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1. Hidros Consultoria
2. Sobre o treinamento
4. Ferramentas
Este tópico tem como objetivo responder algumas perguntas que o trainee adoraria fazer, mas,
normalmente, tem vergonha. Para facilitar a leitura (e também a escrita hehehe), ele será escrito
em formato “FAQ’s”.
2) A minha família mora no Brasil e eu faço questão de não me distanciar dela. Além disso, não
estou a fim de ter um negócio próprio. O que eu quero mesmo é conseguir um estágio, ser
efetivado e crescer na empresa! Você pode dar mais detalhes sobre como a Hidros vai me ajudar
a conseguir o estágio?
3) Eu faço Engenharia, como o trabalho em áreas como Marketing, RH, Finanças ou gestão da
Qualidade pode impulsionar a minha carreira no mercado de Engenharia?
R.: Cabe falar que o mercado de Engenharia já esteve tão ruim que o cara, para não ficar
desempregado depois de encarar uma faculdade com a qual até o Mestre dos Magos pira, teve
que ir trabalhar no mercado financeiro! Aaah, viu como entender de Finanças pode ajudar?
hahaha. Hoje, você pode escolher trabalhar no mercado financeiro, mas isso foi visto como
chance de sobrevivência por muitos graduados em Engenharia na década de 80.
Voltando à questão do estágio: sabendo que os graduandos não têm muita experiência na área
em que pretendem estagiar, muitas empresas não focam muito na formação técnica ao avaliar
o candidato, elas focam num negócio chamado competência. Se você quiser entender melhor
como funciona o planejamento de um processo seletivo por competências, recomendo um
vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=5SGKxB1rd94
Você já viu anúncios de vaga de estágio dizendo “se você é dinâmico, inovador e gosta de
desafios, venha fazer parte da nossa equipe”. Vendo o vídeo indicado acima e anúncios como
esses, fica claro o que o entrevistador espera de você num processo seletivo:
Agora, imagine-se num processo seletivo da empresa dos seus sonhos dizendo:
Uma coisa é falar que tem as competências que o entrevistador quer, outra é respaldar isso com
exemplos como esses. Quando você fala coisas assim, o entrevistador entende como foco em
resultado, foco no cliente, capacidade de planejamento, capacidade de influenciar
positivamente a equipe, dinamismo, iniciativa... o entrevistador pira!
Conselho: ao escolher em qual gerência você quer entrar, não foque no conhecimento técnico
que você irá adquirir, foque nas competências que terá a oportunidade de desenvolver.
Tópico 2 – Sobre este treinamento
Este treinamento é realizado desde o ProSetH 2012.1, tendo como objetivo apresentar conceitos
e algumas ferramentas importantes para a análise de dados da Hidros, do mercado e outros
números também importantes.
O treinamento vem ganhando importância com o volume de dados cada vez maior com que a
Hidros tende a ter que lidar nos próximos anos. A importância crescente desse treinamento fica
evidenciada pela recente criação da área de Inteligência de Mercado na Hidros Consultoria, uma
área que deverá usar dados para entender clientes, concorrentes, tendências de mercado etc.
É bem provável que você já tenha ouvido falar de PDCL (To Plan, To Do, To Check e To Learn).
Ele está sendo descrito pela figura abaixo:
Fase 1: planejar: neste momento, tendo como base informações da empresa e de outras
instâncias (sociedade, mercado...), são definidos os objetivos da organização, que ficam
explícitos através de indicadores e metas para estes indicadores. Para que esses
objetivos sejam alcançados, são traçados planos de ação, que devem ser claramente
entendidos por todos os níveis hierárquicos da organização.
Fase 2: fazer: neste momento, a equipe deve colocar em prática aquilo que foi planejado
para que o resultado seja alcançado, mas, para que a execução seja boa e os tais
resultados sejam alcançados, é importante que a equipe esteja bem treinada (entende
o motivo de você estar nessa fase de capacitações? Entendeu que você já está dentro
de alguns processos da Hidros?).
Fase 3: verificar: comparando os resultados obtidos com as metas traçadas na fase de
planejamento, a empresa verifica se seus objetivos foram alcançados.
Fase 4: aprender: entenda ‘aprender’ como ‘fazer melhor’ (e não, simplesmente, “fazer
diferente”), o que significa que as informações do ciclo de gerenciamento atual serão
usadas para fazer melhor no ciclo seguinte. Nesta fase, a empresa define as boas
práticas que serão padronizadas, os processos que precisam ser melhorados etc.
Tópico 4 – Ferramentas
4.1. Indicadores
Ferramenta utilizada para medir o desempenho da organização no alcance dos seus objetivos.
Se uma empresa vem contratando cerca de 1000 pessoas em todos os últimos 3 anos, é
provável que o número de pessoas contratadas neste ano seja algo em torno de 1000.
