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Um corpo extenso pode ser imaginado como sendo constituído por um número muito grande de pequenos
pedaços, tão minúsculos quanto uma célula, tratando-se de partes do corpo humano.
O peso resultante desse corpo corresponderá à soma das forças peso que atuam em cada um desses pedaços.
Existe um lugar onde podemos considerar aplicada a resultante das forças peso.
Esse ponto é chamado “centro de gravidade” (C.G.) centro de massa
Tudo se passa como se toda a massa do corpo estivesse concentrada nesse ponto e, portanto, é ali onde atua a força
peso resultante.
Para corpos de forma regular e homogêneos o C.G. está em seu centro geométrico.
Suspenso ou suportado por esse ponto ou por uma força cuja linha de ação passa por esse ponto, um objeto fica
equilibrado.
Vários corpos se encontram em posições que permitem questionar sobre o que lhes irá acontecer em seguida
A conclusão sobre cada situação é obtida considerando-se que a força peso de cada corpo age no seu C.G. e
pode exercer um torque com relação ao seu ponto de apoio , visto como um eixo de rotação.
Como a força peso é sempre vertical e dirigida para baixo , basta verificar se o braço da força peso é zero ou
diferente de zero.
No caso em que a linha de ação da força peso passa pelo eixo de rotação, o braço de força peso é zero e portanto
- não há torque, e
- o corpo permanece na mesma posição em equilíbrio estático.
Conforme Lehmkuhl & Smith
O C.G de um objeto sólido tal como um tijolo ou uma bola não é difícil de visualizar.
O corpo humano, entretanto, tem muitos segmentos com formato irregular.
Conforme as posições dos segmentos mudam também muda o C.G como um todo.
Um paciente com pequena força muscular pode desmoronar em uma fração de segundo se se permite que a
linha de gravidade ultrapasse a base de suporte.
O conhecimento de onde e como a força da gravidade age sobre o corpo é importante clinicamente
- para facilitar o movimento
- alterar cargas de exercício
- equilibrar os segmentos e
- evitar quedas
Com relação a ficar em pé, os movimentos dos braços, que constituem aproximadamente 11% do peso corporal,
resultam em uma pequena mudança na posição do centro de gravidade.
O tronco representa quase 50% do peso corporal
a completa flexão do tronco pode resultar em que o C.G. esteja localizado fora do corpo.
Alguém com MM longos e MMSS e tóraxmusculosos terá seu C.G. mais alto que alguém com
MMII mais curtos e grossos.
O C.G. do corpo pode também estar localizado fora do corpo durante posturas envolvendo a extensão plena do
tronco, como quando se afasta da barra no salto em altura.
Os movimentos que envolvem mudança contínua na orientação dos segmentos do corpo, como caminhar e
correr, resultam na contínua mudança do C.G. do corpo.
No entanto a pesquisa indica que os melhores saltadores com vara abaixam seus quadris durante a penúltima
passada, elevando progressivamente os quadris (e o C.G.) através da impulsão.
A estratégia de abaixar o C.G. antes da impulsão permite ao atleta alongar a trajetória vertical através da qual o
corpo é acelerado durante a impulsão, facilitando dessa forma alta velocidade por ocasião da impulsão.
ESTABILIDADE E EQUILÍBRIO
É definida mecanicamente como resistência tanto à aceleração linear quanto à angular ou como resistência em
romper
o equilíbrio
Em algumas circunstâncias, como a luta de sumô é desejável ampliar a estabilidade.
Em outras situações, a melhor estratégia de um atleta consiste em minimizar intencionalmente a estabilidade.
Os velocistas e nadadores, na postura preparatória para iniciar uma competição, assumem intencionalmente uma
posição corporal que lhes permite acelerar rápida e facilmente ao som da pistola de partida.
Vários fatores mecânicos afetam a estabilidade de um corpo.
Os ginastas com maior massa corporal estão em desvantagem, pois a execução da maioria das provas desse
desporto envolve a quebra da estabilidade.
Quanto maior a quantidade de atrito entre um objeto e a superfície ou as superfícies de contato, maior a força
necessária para iniciar e manter o movimento.
... os patins de corrida são projetados de tal forma que o atrito por eles gerado contra o
gelo seja mínimo, permitindo quebra rápida da estabilidade no início de uma competição
Os bebês e as crianças pequenas têm seu C.G. mais altos em relação à sua altura por causa de suas cabeças
relativamente maiores e MMII mais curtos.
Para cada movimento de membro, o C.G. de todo o corpo muda-se levemente na direção daquele movimento. O
quanto ele se move depende do membro que é movido e do tanto que ele se moveu.
O C.G. relativamente alto nos seres humanos faz que seu equilíbrio não seja muito estável.
Como o C.G. depende da distribuição da massa, qualquer modificação na postura desloca o C.G.
Como os homens têm ombros mais largos que as mulheres e elas têm quadris mais largos, o C.G. nos homens
está ligeiramente mais alto que nas mulheres em relação ao chão.
As mulheres, nos últimos meses de gravidez, têm o C.G. deslocado para frente, e para se equilibrarem elas
caminham colocando o tórax e a cabeça um pouco para trás.
Pessoas que tiveram sua perna ou braço amputado alteram a posição do C.G. e tem que treinar para se
equilibrarem.
Quanto maior for a base de apoio, maior é a estabilidade do corpo.
É por essa razão que ficar na ponta dos pés ou na ponta de um único pé dificulta o equilíbrio, tendo em vista a
diminuição da área de apoio.
Lembrar
Estabilidade → resistência à ruptura do equilíbrio.
Equilíbrio → capacidade de controlar a estabilidade.