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Universidade Agostinho Neto

Instituto Superior de Ciências de Saúde


Departamento de Psicologia

A Influência das Condições de Aprendizagem no desempenho Escolar


dos Alunos da Escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032, no
Município do Rangel em Luanda

Trabalho de Fim do Curso apresentado para


a obtenção do Grau de Licenciada em Psicologia
Opção: Psicologia Escolar

Por

Luzia Domingos Pacheco

Tutor: Carlinhos Zassala, Ph. D


Co-tutor: Nsanda Wa Makumbu, Lic

Luanda/2016
A Influência das Condições de Aprendizagem no desempenho Escolar
dos Alunos da Escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032, no
Município do Rangel em Luanda

Trabalho de Fim do Curso apresentado para


a obtenção do Grau de Licenciada em Psicologia
Opção: Psicologia Escolar

Por

Luzia Domingos Pacheco

Tutor: Carlinhos Zassala, Ph. D


Co-tutor: Nsanda Wa Makumbu, Lic

Luanda/2016
INTRODUÇÃO

O trabalho aqui apresentado tem como temática “Estudo Sobre a Influência das
Condições de Aprendizagem no Desempenho Escolar dos Aluno da Escola do I Ciclo do
Ensino Secundário nº 5032” onde procuramos abordar as condições que propiciam um
bom desempenho escolar.

A formação do homem, passa necessariamente no investimento condigno na construção


de infraestruturas escolares suficientes; trabalhar para diminuir a pobreza que afecta a
população angolana que tem reflectido no rendimento escolar dos alunos.

A estrutura do nosso trabalho está constituída por quatro capitulo:

No capítulo I, focamos os seguintes temas; Formulação do problema, importância do


trabalho, objetivos do estudo, formulação das hipóteses, limitação e delimitação do
estudo; no capítulo II, definimos alguns conceitos relacionados com o desempenho
escolar. Vimos os fundamentos teóricos onde destacamos algumas teorias psicológicas
da aprendizagem em que nos baseamos, fizemos uma abordagem teórica desenvolvendo
vários subtemas ligados ao tema em questão e por últimos apresentamos a revisão
bibliográfica.

No capítulo III, debruçamos sobre a metodologia, onde foram apresentados os seguintes


elementos: população e amostra, variáveis dependente e independente, técnicas e
instrumentos, modelo de pesquisa, procedimento e dificuldades encontradas.

No capítulo IV, apresentamos os resultados do inquérito por nós realizados, no qual são
confirmadas (1, 2 e 3) e rejeitas (4) a hipótese por nós testadas: apresentação, análise
quantitativa e qualitativa, exploração dos testes estatísticos do qui-quadrado.

Finalmente, apresentamos as conclusões, sugestões e recomendações.

O trabalho foi feito através de consultas bibliográficas especializadas, inquérito por


observação e questionário à professores e encarregados de educação e outros agentes da
educação e outros agentes da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 032 do município
do Rangel, em Luanda, e exploração de testes estatísticos de significância de Qui-
Quadrado.

Com a realização deste trabalho chegamos as seguintes conclusões: A desestruturação


familiar é um dos factores que influenciam o desempenho escolar dos alunos da escola
do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel.
- A dificuldade sócio-económica da família é um dos factores que influenciam no
desempenho escolar dos alunos da escola do Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.

- A má formação psicopedagógica dos factores preponderantes para o desempenho


escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do
Rangel.

- A imaturidade psicomotora dos alunos é um dos factores preponderantes para o


desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.
CAPITULO I – PROBLEMA

1.1- Formulação do Problema

Muito tem se falado sobre as condições de aprendizagem que as crianças e jovens


enfrentam na escola, família e sociedade em geral. A escola deve ser o lugar onde as
crianças sintam vontade de ir, que peçam aos pais para as levarem e acima de tudo um
lugar que possibilite o conhecimento e aprendizagem.

O ambiente doméstico exerce um importante papel para determinar se qualquer aluno


aprende bem ou mal.

Muitos casos, de dificuldades de aprendizagem são decorrentes de metodologia


inadequada, professores desmotivados e incompreensíveis. A escola deve ser a segunda
casa do educando, um lugar onde ele possa se sentir bem e entre amigos, contar com o
corpo docente sempre que precisar que precisar ou sempre que tiver um problema
familiar.

A escola é um dos agente responsáveis pela integração da criança na sociedade, além da


família. É um componente capaz de contribuir para o bom desenvolvimento de uma
socialização adequada da criança, através de atividades em grupo, de forma que capacite
o relacionamento e participação activa dos mesmos, caracterizando em cada criança o
sentimento de sentir-se um ser social.

A psicologia da aprendizagem estuda o processo pelo qual as formas de pensar e os


conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados pelo ser humano. A
aprendizagem é, portanto um processo pelo qual o ser humano (individuo histórico) se
apropria do conteúdo da experiência produzida pela sociedade.

A aprendizagem é um aspecto relevante na vida do homem, no entanto, os estudos têm


constatado várias dificuldades ocorridas durante o processo de escolarização.de lembrar
que o povo angolano passou por um período de guerra fracida que levou com que muitos
problemas sociais surgissem dentre eles a questão do ensino.

Muito se tem falado nos órgãos de informação que o nosso país ainda existe escolas em
que os alunos ainda sentam em bancos de latas e a carência das matérias ensinadas
elevando com isso o índice de sucesso escolar nas nossas escolas. Segundo a realidade
que vivemos podemos dizer que muitas famílias não possuem capacidade de criar um
ambiente normal.
O ambiente familiar e escolar deve ser o mais acolhedor para que a criança desenvolva
de maneira integra a sua personalidade.

Os factores ou condições que propiciam o sucesso ou fracasso no processo de ensino


aprendizagem dividem-se em três variáveis interligadas a que podemos chamar de:
ambiente, psico-pedagógico.

O sucesso do aluno na escola é esperado tanto pelos seus professores como por seus
familiares. E não só os pais possuem muitas expectativas quanto ao processo de
aprendizagem de seus filhos, desejando sempre uma boa adaptação e um bom
aproveitamento.

No nosso dia a dia de nossa atividade como professora e não só, pelo número de
informações divulgadas pelos órgãos de informação, segundo o qual o ministério de tutela
tem enviado esforço no sentido de oferecer cada vez mais uma educação de qualidade
colocando ao dispor do corpo docente sob sua tutela todas as condições que permitam
que o processo de ensino e aprendizagem se efectue e que os níveis de sucesso escolar
atinjam grandes percentagem nas escolas do I Ciclo do ensino secundário.

É nessa perspectiva que sentimentos a necessidade de abordar esta problemática no nosso


estudo com objectivo de esclarecemos sobre a influência das condições de ensino e
aprendizagem nos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município
do Rangel em Luanda sobre o sucesso escolar.

Nesse trabalho partiremos das seguintes questões cientificas:

- Será que o ambiente familiar desestruturado é uma das condições que influenciam no
desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel?

- A dificuldade sócio-económica da família seriam um dos factores que influenciam no


desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel?

- Será que a má formação dos professores é uma das condições que influenciam no
processo de ensino-aprendizagem dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário
nº 5032 do município do Rangel?
- A imaturidade psicomotora dos alunos é uma das condições que dificultam a
aprendizagem dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município
do Rangel?

1.2- Importância do estudo

Na escola e na sociedade, as crianças e adolescentes são sujeitos em formação. No


entanto, nem sempre surgem em posição privilegiada, no sentido de se apresentarem em
condições físicas, psíquicas, culturais e emocionais para aprendizagem.

O desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos requer o conhecimento


prévio da sua realidade individual. Nessa ordem de ideias que julgamos que a
problemática das condições de aprendizagem é um assunto que se mostra actual e que
tem um grande impacto no processo de ensino e aprendizagem de todo tecido social
estudantil e não só.

Com a realização deste trabalho procuramos apontar as condições que influenciam na


aprendizagem e no rendimento escolar dos alunos.

1.3- Objectivo de estudo

Neste estudo visamos alcançar os seguintes objectivos:

1.3.1- Objectivo geral:

- Descobrir factores que influenciam as condições de aprendizagem no desempenho


escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino secundário.