Se esse número se repetiu nos últimos 10 anos, é ainda mais improvável que o número
de contratações deste ano desvie muito de 1000.
No entanto, grandes desvios podem ocorrer! Reparem que os dados de desempenhos anteriores
são utilizados para ESTIMAR o desempenho futuro. O desempenho pode desviar daquele
estimado devido a fatores:
Externos: uma nova lei que obrigue a empresa a mudar bruscamente o preço de seus
serviços, um concorrente com uma boa estratégia, um evento que traga oportunidades
inéditas para o setor etc.
Internos: mudanças na estratégia de preços, novos produtos, compra de outras
empresas, abertura de capital, mudança no foco da empresa dentro do mercado etc.
Outro ponto importante no campo dos indicadores é a definição de metas. Essa definição parte
de algumas premissas:
Fulano faturou R$ 50.000,00 em 2011 através de seu trabalho como Ministro da Pesca
com Rede;
Uma EJ de Astronomia com 30 membros faturou R$ 30.000,00 no mesmo ano;
Fulano conseguiu mais dinheiro do que a EJ sem precisar do monte de processos que
essa EJ possui;
Conclusão: se Fulano consegue mais dinheiro com menos processos, a EJ deveria avaliar
a necessidade de tantos processos.
Você concorda com a conclusão acima? Concordando ou discordando, o fato é que o caminho
até a conclusão não foi correto, pois foi feita uma comparação entre modelos de negócio
completamente diferentes, foi como se dissessem “considerando que a formiga tem menos de
1 kg, talvez o elefante precise emagrecer um pouco se quiser atrair mais fêmeas”.
É também importante que seja entendida a diferença entre meta e estimativa. Essa diferença
fica claramente entendida pelos dois discursos abaixo:
• Estimativa: ‘em 2011, trabalhei 20h por semana e consegui
50%. Em 2012, como só terei as mesmas 20h, é provável que
eu só consiga 50% novamente’.
4.2. GUT
É válido lembrar que a ferramenta pode ser utilizada com fatores diferentes
e com mais de 3 fatores. Na comparação entre objetivos, por exemplo,
pode-se considerar o fator “Relevância para o alcance da visão”. A
Ferramenta GUT é dispensada quando se consegue quantificar
financeiramente as coisas.
Para cada problema, dar notas de 1 a 5 (ou outra escala escolhida) em cada fator;
Para cada problema, multiplicar as notas dos fatores;
Os problemas com maior produto devem ser priorizados.
Resposta: os valores são multiplicados porque só podemos somar grandezas numa mesma
unidade de medida. Ou seja, não podemos somar 1kg a 1 hora. No entanto, podemos multiplicar
1kg por 1 hora.
4.3. Pareto
A ideia do Princípio de Pareto é que a “culpa” por um determinado efeito não se distribui
uniformemente entre as causas desse efeito. Algumas poucas causas concentram boa parte da
culpa pelo efeito. Exemplo: em 2011, cerca de 60% de toda a riqueza do Brasil estavam nas mãos
dos 20% mais ricos.
Utilizando o Princípio de Pareto, tendo em mente que alguns objetivos estratégicos são mais
importantes para a empresa do que os outros, você define as prioridades entre esses objetivos.
Você segue os seguintes passos:
E os outros 13, a empresa vai deixar de lado? Não, eles apenas não serão priorizados, o que
significa que:
Ao priorizar os 7 objetivos, a empresa estará canalizando seus recursos para projetos de maior
impacto.
1. Determine o efeito cujas causas serão investigadas (ex.: um dos 7 objetivos que você
resolveu priorizar no Princípio de Pareto).
2. As causas ficarão divididas em campos (também chamados de “perspectivas”). Essa
divisão é feita para que a investigação das causas seja feita de maneira abrangente, ou
seja, vendo o mesmo efeito de diferentes pontos de vista. Normalmente, são usados os
6Ms:
a. Método: são as causas que envolvem a forma como estava sendo executado o
trabalho. Exemplos: processo seletivo dos funcionários e estagiários, divulgação
dos serviços, contratos de prestações de serviços (fornecedores, clientes,
parceiros), entre outros;
b. Mão-de-obra: são as causas que envolvem uma atitude do empregado.
Exemplos: pressa, imprudência, ato inseguro, capacidade técnica de realizar o
trabalho, motivação, entre outros;
c. Material: são as causas que envolvem o material (madeira, aço, papel etc) que
estava sendo utilizado no trabalho. Exemplos: escolha errada do material,
material de má qualidade, entre outros;
d. Medida: são as causas que envolvem os instrumentos de medida. Exemplos: a
efetividade de indicadores em mostrar as variações dos resultados, se o
acompanhamento está sendo realizado, se ocorre na frequência necessária,
entre outros;
e. Máquina: são as causas que envolvem a máquina que estava sendo operada.
