Você está na página 1de 3

Contrato de empreitada: entenda a

importância e porquê você deve fazer


um

O que é um contrato de empreitada?


É um tipo de acordo, com valor legal, em que um proprietário contrata diretamente um
empreiteiro para fazer uma obra, tal como reformas, construções, demolições, instalações e
demais benfeitorias.

O responsável pode realizar o serviço pessoalmente ou por meio de terceiros, seguindo


instruções e sem relação de subordinação. Também fica definido, por meio desse documento, qual
das partes está responsável pelo fornecimento de materiais.

Nele, ficam acertadas as condições de pagamento, como o dever do contratante e a obrigação de


entregar a obra concluída pelo contratado. O pagamento pode acontecer após a entrega do
trabalho ou ao fim de cada etapa. Um dos pontos mais relevantes desse tipo de contrato é que
não existe vínculo empregatício. Outras características são:

• consensual: ambos podem discutir as condições e precisam aprovar as cláusulas;

• oneroso: já que o proprietário precisa pagar o empreiteiro;

• bilateral: sendo que a obrigação de pagamento está subordinada à entrega da obra;

• comutativo: por conta da equivalência entre as prestações e vantagens.

Nesse tipo de contrato, as partes podem decidir se haverá possibilidade de o empreiteiro


contratar alguém para o serviço. Caso não seja do interesse de ambos, basta redigir uma cláusula
proibitiva.

O contrato pode ser por mão de obra ou mista em relação ao tipo de trabalho contratado e
preço global ou medida em relação ao pagamento. É importante redigir e assinar esse tipo de
contrato para definir as regras do jogo e não ter surpresas desagradáveis ao longo da obra.
Qual a diferença da empreitada para a prestação de
serviços?
O contrato de empreitada não prevê horas de serviço nem a forma de cumprimento do
objetivo, apenas a entrega do trabalho final, do resultado. Não existe relação de subordinação e,
no geral, o proprietário também não faz supervisão ou administração das atividades.

Por outro lado, no de prestação de serviços, o contratado atende às demandas do proprietário,


tem horário a cumprir e só se responsabiliza pelo seu trabalho, mas não pela obra inteira, como
no caso do empreiteiro. Acompanhe os detalhes.

Empreitada
• objeto do contrato: obra em si.
• A remuneração não depende do tempo de trabalho;
• direção: fica por conta do empreiteiro, não existe subordinação; riscos: o empreiteiro é
quem assume.

Prestação de serviços
• objeto do contrato: atividade do contratado. No geral, a remuneração está ligada às horas
de trabalho;
• direção: do proprietário, assim como a administração e a fiscalização. O prestador está
subordinado a ele;
• riscos: o dono é quem assume os riscos do negócio.

Como funciona o contrato de empreitada mista?


O ordenamento jurídico prevê duas espécies de contrato de empreitada. No primeiro, o
contratado oferece apenas a sua mão de obra. No segundo, o misto, o empreiteiro também é
responsável por fornecer o material.

A decisão por um dos formatos deve ser tomada consensualmente e ficar muito clara para ambos,
já que cada modelo prevê responsabilidades bem diferentes, que levam em conta a qualidade do
material e a utilização dele.

Na situação em que o empreiteiro entra só com o trabalho, todos os riscos em que não tiver culpa
correrão por conta do dono, de acordo com o artigo 612 do código civil. Assim, a construtora
terá que responder pela qualidade do material utilizado e atender às indicações de quantidade
que o empreiteiro repassar.

Ainda nesse caso, se houver atraso na obra ou qualquer outra situação em que o material acabe
perecendo, o proprietário precisará se responsabilizar, desde que fique provado que o contratado
agiu da forma correta em relação ao uso deles

Já no contrato de empreitada mista, a outra parte é que precisa atender às exigências de material
da construção e responder quanto ao que foi utilizado na execução do trabalho. Previsto no
artigo 611, nessa espécie, os riscos correm por conta do empreiteiro até a entrega da obra.

Qual a diferença entre a empreitada por preço global ou


por medida?
O valor para pagamento pode ser definido por meio de preço fixo, também chamado de global,
ou por medida, ou seja, por etapas. Esses formatos se diferem pelo tipo de cobrançado trabalho
contratado.

Na modalidade de preço global, a obra recebe um valor fixo, acertado durante a negociação,
que não está sujeito a ser alterado. Ele deve ser suficiente para atender a todas as demandas da
obra, por isso precisa ser feito a partir de um memorial descritivo, em que constem os detalhes
acerca do serviço e a quantidade de material necessário para execução.

Esse valor acertado pode ser pago em parcela única ou dividido em várias vezes a partir de
decisão consensual, mas sem opção de reajuste. Assim, nem o empreiteiro, nem o proprietário
podem reclamar de aumento ou redução nos preços do material, nem da mão de obra.

Já quando o valor é acertado por medidas, ou por etapas, não há fixação de preço, sendo definido
de acordo com cada fase do trabalho. Assim, o pagamento é analisado a cada etapa concluída.
Dessa forma, o empreiteiro só vai saber o valor que vai receber ao final da obra.

Para estabelecer o valor a ser pago, é possível definir a unidade de medida, como o metro
quadrado de área construída, o tempo que demorou para executar a construção ou o nível de
dificuldade da demanda. Nesse formato, o proprietário pode fazer alterações no projeto e
mudanças de última hora.

Você também pode gostar