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P A U L O D A L T O
DISLIPIDEMIA E
E S T R AT I F I CAÇÃO D E
R I S C O CA R D I OVAS C U L A R
CARDIOLOGIA Prof. Paulo Dalto |Dislipidemia e Estratificação de Risco Cardiovascular 2
APRESENTAÇÃO
PROF. PAULO
DALTO
Olá, querido(a) Estrategista! Este é um RESUMÃO do
livro "Abordagem das Dislipidemias e Estratificação de Risco
Cardiovascular”. Foi elaborado de maneira bem didática e direta,
com os assuntos mais quentes sobre o tema, que é um dos mais
cobrados dentro da cardiologia.
Um detalhe importante: estratificação de risco, metas
terapêuticas e tratamento são os assuntos mais importantes.
Aqui vai uma orientação: sugiro que você use este resumo
como um guia de consulta rápida e não deixe de ler o livro completo,
pois lá você encontrará informações e questões que ajudarão a
sedimentar seu conhecimento.
Vamos começar nosso resumo? ;)
@estrategiamed t.me/estrategiamed
@estrategiamed /estrategiamed
Estratégia
MED
CARDIOLOGIA Dislipidemia e Estratificação de Risco Cardiovascular Estratégia
MED
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
1.0 METABOLISMO LIPÍDICO 4
2.0 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO 6
2 .1 VALORES DE REFERÊNCIA DO LIPIDOGRAMA 7
3 .2 CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL 8
7.1.1 ESTATINAS 12
7.1.2 EZETIMIBA 12
7.1.3 RESINAS 13
7.1.4 INIBIDORES DA PCSK-9 13
7 .2 TRATAMENTO DA HIPERTRIGLICERIDEMIA 14
7.2.1 FIBRATOS 14
INTRODUÇÃO
Esse box dá uma ótima visão geral sobre o tema. Já dá pra notar que o LDL possui papel central dentro das dislipidemias.
CAPÍTULO
TIPOS DE
LÍPIDES
Triglicerídeos Colesterol
As lipoproteínas são formadas por lipídios e proteínas denominadas apolipoproteínas (apo). Elas fazem a solubilização e o transporte
dos lipídios (substâncias hidrofóbicas) no meio aquoso plasmático.
Tipos de Lipoproteínas
O sistema de transporte das lipoproteínas tem dois objetivos fígado para a síntese do ácido biliar.
principais: (1) o transporte eficiente dos TG do intestino delgado Para compreender mais facilmente as duas vias do
e fígado para locais de utilização (tecido adiposo ou muscular) e metabolismo (intestinal e hepática), sugiro que faça a leitura do
(2) transporte de colesterol a tecidos periféricos para a síntese de texto abaixo e acompanhe o esquema da figura 1.
membrana e produção de hormônios esteroides, ou transporte ao
• Via intestinal
Após a ingestão, as lipases pancreáticas hidrolisam os TG em ácidos graxos livres, que são absorvidos pelas células intestinais. Após a absorção,
essas diversas partículas são utilizadas para a produção dos quilomícrons, que chegam ao plasma e são degradados pela lipase lipoproteica
(LPL), com consequente liberação de ácidos graxos livres. Os ácidos graxos são então capturados pelas células musculares e pelos adipócitos
(tecidos periféricos). Os quilomícrons remanescentes são capturados pelo fígado, onde são utilizados na formação de VLDL.
• Via hepática
Nessa via, as gorduras do fígado direcionam-se aos tecidos periféricos. A VLDL é secretada pelo fígado e, por ação da LPL, se converte em
IDL e, posteriormente, em LDL, que carrega o colesterol para os tecidos periféricos. Ocorre também o transporte reverso do colesterol dos
tecidos para o fígado, através da HDL.
CAPÍTULO
Fórmula de Friedewald
Tabela 2
Tabela 3
CAPÍTULO
3 .2 CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL
Hipercolesterolemia
Aumento isolado do LDL-c ≥ 160 mg/dl.
isolada
Hipertrigliceridemia Aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dl ou ≥ 175 mg/dl, se a amostra for obtida
isolada sem jejum).
