentivo e cessação do tabagismo;
pesagem e monitoramento da temperatura; esquema
medicamentoso; e visitas de acompanhamento com enfermeiros
de cuidados domiciliares, equipe de reabilitação, cirurgião e
cardiologista ou internista.
Alguns pacientes apresentam dificuldade de aprendizado e de
retenção das informações após a cirurgia cardíaca. O paciente
pode apresentar perda da memória recente, curto período de
atenção, dificuldade com a matemática simples, escrita deficiente
e distúrbios visuais. Os pacientes com essas dificuldades com
frequência tornam-se frustrados quando tentam retomar as
atividades normais. O paciente e a família são tranquilizados de
que a dificuldade quase sempre é temporária e que cessará,
normalmente, em 6 a 8 semanas. Nesse período, são fornecidas
instruções par o paciente em um ritmo mais lento que o normal, e
um familiar assume a responsabilidade de assegurar que o
esquema prescrito seja seguido.

Quando apropriado, providências são tomadas para os cuidados


domiciliar, comunitário ou de transição. Tendo em vista que a
estadia hospitalar é relativamente breve, é particularmente
importante que o enfermeiro avalie a capacidade do paciente e da
família de lidar com os cuidados no domicílio. O enfermeiro em
visita domiciliar continua o processo de instruções (Boxe 27.13),
monitora os sinais vitais e as incisões, avalia em relação aos
sinais e sintomas de complicações e fornece suporte para o
paciente e a família. As intervenções adicionais podem incluir
trocas de curativos, aconselhamento nutricional e estratégias para
a cessação do tabagismo. Os pacientes e as famílias precisam
saber que a cirurgia cardíaca não curou o processo da cardiopatia
de base do paciente. As alterações no estilo de vida para a
redução dos fatores de risco são essenciais, e ainda serão
necessários os medicamentos administrados antes da cirurgia
para controlar problemas como pressão arterial e hiperlipidemia.
Boxe 7.13

Lista e eri cação o uidado omiciliar

Alta depois da cirurgia cardíaca

A concluír orientações pacient c ser capazes


de:
• N o procediment f r identi c mudanças
permanent estrutur funç anatômic c alterações
VDs elacionament
• Identi c intervenç estratégi (p e equipament médic durável,
equipament tiv ecuperação
• Descrev terapêutic pós-operat curso e
a ser r (p e c exer respirat e
(p e levanta peso automóveis esport de
contato)
• Indic nome dose efeit colaterais fr hor uso
amentos
• Orien c obt medicament mat médico realizar
troc urativos escritos
• Identi c nec mat médico permanente uso
enç a
• Descrev t omplicações
• Det ompanhamento
• Rela onta gun omplicações
• Identi c rec c par c e
cuidador/familiares:
Identi c font (p e amigos parentes comunidade
é)
Identi c númer telefone loc encontro/hor grupos
t uidadores/familiares
• Identi c nec promoç (p e reduç peso
corporal cessaç tabagismo contr estr prevenç doenças

AVDs t

O enfermeiro encoraja o paciente a contatar o cirurgião, o


cardiologista ou o auxiliar de enfermagem, se tiver problemas ou
perguntas. Isso oferece ao paciente e à família a tranquilidade de
que o suporte profissional está disponível. Espera-se que o
paciente realize no mínimo uma visita de acompanhamento com o
cirurgião.
As instruções não se encerram na ocasião da alta hospitalar ou
com os cuidados de saúde domiciliares ou de transição. Muitos
pacientes e muitas famílias se beneficiam de programas de apoio,
incluindo programas de reabilitação cardíaca. Estes programas
proporcionam exercícios monitorados; instruções a respeito da
dieta e da redução do estresse; informações a respeito de
retomada do trabalho, de guiar veículos e da atividade sexual;
assistência com a cessação do tabagismo; e grupos de apoio para
os pacientes e as famílias. Grupos de apoio nos hospitais ou
comunitários fornecem informações, bem como oportunidades
para as famílias compartilharem suas experiências.
Exercícios e ensamento rítico

1 O lipidograma de um paciente de 68 anos de idade apresenta os seguintes resultados: colesterol total, 267 mg/dl;
LDL-colesterol, 177 mg/dl; HDL-colesterol, 38 mg/dl e triglicerídios, 459 mg/dl. Ele está solicitando mais informações
sobre hipercolesterolemia e como melhorar os resultados de seu lipidograma. Quais são os valores séricos normais do
colesterol em jejum? Quais modi cações do estilo de vida deste paciente poderiam ser feitas para melhorar seus níveis
séricos de colesterol? Quais medicamentos podem ser prescritos? Além do médico do paciente, que outros membros da
equipe de saúde devem participar do plano de tratamento?

2 Um homem de 80 anos de idade foi admitido com dor torácica no hospital em que você trabalha. Ele foi
descrito como estável durante o último plantão. Quando você começa sua avaliação, ele declara que a dor torácica
piorou e ele está dispneico. Com base nas diretrizes baseadas em evidências, quais seriam suas intervenções iniciais?
Quais exames complementares podem ser realizados? Quais tipos de intervenção estão disponíveis se for determinado
o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio?

3 Você está na unidade de tratamento intensivo cuidando de uma mulher de 75 anos de idade que foi
submetida à revascularização cirúrgica do miocárdio há 2 dias. Ela está puxando seus tubos torácicos e tentando sair
sozinha do leito. Você está preocupado com a possibilidade de delirium. Quais intervenções são suas prioridades para
manter essa paciente segura? Identi car quais parâmetros precisam ser avaliados imediatamente. Qual exame
complementar deve ser feito para descartar a possibilidade de condições siológicas? Quais medicamentos podem
estar contribuindo para o delirium desta paciente?

Referências bibliográficas
*Pesquisa em enfermagem.
**Referência clássica.

Livros
Ackley, B. J., & Ladwig, G. B. (2014). Nursing diagnosis handbook
(10th ed.). Maryland Heights, MO: Elsevier.
Burchum, J. R., & Rosenthal, L. D. (2016).Lehne’s pharmacology
for nursing care (9th ed.). St. Louis, MO: Elsevier.
Grossman, S. C., & Porth, C. M. (2014). Porth’s pathophysiology
(9th ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins.
McCance, K. L., Huether, S. E., Brashers, V. L., et al. (2014).
Pathophysiology: The biologic basis for disease in adults and
children (7th ed.). St. Louis, MO: Elsevier.
Morton, P.G., & Fontaine, D.K. (2013). Critical care nursing (10th
ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins.
Urden, L. D., Stacy, K. M., & Lough, M. E. (2014). Critical care
nursing (7th ed.). St. Louis, MO: Elsevier.

American Heart Association (2015). Menopause and heart


disease. Retrieved on 11/18/2015 at:
www.heart.org/HEARTORG/Conditions/More/MyHeartandStroke
News/Menopause-and-Heart-Disease_UCM_448432_Article.jsp
American Society of Clinical Oncology (2016). Health risks of e-
cigarettes, smokeless tobacco, and waterpipes. Retrieved on
2/26/2016 at: www.cancer.net/navigating-cancer-
care/prevention-and-healthy-living/tobacco-use
Amsterdam, E. A., Wenger, N. K., Brindis, R. G., et al. (2014).
2014 AHA/ACC guideline for the management of patients with
non-ST-elevation acute coronary syndromes. Circulation,
130(25), e344–e426.
Bartels, K., McDonagh, D. L., Newman, M. F., et al. (2013).
Neurocognitive outcomes after cardiac surgery. Current Opinion
in Anesthesiology, 26(1), 91–97.
Bobadilla, R.V. (2016) Acute coronary syndrome: Focus on
antiplatelet therapy. Critical Care Nurse 30(1), 15–27.
Bravo, C., Rondon Clavo, C. M., Oliva, P., et al. (2014).
Percutaneous coronary intervention versus coronary artery
bypass grafting for adults with diabetes and multivessel coronary
artery disease. Cochrane Database of Systematic Reviews,
3(CD011012). doi: 10.1002/14651858.CD011012.
Brenes-Salazar, J. A., & Forman, D. E. (2014). Advances in
percutaneous coronary interventions for elderly patients.
Progress in Cardiovascular Diseases, 57(2), 176–186.
Brooks, P., Spillane, J. J., Dick, K., et al. (2014). Developing a
strategy to identify and treat older patients with postoperative
delirium. AORN Journal, 99(2), 256–276.
Canto, J. G., Canto, E. A., & Goldberg, R. J. (2014). Time to
standardize and broaden the criteria of acute coronary syndrome
symptom presentations in women. Canadian Journal of
Cardiology, 30(7), 721–728.
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2015). How
much physical activity do adults need? Retrieved on 10/18/2015
at: www.cdc.gov/physicalactivity/basics/adults/index.htm.
*Chaisson, K., Sanford, M., Boss, R. A., et al. (2014) Improving
patients’ readiness for coronary artery bypass graft surgery.
Critical Care Nurse, 30(6), 29–38.
Douglas, C. J., & Applegate, R. J. (2013). Minimizing complications
following stent implantation: Outcomes and follow-up.
Interventional Cardiology, 5(3), 301.
Engoren, M., Schwann, T. A., & Habib, R. H. (2014).
Hyperglycemia, hypoglycemia and glycemic complexity are
associated with worse outcomes after surgery. Journal of Critical
Care, 29(4), 611–617.
Ferrari, R., Abergel, H., Ford, I., et al. (2013). Gender- and age-
related differences in clinical presentation and management of
outpatients with stable coronary artery disease. International
Journal of Cardiology, 167(6), 2938–2943.
Feuchtinger, J., Burbaum, C., Heilmann, C., et al. (2013). Anxiety
and fear in patients with short waiting times before coronary
artery bypass surgery—a qualitative study. Journal of Clinical
Nursing, 23(13–14), 1900–1907. doi: 10.1111/jocn.12467.
Fletcher, G. F., Ades, P. A., Kligfield, P., et al. (2013) Exercise
standards for testing and training: A scientific statement from the
American Heart Association. Circulation, 128(8), 873–934.
Goff, D. C., Lloyd-Jones, D. M., Bennett, G., et al. (2014). 2013
ACC/AHA guideline on the assessment of cardiovascular risk: A
report of the American College of Cardiology/American Heart
Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation,
129(suppl 2), S49-S73. doi:
10.1161/01.cir.0000437741.48606.98.
Greinacher, A. (2015). Heparin-induced thrombocytopenia. New
England Journal of Medicine, 373(3), 252–261.
*Hargraves, J. D. (2014). Glycemic control in cardiac surgery:
Implementing an evidence-based insulin infusion protocol.
American Journal of Critical Care, 23(3), 250–258.
Hillis, L. D., Smith, P. K., Anderson, J. L., et al. (2011). 2011
ACCF/AHA guideline for coronary artery bypass graft surgery: A
report of the American College of Cardiology
Foundation/American Heart Association Task Force on Practice
Guidelines. Circulation, 124(23), e652–e735.
Hlatky, M. A., Boothroyd, D. B., Baker, L., et al. (2013).
Comparative effectiveness of multivessel coronary bypass
surgery and multivessel percutaneous coronary intervention.
Annals of Internal Medicine, 158(10), 727–734.
Imazio, M., Brucato, A., Ferrazzi, P., et al. (2014). Colchicine for
prevention of postpericardiotomy syndrome and postoperative
atrial fibrillation: The COPPS-2 randomized clinical trial. JAMA,
312(10), 1016–1023. doi: 10.1001/jama.2014.11026.
Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI). (2013a). Lipid
management in adults. Retrieved on 11/18/2015 at:
www.guideline.gov/content.aspx?
id=47783&search=lipid+management+in+adults
Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI). (2013b).
Myocardial infarction with ST-segment elevation. The acute
management of myocardial infarction with ST-segment elevation.
Retrieved on 11/18/2015 at: www.guideline.gov/content.aspx?
id=47019&search=myocardial+infarction
Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI). (2013c). 2013
ACCF/AHA guideline for the management of ST-elevation
myocardial infarction. A report of the American College of
Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force
on Practice Guidelines. Retrieved on 11/18/2015 at:
www.guideline.gov/content.aspx?
id=39429&search=myocardial+infarction
James, P. A., Oparil, S., Carter, B. L., et al. (2014) 2014 Evidence-
based guidelines for the management of high blood pressure in
adults. Report from the panel members appointed to the Eighth
Joint National Committee (JNC 8). JAMA, 311(5), 507–520.
**Kannel, W. B. (1986). Silent myocardial ischemia and infarction:
Insights from the Framingham Study. Cardiology Clinics, 4(4),
583–591.
Kim, C., Park, J., & Kang, S. (2015). Prevalence of metabolic
syndrome and cardiovascular risk level in a vulnerable
population. International Journal of Nursing Practice, 21, 175–
183.
Kim, J. B., Yun, S., Lim, J. W., et al. (2014). Long-term survival
following coronary artery bypass grafting: Off-pump versus on-
pump strategies. Journal of the American College of Cardiology,
63(21), 2280–2288.
Liu, M., Shehu, M., Herrold, E., et al. (2015) Prognostic value of
initial elevation in cardiac troponin I level in critically ill patients
without acute coronary syndrome. Critical Care Nurse 35(2), e1–
e10.
Mangusan, R. F., Hooper, V., Denslow, S. A., et al. (2015).
Outcomes associated with postoperative delirium after cardiac
surgery. American Journal of Critical Care, 24(2), 156–164. doi:
10.4037/ajcc2015137.
Martinez-Gonzalez, M. A., Salas-Salvado, J., Estruch, R., et al.
(2015). Benefits of the Mediterranean Diet: Insights from the
PREDIMED study. Progress In Cardiovascular Disease, 58(1),
50–60.
Mozaffarian, D., Benjamin, E. J., Go, A. S., et al. (2016). Heart
disease and stroke statistics—2016 update: A report from the
American Heart Association. Circulation, 133(4), e38–e360.
Office of the U.S. Surgeon General. (2014). The health
consequences of smoking—50 years of progress. Rockville, MD.
Retrieved on 10/18/2015 at:
www.surgeongeneral.gov/library/reports/50-years-of-
progress/exec-summary.pdf
Palmerini, T., Benedetto, U., Biondi-Zoccai, G., et al. (2015) Long-
term safety of drug-eluting and bare-metal stents. Journal of the
American College of Cardiology, 65(23), 2496–2507.
Pollock, B., Hamman, B. L., Sass, D. M., et al., (2015). Effect of
gender and race on operative mortality after isolated coronary
artery bypass grafting. The American Journal of Cardiology,
115(5), 614–618.
Raja, S. G., & Sarang, Z. (2013). Endoscopic vein harvesting:
Technique, outcomes, concerns & controversies. Journal of
Thoracic Disease, 5(S6), S630–S637.
Ruel, M., Une, D., Bonatti, J., et al. (2013). Minimally invasive
coronary artery bypass grafting: Is it time for the robot? Current
Opinion in Cardiology, 28(6), 639–645. doi:
10.1097/HCO.0b013e3283653fd1.
Schnapf, A. J. (2013). Prasugrel versus clopidogrel: New
management strategies for acute coronary syndrome. Journal of
Cardiovascular Nursing, 28(5), 483–494. doi:
10.1097/JCN.0b013e31826173ba
Sehr, J., Eisele-Hlubocky, L., Junker, R., et al., (2013). Family pet
visitation. American Journal of Nursing, 113(12), 54–59.
Shan, L., Saxena A., & McMahon, R. (2014). A systematic review
on the quality of life benefits after percutaneous coronary
intervention in the elderly. Cardiology, 129(1), 46–54. doi:
10.1159/000360603.
Stone, N. J., Robinson, J. G., Lichtenstein, A. H., et al. (2014).
Treatment of blood cholesterol to reduce atherosclerotic
cardiovascular disease risk in adults: Synopsis of the 2013
American College of Cardiology/American Heart Association
Cholesterol Guideline. Annals of Internal Medicine, 160(5), 339–
343.
TLC Diet Regimen. Retrieved on 11/18/2015 at: tlcdiet.org/tlc-diet-
regime/
U.S. Food and Drug Administration (FDA). (2015). FDA 101:
Smoking cessation products. Retrieved on 10/18/2015 at:
www.fda.gov/forconsumers/consumerupdates/ucm198176.htm
White, C. M. (2015) Therapeutic potential and critical analysis of
the PCSK9 monoclonal antibodies evolocumab and alirocumab.
Annals of Pharmacology, 49(12), 1327–1335.
Wright, J. T., Williamson, J. D., & Whelton, P. K., et al; the SPRINT
Research Group. (2015). A randomized trial of intensive versus
standard blood-pressure control. New England Journal of
Medicine, 373(22), 2103–2116.
Yi, G., Shine, B., Rehman, S. M., et al., (2014). Effect of bilateral
internal mammary artery grafts on long-term survival. Circulation,
130(7), 539–545.