1.3.2- Objectivos específicos:

1- Analisar as condições de aprendizagem que influenciam o desempenho escolar


dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário.
2- Identificar as condições de aprendizagem que influenciam o desempenho escolar
dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do
Rangel.
3- Apontar soluções que contribuem para o sucesso escolar dos alunos da escola do
I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel.
1.4- Formulação das hipóteses

O presente estudo sobre a influência das condições de aprendizagem no desempenho


escolar dos alunos da escola nº 5032 do município do Rangel levo-nos a formular as
seguintes hipóteses:

H1 – A desestruturação familiar é um dos factores que influenciam negativamente no


desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.

H2 – A dificuldade sócio-económica da família é um dos factores que influenciam no


desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.

H3 – A má formação psicopedagógica dos professores é um dos factores que influenciam


no desempenho escolar alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.

H4 –A imaturidade psicopedagógica dos alunos é um dos factores preponderantes para o


desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.

1.5- Limitação e delimitação do estudo.

Tendo em conta as dificuldades em trabalho com todos os alunos da escola do I Ciclo do


Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel limitamos o nosso estudo sobre a
influência das condições de aprendizagem no desempenho escolar dos alunos da escola
do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel.

O município do Rangel situa-se no centro da nossa cidade, tem uma superfície de 6,30km2
e uma população estimada em 600.000 habitantes, na qual 60% é operário, 30% é
camponês e 10% intelectuais.

O município tem um total de 29 escolas construídas pelo Estado e cinco comparticipadas.

Considerando que as investigações em ciências sociais e humanas não são consideradas


perfeitas havendo a probabilidade de existir uma margem de erro na ordem dos 5% erros
de nível ortográficos, gramatical, de digitação que pensamos que não considerarem este
trabalho como um produto acabado, mas que pode ser corrigido com a leitura do mesmo.
CAPITULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- Definição de termos

Neste ponto passaremos alguns termos que achamos pertinentes para melhor elucidarmos
os nossos leitores.

Aprendizagem

Segundo STRATTON e HAYES “aprendizagem como sendo uma mudança


relativamente duradoura no conhecimento, no comportamento ou na compreensão que
resulta da experiência”(1)

Aprendizagem

Brunner e Zeltner, definem aprendizagem “é um processo de apropriação e mudança de


comportamentos ou de estruturas cognitivas”(2)

Aprendizagem: a aprendizagem é mudança de comportamento. Isto é quando repetimos


comportamentos já realizados anteriormente. Só há aprendizagem na medida em que
houver uma mudança no comportamento.

“Aprendizagem é a mudança de comportamento resultante da experiência. Quase todos


os nossos comportamentos são aprendidos, porque que há comportamentos que resultam
da maturação ou do crescimento de nosso organismo e, portanto, não constituem
aprendizagem: respiração, digestão, salvação.

Desempenho escolar

Entendemos por desempenho escolar como sendo a actuação de um indivíduo durante


uma tarefa ou atividade, neste caso o desempenho escolar é a actuação de um aluno
durante a vida escolar.

Factores

Segundo Mauro Laeng diz “o termo fator pode designar condições ou causas que
concorrem para a realização de um acontecimento”(4)

_______________________
(1) Peter STRATTON e Nicky HAYES, Dicionário de psicologia, p.14
(2) BRUNER e ZELTNER, Dicionário de psicopedagogia e psicologia educacional, p. 19
(3) Nelson PILLETI, Psicologia Educacional, p. 33
(4) Mauro LAENG, Dicionário de pedagogia, p. 165
2.2- Fundamentos teóricos

No presente ponto faremos abordagem de alguns subtemas que estão ligados ao nosso
trabalho, daremos o embasamento teórico com menção de algumas teorias psicológicas
da aprendizagem.

2.2.1- O papel do professor no processo de ensino e aprendizagem

O professor é aquele exerce uma profissão ou vocação de ajuda ao serviço do


desenvolvimento total dos alunos. Segundo dicionário de psicopedagogia, o professor
como “qualquer pessoa que procura, de forma planejada, produzir modificações em
determinadas pessoas (grupo de pessoas) no campo do saber, das atitudes, das aptidões e
das habilidades.” (5)

Aprendizagem é produto de uma interação complexa e continua entre hereditariedade e o


meio ambiente. Este processo pode ser influenciado tanto na vida pós-natal. Causas
podem ser inúmeras; familiar afectiva, socioeconómica e motivacional.

O professor, desde a educação infantil até a universidade, representa um dos elementos


chave na formação e desenvolvimento de gerações mais abertas, livres, seguras,
competentes e sobretudo, mais felizes e eficientes em suas vivencias e resultados. Dai a
famosa expressão «o mestre devera servir de modelo, através da sua simpatia, do seu
comportamento, criando uma relação afectiva.»(6)

Ele não pode apenas estar preocupado com o carácter académico e de transmissão de
conhecimento. Mas deve estar consciente das suas possibilidades transformadoras que a
sociedade precisa para acionar o processor de mudanças e compensar o seu esforço. A
este propósito nos é apresentado o seguinte pensamento. «A meta é ambiciosa, mas
merece que o tenhamos presente e comecemos a agir para alcançar-la.»(7)

O professor deve ser uma pessoa com auto-estima elevada, para projectar em seus alunos
um modelo, que os motive e ajude conseguir uma formação pessoal. Dentro deste
pensamento encontramos a seguinte ideia. “Pensai um pouco num professor ainda que
ignorante mas verdadeiramente entusiasta capaz de comunicar aos alunos a sua sede de

________________________
(5) BRUNER e ZELTNER, op. cit. P.203
(6) Voli, Franco, Auto estima do professor, p.13
(7) Ibid, p.25
saber.”(8) Com esta perspectiva fundamental os professores jogam um papel essencial
para atingir importantes mudanças no processo de fazer politicas ligadas a liberdade de
homem, e consequentemente a transformação e desenvolvimento do mundo e da
sociedade.

O professor deve ser uma pessoa com auto-estima elevada, para projectar em seus alunos
um modelo, que os motive e ajude conseguir uma formação pessoal. Dentro deste
pensamento encontramos a seguinte ideia. “Pensai um pouco num professor ainda que
ignorante mas verdadeiramente entusiasta capaz de comunicar aos alunos a sua sede de
saber.”(9), Com esta perspectiva fundamental os professores jogam um papel essencial
para atingir importantes mudanças no processo de fazer politicas ligadas a liberdade de
homem, e consequentemente a transformação e desenvolvimento do mundo e da
sociedade.

Assim, sendo o professor pode ser entendido como aquele que é capaz de desenvolver
uma acção de desenvolver no individuo capacidades intelectuais, físicas, morais e
condutas que visam a sua integração social. Para alcançar tal feito não basta uma única
ou nova metodologia, exige-se muito mais do professor necessário possuir-se, além do
mais, verdadeira capacidade profissional e um autêntico espírito criador, este respeito nos
diz Tavares, «O melhor professor é aquele que se empenha muito mais do que em ensinar,
mas sim em fazer nascer e manter sempre vivo o desejo de aprender» (9)

De tudo quanto se afirmou, muito se pode inferir que ser professor é uma missão difícil,
mas, por outro lado uma das atividades mais nobres e fascinante; é possuir um conjunto
excepcional de qualidade para a docência; é dedicar-se, de alma e coração, aos alunos e a
escola, é aquela que professa, ou seja, é abraçar, com toda a convicção, uma ciência, uma
arte, uma atividade a de ensinar.

2.2.2- O papel da família no processo de ensino e aprendizagem

A família como instituição fundamental de qualquer sociedade, tem o papel de reprodução


social, no contexto económico, cultural e social em que se insere transmitindo herança
cultura de geração em geração.

É no ambiente familiar e escolar que o sujeito se depara de acordo aos padrões culturais
e sócio-historicos pré-definidos para actuar na sociedade. Nesse sentido, é interessante

_______________________
(8) Tavares, A. HENRIQUES, A motivação na escola activa, p. 26
(9) Ibid, p. 36
realizar um estudo sobre a influência da família no processo de aprendizagem e sobre
como se dá ou não o processo de articulação escola e a família constituem-se como
referenciais fundamentais para formação do educando e é nessa articulação que a
educação acontece de forma insubstituível. É necessário que haja a aproximação desses
dois contextos a partir de uma acção colectiva, que complete a acção, já que tanto o
contexto familiar quanto o contexto escolar apresentam aspectos positivos e negativos.