Aumento do LDL-c ≥ 160 mg/dl e dos TG (TG ≥ 150 mg/dl ou ≥ 175 mg/dl, se a amostra
Hiperlipidemia mista for obtida sem jejum). Se TG ≥ 400 mg/dl, o cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é
inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDL-c ≥ 190 mg/dl.
Redução do HDL-c (homem < 40 mg/dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação ao
HDL-c baixo
aumento do LDL-c ou de TG.
Tabela 4
CAPÍTULO
Utilizando as tabelas 5 e 6 podemos classificar o paciente em risco muito alto, risco alto, intermediário ou baixo.
Homem ≥ 48 anos e mulher ≥ 54 anos Presença de placa > 1,5 mm na USG de carótida
Tabagismo (pelo menos um cigarro no último mês) Placa aterosclerótica da angio-TC de coronárias
Síndrome metabólica
Tabela 6
Calma, sei que são muitos detalhes. Aqui vai um resumo para facilitar o entendimento.
Lembre-se do mnemônico dos “5 As” para classificar o paciente como de alto risco:
Os 5 As do Alto Risco
Aumento do LDL ≥ 190 mg/dl
Aneurisma da aorta abdominal
Aterosclerose subclínica
Alto escore de risco
A queda do ClCr < 60
Você também consegue classificar o risco se usar o fluxograma a seguir (Figura 5).
2º PASSO
Diabetes mellitus? RISCO NO MÍNIMO MODERADO
ESTRATIFICAÇÃO
DE RISCO
CICr < 60
3º PASSO
Aneurisma aorta abdominal
ALTO RISCO
Aterosclerose subclínica
LDL ≥ 190
CAPÍTULO
Risco
Meta de LDL-c Meta de não LDL-c
Redução (%)
(mg/dl) (mg/dl)
Tabela 7. Metas terapêuticas e redução porcentual do LDL-c e não HDL-c para pacientes com ou sem uso de estatinas.
CAPÍTULO
CAPÍTULO
7.1.1 ESTATINAS
São as grandes drogas, as de primeira escolha. Atuam inibindo secundária (pacientes com antecedentes de eventos cardiovasculares)
a HMG-CoA redutase, com evidente redução da morbimortalidade como primeira opção.
cardiovascular. Possuem a capacidade de reduzir o LDL-c de 15% a Os efeitos colaterais são raros. Os principais são os sintomas
55% e o TG de 7% a 28%, elevando o HDL-c de 2% a 10%. musculares como mialgia, fadiga e câimbras, que podem surgir
Estão indicadas como terapia de prevenção primária semanas ou anos após o início da medicação.
(pacientes que nunca apresentaram eventos cardiovasculares) e
Tabela 8.
CPK: creatinofosfoquinase; LSN: limite superior da normalidade; INR: razão normalizada internacional.
7.1.2 EZETIMIBA
Atua inibindo a absorção e o transporte do colesterol no intestino delgado. Isoladamente, reduz cerca de 10% a 25% o LDL-c, tendo seu
efeito potencializado quando associado à estatina. Está contraindicada nos casos de hepatopatias agudas.
7.1.3 RESINAS
A colestiramina é a única resina disponível no Brasil. Atua Seus principais efeitos colaterais são obstipação
na redução da absorção de sais biliares e, consequentemente, do (principalmente em idosos), plenitude gástrica, náuseas e
colesterol. Também diminui o LDL-c em aproximadamente 20%. meteorismo, além da exacerbação de hemorroidas preexistentes.
Pode ser usada em crianças, e é o único hipolipemiante liberado Também podem provocar aumento dos TG, devendo ser evitadas
para mulheres no período reprodutivo, durante a gestação e a na hipertrigliceridemia (TG > 400 mg/dl).
amamentação.
A redução dos níveis de LDL-c com os inibidores da PCSK-9 é bastante intensa, chegando a 60% em comparação ao placebo. São
indicados para os pacientes de alto risco que estão em uso da dose máxima tolerada de estatina e/ou ezetimiba, e que não atingiram as metas
de tratamento.