Recursos
American Heart Association, www.heart.org/HEARTORG/
National Institutes of Health, National Heart, Lung, and Blood
Institute, www.nhlbi.nih.gov
Therapeutic Lifestyles Changes (TLC) Diet, TLCdiet.org
___________
1
N.R.T.: No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovou o medicamento biológico em 2016.
N.R.T.: As doenças cardiovasculares são a principal causa de
2

morte no mundo.
Vol.28,n.3,pp.77-79 (Set-Nov 2019) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM


INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
NURSING CARE FOR ACUTE MYOCARDIUM DISEASE PATIENT: AN INTEGRATIVE
REVIEW

LEILYANNE DE ARAÚJO MENDES OLIVEIRA1*, CAMILA ROCHA MARTINS², ANA VIRGÍNIA CAMPOS
FONTINELE3, CRISTIANA PACÍFICO OLIVEIRA4, MÁRCIA PINHEIRO DE ARAÚJO5, JOSENICE
MARQUES DE SOUZA6, RAVENA VAZ FEITOSA CASTELO BRANCO7, JANAINNA MARIA MAIA8,
MARIA LILLIENE CARDOZO DE MELO9
1. Enfermeira Obstetra pelo programa de residência em enfermagem obstétrica da Universidade Federal do Piauí; 2. Enfermeira, Especialista em Terapia
Intensiva pela Universidade Estadual do Piauí, e enfermeira Obstetra pelo programa de residência em enfermagem obstétrica da Universidade Federal
do Piauí; 3. Especialista em enfermagem obstétrica pela Universidade Federal do Piauí; 4. Enfermeira e Assistente Social, Especialista em Saúde da
Família pela Universidade Federal do Piauí, Especialista em Nefrologia Multidisciplinar pela Universidade Federal do Maranhão; 5. Enfermeira
Obstetra pelo programa de residência em enfermagem obstétrica da Universidade Federal do Piauí; 6. Enfermeira Especialista em Enfermagem
Obstétrica pela Universidade Federal do Piauí; 7. Enfermeira, especialista em UTI neonatal e Pediátrica e Mestranda em Ensino e Saúde pela
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. 8. Enfermeira, Especialista em Nefrologia pela UNIPOS. 9 Fisioterapeuta, Especialista em fisioterapia
neurológica funcional pelo Centro de Ensino Unificado de Teresina –CEUT e especialista em saúde da mulher.

* Rua Haiti, 515, Cidade Nova, Teresina, Piauí, Brasil. CEP: 64016-400. leimendes@hotmail.com

Recebido em 15/08/2019. Aceito para publicação em 11/09/2019

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares possuem grande relevância
As doenças cardiovasculares possuem grande
nas taxas de mortalidade e aumento no número de
internações, essas doenças acometidas por diversos fatores relevância nas taxas de mortalidade e aumento no
devem ser tratadas imediatamente após o aparecimento número de internações, essas doenças acometidas por
dos primeiros sintomas. O presente estudo trata-se de uma diversos fatores devem ser tratadas imediatamente após
revisão de literatura. Como resultados encontramos 2 o aparecimento dos primeiros sintomas, portanto o papel
categoriais temáticas para melhor abordamos a discussão do enfermeiro nas unidades de urgência e emergência se
da literatura. O enfermeiro, por meio de seus cuidados, é resume em estar capacitados para diagnosticar
um profissional essencial na construção da conduta precocemente e prestar assistência de forma organizada,
adequada no cuidado com o paciente infartado. Conclui-se segura e de acordo com os protocolos para melhor
que a conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado
resultado na intervenção terapêutica1.
exige capacitação e competência técnica em relações de
sinais e sintomas para o infarto do miocárdio. Entende-se por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
uma lesão do músculo cardíaco, causado pela oferta
PALAVRAS-CHAVE: Infarto agudo do miocárdio, inadequada de oxigênio e nutrientes, levando a
cuidados de enfermagem, enfermeiro. obstrução do fluxo sanguíneo e consequentemente a
necrose da área afetada. A extensão da necrose depende
de fatores como o calibre da artéria acometida, tempo de
evolução da obstrução e desenvolvimento de circulação
ABSTRACT colateral 2.
Cardiovascular diseases have great relevance in mortality rates Os fatores que predispõem o IAM estão relacionados
and an increase in the number of hospitalizations. These à idade, colesterol alto, diabetes, tabagismo, obesidade e
diseases, which are affected by several factors, must be treated fatores hereditários. Os sinais e sintomas mais
immediately after the onset of the first symptoms. The present frequentes do IAM são: dor torácica persistente, de
study deals with a literature review. As results we find 2 início súbito e forte intensidade, localizada sobre a
thematic categories to better approach the literature discussion. região esternal com irradiação para o braço esquerdo e
The nurse, through his or her care, is an essential professional mandíbula. Esta dor pode vir acompanhada de sudorese,
in the construction of the proper conduct in the care of the
náusea, vômito, palidez, podendo ocorrer uma síncope3.
infarcted patient. It is concluded that the nurse's conduct
towards the infarcted patient requires training and technical A atuação do enfermeiro na assistência ao paciente
competence in relation to signs and symptoms for myocardial com suspeita de IAM o profissional deve promovendo
infarction. um plano de cuidado adequado para cada pessoa, se
preocupando com a reabilitação, mas sempre atuando
KEYWORDS: Acute myocardial infarction, nursing care, com humanização, lembrando-se do indivíduo como um
nurse.
ser que tem suas crenças e valores, favorecendo um

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr


Oliveira et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.28,n.3,pp.77-79 (Set-Nov 2019)

cuidado interativo, considerando a pessoa cuidada um publicações sobre a temática.


elemento principal deste processo4.
O papel do enfermeiro inicia-se logo na admissão do 3. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO
paciente ao chegar à unidade de urgência e emergência, Tabela 1. Caracterização das pesquisas quanto à autoria, ano de
como principal função atribuída é diagnosticar publicação e periódico. Teresina-PI, 2019.
precocemente e iniciar imediatamente os cuidados Autor Ano de Periódico
emergenciais, aumentando a chance de sobrevida do Publicação
paciente. O diagnóstico precoce do IAM e as ALVES et al 6
2013 Rev Enferm UFPE
intervenções terapêuticas interferem diretamente na ALVES et 7
2011 Rev Eletr Enferm e
morbidade e mortalidade dos pacientes5.
Nutr
O presente estudo teve como objetivo responder o
seguinte questionamento: “Qual o papel do enfermeiro CARVALHO; 2013 Revista Recien
frente ao trabalho da equipe de enfermagem no PAREA; MAIA 1
atendimento ao paciente com Infarto Agudo do CAVEIÃO et al 5 2014 Rev Enferm Cent
Miocárdio?”. E desta forma adequar o melhor MEDEIROS et al 8
2018 Rev enferm UFPE
tratamento e reabilitação ao paciente vítima de IAM.
PONTE 9 2014 Texto Contexto
2. MATERIAL E MÉTODOS Enferm

No presente estudo foi trabalhada a revisão narrativa PRAZERES et al10 2013 Texto Contexto
que consiste é um dos tipos de revisão de literatura, pela Enferm
possibilidade de acesso e desenvolvimento do problema SAMPAIO; MUSSI 2010 Rev Enferm UERJ
e seu gerenciamento, bem como para discutir o assunto 11

do ponto de visto teórico/contextual, estabelecendo


SANTOS; PIAGGI, 2012 Revista Mineira de
analogias integrando áreas de pesquisa independentes
com o objetivo. LUIZ12 Ciências da Saúde
A presente pesquisa foi realizada nas bases de dados TEICH; ARAÚJO 13
2011 Rev Bras Cardiol
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e no banco de Fonte: BVS (LILASC e BDENF) e SCIELO.
dados da Literatura Latino-Americana em Ciências de
Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Libray Online O Infarto Agudo do Miocárdio e suas
(SCIELO). características
A revisão de literatura de caráter integrativa foi No Brasil, as doenças cardiovasculares são a
realizada no período de 2007 a 2017 através do sistema principal causa de morte desde a década de 60,
informatizado de busca realizado na Biblioteca Virtual representando uma porcentagem relevante de todas as
em Saúde (BVS), Literatura Latino Americana em hospitalizações no país. A principal causa de
Ciências de Saúde (LILACS), Scientific Eletronic mortalidade entre homens e mulheres acima de 30 anos
Libray Online (SCIELO) utilizando os seguintes nos países em desenvolvimento, como o Brasil é o
descritores: Neoplasias do Colo do Útero, Tratamento Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), sendo necessária a
Farmacológico, Cuidados de Enfermagem. busca pelo serviço adequado e as orientações para
Para elaboração da presente revisão integrativa identificação dos sintomas objetivando a diminuição das
seguimos as seguintes etapas percorridas: definição da taxas de mortalidade8.
questão norteadora e dos objetivos da pesquisa; O infarto agudo do miocárdio está mais
estabelecimentos dos critérios de inclusão e exclusão frequentemente associado a uma causa mecânica, isto é,
das publicações; busca das publicações nas bases de interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada
dados; análise e categorização dos estudos; apresentação área, devido à obstrução completa ou parcial da artéria
e discussão dos resultados. coronária responsável por sua irrigação. A extensão da
Foram utilizados artigos no idioma em português, necrose depende de vários fatores, tais como o calibre
disponibilizados online e na maneira íntegra da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e
independentemente do método de pesquisa empregado. desenvolvimento da circulação colateral1.
Os artigos encontrados foram selecionados, estudados e Existem vários fatores responsáveis que podem
discutidos. Os tópicos referentes à área temática foram ocasionar o infarto agudo do miocárdio, sendo eles: a
analisados segundo os seus conteúdos, pela análise idade, pois a incidência aumenta depois dos 50 anos.
descritiva. Outro fator que influencia o é o colesterol alto. Quanto
Os artigos foram agrupados em uma tabela que maior a quantidade de colesterol no sangue, maior a
apresentaram as seguintes informações: autores do incidência de infarto. O diabetes, a hipertensão, e a
periódico, ano de publicação e nome do periódico. A inatividade física6.
revisão integrativa foi estruturada por meio de 10 artigos O diagnóstico do IAM baseia-se na história atual da
que contemplaram a temática abordada. doença, no eletrocardiograma (ECG) e nos resultados
A delimitação temporal foi de 2007 a 2017 dos exames laboratoriais (valores seriados de enzimas
constituindo uma população de 72 artigos científicos, séricas). O prognóstico depende da gravidade da
sendo que desse total foram extraídas apenas 10 obstrução arterial coronariana, da extensão da lesão