Considera-se que a família na relação com a escola participa na construção do sucesso


escolar de diferentes maneiras. Suas acções podem contribuir ou não para a permanência
duradoura do filho na escola. Alguns pais apresentam uma postura contrária a escola não
estimulando a escola a fiscalização de seus filhos. Outras expectativas de satisfazerem
seus desejos de estudar não alcançados e de superar a condição social em que vivem
transmitem conselhos, valores e costumes familiares em relação aos estudos, que nem
sempre são aprendidos pelos filhos que em alguns casos, acabam apresentando
comportamento de resistência à escola.

A família também deve oferecer condições adequadas para que o binómio ensino
aprendizagem se realize com sucesso.

Actualmente o conceito de família em Angola, está perder o seu real papel pelo facto de
que na nossa sociedade tem se notado ausência de valores cívico e morais adquiridos na
família.

É a família responsável pelas primeiras experiências educacionais que a criança adquire.


Concordamos com Luís F. da Silva (2001) que afirma que “a família é um lugar
privilegiado para a educação e o desenvolvimento, é a intermediária entre a criança e o
mundo.” (10)

2.2.3- Factores determinantes no processo de ensino-aprendizagem

Passaremos a fazer abordagem de alguns factores que contribuem para o processo de


ensino e aprendizagem. Contando com isso com o contributo de obras de alguns
estudiosos entendidos na matéria.

__________________________
(10) Luísa Ferreira da SILVA, Acção social na área d família, p. 60
2.2.3.1- Factores sócio-económicos

As variáveis sócio-económicos exercem importante influencia na aprendizagem da


criança, porque quanto maior for o agregado família, as condições de habitação entre
outras chegam a condicionar o processo de maturação do organismo da criança.

O baixo nível sócio-económico das famílias onde esses alunos provêem tem contribuído
de forma significativa no baixo desempenho escolar de alguns alunos. Visto que a não
satisfação das necessidades básicas da família provocam grandes equilíbrios na
produtividade dos alunos, no que concerne aprendizagem. Corroboramos com Zassala
que a afirma que “os factores sócio económico e culturais estão basicamente relacionados
com a classe social na qual a pessoa nasce”(11). Conhecendo a realidade das condições
sócio econômica dessas famílias podemos afirmar que é um fator que contribui
significativamente no processo de ensino-aprendizagem.

2.2.3.2- A relação do professor e alunos no processo de aprendizagem

O fenómeno educativo é complexo e abrange diversas facetas que, inter-relacionadas,


contribuem para a construção do processo de ensino e aprendizagem.

As relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização


comportamental e profissional de um indivíduo. Neste contexto a análise dos
relacionamentos entre professor e aluno envolve interesses e intenções, sendo esta
interação o expoente das consequências, pois a educação é uma das fontes mais
importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros
da espécie humana.

Neste sentido, a inteiração estabelecida caracteriza-se pela selecção das matérias,


organização, sistematização didáctica para facilitar o aprendizado dos alunos e exposição
onde o professor demonstrará seus conteúdos. Segundo GADOTTI (1999), o professor
para por em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve
antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo.

Desta maneira, o processo de aprendizagem se torna mais interessante quando aluno se


sente competente pelas atitudes e métodos de motivação na sala de aula. O prazer pelo
aprender não é uma actividade que surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma
tarefa que cumprem com a satisfação, sendo em alguns casos encarada como obrigação.

_______________________
(11) Carlinhos ZASSALA, O jovem angolano e a escolha profissional, p. 71
Para que isso seja, possível o professo deve despertar a curiosidade dos alunos,
acompanhando suas acções no desenvolver das atividades.

2.2.3.3- A não formação psicopedagógica dos professores

A aprendizagem é a aquisição de novos comportamentos, que são incorporados no


repertório individual de cada indivíduo de cada pessoa. O professor tem a missão de
facilitador no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, devendo ele criar condições
básicas para promover a aprendizagem no aluno, constituindo dessa forma o objectivo
principal do professor; para atingir este objectivo não basta ao professor dar uma boa aula,
trabalhar bem os conteúdos, ele deve ter bem claras as concepções teóricas que
fundamentam a sua actividade educativa.

Pensamos nós que a formação psicopedagógica do professor é um elemento


preponderante para que ele consiga satisfazer com as responsabilidades que lhe são
incumbidas no processo de ensino. Segundo João Lopes e Robert (2001) “do professor
espera-se que ensine e que constitua para os alunos um modelo credível com o qual eles
se possam identificar”(12). O professor, por isso mesmo, não é só por aquilo que se diz ou
ensina, mas também por aquilo que é. A sua formação pedagógica constitui uma condição
sine qua-nom para que o rendimento escolar do aluno seja uma garantia segura.
Corroboramos com Zassala (2003) “o professor do ensino primário, principalmente, além
dos conhecimentos científicos ou da formação cultural deve ser portador de
conhecimentos psicopedagógicos que irão permitir-lhe conhecer os seus alunos, bem
como as técnicas de transmissão de conhecimento”(13). De facto que o processo de ensino
só é possível concretizá-lo com eficácia quando as condições para tal estejam preparadas.

2.2.3.4- As condições do ambiente familiar

É a família quem primeiro proporciona experiência educativas à criança, no sentido de


orientá-lo e dirigi-la. Tais experiências resumem se num treino que, algumas vezes, é
realizado no nível consciente, mas que na maior parte das vezes, acontece sem que os pais
tenham consciência de que estão tentando influir sobre o comportamento dos filhos.

Os pais e professores estão sempre ensinando simultaneamente em diferentes níveis de


consciência, e as crianças estão sempre aprendendo em diferentes níveis, as coisas
ensinadas ou aprendidas conscientemente podem ou não ser importantes e podem ou

_______________________
(12) João LOPES & Roberte RUTHERFORD, Problemas de comportamento na sala de aula, p.9
(13) Carlinho ZASSALA, A orientação escolar e profissional, p.58
fixar-se. Ainda segundo esse autor, o que é ensinado e aprendido inconscientemente tem
mais probabilidade de permanecer. Na família ocorre o mesmo, a criança retém
definitivamente os sentimentos que seus pais têm em relação a ela e a vida em geral. Esses
sentimentos serão a base para o conceito que ela formará de si própria (auto-conceito) e
do mundo.

Uma criança que é desprezada aprende a despreza-se; uma criança que é amada e aceite,
tentará a desenvolver atitudes positivas para a formação do seu auto-conceito. Na escola,
o professor deve estar sempre atento às estapas do desenvolvimento do aluno, colocando-
se na posição de facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo,
na confiança e no afecto, é de suma importância, portanto, que o professor conheça o
processo de aprendizagem e esteja interessado nas crianças como seres humanos em
desenvolvimento. Ele precisa saber o que seus alunos são fora da escola como são suas
famílias. A família e a escola tornam se dois motores de aprendizagem e desenvolvimento
para a criança, com papeis e competências específicas e complementares.

Os pais devem acompanhar o desempenho escolar dos seus filhos continuamente e não
esperar o fim do período ou fim do ano para se inteirarem do sucesso ou do malogro dos
mesmos. Além disso, devem ajudar os filhos no cumprimento dos trabalhos de casa e
encontrar formas adequadas de superar as dificuldades tanto escolares como sociais
apresentadas por elas. Esta participação familiar na vida escolar dos filhos deveria
realizar-se, mais intensa e adequadamente através das reuniões dos círculos de pais e
professores, onde são discutidos problemas relacionados com a vida escolar.

Na linguagem comum, falar em insucesso escolar implica necessariamente falar em


reprovações há um grande insucesso quando as reprovações existem.

2.2.4- O insucesso escolar

O drama de insucesso escolar é recente a partir dos anos sessenta que encontramos as
suas primeiras manifestações, foi então que se começou a exigir que as escolas, que por
razões económicas e igualitárias, encontrassem formas de garantir o sucesso escolar de
todos os alunos que era então atribuída ao foro individual, tornou se substancialmente um
problema insuportável sob o ponto de vista social. A preguiça, a falta de capacidade ou
interesse, deixaram de ser aceites como explicação para o abandono todos os anos de
milhares e milhares de crianças e jovens do sistema educativo, a culpa do seu insucesso
escolar passou a ser assumida como um fracasso de toda a comunidade escolar, sistema
não fora capaz de os motivar, reter, fazer como tivessem êxito e o desafio tornou-se
tremendo, já que todos os casos individuas se transformaram em problemas sociais.

