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1º Ten. PM - Conteudista
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CRIMINOLOGIA
Natal/RN
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CRIMINOLOGIA
Natal/RN
2021
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Mestrando em artes cênicas (UFRN, 2020 --); graduação em Segurança Pública pela Academia de
Polícia Militar Cel. Milton Freire de Andrade (Bacharel, PMRN, 2012); Especialização em Corpo e
Cultura de Movimento (Especialista, UFRN, 2006); Graduação em História pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (Bacharel/Licenciado, UFRN, 2005). Curso de Técnicas de Ensino Policial
(PMRN/2016). Tem experiência na área de Defesa, com ênfase em Segurança Pública, atuando
principalmente nos seguintes temas: Educação e Segurança Pública, com trabalhos publicados e
defendidos em nível internacional, nacional e estadual. Atualmente é Oficial da Polícia Militar (1ºTen.
PM) servindo na Academia de Polícia Militar Cel. Milton Freire de Andrade como Subchefe da Divisão
de Ensino e Pesquisa.
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Disponível em: https://docero.com.br/doc/58cx88. Acessado em: 10 jan. 2019
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APRESENTAÇÃO
também uma forma de prática, ou como chamaria Paulo Freire, uma práxis, ou seja, o
exercício de refletir sobre o que se faz se confunde com o próprio fazer.
É sobre esse pensar sobre o fazer que nos propusemos a construir esse material
que irá subsidiar nosso dia a dia nas aulas. Um recorte de vivências e reflexões aliadas à
Matriz Curricular Nacional (MCN2014) para ações formativas dos profissionais da área
de segurança pública. Uma singela contribuição para auxiliar a cada profissional da
segurança pública no diálogo com conteúdos que lhe forem propostos.
Partiremos de uma perspectiva histórica da violência com ênfase na realidade
brasileira; uma introdução ao estudo da sociologia da violência e do crime; tipologia da
violência social; o crime como problema sociológico; a condição humana; perspectivas
teóricas psicológicas; o impacto da diversidade cultural, social e econômica na
segurança pública e na justiça criminal; os desafios da segurança pública no contexto da
diversidade e da desigualdade, em resposta à criminalidade, particularmente a violenta;
violência, crime e o papel da mídia; a formação da subjetividade e sua relação com a
violência e, por fim, trataremos sobre a violência policial.
Que tenhamos boas vivências!
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SUMÁRIO
1 Mapa da Disciplina 7
2 Psicossociologia: considerações 11
3 Correntes teóricas 14
4 Glossário 15
5 Crime 24
6 Revitimização 27
7 Comunicação Não-violenta 28
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1 MAPA DA DISCIPLINA3
Disciplina Criminologia
Carga-horária Conforme Plano de Curso
Já há algum tempo, esforços de pesquisa, tanto na
área da História, da Sociologia e da Psicologia,
vêm se voltando para o estudo da criminalidade e
da violência, de forma a elucidar o fenômeno em
termos de suas variações no tempo em relação às
estruturas e processos mais amplos e de longa
duração. De um modo geral, as mudanças
históricas acentuadas nos padrões de violência
estariam relacionadas a duas alterações de longo
curso: as profundas mudanças culturais que
modelam a sociedade moderna e a expansão do
Estado Moderno e seus aparatos de vigilância e
controle social, realizadas concomitantemente.
Poucos problemas sociais mobilizam tanto a
opinião pública como a criminalidade e a violência
nos dias atuais, pois afetam toda a população,
independentemente de classe, raça, credo
religioso, sexo ou estado civil. São consequências
que se repercutem tanto no imaginário cotidiano
das pessoas, como nas cifras extraordinárias a
Contextualização respeito dos custos diretos da criminalidade
violenta.
Sendo assim, torna-se indispensável conhecer os
modelos teóricos que abordam os eventos de
crimes nos seus três níveis de análise: individual,
micro e macroestrutural. O nível individual enfoca
o princípio da escolha racional em que ele pondera
sobre custos e benefícios de ações criminosas. O
nível micro enfoca os processos de socialização,
aprendizado e de introjeção de autocontrole
produzidos pelos grupos de referência. O nível
macroestrutural enfatiza os conflitos econômicos,
os conflitos morais e culturais, a pressão pela
aquisição de bens e a desigualdade de
oportunidades.