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr


Oliveira et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.28,n.3,pp.77-79 (Set-Nov 2019)

miocárdica11. equipe de enfermagem e desenvolve uma assistência de


O paciente com IAM deve receber um tratamento qualidade; lidera ações de maiores complexidades. Na
clínico, com terapia trombolítica ou a angioplastia emergência o enfermeiro é imprescindível podendo
percutânea de emergência. Essas terapias ajudam a atuar em diversos níveis, tendo a responsabilidade não
aliviar a dor e reduzir a lesão permanente do músculo do só de organizar o atendimento como também de
miocárdio. Outros medicamentos incluídos na terapia capacitar-se para atuar com competência técnico-
são os antiplaquetários, anticoagulantes e científica, ética e humanística no cuidado e no
vasodilatadores endovenosos. Também são tratamento dispensado.
medicamentos de escolha a nitroglicerina, ácido Ao se falar de cuidado ao paciente com IAM deve-
acetilsalicílico, morfina e a heparina12. se levar em consideração que para o mesmo ocorrer se
faz necessário um processo interativo onde o
Cuidados de enfermagem ao paciente com profissional cuidador, no caso o enfermeiro, aplique
Infarto Agudo do Miocárdio além de sua habilidade técnica, conhecimentos, intuição
e, sobretudo, muita sensibilidade para com o indivíduo
Os cuidados de enfermagem ao paciente com infarto
a ser cuidado.
agudo do miocárdio no contexto ambiental estão
direcionados às condições e influências externas como
iluminação, sons e temperatura. A manutenção de um REFERÊNCIAS
ambiente tranquilo faz parte dos cuidados necessários
para o paciente com IAM, devendo ser também [1] Carvalho DC, Pareja DCT, Maia LFS. A importância das
intervenções de enfermagem ao paciente com infarto
propiciado um ambiente terapêutico diminuindo ao agudo do miocárdio. São Paulo: Revista Recien. 2013;
máximo o stress nele presente9; 13. 3(8).
Para assegurar uma intervenção precoce o [2] Perreira PR, Nasser TF. Os Principais Marcadores
enfermeiro deve realizar o diagnóstico e planejar as Bioquímicos Utilizados no Diagnostico de Infarto
ações de enfermagem, acompanhar e avaliar a evolução Agudo do Miocárdio. News Lab. 2015; 1(127):82-86.
do paciente. O foco deve estar em expor a queixa [3] Figueiredo AE, et al, Determinação do Tempo de
principal e realizar exames essenciais que ajudem no Apresentação a Emergência de Pacientes com Infarto
diagnóstico e em uma intervenção mais precisa para o Agudo do Miocárdio. Rev Enferm UFSM. 2013; 1(3):
estado de saúde do paciente13. 93-101.
[4] Teixeira AM, et al. Retardando a entrada de pacientes
O enfermeiro deve observar, anotar e registar,cada sob risco de infarto agudo do miocárdio na unidade de
ação realizada, sendo responsável pela avaliação e terapia intensiva: um protocolo de prevenção. Revista
tomada de decisões que melhorem as condições de eletrônica de enfermagem do CEEN. 2010.
saúde dos pacientes. Os sinais vitais são uma forma [5] Caveião C, et al, Dor Torácica: Atuação do Enfermeiro
rápida e eficiente de monitorizarão da condição do em um Pronto Atendimento de um Hospital Escola. Rev
cliente ou de identificação de problemas e de avaliação Enferm Cent. 2014; 1(4):921-928.
da resposta ao tratamento que está sendo realizado 5. [6] Alves TE, et. al, Atuação do Enfermeiro no Atendimento
O paciente infartado necessita ser observado Emergencial aos Usuários Acometidos de Infarto Agudo
continuamente devido possíveis complicações, sendo de do Miocárdio. Rev Enferm UFPE. 2013; 7(1):176-83.
[7] Alves AB, et al. A Conduta de Enfermagem Frente ao
imediato encaminhado para a UTI. O enfermeiro e sua Paciente Infartado. Rev Eletrônica de Enfermagem do
equipe devem monitorizar o paciente, avaliar a Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição. 2011;
frequência e o ritmo cardíacos continuamente para 1(1):1-10.
detectar precocemente o aparecimento de arritmias e [8] Medeiros TLF, et al. Mortalidade por infarto agudo do
comunicar imediatamente o aparecimento de sinais e miocárdio. Rev enferm UFPE on line. 2018; 12(2).
sintomas ao médico de plantão10. [9] Ponte KMA, et al. Cuidado Clínico de Enfermagem Para
Cabe a equipe de enfermagem intervir e prestar uma Conforto de Mulheres Com Infarto Agudo do Miocárdio.
assistência rápida e de qualidade, para minimizar os Texto Contexto Enferm. 2014; 23(1):56-64.
possíveis danos ao paciente, diminuindo o risco de [10] Prazeres CEE, et al, Angiotomografia de Coronárias na
Avaliação da Dor Torácica Aguda na Sala de
sequelas ou óbitos ocasionados pelo infarto. Quando o Emergência. Arq Bras Cardiol, 2013; 101(6):562-569.
enfermeiro está preparo para intervir de forma apta a [11] Sampaio ES, Mussi FC. Cuidado de enfermagem:
assistência prestada se torna essencial no plano de evitando o retardo pré-hospitalar face ao infarto agudo
cuidado do paciente6. do miocárdio. Rev Enferm UERJ. 2010.
[12] Santos JCA, Piaggi LFD. Percepção do enfermeiro sobre
4. CONCLUSÃO o atendimento ao paciente com suspeita de infarto agudo
do miocárdio. Revista Mineira de Ciências da Saúde.
O enfermeiro, por meio de seus cuidados, é um 2012; 2v.
profissional essencial na construção da conduta [13] Teich V, Araujo DV. Estimativa do Custo da Síndrome
adequada no cuidado com o paciente infartado. Conclui- Coronariana Aguda no Brasil.Rev Bras Cardiol. 2011;
se que a conduta do enfermeiro frente ao paciente 24(2):85-94.
infartado exige capacitação e competência técnica em
relações de sinais e sintomas para o infarto do
miocárdio.
O enfermeiro assume a função de liderança da

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr


ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

ARTIGO REVISÃO INTEGRATIVA


SINAIS, SINTOMAS E COMPLICAÇÕES DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
SIGNS, SYMPTOMS AND COMPLICATIONS OF ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION
SIGNOS, SÍNTOMAS Y COMPLICACIONES DEL INFARTO AGUDO DEL MIOCADIO
Renata Soares Passinho1, Walckiria Garcia Romero Sipolatti2, Mirian Fioresi3, Cândida Caniçali Primo4
RESUMO
Objetivo: analisar as produções científicas a respeito da frequência dos sinais, sintomas e complicações do
infarto agudo do miocárdio. Método: revisão integrativa, com busca publicações entre 2010 a 2014 nas bases
de dados LILACS, MEDLINE e CINAHL. O processo de análise dos 122 artigos selecionados deu-se por meio da
leitura exploratória e crítica dos títulos, resumos e dos resultados das pesquisas, onde se buscaram os
fenômenos relacionados ao IAM (sinais, sintomas e complicações). Resultados: A dor no peito (N = 75), a
insuficiência cardíaca (N = 52), a dispneia (N= 24) e a arritmia (N= 20) foram os sinais e sintomas mais
encontrados. Conclusão: a dor no peito é o sintoma mais frequente da doença. O reconhecimento precoce
desses fenômenos irá contribuir para a melhoria do prognóstico da pessoa acometida. Descritores: Cuidados
de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Infarto Agudo do Miocárdio; Classificação; Enfermeiras e
Enfermeiros; Cardiologia.
ABSTRACT
Objective: to analyze the scientific productions regarding the frequency of signs, symptoms and
complications of acute myocardial infarction. Method: integrative review, with search publications between
2010 to 2014, in the databases LILACS, MEDLINE and CINAHL. The process of analysis of the 122 articles
selected was based on the exploratory and critical reading of the titles, abstracts and results of the research,
in which the AMI-related phenomena (signs, symptoms and complications) were searched. Results: chest pain
(N = 75), heart failure (N = 52), dyspnea (N = 24) and arrhythmia (N = 20) were the most common signs and
symptoms. Conclusion: chest pain is the most frequent symptom of the disease. The early recognition of
these phenomena will contribute to the improvement of the prognosis of the affected person. Descriptors:
Nursing Care; Nursing diagnosis; Acute Myocardial Infarction; Classification; Nurses and Nurses; Cardiology.
RESUMEN
Objetivo: analizar las producciones científicas acerca de la frecuencia de los signos, síntomas y
complicaciones del infarto agudo de miocardio. Método: revisión integrativa, con búsqueda publicaciones
entre 2010 a 2014, en las bases de datos LILACS, MEDLINE y CINAHL. El proceso de análisis de los 122 artículos
seleccionados se dio por medio de la lectura exploratoria y crítica de los títulos, resúmenes y de los
resultados de las investigaciones, donde se buscaron los fenómenos relacionados al IAM (signos, síntomas y
complicaciones). Resultados: el dolor en el pecho (N = 75), la insuficiencia cardiaca (N = 52), la disnea (N =
24) y la arritmia (N = 20) fueron los signos y síntomas más encontrados. Conclusión: el dolor en el pecho es el
síntoma más frecuente de la enfermedad. El reconocimiento precoz de estos fenómenos contribuirá a la
mejora del pronóstico de la persona acometida. Descriptores: Cuidados de Enfermería; Diagnóstico de
Enfermería; Infarto Agudo de Miocardio; Clasificación; Enfermeras y Enfermeras; Cardiología.
1
Mestre, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória (ES), Brasil. E-mail:
renatapassinho@gmail.com ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-0605-1610; 2Doutora, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem,
Universidade Federal do Espírito Santo/PPGENF/UFES. Vitória (ES), Brasil. E-mail: walckiriagr@uol.com.br ORCID iD:
https://orcid.org/0000-0002-1365-4797; 3Doutora, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Espírito
Santo/PPGENF/UFES. Vitória (ES), Brasil. E-mail: mirianfioresi@hotmail.com ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-8560-4385; 4Doutora,
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Espírito Santo/PPGENF/UFES. Vitória (ES), Brasil. E-mail:
candida.primo@ufes.br ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-5141-2898

Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 247
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

originais; avaliação dos artigos selecionados


INTRODUÇÃO
na revisão integrativa; interpretação dos
No Brasil, as doenças cardiovasculares são a resultados; apresentação do conhecimento
principal causa de morte desde a década de evidenciado pela revisão integrativa.7
1960, representando uma porcentagem A revisão integrativa da literatura pode ser
relevante de todas as hospitalizações no país.1 definida como um método de revisão amplo
Dentre elas, o infarto agudo do miocárdio que inclui pesquisas experimentais e não
(IAM) foi a principal causa de óbitos em todo o experimentais objetivando o melhor
mundo, sendo responsável por 8,76 milhões de entendimento a respeito de um fenômeno e
todas as mortes em 2015.2 Segundo o permitindo o resumo do estado do
Departamento de Informática do Sistema conhecimento a respeito de um assunto
Único de Saúde (DATASUS), em 2016 foram específico sinalizando, dessa forma, as
registrados 107.409 internações e 12.215 lacunas científicas que necessitam ser
óbitos por IAM.3 preenchidas com a execução de novas
A terceira definição universal do IAM o pesquisas.7-8
conceitua, no que se refere às características A finalidade desta revisão foi identificar os
patológicas, como a morte dos cardiomiócitos termos relacionados aos sinais, sintomas e
em decorrência da isquemia prolongada.4 O complicações do IAM sendo direcionada pelas
sintoma mais comum de IAM é o desconforto seguintes questões norteadoras: Quais são os
torácico que se manifesta em 75% a 80% dos sinais e sintomas antecedentes do IAM? Quais
pacientes sob a forma de “queimação, são os sinais e sintomas relacionados às
indigestão, peso, aperto, opressão, sufocação, complicações do IAM?
dor ou pressão”, pode durar cerca de 30 Foi realizada uma busca entre agosto de
minutos, pode ser constante e desaparecer ou 2015 até dezembro de 2015 nas bases de
ser aliviado com a eructação.5 dados Literatura Latino-Americana e do Caribe
Dentre as principais causas das doenças em Ciências da Saúde (LILACS), Medical
cardiovasculares, segundo a American Heart Literature Analysis and Retrieval System
Association, estão os maus hábitos de vida e Online (MEDLINE) e Cumulative Index to
de comportamento de saúde, principalmente Nursing & Allied Health Literature (CINAHL)
para o IAM e o Acidente Vascular Cerebral com os descritores: “cuidados de
(AVC), que incluem: fumo/uso do tabaco, Enfermagem”, “diagnóstico de Enfermagem”,
obesidade, sedentarismo, dietas ricas em “classificação” e “infarto agudo do
gordura e sódio, história familiar e genética miocárdio”, cruzados dois a dois, nos idiomas
de cardiopatias, altos índices de colesterol e português, inglês e espanhol. O recorte
de outros lipídeos sanguíneos, hipertensão temporal utilizado foi a seleção de artigos
arterial sistêmica, diabetes mellitus e científicos extraídos dessas bases de dados no
síndrome metabólica.6 período de 2010 a 2014. Os critérios para a
Diante da relevância do tema e do caráter inclusão dos artigos foram: serem artigos
de morbimortalidade crescente no Brasil, esta originais, apresentarem, em seus resultados,
revisão integrativa da literatura contribuirá sinais, sintomas ou complicações do IAM e
para o conhecimento relacionado à possuírem resumos disponíveis nas bases de
identificação precoce da doença (tanto entre dados. Como critérios de exclusão
os profissionais de saúde, quanto na estabeleceram-se: trabalhos apresentados em
população em geral), subsidiando a prática congressos, dissertações, monografias, teses,
clínica de Enfermagem. cartas ao editor, estudos de reflexão, artigos
sobre outros temas ou sobre IAM que não
OBJETIVO trouxessem sinais, sintomas ou complicações e
artigos sem resumo disponível.
● Analisar as produções científicas a
respeito da frequência dos sinais, sintomas e Foram encontrados 1187 artigos divididos
complicações do infarto agudo do miocárdio. nas seguintes bases de dados: 51 artigos na
LILACS, 951 na MEDLINE e 185 na CINAHL.
MÉTODO Desse total, 68 foram excluídos por estarem
sem o resumo disponível. Assim, 1119 artigos
Revisão integrativa realizada a partir de
foram selecionados para a leitura dos
seis etapas: identificação do tema e seleção
resumos. Destes, 33 foram excluídos por
das questões norteadoras da pesquisa;
estarem repetidos, restando 1086 artigos. Em
estabelecimento de critérios para inclusão e
seguida, outros 966 artigos também foram
exclusão de estudos; definição dos fenômenos
excluídos por não atenderem aos critérios de
relacionados ao infarto agudo do miocárdio a
inclusão e exclusão. Por fim, 122 artigos
serem extraídos dos resultados dos artigos
foram incluídos nesta revisão integrativa (dez
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 248
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

com desenho qualitativo e 112 com quantitativo) (Figura 1).

Registros identificados por meio da


Identificação

pesquisa nas bases de dados

MEDLINE (n =951)

LILACS (n = 51)

CINAHL (n = 185)
Artigos sem resumo
TOTAL= 1187 disponível (n= 68)
Triagem

Artigos repetidos (n= 33)


Registros após a remoção das repetições e Registros excluídos
artigos sem resumo por não atenderem
(n = 1086) aos critérios de
inclusão
(n = 747)
Elegibilidade

Artigos com texto


completo avaliados para Artigos com texto
elegibilidade completo excluído por não
(n = 372) terem, em seus resultados,
sinais, sintomas ou
complicações do IAM (n =
252)
Inclusão

Estudos incluídos na Estudos incluídos na


síntese qualitativa síntese quantitativa
(n = 10) (n = 112)

Figura 1. Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa.
Vitória (ES), Brasil, 2015.