Exemplos: computador, impressoras, equipamentos industriais, entre outros;
f. Meio ambiente: são as causas que envolvem o meio ambiente em si e o
mercado. Exemplos: poluição, calor, poeira, desastres ambientais, o ambiente
de trabalho, o mercado (novo concorrente, um produto substituto, aumento no
preço de fornecedores), legislação, cenário político, cenário econômico, entre
outros.
1. Escreva cada perspectiva em uma folha separada (se colocar tudo na mesma folha, vai
ficar uma bagunça rsrs).
2. Em cada folha, coloque as causas que provocam o efeito. Causas relacionadas à mão-
de-obra deverão estar na folha de mão-de-obra e assim por diante.
3. Nesta etapa, as causas que você levantou na etapa anterior serão investigadas mais a
fundo. Para cada causa, em cada perspectiva, pergunte “por quê?”. Ex.: o efeito
determinado na etapa 1 foi a perda de participação no mercado. No campo de mão- de-
obra, uma das causas levantadas foi na etapa 4 “equipe pouco qualificada gerando
produtos de má qualidade”. Nesta quinta etapa, você perguntará “Por que a equipe está
pouco qualificada?”, suas possíveis respostas serão:
Salário oferecido está abaixo da média do mercado, o que não atrai os melhores
profissionais;
Poucas horas destinadas à capacitação dos profissionais.
Você não parará por aí, pergunte “por que o salário oferecido está defasado?” e “por que
oferecemos poucas horas de capacitação?”. Vá perguntando o motivo até chegar às causas
raízes. Exemplo: ‘Perdemos mercado porque nossos produtos estão sendo fabricados por
funcionários pouco capacitados. >> O salário oferecido por nós está defasado porque a elevação
no custo da matéria prima não nos permitiu atualizar os salários de alguns cargos de acordo com
as práticas do mercado. >> O custo da matéria prima subiu devido à escassez deste recurso. >>
O recurso está escasso porque, quando tinha muito, eu não pensei que poderia ter pouco um
dia, desmatei florestas como se não houvesse amanhã’. Conclusão: ‘perdi mercado por ter
utilizado recursos naturais de maneira insustentável’.
4. Até agora, todas as causas raízes que você encontrou são apenas hipóteses. Considere
o exemplo do desmatamento dado acima, será que há mesmo relação entre o
desmatamento e a perda de mercado? Chegou a hora de argumentar, defender as
hipóteses com números e fatos, chegou a hora de dizer “numa pesquisa de mercado,
nossos clientes (90% deles) apontaram a má qualidade dos nossos produtos como fator
principal para escolher o produto do concorrente. Entrevistando profissionais de outras
empresas, descobrimos que os trabalhadores mais qualificados estão trabalhando para
os líderes do nosso mercado: os trabalhadores das empresas líderes têm, em média, 2
anos a mais de escolaridade que os nossos trabalhadores. Ao perguntarmos se trocariam
a empresa deles pela nossa, responderam que não trocariam porque recebem mais na
empresa em que eles estão. Um antigo projeto de aumento salarial foi encontrado na
gaveta do RH, o projeto foi recusado pela diretoria num momento a nossa empresa foi
a que mais gastou com matéria prima dentre as empresas do setor. O aumento do custo
com matéria prima coincide com o ano em que esgotamos um terreno que fazia parte
do patrimônio da empresa. Naquele imenso terreno, havia árvores cuja madeira servia
de matéria prima. Com o esgotamento da nossa reserva, tivemos que pagar mais caro
para explorar madeira em terrenos de nossos concorrentes“.
5. As causas raízes comprovadas pelos números e/ou pelos fatos são colocadas no
Diagrama de Ishikawa dentro do respectivo campo. As causas raízes reprovadas pelos
números e/ou fatos deverão ser descartadas ou rediscutidas. As causas para as quais
não havia números ou fatos para utilizar como base deverão ser profundamente
discutidas pela equipe.
Repare que o efeito cujas causas estão sendo investigadas fica explícito no diagrama (no caso da
figura, a falha de um equipamento). Repare que as causas raízes estão divididas entre as 6
perspectivas (6M). As palavras sobre as setas são as causas raízes, aquelas que foram
comprovadas pelos números e fatos.
Observações:
Você pode utilizar outras perspectivas além do 6M, podendo ainda utilizar um número
diferente de perspectivas;
Em algumas empresas, o Diagrama de Ishikawa é utilizado antes do Princípio de Pareto.
Normalmente, isso ocorre quando há apenas um objetivo em estudo (e não 20, como
no exemplo dado). A empresa utiliza o diagrama para entender as causas desse único
objetivo não ter sido alcançado e define planos de ação; em seguida, as ações do plano
são priorizadas de acordo com o Princípio de Pareto.