2.2.5- Teorias de aprendizagem

Neste ponto faremos menção de algumas teorias que dão suporte ao processo de ensino-
aprendizagem.

A psicologia da aprendizagem se vale de teorias que procuram explicar, através de


diferentes enfoque, como os indivíduos aprendem, como se expressa o desenvolvimento
mental de uma pessoa e como se estruturam os modelos institucionais.

É importante que o professor detenha o conhecimento sobre essas abordagens teóricas


para a melhoria da qualidade de ensino, bem como sobre utilização de métodos, técnicas
e recursos de instrução. Cada uma dessas abordagens apresenta uma visão do processo
ensino-aprendizagem.

2.2.5.1- Teoria de aprendizagem de Jean Piaget

Piaget, quando descreve que a aprendizagem, tem um enfoque diferente do que


normalmente se atribui à esta palavra. Piaget separa o processo cognitivo inteligente em
duas palavras: aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, segundo Macedo (1994), a
aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da
experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria
uma aprendizagem de facto, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos.

Piaget, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a,


basicamente, em 4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (Piaget, 1975).
Essas 4 fases são:

Sensório-motor (0-2 anos)

Pré-operatório (2-7,8 anos)

Operatório-concreto (8-11 anos)

Operatório-formal (11-14 anos)

Sensório-motor

Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebé começa a construir


esquemas de acção para assimilar mentalmente o meio (Lopes, 1996). Também é marcado
pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (Macedo,
1991). Segundo Lopes, as noções de espaço e tempo são construídas pela acção,
configurando assim, uma inteligência essencialmente prática.

De acordo com Macedo (1991) é assim que os esquemas vão “pouco à pouco”,
diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos
objectos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa.” (14)
Nitzke et ali (1997) dizem que o contacto com o meio é directo e imediato, sem
representação ou pensamento.

Exemplos:

O bebé pega o que está em sua mão; “mama” o que é posto em sua boca; “vê” o que está
diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objecto, pegá-lo e levá-lo
a boca.

Pré-operatório

É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento


por uma representação (Piaget e Inhelder, 1982), e esta substituição é possível, de acordo
com Piaget, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido
como o estágio da Inteligência Simbólica.

Exemplos:

Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de
salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são
diferentes. Não relaciona as situações.

Operatório-concreto

Segundo Nitzke e ali (1997), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço,
velocidade, ordem,casualidade, … sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e
abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata,
depende do mundo concreto para abstrair.

Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a


capacidade da representação de uma acção no sentido inverso de uma anterior, anulando
a transformação observada.
Exemplo:

Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança
diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança
já diferencia aspectos e é capaz de “refazer” a acção.

Operatório-formal

Segundo Wadsworth (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança


alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à
criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às
relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular
hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.

Em outras palavras, as estruturas cognitivas das crianças alcançam seu nível mais elevado
de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio logico a todas as classes de
problemas.

Exemplos:

Se lhe pedem para analisar um proverbio como “ de grão em grão, a galinha enche o
papo”, a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma
galinha comendo grãos.

Esta corrente teórica da aprendizagem defende que o comportamento de cada indivíduo


resulta não somente do ambiente, mas também da sua representação cognitiva.

2.2.5.2- Teoria de aprendizagem social de Albert Bandura

Por entender que os condutivistas oferecem uma explicação parcial ao entendimento do


aprendizado, é que alguns psicólogos levantam as questões relativas a influência do social
no aprendizado. Dentre estes, destaca-se Bandura com a sua teoria cognitiva social (que
considera o papel das atitudes, das expectativas e das crenças), Wallon com seu estudo
da evolução psicológica da criança (da passagem do orgânico ao psíquico, que equivale
a síntese entre o indivíduo e o sócia) e Freinet com os métodos naturais (onde considera
o “meio vivo” mais amplo que os meios escolares, e para o qual a educação não é uma
formula de escola, mas sim uma obra de vida).
2.2.5.3- Teoria de aprendizagem de Thorndike

Segundo Thorndike, aprendizagem consiste na formação de ligação (conexões) estimulo-


resposta (E-R) que se originam a partir de impulsos directos para a acção, e não a partir
da consciência ou de ideias.

A tônica da visão do mundo behaviorista está nos comportamentos observáveis e


mensuráveis do sujeito e nas respostas que ele dá aos estímulos externos. Está também
naquilo que acontece após a emissão das respostas, ou seja, na consequência. Tanto é que
uma ideia básica do behaviorismo mais recente é a de que “o comportamento é controlado
pelas consequências”: se a consequência for boa para o sujeito, haverá uma tendência de
aumento na frequência da conduta e, ao contrário, se for desagradável, a frequência de
resposta tenderá a diminuir.

Grande parte da acção docente consistia em apresentar estímulos, e, sobretudo, reforços


positivos (consequências boas para os alunos) na quantidade e no momento correcto, a
fim de aumentar ou diminuir a frequência de certos comportamentos dos alunos.

As aprendizagens desejadas, aquilo que os alunos deveriam aprender, eram expressas em


termos de comportamentos observáveis. Os objectivos comportamentais definiam, da
maneira mais clara possível, aquilo que os alunos deveriam ser capazes de fazer, enquanto
tempo e sobre que condições, após a instrução. A avaliação consistia em verificar se as
condutas definidas nos objectivos comportamentais eram de facto apresentadas no final
da aula. Se isto acontecia, admitia-se, implicitamente, que havia ocorrido a aprendizagem.

2.2.5.4- Teoria de aprendizagem de Skinner

As teorias que explica a aprendizagem, através do condicionamento reflectem uma


concepção empirista do desenvolvimento e aprendizagem humanos, uma vez que seu
pressuposto básico é o de que forças externas aos indivíduos são os determinantes
principais de seu comportamento. Dentro de tal visão o indivíduo é sempre paciente de
um processo que ocorre, na maioria das vezes, à revelia da sua vontade.

O modelo do condicionamento operante é a teoria que mais teve aplicação do condutismo


na aprendizagem escolar, e para Skinner ensinar é planejar um programa de contingencia
de reforço que permita ao aluno aprender novas condutas.
As teorias comportamentais entendem o aprendiz como um ser que responde a estímulos
do meio exterior, não levando em consideração o que ocorre dentro de sua mente durante
o processo. A aprendizagem é interpretada somente como mudança de comportamento.

Skinner- seu representante actual-acha que a aprendizagem ocorre devido ao reforço- e a


contingência do reforço que leva à aprendizagem.

2.3- Revisão Bibliográfica

Este ponto faz parte de qualquer trabalho cientifico e é uma das grandes preocupações de
autores de grandes obras de investigação cientifica. Relativamente no que toca o nosso
trabalha, cujo tema é: “Estudo sobre a influência das condições de aprendizagem no
sucesso escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 no
Município do Rangel em Luanda, recorremos a literatura que teve ao nosso alcance e
alguns trabalhos de investigação científica relacionado, com o nosso trabalho, tais como

A tese de mestrado do psicólogo Carlinho Zassala com o tema: Orientação escolar e


profissional em Angola, 2003 onde o autor faz uma abordagem geral do sistema educativo
angolano e chegou as seguintes conclusões.

As causas que determinam o fraco rendimento dos alunos do ensino primário que muito
bem classifica de “pedra angular de qualquer subsistema de ensino”, apontando para três
factores, no nosso país, que comprometem o desempenho escolar dos alunos do ensino
primário.

Refere-se à problemática da utilização do português como língua de ensino em Angola,


questão absolutamente pertinente na medida em que o português não é a língua materna
da maioria das crianças angolanas. Na verdade muitas delas entram somente em contacto
sistemático com a língua portuguesa quando começam a frequentar o ensino primário.