As buscas foram realizadas, de forma se buscaram os fenômenos relacionados ao


independente, por duas pesquisadoras (a IAM (sinais, sintomas e complicações).
autora principal do estudo e sua orientadora). Quanto às evidências dos estudos, eles
A seleção dos estudos foi feita a partir da foram classificados, considerando a hierarquia
análise dos títulos, resumos e textos de evidências para estudos de intervenção,9
completos das publicações. Vale destacar que, em: Nível I – revisão sistemática ou
em situações de divergências, as mesmas metanálise; Nível II – estudos controlados e
foram resolvidas por meio do consenso. Os aleatórios; Nível III – estudos controlados sem
artigos incluídos na revisão que não estavam randomização; Nível IV – estudos caso-controle
disponíveis, inicialmente, nas bases de dados ou de coorte; Nível V – revisão sistemática de
foram obtidos no formato de texto completo estudos qualitativos ou descritivos; Nível VI –
no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento estudos qualitativos ou descritivos e Nível VII –
de Pessoal de Nível Superior (CAPES). opiniões ou consensos.
A organização dos dados foi realizada a Ao se considerar a análise dos artigos
partir da elaboração de um instrumento originais e excluindo-se as revisões
estruturado contendo a base de dados; o integrativas ou sistemáticas da literatura,
nome da revista; o tipo de estudo; a amostra assim como artigos de opiniões de
do estudo; o país no qual esse foi realizado e especialistas, conforme mencionado nos
o nível de evidência. O processo de análise critérios de inclusão e exclusão, só foram
dos 122 artigos selecionados deu-se por meio selecionados artigos com níveis de evidência
da leitura exploratória e crítica dos títulos, II, III, IV ou VI.
resumos e dos resultados das pesquisas onde

Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 249
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

(7,37%; 6,55%). Desse total de 122 artigos


RESULTADOS E DISCUSSÃO
selecionados, apenas 13 foram realizados no
A maioria dos artigos foi encontrada na Brasil, 26 estudos foram realizados nos
base de dados MEDLINE, com 104 artigos Estados Unidos e o restante em diversos países
(85,24%), seguida da CINAHL e LILACS, com europeus, asiáticos e da América do Sul,
nove artigos e oito artigos, respectivamente conforme exposto na figura 2.10-131

Base de Dados Revista País Nível De


Evidência
E110 MEDLINE JAMDA Alemanha IV
E211 MEDLINE RMMG Brasil IV
E312 MEDLINE SMW Suíça VI
E413 MEDLINE JC Japão VI
E514 MEDLINE ARYA Atheroscler Irã VI
E615 MEDLINE General Hospital 4 países do IV
Psychiatry norte dos países
baixos
E716 MEDLINE Arch Cardiovasc Dis Multinacional II
(37 países)
E817 MEDLINE Am. J. Med Dinamarca IV
E918 MEDLINE Eur Heart J Suppl Reino Unido IV
E1019 MEDLINE J Am Soc Holanda VI
Echocardiogr
E1120 MEDLINE Heart Sérvia VI
E1221 MEDLINE J Zhejiang Univ Sci B China VI
E1322 MEDLINE AMIA Annu Symp Proc. Estados VI
Unidos
E1423 MEDLINE J Magn Reson Imaging Paris IV
E1524 MEDLINE Eur Heart J Suppl Estados IV
Unidos, Bélgica
e Polônia
E1625 MEDLINE Med J Aust Austrália e VI
Nova Zelândia
E1726 MEDLINE Radiology Espanha IV
E1827 MEDLINE Clin. Cardiol. Taiwan IV
E1928 MEDLINE Psychosom Med Bélgica IV
E2029 MEDLINE J. Am. Coll. Cardiol. Estados VI
Unidos
E2130 MEDLINE Theor Biol Med Mode Irã VI
E2231 MEDLINE Circ Cardiovasc Qual Estados VI
Octcomes Unidos
E2332 MEDLINE BMJ Open Reino Unido VI
E2433 MEDLINE Circulation Estados VI
Unidos
E2534 MEDLINE Psychosom Med Holanda II
E2635 MEDLINE JACC: cardiovasc Reino Unido VI
interv
E2736 MEDLINE Wiley Periodicals Estados IV
Unidos
E2837 MEDLINE Am. J. Med. Dinamarca IV
E2938 MEDLINE BMJ Open Itália, Países VI
Baixos e
Dinamarca
E3039 MEDLINE J Invasive Cardiol Estados IV
Unidos
E3140 MEDLINE Eur Heart J Suppl Reino Unido, IV
Bélgica e
Polônia
E3241 MEDLINE J. Clin. Lab. Anal. Turquia IV
E3342 MEDLINE Circulation Estados IV
Unidos
E3443 MEDLINE Crit Pathw Cardiol Estados IV
Unidos
E3544 MEDLINE Circ. J. Taiwan IV
E3645 MEDLINE Int Urol Nephrol Israel VI
E3746 MEDLINE Am J Emerg Med Espanha IV
E3847 MEDLINE J Am Heart Assoc Austrália VI
E3948 MEDLINE Eur J Prev Cardiol Noruega IV
E4049 MEDLINE AJC online Estados VI
Unidos
E4150 MEDLINE AJC online Itália VI
E4251 MEDLINE Am. Heart J. Itália IV
E4352 MEDLINE Kardiol Pol Alemanha IV
E4453 MEDLINE Coron. Artery Dis. Turquia VI
E4554 MEDLINE Emerg Med J Austrália IV
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 250
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

E4655 MEDLINE Jecg Online Alemanha VI


E4756 MEDLINE BMC Res. Notes Catar VI
E4857 MEDLINE Am. J. Med Suíça VI
E4958 MEDLINE Eur Heart J Itália IV
Cardiovasc Imaging
E5059 MEDLINE Cardiovasc J Afr. República IV
Tcheca e
Bulgária
E5160 MEDLINE Acad Emerg Med Estados IV
Unidos
E5261 MEDLINE Circ Cardiovasc Qual Estados VI
Octcomes Unidos
E5362 MEDLINE Chin. Med. J. China II
E5463 MEDLINE AJC online Estados IV
Unidos
E5564 MEDLINE Emerg Med Australas Austrália IV
E5665 MEDLINE Acad Emerg Med Estados IV
Unidos
E5766 MEDLINE Acad Emerg Med França VI
E5867 MEDLINE Clin. Cardiol. Espanha VI
E5968 MEDLINE J Cardiovasc Nurs Estados VI
Unidos
E6069 MEDLINE Cardiology Israel VI
E6170 MEDLINE AJC online Estados VI
Unidos
E6271 MEDLINE Kardiol Pol Turquia VI
E6372 MEDLINE J Public Health Reino Unido IV
E6473 MEDLINE Atherosclerosis Brasil VI
E6574 MEDLINE Acta Med Iran Irã VI
E6675 MEDLINE J Pak Med Assoc Paquistão VI
E6776 MEDLINE Clin. Sci. Inglaterra IV
E6877 MEDLINE J Cardiopulm Rehabil Estados VI
Prev. Unidos
E6978 MEDLINE Clin. Cardiol Alemanha VI
E7079 MEDLINE Clin. Chem. Suíça VI
E7180 MEDLINE Eur J Clin Invest Espanha IV
E7281 MEDLINE Eur Heart J Suppl Dinamarca II
E7382 MEDLINE Rev. salud pública Colômbia IV
E7483 MEDLINE PLoS One Bélgica IV
E7584 MEDLINE Kardiol Pol Polônia VI
E7685 MEDLINE Am J Emerg Med Bahrein, IV
Kuwait, Catar,
Omã, Emirados
Árabes Unidos e
Iêmen
E7786 MEDLINE Chin Med China II
E7887 MEDLINE Clin Med Insights Irã VI
Cardiol
E7988 MEDLINE J Med Dent Sci Japão VI
E8089 MEDLINE Eur J Echocardiogr Japão VI
E8190 MEDLINE Acad Emerg Med Estados IV
Unidos
E8291 MEDLINE Clin. Cardiol Itália VI
E8392 MEDLINE J Electrocardiol. Estados II
Unidos
E8493 MEDLINE Br J Psychiatry Suppl Estados IV
Unidos
E8594 MEDLINE Psychol Med Holanda VI
E8695 MEDLINE Circ. J. Coreia VI
E8796 MEDLINE J Adv Nurs Australia IV
E8897 MEDLINE Open Nurs J Suíça VI
E8998 MEDLINE Nurs Res Pract Finlândia VI
E9099 MEDLINE J Clin Nurs Suécia VI
E91100 MEDLINE RGE Brasil VI
E92101 MEDLINE Qual Health Res Suécia VI
E93102 MEDLINE ESC Suécia VI
E94103 MEDLINE Scand J Caring Sci Suécia VI
E95104 MEDLINE Nurs Res Canadá II
E96105 MEDLINE J Invasive Cardiol China II
E97106 MEDLINE HSR: Health Serv Res Estados VI
Unidos
E98107 MEDLINE Br J Nurs Reino Unido VI
E99108 MEDLINE JMI Japão VI
E100109 MEDLINE Int J Qualitative Stud Suécia VI
Health Well-being
E101110 MEDLINE Esc Anna Nery Brasil VI
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 251
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

E102111 MEDLINE Rev. Latino-Am. Brasil VI


Enfermagem
E103112 MEDLINE Rev Esc Enferm USP Brasil VI
E104113 MEDLINE J Adv Nurs Grécia VI
E105114 MEDLINE Issues Ment Health Estados VI
Nurs Unidos
E106115 LILACS Rev Bras Cardiol Brasil VI
E107116 LILACS Acta Paul Enferm Brasil VI
E108117 LILACS Esc Anna Nery Brasil VI
E109118 LILACS Texto Contexto Brasil VI
Enferm
E110119 LILACS Rev enferm UERJ Brasil VI
E111120 LILACS R. Enferm. Cent. O. Brasil VI
Min
E112121 LILACS Rev. Enfermeria Cuba VI
E113122 LILACS Rev Assoc Med Bras Brasil VI
E114123 CINAHL Res Nurs Health Estados IV
Unidos
E115124 CINAHL J Cardiovasc Nurs Estados VI
Unidos
E116125 CINAHL Prehosp Emerg Care Austrália VI
E117126 CINAHL Am J Crit Care Estados VI
Unidos
E118127 CINAHL Crit Care Med Bélgica II
E119128 CINAHL Aust Health Rev Austrália VI
E120129 CINAHL J Cardiovasc Nurs Estados IV
Unidos
E121130 CINAHL Int Emerg Nurs Austrália VI
E122131 CINAHL CJE/M Canadá IV
Figura 2. Distribuição da produção científica a respeito dos sinais, sintomas e complicações
do IAM nas bases de dados (2010-2014). *E: Estudo. Vitória (ES), Brasil, 2015 .

No que tange ao nível de evidência dos Apesar do grande número de artigos


artigos selecionados, apenas nove selecionados nas bases de dados sobre o IAM,
apresentaram o nível II (estudos controlados e somente 21 foram publicados em revistas de
aleatórios), em que é realizado um Enfermagem.
experimento com indivíduos previamente Após a leitura dos artigos, os sinais e
randomizados para um grupo de tratamento sintomas e complicações semelhantes nas
ou um grupo controle.9 manifestações clínicas foram agrupados e, no
Os níveis de evidência IV (estudos que tange à frequência de aparecimento nos
observacionais caso-controle ou coorte) e VI artigos, os mais encontrados foram (Figura 3).
(estudos qualitativos ou descritivos)
prevaleceram, sendo encontrados em,
respectivamente, 41 e 72 estudos.

Sinais, sintomas e complicações do IAM N


Dor/desconforto no peito/torácico/angina de peito/anginosa/em repouso/esforço/ 75
restroesternal/tipo aperto ou pressão/pontada/queimação/laceração/peso
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)/Piora da ICC/Sinais e sintomas associados à IC 52
complicada: Estertores pulmonares; Presença de Terceira bulha cardíaca e Congestão
pulmonar/Disfunção ventricular sistólica/Edema Agudo de Pulmão/Estertores/Falência
ventricular esquerda/Killip I a IV (insuficiência cardíaca moderada ou grave, estertores em
bases pulmonares, presença de terceira bulha, taquicardia, edema agudo de pulmão e
choque cardiogênico)/Reinfarto/Remodelação do ventrículo esquerdo/Revascularização do
miocárdio/Débito cardíaco diminuído/Diminuição da fração de ejeção
ventricular/Cardiomegalia/Complicações mecânicas/Defeitos septais/Choque
Cardiogênico/instabilidade hemodinâmica
Dispneia/hiperventilação/Insuficiência respiratória 24
Arritmia/Distúrbios de condução (outros)/Bloqueio 20
atrioventricular/bradiarritmia/Taquiarritmia/Taquicardia supraventricular/Taquicardia
ventricular/Fibrilação atrial/Fibrilação ventricular/ Palpitação
Irradiação da dor isquêmica miocárdica: Cefaleia/Dor abdominal/epigástrica/Desconforto 18
no braço/Dormência nas mãos/Dor na mandíbula/desconforto maxilar/dentes/Dor nas
costas/Dor no pescoço
Fadiga 12
Angústia/Aflição/Afetividade negativa/Adaptação à nova 11
realidade/Desesperança/Desespero/Sentimento de pressão física ou mental/Sentimentos
de vergonha e culpa/Tristeza
Ansiedade/Transtorno de ansiedade 9
Parada cardiorrespiratória/cardíaca 8
Síncope/Queda/Tontura/Tremor/Percepção sensorial perturbada 8
Sudorese/diaforese 7
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 252
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