Atualmente, as teorias científicas sobre a violência
e a criminalidade são utilizadas para a
compreensão e investigação do fenômeno
criminoso, indagando porque determinadas
pessoas são tratadas como criminosas;
vislumbrando o predomínio dos elementos sociais
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PASSOS, A. S. [et al.]. Matriz curricular nacional para ações formativas do profissionais da área de
segurança pública. Brasília: Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2014
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2 PSICOSSOCIOLOGIA: considerações
3 CORRENTES TEÓRICAS
4 GLOSSÁRIO
como pedofilia.
5 CRIME
Crime é a lesão de algum bem jurídico protegido pela lei penal, ou seja, “não há crime
sem lei anterior que o defina.” (art. 1º). Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que seja outro o momento do resultado (art. 4º). Em quase todas as ações
envolvendo crime, faz-se necessária para dar prosseguimento à ação policial à presença dos
elementos: vítima, acusado e materialidade.
6 REVITIMIZAÇÃO
fazer com que o ambiente em que os depoimentos são prestados seja acolhedor. Por fim,
deve-se evitar perguntas que invadam a vida privada da vítima ou que induzam à ideia
de que ela teve “culpa” pelo fato, transformando a investigação ou o processo em um
“julgamento” sobre o comportamento da vítima.
Alguns autores afirmam que a revitimização é uma forma de “violência
institucional” cometida pelo Estado contra a vítima.
“A revitimização no atendimento às mulheres em situação de violência, por
vezes, tem sido associada à repetição do relato de violência para profissionais em
diferentes contextos o que pode gerar um processo de traumatização secundária na
medida em que, a cada relato, a vivência da violência é reeditada.
Além da revitimização decorrente do excesso de depoimentos, revitimizar
também pode estar associado a atitudes e comportamentos, tais como: paternalizar;
infantilizar; culpabilizar; generalizar histórias individuais; reforçar a vitimização;
envolver-se em excesso; distanciar-se em excesso; não respeitar o tempo da mulher;
transmitir falsas expectativas. A prevenção da revitimização requer o atendimento
humanizado e integral, no qual a fala da mulher é valorizada e respeitada.” (Diretrizes
gerais e protocolos de atendimento. Programa “Mulher, viver sem violência”. Brasil:
Governo Federal. Secretaria Especial de Políticas para mulheres. 2015).
7 COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA
1. Observação
Em primeiro lugar, é necessário observar o que realmente está acontecendo em
determinada situação. O psicólogo sugere questionar se a mensagem que está sendo
recebida, seja por meio de fala ou de ações, tem algo a acrescentar de forma
positiva. O segredo é fazer essa observação sem criar um juízo de valor, apenas
compreender o que se gosta e o que não no que está acontecendo e no que o outro
faz.
2. Sentimento
Depois, é preciso entender qual sentimento a situação desperta depois da
observação. É importante nomear o que se sente, por exemplo, mágoa, medo,
felicidade, raiva, entre outros. O psicólogo ainda afirma que é importante se permitir
ser vulnerável para resolver conflitos e saber a diferença entre o que se sente e o que
se pensa ou interpreta.
3. Necessidades
A partir da compreensão de qual sentimento foi despertado, é preciso reconhecer
quais necessidades estão ligadas a ele. Rosenberg ressalta que quando alguém
expressa suas necessidades, há uma possibilidade maior de que elas sejam atendidas
e que a consciência desses três componentes vem de uma análise pessoal clara e
honesta.
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4. Pedido
Por meio de uma solicitação específica, ligada a ações concretas, é possível deixar
claro o que se quer da outra pessoa. O especialista recomenda usar uma linguagem
positiva, em forma de afirmação, para fazer o pedido. Evite frases abstratas, vagas
ou ambíguas.