O autor aborda ainda o fraco desempenho escolar com a precária formação técnico
cultural e psicopedagógica dos professores que para além de por norma, estarem afectos
a estruturas e organismo disfuncionais que pouco ou nada contribuem para a promoção
da sua formação profissional, sentem-se ainda limitados e constrangido pela ausência
total de incentivos que se deveriam traduzir na formação contínua e em contrapartidas
sociais e económicos.

Factor apontado como condicionalmente de fraco rendimento escolar dos alunos do


ensino primário, refere-se às condições de aprendizagem na escola e em casa, que para a
a maioria são praticamente inexistentes; pode-se afirmar que os alunos e os professores
angolanos não encontram nos seus lares nem nas escolas as condições mínimas de
trabalho conducentes a uma prestação positiva de ambos.

A tese de licenciatura da Ana Fernandes dos Santos Barbosa, com o tema: “Estudo sobre
os factores determinantes do rendimento escolar dos alunos da 2ªclasse” em Luanda, caso
do município do Rangel e 2007, onde a autora faz uma abordagem comparativa dos alunos
2ª classe que tenham frequentado o ensino pré-escola e de outros do mesmo nível que não
tenham tido acesso a esta educação.

A autora faz a comparação do rendimento escolar dos alunos da 2ª classe que tiveram
acesso ao ensino pré-escola e os que não tiveram e suscitar também o interesse do governo
e das comunidades para que compreendam o impacto e a importância da frequência da
educação pré-escolar para o rendimento escolar.
CAPITULO III- METODOLOGIA

Neste capítulo vamos abordar a metodologia utilizada no nosso trabalho.

Para tal selecionamos as técnicas e os métodos que parecem mais adequados, tendo em
conta o tempo e os meios disponíveis para elaboração e apresentação do trabalho afim de
cumprir com os objectivos preconizados.

3.1- População e amostra

População é o conjunto dos elementos cujas características são objectos de investigação.


Ou seja, é o conjunto de indivíduos ou fenômenos que têm características comuns, onde
se extrai uma amostra que é parte da população dos indivíduos que a compõem que será
submetida a uma análise. Entendemos por amostra como sendo um subconjunto, uma
parte selecionada da população, na qual se faz um juízo sobre as características da
população.

Atendendo a limitação que fizemos do nosso trabalho de investigação e pelo facto de não
ser um estudo abrangente de todo universo populacional, por diversos factores, decidimos
como população alvo os alunos e professores da escola do I Ciclo do Ensino Secundário
de ambos os sexos. Para a recolha dos dados escolhemos aleatoriamente alguns
professores e alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032.

Tendo em conta que a nossa pesquisa abrange apenas a escola do município do Rangel.
A população do nosso trabalho é constituída por 1045 alunos e 75 professores de ambos
os sexos. A amostra do nosso estudo será constituída por 80 elementos.

3.2- Variáveis

Neste trabalho de investigação temos como variáveis a controlar, dependente e


independentes.

3.2.1- Variável dependente

Como variável dependente do nosso estudo definimos:

- Desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do ensino secundário nº 5032.

3.2.2- Variáveis independentes

Entendemos por variável independente como a aquela que influencia, ou seja, afecta uma
outra variável.
Nessa óptica foram definidas como variáveis independentes todas as condições que têm
influência no desempenho escolar dos alunos da escola do I ciclo do município do Rangel
nº 5032:

Os factores sócio-económicos e psicológicos; a má formação psicopedagógica dos


professores; ambiente familiar/escolar; a imaturidade psicomotora dos alunos.

3.3.- Técnicas e instrumentos

As técnicas e instrumentos que nos serviram para a colecta de informações pertinentes ao


trabalho foram sobretudo o inquérito por questionário, a observação e o método
estatístico.

3.3.1- O inquérito por questionário

É um elemento de pesquisa que consiste em colher informações através de perguntas por


escrito a respeito de um tema em estudo, a respeito de um indivíduo ou um grupo de
indivíduos. O inquérito por questionamento pode ser directo ou indirecto.

É considerado directo quando o indivíduo responde às perguntas a seu respeito e é


considerado inderecto quando é outra pessoa que responde às perguntas sem entrar em
contacto com a pessoa ou grupo estudado.

A elaboração de um questionamento de pesquisa requer que se obedeça-a algumas normas


que o tornam fidedigno, fazem parte das mesmas perguntas de ordem informativas,
opinativas, específicas e explicativas.

3.3.2- A observação

Concordamos com Carlinhos Zassala (2002) “é uma das técnicas cientificas previamente
planificada, que nos permite alcançar um objectivo pretendido por nós”(15)

Podemos dizer que a observação pode ser sistemática, quando procura seguir um roteiro
cuidadosamente preparado, bem como pode ser assistemática ou espontânea, quando o
observador registra ocorrências que vão acontecendo, na esperança de que possam
fornecer elementos válidos para o trabalho.

3.3.3- Métodos estatístico

Os métodos estatísticos são métodos matemáticos orientados que os cientistas empregam


para organizar, descrever e interpretar os dados.
3.4- Modelo de pesquisa

O nosso estudo enquadra-se no tipo de pesquisa descritiva, que é uma investigação que
procura determinar o grau de condições existentes, não se estabelece causa e efeito. Não
se pretende produzir comportamentos futuros. O pesquisador descreve de forma objectiva
de quanto ele procura saber.

A escolha deste modelo tem como objectivo mostrar como as variáveis se relacionam sem
manipulação do pesquisador. Estuda situações nas quais as relações entre variáveis já
aconteceram, por isso é uma pesquisa ex pos fact.

3.5- Procedimentos e dificuldades encontradas

Para o desenvolvimento do nosso estudo e materialização dos nossos objectivos optamos


por trabalhar com os professores e alguns alunos.

Numa primeira fase nos deslocamos à escola para esclarecermos aos professores e
membros da direcção da mesma no sentido de apresentamos o programa de trabalho que
tínhamos que realizar.

Aplicamos o instrumento de colheita de dados, onde os professores tiveram que levar os


questionários para a casa por várias razões apresentadas pelos inqueridos, tais como:
maior liberdade nas respostas, em detrimento da carga de trabalho.

. Maior tempo para responder e em hora mais livre.

Mas, em contrapartida, deparamo-nos com a devolução tardia dos inquéritos e, como se


não bastasse, muitos não entregaram, prejudicando o tempo para termo do nosso trabalho.
CAPÍTULO IV- APRESENTAÇÃO, ANALISE E INTERPRETAÇÃO DO
RESULTADOS

A fase de interpretação dos resultados é muito importante para o investigador dirimir as


incertezas sujeitas a erros, com base nos dados obtidos da nossa amostra.

Para a verificação da consistência dos dados presenciados e a possibilidade de validação


das hipóteses formuladas no capítulo I deste trabalho, recorreremos ao teste de
significância qualitativo de Qui-Quadrado (X2) para tabelas r x c (tabela com múltiplas
filas e múltiplas colunas), com uma margem de erro de 5% ou P = 0,05.

Os dados por nós obtidos com aplicação do questionário facilitou-nos, codificar, analisar
e interpretar a luz do instrumento estatístico utilizado.

Assim sendo nosso objectivo foi de verificar se os dados apresentam evidências


significante de serem aceites ou rejeitadas dos resultados utilizando para isso as formulas
que representam o cálculo da percentagem, das frequências esperadas e o Qui-Quadrado
e o somatório do Qui-Quadrado. Isto é:

X×100
Fe=
N

X – Variável

100 – Constante

N – Número total de observações

Fe = ∑ C× ∑ L⁄N

Onde: Fe – frequência esperada

∑ C -somatório das colunas

∑ L -somatório das linhas

N – Número total de observações

∑(Fo -Fe )2
x2c =
Fe

Onde: x2- Qui-quadrado

Fo – frequência observada
Fe – frequência esperada

Sendo assim obteremos a soma do Qui-Quadrado, utilizando a seguinte formula:

N=6

∑ x2C = x2C = x2c1 + x2c2 + x2c3 + x2cn

i=1

A seguir, com auxílio da tabela de distribuição do Qui-Quadrado onde determinamos o


gra u de liberdade, aplicando a seguinte formula:

𝑔1? = (𝑁𝑐 − 1)(𝑁𝐼 − 1)

g1- grau de liberdade; Nc – números de colunas; NI- número de linhas e 1 – constante.