Medo/medo da morte 6
Náusea 6
Desconforto físico/Mal-estar 5
Azia/Eructação/Perda de apetite 4
Confusão/confusão mental 4
Vômito 4
Fraqueza 3
Eliminação urinária prejudicada/Hiperuricemia 2
Disfunção sexual 1
Insônia 1
Letargia 1
Percepção sensorial perturbada 1
Perfusão tissular ineficaz 1
Sensação de calor 1
Figura 3. Frequência absoluta dos sinais, sintomas e complicações do IAM encontrados na revisão
integrativa da literatura e agrupados segundo suas semelhanças clínicas. Vitória (ES), Brasil, 2015.
A dor no peito foi o sintoma mais frequente A insuficiência cardíaca é uma das
nos artigos desta revisão (75 vezes). Ela complicações mais frequentes pós IAM, sendo
também foi denominada de dor torácica, dor evidenciada 52 vezes nesta revisão. Em
precordial ou precordialgia. Descrita como relação ao surgimento da insuficiência
aperto, opressiva, com irradiação para os cardíaca e à gravidade funcional do IAM, vale
membros superiores, mandíbula, dorso ou ressaltar a elaboração da classificação clínica
epigástrio, sendo acompanhada, ou não, por de Thomas Killip III e John T. Kimball, que foi
dispneia (24 vezes), sudorese fria (sete divulgada inicialmente em 1967 com o
vezes), náuseas (seis vezes) e vômitos (quatro propósito de descrever os resultados do
vezes). Tal dor tem origem isquêmica e é tratamento de 250 pacientes com IAM
caracterizada pelo sinal de Levine (o paciente internados em uma unidade coronariana de
coloca sua mão espalmada sobre o centro do um hospital universitário dos Estados Unidos.
precórdio). O desconforto comum na dor é Foi apresentada com base nas evidências
retroesternal e de localização difusa. Mesmo clínicas de insuficiência cardíaca e do choque
sendo impossível caracterizar a parede cardiogênico. Dessa forma, relacionou-se a
miocárdica acometida pela isquemia tecidual gravidade funcional com a morbidade e
somente pela localização da dor e a sua mortalidade do IAM classificadas em: Killip I –
irradiação, já se verificou uma associação sem sinais de descompensação cardíaca; Killip
entre a dor epigástrica com o infarto na II – com estertores crepitantes pulmonares,
parede inferior miocárdica.132 presença de terceira bulha e pressão venosa
Os pacientes que apresentam o desconforto jugular elevada; Killip III – com edema agudo
torácico atípico que são similares às causas de de pulmão e Killip IV – com choque
origem musculoesquelética, postural ou cardiogênico ou hipotensão arterial e
pleurítica, geralmente, são os idosos, os vasoconstrição periférica.134-5
diabéticos e as mulheres. Os diabéticos podem A dispneia foi encontrada em 24 artigos
apresentar os seguintes sinais e sintomas desta revisão e significa “falta de fôlego”. É
atípicos: fraqueza generalizada, síncope, uma sensação subjetiva de desconforto
tonturas ou alteração no nível de consciência. respiratório que consiste em sensações
Algumas mulheres que apresentam síndrome qualitativamente distintas e que variam em
coronariana aguda descrevem um desconforto intensidade. Pode ser percebida de diferentes
torácico vago que pode desaparecer. Além maneiras como sensação de aperto no peito,
disso, manifestam com frequência: dispneia, sufocamento, falta de ar ou incapacidade de
fraqueza, fadiga incomum, sudorese fria, encher o pulmão de ar. Classifica-se como
tontura, náusea e vômitos e têm duas vezes leve, moderada, moderadamente intensa ou
mais probabilidade de vir a óbito e reinfartar intensa e é considerada um equivalente
nas primeiras semanas após o IAM em relação anginoso no que tange às manifestações da
aos homens. Entretanto, nem todos os isquemia miocárdica.136-8
indivíduos irão apresentar dor torácica como, Uma das causas da dispneia no IAM é a
por exemplo, alguns diabéticos (devido à disfunção ventricular esquerda, que pode ser
neuropatia sensitiva e autonômica), algumas evidenciada devido à presença de crepitações
mulheres e idosos.5 (ou estertores) pulmonares, mais comuns em
A mortalidade intra-hospitalar por doenças lobos dependentes (direito e bases do pulmão
cardiovasculares é maior entre doentes com esquerdo). A crepitação pulmonar é causada
diabetes mellitus tipo II conhecido e com pior por reinflação súbita de grupos de alvéolos e
controle glicêmico.133 aumento de fluido em pequenas vias aéreas. O
som é como “esmagamento de papel

Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 253
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

celofane” e é mais ouvido durante o fim da A dor irradiada no


inspiração.139-140 maxilar/dentes/mandíbula, verificada em
As manifestações arrítmicas (incluindo as pessoas acometidas pelo IAM, ocorre devido à
taquicardias e bradicardias) também são distribuição nociceptiva visceral cardíaca por
equivalentes anginosos da isquemia meio da convergência com os aferentes do
miocárdica e foram evidenciadas 20 vezes nervo trigêmeo no segmento cefálico
nesta revisão. A bradicardia pode surgir excitando os neurônios trigeminais de segunda
devido à diminuição do ritmo cardíaco durante ordem que também veiculam informações
a isquemia (resultante da hiperatividade do sensoriais provenientes dos dentes. Diante
sistema nervoso parassimpático) ou ao seu disso, a dor cardíaca pode ser interpretada
tratamento medicamentoso. Pode ocorrer como dor dos dentes ou da face.
durante o manejo da dor da isquemia Caracterizada como forte a fortíssima e a
miocárdica com medicamentos opioides ou palpação dos músculos mastigatórios não
durante a prevenção de arritmias com o uso altera a dor (diagnóstico diferencial para dor
dos medicamentos betabloqueadores. A por disfunção temporomandibular).143
bradicardia sinusal pode surgir em infartos de As náuseas (seis vezes na revisão) e vômitos
parede inferior por reflexo vagal ou mesmo (quatro vezes na revisão), manifestados como
por isquemia do nodo sinusal. Manifesta-se sob sinais e sintomas atípicos da isquemia
a forma de sintomas de baixo débito cardíaco miocárdica, ocorrem devido à estimulação
como síncope ou pré-síncope, tontura, reflexa do centro do vômito pela dor ou
sensação de cabeça vazia, fraqueza, fadiga, devido a reflexos vasovagais iniciados na área
diminuição do nível de consciência, falta de ar do miocárdio infartado.139
e desconforto ou dor torácica, além de O IAM é uma circunstância que interfere no
sudorese, congestão pulmonar, hipotensões sistema musculoesquelético e em suas vias
ortostática e arterial, insuficiência cardíaca associadas e que compromete a capacidade de
evidente ou edema pulmonar e taquicardia um indivíduo mobilizar-se adequadamente,
ventricular ou complexos ventriculares sobretudo em decorrência dos sinais, sintomas
prematuros frequentes relacionados à e complicações associados a essa doença. 143
bradicardia. A taquicardia geralmente Fadiga (12 vezes na revisão) é conceituada
acompanha a dor torácica e é causada pela como uma emoção negativa. São sentimentos
hiperatividade do sistema nervoso simpático de diminuição da força e resistência,
(assim como a sudorese e a exaustão, cansaço mental ou físico; lassidão
hipertensão).132,139,141 com aptidão diminuída para o trabalho físico
Os sinais e sintomas advindos da irradiação ou mental.136
da dor isquêmica miocárdica foram Fraqueza (quatro vezes na revisão) é um
encontrados 18 vezes nesta revisão. O atributo da fadiga e é conceituada como
desconforto torácico no IAM pode irradiar-se sinônimo de astenia (fraqueza, debilidade
para o pescoço, mandíbula, dentes, braços, orgânica).145 Fadiga, fraqueza, tremor e
ombros e região epigástrica. Isso reflete a intolerância à atividade são sintomas
origem comum dos neurônios sensoriais que inespecíficos do IAM e evidenciam a redução
suprem o coração e essas áreas a partir do na capacidade de bombeamento do
corno posterior da medula espinhal.140 coração. 140

Em um estudo realizado com uma Em um estudo de análise secundária com


população de 255 idosos franceses 1270 mulheres que tiveram IAM nos Estados
diagnosticados com IAM e idade maior ou igual Unidos (EUA) foi evidenciado que 48,6% das
a 75 anos, foi identificado que os sintomas que estavam no grupo classificado com
digestivos, como apresentação atípica da sintomas caracterizados como “leves”
doença, estavam presentes em 9,8% da apresentaram, como pródromos da doença,
amostra.142 um cansaço extremo e uma fadiga
A dor esofágica, causada pelo refluxo de incomum.129
ácido no estômago, espasmo, obstrução ou Em uma pesquisa fenomenológica na
lesão no geral, é difícil de ser diferenciada da Suécia, a respeito da experiência de 17
dor torácica isquêmica da síndrome adultos com menos de 55 anos que tiveram
coronariana aguda, pois o coração compartilha IAM, evidenciou-se que, após a sobrevivência
inervações vagais eferentes com o esôfago. à doença, havia uma intensa fadiga física e
Além disso, a dor esofágica ou abdominal mental relacionada à dificuldade de
também pode estar relacionada ao IAM de realização das atividades que faziam
parede inferior durante o infarto de ventrículo anteriormente. Além disso, o estudo
direito, sendo ela um equivalente anginoso da evidenciou que, diante de um IAM,
isquemia miocárdica.140,131
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 254
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

independentemente da idade em que ocorra, isquêmicos, irá proporcionar a melhoria do


há um grave perigo relacionado à vida diária prognóstico do indivíduo com essa morbidade.
do paciente, deixando-o em uma situação Os resultados encontrados nesta revisão
cotidiana incerta e vulnerável.101 integrativa irão contribuir para a antecipação
O IAM traz, além das repercussões clínicas, das complicações do IAM tanto durante a
modificações significantes na qualidade de admissão, quanto no tratamento clínico ou
vida após a ocorrência do evento agudo. O mecânico da doença, proporcionando, ao
comprometimento da qualidade de vida enfermeiro, subsídios científicos para oferecer
desses pacientes dá-se, sobretudo, devido às uma assistência de qualidade pautada na
limitações na realização das atividades integralidade e na redução das sequelas da
cotidianas. Um estudo realizado em 2012 morbidade e da mortalidade por meio de uma
avaliou a incidência da perda de prática baseada em evidências.
independência e o declínio da função física
REFERÊNCIAS
após um ano de hospitalização em 2002
pacientes que sofreram o IAM nos EUA visando
a identificar pacientes vulneráveis ao declínio 1. Ribeiro AL, Duncan BB, Brant LC, Lotufo
do estado de saúde após a doença. 43% dos PA, Mill JG, Barreto SM. Cardiovascular health
pacientes estudados experimentaram declínio in Brazil: trends and perspectives. Circulation.
na sua situação de saúde; 12,8% perderam sua 2016 Jan;133(4):422-33. Doi:
independência; 15,2% tiveram declínio da 10.1161/CIRCULATIONAHA.114.008727
função física e 15% apresentaram declínio 2. World Health Organization. Media Centre.
nesses dois últimos, concomitantemente.146 The top 10 causes of death [Internet]. 2017
Em um estudo de coorte de base Jan [cited 2017 Mar 10]. Avaliable from:
populacional, realizado em 2014 com http://www.who.int/mediacentre/factsheets
participantes que tiveram limitações /fs310
funcionais e cognitivas após a hospitalização 3. Ministério da Saúde (BR). DATASUS.
por AVC (n = 432) e por IAM (n = 450), foi Informações de Saúde. Morbidade Hospitalar
evidenciado que a maior parte das internações do SUS – Por local de internação. – Brasil
hospitalares por essas doenças foi associada [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2016
com aumentos significativos na incapacidade [cited 2017 Mar 15]. Available from:
funcional dos pacientes no momento do http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?s
evento e na década posterior. A incapacidade ih/cnv/niuf.def
funcional avaliada referiu-se às atividades de 4. Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, Simoons
vida diária - AVD (caminhar, vestir-se, banhar- ML, Chaitman BR, White HD. Terceira
se, comer e ir da cama para o banheiro) e às definição universal de enfarte do miocárdio.
atividades instrumentais de vida diária – AIVD Rev Port Cardiol. 2013;32(7-8):643.e1-
(preparar uma refeição quente, fazer compras 643.e16. Doi: doi:10.1093/eurheartj/ehr184
no supermercado, realizar chamadas 5. Aehlert B. Advanced Cardiac Life Suport.
telefônicas, ingerir medicamentos e Emergências em cardiologia: suporte
administrar o próprio dinheiro).147 avançado de vida em cardiologia: um guia
Os sinais, sintomas e complicações do IAM para estudo. 4th ed. Rio de Janeiro: Elsevier;
encontrados nesta revisão integrativa são 2013.
importantes para a identificação precoce da 6. Mozaffarian D, Benjamin EJ, Go
doença e contribuirão, dessa forma, para a AS, Arnett DK, Blaha MJ, Cushman M, et al.
redução dos riscos de morbidade e Heart disease and stroke statistics - 2015
mortalidade na população adulta. Outros update a report from the American Heart
sinais e sintomas e complicações também Association. Circulation. 2015 Jan;131(4):e29-
foram encontrados neste estudo, porém, em
322. Doi: 10.1161/CIR.0000000000000152
menor frequência.
7. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM.
Como limitação da pesquisa, pode-se Integrative literature review: a research
apontar a não inclusão de artigos escritos em method to incorporate evidence in health care
outros idiomas além do português, espanhol e and nursing. Texto contexto–enferm. 2008
inglês. Oct/Dec;17(4):758-64. Avaliable from: Doi:
CONCLUSÃO http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
07072008000400018
A análise da frequência dos sinais, sintomas
8. Almeida MA, Lucena AF, Franzen E,
e complicações do IAM evidenciou que o
Laurent MC. Processo de enfermagem na
reconhecimento precoce desses fenômenos na
prática clínica. Porto Alegre: Artmed; 2011.
pessoa acometida pela doença, sobretudo da
dor no peito e dos seus equivalentes
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 255
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