A seguir está um resumo das medicações que você acabou de estudar, que agem predominantemente no LDL.
Estatinas
Ezetimibe
Drogas que agem
predominantemente
no LDL
Resina (colestiramina)
Inibidores da PCSK - 9
7 .2 TRATAMENTO DA HIPERTRIGLICERIDEMIA
7.2.1 FIBRATOS
Estão recomendados quando os TG estiverem muito elevados (TG > 500 mg/dl). Agem aumentando a produção e ação da lipase
lipoproteica, reduzindo o nível dos TG de 30% a 60%, e aumentando o HDL-c de 7% a 11%. Os efeitos colaterais são raros.
É a segunda medicação de escolha. Reduz o LDL-c em 5% a 25%; aumenta o HDL-c em 15% a 35%; e diminui o TG em 20% a 50%.
Indicado quando os níveis de TG são > 1.000 mg/dl apesar do uso de fibratos, sendo prescrito de forma associada.
Atualmente, seu uso está recomendado apenas em associação a outras terapias redutoras de TG.
Para finalizar o tratamento medicamentoso, vou deixar um esquema com as medicações que agem predominantemente nos
triglicerídeos.
CAPÍTULO
Perfil lipídico: redução da HDL-c e hipertrigliceridemia. As partículas de LDL são pequenas e densas, altamente
Diabetes
aterogênicas.
Raramente ocorrem grandes elevações de CT, TG e LDL-c. São mais frequentes as dislipidemias secundárias
a hipotireoidismo, DM, obesidade, síndrome nefrótica e uso de medicamentos (diuréticos tiazídicos e
Idosos betabloqueadores não seletivos). Apesar de algumas controvérsias com o uso das estatinas, há evidências de
benefício do tratamento (pesar risco x benefício). Em idosos com queda importante do colesterol na ausência de
medicações, investigar síndrome consumptiva (câncer).
Síndrome coronariana Iniciar estatina precocemente (durante internação). Estatina em dose alta reduz desfechos cardiovasculares. LDL
aguda alvo < 50 mg/dl.
Perfil lipídico: redução da HDL-c e hipertrigliceridemia. Preferir estatinas com menor excreção renal: atorvastatina
Doença renal crônica
e fluvastatina. Não iniciar estatina ou ezetimiba em dialíticos (se uso crônico, pode-se manter as medicações).
Sem contraindicação para uso de estatinas. Em caso de hepatotoxicidade aguda, suspender. Doenças colestáticas
Hepatopatia crônica
podem causar hipercolesterolemia.
Não é recomendado usar estatina de forma rotineira nos pacientes com classe funcional NYHA II-IV. Considerar na
Insuficiência cardíaca
vigência de cardiopatia isquêmica (doença aterosclerótica), LDL-c > 130 mg/dl e idade < 75 anos.
Maior risco de eventos cardiovasculares pelo próprio efeito do vírus e da terapia antirretroviral. A TARV aumenta
HIV a lipodistrofia, resistência à insulina e dislipidemia mista. Dar preferência à pravastatina e fluvastatina. Não usar
sinvastatina e inibidor de protease!
Perfil lipídico da gestante: aumento de TG e VLDL. Evitar estatinas (contraindicadas na gravidez). Colestiramina é a
Mulheres em idade fértil
única medicação com segurança definida.
Lúpus eritematoso Maior risco de ateromatose prematura e mortalidade por doença cardiovascular. Tratar a dislipidemia de forma
sistêmico agressiva.
Introduzir estatina nos pacientes submetidos a cirurgias vasculares e coronariopatas, e mantê-la nos usuários
Perioperatório
crônicos.
Tabela 11
https://bit.ly/2ZaWB6w
CAPÍTULO
Este resumo contém os assuntos mais cobrados em provas, mas o conteúdo completo você encontra em nosso Livro digital.
Pode contar comigo para qualquer dúvida! Um grande abraço.
Professor Paulo Dalto