Para interpretação dos dados recolhidos do inquérito realizados, foram agrupados em


tabelas, por habilitações literárias, onde utilizamos os cálculos estatístico dos seguintes
parâmetros:

1- Calculo da Frequência Esperada;

2- Calculo do Qui-Quadrado;

3- Cálculo do Somatório do Qui-Quadrado;

4- Calculo do Grau de Liberdade

4.1- Apresentação, analise interpretação da primeira hipótese.

A tabela nº 1 apresentamos os resultados obtidos do inquérito, sobre a opinião dos


professores e encarregados de educação, por idade, onde podemos ilustrar as frequências
observadas (Fo) e as suas percentagem resultantes de escolha de uma das alternativas sim
ou não.

Tabela 1: trata-se de uma distribuição dos inqueridos por habilitações literárias e a opinião
sobre a desestruturação familiar é um dos factores que influenciam o desempenho escolar
dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel.
Hipótese 1 A desestruturação familiar é um dos factores que influência o
desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino
Secundário nº 5032 municípios do Rangel
Habilitações Sim Não Indeciso Total
literária Fo % Fo % Fo % Fo %
Básico 2 2,6 7 9,3 7 9,3 16 21,2
Médio 26 34,6 2 2,6 8 10,6 36 47,8
Superior 15 20 3 4 5 6,6 23 30,6
Total 43 57,2 12 15,9 20 26,5 75 100
Calculo da frequência esperada e do teste estatístico do qui-quadrado.

(𝑥0 − 𝑥𝑒 )2 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2


𝑥𝑐2 = ∑ 𝑜𝑢 𝑥𝑐2 = ∑
𝑥𝑒 𝐹𝑒

∑𝐿 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2
𝐹𝑒1 = ∑ 𝐶 × 𝑥𝑐2 = ∑
𝑁 𝐹𝑒

43 × 16 2
(2 − 9,17)2
𝐹𝑒2 = = 9,17 𝑥𝑐1 = = 5,606
75 9,17

43 × 16 2
(26 − 20,64)2
𝐹𝑒 = = 20,64 𝑥𝑐2 = = 1,392
75 20,64

43 × 23 2
(15 − 13)2
𝐹𝑒 = = 13,19 𝑥𝑐3 = = 0,248
75 13,19

12 × 16 2
(7 − 2,56)2
𝐹𝑒 = = 2,56 𝑥𝑐4 = = 7.701
75 2,56

12 × 36 2
(2 − 5,76)2
𝐹𝑒 = = 5,76 𝑥𝑐5 = = 2,454
75 5,76

12 × 23 2
(3 − 3,68)2
𝐹𝑒 = = 3,68 𝑥𝑐6 = = 0,126
75 3,68

20 × 16 2
(7 − 4,27)2
𝐹𝑒 = = 4,27 𝑥𝑐7 = = 1,745
75 4,27

20 × 36 2
(8 − 9,6)2
𝐹𝑒 = = 9,6 𝑥𝑐8 = = 0,267
75 9,6

20 × 23 2
(5 − 6,13)2
𝐹𝑒 = = 6,13 𝑥𝑐9 = = 0,208
75 6,13
Em seguida, determinamos o somatório do Qui-Quadrado utilizando a seguinte formula:

n=1

∑ x2c = 5,606 + 1,392 + 0,248 + 7,701 + 2,454 + 0,126 + 1,745 + 0,267 + 0,208 = 19,747

i=1

𝑥𝑐2 = 19,747

Com auxílio da tabela de distribuição do Qui-Quadrado (ver anexo), determinamos o grau


de liberdade, tendo procedido da seguinte maneira:

Como o número de coluna (Nc) = 3, o número de linhas (NI) = 3 e a constante (c) = 4,


então o grau de liberdade é:

𝑔1 = (3 − 1)(3 − 1)

𝑔1 = (2) (2)

𝑔1 = 4

Logo, para os valores do Qui-Quadrado calculado (𝑥𝑐2 ) = 19,747 e do grau de liberdade


(g1) = 4 e o valor do Qui-Quadrado tabulado (𝑥𝑇2 ) para o ponto de significância de
probabilidade P 05 é 9,49.Comparando os dois valores temos:

𝑥𝑐2 = 19,747 > 𝑋𝑡𝑒𝑜𝑟


2
= 9,49

Considerando o nível de significância de probabilidade P 5% e tendo um grau de


2
liberdade n-1 = (3-1)(3-1) = 3, o Qui Quadrado teórico corresponde 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟 = 9,49. Este
valor é obtido consultando a tabela de Qui Quadrado, em anexo, com base nos parâmetros
correspondentes (grau de liberdade igual a 4 e o nível de significância de 5%).

Comparando o Qui Quadrado calculado ao Qui Quadrado teórico observa-se que 𝑥𝑐2 >
2
𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟 o Qui Quadrado calculado é superior ao Qui Quadrado teórico neste caso aceita-se
a hipótese alternativa ou seja, a desestruturação familiar é um dos factores que influencia
o desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel visto que o total do número de resposta sim é superior ao total de
número de resposta não o que nos levou a deduzor que a hipótese formulara no nosso
estudo tem um impacto na problemática por nós levantada.
4.2- Apresentação, analise e interpretação da segunda hipótese

Na tabela nº 2, apresentamos os resultados obtidos do inquérito, sobre a opinião dos


professores e encarregados de educação, por habilitações literárias, onde podemos ilustrar
as frequências observadas (Fo) e as percentagens resultantes do número de respostas sim
ou não.

Tabela nº 2: distribuição dos inqueridos por habilitações literárias e opiniões sobre


dificuldade sócio-económica da família como um dos factores que influencia no
desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do
município do Rangel.

Hipótese 2 A dificuldade sócio-económica da família é um dos factores que


influencia no desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do
Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel
Habilitações Sim Não Indeciso Total
literárias Fo % Fo % Fo % Fo %
Básico 08 10,6 05 6,6 02 2,6 15 19,8
Médio 09 12 10 13,3 27 36 46 61,3
Superior 08 10,6 05 6,6 01 1,33 14 18,53
Total 25 33,2 20 26,5 30 40 75 100
A partir desses valores da tabela calculamos as frequências esperadas (Fe) e o Qui-
Quadrado (𝑥 2 ), isto é:

(𝑥0 − 𝑥𝑒 )2 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2


𝑥𝑐2 =∑ 2
𝑜𝑢 𝑥𝑐 = ∑
𝑥𝑒 𝐹𝑒

∑𝐿 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2
𝐹𝑒1 = ∑ 𝐶 × 𝑥𝑐2 =∑
𝑁 𝐹𝑒

25 × 15 2
(8 − 5)2
𝐹𝑒2 = =5 𝑥𝑐1 = = 1,8
75 5

25 × 46 2
(9 − 15,3)2
𝐹𝑒 = = 15,3 𝑥𝑐2 = = 2,594
75 15,3

25 × 14 2
(8 − 4,67)2
𝐹𝑒 = = 4,67 𝑥𝑐3 = = 2,25
75 4,67

20 × 15 2
(5 − 4)2
𝐹𝑒 = =4 𝑥𝑐4 = = 0,25
75 4

20 × 46 2
(10 − 12,3)2
𝐹𝑒 = = 12,3 𝑥𝑐5 = = 0,430
75 12,3
20 × 14 2
(5 − 3,73)2
𝐹𝑒 = = 3,73 𝑥𝑐6 = = 0,432
75 3,73

30 × 15 2
(2 − 6)2
𝐹𝑒 = =6 𝑥𝑐7 = = 2,667
75 6

30 × 46 2
(27 − 18,4)2
𝐹𝑒 = = 18,4 𝑥𝑐8 = = 4,019
75 18,4

30 × 14 2
(1 − 5,6)2
𝐹𝑒 = = 5,6 𝑥𝑐9 = = 3,779
75 5,6

Em seguida, determinamos o somatório do Qui-Quadrado utilizando a seguinte formula:

n=2

∑ x2c = 1,8 + 2,594 + 2,25 + 0,25 + 0,430 + 0,432 + 2,667 + 4,019 + 3,779 = 18,345

i=2

𝑥𝑐2 = 18,345

Com auxílio da tabela de distribuição do Qui-Quadadro (ver anexo), determinamos o grau


de liberdade, tendo procedido da seguinte maneira:

Como o número de colunas (Nc) = 3, o número de linha (NI) = 3, então o grau de liberdade
é:

g1 = (3-1) (3-1)

g1 = (2) (2)

g1 = 4

Logo, para os valores do Qui-Quadrado calculado (𝑥𝑐2 ) = 18,345 e do grau de liberdade


(g1) = 4 e o valor do Qui-Quadadro tabulado (𝑥𝑡2 ) para o ponto significância de
probabilidade P 05 é 9,49. Comparando os dois valores temos:

𝑥𝑐2 = 18,345 > 𝑋𝑡𝑒𝑜𝑟


2
= 9,48

Considerando o nível de significância de probabilidade P 5% e tendo um grau de


2
liberdade n-1 = (3-1)(2-1) = 2, o Qui-Quadadro teórico corresponde 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟 = 9,49. Este
valor é obtido consultando a tabela de Qui-Quadadro, em anexo, com base nos parâmetros
correspondentes (grau de liberdade igual a 2 e o nível de significância de 5%),
comparando o Qui-Quadrado calculado ao Qui-Quadadro observa-se que 𝑥𝑐2 > 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟
2
o
Qui-Quadrado calculado é maior ao Qui-Quadrado teórico neste caso rejeita-se a hipótese
nula e aceita-se a hipótese alternativa, ou seja, a dificuldade sócio-económica da família
é um dos factores que influencia no desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo
do Ensino Secundário nº 5032 no município do Ranger. Visto que o total do número de
respostas sim é superior ao total do número de resposta não o que levou a deduzir que a
hipótese formulada no nosso estudo tem um impacto na problemática por nós levantada.

4.3- Apresentação, analise e interpretação da terceira hipótese

Na tabela nº 3, apresentamos os resultados obtidos do inquérito, sobre a opinião dos


professores e encarregados de educação, por habilitações literária, onde podemos ilustrar
as frequências observadas (Fo) e as percentagem resultantes do número de respostas sim
ou não.

Hipótese 3 A má formação psicopedagógica dos professores é um dos factores que


influencia no desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do
Ensino Secundário nº 5032 do município do Ranger
Habilitações Sim Não Indeciso Total
literárias Fo % Fo % Fo % Fo %
Básico 13 17,3 02 2,6 0 0 15 19,9
Médio 18 24 25 33,3 2 2,6 45 59,9
Superior 10 13,3 02 2,6 3 4 15 19,9
Total 41 54,6 29 38,5 5 6,6 75 100
A partir desses valores da tabela calculamos as frequências esperadas (Fe) e o Qui-
Quadrado (𝑥 2 ), isto é:

(𝑥0 − 𝑥𝑒 )2 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2


𝑥𝑐2 =∑ 2
𝑜𝑢 𝑥𝑐 = ∑
𝑥𝑒 𝐹𝑒

∑𝐿 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2
𝐹𝑒1 = ∑ 𝐶 × 𝑥𝑐2 =∑
𝑁 𝐹𝑒

41 × 15 2
(13 − 8,2)2
𝐹𝑒2 = = 8,2 𝑥𝑐1 = = 2,809
75 8,2

41 × 45 2
(18 − 24,6)2
𝐹𝑒 = = 24,6 𝑥𝑐2 = = 1,771
75 24,6

41 × 15 2
(10 − 8,2)2
𝐹𝑒 = = 8,2 𝑥𝑐3 = = 0,395
75 8,2

29 × 15 2
(2 − 5,8)2
𝐹𝑒 = = 5,8 𝑥𝑐4 = = 2,489
75 5,8
29 × 45 2
(25 − 17,4)2
𝐹𝑒 = = 17,4 𝑥𝑐5 = = 3,319
75 17,4

29 × 15 2
(2 − 5,8)2
𝐹𝑒 = = 5,8 𝑥𝑐6 = = 2,489
75 5,8

5 × 15 2
(0 − 1)2
𝐹𝑒 = =1 𝑥𝑐7 = =0
75 1

5 × 45 2
(2 − 3)2
𝐹𝑒 = =3 𝑥𝑐8 = = 0,333
75 3

5 × 15 2
(3 − 1)2
𝐹𝑒 = =1 𝑥𝑐9 = =4
75 1

Em seguida, determinamos o somatório do Qui-Quadadro utilizando a seguinte formula:

n=3

∑ x2c = 2,809 + 1,771 + 0,395 + 2,489 + 3,319 + 2,489 + 0 + 0,333 + 4 = 57,065

i=3

𝑥𝑐2 = 17,476

Com auxílio da tabela de distribuição do Qui-Quadadro (ver anexo), determinamos o grau


de liberdade, tendo procedido da seguinte maneira:

Como o número de colunas (Nc) = 3, o número de linha (NI) = 3 e a constante (c) = 4,


então o grau de liberdade é:

g1 = (3-1) (3-1)

g1 = (2) (2)

g1 = 4

Logo, para os valores do Qui-Quadrado calculado (𝑥𝑐2 ) = 17,476 e do grau de liberdade


(g1) = 4 e o valor do Qui-Quadadro tabulado (𝑥𝑡2 ) para o ponto significância de
probabilidade P 05 é 9,49. Comparando os dois valores temos:

𝑥𝑐2 = 17,476 > 𝑋𝑡𝑒𝑜𝑟


2
= 9,49

Considerando o nível de significância de probabilidade P 5% e tendo um grau de


2
liberdade n-1 = (3-1)(3-1) = 4, o Qui-Quadadro teórico corresponde 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟 = 9,49. Este
valor é obtido consultando a tabela de Qui-Quadadro, em anexo, com base nos parâmetros
correspondentes (grau de liberdade igual a 4 e o nível de significância de 5%).
Comparando o Qui-Quadrado calculado ao Qui-Quadadro observa-se que 𝑥𝑐2 > 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟
2
o
Qui-Quadrado calculado é inferior ao Qui-Quadrado teórico neste caso rejeita-se a
hipótese nula ou seja a má formação psicopedagogica dos professores é um dos factores
que influenciam no desempenho escolar dos alunos. Atendendo que um professor bem
formado é sinônimo de um ensino de qualidade. Visto que o total do número de respostas
sim é superior ao total do número de resposta não o que levou a deduzir que a hipótese
formulada no nosso estudo tem um impacto na problemática por nós levantada.

4.4- Apresentação, analise e interpretação da quarta hipótese

Hipótese 4 A imaturidade psicomotora dos alunos é um dos factores


preponderantes para o desempenho escolar dos alunos da Escola do I
Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel
Habilitações Sim Não Indeciso Total
literárias Fo % Fo % Fo % Fo %
Básico 27 36 02 2,6 07 9,3 36 47,9
Médio 14 18,6 08 10,6 07 9,3 29 29,5
Superior 08 10,6 02 2,6 0 0 10 13,2
Total 49 65,2 12 15,8 14 18,6 75 100
A tabela nº 4, apresentamos os resultados obtidos do inquérito, sobre a opinião dos
professores e encarregadas de educação, por habilitações literária, onde podemos ilustrar
as frequências observadas (Fo) e as percentagens resultantes do número de respostas sim
ou não.

A tabela nº 4: distribuição dos inqueridos por habilitações literárias e opinião sobre a


imaturidade psicomotora dos alunos é um dos factores preponderantes para o desempenho
escolar dos alunos da Escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do
Rangel.