9. Melnyk BM, Fineoct-Overholt E. Making Cardiovasc Dis. 2014 Mar;107(3):149-57. Doi:


the case for evidence-based practice. In: 10.1016/j.acvd.2014.01.010
Melnyk BM, Fineoct - Overholt E, editors. 17. Saaby L, Poulsen TS, Diederichsen AC,
Evidence-based practice in nursing and Hosbond S, Larsen TB, Schmidt H, et al.
healthcare: a guide to best practice. Mortality rate in type 2 myocardial infarction:
Philadelphia: Lippincott Williams and Wilkins; observations from an unselected hospital
2005. p. 3-24. cohort. Am J Med. 2014 Apr;127(4):295-302.
10. Bahrmann P, Christ M, Bahrmann A, Doi: 10.1016/j.amjmed.2013.12.020
Rittger H, Heppner HJ, Achenbach S, et al. A 18. Laan AMVD, Horst ENT, Delewi R,
3-hour diagnostic algorithm for non-ST- Begieneman MPV, Krijnen PAJ, Hirsch A, et al.
elevation myocardial infarction using high- Monocyte subset accumulation in the human
sensitivity cardiac troponin T in unselected heart following acute myocardial infarction
older patients presenting to the emergency and the role of the spleen as monocyte
department. J Am Med Dir Assoc. 2013 June reservoir. Eur Heart J. 2014 Feb;35(6):376-85.
;14(6):409-16. Doi: Doi: 10.1093/eurheartj/eht331
10.1016/j.jamda.2012.12.005 19. Abate E, Hoogslag GE, Leong DP, Bertini
11. Marino BCA, Nascimento GA, Rabelo W, M, Antoni ML, Nucifora G, et al. Association
Marino MA, Marino RL. Myocardial infarction between multilayer left ventricular rotational
without ST segment elevation: clinical and mechanics and the development of left
angiographic characteristics, and evolution of ventricular remodeling after acute myocardial
inpatients. Rev Med Minas Gerais [Internet]. infarction. J Am Soc Echocardiogr. 2014
2012 Mar [cited 2015 Aug 20];22(1):1-128. Mar;27(3):239-48. Doi:
Available from: 10.1016/j.echo.2013.12.009
http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/126. 20. Matic DM, Milasinovic DG, Asanin MR,
12. Witassek F, Schwenkglenks M, Erne P, Mrdovic IB, Marinkovic JM, Kocev NI, et al.
Radovanovic D. Impact of body mass index on Prognostic implications of bleeding measured
mortality in Swiss hospital patients with ST- by Bleeding Academic Research Consortium
elevation myocardial infarction: does an (BARC) categorisation in patients undergoing
obesity paradox exist?. Swiss Med Wkly. 2014 primary percutaneous coronary intervention.
Aug;144:w13986. Doi: Heart. 2014 Jan; 100(2):146-52. Doi:
10.4414/smw.2014.13986 10.1136/heartjnl-2013-304564
13. Fujii T, Masuda N, Suzuki T, Trii S, 21. Sheng QH, Hsu chih-chi, Li Jian-ping,
Murakami T, Nakano M, et al. Impact of Hong T, Yong, H. Correlation between
transport pathways on the time from symptom fragmented QRS and the short-term prognosis
onset of ST-segment elevation myocardial of patients with acute myocardial infarction. J
infarction to door of coronary intervention Zhejiang Univ Sci B. 2014 Jan;15(1):67-74.
facility. J Cardiol. 2014 July;64(1):11-8. Doi: Doi: 10.1631/jzus.B1300091
10.1016/j.jjcc.2013.11.008 22. Zheng J, Yarzebski J, Ramesh BP,
14. Mohammadian-Hafshejani A, Goldberg RJ, Yu H. Automatically Detecting
Sarrafzadegan N, Hosseini S, Baradaran HR, Acute Myocardial Infarction Events from EHR
Roohafza H, et al. Seasonal pattern in Text: A Preliminary Study. AMIA Annu Symp
admissions and mortality from acute Proc. 2014 Nov;2014:1286-93.
myocardial infarction in elderly patients in PMCID: PMC4419972
Isfahan, Iran. ARYA Atheroscler. 2014 23. Laissy JP, Gaxotte V, Ironde-Laissy E,
Jan;10(1):46-54. PMID: 24963314 Klein I, Ribert A, Bendriss A, et al. Cardiac
15. Jonge P, Zuidersma M, Bültmann U. The diffusion-weighted MR imaging in recent,
presence of a depressive episode predicts subacute, and chronic myocardial infarction: a
lower return to work rate after myocardial pilot study. J Magn Reson Imaging. 2013 Dec
infarction. Gen Hosp Psychiatry. 2014 ;38(6):1377-87. Doi: 10.1002/jmri.24125
July/Aug;36(4):363-7. Doi: 24. Buysschaert I, Carruthers KF, Dunbar DR,
10.1016/j.genhosppsych.2014.03.006 Peuteman G, Rietzschel E, Belmans A, et al. A
16. Carillo S, Zhang Y, Fay R, Angioi M, variant at chromosome 9p21 is associated with
Vincent J, Sutradhor SC, et al. Heart failure recurrent myocardial infarction and cardiac
with systolic dysfunction complicating acute death after acute coronary syndrome: the
myocardial infarction — differential octcomes GRACE Genetics Study. Eur Heart J. 2010
but similar eplerenone efficacy by ST-segment May;31(9):1132-41. Doi:
or non-ST-segment elevation: a post hoc 10.1093/eurheartj/ehq053
substudy of the EPHESUS trial. Arch 25. Chew DP, French J, Briffa TG, Hammett
CJ, Eli CJ, Ranasinghe I, et al. Acute coronary
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 256
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

syndrome care across Australia and New 2013 Sept;128(11):1206-13. Doi:


Zealand: the SNAPSHOT ACS study. Med J 10.1161/CIRCULATIONAHA.113.004569
Aust. 2013 Aug;199(3):185-191. Doi: PMID: 34. Denollet J, Freedland KE, Carney RM,
23909541 Jonge P, Roest AM. Cognitive-affective
26. Romero-Farina G, Aguadé-Bruix S, symptoms of depression after myocardial
Candell-Riera J, Pizzi MN, Pineda V, Figueras J infarction: different prognostic importance
et al. Acute myocardial infarction: estimation across age groups. Psychosom Med. 2013 Sept
of at-risk and salvaged myocardium at ;75(7):701-8. Doi:
myocardial perfusion SPECT 1 month after 10.1097/PSY.0b013e31829dbd36
infarction. Radiology. 2013 Nov; 269(2):577- 35. Rao SV, McCoy LA, Spertus JA, Krone RJ,
84. Doi: 10.1148/radiol.13122324 Singh M, Fitzgerald S, Peterson ED. An
27. Chua SK, Hung HF, Shyu KG, Cheng JJ, updated bleeding model to predict the risk of
Chiu CZ, Chang CM, et al. Acute ST-elevation post-procedure bleeding among patients
myocardial infarction in young patients: 15 undergoing percutaneous coronary
years of experience in a single center. Clin intervention: a report using an expanded
Cardiol. 2010 Mar;33(3):140-8. Doi: bleeding definition from the National
10.1002/clc.20718 Cardiovascular Data Registry CathPCI Registry.
28. Denollet J, Pedersen SS, Vrints CJ, JACC Cardiovasc Interv. 2013 Sept;6(9):897-
Conraads VM. Predictive value of social 904. Doi: 10.1016/j.jcin.2013.04.016
inhibition and negative affectivity for 36. Hanson I, Kahn J, Dixon S, Goldstein J.
cardiovascular events and mortality in Angiographic and clinical characteristics of
patients with coronary artery disease: the type 1 versus type 2 perioperative myocardial
type D personality construct. Psychosom Med. infarction. Catheter Cardiovasc Interv. 2013
2013 Nov/Dec;75(9):873-81. Doi: Mar;82(1):622–8. Doi: 10.1002/ccd.24626
10.1097/PSY.0000000000000001 37. Saaby L, Poulsen TS, Hosbond S, Larsen
29. Epstein AE, Abraham WT, Bianco NR, Kern TB, Pyndt Diederichsen AC, Hallas J et al.
KB, Mirro M, Rao SV, et al. Wearable Classification of myocardial infarction:
cardioverter-defibrillator use in patients frequency and features of type 2 myocardial
perceived to be at high risk early post- infarction. Am J Med. 2013 Sept;126(9):789-
myocardial infarction. J Am Coll Cardiol. 2013 97. Doi: 10.1016/j.amjmed.2013.02.029
Nov ;62(21):2000-7. Doi: 38. Coloma PM, Valkhoff VE, Mazzaglia G,
10.1016/j.jacc.2013.05.086 Nielsson MS, Pedersen L, Molokhia M, et al.
30. Salari N, Shohaimi S, Najafi F, Nallappan Identification of acute myocardial infarction
M, Karishnarajah I. Application of pattern from electronic healthcare records using
recognition tools for classifying acute different disease coding systems: a validation
coronary syndrome: an integrated medical study in three European countries. BMJ Open.
modeling. Theor Biol Med Model. 2013;10:57. 2013 June;3(6):e002862. Doi:
Doi: 10.1186/1742-4682-10-57 10.1136/bmjopen-2013-002862
31. Anderson ML, Peterson ED, Peng SA, Wang 39. Cavender MA, Rajeswaran J, DiPaola L,
TY, Ohman EM, Bhatt DL, et al. Differences in Houghtaling P, Kiernan MS, Rassi AN et al.
the profile, treatment, and prognosis of Octcomes of culprit versus multivessel PCI in
patients with cardiogenic shock by myocardial patients with multivessel coronary artery
infarction classification a report from NCDR. disease presenting with ST- elevation
Circ Cardiovasc Qual Octcomes. 2013 myocardial infarction complicated by shock. J
Nov;6(6):708-15. Doi: Invasive Cardiol. 2013 May;25(5):218-24. Doi:
10.1161/CIRCOUTCOMES.113.000262 PMID: 23645045
32. Liu A, Castillo MG, Capewell S, Lucy J, 40. Wauters E, Carruthers KF, Buysschaert I,
O’Flaherty M. Reduction in myocardial Dunbar DR, Peuteman G, Belmans A, et al.
infarction admissions in Liverpool after the Influence of 23 coronary artery disease
smoking ban: potential socioeconomic variants on recurrent myocardial infarction or
implications for policymaking. BMJ Open. 2013 cardiac death: the GRACE Genetics Study. Eur
;3:e003307. Doi: 10.1136/bmjopen-2013- Heart J. 2013 Apr;34(13):993-1001. Doi:
003307 10.1093/eurheartj/ehs389
33. Hess CN, Shah BR, Peng SA, Thomas L, 41. Toker A, Aribas A, Yerlikaya FH, Tasyurek
Roe MT, Peterson ED. The Association of early E, Akbuga K. Serum and Saliva Levels of
physician follow-up and 30-day readmission Ischemia-Modified Albumin in Patients with
after non-ST-segment elevation myocardial Acute Myocardial Infarction. J Clin Lab Anal.
infarction among older patients. Circulation. 2013 Mar;27(2):99-104. Doi:
10.1002/jcla.21569
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 257
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

42. Fosbol EL, Granger CB, Jollis JG, Monk L, trends in gender differences of treatments
Lin L, Lytle BL, et al. The impact of a and mortality in st-elevation acute myocardial
statewide pre-hospital STEMI strategy to infarction in northern italy, 2000 to 2010. Am
bypass hospitals without percutaneous J Cardiol. 2014 Aug;114(3):336-41. Doi:
coronary intervention capability on treatment 10.1016/j.amjcard.2014.05.007
times. Circulation. 2013 Feb;127(5):604-12. 51. Ortolani P, Marino M, Melandri G,
Doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.112.118463 Guastaroba P, Corzani A, Berti E, et al. Recent
43. Marcoon S, Chang AM, Lee B, Salhi R, temporal trends for first-time hospitalization
Hollander JE. HEART score to further risk for acute myocardial infarction. Treatment
stratify patients with low TIMI scores. Crit patterns and clinical octcome in a large
Pathw Cardiol. 2013 Mar;12(1):1-5. Doi: cohort study. Am Heart J. 2013
10.1097/HPC.0b013e31827377e1 Nov;166(5):846-54. Doi:
44. Hsieh MJ, Chen YC, Chen CC, Wang CL, 10.1016/j.ahj.2013.08.026
Wu LS, Wang CC. Renal dysfunction on 52. Kübler P, Jankowskal EA, Ferenc M,
admission, worsening renal function, and Ponikowski P, Banasiak W, Reczuch K.
severity of acute kidney injury predict 2-year Comparison of drug−eluting stents to
mortality in patients with acute myocardial bare−metal stents in ST−elevation myocardial
infarction. Circ J. 2013 ;77(1):217-23. infarction in long−term follow−up. Kardiol Pol.
PMID:22987074 2013;71(1):25-31.
45. Shacham Y, Leshem-Rubinow E, Ziv-Baran 53. Sahin DY, Gür M, Elbasan Z, Kuloglu O,
T, Gal-Oz A, Steinvil A, Ben Assa E, et al. Seker T, Krivrak A, et al. SYNTAX score is a
Incidence and mortality of acute kidney injury predictor of angiographic no-reflow in
in acute myocardial infarction patients: a patients with ST-elevation myocardial
comparison between AKIN and RIFLE criteria. infarction treated with a primary
Int Urol Nephrol. 2014 Dec;46(12):2371-7. Doi: percutaneous coronary intervention. Coron
10.1007/s11255-014-0827-6 Artery Dis. 2013 Mar;24(2):148-53. Doi:
46. García-Paredes T, Aguilar-Alonso E, 10.1097/MCA.0b013e32835c4719
Arboleda-Sánchez JA, Vera-Almazán A, Arias- 54. Kelly AM. What is the incidence of major
Verdú MD, Oléa-Jiménez V, et. al. Evaluation adverse cardiac events in emergency
of prognostic scale Thrombolysis In Myocardial department chest pain patients with a normal
Infarction and Killip. An ST-elevation ECG, thrombolysis in myocardial infarction
myocardial infarction new scale. Am J Emerg score of zero and initial troponin <=99th
Med. 2014 Nov;32(11):1364-9. Doi: centile: an observational study? Emerg Med J.
10.1016/j.ajem.2014.08.026 2013 Jan;30(1):15-8. Doi: 10.1136/emermed-
47. Idris H, Lo S, Shugman IM, Saad Y, Hopkins 2011-200810
AP, Mussap C, et al. Varying definitions for 55. Sarafoff N, Schuster T, Vochem R,
periprocedural myocardial infarction alter Fichtner S, Martinoff S, Schwaiger M, et al.
event rates and prognostic implications. J Am Association of ST-elevation and non-ST-
Heart Assoc. 2014 Oct;3 (6):e001086. Doi: elevation presentation on ECG with
10.1161/JAHA.114.001086 transmurality and size of myocardial
48. Langorgen J, Ebbing M, Igland J, Vollset infarction as assessed by contrast-enhanced
SE, Nordrehaug JE, Tell GC, et al. Implications magnetic resonance imaging. J Electrocardiol.
of changing definitions of myocardial 2013 Mar/Apr;46(2):100-6. Doi:
infarction on number of events and all-cause 10.1016/j.jelectrocard.2012.12.017
mortality: the WHO 1979, ESC/ACC 2000, AHA 56. Khafaji HA, Bener AB, Rizk NM, Al Suwaidi
2003, and Universal 2007 definitions revisited. J. Elevated serum leptin levels in patients
Eur J Prev Cardiol. 2014 Nov;21(11):1349-57. with acute myocardial infarction; correlation
Doi: 10.1177/2047487313493056 with coronary angiographic and
49. Bengtson LG, Chen LY, Chamberlain AM, echocardiographic findings. BMC Res Notes.
Michos ED, Whitsel EA, Lutsey PL, et al. 2012 May 29;5:262. Doi: 10.1186/1756-0500-5-
Temporal trends in the occurrence and 262
outcomes of atrial fibrillation in patients with 57. Reichlin T, Twerenbold R, Reiter M,
acute myocardial infarction (from the Steuer S, Bassetti S, Balmelli C, et al.
atherosclerosis risk in communities Introduction of high-sensitivity troponin
surveillance study. Am J Cardiol. 2014 assays: impact on myocardial infarction
Sept;114(5):692-7. Doi: incidence and prognosis. Am J Med. 2012
10.1016/j.amjcard.2014.05.059 Dec;125(12):1205-1213.e1. Doi:
50. Corrada E, Ferrante G, Mazzali C, Barbieri 10.1016/j.amjmed.2012.07.015
P, Merlino L, Merlini P, et al. Eleven-year
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 258
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

58. Canali E, Masci P, Bogaert J, Ducci CB, 66. Charpentier S, Maupas-Schwalm F,


Francone M, McAlindon E et al. Impact of Cournot M, Elbaz M, Botella JM, Lauque D.
gender differences on myocardial salvage and Combination of copeptin and troponin assays
post-ischaemic left ventricular remodelling to rapidly rule oct non-st elevation myocardial
after primary coronary angioplasty: new infarction in the emergency department. Acad
insights from cardiovascular magnetic Emerg Med.2012 May;19(5):517-24. Doi:
resonance. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 10.1111/j.1553-2712.2012.01350.x
2012 Nov;13(11):948-53. Doi: 67. Palau P, Núñez J, Sanchis J, Husser O,
10.1093/ehjci/jes087 Bodí V, Núñez E, et al. Differential prognostic
59. Knot J, Kala P, Rohac FP, Petr R, Kova DB, effect of revascularization according to a
Widimsky P, et al. Comparison of outcomes in simple comorbidity index in high-risk non–ST-
ST-segment depression and ST-segment segment elevation acute coronary syndrome.
elevation myocardial infarction patients Clin Cardiol. 2012 Apr;35(4):237-43. Doi:
treated with emergency PCI: data from a 10.1002/clc.20996
multicenter registry. Cardiovasc J Afr. 2012 68. McSweeney JC, Cleves MA, Zhao W, Lefler
Oct;23(9):495-500. Doi: 10.5830/CVJA-2012- LL, Yang S. Cluster analysis of women’s
053 prodromal and acute myocardial infarction
60. Poku JK, Bellamkonda-Athmaram VR, symptoms by race and other characteristics. J
Bellolio MF, Nestler DM, Stiell IG, Hess EP. Cardiovasc Nurs. 2010 Jul/Aug;25(4):311-22.
Failure of prospectivo validation and Doi: 10.1097/JCN.0b013e3181cfba15
derivation of a refined clinical decision rule 69. Rott D, Leibowitz D, Schwartz R, Weiss
for chest radiography in emergency AT, Behar S, Hod H. Combination of the Killip
department patients with chest pain and and TIMI classifications for early risk
possible acute coronary syndrome. Acad stratification of patients with acute st
Emerg Med. 2012 Sept;19(9):E1004-10. Doi: elevation myocardial infarction. Cardiology.
10.1111/j.1553-2712.2012.01428.x 2010;117(4):291-5. Doi: 10.1159/000323842
61. Somma KA, Bhatt DL, Fonarow GC, 70. Huang HD, Tran V, Jneid H, Wilson JM,
Cannon CP, Cox M, Laskey W, et al. Guideline Birnbaum Y. comparison of angiographic
adherence after ST-segment elevation versus findings in patients with acute anteroseptal
non–ST-segment elevation myocardial versus anterior wall ST-elevation myocardial
infarction. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. infarction. Am J Cardiol. 2011 Mar
2012 Sept;5(5):654-61. Doi: 15;107(6):827-32. Doi:
10.1161/CIRCOUTCOMES.111.963959 10.1016/j.amjcard.2010.10.070
62. Zhang H, Tian NL, Hu ZY, Wang F, Chen L, 71. Isilak Z, Kardesoglu E, Aparci M, Uz O,
Zhang YJ, et al. Three hours continuous Yalcin M, Yiginer O, Cingozbay BY, et al.
injection of adenosine improved left Comparison of clinical risk assessment systems
ventricular function and infarct size in in predicting three−vessel coronary artery
patients with ST-segment elevation disease and angiographic culprit lesion in
myocardial infarction. Chin Med J (Engl). 2012 patients with non−ST segment elevated
May;125(10):1713-9. PMID:22800889 myocardial infarction/unstable angina
63. Wood FO, Leonowicz NA, Vanhecke TE, pectoris. Kardiol Pol. 2012;70(3):242-50.
Dixon SR, Grines CL. Mortality in patients with PMID:22430403
ST-segment elevation myocardial infarction 72. Davies AR, Grundy E, Nitsch D, Smeeth L.
who do not undergo reperfusion. Am J Constituent country inequalities in myocardial
Cardiol. 2012 Aug;110(4):509-14. Doi: infarction incidence and case fatality in men
10.1016/j.amjcard.2012.04.019 and women in the United Kingdom, 1996–
64. Kelly AM. How useful are the Heart 2005. J Public Health (Oxf). 2011
Foundation risk criteria for assessment of Mar;33(1):131-8. Doi:
emergency department patients with chest 10.1093/pubmed/fdq049
pain? Emerg Med Australas. 2012 73. Gualandro DM, Campos CA, Calderaro D,
June;24(3):260-5. Doi: 10.1111/j.1742- Yu PC, Marques AC, Pastana AF, et al.
6723.2012.01536.x Coronary plaque rupture in patients with
65. Miller CD, Thomas MJ, Hiestand B, Samuel myocardial infarction after noncardiac
MP, Wilson MD, Sawyer J, et al. Cholesteryl surgery: frequent and dangerous.
esters associated with acat2 predict coronary Atherosclerosis. 2012 May;222(1):191-5. Doi:
artery disease in patients with symptoms of 10.1016/j.atherosclerosis.2012.02.021
acute coronary syndrome. Acad Emerg Med. 74. Nozari Y, Geraiely B. Correlation between
2012 June;19(6):673-82. Doi: 10.1111/j.1553- the serum levels of uric acid and hs-crp with
2712.2012.01378.x the occurrence of early systolic failure of left
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 259
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

ventricle following acute myocardial pacientes con infarto agudo de miocardio,


infarction. Acta Med Iran. 2011;49(8):531-5. Santander, Colombia. Rev. salud pública
PMID: 22009810 [Internet]. 2012 Sept [cited 2017 Oct
75. Lakhani MS, Qadir F, Hanif B, Farooq S, 25];14(5):831-41. Available from:
Khan M. Correlation of thrombolysis in http://www.scielo.org.co/pdf/rsap/v14n5/v1
myocardial infarction (timi) risk score with 4n5a10.pdf
extent of coronary artery disease in patients 83. Azuaje F, Devaux Y,Wagner DR.
with acute coronary syndrome. J Pak Med Integrative pathway-centric modeling of
Assoc. 2010 Mar;60(3):197-200. PMID: ventricular dysfunction after myocardial
20225777 infarction. PLoS One. 2010 Mar 11;5(3):e9661.
76. Narayan H, Dhillon OS, Quinn PA, Struck Doi: 10.1371/journal.pone.0009661
J, Squire IB, Davies JE, et al. C-terminal 84. Wudkowska A, Goch J, Goch A.
provasopressin (copeptin) as a prognostic Ischemia−modified albumin in differential
marker after acute non-ST elevation diagnosis of acute coronary syndrome withoct
myocardial infarction: Leicester Acute ST elevation and unstable angina pectoris.
Myocardial Infarction Peptide II (LAMP II) Kardiol Pol [Internet]. 2010 [cited 2017 Aug
study. Clin Sci (Lond). 2011 July;121(2):79-89. 25];68(4):437–43. Available from:
Doi: 10.1042/CS20100564 https://ojs.kardiologiapolska.pl/kp/article/vi
77. Fennessy MM, Fink AM, Eckhardt AL, Jones ew/985/4167
J, Kruse DK, VanderZawan KJ, et al. Gender 85. El-Menvar A, Zubaid M, AlMahmeed W,
Differences in Fatigue Associated With Acute Sulaiman K, AlNabti A, Singh R, et al. Killip
Myocardial Infarction. J Cardiopulm Rehabil classification in patients with acute coronary
Prev. 2010 July/Aug;30(4):224-30. Doi: syndrome: insight from a multicenter registry.
10.1097/HCR.0b013e3181d0c493 Am J Emerg Med. 2012 Jan;30(1):97-103. Doi:
78. Hailer B, Naber C, Koslowski B, Van 10.1016/j.ajem.2010.10.011
Leeuwen P, Schäfer H, Budde T, et al. 86. Zhang HT, Jia ZH, Zhang J, Ye ZK, Yang
Gender-related differences in patients with WX, Tian YQ, et al. No-reflow protection and
ST-elevation myocardial infarction: results long-term efficacy for acute myocardial
from the registry study of the ST elevation infarction with Tongxinluo: a randomized
myocardial infarction network essen. Clin double-blind placebo- controlled multicenter
Cardiol. 2011 May;34(5):294-301. Doi: clinical trial (ENLEAT Trial). Chin Med J (Engl).
10.1002/clc.20916 2010 Oct;123(20):2858-64. PMID: 21034597
79. Hochholzer W, Reiclin T, Twerenbold R, 87. Fazlinezhad A, Rezaeian MK, Yousefzadeh
Stelzig C, Hochholzer K, Meissner J, et al. H, Ghaffarzadegan K, Kahajedaluee M. Plasma
incremental value of high-sensitivity cardiac brain natriuretic peptide (bnp) as an indicator
troponin T for risk prediction in patients with of left ventricular function, early octcome and
suspected acute myocardial infarction. Clin mechanical complications after acute
Chem. 2011 Sept;57(9):1318-26. Doi: myocardial infarction. Clin Med Insights
10.1373/clinchem.2011.162073 Cardiol. 2011 Aug;5:77–83. Doi:
80. Jímenez-Navarro MF, Caballero-Borrego J, 10.4137/CMC.S7189
Rodriguez-Losada N, Cabrera-Bueno F, 88. Miyamoto T, Obayashi T, Hattori E,
Marchal JÁ, Estebaranz J et. al. Influence of Yamauchi Y, Niwa A, Isobe M. Pre-hospital
preinfarction angina on the release kinetics of physical activity status affects in-hospital
endothelial progenitor cells and cytokines course of elderly patients with acute
during the week after infarction. Eur J Clin myocardial infarction. J Med Dent Sci. 2010
Invest. 2011 Nov;41(11):1220-6. Doi: Mar;57(1):119-26. PMID: 20437772
10.1111/j.1365-2362.2011.02529.x 89. Sakaguchi E, Yamada A, Sugimoto K, Ito
81. Lonborg J, Kelbaek H, Vejlstrup N, Botker Y, Shiino K, Takada K, et al. Prognostic value
HE, Kim WY, Holmvang L, et al. Influence of of left atrial volume index in patents with first
pre-infarction angina, collateral flow, and acute myocardial infarction. Eur J
pre-procedural TIMI flow on myocardial Echocardiogr. 2011 June;12(6):440-4. Doi:
salvage index by cardiac magnetic resonance 10.1093/ejechocard/jer058
in patients with ST-segment elevation 90. Tsai CL, Magid DJ, Sullivan AF, Gordon JA,
myocardial infarction. Eur Heart J Cardiovasc Kaushal R, Michael Ho P, et al. Quality of Care
Imaging. 2012 May;13(5):433-43. Doi: for Acute Myocardial Infarction in 58 U.S.
10.1093/ejechocard/jer296 Emergency Departments. Acad Emerg Med.
82. Naranjo-Estupinan NF, Diaz-Quijano FA, 2010 Sept;17(9):940–50. Doi: 10.1111/j.1553-
Garcia RG. Influencia de la rehabilitación 2712.2010.00832.x
cardíaca sobre la tasa de re-hospitalización en
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 260
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