A partir desses valores da tabela calculamos as frequências esperadas (Fe) e o Qui-


Quadadro (𝑥 2 ), isto é:

(𝑥0 − 𝑥𝑒 )2 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2


𝑥𝑐2 = ∑ 𝑜𝑢 𝑥𝑐2 = ∑
𝑥𝑒 𝐹𝑒

∑𝐿 (𝐹𝑜 − 𝐹𝑒)2
𝐹𝑒1 = ∑ 𝐶 × 𝑥𝑐2 =∑
𝑁 𝐹𝑒

49 × 36 2
(27 − 23,5)2
𝐹𝑒2 = = 23,52 𝑥𝑐1 = = 0,521
75 23,5
49 × 29 2
(14 − 18,9)2
𝐹𝑒 = = 18,94 𝑥𝑐2 = = 1,270
75 18,9

49 × 10 2
(8 − 6,53)2
𝐹𝑒 = = 6,5 𝑥𝑐3 = = 0,331
75 6,53

12 × 36 2
(2 − 5,76)2
𝐹𝑒 = = 5,76 𝑥𝑐4 = = 2,454
75 5,76

12 × 29 2
(8 − 4,64)2
𝐹𝑒 = = 4,64 𝑥𝑐5 = = 2,433
75 4,64

12 × 10 2
(2 − 1,6)2
𝐹𝑒 = = 1,6 𝑥𝑐6 = = 0,1
75 1,6

14 × 36 2
(7 − 6,72)2
𝐹𝑒 = = 6,72 𝑥𝑐7 = = 0,011
75 6,72

14 × 29 2
(7 − 5,41)2
𝐹𝑒 = = 5,41 𝑥𝑐8 = = 0,467
75 5,41

14 × 10 2
(0 − 1,867)2
𝐹𝑒 = = 1,867 𝑥𝑐9 = = 1,867
75 1,867

Em seguida, determinamos o somatório do Qui-Quadrado utilizando a seguinte formula:

n=4

∑ x2c = 0,521 + 1,270 + 0,331 + 2,454 + 2,433 + 0,021 + 0,012 + 0,4677 + 1,867 = 9,376

i=1

𝑥𝑐2 = 9,376

Com auxílio da tabela de distribuição do Qui-Quadrado (ver anexo), determinamos grau


de liberdade, tendo procedido da seguinte maneira:

Como o número de coluna (Nc) = 3, o número de linhas (NI) = 3 e a constante (c) = 4,


então o grau de liberdade é:

g1 = (3-1) (3-1)

g1 = (2) (2)

g1 = 4
Logo, para os valores do Qui-Quadrado calculado (𝑥𝑐2 ) = 9,376 e do grau de liberdade
(g1) = 4 e o valor do Qui-Quadrado tabulado (𝑥𝑇2 ) para o ponto de significância de
probabilidade P. 05 é 9,49. Comparando os dois valores temos:

𝑥𝑐2 = 9,376 > 𝑋𝑡𝑒𝑜𝑟


2
= 9,49

Considerando o nível de significância de probabilidade P 5% e tendo um grau de


2
liberdade n-1= (3-1) (3-1) = 4, o Qui-Quadrado teórico corresponde 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟 = 9,49. Este
valor é obtido consultando a tabela de Qui-Quadrado, em anexo, com base nos parâmetros
correspondentes (grau de liberdade igual a 4 e o nível de significância de 5%).

Comparando o Qui-Quadrado calculado ao Qui-Quadrado teórico observa-se que 𝑥𝑐2 >


2
𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟 e o Qui-Quadrado calculado é inferior ao Qui-Quadrado teórico neste caso rejeita-
se a hipótese, ou seja, a imaturidade psicomotora dos alunos é um dos factores que não é
uma das condições que está na base do desempenho escolar dos alunos da Escola do I
Ciclo do Ensino Secundário nº5032 do município do Rangel.
CONCLUSÕES

Após análise e interpretação dos nossos resultados apresentamos as conclusões por nós
chegada:

Segundo os resultados da primeira hipótese podemos constatar que a desestruturação


familiar é um dos factores que influencia o desempenho escolar dos alunos da escola do
I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel visto que apresenta
percentagem significativas de 57,2% de respostas sim, 15,9% dizerem não e 26,5 dos
indivíduos inqueridos se mostrarem indecisos. Vindo a ser confirmada com a aplicação
do teste de decisão o qui-quadrado que é de 19,77;

Em segundo lugar dizer que a dificuldade sócio-económica da família é um dos factores


que também exerce influência no desempenho escolar dos alunos da escola do I Ciclo do
Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel, que se confirmou com os resultados
percentuais de 33,2% responderem que sim e 26,5% dos inquiridos dizerem que não e o
valor do teste do qui-quadrado ser de 18,345 maior que o valor do qui-quadrado tabelado,
levando-nos a confirmar essa hipótese;

No que concerne aos resultados da terceira hipótese podemos afirmar que a má formação
psicopedagógica dos professores é um dos factores que influenciam no desempenho
escolar dos alunos da escola do I Ciclo do Ensino Secundário nº5032 do município do
Rangel, uma vez que o valor do teste do qui-quadrado calculado é maior em relação ao
qui-quadrado tabelado e pelo facto de 54,6% dos inqueridos responderem que sim e
38,5% escolherem a opção não (ver tabela nº 3)

Finalmente dizer que a imaturidade psicomotora dos alunos é um dos factores que não
constitui uma das condições que está na base do desempenho escolar dos alunos da Escola
do I Ciclo do Ensino Secundário nº 5032 do município do Rangel, vindo a se confirmar
com o valor do teste do qui-quadrado calculado que é de 9,376 menor que o valor do qui-
quadrado teórico.
SUGESTÕES

Após apresentação das nossas conclusões acerca do tema em estudo sobre a influência
das condições de aprendizagem no desempenho escolar dos alunos da Escola do I Ciclo
do Ensino Secundário nº 5032, sugerimos:

- Que se crie as condições favoráveis para aprendizagem dos alunos no seio da família
como forma de se garantir um bom desempenho escolar dos mesmos;

- Que se melhore as condições socioeconômicas das famílias, para que possam cumprir
cabalmente com as suas responsabilidades de educar o homem novo;

- Que se crie programas de formação de professores em serviços direcionados para melhor


atendimento aos alunos com problemas de aprendizagem;

- Que se criem programas de atendimento as famílias com objectivo de se estancar os


conflitos conjugais que têm destruído os lares e prejudicando assim o bom desempenho
escolar das crianças.
RECOMENDAÇÕES

Segundo as condições do nosso estudo recomendamos as entidades competentes:

As escolas devem ser promotoras de estratégias que promovam a maior aproximação das
famílias à escola.

Promover a comunicação entre a escola e a família.

- Deve haver a presença de um psicólogo escolar com vista a orientar os educandos e


professores e demais responsáveis escolares na perspectiva de dotar de técnicas para
melhor lidar com esta situação.

Deve se fazer um acompanhamento psicológico serio aos alunos que manifestem


comportamentos desviantes que prejudicam o bom desempenho escolar aos mesmos.

As secções municipais devem criar um gabinete ou um departamento para o psicólogo


escolar, para se poder fazer um acompanhamento minucioso aos alunos que apresentam
um baixo rendimento escolar.
BIBLIOGRAFIA

1- ANDREDE, Glória Regina, Problema de aprendizagem, texto de apoio,


Universidade Agostinho Neto, FLCS, IIIº Ano Luanda, 2005, 196 p.

2- HENRIQUE, Tavares António, A motivação na escola activa, 4ª Ed., editora


Metrópiles, 2004, 567p.

3- LOPES, João et all, Problema de comportamento na sala de aula, 2ª Ed., Porto


Editora, 2001, 144p.

4- LUÍSA, Ferreira da Silva, Acção social na área da família, 4ª Ed., Perópolis, Rio
de Janeiro, Editora Vozes, 2009, 548p.

5- MACEDO, Lino, Ensaios Construtivistas, 3ª Ed. Porto Editora, Lisboa, 2001,


224p.

6- SILVA, Belchior da, Estatistica para ciências Humanas, 1ª Edição, Luanda, Lito-
Tipo, 2004, 329p

7- SILVA, Luísa Ferreira da Silva, Acção social na área da família, 460p.

8- TAVARES, A. Henriques, A motivação na escola actva, Editora Vozes, Lisboa-


Portugal, 342p.

9- VEIGA, Américo, A educação hoje, 6ª Ed., Vila Nova da Gaia – Portugal, Editora
Perpétuo Socorro, 2003, 381p.

10- ZASSALA, Carlinhos, Orientação Escolar e Profissional em Angola, Edições


Kulonga, 2005, Luanda-Angola, 320p.

11- ZASSALA, Carlinhos, Iniciação à pesquisa cientifica, Texto de apoio,


Universidade Agostinho Neto, FLCS, Iº Ano, Luanda 2002, 91p.

12- ZELTNER, Brunner, Dicionário de psicopedagogia e psicologia educacional, 5ª


Ed, Petrópolis, Rio de Janeiro, Editora Vozes, 2007, 302p
ANEXOS

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