91. Valente S, Lazzeri C, Chiostri M, experiences post-acute myocardial infarction.


Osmanagaj L, Giglioli C, Gensini GF. STEMI Rev Gaúcha Enferm. 2013 Sept;34(3):171-8.
patients--the more you bleed, the more you Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1983-
die: a comparison between classifications. 14472013000300022
Clin Cardiol. 2011 Feb;34(2):90-6. Doi: 101. Andersson EK, Borglin G, Wilman A. The
10.1002/clc.20842 experience of younger adults following
92. Fleischmann KE, Zègre-Hemsey J, Drew myocardial infarction. Qual Health Res. 2013
BJ. The New Universal Definition of June;23(6):762-72. Doi:
Myocardial Infarction Criteria Improves 10.1177/1049732313482049
Electrocardiographic Diagnosis of Acute 102. Nilsson UG, Ivarsson B, Alm-Roijer C,
Coronary Syndrome. J Electrocardiol. 2011 Svedberg P, SAMMI-study group. The desire for
Jan/Feb;44(1):69–73. Doi: involvement in healthcare, anxiety and coping
10.1016/j.jelectrocard.2010.10.037 in patients and their partners after a
93. Scherrer JF, Chrusciel T, Garfield LD, myocardial infarction. Eur J Cardiovasc Nurs.
Freedland KE, Carney RM, Hauptman PJ, et 2013 Oct;12(5):461-7. Doi:
al. Treatment-resistant and insufficiently 10.1177/1474515112472269
treated depression and all-cause mortality 103. Andersson EK, Borglin G, Sjöström-Strand
following myocardial infarction. Br J A, Willman A. Standing alone when life takes
Psychiatry. 2012 Feb;200(2):137-42. Doi: an unexpected turn: being a midlife next of
10.1192/bjp.bp.111.096479 kin of a relative who has suffered a
94. Smith OR, Kupper N, Denollet J, De Jonge myocardial infarction. Scand J Caring Sci.
P. Vital exhaustion and cardiovascular 2013 Dec;27(4):864-71. Doi: 10.1111/j.1471-
prognosis in myocardial infarction and heart 6712.2012.01094.x
failure: predictive power of different 104. Cossete S, Frasure-Smith N, Dupuis J,
trajectories. Psychol Med. 2011 Apr;41(4):731- Juneau M, Guertin MC. Randomized controlled
8. Doi: 10.1017/S0033291710001133 trial of tailored nursing interventions to
95. Hong JS, Kang HC, Lee SH. Comparison of improve cardiac rehabilitation enrollment.
case fatality rates for acute myocardial Nurs Res. 2012 Mar/Apr;61(2):111-20. Doi:
infarction in weekday vs weekend admissions 10.1097/NNR.0b013e318240dc6b
in South Korea. Circ J. 2010 Mar;74(3):496- 105. Wang YB, Fu XH, Wang XC, Gu XS, Zhao
502. PMID: 20075558 YJ, Hao GZ, et al. Randomized comparison of
96. McKinley S, Fien M, Riegel B, Meischke H, radial versus femoral approach for patients
Aburuz ME, Lennie TA, Moser DK. with STEMI undergoing early PCI following
Complications after acute coronary syndrome intravenous thrombolysis. J Invasive Cardiol.
are reduced by perceived control of cardiac 2012 Aug;24(8):412-6. PMID: 22865313
illness. J Adv Nurs. 2012 Oct;68(10):2320-30. 106. Meterko M, Wright S, Lin H, Lowy E,
Doi: 10.1111/j.1365-2648.2011.05933.x Cleary PD. Mortality among patients with
97. Brink E. Considering both health- acute myocardial infarction: the influences of
promoting and illness-related factors in patient-centered care and evidence-based
assessment of health-related quality of life medicine. Health Serv Res. 2010 Oct;45(5 Pt
after myocardial infarction. Open Nurs J. 1):1188-204. Doi: 10.1111/j.1475-
2012;6:90–94. Doi: 6773.2010.01138.x
10.2174/1874434601206010090 107. Baldachinno, D. Long-term causal
98. Salminen-Tuomaala M, Astedt-Kurki P, meaning of myocardial infarction. Br J Nurs.
Rekiaro M, Paavilainen E. Coping experiences: 2010 June/July;19(12):774-81. Doi:
a pathway towards different coping 10.12968/bjon.2010.19.12.48656
orientations four and twelve months after 108. Yashuara Y, Takada S, Tanioka T,
myocardial infarction—a grounded theory Kawanishi C, Locsin RC. Illness experiences of
approach. Nurs Res Pract. 2012;2012:674783. patients with ischemic heart disease during
Doi: 10.1155/2012/674783 their transitional phase from hospitalization to
99. Eriksson M, Asplund K, Svedlund M. discharge in Japan. J Med Invest. 2010
Couples’ thoughts aboct and expectations of Aug;57(3-4):293-304. PMID: 20847530
their future life after the patient’s hospital 109. Fredriksson-Larsson U, Alsen P, Brink E.
discharge following acute myocardial I’ve lost the person I used to experiences of
infarction. J Clin Nurs. 2010 Dec;19(23- the consequences of fatigue following
24):3485-93. Doi: 10.1111/j.1365- myocardial infarction. Int J Qual Stud Health
2702.2010.03292.x Well-being. 2013 June;8:20836. Doi:
100. Garcia RP, Budó MLD, Simon BS, Wünsch 10.3402/qhw.v8i0.20836
S, Oliveira, SG, Barbosa BS. Family
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 261
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

110. Pereira JMV, Cavalcanti ACD, Santana RF, http://dx.doi.org/10.1590/S1414-


Cassiano KM, Queluci GC, Guimarães TCF. 81452012000400004
Nursing diagnoses for inpatients with 118. Ponte KMA, Silva LF, Aragão EA, Guedes
cardiovascular diseases. Esc Anna Nery Rev MVC, Zaugnel IPS. Contribution of nursing
Enferm. 2011 Oct/Dec;15(4):737-45. Doi: clinical care for psycho-spiritual comfort of
http://dx.doi.org/10.1590/S1414- women with acute myocardial infarction.
81452011000400012 Texto contexto-enferm. 2014 Jan/Mar
111. Mussi FC, Gibaut MAM, Damasceno CA, 2;23(1):56-64. Doi:
Mendes AS, Guimarães AC, Santos CAST. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-
Sociodemographic and clinical factors 81452012000400004
associated with the decision time for seeking 119. Ponte KMA, Silva LF. Nursing care for
care in acute myocardial infarction. Rev women with myocardial infarction: promoting
Latino-Am Enfermagem. 2013 sociocultural comfort through care-research.
Nov/Dec;21(6):1248-57. Doi: Rev enferm UERJ [Internet]. 2014 Nov/Dec
http://dx.doi.org/10.1590/0104- [cited 2017 Aug 22];22(6):808-14. Available
1169.3178.2361 from: http://www.e-
112. Damasceno CA, Queiroz, TL de, Santos publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemue
AST. Factors associated with the decision to rj/article/view/15693/11867
seek health care in myocardial infarction: 120. Caveião C, Santos RB, Montezeli JH,
gender differences. Rev Esc Enferm USP. 2012 Visentin A, Brey C, Oliveira VBCA. Dor
Dec;46(6):1362-70. Doi: torácica: atuação do enfermeiro em um
http://dx.doi.org/10.1590/S0080- pronto atendimento de um hospital escola. R
62342012000600 Enferm Cent O Min. 2014 Jan/Apr;4(1):921-8.
113. Xanthos T, Pantazopoulos I, Vlachos I, Doi:
Stroumpoulis K, Barouxis D, Kitsou V, et al. http://dx.doi.org/10.19175/recom.v0i0.427
Factors influencing arrival of patients with 121. Gonzalez MA, Valdés EH, Tur BN, Almeida,
acute myocardial infarction at emergency JC, Giró MLH. Assessment of the nursing
departments: implications for community actions in the Needle-Door-Time in patients
nursing interventions. J Adv Nurs. 2010 under thrombolytic treatment. Rev Cubana
July;66(7):1469-77. Doi: 10.1111/j.1365- Enferm [Internet]. 2011 Jan/Mar [cited 2017
2648.2010.05301.x Aug 25];27(1):79-87. Available from:
114. Abed MA, Hall LA, Moser DK. Spielberger’s http://scielo.sld.cu/pdf/enf/v27n1/enf09111.
state anxiety inventory: development of a pdf
shortened version for critically ill patients. 122. Mussi FC, Mendes AS, Queiroz TL, Costa
Issues Ment Health Nurs. 2011;32(4):220-7. AL, Pereira A, Caramelli B. Pre-hospital delay
Doi: 10.3109/01612840.2010.546493 in acute myocardial infarction: judgement of
115. Santos CG, Utsch PRC, Chagas AGF, symptoms and resistance to pain. Rev Assoc
Vasconcelos LVS, Campos LR, Hijazi MA, Med Bras. 2014 Jan/Feb; 60(1):63-9. PMID:
Soares LG, et al. Prevalence of chest pain and 24918855
anti-angina medication at a University 123. DeVon HA, Ryan CJ, Rankin SH, Cooper
Hospital in Vassouras, RJ state. Rev Bras BA. Classifying subgroups of patients with
Cardiol [Internet]. 2014 [cited 2017 Aug symptoms of acute coronary syndromes: a
25];27(4):267-75. Available from: cluster analysis. Res Nurs Health. 2010
http://www.rbconline.org.br/artigo/prevalen Oct;33(5):386-97. Doi: 10.1002/nur.20395
cia-de-dor-toracica-e-medicacao- 124. DeVon HA, Hogan N, Ochs AL, Shapiro M.
antianginosa-em-hospital-universitario-de- Time to treatment for acute coronary
vassouras-rj/ syndromes: the cost of indecision. J
116. Mendes AS, Reis VRSS, Menezes TMO, Cardiovasc Nurs. 2010 Mar/Apr;25(2):106-14.
Santos CAST, Mussi FC. Access of patients with Doi: 10.1097/JCN.0b013e3181bb14a0
myocardial infarction to cardiology reference 125. Coventry LL, Bremmer AP, Williams TA,
hospitals. Acta Paul Enferm. 2014;27(6):505- Jacobs IG, Finn J. Symptoms of myocardial
12. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1982- infarction: concordance between paramedic
0194201400083 and hospital records. Prehosp Emerg Care.
117. Ponte KMA, Silva LF, Aragão AEA, Guedes 2014 July/Sept;18(3):393-401. Doi:
MVC, Zagonel IPS. Contribution of nursing 10.3109/10903127.2014.891064
clinical care for psycho-spiritual comfort of 126. McSweeney JC, O’Sullivan P, Cleves MA,
women with acute myocardial infarction. Esc Lefler LL, Cody M, Moser DK, et al. Racial
Anna Nery Rev Enferm. 2012 differences in women’s prodromal and acute
Oct/Dec;16(4):666-73. Doi: myocardial infarction symptoms. Am J Crit
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 262
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

Care. 2010 Jan;19(1):63-73. Doi: a two year experience with 250 patients. Am J
10.4037/ajcc2010372 Cardiol. 1967;20(4):457-64. PMID: 6059183
127. Jarai R, Huber K, Bogaerts K, Sinnaeve 136. Conselho Internacional de Enfermeiros.
PR, Ezekowitz J, Ross AM, et al. Prediction of Classificação Internacional para a Prática de
cardiogenic shock using plasma B-type Enfermagem - CIPE® - versão 2015. São
natriuretic peptide and the N-terminal Paulo: Algol; 2015.
fragment of its pro-hormone concentrations in 137. Martins HS, Neto RAB, Velasco IT.
ST elevation myocardial infarction: An analysis Emergências clínicas: abordagem prática. 8th
from the ASSENT-4 Percutaneous Coronary ed. Manole: São Paulo; 2013.
Intervention Trial. Crit Care Med. 2010 138. Pedrosa RBS, Rodrigues Rcm, Padilha KM,
Sept;38(9):1793-801. Doi: Gallani MCBJ, Alexandre NMC. Factor analysis
10.1097/CCM.0b013e3181eaaf2a of an instrument to measure the impact of
128. Rana S, Tran T, Luo W, Phung D, Kennedy disease on daily life. Rev Bras Enferm. 2016
RL, Venkatesh S. Predicting unplanned July/Aug;69(4):697-704. Doi:
readmission after myocardial infarction from http://dx.doi.org/10.1590/0034-
roctinely collected administrative hospital 7167.2016690412i
data. Aust Health Rev. 2014 Sept;38(4):377- 139. Lewis SL, Dirksen, SR, Heitkemper MM,
82. Doi: 10.1071/AH14059 Bucher L, Camera IM. Tratado de enfermagem
129. McSweeney J, Cleves MA, Fischer EP, médico–cirúrgica: avaliação e assistência dos
Moser DK, Wei J, Pettey C, et al. Predicting problemas clínicos. 8th ed. São Paulo:
coronary heart disease events in women: a Elsevier; 2013.
longitudinal cohort study. J Cardiovasc Nurs. 140. Perry G, Potter PA, Elkin MK.
2014 Nov/Dec;29(6):482-92. Doi: Procedimentos e intervenções de
10.1097/JCN.0b013e3182a409cc enfermagem. 5th ed. São Paulo: Elsevier;
130. Kuhn L, Page K, Rolley JX, Worrall-Carter 2013.
L. Effect of patient sex on triage for ischaemic 141. Loscalzo, J. Medicina cardiovascular de
heart disease and treatment onset times: a Harisson. 2nd ed. Nova York: MacGraw-Hill;
retrospective analysis of Australian emergency 2014.
department data. Int Emerg Nurs. 2014
142. Pesaro AEP, Serrano Júnior CV, Nicolau
Apr;22(2):88-93. Doi:
JC. Acute myocardial infarction - acute
10.1016/j.ienj.2013.08.002
coronary syndrome with ST-segment
131. Hess EP, Perry JJ, Ladouceur P, Wells GA, elevation. Rev Assoc Med Bras. 2004
Stiell IG. Derivation of a clinical decision rule Apr/June;50(2):214-20. Doi:
for chest radiography in emergency http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
department patients with chest pain and 42302004000200041
possible acute coronary syndrome. CJEM. 2010
143. Grosmaitre P, Le Vavasseur O, Yachouh E,
Mar;12(2):128-34. PMID: 20219160
Courtial Y, Jacob X, Mevran S, et al.
132. Canesin MF, Timerman S. Treinamento de Significance of atypical symptoms for the
emergências cardiovasculares avançado da diagnosis and management of myocardial
Sociedade Brasileira de Cardiologia. São infarction in elderly patients admitted to
Paulo: Manole; 2013. emergency departments. Arch Cardiovasc Dis.
133. Ferreira ARPA, Mendes SL, Gonçalves F, 2013 Nov;106(11):586-92. Doi:
Monteiro P, Monteiro S, Pêgo M. Intensive 10.1016/j.acvd.2013.04.010
glycemic control in patients with acute 144. Siqueira JTT, Teixeira MJ. Dores
myocardial infarction: diabetes time duration orofaciais: diagnóstico e tratamento. São
counts! Int J Cardiovasc Sci. 2015 Paulo: Artes Médicas; 2012.
Dec;28(6):487-95. Doi:
145. Souza RP. Dicionário de Termos Técnicos
http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-
e Médicos. Joinville: Clube de Autores; 2015.
4802.20150069
146. Dodson JA, Arnold SV, Reid KJ, Gill TM,
134. Mello BHG, Oliveira GBF, Ramos RF, Lopes
Rich MW, Masoudi FA, et al. Physical function
BBC, Barros CBS, Carvalho EO, et al.
and independence 1 year after myocardial
Validation of the killip-kimball classification
infarction: observations from the Translational
and late mortality after acute myocardial
Research Investigating Underlying disparities
infarction. Arq Bras Cardiol. 2014
in recovery from acute myocardial infarction:
Aug;103(2):107-17. Doi:
patients' health status registry. Am Heart J.
http://dx.doi.org/10.5935/abc.20140091
2012 May;163(5):790-6. Doi:
135. Killip T, Kimball JT. Treatment of 10.1016/j.ahj.2012.02.024
myocardial infarction in a coronary care unit:
147. Levine DA, Davydow DS, Hough CL, Langa
KM, Rogers MAM, Iwashyna TJ, et al.
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 263
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i01a22664p247-264-2018

Passinho RS, Sipolatti WGR, Fioresi M et al. Sinais, sintomas e complicações do infarto agudo...

Functional disability and cognitive impairment


after hospitalization for myocardial infarction
and stroke. Circ Cardiovasc Qual Octcomes.
2014;7(6):863-71. Doi:
10.1161/HCQ.0000000000000008

Submissão: 05/06/2017
Aceito: 13/11/2017
Publicado: 01/01/2018
Correspondência
Renata Soares Passinho
Universidade Federal do Sul da Bahia - Campus
Sosígenes Costa
BR 367, Km 31
CEP: 45810-000 − Porto Seguro (BA), Brasil
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(1):247-64, jan., 2018 264

Você também pode gostar